Processo de Demolição

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UNIVERSIDADE DO ALGARVE
INSTITUTO SUPERIOR DE
ENGENHARIA
CONSTRUÇÃO E PROCESSOS
Tema 4
Demolições de Edifícios
Técnicas de Demolições
• Construções Antigas
• Construções com Estrutura de Betão
Armado
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Construções antigas
(anteriores ao betão armado)
Elemento a elemento com equipamento manual;
Por tracção de cabos;
Pá de arrasto;
Outro equipamento mecânico como lanças
articuladas;
Bola de grande massa;
Construções com estrutura de betão
armado
Meios mecânicos
Processos térmicos
Explosivos
Abrasivos
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i) Meios Mecânicos
Elemento a elemento com martelo elétrico ou
pneumático;
Pá de arrasto;
Bola de grande massa;
Cavilhas mecânicas;
iii) Explosivos
Dinamite;
Outros;
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iv) Abrasivos
Jacto de água;
Jacto de areia.
Procedimentos preliminares
Desenhos do edifício a demolir (plantas, alçados, cortes) para
uma perfeita definição geométrica;
Avaliação da natureza dos materiais a demolir;
Retirar todos os elementos frágeis, como envidraçados e
estuques e fasquiados;
Assegurar o corte da electricidade, água, gás e outros (tv por
cabo, telefone);
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Medidas de segurança
Delimitação da área envolvente do edifício objecto da demolição;
Colocação de redes ou lonas para evitar a projecção de materiais e
proliferação de poeiras;
Se a intervenção “invadir” passeios ou parte da calçada deverá ser
colocada sinalização luminosa e criação de corredores de segurança
para passagem de pessoas;
Caso interfira com a via de circulação rodoviária, o trânsito deverá ser
desviado e devidamente assinalado;
Montagem de escoramentos e estruturas auxiliares de suporte;
Plataformas de trabalho com barreiras de segurança;
Cabos de segurança (linhas de vida e cinto de segurança)
Sequência de trabalhos
Procedimentos preliminares e implementação das medidas de
segurança;
Demolição - a ordem de demolição será, regra geral, de cima para
baixo, e dos elementos suportados para os suportantes;
Preparação do entulho para ser retirado, tendo em conta a sua
aglomeração e cargas resultantes sobre os elementos de suporte;
Retirada do entulho através de grua, de caleira, ou por
lançamento;
Terminada a demolição, devem ser vistoriados os edifícios
adjacentes para avaliar possíveis danos;
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1ª Aplicação Prática
É necessário proceder à demolição de uma edificação
datada de 1912, situada no Patacão e isolada de edificações.
Sabendo que a estrutura é em taipa, o telhado constituído por
telhas cerâmicas apoiadas em madres de madeira, e que tem duas
chaminés típicas algarvias de grandes dimensões, uma das quais
para reaproveitar como elemento ornamental numa outra
edificação, elabore:
1 - Um plano de acção para demolição da edificação.
2 – Discuta as técnicas de demolição a utilizar.
RESOLUÇÃO
O facto de se tratar de um edifício de pequenas dimensões
isolado e situado num meio rural implica uma diminuição
dos condicionalismos à demolição nomeadamente, não ser
essencial desenhos do edifício, a avaliação quer da
disposição estrutural quer do tipo de materiais pode ser
feita no local.
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Procedimentos Preliminares
Proceder ao corte dos diversos serviços (água, electricidade, outros);
Delimitação da área de intervenção;
Retirada e acondicionamento das telhas;
Retirada das madres de madeira da cobertura;
Retirada das cantarias recorrendo a ferramentas manuais (maço,
ponteiro, etc.) para evitar danos na pedra;
Retirada das chaminés;
Retirada das chaminés para futura
aplicação
Sol.1
- Corte da parte superior chaminé (acima da cobertura) e
utilizando uma estrutura tridimensional metálica para escoramento da
peça retirada, seria feita a retirada através de uma grua móvel.
