assistência de enfermagem na uti: uma abordagem holística

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Assistência de Enfermagem na UTI: Uma Abordagem Holística1
Attendance of Nursing in the Intensive Care: An approach Holistic
Atención de Enfermería en la UCI: Un Enfoque Holística
Silva Adriane José de Souza, Souza Crissiê Gonçalves Mota, Leda Kelly Cristina da Mota²,
Brasileiro Marislei Espíndula³. Assistência de enfermagem na UTI: Uma Abordagem Holística.
Revista Eletrônica de Enfermagem do Centro de Estudo de Enfermagem e Nutrição [serial online]
2010 jan-jun
1(1)
1-16. Available
from:
<http//www.ceen.com.br/revistaeletronica>
Resumo
Objetivo: identificar os fatores humanos e ambientais que dificultam a humanização na UTI
destacando a importância da comunicação no processo de humanizar. Materiais e Métodos:
estudo descritivo, de revisão bibliográfica, trazendo reflexões relacionadas a assistência de
enfermagem humanizada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), de acordo a literatura
científica.
Resultados:
os
fatores
que
dificultam
a
humanização
na
UTI
destaca-se
primeiramente a falha na comunicação, o estresse ocupacional e a presença de aparelhos
sofisticados; os fatores contribuintes para que a humanização ocorra, foram a comunicação
clara, objetiva e simples, presença da família no processo de reabilitação e o suporte adequado
a cada familiar. Conclusão: o estudo evidencia a importância da participação do profissional de
enfermagem e da família junto ao paciente para se obter um cuidado holístico.
Palavras chaves: Humanização, comunicação, UTI, familiares.
Summary
Objective: To identify the human and environmental factors that hinder the humanization ICU
highlighting the importance of communication in the process of humanizing. Materials and
Methods: A descriptive study of literature review, bringing ideas related to nursing care
humanized in the Intensive Care Unit (ICU), according to scientific literature. Results: The
factors that hinder the humanization ICU stands first failure in communication, occupational
stress and the presence of sophisticated equipment, the factors contributing to the
1
Artigo apresentado ao Curso de Pós Graduação em UTI, do CEEN/PUC-GO
² Enfermeiras, especialistas em unidade de terapia intensiva, e-mail: Hospital Geral de Goiânia/HRAN
[email protected], PSF da Prefeitura de Aparecida de Goiânia - [email protected],
[email protected].
³ Doutora pela PUC Go, Mestre em Enfermagem, docente do CEEN, doutoranda em Ciência da Saúde – UFG, e-mail:
[email protected]
2
humanization occurs, the communication was clear, objective and simple, in the
presence of family rehabilitation process and adequate support to each family. Conclusion:
This study highlights the importance of the participation of nursing staff and family along with
the patient to obtain a holistic care.
Key words: Humanization, communication, ICU, family.
Resumen
Objetivo: Identificar los factores humanos y ambientales que dificultan la UCI humanización
destacando la importancia de la comunicación en el proceso de humanización. Materiales y
Métodos: Estudio descriptivo de revisión de la literatura, con lo que las ideas relacionadas con
el cuidado humanizado del enfermero en la Unidad de Cuidados Intensivos (UCI), según la
literatura científica. Resultados: Los factores que dificultan la humanización en la UCI se
encuentra el primer fallo en la comunicación, el estrés laboral y la presencia de equipos
sofisticados, los factores que contribuyen a la humanización se produce, la comunicación era
clara, objetiva y simple, en presencia de la familia proceso de rehabilitación y apoyo adecuado
a cada familia. Conclusión: El estudio demuestra la importancia de la participación de personal
de enfermería y la familia junto con el paciente para obtener un cuidado holístico.
Palabras claves: Humanización, la comunicación, las familias en la UCI.
1 Introdução
A hospitalização na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) requer cuidados redobrados por
ser uma área onde se encontra pacientes críticos. Infelizmente a realidade nos mostra um
ambiente hostil, frio, cheio de procedimentos e sem a devida atenção, pois a equipe
multiprofissional que trabalha neste setor age mecanicamente, esquecendo muitas vezes que
ali estão seres humanos, pacientes com necessidade de serem tocados, de conversar, de
atenção porque estão totalmente isolados da família, da casa, do trabalho1.
