DENGUE: MANEJO CLÍNICO E PREVENÇÃO PNCD Programa Nacional de Controle de Dengue SVS/MS Secretaria de Estado de Saúde do RS Secretarias Municipais de Saúde ?? Agosto de 2007 FAMED/UFMS Prof. Dr. Rivaldo Venâncio da Cunha DENGUE E DENGUE HEMORRÁGICO Tópicos a serem abordados: ¾ Manejo clínico; ¾ Organização do serviço para diminuir letalidade pelas formas graves e ¾ Prevenção. Manejo clínico do paciente com Dengue Hemorrágico Abordagem dos casos suspeitos ¾ Triagem nas Unidades de Saúde: ¾Aferição da pressão arterial ¾Prova do laço ¾Medicação de uso contínuo ¾Uso de medicação contendo AAS ou AINH ¾Ocorrência de sinais e/ou sintomas de alerta ¾Preenchimento de ficha de atendimento Casos sem gravidade ¾ Febre + sinais e sintomas inespecíficos ¾ Ausência de manifestações hemorrágicas ou pequenas hemorragias ¾ Ausência de sinais de alerta ¾ Diagnóstico específico: ¾ Interepidemias: sim ¾ Durante epidemias: amostragem ¾ Exames inespecíficos: ¾ Pacientes especiais: ¾ Gestantes, idosos, crianças, hipertensão arterial, diabetes, renais crônicos, asma brônquica, com doenças auto-imunes, uso de AAS ou AINH..... ¾ Conduta: Hidratação oral + sintomáticos + orientação Casos de média gravidade (Presença de manifestações hemorrágicas, sem repercussão hemodinâmica; Ausência de sinais de alerta) ¾ Plaquetometria entre 50 e 100.000/ml3 e/ou ¾ Leucometria menor do que 1.000/ml3; ¾ Hematócrito elevado em até 10% do valor basal, ou; ¾ Crianças: > 38% e < 40% ¾ Mulheres: > 40% e < 44% ¾ Homens : > 45% e < 50% ¾ Conduta: ¾ Ambulatório, hidratação oral (+/- 80ml/kg/dia) ¾ Medicação sintomática ¾ Orientação sobre sinais de alerta ¾ Ficha de acompanhamento para retorno Casos graves ¾ Plaquetometria < 50.000/ml3 ¾ Hematócrito elevado em mais de 10% do valor basal, ou; ¾ Diagnóstico específico é obrigatório ¾ Exames inespecíficos para monitorar caso: Hemograma + contagem de plaquetas + ALT, US, Rx de tórax........... ¾ Conduta: ¾ Leito de observação ou hospitalar; ¾ Hidratação EV imediata (25ml/Kg em 4 horas, sendo 1/3 de sol. Salina isotônica); ¾ Reavaliação clínica e de hematócrito após 4 horas e de plaquetas a cada 12 horas; ¾ Sintomáticos. ¾ Se apresentar melhora clínica e laboratorial, manter hidratação EV com 25ml/kg em 8 e 12 horas. ¾ Caso não apresente melhora clínica e laboratorial, ou apresente piora Casos Graves (continuação) ¾ Leito de observação ou hospitalar; ¾ Hidratação EV imediata (20ml/Kg/hora, com solução Salina isotônica, sob supervisão médica); ¾ Reavaliação clínica constante e de hematócrito após 2 horas; ¾ Sintomáticos. ¾ Se apresentar melhora clínica e laboratorial, manter hidratação EV com 25ml/kg em 4 a 6 horas; ¾ Continuando a melhora clínica e laboratorial, reduzir hidratação EV e monitorar hematócrito a cada 6 a 12 horas.. ¾ Sem melhora clínica e laboratorial: ¾ Avaliar transferência para UTI…. Quando transfundir plaquetas? ¾ Não há indicação de transfusão profilática! ¾ “Transfusão só quando houver trombocitopenia e presença de sangramento ativo, ou indícios de hemorragia cerebral!!!” ¾ “A contagem não aumentará imediatamente, mas as plaquetas ajudarão a deter a hemorragia”; ¾ “01 unidade