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UMA NOVA RELAÇÃO ALUNO/PROFESSOR: A INSERÇÃO DAS TICs EM SALA
DE AULA1
BORTOLUZZI FILIPETTO, Luana2; COSTA ROSA, Tatiana3
Trabalho de Pesquisa
Curso de Especialização em Literatura Contemporânea - EAD (UNICD-SP), São Paulo, SP, Brasil.
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Curso de Arquivologia (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil.
E-mail: [email protected]; [email protected]
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RESUMO
Considerando-se a educação um dos setores mais importantes para o desenvolvimento de
uma nação, este trabalho tem o intuito de associar as novas tecnologias da informação e
comunicação (TICs) ao processo de ensino-aprendizagem, levando em consideração o mundo
globalizado em qual vivemos atualmente. Torna-se claro que a utilização de recursos didáticos
atualizados, isto é, envolvendo novas tecnologias, já são indispensáveis, quando um docente quer
transformar suas aulas em algo dinâmico e atrativo, considerando-se que a adoção de recursos
busca facilitar o aprendizado e funciona como uma ponte entre o professor e os conteúdos a serem
aprendidos pelos alunos.
Palavras-chave: TICs; processo ensino-aprendizagem; globalização; educação.
1. INTRODUÇÃO
As tecnologias disponíveis em cada momento histórico influenciam a
sociedade e, em particular, a educação. O ato de ensinar e aprender implica s
sempre um mínimo de dois sujeitos e entende-se que estes são sujeitos sociais,
históricos e culturais, portanto instrumentalizados pela linguagem. Pode-se dessa
forma, afirmar que há um fluxo nas duas direções, promovendo a troca mútua de
conhecimentos, tanto do professor para o aluno, quanto do aluno para o professor.
Onde o ensino-aprendizagem é um processo no qual está sempre presente, de
forma direta ou indireta dentro do relacionamento humano, como cita conforme
Freire (1990, p.65) “o ato educativo deve ser sempre um ato de recriação, de resignificação de significados.”
A forma tradicional de construção do conhecimento presente nas escolas
centrava-se na figura do professor, sendo este tratado como o “detentor do saber”,
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entretanto este cenário está se transformado. Na era da informação, o espaço de
saber docente foi dando lugar ao de mediador e problematizador do aprender, pois
segundo Demo (2009, p.96) “A aprendizagem tecnologicamente correta significa
aquela que estabelece com tecnologia a relação adequada no sentido de aprimorar
a oportunidade de aprender bem”, deste modo, o presente trabalho apresenta como
problemática a integração as novas tecnologias, bem como a superação de barreiras
e da resistência ao novo e à mudança.
O avanço tecnológico da informação e comunicação cada vez mais possibilita
uma transferência fácil e intensa de informação e conhecimento. Com relação às
instituições de ensino independente do nível em que atuem já existe uma cultura
consolidada envolvendo o uso cada vez maior das TICs. Assim o objetivo geral
deste trabalho é atrelar o uso das TICs ao ensino-aprendizagem a fim de agregar
valores tanto aos alunos quanto aos professores para que haja uma maior interação
neste processo, e como objetivos específicos: demonstrar importância do uso das
TICs em sala de aula; facilitar o relacionamento entre aluno e professor; possibilitar
ao aluno construir seu conhecimento de acordo com suas características e alcançar
os objetivos pedagógicos propostos pelo docente.
As TICs estão cada vez mais presentes no processo ensino-aprendizagem,
nesta investigação mostrar-se-á como uma importante aliado das classes
presenciais, pela sua flexibilização, recursos e atividades, auxiliando o professor.
Demonstrando que pode ser utilizada para aprimoramento do ensino-aprendizagem,
quebrando a passividade dos alunos pela utilização de recursos que os motivam ao
longo da disciplina e que esta modalidade educativa permite que de uma maneira
leve o aluno e professor se introduzirem no mundo das TICs, permitindo o aumento
do desempenho dos elementos envolvidos neste processo como uma forma
diferenciada de atuar. Exigindo que alunos e professores se reciclem, bem como as
instituições se reciclam como um todo.