É importante abordar a necessidade da humanização em UTI, pois esta não envolve
somente o cuidado ao paciente, a humanização estende-se a todos que estão envolvidos no
processo saúde-doença, englobando assim a família, equipe e multiprofissional e o ambiente2.
”Holístico é relativo ou próprio de holismo, que da preferência ao todo ou ao completo,
e não da análise das separações das respectivas partes componentes. Busca tudo abranger,
que é totalizante”³.
“Humanizar é cuidar do paciente como um todo, englobando o contexto familiar e
social, incorporando e respeitando os seus valores, esperanças, aspectos culturais e as
3
preocupações de cada um”4.
Portanto a humanização não é um ato isolado, pois envolve vários membros da equipe
e a interação com os familiares, esclarecendo várias formas aditivas de tratamento5.
Cada indivíduo é único e tem necessidades e valores próprios e são os profissionais da
saúde que assistem diretamente os pacientes, os principais responsáveis pela humanização e
qualidade da assistência6.
O papel do enfermeiro UTI, quando ele opta pelo cuidado e não pela cura, ou seja,
quando ele não se torna “escravo” da tecnologia, mas aprende a usar a tecnologia a favor da
harmonização do paciente, do seu bem estar, fica mais claro sob alguns aspectos. Ele passa a
valorizar a técnica por ela ser uma “aliada” na tentativa de preservar a vida e bem estar, o
conforto do paciente7.
“Nesse sentido, á pedra fundamental do processo de humanização é a comunicação
efetiva entre pacientes, familiares e equipe, no sentido de identificar as dificuldades e
promover o melhor plano para a solução dos impasses”6.
A comunicação terapêutica enfermeiro/paciente também é um fator importante para a
qualidade da assistência e deve ser exercido no cotidiano da Unidade de Terapia Intensiva,
facilitando assim a assistência prestada ao cliente, para isso o enfermeiro deve saber as
formas de comunicação e principalmente saber como usá-las, explorando tanto a verbal e a
não-verbal, despertando assim o sentimento de confiança e satisfação do paciente8.
Devido à importância de um tratamento holístico, visando não somente o paciente,
mais a família e suas culturas, que surgiu a motivação para realizar este estudo.
2 Objetivo
Identificar os fatores humanos e ambientais que dificultam a humanização em UTI e
demonstrar a importância da comunicação no processo de humanização na UTI.
3 Materiais e Métodos
Estudo descritivo de revisão bibliográfica sobre a assistência de enfermagem na UTI:
uma abordagem holística, de acordo com a literatura científica.
“O estudo bibliográfico se baseia em literaturas estruturadas, obtidas de livros e artigos
científicos provenientes de bibliotecas convencionais e virtuais. O estudo descritivo visa à
aproximação e familiaridade com o fenômeno-objeto da pesquisa, descrição de suas
4
características, criação de hipóteses e apontamentos, e estabelecimento de relações
entre as variáveis estudadas no fenômeno’’9.
A seleção preliminar das referências e resumos obtidos foi definida através da Revista
Eletrônica de Enfermagem, Revista Brasileira de Terapia Intensiva, Revista Latino-Americana
de Enfermagem Revista da escola de Enfermagem da USP, Acta Paulista de Enfermagem.
Esta seleção foi realizada considerando os seguintes critérios de inclusão:
-
estar relacionada à humanização na UTI
-
aspectos influenciadores e dificultadores no processo de humanização na UTI
-
editados em português no período de 1998 a 2009.
4 Resultados e Discussão
Nos últimos, nove anos, ao se buscar as Bases de Dados Virtuais em Saúde, tais como
a LILACS, MEDLINE e SCIELO, (ou outras revistas tais como Rev.Esc. Enferm USP, Rev.
Eletrônica de Enfermagem) utilizando-se as palavras-chave: Humanização, Comunicação, UTI,
Familiares, encontrou-se 35 artigos publicados entre 1998 e 2007. Foram excluídos 13, sendo,
portanto, incluídos neste estudo 22 publicações. Não se encontrou estudos em 2008 e 2009
até março de 2010. Após a leitura exploratória dos mesmos, foi possível identificar a visão de
diversos autores a respeito da assistência de enfermagem na UTI.
