‘ UFC Semana de Economia Política UFC-UECE: “Crítica à Economia Política em tempos de crise do capital” ISSN 2317-0832 Así aprenderan a non ter ideas – Castelao (1937) VIÈS – NÚCLEO DE ECONOMIA POLÍTICA / UFC UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ Edição I Volume 1 2012 Semana de Economia Política UFC-UECE ”Crítica à Economia Política em tempos de crise do capital” ISSN 2317-0832 Volume 1, I Edição, 2012. Fortaleza - Ceará 1 ‘ UFC VIÈS – NÚCLEO DE ECONOMIA POLÍTICA / UFC UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ Semana de Economia Política UFC-UECE: “Crítica à Economia Política em tempos de crise do capital” Primeiro evento sobre Economia Política de Fortaleza–CE, realizado na Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade (FEAAC) da Universidade Federal do Ceará (UFC) e organizado pelo Núcleo de Economia Política da UFC, Viès. Semana de Economia Política UFC-UECE ”Crítica à Economia Política em tempos de crise do capital” ISSN 2317-0832 Volume 1, I Edição, 2012. Fortaleza - Ceará 2 ‘ UFC EXPEDIENTE • NOME: SEMANA DE ECONOMIA POLÍTICA UFC-UECE. • TEMA: “CRÍTICA À ECONOMIA POLÍTICA EM TEMPOS DE CRISE DO CAPITAL.”. • EDIÇÃO: I. • VOLUME: 1. • REALIZAÇÃO: 6, 7 E 8 DE SETEMBRO DE 2012 (TOTAL: 32 HORAS DE ATIVIDADES). • ORGANIZADOR: VIÈS – NÚCLEO DE ECONOMIA POLÍTICA DA UFC; • APOIO: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ; UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ. • RESPONSÁVEIS: FABIO MAIA SOBRAL; TAINÃ ALCANTARA DE CARVALHO. • CONTATO: FABIO MAIA SOBRAL (e-mail: [email protected]); TAINÃ ALCANTARA DE CARVALHO (e-mail: [email protected]); NÚCLEO DE ECONOMIA POLÍTICA (e-mail: vié[email protected]). Semana de Economia Política UFC-UECE ”Crítica à Economia Política em tempos de crise do capital” ISSN 2317-0832 Volume 1, I Edição, 2012. Fortaleza - Ceará 3 ‘ UFC SUMÁRIO 1) Apresentação p.5 2) Objetivos p.7 2.1 Objetivo Geral p.7 2.2 Objetivos Específicos p.7 3) Atividades p.7 4) Cronograma p.8 5) Referências Bibliográficas p.8 6) Organização dos Grupos Temáticos p.9 Semana de Economia Política UFC-UECE ”Crítica à Economia Política em tempos de crise do capital” ISSN 2317-0832 Volume 1, I Edição, 2012. Fortaleza - Ceará 4 ‘ UFC 1) Apresentação Ao longo das décadas de 80 e 90, as concepções conservadoras de direita ganharam força pelo mundo. Talvez a entidade mais clara das forças reacionárias seja o “neoliberalismo” que se encontrava latente desde a década de 40 (basta-se dizer que O Caminho da Servidão fora escrito em 1944). Diante de um mundo marcado pela “estagflação” e a falência das políticas keynesianas, o capitalismo voltava-se contra o mesmo Estado burguês que outrora lhe servira de sustentáculo e mesmo o culpava por gerar as crises vividas naquele momento. Inicia-se, dessa forma, um momento de extrema violência contras as organizações trabalhadoras e suas conquistas. A ofensiva de direita é coroada com o prelúdio do desmoronamento do socialismo na queda do Muro de Berlim em 1989 e o fim da União Soviética em 1991. Havia-se chegado com isso ao “fim da história”. A fase posterior a isso nos é bastante conhecida. As doutrinas de direita se espalham também pela periferia e, via Organismos Internacionais, impõe as suas políticas econômicas e sociais regressivas. A verdade é que a década de 90 é a década do neoliberalismo, em que pela primeira vez na história o mundo estava em sua totalidade conformado ao modo de produção capitalista. Não é de estranhar, dessa forma, o “endireitamento” de importantes expoentes de esquerda à doutrina neoliberal. Importantes partidos de esquerda como o Partido Socialista Francês, com o governo Miterrand, o Partido Socialista Obreiro Espanhol, com o governo do jovem Felipe Gonzalez e o Partido Trabalhista Inglês (inspirado pela “Terceira Via” do sociólogo Anthony Giddens) representam, grosso modo, a continuidade das mesmas políticas postas em prática pelos governos de esquerda. No Brasil mesmo tal fato não nos é estranho, como aponta Chang (2003, pág. 33)1 ... a maioria dos países em desenvolvimento acabou adotando políticas de reforma neoliberal. (...) as mudanças mais simbólicas foram: a implantação da doutrina neoliberal no Brasil durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, um dos expoentes da teoria da dependência até os anos 80; o ingresso do México, 1 Mesmo no Brasil com a vitória do Partido dos Trabalhadores em 2002 e uma suposta guinada à esquerda (o que parece muito mais ilusão dos países estrangeiros sobre o Brasil do que a realidade), há