UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS CAMPUS DE BOTUCATU OCORRÊNCIA DE BEGOMOVÍRUS EM PLANTAS DE PIMENTÃO NO ESTADO DE SÃO PAULO E COMPORTAMENTO DE GENÓTIPOS DE Capsicum spp. AO Tomato severe rugose virus E A Bemisia tabaci MEAM1 KÉSSIA DE FÁTIMA DA CUNHA PANTOJA Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP Campus de Botucatu, para obtenção do título de Mestre em Agronomia (Proteção de Plantas). BOTUCATU – SP Fevereiro/2014 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS CAMPUS DE BOTUCATU OCORRÊNCIA DE BEGOMOVÍRUS DE PLANTAS DE PIMENTÃO NO ESTADO DE SÃO PAULO E COMPORTAMENTO DE GENÓTIPOS DE Capsicum spp. AO Tomato severe rugose virus E A Bemisia tabaci MEAM1 KÉSSIA DE FÁTIMA DA CUNHA PANTOJA Orientadora: Profa. Dra. Renate Krause Sakate Co-Orientadora: Profa. Dra. Kelly Cristina Gonçales Rocha Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP Campus de Botucatu, para obtenção do título de Mestre em Agronomia (Proteção de Plantas). BOTUCATU – SP Fevereiro/2014 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS CAMPUS DE BOTUCATU CERTIFICADO DE APROVAÇÃO TÍTULO: “OCORRÊNCIA DE BEGOMOVÍRUS DE PLANTAS DE PIMENTÃO NO ESTADO DE SÃO PAULO E COMPORTAMENTO DE GENÓTIPOS DE Capsicum spp. AO Tomato severe rugose virus E A Bemisia tabaci MEAM1” ALUNA: KÉSSIA DE FÁTIMA DA CUNHA PANTOJA ORIENTADORA: PROFA. DRA. RENATE KRAUSE SAKATE CO-ORIENTADORA: PROFA. DRA. KELLY CRISTINA GONÇALES ROCHA Aprovado pela Comissão Examinadora Data da realização: 25 de fevereiro de 2014. “Sonhe com aquilo que você quer ser, porque você possui apenas uma vida e nela só se tem uma chance de fazer aquilo que quer. Tenha felicidade bastante para fazê-la doce. Dificuldades para fazê-la forte. Tristeza para fazê-la humana. E esperança suficiente para fazê-la feliz. As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas. Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos. A felicidade aparece para aqueles que choram. Para aqueles que se machucam Para aqueles que buscam e tentam sempre. E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passaram por suas vidas. Aprendi que hoje é reflexo de ontem, que dor fortalece, que vencer engrandece. Aprendi que sonhar não é fantasiar, que o valor está na força da conquista, que fazer é melhor que falar, que o olhar não mente, que viver é aprender com os erros… E umas das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de.” (Clarice Lispector) “O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher.” (Cora Coralina) I Agradeço a Deus, pela vida e por todas as graças concedidas. DEDICO Aos meus pais, Maria de Fátima Cunha Pantoja e Isac Nepomuceno Pantoja, por terem me concedido a vida, por todo ensinamento, educação e compreensão. Pelos momentos bons e ruins que estiveram ao meu lado, pelo incentivo de cada dia. Agradeço pelas inúmeras vezes que me enxergaram melhor do que sou, pela capacidade de me olharem devagar. Pelo apoio que sempre me deram e por acreditarem nos meus sonhos. Agradeço a vocês, meus pais por natureza, e por amor. Ao meu querido irmão Jorge Luíz Cunha Pantoja, pelo amor, amizade e companheirismo de sempre. Por ser você, meu querido e amado irmão. Amo Vocês! “Percebe e entende que os melhores amigos. São aqueles que estão em casa esperando por ti. Acreditam nos momentos mais difíceis da vida, eles sempre estarão por perto, pois só sabem te amar. E se por acaso a dor chegar, ao teu lado vão estar. Pra te acolher e te amparar, pois não há nada como um lar. Tua família volta pra ela. Tua família te ama e te espera. Para ao teu lado sempre estar...( Tua Família- Anjos de Resgate). II AGRADEÇO A minha amiga, Cristiane Melo de Sousa, pela amizade, apoio e companheirismo de sempre. Pelos momentos alegres e de descontração. Pelos momentos tristes que dividimos. Pelos momentos em que perdi a paciência, e você veio com palavras amenas e me acalmou. Pelos momentos de esperança, em que pensamos no futuro juntas. Por estar sempre ao meu lado nessa jornada e pela ajuda nessa vitória. Aos meus queridos amigos de Belém, Kleber Sousa, pela amizade, apoio e companheirismo de sempre, pelas horas concedidas de conversas, conselhos e aprendizado. Por estar sempre ao meu lado em todos os momentos. Por me compreender. Luana Oliveira, pela amizade, apoio e companheirismo. Por acreditar sempre nos meus sonhos e em mim. Por nossas conversas e nossos momentos de descontração. A Fernando Dias, Pelo apoio, companheirismo e dedicação, por me ensinar a ver a vida de outra forma. Por seus conselhos, sua companhia. Por nossos momentos. Por ser quem é. Aos amigos do laboratório de Virologia em especial, Daiana Bampi, Evelynne Ûrzedo, Leysimar Pitzr e Leonardo Barbosa, pelo companheirismo e principalmente pela amizade. (“Amigos, pra sempre. Bons amigos que nasceram pela fé. Amigos, pra sempre. Para sempre amigos sim, se Deus quiser” ) Obrigada a todos por contribuírem para meu sucesso e para meu crescimento como pessoa. Sou o resultado da confiança e da força de cada um de vocês. III AGRADECIMENTOS À CAPES, pela concessão da bolsa de estudos . À Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Faculdade de Ciências Agronômicas – Campus de Botucatu, assim como ao Departamento de Proteção de Plantas, pela oportunidade da realização do curso de mestrado. À minha Orientadora e prof ª Renate Krause Sakate pela orientação, conselhos e apoio ao longo deste trabalho, sendo estes requisitos essenciais para minha formação profissional. À minha Co-Orientadora Kelly Cristina Gonçales Rocha, pelo apoio, orientação, ensinamento, amizade e companheirismo. Por acreditar sempre e auxiliar para o desenvolvimento deste trabalho. Pelo apoio em minha formação profissional e pessoal. À Drª Alessandra de Jesus Boari, minha primeira orientadora na vida acadêmica, pela orientação e apoio. Pelos ensinamentos primordiais na fitopatologia e virologia e pela grande contribuição no meu desenvolvimento profissional. Ao Prof. Marcelo Agenor Pavan, pela ajuda e contribuições neste trabalho. Ao Prof. Drº Edson Luiz Lopes Baldin, pelo apoio e ensinamentos transmitidos. E ao Laboratório de Resistência de Plantas à Insetos e Plantas Inseticidas (LARESPI) . À Drª. Arlete M. T. Melo, pelo fornecimento de sementes. Á Sakata Seed Sudamerica pelo apoio prestado. À minha amiga de curso Amanda Gretter Frias, pela amizade e apoio. Aos colegas, Bruno De Marchi, David Spadotti, Gerson Suzuki, Júlio Marubayashi, Letícia Moraes, Milena Leite, Mônica Fecury e Taty Mituti. E ao funcionário do Departamento de Proteção Vegetal, Paulinho. A todos que contribuíram para realização deste trabalho, muito obrigada! IV SUMÁRIO 1. RESUMO ...................................................................................................................1 2. SUMMARY ...............................................................................................................3 3. INTRODUÇÃO ..........................................................................................................5 4. REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................................8 4.1. Importância econômica de pimentas e pimentões .................................................8 4.2. Família Geminiviridae – Gênero Begomovirus ................................................... 10 4.3. A importância dos begomovírus para o gênero Capsicum. .................................. 13 4.4. Bemisia tabaci: características biológicas, taxonômicas e transmissão de begomovírus ................................................................................................................. 14 4.5. 5. Efeito da resistência de Capsicum na dispersão de Begomovírus ........................ 18 MATERIAL E MÉTODOS....................................................................................... 20 5.1. Coleta de amostras, detecção e variabilidade de begomovírus em Capsicum ......20 5.2. Comportamentode genótipos de Capsicum spp. ao ToSRV...........................................................................................................................22 5.2.1. Obtenção do Inóculo de ToSRV e genótipos de Capsicum spp. .............................. 22 5.2.2 Inoculação, avaliação dos sintomas e da presença do ToSRV nos genótipos ............ 24 5.3. Avaliação de atratividade e preferência para oviposição de B. tabaci MEAM1 em genótipos de Capsicum spp. .......................................................................................... 24 5.3.1. Teste com chance de escolha ................................................................................. 25 5.3.2. Teste sem chance de escolha.................................................................................. 25 5.4. Avaliação dos aspectos biológicos de Bemisa tabaci MEAM1 em genótipos de Capsicum spp.................... ............................................................................................ 