2. O PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM
O processo ensino-aprendizagem tem sido caracterizado de diferentes
formas, às vezes enfatizando a figura do professor como detentor do saber,
responsável pela transmissão do conhecimento, e outras vezes destacando o papel
do aluno como sujeito aprendiz, construtor de seu conhecimento.
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No processo ensino-aprendizagem alunos e professores deparam-se frente a
frente, porém o principal não é somente o ensino em si, mas a aprendizagem, como
um modo partilhar o conhecimento. É uma relação de ordem pessoal e humana, cujo
sentido varia de acordo com a idade e personalidade dos que nela estão envolvidos.
As facilidades da adoção das TICs tem permitido tornar o processo ensinoaprendizagem uma prática comum no meio educacional, contribuindo para o
aumento do desempenho dos elementos envolvidos além de possibilitar um
crescimento pessoal e profissional.
Segundo Belloni (1999), o papel do professor é “orientar os alunos nos
estudos da disciplina pela qual é responsável, esclarecendo dúvidas e explicando
questões relativas aos conteúdos”. Além disto, cabe ao professor oportunizar aos
alunos uma realidade conivente com a era globalizada em que vivemos, que envolve
o uso cada vez maior das TICs. Cabe também ao professor fazer com que os alunos
busquem e que não esperem uma resposta já decifrada, pois é precisamente esta
situação que eles irão encontrar ao longo de suas vidas.
O professor deve possibilitar uma interação educativa que lhe permite atuar
em certa atividade, oportunidade dada a ele tornando-o elemento importante para o
processo da interiorização, ou seja, da regulação do processo ensino-aprendizagem,
significando atribuir confiança, credibilidade ao aluno, de tal maneira que ele vai se
empenhando no seu próprio processo de reconstrução, resultando em uma evolução
em conhecimento.
Compartilhamos com Moran em (1997, p.151) quando enfatiza que:
(...) precisamos de mediadores, de pessoas que saibam escolher o que é
mais importante para cada um de nós em todas as áreas da nossa vida, que
garimpe o essencial, que nos orientem sobre as suas consequências, que
traduzam os dados técnicos em linguagem acessível e contextualizada.
Do mesmo modo que Contreras Espinosa et al (2006) citam que o processo
ensino-aprendizagem “representa uma reorganização fundamental para o ato de
ensinar, onde muitas das satisfações e êxito de experiências de aprendizagem se
atribuem a capacidade interativa”. Esta interatividade permite que alunos e
professores promovam um diálogo, uma comunicação aberta que poderá ser
contrastada ou discutida pelo acesso ilimitado a informação disponível, bem como
promover facilidades de agregar um elemento importante e reflexivo no ensino: a
aprendizagem em grupo, congregando em comunidades pessoas cujas distâncias
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geográficas podem ser imensas.
Com relação às instituições de ensino
independente do nível em que atuem já existe uma cultura consolidada envolvendo
o uso cada vez maior das TICs na implementação do processo ensinoaprendizagem.
Conforme Moran (1995, p.126) “a tecnologia deve servir para enriquecer o
ambiente educacional, propiciando a construção de conhecimentos por meio de uma
atuação ativa, crítica e criativa por parte de alunos e professores.” Exigindo assim,
que alunos e professores se reciclem, bem como a instituição. Pois de acordo com
Valente (1993, p.12), “o professor deixa de ser o repassador do conhecimento para
ser o criador de ambientes de aprendizagem e facilitador do processo pelo qual o
aluno adquire conhecimento”.
Assim, ao contrário do que muitos acreditam, a presença do professor não
diminui de forma alguma a importância das TICS, ao contrário, no mundo
globalizado o seu papel no processo educacional não perde sua essência, apenas
ganha um complemento.
Sob o ponto de vista pedagógico as tendências evoluíram ao longo do tempo,
de modo que, salienta-se que os educadores devem desenvolver uma relação ao
uso crítico de recursos tecnológicos; estes devem ser um auxiliar no processo de
aprendizagem do aluno e do próprio professor, sendo, portanto o ponto de partida na
tomada de decisão sobre o seu uso e o seu valor educacional no processo ensinoaprendizagem.