Sol.2
- Retirada da chaminé completa em que o seccionamento da
mesma poderia ser feito na zona da “casa do forno” e depois então
utilizar um processo idêntico ao acima referido para efectuar a retirada.
Este processo pode tornar-se mais moroso, complexo e dispendioso.
Pode-se passar à fase de demolição (a discutir em 2), retirada do entulho
e à limpeza do terreno.
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Processo de Demolição
Das técnicas apresentadas para edificações antigas (anterior
ao betão-armado), essencialmente três teriam aplicação
nesta situação: Processo Manual, Pá de Arrasto e Demolição
por Tracção.
Dado a demolição ser total e não haver qualquer necessidade
de conservação das fachadas, numa zona rural e isolada, a
opção por uma destas técnicas acima referidas, torna-se
praticamente óbvia.
Processo de Demolição
Para optarmos entre as técnicas de demolição, Pá de Arrasto e
Tracção com Cabos de Aço, devemos ter em conta a dimensão
da obra e também do Adjudicatário que poderá executar esta
operação. Por isso, a escolha mais indicada para esta situação
seria a Pá de Arrasto, visto ser um meio disponível por
empresas de pequena e média dimensão, não necessitando de
mais operações (como furação das paredes, fixação dos cabos,
etc.), e cumprindo o limite regulamentar dos 2/3 da altura da
lança não serem inferiores à altura da edificação em causa.
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2ª Aplicação Prática
A C.M.Faro adquiriu o edifício onde se encontra actualmente o
Cineclube de Faro (localizado entre os edifícios do MillenniumBCP e da
Zara) na Rua de 1º de Dezembro, para ali instalar o novo centro de
artes plásticas da cidade.
As exigências arquitectónicas e funcionais do edifício implicam a
demolição do mesmo, exceptuando a
fachada (estado degradado) que foi considerada de interesse histórico.
Tendo em conta a localização e a estrutura em alvenaria de pedraargamassada, elabore:
1 - Um plano de acção para a demolição.
2 – Discuta as técnicas de demolição a utilizar e a que estruturas
auxiliares necessitaria recorrer .
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RESOLUÇÃO
Para iniciar o planeamento da operação de
demolição deste edifício, devemos ter em conta
aspectos importantes como a localização em
zona nobre da cidade, a vertente comercial e o
grande número de transeuntes naquela rua, e as
suas empenas cegas estarem encostadas a dois
edifícios antigos.
PROCEDIMENTOS PRELIMINARES
•Verificar se existem peças desenhadas do edifício (C.M.Faro,
Arquitecto, etc.) para uma correcta definição geométrica. Caso não
existam, deverá ser feito um levantamento arquitectónico e estrutural
no local;
•Assegurar o corte dos diversos serviços (água, electricidade,
outros);
•Avaliar a natureza dos materiais a demolir (paredes, pavimentos,
cobertura...);
•Vistoriar os edifícios vizinhos, fazer um levantamento das patologias
existentes e criar mecanismos de controlo (justificativos de gesso);
•Retirar todos os elementos frágeis, como envidraçados, estuques,
fasquiados, loiças sanitárias;
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PROCEDIMENTOS PRELIMINARES (II)
•Montagem de redes ou lonas que cubram toda a fachada;
•Colocação de tapumes com dimensões mínimas de 2.0m de altura
que assegurem a delimitação e fecho da obra;
•Colocação de uma caleira de queda para retirada do entulho;
•Colocação de um contentor para descarga do entulho (deverá ser
mantido o menos tempo possível);
•Água para molhar o entulho e reduzir a dispersão de pó;
•Início da demolição de cima para baixo;
•Definição dos períodos de vazão do entulho;
TÉCNICA DE DEMOLIÇÃO
Elemento a Elemento
Nesta situação e tendo em conta a limitação de aproveitar a
fachada, a localização do edifício, entrada de meios mecânicos só ser
possível pela porta e tipo de estrutura, tornarão a escolha da técnica de
demolição limitada.