27 5.5. Dispersão primária e secundária do ToSRV em genótipos de Capsicum spp. assintomáticos ao vírus ................................................................................................. 29 5.5.1. Dispersão Primária ............................................................................................. 30 5.5.2. Dispersão Secundária ......................................................................................... 31 6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 32 V 6.1. Detecção e variabilidade de begomovírus em Capsicum ....................................... 32 6.2. Comportamento de genótipos de Capsicum spp ao ToSRV ................................ 35 6.3. Atratividade e preferência para oviposição de B. tabaci MEAM1 em genótipos de Capsicum spp. .............................................................................................................. 39 6.3.1. Experimento com chance de escolha ........................................................... 39 6.3.2. Experimento sem chance de escolha ........................................................... 43 6.4. Avaliação dos aspectos biológicos de B. tabaci MEAM1 em genótipos de Capsicum spp................................................................................................................. 44 6.5. Dispersão primária e secundária do ToSRV em genótipos de Capsicum spp. assintomáticos ao vírus ................................................................................................. 47 7. CONCLUSÕES ........................................................................................................ 50 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 51 VI LISTA DE FIGURAS Figura 1. Representação esquemática do genoma do Bean golden yellow mosaic virus (BGYMV), espécie-tipo do gênero Begomovirus . Extraído de (GUTIERREZ, et al.(2004). ........................................................................................................................................ 11 Figura 2. Ensaios de atratividade e preferência de oviposição de Bemisia tabaci MEAM1 em genótipos de Capsicum spp. em gaiolas de vidro. ....................................................... 26 Figura 3. Genótipos de Capsicum sob iluminação tipo fluorescente “plant light” (Grolux F 20 W T12). ...................................................................................................................... 28 Figura 4. Representação esquemática do ciclo de vida de Bemisia tabaci (MEAM1), Aovo; B- 1ºínstar; C- 2º ínstar; D- 3º ínstar; E- 4º ínstar e F- adulto. ................................... 28 Figura 5. Detalhe do ensaio de dispersão primária ........................................................... 30 Figura 6. Detalhe do ensaio de dispersão secundária ....................................................... 31 Figura 7. Análise filogenética de begomovírus provenientes de pimentão do Estado de São Paulo e outros begomovírus do GenBank, baseado no alinhamento de nucleotídeos referente à parte da região codificadora para a proteína capsidial. Valor de Bootstrap 2000, Programa Mega Versão 5.2. Seqüências de begomovírus utilizadas: ToSRV (JX 415196) e ToYVSV (EF459696). ..................................................................................................... 34 Figura 8. Expressão dos sintomas observados em genótipos de Capsicum spp. infectados com Tomato severe rugose vírus, com base na escala diagramática descrita por Rocha et al., 2012a . ....................................................................................................................... 36 VII LISTA DE TABELAS Tabela 1. Período, localidade e número de plantas de pimentão sintomáticas coletadas nos Períodos de agosto de 2012 a janeiro de 2013. ........................................................... 21 Tabela 2. Relação de acessos de espécies de Capsicum spp pertencente ao Banco de Germoplasma do Instituto Biológico de Campinas, IAC. .................................................. 23 Tabela 3. Levantamento dos vírus em plantas de pimentão coletadas em diferentes municípios do Estado de São Paulo durante 2012/2013. ................................................... 33 Tabela 4. Resposta de acessos de Capsicum spp. inoculados por Bemisia tabaci com Tomato severe rugose virus (ToSRV). ............................................................................. 37 Tabela 5. Média do número de adultos de Bemisia tabaci (MEAM1) presentes em genótipos de Capsicum spp. em 24, 48 e 72h após liberação e média de oviposição em teste com escolha. .................................................................................................................... 41 Tabela 6. Médias de adultos de Bemisia tabaci (MEAM 1) em diferentes genótipos de Capsicum spp., 24 e 48h após liberação e média de ovos após 48h, em teste sem chance de escolha ............................................................................................................................. 43 Tabela 7. Duração média (±EP) de período de incubação, instares ninfais e período ninfal total de Bemisia tabaci (MEAM 1) em diferentes genótipos de Capsicum spp. ................. 44 Tabela 8. Médias de mortalidade ninfal (%) de Bemisia tabaci (MEAM 1) mantidos em sete genótipos de Capsicum spp. ...................................................................................... 45 Tabela 9. Médias de período de desenvolvimento (ovo a adulto), viabilidade ninfal (%) e número total de adultos emergidos de Bemisia tabaci (MEAM 1) em sete genótipos de Capsicum spp. .................................................................................................................. 46 Tabela 10. Dispersão primária e secundária de ToSRV nos genótipos de Capsicum spp. inoculados por B. tabaci MEAM1. ................................................................................... 48 1 1. RESUMO A mosca branca Bemisia tabaci MEAM1, (Hem: Aleyrodidae) é considerada uma das pragas mais ameaçadoras em todo o mundo, principalmente por sua capacidade de transmitir vírus, em especial os begomovírus. Diante da importância desse vírus e de seu vetor, o presente trabalho avaliou a ocorrência de begomovírus em áreas de produção de pimentão. Do total de 83 amostras de pimentão analisadas somente 13 (15,66%) foram positivas para begomovírus, sendo encontradas as espécies já relatadas para o estado de São Paulo: Tomato severe rugose virus (ToSRV) e Tomato yellow vein streak virus (ToYVSV). Verificou-se também a presença de Cucumber mosaic virus (CMV) e tospovírus nas plantas analisadas. O trabalho também teve como objetivo avaliar a resposta de 36 genótipos de Capsicum à infecção pelo ToSRV, à atratividade e à preferência para oviposição por moscas brancas em testes de livre escolha. Após esta análise preliminar, foram selecionados os genótipos C. annuum (IAC-1551; IAC-1566; IAC-1579), C. chinense (IAC-1545; IAC-1549) e C. frutescens (IAC-1544) (assintomático ao vírus e não atrativo ao vetor) e C. baccatum (IAC-1357) (sintomático ao ToSRV e atrativo ao vetor), para as etapas subsequentes. Os genótipos IAC-1566, IAC-1544 e IAC1357 também foram avaliados quanto à dispersão primária e secundária do ToSRV pela mosca-branca. C. annuum (IAC-1551; IAC-1566; IAC-1579), C. chinense (IAC-1545; IAC-1549) e C. frutescens (IAC-1544) mostraram-se assintomáticos ao isolado de ToSRV avaliado durante 80 dias após inoculação e as médias de oviposição e atratividade variaram de 0,33 a 2,66 ovos/genótipo e 0,25 a 3,50 adultos/genótipo respectivamente, em teste com chance de escolha. No teste sem chance de escolha foi observada baixa atratividade e oviposição de adultos de mosca-branca nos genótipos IAC-1544; IAC-1551; 2 IAC-1579; IAC-1545 e IAC-1549 que diferiram estatisticamente da IAC-1357 cujo período de desenvolvimento ninfal foi de 30,25 dias e a porcentagem de adultos de mosca branca foi de 27,78%. O desenvolvimento completo de ovo a adulto também foi observado em C. chinense (IAC-1545), porém com porcentagem de emergência de insetos de 4,45%. Os demais genótipos não permitiram o desenvolvimento de adultos da mosca branca. Nos ensaios de dispersão primaria e secundária não foi observada diferença no número de plantas infectadas dos genótipos IAC 1357 e IAC-1566. Os resultados indicam que os genótipos IAC-1544; IAC- 1551; IAC- 1579 e IAC- 1549 são promissores para programas de melhoramento genético de Capsicum no Brasil, pois mostraram baixa atratividade e oviposição, além de inibirem o desenvolvimento ninfal, podendo ser indicados em programas de manejo contra begomovírus e mosca branca. ____________________________ Palavras-chave: mosca-branca, begomovírus, pimentas, dispersão. 