4.1 A não humanização em UTI impede o cuidado holístico.
A humanização em UTI é essencial segundo quatro de vinte e dois autores, conforme é
possível comprovar abaixo:
A humanização para muitos é apenas respeitar dar atenção, dialogar com pacientes,
porém humanizar engloba não somente o paciente, mas também os familiares, o cuidador que
também precisa de cuidados; porém a realidade hoje na maioria das unidades de terapia
intensiva é a presença de um trabalho rotineiro, mecânico, que esquece muitas vezes que
quem
está
ali
são
seres
humanos,
com
sentimentos,
valores,
familiares,
e
não
objetos/máquinas1.
“Humanizar é também garantir a qualidade da comunicação entre paciente, família e
equipe. Significa ter uma escuta ativa para com o outro, compreendê-lo na sua singularidade,
nas suas necessidades, para que ele se sinta reconhecido e considerado”4.
Na década de 60, houve um rápido crescimento de UTI nos hospitais consequentemente
a tecnologia em monitores e aparelhos invasivos e não invasivos também tiveram um
5
destaque em seu desenvolvimento e infelizmente com isso os cuidados prestados a
esse pessoal, admitidos em UTI, ficaram mais desumanizados, solitários tornando o
profissional amedrontado receoso e frígido em relação ao paciente7.
A teoria de enfermagem humanística tem suas raízes na filosofia do existencialismo,
que tem influência da fenomenologia e uma abordagem filosófica para compreensão da vida,
da dimensão do ser humano; e o cuidado de enfermagem na UTI passará a ser humanizado se
houver envolvimento existencial dos cuidadores com o ser doente e familiar, onde se vivencia
e compartilha a experiência, possibilitando um cuidado que rompa com o modelo assistencial
predominante, cujo objetivo maior é a cura e não o cuidado do ser10.
Com a evolução da tecnologia no tratamento de paciente internado na UTI,
acarretaram-se
práticas
rotineiras e
mecânicas entre os
profissionais
e a
falha
na
comunicação, tornando o cuidado prestado ao cliente desumanizado dificultando com isso a
humanização na UTI.
Observa-se que os autores concordam que a humanização é fundamental no processo
de um tratamento holístico, humanístico e voltado para a comunicação, por isso humanização
em UTI é considerada essencial.
4.2 Fatores humanos e ambientais que dificultam a humanização na UTI
Vários fatores dificultam a assistência humanizada na UTI como à estrutura física da
unidade, estresse ocupacional entre outros, isto foi evidenciado por nove dos vinte e dois
artigos, conforme e possível comprovar abaixo:
Cada indivíduo tem uma cultura, crença, religião e estilo de vida mudando com isso a
forma de enfrentamento frente à internação em UTI, tornando um desafio para enfermagem
prestar uma assistência de qualidade para todos, pois o tempo com a família é muito escasso
11, 12
.
O cuidado na UTI é baseado em um cuidado tecnicista, mecânico, onde há a
necessidade de utilizar máquinas cada vez mais modernas e muita das vezes elas se tornam
mais importantes do que a essência humana, porém não deve-se esquecer dos sentimentos,
vontades, opiniões dos pacientes, família e até mesmo dos próprios sentimentos enquanto
profissionais que lidam diariamente com o estresse, por isso que é importante frisar a
necessidade da humanização para tornar o ambiente menos frio, tenso,agressivo e
traumatizante2.
Entre os fatores considerados estressantes encontrados na UTI, estão: a complexidade
do atendimento prestado, estrutura física, barulho, equipamentos, isolamento (solidão), dor e
dificuldade para dormir e são aspectos que provocam alterações tanto psicológicas como
6
afetivas; a ansiedade e o medo são freqüentemente encontrados entre os pacientes
críticos. A humanização da UTI está diretamente ligada à atuação dos profissionais de saúde
frente aos fatores estressantes13.
