Exame de Economia Internacional 28-1-2013 1. Indique se as seguintes questões são Verdade ou Falso. Cada resposta certa vale 0,3; cada resposta errada desconta 0,3. 1.De acordo com Ricardo, um país nunca deve importar bens produzidos noutro país com mais horas de trabalho do que seriam necessárias para produzir esses bens internamente. F 2.No modelo ricardiano, se a produção de uma unidade de vinho implicar o sacrifício de uma unidade de azeite no país A comparada com duas unidades de azeite no país B, haverá ganhos globais se o país A se especializar em vinho e o país B em azeite.V 3.Num modelo com dois países, dois bens e custos relativos constantes, os termos de troca no comércio internacional dependem da procura mundial dirigida à produção dos dois bens.V 4.No modelo ricardiano com dois bens e dois países, são as diferenças de custos de oportunidade na produção dos bens entre os países que criam um incentivo para os produtores individuais de cada país se especializarem na produção de um só bem.V 5.Num modelo com dois países, muitos bens, custos relativos constantes e o trabalho como único factor de produção, a especialização é determinada pela relação entre o salário relativo, por um lado, e as produtividades relativas nos vários bens, por outro. (obs: considere o caso da zona euro). V 6.A maior parte do comércio de produtos industriais entre os países desenvolvidos é do tipo inter-ramo.F 7.Um subsídio por unidade produzida por empresas de um sector concorrente com importações provoca “ineficiência no consumo”.V 8.Um subsídio por unidade produzida por empresas de um sector concorrente com importações confere um nível de proteção a essas empresas igual ao de uma tarifa por unidade importada de igual montante ao do subsídio.V 9. A Política Agrícola Comum (PAC) da União Europeia fixou preços para os produtores acima dos que seriam estabelecidos por um mercado interno europeu completamente protegido de importações de países terceiros.V 10. Comparando um contexto de comércio livre com a existência de protecionismo, podemos afirmar que a taxa de proteção efetiva da indústria produtora de um bem final aumenta se o peso do input importado no preço do bem final baixar.V 11. Um subsídio por unidade exportada de um determinado bem provoca “ineficiência no consumo”.V 12. No modelo ricardiano com dois bens, dois países e sem moeda, no momento da abertura ao comércio os produtores individuais em cada país comparam o custo relativo interno com o preço relativo no mercado externo para decidir que bem produzir.V 13.Numa análise estática, uma tarifa sobre as importações tem sempre um efeito líquido negativo sobre o bem-estar quer se trate de um país pequeno, quer se trate de um país grande.F 14.A Política Agrícola Comum (PAC) da União Europeia utiliza tarifas sobre as importações mas não subsídios às exportações.F 15.No caso de um país grande, uma tarifa sobre as importações provoca ineficiência na produção e ineficiência no consumo.V 16. No que respeita ao comércio de bens industriais, a Organização Mundial do Comércio (OMC) proíbe as quotas sobre as importações, mas não as tarifas sobre importações nem os subsídios às exportações.F 17. Os progressos obtidos pela GATT/OMC desde a 2ª Guerra Mundial na liberalização do comércio de produtos industriais foram semelhantes aos progressos obtidos na liberalização do comércio de produtos agrícolas.F 18. O desvio de comércio ocorre quando há desvio na origem do produto de um país membro para um produtor de custo mais baixo que fica fora da área integrada.F 19. Quanto uma união aduaneira envolve desvio de comércio, o resultado é uma redução do bem-estar da nação e possivelmente de toda a área integrada.F 20. As exportações tradicionais dos países em desenvolvimento enfrentam geralmente procuras elásticas, o que tem sido associado ao problema de fortes variações no preço destas exportações. F 2. a) Pedia-se a plicação das 2 abordagens: -preços relativos/custos de oportunidade -em linha - custos unitários relativos (ou o inverso:produtividades relativas) -em coluna O país A especializa-se no bem 1 e o país B no bem 6 b) 2.Sendo eb,a = 1,30 dólares/ 1 euro, temos: Condição de exportação: Se (aj/bj) < (WB /WA x e b,a ) , o país A exporta o bem j WB /WA x e b,a = 7/ 5 x 1,30 = 1,078 A cadeia das vantagens comparativas ordenada por ordem crescente e cortada pelo salário relativo é a seguinte: 0,5 (bem1) < 0,8(3) (bem 3) <1(bem 6)< 1,078 <1,5 (bem2) < 3,50 (bem 5)< 5 (bem 4) Logo o país A exporta os bens 1, 3 e 6 o pais B exporta os bens 2, 4 e 5. c)1 euro vai valer menos de 1,30 dol. d)3 vias: baixar custo unitário, baixar salário e desvalorizar o euro. A terceira está obviamente fora do alcance do país. 3.a) Há duas razões a assinalar: a) o provável desvio de comércio registado na UE; b) o facto de um direito aduaneiro nos EUA, na medida em que se trata de uma economia grande, poder conduzir a um aumento de bem-estar por via da melhoria dos termos de troca do país. b) Não, por duas razões: a) sendo um facto que um direito aduaneiro pode aumentar o bem-estar nos EUA, esse efeito é difícil de medir a priori pois depende das condições da oferta e da procura desse bem, incluindo as respetivas elasticidades; b) a retaliação dos EUA pode desencadear uma guerra comercial - na medida em que se trata de duas economias grandes (os EUA e a UE) -que poderá não só eliminar os eventuais ganhos dos EUA decorrentes do direito aduaneiro como deteriorar os termos de troca dos EUA e conduzir a perdas de bem-estar. 4. a)Zona formada por países com câmbios fixos/ moeda única com um grau de integração económica suficientemente elevado para que os benefícios da adesão a essa Zona sejam superiores às respetivas perdas. Usar o gráfico do Krugman da sebenta com a explicação das curvas de ganhos e perdas. b) Não, conforme expresso no texto do Krugman proposto na disciplina. Krugman menciona nesse texto 2 razões principais: a insuficiente mobilidade do trabalho na zona euro e o facto de não existir um mecanismo de solidariedade financeira que ajude os países em dificuldade. 5. Há exceções. São compatíveis com o enunciado a existência de uma indústria nascente (como estamos em concorrência perfeita não podem existir economias de escala internas mas pode decorrer de economias de escala externas) e a aplicação de um direito aduaneiro ou medida equivalente no caso de uma economia grande (pode conduzir a um aumento de bemestar). 6. É verdade, por um lado, porque os países africanos têm pouco comércio entre si e muito com o exterior, o que leva a supor que existirá muito desvio de comércio. Para além disso, o padrão de especialização é em muitos casos diferente, o que proporciona pouca criação de comércio. Contudo, os efeitos dinâmicos podem compensar a eventual perda de bem-estar decorrente de uma análise estática. 7 No contexto do modelo ricardiano, se a zona euro se especializar com base na sua VC, o comércio com países com salários baixos não prejudica o seu crescimento económico. Nesse caso, a vantagem comparativa da zona euro residirá em produtos com produtividade relativa mais elevada.