3 2. SUMMARY BEGOMOVIRUS OCCURRENCE IN PEPPER PLANTS IN SÃO PAULO STATE AND BEHAVIOR TO Tomato severe rugose virus AND Bemisia tabaci MEAM1 IN Capsicum spp. GENOTYPES. Botucatu, 2014. p. Dissertação (Mestrado em Agronomia/Proteção de Plantas) – Faculdade de Ciências Agronômicas. Universidade Estadual Paulista. Autor: Késsia De Fátima Cunha Pantoja Orientador: Renate Krause-Sakate Co-Orientador: Kelly Cristina Gonçales Rocha The Whitefly Bemisia tabaci MEAM1 (Hem: Aleyrodidade) is considered one of the most threatening pests worldwide, mainly because of its ability to transmit viruses, especially begomoviruses. Given the importance of this virus and its vector, the present study evaluated the of occurrence of begomoviruses in production areas of peppers. Of the total of 83 samples analyzed only 13 (15,66%) were positive for begomovirus, and the two species already reported for state of São Paulo Tomato severe rugose virus (ToSRV) and Tomato yellow vein streak virus (ToYVSV) were detected on the plants. Cucumber mosaic virus (CMV) and tospovirus were also detected on the plants analyzed. We also evaluate 36 genotypes of Capsicum for ToSRV infection, for attractiveness and oviposition preference by whiteflies released in choice experiments. 4 After this preliminary analysis, the genotypes C. annuum (IAC-1551, IAC-1566, IAC1579), C. chinense (IAC-1545, IAC-1549) and C. frutescens (IAC-1544) (assymptomatic for ToSRV and less attractive for the whitefly) and C. baccatum (IAC-1357) (symptomatic for ToSRV and more attractive for the vector) were selected for the subsequent. The genotypes IAC-1566, IAC-1544 and IAC-1357 were also evaluated for the primary and secondary dispersion of ToSRV by the whiteflies. C. annuum (IAC-1551, IAC-1566, IAC1579), C. chinense (IAC-1545, IAC-1549) and C. frutescens (IAC-1544) were asymptomatic for ToSRV at 80 days after inoculation and the averages of attractiveness and oviposition ranged from 0.33 to 2.66 eggs / genotype and 0.25 to 3.50 adults / genotype, respectively, with whiteflies released in free choice test. In the no choice test, low attractiveness and oviposition of adult whiteflies were observed for genotypes IAC1544, IAC-1551, IAC-1579, IAC-1545 and IAC-1549 which were statistically different from IAC -1357. The nymphal development for genotype IAC-1357 was 30.25 days and the percentage of whitefly adults was 27.78%. The complete development from egg to adult was also observed in C. chinense (IAC-1545), but with insect emergence percentage of 4.45%. For the other genotypes no adult emergence could be observed. The low attractiveness and oviposition by whiteflies and also inhibit of adults observed in genotypes IAC- 1544; IAC-1551; IAC- 1579 and IAC- 1549 made them interesting for breeding programs of Capsicum in Brazil. ______________________ Keywords: whitefly, begomoviruses, peppers, dispersion. 5 3. INTRODUÇÃO O gênero Capsicum, da família Solanaceae, apresenta importância agrícola mundial e é largamente cultivada nas regiões temperadas e tropicais, não só devido sua importância econômica como especiaria, mas também por seu valor nutricional, ornamental e medicinal (POZZOBON et al., 2006). Este gênero é composto por 31 espécies, sendo cinco classificadas como domesticadas, que são: C. annuum L. (pimentão, pimenta doce), C. chinense Jaqc. (pimenta-de-cheiro, pimenta-de-bode, murici), C. frutescens L. (pimenta malagueta) e C. baccatum L. (dedo-de-moça, chapéu-de-frade), grandemente consumidas e produzidas no Brasil, e a Capsicum pubescens L., não cultivada neste país (LANNES et al., 2007). Destacam-se por terem boa adaptação às condições de clima tropical e grande diversidade genética que é evidenciada, por exemplo, em seus frutos e flores que apresentam variedades de tamanhos, formas e colorações (HAVERROTH; NEGREIROS, 2011; ZENI ; BOSIO, 2011). 6 Atualmente o pimentão é produzido em todo o território brasileiro, mas os maiores produtores são os estados de São Paulo e Minas Gerais, responsáveis por uma área de aproximadamente 5.000 hectares e produção e 120.000 toneladas (RIBEIRO; CRUZ, 2003). No mundo, segundo dados da FAO - Organização das Nações Unidas para a agricultura, em 2011 a produção mundial foi de 29,6 milhões de toneladas e no Brasil a produção é de 197 mil toneladas (CONAB, 2010). Seus frutos são comercializados principalmente na coloração verde e vermelha, apesar de serem também produzidos frutos de cor amarela, marfim, laranja e arroxeada (FILGUEIRA, 2003). A produção destina-se para o consumo in natura e processamento de molhos, conservas e outras formas de preparo de pimenta (CARVALHO et al., 2003). Apesar dos avanços tecnológicos incorporados na produção, doenças de origens bióticas e abióticas podem interferir na produção, com destaque para àquelas causadas por vírus. As doenças de etiologia viral limitam consideravelmente a produção de pimentas e pimentões. No Brasil já foram relatados vários gêneros de vírus que infectam pimentões: Begomovirus, Tomato severe rugose virus (ToSRV) e a espécie tentativa Tomato yellow vein streak virus (ToYVSV) (NOZAKI et al., 2006; NOZAKI et al., 2010); Cucumovirus , Cucumber mosaic virus (CMV) (FRANGIONE et al., 2002); Potyvirus, Potato virus Y(PVY) (COSTA; ALVES, 1950) Pepper yellow mosaic virus (PepYMV) (INOUE-NAGATA et al,. 2002); Tobamovirus, Tobacco mosaic virus (TMV), Pepper mild mottle virus (PMMoV) e Tomato mosaic virus (ToMV) LIMA et al., 2000); Tospovirus Tomato spotted wilt virus (TSWV), Groundnut ringspot virus - GRSV) e Tomato chlorotic spot virus (TCSV) (ÁVILA, et al., 2004). Em pimentão, o primeiro relato de begomovírus ocorreu no Submédio do Vale São Francisco, que compreende os estados da Bahia e Pernambuco (LIMA et al., 1999; LIMA et al., 2001), e no Estado de São Paulo em 2005 (NOZAKI, et 7 al., 2006, NOZAKI, 2007). Neste último, o vírus foi caracterizado como Tomato severe rugose virus (ToSRV). No Estado de Goiás o primeiro relato do ToSRV ocorreu em uma cultivar de pimenta dedo-de-moça (Capsicum bacatum) (BEZERRA-AGASIE et al., 2006). A transmissão e dispersão de begomovírus no campo ocorre pela ação das moscasbrancas, Bemisia tabaci, (Hemiptera: Aleyrodidae) (STANLEY et al., 2005). Nos últimos anos, os problemas fitossanitários associados a insetos do gênero Bemisia tornaram-se cada vez mais frequentes em tomateiros e pimentões cultivados em todo o mundo. A mosca - branca B. tabaci é atualmente considerada uma das principais pragas destrutivas do século 20 (JONES et al., 2008). As condições climáticas da maior parte do território do Brasil permitem o cultivo de várias espécies de plantas hospedeiras durante o ano todo, o que favorece à multiplicação e dispersão contínua da mosca branca (FARIA et al., 2000). Uma das principais consequências do aumento populacional desse inseto tem sido o aumento na incidência de vírus pertencentes ao gênero Begomovirus e também Crinivirus (NAVAS-CASTILLO et al., 2011). A utilização de cultivares resistente pode ser considerada a opção mais eficaz, durável e estável dentro da estratégia de manejo integrado (ROCHA et al., 2012b). Porém, no Brasil não há variedades comerciais de pimentão indicadas como resistentes a begomovírus. Portanto, os objetivos do trabalho foram: avaliar reação de 36 genótipos de Capsicum spp. ToSRV, quanto a atratividade, oviposição e aspectos biológicos de B. tabaci (MEAM1), a dispersão primária e secundária do ToSRV pela B. tabaci espécie MEAM1, também conhecida como biótipo B, prevalente no Brasil. 8 4. REVISÃO DE LITERATURA 4.1. Importância econômica de pimentas e pimentões O pimentão pertence ao gênero Capsicum (Grego Kato – picar ou arder), família Solanaceae, neste gênero encontram-se os pimentões, as pimentas doces e pimentas picantes. A classificação do gênero é realizada com base nos níveis de domesticação, podendo as espécies ser consideradas silvestres semi domesticadas e domesticadas (BIANCHETTI; CARVALHO, 2005). Há grande variação na forma, tamanho e coloração dos frutos em plantas pertencentes ao gênero Capsicum (BOSLAND; VOTAVA, 1999). As solanáceas apresentam distribuição mundial, exceto na Antártida, sendo que a maior diversidade de espécies ocorre nas Américas do Sul e Central. Capsicum é um gênero tipicamente americano, com a existência de apenas uma espécie fora das Américas (BIANCHETTI et al., 1999). O cultivo de pimentão ocorre praticamente em todas as regiões do Brasil, sendo cultivados aproximadamente 13 mil ha, com produção de 290 mil toneladas de frutos (MAROUELLI; SILVA, 2012). O Estado de São Paulo cultiva cerca de 23,70 % dessa área, seguido pelos estados do RJ, MG, SC, PR, GO e CE. Apenas 4,70% de toda a 9 área produtora de pimentão no é feita sob cultivo protegido, localizando-se no estado de São Paulo e no Distrito Federal (KOBORI et al., 2008). Segundo Cruz e Banci (2008), as pimenteiras do gênero Capsicum possuem um cultivo