avaliação do conhecimento dos usuários de um

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AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS USUÁRIOS DE UM SERVIÇO DE
REFERÊNCIA SOBRE HEPATITES B E C EM OLINDA – PE
EVALUATION OF THE KNOWLEDGE OF THE USERS OF A REFERRAL SERVICE
ON HEPATITIS B AND C IN OLINDA-PE
EDUARDO SILVA MORAIS ¹
LETICIA DOS SANTOS VAZ²
RESUMO
As hepatites virais são doenças provocadas por diferentes agentes etiológicos, com
tropismo primário pelo tecido hepático, que apresentam características epidemiológicas,
clínicas e laboratoriais semelhantes. Objetivo: O estudo teve como objetivo analisar o
conhecimento sobre hepatites virais nos usuários do CTA em Olinda. Trata-se de um
estudo de campo, exploratório, descritivo com abordagem quantitativa. O estudo foi
realizado no CTA da Policlínica Barros Barreto no período de 07 à 21 de janeiros após
a avaliação e aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) de numeração
23897313.8.0000.5194 através do preenchimento de um formulário semiestruturado
sendo tabulados com o auxilio do software Epi Info, composto por 70 entrevistados.
Houve predominância das variáveis: da população feminina 55,7% (39), da faixa etária
de 20 a 29 anos 37,1% (26), dos solteiros 48,6% (34) e escolaridade 37% (26). Dos
81,4% (57) entrevistados disseram conhecer a existência das Hepatites B e C e estão
cientes em relação ao meio de transmissão. No que se concerne ao comportamento de
risco, o uso de preservativo chama atenção pela resistência do seu uso, 52.9% (37)
raramente usam nas relações sexuais, 31,4% (22) nunca utilizou e apenas 15,7% (11)
usam regulamente. Dos 70% (49) não conhecem os sinais e sintomas e 77,1% (54)
sabem da existência da vacina contra a Hepatite B e 45,7% (32) tomaram a vacina. Há
compreensão por parte dos usuários entrevistados em relação às formas de
transmissão, manifestações clínicas, prevenção e percepção de risco pelos vírus das
hepatites B e C.O estudo mostrou a importância da noção em relação a essas viroses,
pois com o conhecimento o usuário avalia os riscos e mantém a sua saúde.
Palavras-chave: Hepatites B e C. Conhecimento. CTA.
_______________
1
Enfermeiro; pós graduando em Saúde Publica com Ênfase em Estratégia em Saúde da Família da
FUNES;
2
Enfermeira; pós graduanda em UTI neonatal da Agência de Curso
ABSTRACT
Viral hepatitis are diseases caused by different etiological agents, with tropism for
primary hepatic tissue characteristics clinical, laboratory and epidemiological similar.
Objective: The objective of this study was to analyze the knowledge about viral hepatitis
in users of CTA in Olinda. This is a field study, exploratory, descriptive and quantitative
approach. The study was carried out in CTA of the Polyclinic Barros Barreto in the
period 07 to 21 january after the evaluation and approval of the Research Ethics
Committee (CEP) numbering 23897313.8.0000.5194 by completing a form structured
being tabulated with the aid of the software Epi Info, composed of 70 interviewed.
Results and discussion: There was a predominance of the variables: the female
population 55.7% (39), in the age group of 20 to 29 years 37.1% (26), the single 48.6%
(34) and education 37% (26). Of 81.4% (57) respondents know the existence of
Hepatitis B and C and are aware in relation to the means of transmission. When it
comes to risk-taking behavior, the use of condoms draws attention to the resistance of
its use, 52.9% (37) rarely use during sexual intercourse, 31.4% (22) never used and
only 15.7% (11) use regularly. The 70% (49) do not know the signs and symptoms and
77.1% (54) you know the existence of the Hepatitis B vaccine and 45.7% (32) took the
vaccine. Conclusion: Understanding on the part of users interviewed in relation to the
forms of transmission, clinical manifestations, prevention and risk perception by virus of
hepatitis B and C. The study showed the importance of the concept in relation to these
viruses, because with the knowledge the user evaluates the risks and keeps your health.
