56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 346 Variabilidade nucleotídica do gene HBB em pacientes com doença falciforme (haplótipos 5’ Banto e Benin) do Estado do Pará, Brasil Diniz, IG1; Cardoso, GL1; Santos, EJM1; Guerreiro, JF1 Laboratório de Epidemiologia Molecular - Laboratório de Genética Humana e Médica, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará [email protected] 1 Palavras-chave: variabilidade nucleotídica, HBB, doença falciforme, Banto, Benin. O gene da globina-b (HBB) tem sido um dos mais intensamente estudados na espécie humana, uma vez que está associado com algumas das doenças genéticas mais comuns do mundo, como a talassemia-b e a doença falciforme. A mutação da doença falciforme (HBB*S) está associada a mais de 30 haplótipos do complexo da globina-b, os quais são raros na maioria das vezes. Três desses haplótipos (designados Banto, Benin e Senegal) são amplamente predominantes em populações negras e são encontrados com alto grau de especificidade e homogeneidade em três áreas distintas da África. Contudo, a distribuição e o número de sítios de restrição historicamente utilizados para definir os haplótipos do complexo da globina-b (haplótipos 5’) são insuficientes para definir toda a gama de variações genéticas nessa região. Além disso, a maioria das mutações não produz alterações em sítios de restrição, mas podem causar mudanças estruturais no DNA. Acredita-se que uma melhor compreensão dos haplótipos 5’ bS clássicos é particularmente relevante para estudos antropológicos e de genética de populações. Nesse sentido, a pesquisa de SNPs (Polimorfismos de Nucleotídeo Simples) é uma excelente abordagem para definir haplótipos do gene b (haplótipos 3’). Sendo assim, este trabalho objetivou investigar a diversidade nucleotídica do gene da globina-b em 20 pacientes com doença falciforme atendidos pela Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (HEMOPA), onde 14 eram homozigotos para o haplótipo Banto e 6 homozigotos para o haplótipo Benin. A investigação da variabilidade nucleotídica do gene HBB*S foi realizada por meio de amplificação e sequenciamento de um fragmento de aproximadamente 2,6 kb o qual compreende o gene da globina-b e suas regiões flanqueadoras 5’ e 3’. A variabilidade genética foi medida por índices de diversidade padrão como o número de haplótipos (K), a diversidade genética (H), o número médio de diferenças pareadas (p) e a diversidade nucleotídica (pn), utilizandose o programa DnaSP v5. A variabilidade nucleotídica no lócus da globina-b foi investigada considerando 20 polimorfismos encontrados. A linhagem Banto apresentou os valores a seguir: K = 11, H = 0,854, p = 1,984 e pn = 0,00076. Na linhagem Benin os valores foram os seguintes: K = 9, H = 0,955, p = 3,682 e pn = 0,0014. Os resultados sugerem que cromossomos do tipo Benin apresentam maior variabilidade que os do tipo Banto. Contudo, quando comparados a cromossomos bA descritos na literatura, cromossomos tipo Banto demonstram ter acumulado mais diferenças do que os do tipo Benin. Isso pode sugerir que o haplótipo Benin seja mais recente que o Banto. Por este motivo, são necessários estudos mais abrangentes, aumentando o número amostral e incluindo cromossomos bA da mesma população, para uma melhor análise da variabilidade do gene HBB*S. Apoio financeiro: CNPq, CAPES e UFPA.