relativamente fácil, quando comparadas a outras solanáceas, como a batata, tomate e mesmo o pimentão. Estes autores afirmam que é possível distinguir as pimentas dos pimentões através de características morfológicas e pela pungência do fruto, isto é, pelo sabor picante conferido por alcaloides denominados capsaicinóides. As plantas de pimentão não possuem frutos pungentes e normalmente são grandes e largos, de formato retangular, quadrado ou triangular. Diferentemente do pimentão, as pimentas apresentam certa rusticidade no campo e um ciclo mais longo, com um período de colheita que pode ser realizado por mais de um ano (CNPH, 2001). Mesmo cultivadas de maneira rústica, dezenas de variedades de pimentas são produzidas no Brasil, ocasionando movimentações financeiras de milhões ao ano, considerando-se o mercado interno e as exportações (MATTOS et al., 2008). Durante o desenvolvimento e produção, as culturas de pimentas e pimentões são afetadas por doenças de origens bióticas e abióticas. O sucesso na produção depende, em grande parte, de cuidados dispensados ao controle de doenças, insetos e nematóides. O nível de produtividade e qualidade dos frutos será tanto melhor quanto menor for à incidência desses problemas (PEIXOTO et al., 1999). Os problemas fitossanitários associados a insetos do gênero Bemisia (Hemíptera: Aleyrodidae) tornaramse cada vez mais frequentes na cultura de pimentas e pimentões cultivados em todo o mundo (NARANJO; ELLSWORTH, 2001), exigindo atenção dos produtores. 10 4.2. Família Geminiviridae – Gênero Begomovirus A família Geminiviridae é constituída por espécies de vírus caracterizados estruturalmente pela morfologia geminada da partícula viral, com 18-30 nm e geneticamente por possuir uma (monopartidos) ou duas (bipartidos) moléculas de DNA circular de fita simples (ssDNA) encapsidado em partículas icosaédricas geminadas (STANLEY et al., 2005). Cada uma das moléculas apresenta 2500-3000 nucleotídeos (nt) encapsidada por uma única proteína estrutural (proteína capsidial) que se arranja na forma de 22 capsômeros formando dois icosaedros incompletos que confere o aspecto geminado das partículas virais, característico desta família de vírus deplantas (BROWN et al., 2011). Segundo a classificação do Internacional Committee on Taxonomy of Viruses (ICTV, 2012) a família Geminiviridae, é composta por 7 gêneros: Begomovirus, Becurtovirus, Curtovirus, Eragrovirus, Mastrevirus, Topocuvirus e Turncurtovirus. Estes gêneros são subdivididos com base no número de componentes do genoma, tipo de inseto vetor, gama de hospedeiros e relacionamento filogenético. O gênero Begomovirus é considerado o mais importante dentro da família, devido ao elevado número de espécies que causam infecção em plantas. Estes vírus podem ser divididos em dois grandes grupos, os que possuem genoma monopartido (DNA-A) e os que possuem genoma bipartido (DNA-A e DNA-B). Neste gênero, encontram-se os vírus transmitidos por mosca branca para dicotiledôneas, sendo o membro tipo o Bean golden yellow mosaic virus-BGYMV (Figura 1) (GUTIERREZ, et al 2004; STANLEY et al., 2005). 11 Figura 1. Representação esquemática do genoma do Bean golden yellow mosaic virus (BGYMV), espécietipo do gênero Begomovirus. Extraído de (GUTIERREZ, et al.(2004). A maioria das espécies de begomovírus apresenta dois componentes genômicos e ambos os componentes são essenciais para a infecção sistêmica eficiente do vírus na planta (STANLEY et al., 2005). O DNA-A codifica todas as proteínas necessárias para a transcrição, replicação e encapsidação de ambos os DNAs, enquanto o DNA-B contribui com as funções necessárias para o movimento do vírus na planta e desenvolvimento de sintomas (ROJAS et al., 2005). Assim, o componente DNA-A codifica a CP (capa proteica ou AV1) no sentido viral e quatro proteínas no sentido complementar: Rep (“replication associated protein” ou AC1), responsável pela replicação de ambos os componentes (DNA A e DNA B); TrAP (“transcriptional activator protein” ou AC2), REn (“replication enhancer protein” ou AC3) e AC4, proteína ainda com função desconhecida. O DNA-B codifica duas proteínas responsáveis pelo movimento e pela expressão de sintomas: a proteína NSP (“nuclear shuttle protein” ou BV1), no sentido viral, e outra no sentido complementar, a MP (proteína de movimento ou BC1). Ambos os componentes genômicos possuem tamanho parecido não compartilhando identidade de sequência, exceto por uma região altamente conservada (>90% de identidade nucleotídica) com aproximadamente 200 nucleotídeos, denominada de região comum (RC) (FONTES et 12 al., 1994; GUTIERREZ, 2000). A transcrição dos genes virais tanto no DNA-A com em DNA-B, ocorre tanto no sentido viral (5‟ 3‟) como no sentido complementar (3‟ 5‟). A replicação ocorre através de uma forma replicativa de DNA fita dupla (dsDNA) utilizando o mecanismo ciclo rolante. A síntese de ssDNA viral é iniciada quando a proteína Rep (“replication-associatedprotein”) cliva o DNA (A e B) na sequência TAATATT↓AC (nonanucleotídeo conservado entre os membros da família) localizada em uma estrutura em forma de “hairpin” dentro da região intergênica e auxilia na etapa de síntese de sequencia. Os geminivírus não codificam uma DNA polimerase e, consequentemente, são dependentes de fatores do hospedeiro para sua replicação (ROJAS et al., 2005). Espécies de begomovírus com genoma monopartido possuem os genes necessários para desempenhar todas as funções essenciais do vírus, sejam aquelas relacionadas à replicação ou ao movimento viral célula-a-célula e à longa distância e diferem em número de ORFs em relação ao DNA-A dos bipartidos. Estes vírus, por exemplo, ToLCV e ToYLCV, possuem duas ORFs (CP e AV2) no sentido viral, enquanto os bipartidos apresentam apenas a CP ( PADIDAM et al., 1996). Em essência, o genoma dos begomovírus monopartidos é homólogo ao DNA-A de bipartidos. Os genes nos sentido complementar C1, C2 e C3 são homólogos dos AC1, AC2 e AC3, respectivamente (STANLEY et al., 2005). De acordo com NAVAS-CASTILLO et al. (2011), um grande número de begomovírus monopartidos demonstraram estar associados com os ssDNA satélites conhecidos como beta-satelites. Estas moléculas são determinantes na patogenicidade e são completamente dependentes de um vírus para a sua replicação, encapsidação e transmissão. Os Begomovirus, tradicionalmente eram divididos em dois grandes grupos, os originados do Novo Mundo (Américas - Hemisfério Ocidental) que 13 correspondiam aos begomovírus bipartidos e os do Velho Mundo (Europa, Ásia e África – Hemisfério Oriental), monopartidos. No Velho Mundo, predomina o complexo viral denominado „Tomato yellow leaf curl disease‟ (TYLCD) (NAVAS-CASTILLO et al., 2011). No entanto, esse panorama mudou com a introdução de espécies monopartidas no continente americano em diversos países, infectando diferentes culturas em especial plantas de tomateiro e pimentão (GLICK et al., 2009). 4.3. A importância dos begomovírus para o gênero Capsicum. O gênero Begomovirus há tempo vem sendo relatados em pimentões e pimentas em diversas regiões do mundo. Até o momento, 15 espécies de begomovírus foram encontradas em plantas do gênero Capsicum (FAUQUET et al., 2008) e mais duas exclusivamente verificadas no Brasil, o ToSRV e o ToYVSV ( ROCHA et al., 2010). No Brasil, relatos de infecção de plantas de pimentão por begomovírus ocorreram a partir de 1999, no estado de Pernambuco (LIMA et al., 2001). Em 2003, a espécie Tomato severe rugose virus (ToSRV) foi relatada em pimenta “dedo-de-moça” (Capsicum baccatum var. pendulum), em Petrolina de Goiás (BEZERRA-AGASIE et al., 2006). Em 2005, além do ToSRV, foi verificada a espécie tentativa Tomato yellow vein streak virus (ToYVSV) no Estado de São Paulo e em 2010, ToSRV foi relatado em Minas Gerais (NOZAKI et al., 2006; NOZAKI et al., 2010). Outros trabalhos mostraram a predominância da espécie ToSRV nos cultivos de pimentão e tomateiro no estado de São Paulo (ROCHA et al., 2010). Em outras regiões do mundo, várias espécies foram relatadas infectando Capsicum spp. O Serrano golden mosaic virus (SGMV) é geminivírus 14 associado ao pimentão, encontrado no sul dos Estados Unidos e México (BROWN e POULOS, 1990). No México destacam-se principalmente as espécies Pepper huasteco virus, PHV, Pepper golden mosaic virus (PepGMV) e Pepper huasteco yellow vein virus (PHYVV) (GARCÍA-NERIA; BUSTAMANTE, 2011). Roye et al. (1999) observaram, desde 1992, enrolamento e enfezamento com ou sem margens amarelas nas folhas de tomate e pimentão do sul e parte central da Jamaica, e identificaram uma nova espécie de begomovírus denominada Tomato dwarf leaf curl virus (TDLCV). Pepper leaf curl virus (PepLCV), outra espécie em plantas de pimentão, foi encontrada e caracterizada em Taiwan (SHIH et al., 2001). Infecção pelo TYLCV em C. annuum e C. chilense foi relatada em diferentes partes do mundo, como no Sul da Espanha (REINA et al., 1999) e Cuba (QUIÑONES et al., 2002). Fauquet et al. (2008) registraram a ocorrência de várias espécies e espécies tentativas de begomovírus em Capsicum spp. em diversas regiões do mundo. 