(Microsoft PowerPoint - Aula 1 - Por que estudar a m\355dia

Propaganda
Métodos e técnicas de
pesquisa em comunicação
O campo da Comunicação e sua
natureza como objeto de estudo
Profa. Liliane Dutra Brignol
Jornalismo - UNIFRA
Centralidade da mídia
• Complexidade das relações entre
tecnologias da comunicação e sociedade
• Cuidado para não tornar uma idéia
banalizada, esvaziada de sentido
Cenário maior =
Centralidade da mídia / Midiatização
(Verón, Mata, Silverstone)
1º - Pergunta simples:
O que entendemos por
mídia ou meios de comunicação?
• - Fuga da definição de “tudo o que comunica”,
pois nos levaria à idéia de que “tudo é mídia”
• - “Um meio de comunicação social é um
dispositivo tecnológico de produção-reprodução
de mensagens associado a determinadas
condições de produção e a determinadas
modalidades (ou práticas) de recepção dessas
mensagens” (Verón)
O que entendemos por
mídia ou meios de comunicação?
• - Princípio de produção tecnológica de
mensagens, mas é mais do que isso. É preciso
considerar os contextos em que esse processo
está inserido. Um mesmo dispositivo tecnológico
pode apresentar usos múltiplos e diversificados.
Exemplo: vídeo – câmeras de vigilância, vídeos
caseiros com imagens da família, vídeo arte,
registro de imagens para a televisão
• - Dimensão coletiva da mídia (acesso às
mensagens por uma pluralidade de indivíduos –
acesso ao dispositivo e ao sentido como
dimensões diferentes)
Comunicação midiática
• “A comunicação midiática é essa
configuração de meios de comunicação
resultantes da articulação entre
dispositivos tecnológicos e condições
específicas de produção e de recepção,
configuração que estrutura o mercado
discursivo das sociedades industriais”
(Verón).
Comunicação midiática
• “A comunicação midiática encontra-se em
uma situação de mudança acelerada,
como resultado da evolução dos
dispositivos tecnológicos e da emergência
de novas tecnologias, mas também como
resultado da evolução da demanda. A
partir de certo ponto, a comunicação
midiática gera um processo de
midiatização das sociedades industriais”
(Verón).
Esquema da Semiose da
Midiatização (Verón)
Instituições
Mídias
Atores
individuais
Mudança de cenário
Sociedade dos meios sociedade midiatizada
• Centralidade outorgada à mídia com instituição
geradora de sentidos e dinamizadora de relações na
sociedade contemporânea
• A mídia ocupa espaços e assume funções antes
pertencentes a outras instituições (política,
educação, justiça, etc).
• “Os meios alcançam onde a interação pessoal e a
influência institucional não chegam” (Mata).
Importante
• Isso não significa que excluímos a
importância das relações
comunicacionais fora do contexto
midiático, mas é preciso considerar o
modo como elas podem estar imbricadas.
Por que estudar a mídia?
• Partimos da compreensão de que a mídia é
onipresente, diária, uma dimensão essencial de
nossa experiência contemporânea.
• “É impossível escapar à presença, à
representação da mídia. Passamos a depender
da mídia, tanto impressa como eletrônica, para
fins de entretenimento e informação, de conforto
e segurança, para ver algum sentido nas
continuidades da experiência e também, de
quando em quando, para as intensidades da
experiência” (Silverstone, 2002, p.12)
Exemplos da presença da mídia
Casos citados por Silverstone
• Talk show vespertino
• Funeral da princesa
Diana
Podemos trazer muitos outros casos,
inclusive no contexto brasileiro
Exemplos da presença da mídia
Caso Nardoni (2008)
Exemplos da presença da mídia
Recado no Orkut originou o sequestro em Santo André, veja foto das
sequestradas e seus perfis
Segundo matéria do O Globo, a gota d’agua para a revolta de Lindemberg
o sequestrador de Santo André, seria um scrap no Orkut.
“ Mensagens de um amigo no Orkut de Eloa Cristina Pimentel da Silva foram
o estopim da briga e do fim do namoro da adolescente com Lindemberg
Fernandes Alves, de 22 anos, que a mantém refém desde 13h30m da última
segunda-feira após invadir o apartamento dela.”
Veja o perfil de cada um no Orkut:
Perfil no Orkut da Eloá (ex namorada)
Perfil no Orkut da Nayara (amiga)
Dizem que esse é o perfil do cara.