Keywords: Hepatitis B and C. Knowledge. CTA
INTRODUÇÃO
As hepatites virais são doenças infectocontagiosas provocadas por
diferentes agentes etiológicos, pertencentes a várias famílias de vírus que possuem
afinidade pelo tecido hepático e apresentam perfis epidemiológicos, clínicos e
laboratoriais
distintos,
podendo
se
manifestar
sob
diversas
formas,
desde
assintomáticas até quadros mais grave. Têm grande importância para a saúde pública
por causa do número de indivíduos acometidos e das complicações resultantes das
formas agudas e crônicas da infecção. O vírus da hepatite B (VHB) é o único de
genoma DNA e pertence à família Hepadnaviridae e o vírus da hepatite C (VHC) é de
RNA e pertence à família Flaviviridae (VERONESI; FOCACCIA, 2009; BRASIL, 2009 b).
Os primeiros relatos de casos com quadro clínico compatíveis com hepatites
de etiologia possivelmente infecciosa datam de mais de 2000 anos, quando Hipócrates
no século IV a.C. descreveu uma epidemia de doença ictérica. Quadros de icterícia
epidêmica ocorra por séculos e foram marcantes nos períodos de guerra e catástrofes
humanas principalmente na Idade Média quando as condições sócio-econômicas eram
precárias. Foi no início do século XX que os estudos das hepatites se intensificaram e o
termo “hepatite infecciosa” passou a ser usado para descrever a forma epidêmica desta
doença. Em 1918, essa síndrome foi relacionada a uma provável etiologia viral. Foi em
1885 a primeira documentação de uma forma de hepatite de transmissão parenteral,
mas o termo hepatite B só foi usado para defini-la em 1947, por Mac Callum, e foi em
1989, que o vírus da hepatite C (VHC) foi identificado e clonado por Choo e col.,
utilizando técnicas complexas de biologia molecular. (SARACENI, 2011).
As hepatites virais são um grande problema de saúde pública no Brasil e no
mundo. Em 2010 foram notificados 13.188 casos de hepatite B e 10.321 casos de
hepatite C no Brasil, e na região Nordeste, foram notificados 1.304 casos de hepatite B
e 637 de hepatite C (BRASIL, 2012). No município de Olinda, foram confirmados 20
casos de hepatite B e C em 2010 (BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO DE OLINDA, 2011).
As hepatites B e C são transmitidas pelo sangue (via parenteral e vertical),
esperma e secreção vaginal (via sexual), sendo esta última incomum para hepatite C.
Assim a transmissão pode ocorrer pelo compartilhamento de objetos contaminados
como: lâminas de barbear e de depilar, escova de dente, alicates de unha, material
para colocação de piercing e para confecção de tatuagens, instrumento para uso de
drogas injetáveis (cocaína, anabolizantes e complexo vitamínico), inaláveis (cocaína) e
pipadas (crack), acidentes com exposição à material, biológico e procedimentos
cirúrgicos, odontológicos e de hemodiálise, em que não se aplicam as normas
adequada de biossegurança. A transmissão via transfusão de sangue e hemoderivados
é rara em face da triagem sorológica obrigatória nos bancos de sangue, desde 1978
para a hepatite B e 1993 para hepatite C (BRASIL, 2009).
A equipe multiprofissional que compõe a unidade primaria de saúde tem o
papel relevante para promover educação em saúde em prol do controle e diagnóstico
precoce das hepatites virais através de palestras, vacinação, aconselhamento e triagem
sorológica na comunidade. Qual o nível do conhecimento dos usuários que procuram o
centro de testagem e acolhimento (CTA) sobre as hepatites B e C? É por meio da
educação em saúde que conseguimos democratiza informações possibilitando uma
nova visão sobre essa virose.
A grande importância das hepatites não se limita ao enorme número de
pessoas infectadas. Estende-se, também, às complicações das formas agudas e
crônicas. Os vírus causadores das hepatites determinam uma ampla variedade de
apresentações clínicas, de portador assintomático ou hepatite aguda ou crônica, até
cirrose e carcinoma hepatocelular (BRASIL, 2006 a).
Os Centros de Testagem e Aconselhamento - CTAs têm papel fundamental
na promoção da saúde, na prevenção e no diagnóstico precoce de infecções,
especialmente as de transmissão sexual. É através da educação em saúde que
podemos conscientizar os usuários do CTA sobre as hepatites B e C baseado em uma
relação de confiança, com isso tendo um papel importante na promoção da saúde. Este
processo precisa ser desenvolvido levando-se em consideração o contexto de vida e os
aspectos socioculturais nos quais os sujeitos estão inseridos.
