Formulário Padrão Tese – XV Plenária do Fórum – 31/07 e 1º/08/2009 – Rio de Janeiro 1 Tese nº 17 Tema: Exploração da Imagem do homem, mulher, criança e adolescente na mídia Identificação: Proposta do Sistema Conselhos de Psicologia para a 1ª Confecom Autoria: CFP – Conselho Federal de Psicologia À XV Plenária do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) Exploração da Imagem do homem, mulher, criança e adolescente na mídia 1. Como o sistema de comunicação social está concentrado nas mãos de alguns poucos e poderosos grupos, inúmeros setores da sociedade não apenas estão excluídos de acesso aos meios, impedidos de exercer a liberdade de expressão e de ter acesso às informações, como também freqüentemente são alvo de tratamento discriminatório, como os negros, os trabalhadores, as mulheres e os movimentos sociais populares. 2. A mídia brasileira dominante, por falta de uma referência ética clara, tem reforçado métodos, práticas e valores contrários aos direitos humanos; tem ampliado o preconceito e o desrespeito a segmentos sociais, tem contribuído muito mais para reproduzir as mazelas da sociedade do que para firmar os valores de uma sociedade ética, comprometida com a construção da cidadania e empenhada na defesa dos direitos humanos. 3. A imagem da mulher ainda é utilizada associada ao prazer sexual para a venda de produtos diversos, banalizando a sua imagem e igualando-a a um objeto de consumo, em total desconsideração aos enormes avanços sociais conquistados no último século. Instituiu-se uma verdadeira ditadura da beleza, pois o modelo de beleza feminina veiculado pela mídia é fora do alcance da maioria das mulheres. Do ponto de vista das relações sociais, por si só, esse estereótipo de padrão de corpo já se torna uma agressão, pois é desagregado da mulher enquanto sujeito autônomo. 4. No que se refere à publicidade que se utiliza da imagem de crianças e adolescentes, a primeira tarefa de enfrentamento diz respeito ao caráter assediante e desorganizador que este modelo induz no desenvolvimento do pensamento crítico do público infantil e jovem. Se o que é bom é aquilo que é veiculado no conteúdo midiático através destas imagens, padrões de relacionamento social são construídos tomando a mídia como referência de valor, numa fricção permanente com a realidade e contra valores estruturantes de uma sociedade de direitos. 5. A Psicologia poderá contribuir para a desconstrução dessas distorções por meio da análise e denúncia de seus efeitos na sociedade, participando da criação e fortalecimento dos mecanismos de controle social da comunicação. Além disso, a Psicologia reconhece o papel de centralidade da comunicação na formação da subjetividade e da coletividade, e coloca-se a serviço da construção de uma sociedade mais justa e igualitária. O reconhecimento da diversidade e do direito humano de expressão, com a abertura de espaços de participação na comunicação social para os vários segmentos sociais é um caminho necessário para a construção de uma democracia efetiva em nosso país. Rio de Janeiro, 31 de julho de 2009.