Demolição:
Pisos constituídos por vigamentos de madeira apoiados nas paredes
mestras poderão ser retirados recorrendo ao corte com serra eléctrica;
Demolição das paredes com recurso a marreta , martelo eléctrico ou
pneumático;
Retirada do entulho desse piso;
A escada e a sua estrutura de suporte serão demolidas o mais tarde
possível, sendo normalmente o último elemento por piso a ser
demolido;
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Estruturas Auxiliares
Estruturas auxiliares para escorar a fachada
(degradada);
Escorar os edifícios adjacentes;
Ao nível dos pisos garantir um escoramento que
permita alguma acumulação de entulho.
Escoramento da fachada
O escoramento do edifício é executado com perfis
metálicos que ficam encostados no nível superior
das portas e janelas. Um procedimento normal é ser
feito o enchimento com alvenaria de tijolo das
janelas e portas (serão deixadas sem alvenaria as
escolhidas para a circulação) para aumentar a
rigidez da fachada e confinar os perfis metálicos
que a atravessam.
Corte A-A'
Escoramento da fachada
Estrutura Tridimensional
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Escoramento dos edifícios adjacentes
Escoras horizontais
Escoramento entre pisos
Escoras ou prumos
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3ª Aplicação Prática
Foram detectadas anomalias consideradas muito graves na
estrutura de betão armado de um edifício de 3 pisos + 1 cave, que
implicarão a demolição do mesmo. O edifício está localizado entre
dois edifícios sem caves.
1 – No plano de demolição deste edifício tinha de introduzir
algumas alterações devidas à existência de caves?
2 – Elabore um plano que traduza a demolição do 3º Piso e da
Cave.
Resolução
1 – A existência de caves não seria problemática se os edifícios adjacentes
também tivessem caves, ou por ventura, fundações indirectas.
Como não se possui mais informação acerca dos edifícios vizinhos,
assume-se a situação mais geral de fundações directas.
Como tal, as fundações desses edifícios deverão situar-se entre o piso 0 e
-1 daquele que se pretende demolir, o que implicará que a demolição das
paredes da cave deverá ser feita de forma faseada e por troços.
Solução: Um método semelhante às paredes tipo Berlim em betão com
recurso a ancoragens provisórias poderia ser uma solução para executar
a demolição e construção da nova parede.
Desta forma, não haveria alterações do estado de tensão do terreno,
garantindo-se que não existiría um “descalce das sapatas”.
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Resolução
2 – Demolição de uma estrutura em betão armado,
localizada entre dois edifícios provavelmente habitados e
com circulação de veículos e pessoas nas proximidades,
deverá ser executada de forma muito controlada. Das
técnicas apresentadas nas aulas, o método mais indicado
será Elemento a Elemento.
Tomadas as medidas de segurança e procedimentos
preliminares, passa-se à demolição.
Resolução
Demolição do 3º Piso:
- Demolição da alvenaria;
- Demolição das lajes por corte com disco em bandas (a largura das
bandas é definida pela capacidade de elevação da grua que não pode ser
excedida) que são suspensas com auxilio de uma grua, que as recolhe
para um contentor;
- Para demolição das vigas, o processo é idêntico ao das lajes,
exceptuando que o corte pode ser substituído por martelo pneumático e
corte das armaduras.
- No caso em que haja dificuldade na retirada da viga pela grua, esta
poderá ser pousada sobre a laje e subdividida em troços mais fáceis de
transportar;
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Resolução
Demolição do 3º Piso (continuação):
- O desmonte dos pilares é iniciado com a destruição do “nó”
inferior do pilar, por escarificação com martelo e corte total das
armaduras se o pilar ficar suspenso pela grua ou corte das
armaduras de uma face se o fizermos rodar sobre a laje (movimento
de charneira) onde poderá ser seccionado e retirado;
- Parede resistente/caixa de escadas é o último elemento a demolir,
ou por corte com disco, ou escarificação com martelo ou ainda com
cavilhas mecânicas. Também poderá ser feito o seccionamento em
painéis para facilitar a sua remoção.
Resolução
Demolição da cave:
Esta questão ficou respondida no ponto1.
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