Analisar o nível de conhecimento sobre hepatites virais dos usuários do CTA
é importante para melhor conhecer e entender o nível de conhecimento prévio da
população que procuram o CTA a respeito dessas hepatites. Os Objetivos foram
analisar o conhecimento dos usuários de um serviço de referência sobre as hepatites B
e C em Olinda- PE, verificando o nível de conhecimento dos usuários do CTA em
relação às hepatites B e C e
identificando
fatores comportamentais de risco dos
usuários do CTA em relação às essas hepatites.
Trata-se de um estudo de campo, exploratório, descritivo com abordagem
quantitativa. O estudo foi realizado no CTA da policlínica Barros Barreto após a
apreciação e aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). O CTA da policlínica
Barros Barreto localiza-se na rua Dr. Justino Gonçalves, s/n Carmo, Olinda
Pernambuco, próximo a praça do Carmo.
A população foi composta por pacientes que procuram o CTA da policlínica
Barros Barreto. A amostra do estudo foi constituída por 70 usuários do CTA,que
aceitaram participar da pesquisa através preenchimento de um questionário
semiestruturado de 18 questões, após a assinatura do termo de livre consentimento
esclarecido (TCLE) e aprovação do CEP.O estudo foi realizado no período de 07 a 21
de janeiro de 2014 a partir do levantamento das informações dos formulários précodificados onde foi construído um banco de dados, utilizando-se o software Epi info
versão 3.5.2, através da qual realizou a análise descritiva a fim de estudar o
comportamento das variáveis através do cálculo das frequências, medidas de tendência
central (média e mediana) e de dispersão (desvio padrão e percentis). Para todos os
cálculos foi assumido um nível de significância de 10%.
O projeto foi analisado pelo comitê de ética de pesquisa em seres humanos
da Fundação de Ensino Superior de Olinda, n°23897313.8.0000.5194.Durante a
realização deste estudo foi respeitado a resolução do Conselho Federal de
Enfermagem (COFEN) nº
311/2007
(Código
de Ética dos Profissionais de
Enfermagem), como também as diretrizes que constam na Resolução nº 466/2012 do
Conselho Nacional de Saúde / Ministério da Saúde, que normaliza a pesquisa
envolvendo seres humanos.
A amostra do estudo foi constituída por 70 usuários do CTA, não havendo
nenhuma dificuldade nem recusa para o preenchimento do questionário.
Tabela1: Caracterização da amostra em relação às características sociodemográfica
dos usuários entrevistados no CTA, Olinda, 2014.
Frequência
Porcentagem
Feminino
39
55,7%
Masculino
31
44,3%
Total
70
100%
20-29
26
37,1%
30-39
19
27,1%
40-49
14
20%
50-59
6
8,6%
60
5
7,2%
Total
70
100%
Casado
27
38,6%
Separado
8
11,4%
Solteiro
34
48,6%
Viúvo
1
1,4%
Total
70
100%
Sexo
Faixa etária
Estado civil
Fonte: Dados da pesquisa 2014
A tabela 1 caracteriza a população quanto ao gênero, faixa etária, e estado
civil, onde verificou predominância da população feminina 55,7% (39) em detrimento da
masculina 44,3% (31). Em relação à faixa etária, 37,1% (de 20 a 29 anos), 27,1% (de
30 a 39), 20% (de 40 a 49), 8,6% (de 50 a 59) e 7,2% (≥ 60 anos). No que diz respeito
ao estado civil, os solteiros teve o maior índice, 48,6% (34) seguido dos casados com
38,6% (27) e 11,4% (8) são separados e apenas 1,4% (1) viúvo.
Observou-se que a maioria dos usuários que procuram o CTA é jovem, do
sexo feminino e em idade reprodutiva. Esses achados se justificam pelo fato de ser
nessa faixa etária que as pessoas tendem a ter a vida sexual mais ativa, o que
consequentemente favorece a exposição de risco para aquisição de doenças
sexualmente transmissíveis.
Corroborando, Laurenti et al.(2005) apud Dias (2011) em estudos
comparativos entre homens e mulheres têm comprovado o fato de que os homens são
mais vulneráveis às doenças, sobretudo às enfermidades graves e crônicas, e que
morrem mais precocemente que as mulheres. Eles não buscam, como fazem as
mulheres, os serviços de atenção primária, adentrando o sistema de saúde pela
atenção ambulatorial e hospitalar de média e alta complexidade.