4.4. Bemisia tabaci: características biológicas, taxonômicas e transmissão de begomovírus As moscas brancas da espécie Bemisia tabaci estão classificadas na ordem Hemiptera (Família: Aleyrodidae), são insetos que se alimentam da seiva do floema das plantas, tanto na fase ninfal como na fase adulta ( LAZAROWITZ et al., 1992; VILLAS BÔAS et al., 1997). São insetos diminutos, medindo de 1 a 2 mm, sendo as fêmeas maiores que os machos (NATESHAN et al., 1996). Os adultos de mosca-branca têm o dorso de coloração amarelo pálido e as asas brancas. Como suas asas cobrem quase todo o corpo, a cor predominante é o branco, daí ser erroneamente denominada de mosca branca 15 (TOSCANO et al., 2002). Seu ciclo de vida compreende quatro fases (ovo, ninfa e adulto) e sofre influência das condições climáticas e ambientais, principalmente temperatura, umidade relativa do ar e planta hospedeira (GILL, 1990). As fêmeas podem ovipositar de 130 a 300 ovos durante o ciclo, dependendo da planta hospedeira e da temperatura (TOSCANO et al., 2002). A reprodução é sexuada ou por partenogênese arrenótoca, na qual fêmeas não fecundadas resultam em ovos que darão machos estéreis e dependendo das condições climáticas, há 11 a 15 gerações por ano (GILL, 1990). A mosca-branca é encontrada principalmente nos trópicos e subtrópicos, porém sua presença já foi descrita em todos continentes (BROWN, 2000). O sucesso de dispersão está estritamente relacionado à expansão da monocultura da maioria das espécies cultivadas, às condições dos sistemas agrícolas modernos, ao aumento da utilização de agrotóxicos, selecionando populações resistentes e, principalmente, à grande facilidade em se adaptar aos diversos hospedeiros ( BROWN et al., 1992). Bemisia tabaci começou a ter destaque internacional como séria praga em campo aberto e também em cultivo protegido a partir dos anos 70, devido às infestações ocorridas no Sudão e, a seguir, na década de 80, nos EUA (DE BARRO et al., 2011). Seus danos às plantas compreendem alterações nos processos fisiológicos, reduzindo a transpiração e a fotossíntese. Também pode ocorrer perda de vigor com consequente redução no desenvolvimento, em decorrência da alimentação de adultos e ninfas (INBAR; GERLING, 2008; MCAUSLANE et al., 2004). Outros danos típicos são desordens fisiológicas m função da alimentação do inseto, como o prateamento das folhas em aboboreiras e o amadurecimento irregular dos frutos do tomateiro (BROWN et al., 1995). No entanto, a maior importância da moscas brancas se deve ao fato de ser capaz de transmitir mais de 200 espécies de vírus, grande parte deles com 16 significativo impacto econômico na produção de hortaliças (NAVAS-CASTILLO et al., 2011). Esses vírus são pertencentes a diferentes gêneros como os Begomovirus (família Geminiviridae), Crinivirus (Closteroviridae), Carlavirus (Betaflexiviridae) e Ipomovirus (Potyviridae). Os begomovírus e os crinivirus são considerados atualmente os mais importantes limitadores da produção de tomate, além de sua incidência ter sido verificada também em culturas como o pimentão e a batata (BARBOSA et al., 2008, FREITAS et al., 2012). As populações de B. tabaci apresentam alta variabilidade biológica intra-específica e genética, porém são morfologicamente idênticas, incapazes de serem distinguidas tanto no estágio juvenil como no adulto (ROSELL et al., 1997; BROWN et al., 2000; CALVERT et al., 2001). Existiam aproximadamente 41 biótipos, sendo que apenas dois destes (biótipo A e B) eram encontrados no Brasil (RABELLO et al., 2008). Estudos mais recentes com B. tabaci demostraram que ela não é composta de biótipos. Em vez disso, DINSDALE et al. (2010) e DE BARRO et al. (2011) baseados na análise do gene da mitocôndria cytochroma oxidase I (mtCOI) propuseram que B. tabaci é constituída por um complexo de diferentes espécies. Esta nova classificação leva em consideração os estudos entre cruzamentos de indivíduos classificados em diferentes biótipos (XU et al., 2010; ELBAZ et al., 2010; WANG et al., 2010; SUN et al., 2011) revelaram um isolamento reprodutivo completo ou incompleto de acasalamento entre estas diferentes populações, o último reduzindo a aptidão dos descendentes. Esta abordagem sugeriu que B. tabaci é um complexo de espécies composto por pelo menos 24 espécies distintas. Recentemente, doze novas espécies foram identificadas, quatro na China (HU et al. 2011) uma na Argentina, denominada New World 2 (ALEMANDRI et al., 2012), uma na China, denominada Asia IV; duas no Japão, Japan 1e 2; uma na Indonésia, Asia II 12; uma na Índia, Asia II 11; uma 17 em Uganda, SubSah Af 5 e uma em Camarões, denominada Africa, totalizando 36 espécies distintas (FIRDAUS et al., 2013). Um dos membros do complexo de espécies, a Middle East-Asia Minor One (MEAM1) ou comumente referida na literatura como biótipo B é a mais conhecida e de maior distribuição mundial. B. tabaci MEAM1 foi detectada no Brasil no começo de 1990, provavelmente pelo comércio internacional de plantas ornamentais (LOURENÇÃO; NAGAI, 1994). A partir do início da década de 1990, a incidência de begomovírus em diversas culturas, principalmente tomateiro, aumentou vertiginosamente (RIBEIRO et al., 2003) e esse aumento esteve diretamente relacionado à introdução desta nova espécie de B. tabaci. Outro membro do complexo de espécies de B. tabaci, New World 1, também referida como biótipo A, foi coletado pela primeira vez nos EUA em batata-doce. O biótipo A tornou-se um problema sério em algodão e cucurbitáceas no sudoeste dos EUA e no México por volta de 1981 (BROWN, 2000). Recentemente, uma amostragem ampla de espécimes de B. tabaci foi realizada no Estado de São Paulo e verificou-se a predominância da espécie MEAM1 em plantas cultivadas (ROCHA et al., 2011; MARUBAYASHI et al., 2012). A modalidade de transmissão de begomovírus por moscas brancas é do tipo circulativa não propagativa (BROWN, 1997; MORIN et al.,1999). O vírus circula na hemolinfa, mas não replica no vetor, envolvendo a passagem de partículas virais do intestino para a hemolinfa do inseto, da hemolinfa para as glândulas salivares e destas para outras plantas (HULL, 2004). O período latente dos begomovírus está em torno de 6 a 16 horas até o início da transmissão (SANTOS et al., 2003). 18 4.5. Efeito da resistência de Capsicum na dispersão de Begomovírus A transmissão e dispersão de begomovírus em cultivos de pimentas e pimentões ocorre pela ação da mosca branca alimentando-se em fontes de vírus de áreas próximas, podendo ser de cultivos antigos como também de plantas alternativas no campo. A utilização de cultivares resistente pode ser considerada a opção mais eficaz, durável e estável dentro da estratégia de manejo integrado de viroses em hortaliças. Trabalhos têm sido realizados na busca para encontrar genes de resistência em plantas silvestres do gênero Capsicum (ANAYA-LÓPEZ et al 2003; GODÍNEZ-HERNÁNDEZ et al 2001; HERNÁNDEZ-VERDUGO et al. 2001; GARCÍA-NERIA; BUSTAMANTE, 2011; ROCHA et al., 2012b). No México, foi identificado um acesso de C. chinense como resistente aos begomovírus PepGMV e PHYVV (ANAYA-LÓPEZ et al. 2003, GARCÍANERIA e BUSTAMANTE, 2011) e plantas selvagens de C. annuum resistentes ao PHV (HERNÁNDEZ-VERDUGO et al., 2001). C. annuum Catarino Cascabel utilizado comercialmente no México (RODRIGUES et al., 2011) e C. annuum Silver utilizado como porta-enxerto no Brasil são resistentes a Phytophthora capsici e nematóides (Meloidogyne javanica, M. incognita races 1, 2, 3 e 4) (OLIVEIRA et al., 2009) e mostraram-se assintomáticos ao ToSRV (ROCHA et al., 2012b). Outra estratégia se baseia na resistência natural de plantas à insetos vetores de vírus, podendo ser esta resistência proporcionada por barreiras físicas e/ou químicas presentes em caules e folhas de plantas (SMITH, 2005). De acordo com Rodríguez-López et al. (2011), a presença de barreiras físicas como os tricomas glandulares que secretam substâncias químicas como acylaçucares mostraram efeito negativo para a infestação de B. tabaci e redução na incidência do begomovírus 19 monopartido Tomato yellow leaf curl virus na Espanha. No Brasil, Matos et al. 2009, mostraram redução na população de ácaro branco em pimentas e pimentões, atribuídos a presença de tricomas, os quais impediram a ação desta praga. 