Falar de estresse ocupacional nos tempos modernos de hoje, não é nenhuma novidade,
e
a
enfermagem
é
considerada
uma
das
profissões
mais
estressantes
devido
a
responsabilidade pela vida e por estar o tempo todo em contato com clientes em situações de
dor e sofrimento. E na UTI o estresse se agrava ainda mais por ser uma área restrita, fechada,
refrigerada, com ruídos constantes, possuir uma iluminação artificial e o relacionamento interpessoal ser com a mesma equipe14.
O estado emocional do enfermeiro é um fator que pode influenciar no desempenho do
seu papel frente a UTI e na qualidade de assistência prestado ao cliente, estando relacionada a
carga elevada de trabalho com grande número de atividades exaustivas e trabalhos
interligados sem período de sono e repouso, causando um desgaste físico e emocional15.
A dificuldade de comunicação do paciente faz com que a necessidade de cuidados seja
aumentada, por isso a comunicação não-verbal é essencial ao cuidado humano resgatando a
capacidade do enfermeiro de perceber com maior precisão os sentimentos do paciente e
entendendo melhor o que acontece na relação entre enfermeiro e paciente16.
Em pesquisa feita sobre a qualidade e humanização do atendimento em UTI detectaram
que durante a internação do familiar nesta unidade o fator de maior insatisfação é a falha na
comunicação, pois nem sempre as informações são passadas pelo mesmo profissional de
saúde, onde ocorre distorção das mesmas17.
A falha na comunicação é o principal dificultado no processo de humanização, por ser
uma “ponte” entre enfermeiro-paciente-família, pois uma comunicação eficaz pode despertar
no paciente e na família sentimentos de segurança, confiança e conforto 14. Os familiares dos
clientes internados em UTI também necessitam de cuidados especiais, pois cada um tem
necessidades específicas e apresentam freqüências elevadas de estresse, distúrbios do humor
e ansiedade durante o acompanhamento da internação nesta unidade, por isso a participação
do enfermeiro junto à família é de grande importância18.
Na literatura, estudiosos apontaram que vários fatores podem dificultar o processo de
humanização da assistência como diferentes culturas, tempo escasso para a realização de
cuidados, a substituição de pessoal por máquinas, estrutura física inadequada, dificuldade de
comunicação entre a equipe e paciente-família e o stress ao que o enfermeiro é submetido
durante o trabalho em UTI.
Conclui-se que os fatores que dificultam a humanização em UTI são inúmeros, tanto
7
humanos, quanto ambientais, daí a importância da comunicação tanto entre a equipe
quanto com os familiares.
4.3 Os principais fatores que contribuem a humanização na UTI são a relação famíliaenfermeiro-paciente efetivada pela comunicação terapêutica verbal e não verbal.
Diversos fatores contribuem com o processo de humanização na UTI que facilitaram na
realização de um cuidado holístico para os clientes e seus familiares. Dentre os 22 artigos nove
abordaram esse tema, conforme observado abaixo:
A assistência aos familiares deve fazer parte do conjunto de estratégias e intervenções
aplicadas pelos profissionais de saúde da UTI, para tratar não somente os pacientes mais
também seus familiares18. A interação entre a família, profissionais de saúde e pacientes é
uma
importante
“corrente”
para
melhora
na
qualidade
da
assistência,
contribuindo
significativamente no processo de internação11.
É importante que os enfermeiros estabeleçam uma boa relação com a família, criando
com isso um sentimento de confiança, porém devemos estar atentos quanto as reais
necessidades dos familiares, estando “abertos” para diálogos, perguntas, ajudando-os a
compreender e enfrentar a situação do paciente19.
Os familiares têm uma grande necessidade de conhecimento/ informações sobre o
paciente; saber ao certo como está sendo e evoluindo a internação 18. Muita das vezes a família
se mostra satisfeita ao ver o cuidado prestado ao paciente vendo que seu ente querido está
em “boas mãos”, por isso é importante uma assistência humanizada e de qualidade prestada
ao paciente19.