No estudo de Araújo et al.(2006), sendo considerados um total de 291
pessoas que procuraram o CTA também foi verificado a predominância do sexo
feminino 58,8 % (171) e houve prevalência de solteiros, 46% (134), seguida dos
casados/união consensual 38,8% (113), e na pesquisa de Dias (2011), em relação a
faixa etária foi observado o predomínio entres 20 a 29 anos, correspondendo a 25%
(37).
frequência;
Analfabetos;5=7
%
frequência;
Ensino superior
19=27%
frequência;
Ensino
fundamental;
Ensino fundamental
20= 29%
Ensino médio
Ensino superior
Analfabetos
frequência;
Ensino médio;
26=37%
Figura 1 Caracterização da amostra quanto à escolaridade dos usuários entrevistados no CTA,
Olinda, 2014.
Fonte: Dados da pesquisa, 2014
A figura 1 mostrou que o ensino médio tem o maior índice 37% (26)
acompanhado do ensino fundamental 29% (20), superior 27% (19) e os analfabetos
com 7% (5).
No estudo de Carret et al. (2004) mostrou que o risco é de 1,49 vezes maior
de infecção pelo VHB e VHC outras DSTs, em indivíduos que possuem de um a quatro
anos de escolaridade. Pessoas desse grupo apresentaram quase 50% mais sintomas
de DST do que aquelas com 12 anos ou mais de estudo. É sabido que o nível
socioeconômico e cultural da população influencia diretamente na sua percepção no
processo saúde-doença e consequentemente, a sua qualidade de vida.
Frequência;
Não; 13= 19%
Sim
Frequência;
Sim; 57= 81%
Não
Figura 2: Caracterização da amostra em relação ao Conhecimento das hepatites B e C dos
pacientes entrevistados no CTA, Olinda, 2014.
Fonte: Dados da pesquisa, 2014
Na figura 2 apresenta variável relacionada ao conhecimento dos usuários
atendidos no CTA em relação às hepatites B e C, onde 81% (57) disseram que
conheciam a doença e 19% (13) não conhecem.
Segundo pesquisa de Livramento et al. (2009), o nível de conhecimento
sobre as hepatites B e C revela a necessidade de implantação de ações educativas
voltadas às hepatites virais e a importância de uma política de educação em saúde. A
promoção da saúde por meio da informação, instrução e comunicação é o maior
mecanismo para a intervenção em doenças infecciosas relacionadas ao estilo de vida.
O desenvolvimento de um trabalho de educação preventiva certamente terá custos
muito menores do que o do tratamento de pacientes já doentes, cujas morbidades
tendem a se agravar ao longo do tempo.
Tabela 2: Caracterização da amostra em relação ao conhecimento do meio de
transmissão das hepatites B e C dos pacientes entrevistados no CTA, Olinda, 2014
N
%
Sim
51
72,9%
Não
19
27,1%
Total
70
100,0%
Sim
38
54,3%
Não
32
45,7%
Total
70
100,0%
Sim
46
65,7%
Não
24
34,3%
Total
70
100,0%
Sim
50
71,4%
Não
20
28,6%
Total
70
100,0%
Sim
42
60,0%
Não
28
40,0%
Total
70
100,0%
Sim
49
70,0%
Não
21
30,0%
Total
70
100,0%
Compartilhar alicate de unha
Compartilhar lâmina de barbear ou depilar
Compartilhar agulhas ou seringas
Não usar preservativos nas relações sexuais
De mãe para o filho através do parto normal
Sangue contaminado
Fonte: Dados da pesquisa, 2014
A tabela 2 apresenta as variáveis relacionadas às formas de transmissão das
hepatites B e C. Ficou evidente que os usuários do CTA sabem identificar o meio de
transmissão por: compartilhar alicate de unha 72,9% (51), compartilhar lâmina de
barbear ou depilar 54,3% (38), compartilhar agulhas ou seringas 65,7% (46), não usar
preservativos nas relações sexuais 71,4% (50), de mãe para o filho através do parto
normal 60,0% (42), sangue contaminado 70,0% (49).
Contrariamente a esse estudo, Sousa et al. (2005) no seu estudo, dos 87
entrevistados 56,3% (49) desconheciam que esse vírus era transmitido por via sexual.
