59 CCF Santiago, LC Brito, EJ Rocha, MCF Santiago, JC Costa Microlitíase alveolar pulmonar: uma revisão de casos reportados na literatura Caroline Caldeira de Faria Santiago1 Luana Camargo Brito1 Edson de Jesus Rocha1 Marianne Caldeira de Faria Santiago2 Jezreel Corrêa da Costa3 1 Graduandos do curso de Médico na Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES 2 Médica no Hospital Imaculada Conceição, Curvelo-MG 3 Médico Radiologista em Daia Medicina Diagnóstica, Porto Velho-RO Autor para correspondência: Caroline Caldeira de Faria Santiago. Rua Sebastião Duarte. nº 700 - Morada do Sol Montes Claros - MG, Brasil E-mail: [email protected] Resumo Introdução: Microlitíase alveolar pulmonar (MAP) é uma doença pulmonar rara caracterizada pela deposição difusa de microlitos de fosfato de cálcio no espaço alveolar. A doença tem caráter familiar, com padrão de herança autossômica recessiva, estando associada à mutação do gene SLC34A2, que codifica o co-transportador de sódio e fosfato do tipo II, envolvido na homeostase do fosfato. A etiologia e a patogênese permanecem desconhecidas. A maioria dos pacientes fica assintomática por vários anos, podendo desenvolver, posteriormente, dispneia, tosse seca, dor torácica, cianose, cor pulmonale e insuficiência respiratória. Objetivo: Identificar o perfil epidemiológico, clínico e radiológico dos pacientes diagnosticados com MAP em casos relatados na literatura. Material e Métodos: Foi feita uma Edição Especial CCF Santiago, LC Brito, EJ Rocha, MCF Santiago, JC Costa seleção de artigos na base de dados PubMed/MEDLINE, usando os descritores “lithiasis” AND “lung”. Foram incluídos os artigos com texto completo disponível gratuitamente. Foram excluídos aqueles artigos que contemplavam outro assunto que não a microlitíase alveolar pulmonar. Resultados e Discussão: Foram analisados 11 relatos de caso, que reportavam casos clínicos de 16 pacientes. A idade dos pacientes em tais estudos variou de 4 a 51 anos, sendo sete do sexo masculino e oito do sexo feminino. Um paciente não teve seu sexo especificado. Os países de origem dos pacientes foram Coreia, Brasil, Índia, China, Alemanha, Turquia, Arábia Saudita e Estados Unidos. A MAP pode ocorrer em todas as faixas etárias, sem preferência por sexo e apresenta distribuição universal, com maior número de casos relatados na Turquia. O diagnóstico é, em geral, incidental, em exames de rotina ou associados a investigações clínicas não relacionadas à MAP. Nesta revisão, oito pacientes eram assintomáticos e oito eram sintomáticos ao diagnóstico, com padrão restritivo à espirometria. A radiografia de tórax desses pacientes evidenciou infiltrado pulmonar reticulonodular, com padrão de distribuição em tempestade de areia. A TC de alta resolução do tórax demonstrou micronódulos dispersos, espessamento dos septos interlobulares, presença de cistos subpleurais, opacidades em vidro fosco e microcalcificações ao longo de região subpleural. O padrão de pavimentação em mosaico é considerado por muitos autores como sinal radiológico patognomônico da MAP, o que dispensa a realização de exames invasivos para a certeza diagnóstica. Não existe tratamento específico para a doença, estando indicado transplante de pulmão para pacientes que evoluem com insuficiência respiratória. Conclusões: A MAP é uma doença crônica, pouco conhecida, muitas vezes confundida com outras condições mais comuns e com achados radiológicos semelhantes, como a tuberculose miliar. Mais estudos precisam ser feitos para melhor esclarecimento da etiopatogênese da doença e estabelecimento de alternativas terapêuticas para os pacientes acometidos. Revista Norte Mineira de Enfermagem. 2015; 4(Edição Especial):;59-60 60