20 5. MATERIAL E MÉTODOS 5.1. Coleta de amostras, detecção e variabilidade de begomovírus em Capsicum Plantas de pimentão com sintomas de vírus foram coletadas nas regiões de Lins, Reginópolis, Pirajuí, Piedade, Vitoriana, e Elias Fausto, estado de São Paulo (Tabela 1). As folhas foram acondicionadas em sacos plásticos, dentro de caixas de isopor e levadas ao laboratório de virologia da FCA/ UNESP, Botucatu para análise molecular. No total foram coletas 83 amostras de tecidos foliares de pimentão durante o período de 2012/2103. O critério para a escolha e coleta das plantas nas áreas de cultivos foi a presença de sintomas de amarelecimento, distorção foliar e mosaico e histórico de infestação de mosca branca. 21 Tabela 1. Período, localidade e número de plantas de pimentão sintomáticas coletadas nos Períodos de agosto de 2012 a janeiro de 2013. Coletas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Períodos de coletas Agosto/2012 Agosto/2012 Agosto/2012 Agosto/2012 Agosto/2012 Agosto/2012 Outubro/2012 Outubro/2012 Janeiro/2013 Janeiro/2013 Janeiro/2013 Localidade Nº de plantas coletadas Lins /Aberto Lins /Aberto Lins /Aberto Lins /Aberto Pirajuí / Estufa Pirajuí / Estufa Pirajuí / Estufa Reginópolis / Estufa Piedade / Aberto Vitoriana / Estufa Elias Fausto 7 3 3 16 14 2 4 10 11 10 3 83 Total A extração de DNA genômico total das folhas de pimentão foi realizada segundo o método descrito por Dellaporta et al. (1983). O DNA total extraído de cada amostra foi submetido à reação de amplificação por círculo rolante (RCA) (INOUENAGATA et al, 2004) utilizando-se do kit Templi Phi (Amersham Biosciences) seguindo as instruções do fabricante. O produto final do RCA foi submetido à reação “Polymerase Chain Reaction” (PCR) utilizando-se os oligonucleotídeos iniciadores “universais” PALIv1978/PAR1c496, que amplificam um fragmento com aproximadamente 1100bp do DNA-A dos begomovírus correspondente à parte da ORF (Open Reading Frame) AC1 (Rep), à região comum e parte da ORF AV1 (CP) (ROJAS et al, 1993). Treze amostras de DNA total positivas para begomovírus foram reamplificadas por PCR com os pares de oligonucleotídeos V324/C889 (BROWN et al,2001) e enviadas para sequenciamento. As sequências obtidas foram comparadas entre si e com outras sequências de begomovírus depositadas no GenBank, utilizando-se os programas Blast n (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/blast) e Clustal W (TOMPSON et al., 1994). A análise filogenética foi realizada com o programa MEGA versão 5.2 (TAMURA et al., 2011), utilizando o método de “Neighbor-Joining”, com valor de “bootstrap” 2000. Todas as amostras foram analisadas para a presença de Cucumber mosaic virus, potyvírus e tospovírus. O RNA total das plantas foi extraído pelo método de Bertheau et al. (1998), e o produto submetido à reação RT-PCR com oligonucleotídeos 22 universais para CMV, potyvírus e tospovírus (035-3/038-8, BOARI et al, 2000 , WCIEN/PV1 MOTA et al., 2004 e BR60/BR65, EIRAS et al., 2001), respectivamente. O produto foi analisado em gel de agarose 1%. 5.2. Comportamento de genótipos de Capsicum spp. ao ToSRV 5.2.1. Obtenção do Inóculo de ToSRV e genótipos de Capsicum spp. O isolado de ToSRV, proveniente de plantas de tomateiro infectadas, foi cedido pela Empresa Sakata Seed Sudamerica. Trinta e seis genótipos de Capsicum spp. foram fornecidos pelo Instituto Agronômico de Campinas/IAC, e são provenientes do banco de germoplasma do centro de pesquisa (Tabela 2). A semeadura dos genótipos foi realizada em bandejas de poliestireno expandido com 220 células contendo substrato comercial. 23 Tabela 2. Relação de acessos de espécies de Capsicum spp pertencente ao Banco de Germoplasma do Instituto Biológico de Campinas, IAC. No de ordem Acesso Nome comum Nome científico Observações 1 IAC-1259 Pimenta 1259 Capsicum baccatum cruzamento natural 2 IAC-1280 Tipo Habañero C. chinense cruzamento natural 3 4 IAC-1309 Serra do Japi IAC-1349 Dedo-de-moça ? (provável espécie silvestre) cruzamento natural C. baccatum cruzamento natural 5 IAC-1351 Coração de galinha C. chinense ? cruzamento natural 6 7 IAC-1352 Dedo-de-moça IAC-1353 Amarela doce C. baccatum C. annuum cruzamento natural cruzamento natural 8 9 IAC-1357 Gigante segregante IAC-1360 Murupi segregante C. baccatum C. chinense cruzamento natural cruzamento natural 10 IAC-1366 Aji amarelo C. baccatum cruzamento natural 11 12 13 14 IAC-1367 IAC-1526 IAC-1532 IAC-1544 C. frutescens C. chinense C. chinense ? C. frutescens cruzamento natural autofecundada autofecundada autofecundada 15 16 IAC-1550 Jalapeño IAC-1551 Guajillo C. annuum C. annuum autofecundada autofecundada 17 18 19 20 IAC-1566 IAC-1579 IAC-1588 IAC-1589 Vermelha doce Pimenta doce Pimenta doce PI 159236 C. annuum (a confirmar) C. annuum (a confirmar) C. annuum (a confirmar) C. chinense autofecundada autofecundada autofecundada autofecundada 21 22 23 24 IAC-1590 IAC-1643 IAC-1644 IAC-1646 Panca Biquinho doce Fidalga (tipo habañero) Scoth Bonnet (tipo habañero) C. chinense C. chinense C. chinense C. chinense autofecundada cruzamento natural cruzamento natural cruzamento natural 25 IAC-1647 Pimenta-de-cheiro C. chinense cruzamento natural 26 27 IAC-1533 Peruana IAC-1535 Malagueta C. pubescens C. frutescens autofecundada autofecundada 28 IAC-1545 Murici C. chinense autofecundada 29 30 IAC-1547 Hortivale-1 IAC-1549 Fidalga (tipo habañero) ? C. chinense autofecundada autofecundada 31 IAC-1552 Murupi original C. chinense autofecundada 32 33 34 35 IAC-1573 IAC-1580 IAC-1587 IAC-1592 C. chinense ? ? ? autofecundada autofecundada autofecundada autofecundada 36 IAC-1594 Cocota ? autofecundada Tabasco PI 152225 Ornamental Piripiri Cumari-do-pará Olho de peixe Laranja doce Hortivale doce 24 5.2.2 Inoculação, avaliação dos sintomas e da presença do ToSRV nos genótipos Todas as etapas do experimento de análise de resistência a ToSRV em diferentes genótipos de Capsicum foram realizadas no campo experimental Sakata Seed Sudamérica, em Bragança Paulista, SP. A inoculação das plantas foi realizada aos 30 dias após a semeadura. As bandejas contendo as mudas foram dispostas em uma sala de criação de moscas-brancas virulíferas, mantidas diretamente na fonte de inóculo com o ToSRV, utilizando-se em média 50 insetos por planta sadia. O período de acesso de inoculação (PAI) foi de sete dias. Após este período, as mudas foram pulverizadas com inseticidas (IMIDACLOPRID 600 FS + BUPROFEZIN 150g após o PAI) para eliminar todos os adultos, ninfas e ovos da mosca branca. Dez mudas de cada genótipo foram transplantadas em vasos plásticos de 5 litros, e mantidas em estufa com sistema de fertirrigação por gotejamento, por 80 dias. A presença e a expressão de sintomas foram avaliados semanalmente. A análise da infecção pelo vírus foi realizada aos 30 e 60 dias após inoculação pelas técnicas RCA-PCR. O DNA total de cada planta por genótipo foi extraído utilizando-se o método de Doyle e Doyle (1987) seguido de RCA-PCR utilizando-se os oligonucleotídeos descritos por Rojas et al.(1993). O produto final da reação foi verificado em gel de agarose 1%, corado com SYBR® Safe DNA (Invitrogen). 5.3. Avaliação de atratividade e preferência para oviposição de B. tabaci MEAM1 em genótipos de Capsicum spp. Adultos de B. tabaci previamente identificados como pertencentes ao biótipo B, ou espécie MEAM1, (Marubayashi et al., 2012) foram mantidos em estufa contendo plantas de couve (Brassica oleracea L. var. acephala) e soja (Glycine max). 25 5.3.1. Teste com chance de escolha No experimento com chance de escolha, 36 genótipos de Capsicum (5.2.1.) foram semeados em bandejas de poliestireno expandido com 220 células contendo substrato comercial (Plantmax®). Após 30 dias da emergência, quatro plantas de cada genótipo foram transferidas para vasos plásticos de 1L com solo esterilizado e adubado. Quarenta dias após a emergência (DAE), estas plantas (uma de cada genótipo) foram acondicionadas no interior de gaiolas metálicas de 2,5 x 3,0 x 2,5 m, com teto revestido por plástico e sombrite (30%) e as laterais revestidas por telado anti-afídeo e distribuídas aleatoriamente em um círculo no chão. Os vasos contendo as plantas ficaram espaçados em cerca de 25 cm, a fim de evitar o contato entre as mesmas. Cada gaiola foi considerada um bloco, seguindo um delineamento de blocos casualizados (DBC) e efetuando-se quatro repetições para cada grupo. As gaiolas foram infestadas com cerca de 3600 adultos da mosca-branca (aproximadamente 100 casais por genótipo). A atratividade foi avaliada com 24, 48 e 72 horas após a liberação dos insetos, contando-se, com o auxílio de um espelho, o número de adultos presentes na parte abaxial dos folíolos. Cada avaliação foi composta pela média de três folhas marcadas. Após a última avaliação, o trifólio de cada planta foi retirado e levado ao laboratório, onde com o auxílio de um microscópio estereoscópico (aumento de 40 x), foi contado o número de ovos presentes na face abaxial. 