para cada 7 kg de peso, quando plaquetas abaixo de 50.000/ml com sangramento ativo”; ¾ ATENÇÃO: ¾ Sempre que possível, evite procedimentos invasivos; ¾ A eficácia de gamaglobulina necessita de novos estudos (Clin Infec Dis: série de 5 casos); ¾ Atentar para manifestações clínicas incomuns (“anormais”) Indicações para Alta Hospitalar ¾ Ausência de febre por 24 horas (sem tratamento antifebril) e retorno do apetite ¾ Melhoria visível do quadro clínico ¾ Hematócrito estável ¾ 3 dias após a recuperação do choque ¾ Plaquetas = ou > 50,000/mm3 ¾ Ausência de insuficiência respiratória devido a derrames cavitários/ascites PREVENÇÃO Vigilancia Epidemiológica Comunicación Social Estrategia Gestión integrada Laboratorio Organización Panamericana 2006de la Salud Entomología Atención al paciente 222005 Prevenção ¾ Informações transparentes para a população: ¾ Índices de infestação: ¾ Nas cidades de médio e grande portes, jamais trabalhar com o índice médio do município; ¾ Divulgar os índices por bairros. • Não omitir a possibilidade de ocorrência de epidemia: ¾ A negação desmobiliza a população. Ex. positivos (que demonstram o contrário: a afirmação mobiliza a população): Niterói (90/91) e Manaus (2000/2001); ¾ As epidemias costumam ocorrer em momentos nos quais os meios de comunicação estão estão carentes de fatos!!! É possível evitar uma epidemia de dengue???? É difícil evitar uma epidemia de dengue, MAS NÃO IMPOSSÍVEL !!! É difícil evitar mortes durante uma epidemia de dengue? É FÁCIL EVITAR MORTES DURANTE EPIDEMIAS DE DENGUE ! ! ! ! “Tarefas” pré-epidemias para evitar mortes: “Tarefas” pré-epidemias ¾ Informações transparentes para a população: ¾ Divulgação dos índices de infestação predial; ¾ Jamais ocultar a iminência da ocorrência de uma epidemia; ¾ Organização da Rede de Serviços de Saúde: ¾ Hierarquização; ¾ Referência e contra-referência; ¾ Protocolos previamente definidos; ¾ Importância da abordagem multiprofissional; ¾ Papel da rede privada!!!!! Informações transparentes para a população..... ¾ Índices de infestação: ¾ Nas cidades de médio e grande portes, jamais trabalhar com o índice médio do município; ¾ Divulgar os índices por bairros. ¾ Possibilidade de ocorrência de epidemia: ¾ A negação desmobiliza a população. Ex. positivos (que demonstram o contrário: a afirmação mobiliza a população): Niterói (90/91) e Manaus (2000/2001); ¾ As epidemias costumam ocorrer em momentos nos quais os meios de comunicação estão carentes de fatos!!! Organização da Rede de Serviços de Saúde: ¾ Hierarquização: ¾ Otimizar ação da rede básica e intermediária; ¾ Evitar congestionamento da rede terciária. ¾ Abordagem multiprofissional: ¾ Papel de outras categorias profissionais no atendimento dos casos suspeitos de dengue hemorrágico; ¾ Atuação de equipe e não de profissionais isolados; ¾ Papel da Rede Privada nas epidemias: ¾ As SMS são gestoras do SUS (público e privado)!!!! ¾ Experiência da epidemia ocorrida no RJ em 2002!!! Alerta feito em setembro 2006 SEM VACINA... até quando teremos epidemias de dengue no Brasil? Que fazer??? O pantanal de Mato Grosso do Sul te espera!!!! MUITO OBRIGADO PELA ATENÇÃO!