A comunicação é uma importante variável no cuidado do paciente crítico e de sua
família, sendo ela um meio de informação na qual há esclarecimento de dúvidas, há
orientações e essas informações devem ser claras e objetivas. Através de uma comunicação
efetiva é que o profissional pode ajudar o paciente a conceituar seus problemas, enfrentá-los
buscando alternativas de solução dos mesmos19.
Para que haja uma boa qualidade no atendimento em UTI a comunicação deve ser
sempre realizada da maneira mais adequada possível, evitando termos de difícil compreensão
e com esclarecimento
de
todas as
informações não havendo omissão
de qualquer
informação16.
As orientações prestadas a família devem ser bem feitas, pois um total esclarecimento
de dúvidas, explicações sobre o quadro do paciente, normas e rotinas da unidade e para que
serve cada equipamento, em geral tranqüilizam os familiares, pois estes quando bem
orientados ajuda no processo de reabilitação do paciente12.
8
A
comunicação
terapêutica
denominada
enfermeiro-paciente
é
um
fator
essencial para humanização, pois é a comunicação sendo ela verbal ou não-verbal, que
identificamos e atendemos as necessidades de saúde do paciente contribuindo para melhorar a
qualidade da assistência de enfermagem e despertando também nos pacientes sentimentos de
confiança, amenizando assim a ansiedade e o medo dos mesmos, fazendo com que elas lutem
pelo seu restabelecimento com dignidade8.
A comunicação é considerada como um ponto chave no processo de assistência de
enfermagem de qualidade e humanizada, porém não somente a comunicação verbal mais
também a comunicação não-verbal, através de gestos expressões faciais e posturas que
podem auxiliar na compreensão enfermeiro-paciente20. O toque é importante fator para
aproximação, afetividade e confiança estabelecida entre o profissional e o paciente
demonstrando espontaneamente o seu apoio e carinho, transmitindo cada vez mais segurança
ao cliente21.
A solidão sentida pelos pacientes pode ser diminuída se tivermos sempre em mente que
a comunicação verbal e principalmente o toque trás o cliente para o mundo exterior diferente
do ambiente enfrentado por ele. O toque sendo ele expressivo/afetivo, instrumental ou
terapêutico é de grande importância para identificar confiança e capacidade de compreensão e
melhora na interação enfermeiro e cliente. Quanto mais ocorre o toque e mais demorado ele
seja há uma maior facilidade e liberdade em tocá-lo novamente, aproximando assim o cliente
que está sob seu cuidado7.
Os autores citam que deve haver interação entre família, profissionais de saúde e
pacientes, comunicação terapêutica, comunicação verbal ou não verbal. Isso poderá contribuir
na capacidade de compreensão gerando confiança por parte do cliente melhorando assim na
relação enfermeiro-cliente, o que repercute na humanização do ambiente.
Neste contexto observa-se que o enfermeiro deve estabelecer uma boa comunicação e
interação entre a família, equipe de saúde e cliente para que haja uma boa qualidade no
atendimento favorecendo o processo de humanização.
4.4 A participação do profissional de enfermagem e da família na humanização em UTI
é importante.
O profissional da saúde deve ser elo entre a família e o paciente na UTI conforme citado
entre quatro dos vinte e dois autores relacionados em seguida:
A equipe de enfermagem é responsável pela monitorização do paciente 24 horas por
dia, por isso através de suas ações e condutas a serem tomadas contribuem para a diminuição
dos estressores gerando com isso uma melhor qualidade assistencial5.
9
Através de depoimentos dados pelos pacientes, sobre quem é o personagem
enfermeiro na UTI comprovou que ele é visto muito das vezes como uma figura protetora,
semelhante ao cuidado materno, pois ele visa a reabilitação do paciente em várias esferas,
como por exemplo, emocional e física22.
A posição que o profissional assume enquanto está próximo ao paciente é fundamental,
pois quanto mais de frente se posicionar em relação à face do paciente mais facilmente
identifica as expressões, pensamentos e sentimentos, além de ser o “olho-a-olho” que
estabelece um vínculo verdadeiro de confiança. Devendo sempre também esclarecer ao cliente
os procedimentos que serão realizados e os benefícios dos mesmos, mostrando com isso o
respeito profissional-paciente. Salientando que o esclarecimento não deve ser feito apenas da
técnica realizada, mais também conversando com o paciente trazendo com isso tranqüilidade
para seus anseios e medos, favorecendo assim sua reabilitação íntegra21.