5.3.2. Teste sem chance de escolha Os genótipos Capsicum frutescens (IAC-1544); C. annuum (IAC1551, IAC-1566 e 1579) e C. chinense (IAC-1545 e IAC-1549) apresentaram menor atratividade à mosca branca no teste com chance de escolha, e também foram assintomáticos ao ToSRV, sendo portanto selecionados para o teste sem chance de escolha. Foi utilizado o genótipo C. baccatum (IAC-1357) como padrão de susceptibilidade, pois este foi altamente atrativo à mosca branca, e suscetível ao ToSRV . O experimento sem chance de escolha foi realizado em arenas de vidro (25cm x 25cm x 7cm) (Figura 2). Seis folíolos totalmente desenvolvidos e de cada genótipo foram destacados e dispostos em círculo no interior das arenas. Através de um 26 orifício superior central da arena foram liberados 15 casais de mosca branca sem distinção do sexo. Cada arena representou uma repetição em delineamento inteiramente casualizado, efetuando-se 10 por genótipo. As gaiolas foram mantidas em casa-de-vegetação sob condições controladas (T= 25±2º C, U.R.= 60±10% ). O número de moscas-brancas presentes em cada folíolo foi contado 12, 24 e 48 h após a liberação. Após 48 h os ovos presentes na parte abaxial foram contados sob microscópio estereoscópico (aumento de 40 x), segundo o método descrito em Rodriguez-Lopes et al. (2011). Foi calculada a média de mosca branca e do número de ovos por folíolo através da análise de variância (ANOVA), quando significativa as médias foram comparadas pelo teste de Tukey, a 5% para ambos os experimentos com e sem chance de escolha. Figura 2. Ensaios de atratividade e preferência de oviposição de Bemisia tabaci MEAM1 em genótipos de Capsicum spp. em gaiolas de vidro. 27 5.4. Avaliação dos aspectos biológicos de Bemisa tabaci MEAM1 em genótipos de Capsicum spp. O ensaio foi realizado no Laboratório de Resistência de Plantas a Insetos e Plantas Inseticidas (LARESPI) do Departamento de Proteção Vegetal, FCA/ UNESP, Botucatu, SP. Neste foi avaliado o desenvolvimento de ovo a adulto B. tabaci MEAM1, nos mesmos genótipos testados em (5.3.2.). A semeadura foi feita em bandejas e 30 dias após emergência (DAE), as mudas foram transplantadas para copos plásticos (500 ml) contendo substrato comercial (Plantmax®). Quando as plantas apresentavam-se com quatro folhas verdadeiras, estas foram infestadas com adultos do inseto no interior de sala de criação de moscas-brancas sob condições controladas ( T= 25±2º C, U.R.= 60±10% ) por 24 horas. Após esse período, os insetos adultos foram removidos e as plantas conduzidas a uma sala climatizada (T= 26±2º C, U.R.= 60±10% e fotofase de 12 horas), onde sob o auxílio de um microscópio estereoscópico (aumento de 40 x), foram deixados 30 ovos (com coloração e formato normais) na face abaxial de cada folíolo. Os ovos excedentes foram retirados com auxílio de hastes flexíveis de algodão. Foram utilizados três folíolos por genótipo, sendo que cada folíolo continha 30 ovos e representou uma repetição, totalizando 3 por genótipo (90 indivíduos), em delineamento inteiramente casualizado (BALDIN; BENEDUZZI, 2010). As plantas permaneceram sob a iluminação de lâmpadas dos tipos fluorescente “super luz do dia” (20 w) e fluorescente “plant light” (Grolux F 20 W T12) (Figura 3), visando melhorar o desenvolvimento das mesmas em laboratório e evitar possível estiolamento. 28 Figura 3. Genótipos de Capsicum sob iluminação tipo fluorescente “plant light” (Grolux F 20 W T12). As avaliações em cada genótipo foram realizadas diariamente e sempre no mesmo horário, até o final do ciclo do inseto (Figura 4) em cada genótipo. Foram avaliados os seguintes parâmetros biológicos do inseto: média de período de incubação dos ovos, duração e viabilidade dos estágios ninfais, duração total da fase jovem, mortalidade por ínstar e total da fase jovem (BALDIN; BENEDUZZI, 2010). A B C D E Figura 4. Representação esquemática do ciclo de vida de Bemisia tabaci (MEAM1), A- ovo; B- 1ºínstar; C- 2º ínstar; D- 3º ínstar; E- 4º ínstar e F- adulto. F 29 5.5. Dispersão primária e secundária do ToSRV em genótipos de Capsicum spp. assintomáticos ao vírus Três genótipos com diferenças quanto à suscetibilidade ao ToSRV e atratividade para B. tabaci foram selecionados para o teste de dispersão dispersão: IAC1357 (sintomático e atrativo à mosca branca); IAC-1544 e IAC-1566 (assintomáticos e pouco atrativos). Para os ensaios, tanto de dispersão primária (dispersão de vírus após a introdução de moscas virulíferas) quanto de dispersão secundária (dispersão de vírus a partir de plantas infectadas para plantas sadias), foram utilizadas 20 plantas de cada genótipo, cultivadas em vasos plásticos contendo substrato comercial. As plantas foram dispostas em círculo e avaliadas em gaiolas metálicas individualizadas (revestidas com tela anti-afídica, gaiolas com armação de ferro, cobertas com tecido “voil” com dimensões de 3x3x2 m). Para a transmissão do ToSRV foram utilizados adultos de B. tabaci. Para o desenvolvimento do experimento da dispersão primária e secundária, utilizou-se o método de Rodriguéz-Lópes et al. (2011) com algumas modificações. Foram realizados experimentos de dispersão primária e secundária independentes entre os genótipos (IAC1357 com IAC1566) e (IAC-1357 com IAC-1544). 30 5.5.1. Dispersão Primária Para analisar o efeito dos genótipos sintomáticos e assintomáticos de Capcium spp. na dispersão primária foram utilizadas adultos de moscas-brancas previamentes submetidos a um período de acesso de aquisição (PAA) de 24 horas em ramos de plantas de tomate (cultivar „Santa Clara) infectada por ToSRV (confirmada por RCA-PCR). Após este período, em média 30 adultos/planta foram sugados com auxílio de um aspirador bucal e posteriormente liberados ao centro das 20 plantas de cada genótipo no interior da gaiola (Figura 5). A dispersão primária de ToSRV foi estudada após a permanência por 48h (período de acesso de inoculação PAI) das moscas brancas junto aos genótipos. Após o período de transmissão, todas as plantas foram tratadas com inseticida e transferidas para outra casa-de-vegetação livre de mosca branca e analisadas para a presença de sintomas e do vírus aos 30 e 60 dias após inoculação pelas técnicas RCA-PCR. Figura 5. Detalhe do ensaio de dispersão primária 31 5.5.2. Dispersão Secundária O experimento de dispersão secundária foi realizado nas mesmas gaiolas anti-afídicas. Visando à desinfestação das possíveis moscas- brancas presentes, foi pulverizado, as quais permaneceram sem plantas por 24 horas. No experimento foram utilizadas plantas sadias e infectadas (20 dias antes de sua utilização; e confirmadas por RCA-PCR) para cada genótipo. Para a análise da dispersão secundária do ToSRV, 20 plantas de cada genótipo novamente foram dispostas em círculo e ao centro foram colocadas três plantas infectadas de cada um dos genótipos dispostas em forma de triângulo. Ao centro do triangulo foram liberados 30 insetos de B. tabaci MEAM1 avirulíferas/planta (Figura 6). Após 48 horas todas as plantas foram pulverizadas com inseticida específico para B. tabaci MEAM1 e as plantas transferidas para gaiolas com tela anti-afídica, à prova de insetos. A presença do vírus foi analisada por RCA-PCR aos 30 e 60 dias após inoculação . Figura 6. Detalhe do ensaio de dispersão secundária 32 6. RESULTADOS E DISCUSSÃO 6.1. Detecção e variabilidade de begomovírus em Capsicum Do total de 83 amostras de pimentão analisadas, 13 foram positivas para a infecção por begomovírus (Tabela 3), o que representou apenas 15,66%. Estes dados mostraram que a ocorrência da doença foi menor do que constatado nos levantamentos realizados por Lima et al. (2001) no Nordeste brasileiro onde foi observada incidência de 43,8 % de infecções por begomovírus em pimentão e Rocha et al., (2010) que durante o período de 2007 a 2009 verificou incidência de 46,90% de plantas de pimentão infectadas por begomovírus no Estado de São Paulo. Além da infecção por begomovírus verificou-se nas amostras a presença de plantas de pimentão infectadas com CMV e tospovirus no município de Lins tanto em campo aberto quanto em estufa. Nos municípios de Pirajuí, Reginópolis e Elias Fausto foram verificados a presença de plantas infectadas por begomovírus e tospovírus, porém não em infecção mista. Não foi verificada infecção por potyvírus nas amostras das regiões analisadas (Tabela 3). 33 Tabela 3. Levantamento dos vírus em plantas de pimentão coletadas em diferentes municípios do Estado de São Paulo durante 2012/2013. Propriedades/Cultivo 1 Lins /Aberto 2 Lins / Aberto 3 Lins / Aberto 4 Lins / Estufa 5 Pirajuí / Estufa 6 Pirajuí / Estufa 7 Pirajuí / Estufa 8 Reginópolis / Estufa 9 Piedade / Aberto 10 Vitoriana / Estufa 11 Elias Fausto Total Begomovirus Total de amostras analisadas Nº de amostras positivas para begomovírus ToSRV ToYVSV 7 3 3 16 14 2 4 10 11 10 3 83 2 0 2 2 0 0 2 3 0 0 2 13 (15,66%) 1 0 2 1 0 0 2 3 0 0 1 10 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 3 CMV Potyvirus Tospovirus 1 1 1 3 0 0 0 0 0 0 0 6 (7,23%) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 2 1 1 0 0 1 0 0 1 8 (9,64%) 34 A análise da variabilidade foi realizada para 13 amostras positivas para presença de begomovírus. Entre os isolados de ToSRV, a identidade de nucleotídeos para o fragmento de 1100 nucleotídeos dos isolados de ToSRV mostrou variação de 97% a 99% com sequências de ToSRV (JX 415196.1) e entre os isolados de ToYVSV, 97% a 99% com o isolado ToYVSV (EF 459696.1). Os resultados mostraram predominância do isolado ToSRV, pois este foi encontrado em 10 amostras, enquanto que o isolado ToYVSV em apenas 3 amostras. A árvore filogenética (Figura 7) ilustra a separação dos dois ramos filogenéticos para as duas espécies. 