Praticamente a metade dos indivíduos não tinha conhecimento de que o VHB e o VHC
podem ser transmitidos mediante contato com sangue contaminado 49,4% (43),
reutilização de agulhas e seringas contaminadas 43,7% (38) e transfusão de sangue
47,1% (41), bem como durante a aplicação de piercing e/ou tatuagem 44,8% (39). A
transmissão vertical da hepatite B também era desconhecida por 54% (47). Isso implica
a importância da educação em saúde.
A via de transmissão da VHB e da VHC se dá principalmente através da
exposição percutânea ou de mucosas aos fluidos corpóreos. As principais formas de
contrair o vírus são através de transmissão perinatal, relações sexuais desprotegidas,
transfusão de sangue ou derivados, uso de drogas intravenosas, transplantes de
órgãos ou tecidos, acidentes com perfuro cortantes contaminados, como agulhas,
bisturis e alicates de unhas (VERONESI E FOCACCIA; 2009).
A transmissão também se dá por técnicas de acupuntura, piercings,
tatuagem, droga inalada, manicures, barbearia, instrumentos cirúrgicos: qualquer
procedimento que envolva sangue pode servir de mecanismo de transmissão desse
vírus, quando os instrumentos utilizados não forem devidamente limpos e esterilizados.
(BRASIL, 2005 c).
Tabela 3: Caracterização da amostra em relação aos comportamentos de riscos dos
pacientes entrevistados no CTA, Olinda, 2014.
N
%
Nunca
22
31,4%
Raramente
37
52.9%
Regularmente
11
15,7%
Total
70
100%
Sim
16
22,9%
Não
54
77,1%
Total
70
100%
Sim
18
25,7%
Não
52
74,3%
Total
70
100%
Sim
11
15,7%
Não
59
84,3%
Total
70
100%
Uso de preservativos
Se já contraiu DSTs
Se tem tatuagem e ou
piercing
Se compartilha objetos de
uso pessoal
Fonte: Dados da pesquisa, 2014
Considerando a tabela 3, 52.9% (37) raramente usam preservativos, 31.4%
(22) disseram nunca ter usado e 15,7% (11) regularmente usam preservativos. Em
relação às DSTs 77.1% (54) não reportaram infecções sexualmente transmissíveis e
74.3% (52) não usam tatuagem e ou piercing. Quanto ao compartilhamento de objetos
de uso pessoal como alicate de unha, escova de dente, lâmina de barbear e ou depilar,
84.3% (59) não compartilham.
Corroborando, Sousa et al. (2005) em seu estudo verificou que dos 87
entrevistados, 54%(47) referiu uso ocasional de preservativo durante as relações
sexuais, 25,3% (22) regularmente e 20,7% (18) raramente. Um total de 32,2% (28)
indivíduos reportou doença sexualmente transmissível. Os que tem tatuagens e piercing
foi de 37,9% (33) e 25,3% (22), respectivamente. O compartilhamento de objetos de
uso pessoal foi referido por 57,5% (50) dos participantes.
Os resultados do estudo de Sousa et al. (2011), diz que os obstáculos em
relação ao uso do preservativo estão mais relacionados a questões de gênero do que à
falta de conhecimento, que a confiança no parceiro fixo contribui para o não uso do
preservativo,
enquanto
que
em
relações
sexuais
ocasionais
com
parceiros
desconhecidos a taxa de uso do preservativo é mais alta. Ainda em seu estudo,
também encontrou a relação entre a falta de conhecimento e o uso incorreto do
preservativo, aliada à submissão sexual da mulher em relação ao companheiro,
contribuem para a prática do sexo sem preservativo.
A prevenção das hepatites B e C dependem da conscientização da
existência de risco. A auto percepção adquirida contribui para ajudar a evitar
comportamentos e situações de risco, assim como adotar rotineiramente medidas
preventivas, a exemplo do uso de preservativos, nas relações sexuais, não compartilhar
alicate de unha, lâmina de depilar, agulhas e seringas. (SZWARCWALD et al.,2004).
Corroborando Masson, Monteiro (2010), afirmam que a educação em saúde
pode ser uma forma de intervenção eficaz, é uma prática social, que contribui para a
formação e desenvolvimento da consciência crítica das pessoas, a respeito do seu
problema de saúde, bem como estimula a busca de soluções e a organização para a
saúde coletiva.