Veja foto das vítimas:
(Matéria publicada na internet em 16 outubro de 2008)
Internet nas eleições 2010
A Lei Ficha Limpa foi aprovada graças
à mobilização de milhões de brasileiros
e se tornou um marco fundamental
para a democracia e a luta contra a
corrupção e a impunidade no país.
Trata-se de uma conquista de todos os
brasileiros e brasileiras. Para garantir
que essa vontade popular se reflita
nestas e nas próximas eleições, a
Articulação Brasileira contra a
Corrupção e a Impunidade (Abracci),
com o apoio do Movimento de
Combate à Corrupção Eleitoral
(MCCE), apresenta o sítio Ficha Limpa
– um instrumento de controle social da
Lei Ficha Limpa e uma ação de
valorização do seu voto!
Morte de Michael Jackson derruba
sites e aumenta uso do Twitter
Os sites TMZ, primeiro a noticiar a morte do
cantor, e depois o Los Angeles Times tiveram
várias quedas durante o dia.
Redes sociais como Twitter e Facebook
tiveram seus acessos dobrados e triplicados.
No Twitter, Jackson emplacou nove entre os
10 assuntos mais twittados no dia.
"Nós vimos a multiplicação instantânea de tweets por segundo assim
que a notícia se espalhou. Foi o maior pulo de posts por segundo
desde a eleição de Barack Obama", disse Biz Stone, cofundador do
Twitter. No momento de pico, foram 5 mil mensagens por minuto sobre
Michael Jackson.
O próprio site do Los Angeles Times (LA Times) teve 2,3 milhões de
page views em uma hora, o recorde de tráfego por hora,desde o dia
mais 5 novembro, data da última maior audiência.
Em pronunciamento, os administradores do AOL disseram que a
quinta-feira foi um marco na história da internet: "Nós nunca vimos
nada parecido em termos de alcance e profundidade".
A maioria dos sites de notícias na América do Norte teve um aumento
de 20% em acessos, de acordo com a empresa de monitoramento de
tráfego na internet Akamai. (Fonte: ClicRBS, 26 de junho de 2009)
MÍDIA = presença constante na
vida diária
Como o mundo é apresentado e
representado? Como são transformadas as
relações de tempo e espaço?
Como trabalhamos? Como interagimos e nos
relacionamentos? Como nos divertimos?
Como construímos nossas identidades? Como
se transforma nossa cultura?
Por ser fundamental, é que
devemos estudar a mídia
• Intensidade e insistência de nossas vidas com
nossa mídia: não apenas pelo crescente
consumo, mas pelo modo como a mídia penetra
nas mais diferentes esferas do cotidiano.
• “Estudá-la em sua dimensão social e cultural,
mas também política e econômica, do mundo
moderno. Estudar sua onipresença e sua
complexidade. Estudá-la como algo que
contribui para nossa variável capacidade de
compreender o mundo, de produzir e partilhar
significados” (Silverstone)
Qual o papel da mídia na
sociedade contemporânea?
• Mídia como conduto de mensagens
(modelo linear Emissor mensagem Receptor)
• Mídia como linguagem (produtora de textos e representações
para interpretação)
• Mídia como agendamento
• Mídia como espaço de representação
• Mídia como extensões do homem, próteses (McLuhan)
• Mídia como ambiente que constitui a cultura midiática (Sodré)
• Mídia como organizadora das interações/relações sociais
• Mídia como parte da “textura geral da experiência” (Silverstone)
Diferentes dimensões da mídia
• Exigência de pensar em todas as
dimensões que envolvem a mídia: política,
econômica, social, cultural, de
significação.
• Tensão constante entre o tecnológico, o
industrial e o social. Da produção,
circulação ao consumo.
•
“Nossa jornada diária implica movimento pelos
diferentes espaços midiáticos e para dentro e fora do
espaço da mídia. A mídia nos oferece estruturas para o
dia, pontos de referência, pontos de parada, pontos para
o olhar de relance e para a contemplação, pontos de
engajamento e oportunidades de desengajamento.
Os infinitos fluxos da representação da mídia são
interrompidos por nossa participação neles.
Fragmentados pela atenção e pela desatenção. Nossa
entrada no espaço midiático é, ao mesmo tempo, uma
transição do cotidiano para o liminar e uma apropriação
do liminar no cotidiano. A mídia é do cotidiano e ao
mesmo tempo uma alternativa a ele”.
(Silverstone, 2002, p.24-25)
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