3. AS TICS E SUA APLICABILIDADE
A escola em transformação está essencialmente nas mãos dos professores
para criá-la e conduzi-la, na medida em que são eles os agentes do
desenvolvimento educacional em sala, portanto cabe aos mesmos ir em busca de
meios que possam unir o processo de ensino-aprendizagem às TICs, não como
uma forma de reduzir seu envolvimento como transmissor de conhecimentos e não
como detentor do mesmo, mas sim como uma aliada na melhor explanação e
exploração destes conhecimentos, pois o que presenciamos em sala reflete nos
pressupostos de Demo (1996, p. 27) o qual enfatiza que “podemos hoje dizer que
esse processo transmissivo é instrução, não propriamente educação.”
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Visto isso, a outra questão refere-se ao fato de que a influência do
desenvolvimento tecnológico tende a crescer em nossas vidas, além de que o
mesmo se transforma muito rápido e por consequência deste avanço o processo de
ensino-aprendizagem em sala de aula tem exigido do professor cada vez mais
dedicação para que o conteúdo seja repassado de uma forma prazerosa, dinâmica e
eficiente.
Mas, para que haja uma transformação no âmbito educacional, rompendo as
barreiras que mantêm as amarras do ensino em uma forma tradicional, quadronegro e giz, é fundamental para a construção do conhecimento a formação
continuada dos professores, para que utilizem as TICs como facilitadoras
da
aprendizagem significativa e crítica, e destaca-se que para sua aplicabilidade é
necessária a mediação do profissional da educação, visto que o uso das mesmas só
pode ser justificada pelos objetivos que se pretendem alcançar com elas, neste caso
construção do conhecimento.
De encontro a isto As palavras de Contrera
Espinosa et al (2006, p.114) reforçam este aspecto quando dizem:
El rol del profesor cambia, deja de ser fuente de todo conocimiento [...], y
pasar a ser una guía para los alumnos […], facilitándoles el uso de los
recursos y las herramientas que necesitan para explorar y elaborar nuevos
conocimientos y destrezas.
Desta forma, baseando-se nos vários aspectos que trazem o uso das TICs,
ressalta-se que não só trata-se a aprendizagem como uma atividade social, mas
focaliza-se também a atenção na aprendizagem que acontece enquanto
construímos ativamente artefatos, para que outros os vejam ou utilizem, como
exemplo podemos citar a web quest, onde o aluno ou o professor
monta um
ambiente virtual para que os demais possam realizar as atividades ali proposta,
assim evidencia-se que os ambientes virtuais potencializam o ensino-aprendizagem
em todas as modalidades educacionais pelas características de navegação
hipermidiatica que integra diversas ferramentas de recursos e de atividades .
Demo (1998, p.5) escreve que “um dos traços mais fortes da globalização é a
intensividade do conhecimento. O que mais facilmente se globaliza é a tecnologia”.
Neste cenário o professor desempenha um importante papel, onde tem a função de
planejar, conduzir e controlar o processo de ensino pensando sempre em estimular
o próprio aluno a promover a aprendizagem, deixando mais do que explicito que
ensino-aprendizagem e Tics unidos podem transformar o ensino em algo mais
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atrativo para os alunos, sem nunca, em hipótese alguma anular a figura de um
professor mediador.
3. METODOLOGIA
Por se tratar de um trabalho que envolve levantamento bibliográfico e análise
de exemplos que estimularam a compreensão do trabalho, esta pesquisa
caracteriza-se como uma pesquisa exploratória, apresenta tem a finalidade básica
de desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias para a formulação de
abordagens posteriores. Dessa maneira, este estudo visa proporcionar um maior
conhecimento para o pesquisador acerca do assunto, a fim de que esse possa
formular problemas mais precisos ou criar hipóteses que possam ser pesquisadas
por estudos posteriores (GIL, 1999, p. 43).
As pesquisas exploratórias, segundo Gil (1999, p.43) “visam proporcionar
uma visão geral de um determinado fato, do tipo aproximativo”. Sendo assim, esta
pesquisa aborda sobre a contribuição da inserção das TICs no processo ensinoaprendizagem, além de tratar-se de uma pesquisa de cunho bibliográfico como
afirma Cervo e Bervian (1996) a pesquisa bibliográfica caracteriza-se pela coleta de
materiais em pesquisas que já foram sistematizadas, ou seja, publicadas. Desse
modo, a partir da definição do problema, buscou-se contribuições teóricas e
científicas, sendo que a pesquisa bibliográfica é aquela que “busca conhecer e
analisar as contribuições culturais e científicas do passado existentes sobre um
determinado assunto, tema ou problema” (id., 1996, p.48).