Frequência; Sim;
21=30%
Sim
Frequência;
Não; 49=70%
Não
Figura 3: Caracterização da amostra em relação ao conhecimento dos sinais e sintomas das
hepatites B e C. dos pacientes entrevistados no CTA, 2014.
FONTE: Dados da pesquisa, 2014.
Na figura 3, que 70% (49) não conhecem e apenas 30% (21) da amostra
disseram conhecer as manifestações clínicas das hepatites B e C.
De acordo com Carret et al. (2004), o conhecimento dos fatores de riscos
associados aos sintomas de DST indica a população que poderá se beneficiar de
intervenções. Sabe-se que a magnitude do problema é ainda maior devido à grande
quantidade de casos assintomáticos. Casos sintomáticos frequentemente não são
percebidos como patológicos pelos doentes e/ou não são diagnosticados pelos
serviços. Sabe-se que a abordagem sindrômica é adequada para a identificação e o
tratamento de pacientes com DST.
Corroborando Vieira (2013) na sua pesquisa das 233 universitárias
entrevistadas 29,6% relataram não saber sobre os sintomas. A maioria dos casos de
hepatite B não apresenta sintomas. Mas os mais frequentes são cansaço, tontura,
enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes
claras. Esses sinais costumam aparecer de um a seis meses após a infecção. Como as
hepatites virais são doenças silenciosas, o diagnóstico precoce é essencial (BRASIL,
2005 c).
Tabela 4: Caracterização da amostra em relação ao conhecimento de quais são os sinais e
sintomas das hepatites B e C dos pacientes entrevistados no CTA, Olinda, 2014.
N
%
Sim
39
55,7%
Não
31
44,3%
Total
70
100,0%
Sim
40
57,1%
Não
30
42,9%
Total
70
100,0%
Sim
39
55,7%
Não
31
44,3%
Total
70
100,0%
Sim
42
60,0%
Não
28
40,0%
Total
70
100,0%
Fadiga
Dor abdominal
Vômito e Enjôo
Febre
Mal – estar
Sim
43
61,4%
Não
27
38,6%
Total
70
100,0%
Sim
39
55,7%
Não
31
44,3%
Total
70
100,0%
Sim
55
78,6%
Não
15
21,4%
Total
70
100,0%
Sim
35
50,0%
Não
35
50,0%
Total
70
100,0%
Urina escura
Icterícia
Fezes esbranquiçadas
Fonte: Dados da pesquisa, 2014.
Contrariamente a figura 03 a tabela 04 constatou que os entrevistados têm
conhecimento dos principais sinais e sintomas, icterícia 78,6% (55), mal - estar 61,4%
(43), febre 60,0% (42), dor abdominal 57,1% (40), vômito e enjôo, urina escura e fadiga
ambos com 55,7% (39), e fezes esbranquiçadas 50,0% (35).
Para as hepatites de uma forma geral, o estágio Prodrômico ou pré-ictérico,
caracteriza-se por mal estar, cefaléia, febre baixa, anorexia, astenia, fadiga intensa,
artralgia, náuseas, vômitos, desconforto abdominal na região do hipocôndrio direito e a
versão a alguns alimentos; já no ictérico, pode ocorrer hipocolia fecal, prurido,
hepatomegalia ou hepatoesplenomegalia (BRASIL, 2008.c).
Tabela 5: Caracterização da amostra em relação ao conhecimento sobre a vacina e o
uso da mesma dos pacientes entrevistados no CTA, Olinda, 2014.
N
%
Sim
54
77,1%
Não
16
22,9%
Total
70
100%
Não
24
34,3%
Não lembra
14
20,0%
Sim
32
45,7%
Total
70
100%
1
12
37,5%
2
8
25,0%
3
11
34,4%
Reforço
1
3,1%
Total
32
100%
Conhecimento sobre a existência da
vacina contra hepatite B
Quantos tomaram a vacina
Quantidade de doses dos que
tomaram a vacina
Fonte: Dados da pesquisa, 2014
Considerando a tabela 5; que 71,1% (54) revelaram saber da existência da
vacina contra a hepatite B. Em relação a ser imunizado, 45,7% (32) pronunciaram ter
recebido a vacina, 34,3% (24) não receberam a vacina e 20% (14) não lembram. No
que se refere à quantidade de doses, 37,5% (12) tomaram a 1° dose da vacina, 25% (8)
tomaram a 2° dose, 34,4% (11) a 3° dose e 3,1% (1) tiveram reforço da mesma.