Na maioria das unidades hospitalares existe uma resistência tanto da parte da
instituição quanto dos profissionais em relação a liberação de visitas e presença de
acompanhantes na UTI; porém os acompanhantes são fonte de conforto e segurança
contribuindo para a humanização, pois o avanço tecnológico transforma o ambiente e as
pessoas que nele trabalham. O acompanhante não deve ser visto como uma ameaça a
instituição e aos profissionais de saúde, desde que estes pratiquem o atendimento com
qualidade23.
Os autores relatam que os cuidados prestados aos pacientes durante as 24 horas
diárias influenciaram na qualidade da assistência e que o enfermeiro é visto como uma figura
protetora estabelecendo com isto vínculo de confiança, onde a presença do familiar como
acompanhante não deve ser vista como uma ameaça, mais um contribuinte na melhora do
paciente.
Conclui-se que a comunicação é um fator primordial no processo de humanização
facilitando o vinculo entre enfermeiro-paciente. Desta forma, a falta da comunicação pode ser
um importante fator dificultador da humanização em UTI.
5 Considerações Finais
A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) evoluiu ao longo dos anos com máquinas cada
vez mais modernas, diminuindo assim a relação paciente/enfermeiro, tornando o ambiente
cada vez mais frio, hostil e desumanizado.
O objetivo deste estudo foi identificar os fatores que dificultam a humanização em UTI e
demonstrar a importância da comunicação no processo de humanização na UTI. Observou-se
em vinte dois estudos que vários fatores podem vir a dificultar a humanização na UTI, como a
10
própria estrutura física da UTI, a falha na comunicação, falta de assistência a família e
estresse do profissional.
O resultado desta pesquisa demonstrou que a comunicação eficaz, simples e objetiva,
contribuirá com a reabilitação do paciente e conforto familiar, pois são aspectos que tornarão a
assistência de enfermagem mais humanizada, e diminuir o estresse ocupacional dentro da
unidade também é uma forma de prestar uma assistência de qualidade.
Através da prática constante de uma comunicação eficaz que mostraremos a equipe, a
importância e o diferencial de uma assistência humanizada. O incentivo do conhecimento
científico validará a importância do trabalho do enfermeiro realizado com carinho, atenção,
dedicação, paciência, persistência, amor e qualidade, que serão benefícios prestados ao
paciente e a família que levarão a um cuidado holístico.
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13
Oficio 02/ 2010
Goiânia 23 de abril 2010
A Revista Eletrônica de Enfermagem e Nutrição
A/C.: Renata Vieira França
Vimos por meio deste, encaminhar nosso artigo cujo título é “Assistência de
Enfermagem na UTI: Uma Abordagem Holística”, a fim de ser avaliado e publicado pela
Comissão Editorial.
Eu, Marislei Espíndula Brasileiro, Enfermeira, residente na Rua T-37 nº Edifício
Capitólio, apto 404, Setor Bueno – Goiânia-GO, e-mail: [email protected], fone: (62)
3255-4747, assino autorizando sua publicação.
Eu, Adriane José de Souza Silva, Enfermeira, residente na Rua A3 Qd. 15 Lt. 09
Bairros da Vitória Área III – Goiânia/GO, e-mail: [email protected], fone: (62)
3595-4759, assino autorizando sua publicação.
Eu, Crissiê Gonçalves Mota e Souza, Enfermeira, residente na Rua R-4 Qd. 04 Lt.
06 Conjuntos Itatiaia I – Goiânia/GO, e-mail: [email protected] fone: (62) 3205-1843 /
9104-2184, assino autorizando sua publicação.
Eu, Kelly Cristina da Mota Leda, Enfermeira, residente na Rua Palmito Qd. T Lt.
08 Bairros Vila Morais Goiânia/GO, e-mail: [email protected], fone: (62) 3206-0894,
assino autorizando sua publicação.
Sem mais para o momento, agradecemos.
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