AB PARADA RESPIRATÓRIA E BRADICARDIA NO PÓS

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TEMAS LIVRES DO 51º CONGRESSO BRASILEIRO DE ANESTESIOLOGIA
9º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO – 1º CONGRESSO DE DOR DA BRASILEIRA DE ANESTESIOLOGIA
A
PARADA RESPIRATÓRIA E BRADICARDIA NO PÓS-OPERATÓRIO POR BLOQUEIO NEUROMUSCULAR RESIDUAL.
RELATO DE CASO
Paulo Vilanova*, Renata Pra, João Canedo, Sylvio Lemos
Hospital do Câncer II (HC II) - Inca
Rua Equador, 831, 7° andar - Santo Cristo - CEP 20220-410 - Rio de Janeiro - RJ
Introdução - Complicações respiratórias são as mais freqüentes no pós-operatório imediato e estão relacionadas à obstrução
de vias aéreas, hipoventilação e hipoxemia. A hipoventilaçâo é mais comumente decorrente de efeitos residuais de anestésicos. Relato do Caso - Paciente do sexo feminino, 56 anos, portadora de bronquite crônica, sem outras comorbidades e com
exames laboratoriais pré-operatórios normais, submetida à histerectomia abdominal total e salpingo-ooforectomia bilateral.
Medicação pré-anestésica com midazolam. Realizada anestesia geral venosa combinada com peridural lombar contínua.
Indução feita com propofol, lidocaína e rocurônio. Manutenção com propofol em infusão contínua e ropivacaína peridural. Analgesia pós-operatória com morfina peridural. A cirurgia transcorreu sem intercorrências, e a paciente manteve-se estável todo o
período. Ao final do procedimento, foi feita reversão do bloqueio neuromuscular com neostigmina e atropina e a paciente foi extubada com ventilação adequada. Foi encaminhada à Unidade Intermediária, lúcida, eupnéica e hemodinamicamente estável.
Após dez minutos, a paciente apresentou-se irresponsiva sendo solicitada a presença do anestesiologista que encontrou a paciente em parada respiratória, cianótica e bradicárdica. Procedida ventilação sob máscara e posteriormente intubação orotraqueal e administração de atropina. Feita nova reversão do bloqueio neuromuscular. Seqüencialmente, a paciente apresentou
melhora do padrão ventilatório e do nível de consciência, sendo extubada e encaminhada ao CTI. Discussão - Neste caso, vários fatores poderiam estar relacionados à falência respiratória no pós-operatório, como o midazolam, a morfina e o próprio bloqueador neuromuscular. Daí, a importância da sala de recuperação pós-anestésica, monitorização adequada e vigilância do
paciente por pessoal bem treinado. Outro fator importante é a reversão parcial do bloqueio neuromuscular, não monitorizado
por estimulador de nervo periférico. A hipoventilação com acidose leva à piora da paralisia. Referências - 01.Morgan GE - Clinical Anesthesiology, Chapter 5, 3rd Ed, Lange.
B
DISSOCIAÇÃO ELETROMECÂNICA (DEM) EM ANESTESIA PEDIÁTRICA INALATÓRIA COM SEVOFLURANO. RELATO
DE CASO
Alfredo A V Portella, Rafael A S Rangel, Helen M D Pereira, Aline Maino*
CET /SBA do Hospital Universitário Pedro Ernesto, Rio de Janeiro, RJ
Av. 28 de Setembro 78 - 5o andar - Vila Isabel - CEP 20561-030 - Rio de Janeiro-RJ
Introdução - A Dissociação Eletromecânica (DEM) é caracterizada por ausência de pulso detectável e presença de algum tipo
de atividade elétrica do miocárdio, ou seja, há despolarização elétrica organizada sem encurtamento sincrônico das fibras do
miocárdio. Objetivamos relatar um episódio de DEM com resolução favorável em paciente pediátrico durante indução sob máscara com O2 e sevoflurano. Relato do Caso - Paciente do sexo feminino, 8 anos, 26 kg, estado físico ASA I, portadora de lesão
vesical não esclarecida a ser submetida a cistoscopia e biópsia de bexiga. Não foi realizada medicação pré-anestésica. Após
pré-oxigenação, iniciada indução anestésica sob máscara com O 2 a 100% e sevoflurano 3% em ventilação espontânea. Ocorreu episódio de tosse intensa com remissão espontânea, seguido de laringoespasmo após aumento da concentração do sevoflurano para 5%. Optou-se pela injeção IV de succinilcolina (20 mg) e ventilação controlada sob máscara com pressão positiva,
com resolução satisfatória. Após o 5º min, percebeu-se perda da captação da oximetria de pulso. Após tentativa de troca do local
do oxímetro sem sucesso, apresentou diminuição abrupta da capnometria, foi detectada em 30 segundos a ausência de bulhas
precordiais e pulso central, a despeito de atividade elétrica ao cardioscópio, enquanto este demonstrava ritmo sinusal e freqüência cardíaca inalterada (130 bpm). Realizada intubação orotraqueal e ventilação com O 2 a 100%, suspensa administração
de sevoflurano, feita MCE e administrados 0,2 mg de adrenalina IV com recuperação do quadro em aproximadamente 2 min.
Optou-se pela suspensão da cirurgia e emergência da anestesia, o que ocorreu em 20 min. Procedida extubação orotraqueal.
Encaminhado à SRPA, onde permaneceu por 1h, recebendo alta com índice de Aldrete-Kroulik 10. Discussão - Embora incomum na literatura, apresenta-se um caso de DEM com sevoflurano, onde a rapidez do diagnóstico permitiu tratamento precoce
adequado e resultado final favorável. PCR após uso de succinilcolina por hipercalemia foi afastada por não haver distúrbio do ritmo cardíaco, não se empregando tratamento específico. Referências - 01. Ebert TJ, Harkin CP, Muzi M - Cardiovascular responses to sevoflurane: A review. Anest Analg, 1995;81:S11-S22; 02.Harkin CP, Pagel PS, Kersten JR et al - Direct negative
inotropic and lusitropic effects of sevoflurane. Anesthesiology, 1994;81:156-167.
Revista Brasileira de Anestesiologia
Vol. 54, Supl. Nº 33, Novembro, 2004
CBA 199
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