No estudo de Vieira, (2013), em relação ao conhecimento da vacina da
hepatite B, destacou que 78,5% (183) disseram que é necessário tomar todas as doses
da vacina para evitar a transmissão da hepatite B e 21,5% (50) das mulheres disseram
que não é necessário.
Corroborando, Nunes et al.(2010), em seu estudo observou-se que, dos 52
indivíduos analisados, 65,38% (34) receberam todas as doses preconizadas, enquanto
os 34,62% (18) indivíduos restantes, não receberam todas as doses preconizadas.
A vacinação é uma das intervenções de saúde pública mais relevante, dado
o seu caráter coletivo. Esta estratégia tem sido muito importante na redução da
morbidade e da mortalidade por doenças previsíveis por imunização, mas é
fundamental que as coberturas sejam altas e homogêneas para quebrar a cadeia de
transmissão (MORAES 2008).
Estudos realizados em zonas endêmicas, após a vacinação universal,
demonstraram a diminuição das taxas de carcinoma hepatocelular e de morte por HBV.
Com base nesses dados a Organização Mundial de Saúde recomendou que todos os
países estabelecessem imunização universal para Hepatite B. Alguns fatores que
podem diminuir a eficácia da vacina, além da idade avançada, são obesidade,
tabagismo e insuficiência renal (FARHAT; CARVALHO e SUCCI, 2007).
A imunização contra a hepatite B é realizada em três doses, com intervalo de
um mês entre a primeira e a segunda dose e de seis meses entre a primeira e a terceira
dose (0 1 mês e 6 meses). A vacina, após administração do esquema completo, induz
imunidade em 90% a 95% dos casos (BRASIL; 2008 a).
CONCLUSÃO
Conclui-se a partir das informações obtidas por este estudo, que a sua
maioria foi constituída do sexo feminino, na faixa etária entre 20 a 29 anos, solteiros, do
ensino médio, sendo as profissões do lar e os motoristas as mais presentes.
O estudo ainda mostrou que há um conhecimento adequado e conciso por
parte dos usuários entrevistados em relação às formas de transmissão, manifestações
clínicas, prevenção e percepção de risco pelos vírus das hepatites B e C.
Em relação aos fatores de risco, constatou-se o comportamento inadequado
quanto a não utilização dos preservativos na relação sexual, aumentando o risco de
contaminação pelos vírus. Por outro lado, foram baixas as incidências de outras DSTs,
uso de tatuagens, piercing e compartilhamento de objetos de uso pessoal que também
fazem parte do meio de transmissão dessas viroses. A identificação dos fatores de risco
é importante, tornando uma ferramenta essencial para desenvolver estratégias de
prevenção e controle das hepatites B e C.
Embora a vacinação seja a forma mais eficaz e segura para a prevenção e
controle da hepatite B, o estudo mostrou uma baixa adesão da vacina contra o HBV
mesmo com o conhecimento da existência da mesma. Além do enfrentamento da
hepatite B por meio da vacinação e do incentivo ao uso do preservativo em todas as
práticas sexuais, ações específicas devem ser direcionadas às populações mais
vulneráveis.
O desenvolvimento de um trabalho de educação preventiva certamente terá
custos muito menores do que o do tratamento de pacientes já doentes, cujas
morbidades tendem a se agravar ao longo do tempo. Portanto, promover o
conhecimento das hepatites B e C em um Centro de Testagem e aconselhamento
tornam-se relevante, através da educação em saúde como um processo ativo,
participativo e de acordo com a realidade local para que dessa forma ajude o usuário a
conhecer os riscos e manter a sua saúde.
RECOMENDAÇÕES

Recomenda-se ao Centro de testagem e aconselhamento (CTA) promova ações
voltadas para a educação em saúde de acordo com a realidade dos seus
usuários levando conhecimentos sobre os vírus das hepatites B e C.

Incentivar o uso de preservativos em todas as relações sexuais.

Orientar quanto ao não compartilhamento de objetos de uso pessoal e a não
realização de tatuagem e piercing em lugares onde os materiais utilizados não
sejam esterilizados ou descartáveis.

Divulgar e incentivar a vacinação contra a hepatite B.

Verificar a situação vacinal dos usuários e quando houver necessidade orientar
quanto a vacinação contra a hepatite B.
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