que se refletir sobre: i) o abandono da causa revolucionária por parte do PT e ii) os espaços conquistados (ou não) pela classe trabalhadora. Tendo os governos Lula e Dilma se pautado na retomada do crescimento (ou seja, na aceitação do modo de produção capitalista) eles próprios também passam a ser vítimas das contradições que são imanentes ao capitalismo: se por um lado se abriu espaço para uma melhoria de vida das classes trabalhadoras dada o aumento da renda de posse deles, pontos como a alienação a que o trabalhador está sujeito (Marx, 2008), o aprofundamento da aliança Estado-burguesia. o avanço da repressão estatal às organizações de esquerda e a depredação ecológica passam desapercebidos. Eis, pois, a versão tupiniquim do “fetichismo”: o feitiço do crescimento cega inclusive para o modo como este se processa! Já não se pode falar da promessa outrora feita na ditadura de “crescer o bolo” para depois de dividi-lo, mas não deixa de ser interessante refletir sobre como a democracia não conseguiu se desvencilhar da histeria coletiva de se promover o crescimento, flagrante no regime militar. Teria o voto conseguido o que o fuzil não conseguiu? Semana de Economia Política UFC-UECE ”Crítica à Economia Política em tempos de crise do capital” ISSN 2317-0832 Volume 1, I Edição, 2012. Fortaleza - Ceará 5 ‘ UFC tradicionalmente antiamericano, no North American Free Trade Agreement (Nafta); e o deslocamento da índia, antigo baluarte do protecionismo e da regulamentação, para uma economia aberta e liberal. Mas o neoliberalismo não logrou cumprir sua cínica promessa de melhoria geral de todos. Continua a valer o fato de que no sistema capitalista não cabe a utopia de emancipação. O que, sim, o neoliberalismo trouxe consigo foram infindáveis crises econômicas e crises com aspectos novos, marcadas pela influência das finanças e a nível mundial (Plihon, 1995). Assiste-se a um show de horrores atualmente na Europa. que prova essa tese. À situação de crise capitalista (cujas proporções foram amplificadas pelo regime de acumulação baseado nas finanças inaugurado com o neoliberalismo) responde-se com mais neoliberalismo e mais terror estatal! Põe-se mais combustível no incêndio e assiste-se tranquilamente a quais sobreviverão. O ex-diretor-geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn, afirmou que “O 'Consenso de Washington' já é passado” 2. Se isso é verdade, parece então que só se substituiu a cidade, inaugurando-se o “Consenso de Berlim”, em que mostra-se claramente quem manda na União Europeia e a situação de extrema exploração dos países marginais dessa. Não é à toa que George Soros (!) foi enfático ao afirmar que Angela Merkel “is leading Europe in the wrong direction”3. A verdade é que assistimos diante de nossos olhos a transformação de sociedades inteiras em laboratórios do capital! Sobre o Iraque, por exemplo, a jornalista Samantha Power escreveu sobre a administração americana: “A maioria era de republicanos, e muitos sonhavam em voz alta em transformar o Iraque num laboratório do livre-mercado” (Power, 2008, pág. 443). Na Grécia, ocorre um sem número de greves gerais e parciais que pouco parecem sensibilizar as autoridades, isso sem contar no aumento de 40% na taxa de suicídio após os incontáveis pacotes impostos goela abaixo do povo grego pela troika!4 Da mesma forma não se pode notar a flagrante contradição sobre a ação da comunidade internacional em relação à Líbia e à Síria. O pensamento econômico único não é mais uma alternativa à situação social e econômica contemporâneas. Diante de sua incapacidade de lidar com frutos de seu próprio desenvolvimento, como a intensa financeirização da economia, da globalização dos mercados, a exclusão social e precarização dos empregos, a sociedade paga alto preço com graves crises financeiras, a repetição do drama da dívida externa outrora vivido na América Latina e agora no coração do centro capitalista e a possibilidade de destruição da vida no planeta dada a grave crise ecológica que se descortina. Sendo assim, é imperativa a formulação de 2 <http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/53617_CONSENSO+DE+WASHINGTON+JA+E+PASSADO+DI Z+CHEFE+DO+FMI> Visto em 23/02/2012 3 <http://www.georgesoros.com/articlesessays/entry/interview_with_george_soros_angela_merkel_is_leading_europe_in_the_wrong_di/> Visto em 23/02/2012 4 <http://esquerda.net/artigo/gr%C3%A9cia-taxa-de-suic%C3%ADdio-aumentou-40-em-2010> Visto em 23/02/2012 Semana de Economia Política UFC-UECE ”Crítica à Economia Política em