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Considerando-se que esta pesquisa encontra-se em pleno desenvolvimento,
teve-se o intuito de desenvolver uma prática comprometida com a realidade de sala
de aula, voltada para a orientação de um aprendizado que realmente fundamentasse
uma nova construção social pautada na relação entre os sujeitos professor /aluno, o
qual acabou refletindo as amplas possibilidades e ao mesmo tempo as grandes
limitações e inseguranças existentes no contexto escolar com relação as TICs.
Assim, constatamos que tais possibilidades devem apoiar disciplinas e
conteúdos, porém para isso, é preciso uma mudança na prática pedagógica, porque
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o uso das TICs com as antigas práticas não vai promover uma nova educação, e isto
gera a insegurança, já que novas práticas significam novas mudanças e adaptações,
vindo as vezes a sugerir a substituição da figura do professor por uma máquina.
Com este trabalho pode-se elencar que os recursos tecnológicos podem ser
um instrumento facilitador na otimização e dinamização do tempo de aula e na
concepção de metodologias ativas que requeiram a participação dos alunos de uma
forma mais efetiva; e ainda, que as TICs podem influenciar positivamente os
professores, parte fundamental
e imprescindível
no
processo
de
ensino-
aprendizagem. Além de que a rapidez com que a tecnologia evolui e a complexidade
desse avanço é realmente de difícil mensuração, pois ela transforma inteiramente
vários processos e causa verdadeira revolução nas relações em nossa sociedade.
De um modo geral, o uso das TICs pode promover uma aprendizagem
significativa desde que, o centro do processo educativo seja o ‘aprender’ e não a
tecnologia, mas o instrumento em si mesmo.
5. CONCLUSÃO
O estudo mostrou que a educação com o uso das tecnologias é muito mais
que isto tratado ao longo deste artigo. A utilização das tecnologias vem ajudar a
aprender, permitindo a transformação da informação em conhecimento e, mais
ainda, em sabedoria, pois a interligação permite aperfeiçoar o pensamento reflexivo
como instrumento de emancipação humana.
Oportunizando aos alunos e professores presenciar uma realidade hoje
encontrada nas mais diferentes instituições, envolvendo Tecnologia da Informação e
Comunicação, além de permitir agregar conhecimentos não só da área estudada em
questão, bem como do mundo que o cerca e também das demais disciplinas do
quadro escolar, gerando assim uma interdisciplinaridade hoje necessária para o
mundo globalizado. Isso permite aos alunos construírem uma interpretação coerente
das relações que existem entre as diretrizes do professor, seu comportamento e
características, notando-se que em alguns casos é preciso ajustar o nível de ajuda,
para obter melhores resultados. Tal ajuste parece ser o elemento determinante do
impacto da influência educativa que se estabelece entre os sujeitos, reafirmando o
quão importante e valorativa é a figura do professor no uso das TICs.
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Conclui-se esta pesquisa com a certeza de que há muito ainda o que se
estudar e investigar sobre o uso das TICs na educação, para que possamos inseri-la
na prática pedagógica do professor, rompendo as barreiras que ainda insistimos em
manter, talvez por medo, despreparo ou outro motivo, mas o certo é
que a
perspectiva que se abre no campo educacional, indo do livro e do quadro de giz à
sala de aula informatizada é de grande valia para ambos os lados.
REFERÊNCIAS
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Autores Associados, 1999.
CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica. 4.ed. São Paulo: Makron Boocks, 1996.
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v.15, n.1, p. 111-117, 2006.
DEMO, Pedro. Educação e qualidade. São Paulo: Papirus, 1996.
DEMO, Pedro. Educação Profissional: Vida produtiva e cidadania. Boletim Técnico do Senac. Rio
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FREIRE, Paulo. Educação como pratica liberal. São Paulo: Brasiliense, 1990.
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Novas tecnologias e o re-encantamento do mundo. Revista Tecnologia
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