Nº 213 - gpuim - Universidade Federal do Ceará

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Nº 213
Novembro
2008
Centro de Informação
sobre Medicamentos da
Universidade Federal do
Ceará (CIM/UFC)
(85) 3366. 8276
e-mail: [email protected]
Reações cruzadas: cefalosporinas e penicilinas
As cefalosporinas são antibióticos
beta-lactâmicos
clássicos
que
apresentam características estruturais
muito semelhante àquelas das
penicilinas. Possuem estrutura betalactamadiidrotiazínica contendo dois
centros
quirais..
Devido
à
semelhança estrutural entre as
penicilinas e as cefalosporinas, os
pacientes que são alérgicos a uma
dessas classes de agentes podem
manifestar
reatividade
cruzada
quando um membro da outra classe é
administrado. As penicilinas causam
alergia mais freqüentemente que
outros grupos de medicamentos
Histórias de alergia a penicilina
estão presentes em aproximadamente
10% dos pacientes hospitalizados.
No entanto, apenas 10% desses
pacientes com história de alergia a
penicilina têm atualmente reações
quando são tratados com
uma
penicilina. Em pacientes com reações
alérgicas imediatas ás cefalosporinas,
menos de 20% reagem ao teste
cutâneo clássico para determinação
de
penicilinas
(penicilina
G,
amoxicilina e ampicilina). Testes
cutâneos com penicilinas clássicas
"maiores" e "menores" podem prever
ou não uma reação alérgica, causada
por uma cadeia lateral determinante
na estrutura de uma cefalosporina
anteriormente
administrada.
A
reatividade cruzada pode ser maior
entre as penicilinas e cefalosporinas
da primeira geração do que entre as
de segunda, terceira ou quarta
geração. Pacientes alérgicos às
cefalosporinas podem ter reatividade
cruzada com penicilinas, com
diferentes cefalosporinas, ou podem
reagir
apenas
uma
única
cefalosporina.
Considerações sobre teste de
hipersensibilidade
e
reação
adversa nessa classe de fármacos
Os pacientes com uma história de
erupção morbiliforme têm um baixo
risco de reação grave com a
reexposição
ao medicamento e,
quando realizados testes de
hipersensibilidade,
o
paciente
poderia como alternativa receber
uma dose gradual do medicamento
(também chamada de prova de
dosificação). A dose inicial deve ser
entre 0.1% a 1% da dose terapêutica
e administrada por via oral, se for
possível, porque o risco de reação
grave é menor.
Caso não haja ocorrência de reações
adversas nesse paciente, a dose pode
ser gradualmente aumentada (2 a 10
vezes) ao longo de minutos a dias
até atingir a dose terapêutica. Há a
possibilidade de um risco pequeno
com relação a uma reação
significativa por esse motivo, o teste
deve ser realizado em um
estabecimento onde possa ser
monitorado e com o consentimento
informado sobre os riscos e
indicações. Tanto os alergologistasimunologistas como outros médicos
que tenham conhecimento sobre o
assunto (manejo dos sintomas das
Reações Adversas a Medicamentos)
podem ser úteis como consultores
desse procedimento. Alguns testes
realizados
demonstraram
que,
depois de uma reação alérgica a
penicilina, houve uma redução de
10%/ano da Imunoglobulina E (IgE)
específica para penicilina por provas
cutâneas e, após 10 anos foi
observada
uma
redução
de
aproximadamente 30%. Muitos
pacientes
são
rotulados
indevidamente como alérgicos a
penicilina.
Por
exemplo,
as
aminopenicilinas, tais como a
ampicilina,
são
geralmente
associadas
às
erupções
dermatológicas não alérgicas que se
assemelham a algumas enfermidades
virais.
Apoio:
Conselho Regional de Farmácia
Os pacientes podem apresentar
efeitos
adversos,
como
alterações gastrointestinais ou
dor de cabeça. Portanto é
importante
documentar,
de
forma exata, quais sinais e
sintomas ocorreram antes de
diagnósticar que um paciente é
alérgico a penicilina. Esses
dados são úteis no manejo da
terapia.
Conclusão
O manejo de pacientes com uma
história de reação adversa a
medicamentos é un dilema
freqüente na prática médica. No
caso
da
indicação
de
medicamentos similares para um
paciente,
a
documentação
detalhada dos efeitos adversos
apresentados
pelo
paciente
poderá
auxiliar
futuros
tratamentos. Muitos pacientes
podem tolerar a readministração
cuidadosa da penicilina ou
podem ser candidatos para a sua
desensibilização.
Os
alergologistas-imunologitas
podem ajudar quando os
medicamentos
alternativos
químicamente não relacionados
não forem apropriados.
Bibliografia:
Manejo de pacientes con
historia
de
alergia
a
antibióticos B-lactámicos. Anne
B. Yates. Am J Med 2008; 121:
572-576
Responsável: Átila (estagiário
do CIM)
Farmacêuticas: Ana Claúdia
Brito e Eudiana Vale
Revisão: Profª Mírian Parente.
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