tempos de crise do capital” ISSN 2317-0832 Volume 1, I Edição, 2012. Fortaleza - Ceará 6 ‘ UFC alternativas ao pensamento dominante retomando discussões sobre os fundamentos sobre a economia capitalista, suas contradições e desenvolvimentos histórico e social (Nakatani, 2011). Propomos então a execução da Semana de Economia Política da UFC como resposta a essa necessidade de se refletir sobre a atual fase do capitalismo, se debater possíveis alternativas ao grave quadro de regressão política econômica e social e que trazer em seu seio a plena integração dos diversos componentes da Academia (alunos, servidores e professores) com a sociedade. Cabe ressaltar o caráter estratégico da atividade proposta dado que essa pode ser um melhoria na formação dos alunos, ampliando sua cultura geral, aumentando sua motivação, melhorando seu rendimento acadêmico, o que a médio e longo prazo acabaria por gerar profissionais melhores preparados e um ambiente de excelência acadêmica na UFC e de forma ampla na Academia brasileira. 2) Objetivos 2.1) Objetivo geral Organizar a Semana de Economia Política da UFC como espaço de discussões e proposições da Universidade e da sociedade civil organizada sobre Economia Política e temas relacionados. 2.2) Objetivos específicos • Fornecer subsídio para os debates acerca dos problemas sócio-econômicos contemporâneos; • Promover o intercâmbio de conhecimento e experiências com outras Faculdades, Universidades e Institutos de Pesquisa; • Promover o aprimoramento e difusão de teorias econômicas críticas; • Ampliar os debates no meio acadêmico acerca de temas ligados à Economia Política, visando a pluralidade de interpretações e posicionamentos; • Contribuir na formação acadêmica ampla e plural do corpo discente a partir do desenvolvimento de pesquisas; • Integrar os corpos docente e discente; • Estimular a publicação e participação em eventos; • Favorecer a indissociabilidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão. 3) • • • • • Atividades Comunicação Oral Mesas-redondas Mini-cursos Lançamento de livros Conferências (abertura, encerramento) Semana de Economia Política UFC-UECE ”Crítica à Economia Política em tempos de crise do capital” ISSN 2317-0832 Volume 1, I Edição, 2012. Fortaleza - Ceará 7 ‘ UFC 4) Cronograma Atividades 06/09 Manhã - Tarde - Chegada e alojamento dos alunos - Cadastramento Noite Conferência de Abertura: “A natureza do Estado na caracterização do capitalismo dependente brasileiro”. Prof. Niemeyer Almeida Filho Local: Auditório da FEAAC Horário: 18:00 – 21:00 07/09 08/09 - Café da manhã: FEAAC (07:00 – 09:00) - Café da manhã: FEAAC (07:00 – 09:00) - 09:00 – 12:00: Apresentação de trabalhos, mini-cursos, exposições orais e mesas redondas. - 09:00 – 12:00: Apresentação de trabalhos, mini-cursos, exposições orais e mesas redondas. Faculdade de Direito - Almoço: RU (12:00 – 13:30) 15:00 – 18:00: Apresentação de trabalhos, mini-cursos, exposições orais e mesas redondas. FEAAC - Almoço: FEAAC (12:00 – 13:30) 15:00 – 18:00: Apresentação de trabalhos, mini-cursos, exposições orais e mesas redondas. FEAAC - Jantar: FEAAC (19:00 – 21:00) - Jantar: FEAAC (19:00 – 21:00) - Confraternização - Conferência de Encerramento: “Os desafios para o socialismo no século XXI”. Profs. Paulo Nakatani e Leda Maria Paulani Local: Auditório da FEAAC Horário: 18:00 – 21:00 5) Referências Bibliográficas Chang, HA-JOON. Chutando a escada: A estratégia do desenvolvimento em perspectiva histórica. São Paulo: Editora UNESP, 2004. Nakatani, PAULO. A ciência econômica hoje: crise e alternativas. Leituras de Economia Política, Campinas, (18): 1-7, jul. 2011. Plihon, DOMINIQUE. Desequilíbrios mundiais e instabilidade financeira. (A responsabilidade das políticas liberais: um ponto de vista keynesiano). Economia e Sociedade, Campinas, (7): 85-127, dez. 1996 Semana de Economia Política UFC-UECE ”Crítica à Economia Política em tempos de crise do capital” ISSN 2317-0832 Volume 1, I Edição, 2012. Fortaleza - Ceará 8 ‘ UFC 6) Organização dos Grupos Temáticos Grupo Temático 1 – Economia e Política no Capitalismo Contemporâneo. Grupo Temático 2 – Relações de Classe, Gênero e Raça no Capitalismo Contemporâneo. Grupo Temático 3 – Trabalho e Produção no Capitalismo Contemporâneo. Grupo Temático 4 – Educação e Cultura. Grupo Temático 5 – Socialismo no século XXI. Grupo Temático 9 – Ecologia e Marxismo. Semana de Economia Política UFC-UECE ”Crítica à Economia Política em tempos de crise do capital” ISSN 2317-0832 Volume 1, I Edição, 2012. Fortaleza - Ceará 9