50P- Pirajuí 52P- Pirajuí 53P- Reginópolis 19P-Lins ToSRV-JX415196 54P - Reginópolis 60P-Reginópolis 445P Elias Fausto 12P- Lins 7P- Lins 13P- Lins 500P- Elias Fausto ToYVSV - EF459696 6P- Lins 17P- Lins 0.02 Figura 7. Análise filogenética de begomovírus provenientes de pimentão do Estado de São Paulo e outros begomovírus do GenBank, baseado no alinhamento de nucleotídeos referente à parte da região codificadora para a proteína capsidial. Valor de Bootstrap 2000, Programa Mega Versão 5.2. Seqüências de begomovírus utilizadas: ToSRV (JX 415196) e ToYVSV (EF459696). 35 6.2. Comportamento de genótipos de Capsicum spp ao ToSRV Dos 36 genótipos avaliados, 23 desenvolveram sintomas de infecção causadas pelo vírus ToSRV. A análise da presença do vírus mostrou que todas as plantas inoculadas foram positivas para presença do mesmo. A expressão dos sintomas variou desde suaves até mais severos. A intensidade dos sintomas nas plantas inoculadas foi realizada com avaliação da severidade da doença, por meio de escala de notas (ROCHA et al., 2012a). Foi empregada uma escala variando de 1 a 5, em que 1=ausência de sintomas, 2=ligeira descoloração dos folíolos, 3=descoloração com início de enrugamento dos folíolos, 4=descoloração e enrugamento dos folíolos e 5=clorose severa e enrugamento acentuado dos folíolos no terço superior da planta (Figura 8). Seis genótipos avaliados, IAC-1309 (espécie selvagem desconhecida), IAC-1349 e IAC-1366 (Capsicum baccatum), IAC-1351 e IAC-1532 (Capsicum chinense) e IAC-1547 (Capsicum sp. espécie desconhecida) desenvolveram sintomas mais severos comparados aos demais, com nota média de 4,00 na escala diagramática atribuída para plantas de pimentão, Catarina Cascabel e Silver foram previamente identificados como assintomáticos para infecção por ToSRV (Rocha et al., 2012). Os genótipos IAC-1589 (C. chinense) e IAC-1533 (C. pubescens) apresentaram inicialmente níveis moderados a fortes de sintomas aos 20 dias após a inoculação. No entanto, folhas jovens subsequentes tornaram-se praticamente assintomáticas. Segundo Chellappan et al. (2004), a recuperação do hospedeiro contra infecção viral tem sido relatada em alguns sistemas de interação planta e vírus, incluindo a interação com geminivírus. Carrillo-Tripp et al. (2007) demonstraram remissão de sintomas em plantas de pimentão infectadas por PepGMV com 15 dias após inoculação. 36 1 2 3 4 5 Figura 8. Expressão dos sintomas observados em genótipos de Capsicum spp. infectados com Tomato severe rugose vírus, com base na escala diagramática descrita por Rocha et al., 2012a . Para treze genótipos das espécies C. chinense (IAC-1280, IAC1644, IAC-1646, IAC-1545, IAC-1549), C. frutescens (IAC-1367, IAC-1544), C. annuum (IAC-1551, IAC-1566, IAC-1579, IAC-1588) e Capsicum sp. (IAC-1587), as plantas permaneceram assintomáticas em todo o período avaliado (81 d.a.i.) apesar do DNA viral ter sido detectado aos 30 e 60 d.a.i (Tabela 4). Provavelmente as plantas assintomáticas mostram algum tipo de resistência ao isolado ToSRV não avaliado, como por exemplo resistência na movimentação do vírus na planta. Ou algum mecanismo de silenciamento dos genótipos contra o vírus. Morilla et al. (2005) encontraram plantas assintomáticas de C. annuum infectadas por dois isolados de TYLCV (TYLCV-Mld and TYLCV-Alm). Plantas de C. chinense também foram assintomáticas para a presença de Pepper golden mosaic virus (PepGMV) e Pepper huasteco yellow vein virus (PHYVV) (ANAYA-LÓPEZ et al. 2003, GARCÍA-NERIA; BUSTAMANTE, 2011). 37 Tabela 4. Resposta de acessos de Capsicum spp. inoculados por Bemisia tabaci com Tomato severe rugose virus (ToSRV). N° 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 Acesso IAC-1259 IAC-1280 IAC-1309 IAC-1349 IAC-1351 IAC-1352 IAC-1353 IAC-1357 IAC-1360 IAC-1366 IAC-1367 IAC-1526 IAC-1532 IAC-1533 IAC-1535 IAC-1544 IAC-1545 IAC-1547 IAC-1549 IAC-1550 IAC-1551 IAC-1552 IAC-1566 IAC-1573 IAC-1579 IAC-1580 IAC-1587 Espécie Capsicum baccatum Capsicum chinense Wild species Capsicum baccatum Capsicum chinense Capsicum baccatum Capsicum annuum Capsicum baccatum Capsicum chinense Capsicum baccatum Capsicum frutescens Capsicum chinense Capsicum chinense Capsicum pubescens Capsicum frutescens Capsicum frutescens Capsicum chinense Capsicum sp. Capsicum chinense Capsicum annuum Capsicum annuum Capsicum chinense Capsicum annuum Capsicum chinense Capsicum annuum Capsicum sp. Capsicum sp. RCA/PCR 30D. A.I. 9/10 9/10 4/10 7/10 9/10 9/10 10/10 10/10 10/10 10/10 8/10 6/10 9/10 1/10 6/10 8/10 4/10 6/10 2/10 9/10 8/10 2/10 8/10 2/10 6/10 5/10 2/10 60D. A.I. 8/10 8/10 10/10 5/10 10/10 9/10 4/10 4/10 8/10 10/10 9/10 6/10 8/10 7/10 7/10 5/10 5/10 7/10 2/10 3/10 3/10 2/10 5/10 2/10 4/9 5/10 2/10 Plantas sintomáticas 30 D.A.I. 60 D.A60 D.AI. 3/10 3/10 0/10 0/10 9/10 9/10 6/10 6/10 6/10 6/10 5/10 5/10 3/10 3/10 7/10 7/10 3/10 3/10 9/10 9/10 1/10 0/10 (1 Remissão) 2/10 2/10 7/10 7/10 2/10 1/10 (1 Remissão) 7/10 7/10 0/10 0/10 0/10 0/10 7/10 7/10 0/10 0/10 3/10 3/10 0/10 0/10 2/10 2/10 0/10 0/10 2/10 2/10 0/10 0/9 1/10 1/10 0/10 0/10 Escala diagramatica 2,0 1,0 4,0 4,0 4,0 2,6 2,7 2,6 2,0 4,0 1,0 3,3 4,0 3,0 2,0 1,0 1,0 3,9 1,0 3,3 1,0 2,5 1,0 3,0 1,0 4,0 1,0 38 Tabela 4. (Continuação) 28 29 30 31 32 33 34 35 36 IAC-1588 IAC-1589 IAC-1590 IAC-1592 IAC-1594 IAC-1643 IAC-1644 IAC-1646 IAC-1647 Capsicum annuum Capsicum chinense Capsicum chinense Capsicum sp. Capsicum sp. Capsicum chinense Capsicum chinense Capsicum chinense Capsicum chinense 2/10 2/10 2/10 2/10 7/10 1/10 0/10 0/10 0/10 4/10 5/9 2/10 2/10 7/10 2/10 6/10 4/10 4/10 0/10 5/9 5/10 2/10 1/10 2/10 0/10 0/10 2/10 Legenda: RCA/PCR: Amplificação de círculo rolante/ Reação em cadeia polymerase. D.A.I: dias após inoculação 0/10 1/9 (4 Remissões) 5/10 2/10 1/10 2/10 0/10 0/10 2/10 1,0 2,0 2,8 3,0 4,0 3,5 1,0 1,0 1,0 39 6.3. Atratividade e preferência para oviposição de B. tabaci MEAM1 em genótipos de Capsicum spp. 6.3.1. Experimento com chance de escolha Os resultados dos ensaios de atratividade e preferência para oviposição mostraram diferença significativa entre os acessos de Capsicum spp. avaliados às 48h e 72h após a liberação de adultos nas gaiolas. A menor média de adultos foi encontrada com 72h após infestação, nos genótipos IAC-1526, IAC-1535 e IAC-1544, com 0,17; 0,33 e 0,33 adultos por genótipo, respectivamente (Tabela 5). A escolha da mosca branca por um hospedeiro mais favorável para oviposição não ocorre somente para sua alimentação, mas também pela capacidade da sobrevivência dos descendentes (NOMIKOU et al., 2003). A variação do número de insetos por planta entre o menos e o mais atrativo foi de 0,33 e 12,58 indivíduos, para os genótipos IAC-1544 e IAC-1357, respectivamente (Tabela 5). A diferença de atratividade para moscas brancas em plantas hospedeiras pode indicar mecanismos de resistência relacionados a fatores de natureza morfológica e/ou químicas (CHERMENSKAYA et al. 2009). A análise de preferência para oviposição de mosca branca mostrou diferença significativa entre os genótipos. O número médio de ovos de B. tabaci variou de 0,33 a 152,83 ovos/genótipo. As menores médias de adultos e ovos depositados nas folhas após 72h foram observados em 9 genótipos: C. chinense (IAC-1526, IAC-1545 e IAC1549), C. pubescens (IAC-1533), C. frutescens (IAC-1535 e IAC-1544) e C. annuum (IAC-1551, IAC-1566 e IAC-1579) (Tabela 5). De acordo com Firdaus et al. (2012), a oviposição é um elemento do ciclo de vida da mosca branca que é muito difícil de controlar, com controle biológico e/ou inseticida, assim, reduzir a oviposição pode se tornar uma estratégia de manejo de moscas brancas. A baixa preferência para oviposição de B. tabaci MEAM1, pode ser considerada um mecanismo de resistência do tipo antixenose, que envolve a morfologia e componentes voláteis produzidos pela planta (BALLINA-GOMEZ et al., 2013). Diferentes níveis de atratividade e não-preferência para oviposição foram verificados nos genótipos analisados neste trabalho. Alguns materiais apresentaram textura diferente nas folhas, assim como a presença de tricomas. Portanto, barreiras físicas, arquitetura ou mesmo a intensidade de cor podem afetar a escolha do hospedeiro 40 (SIPPELL et al., 1987), assim como pubescência da folha (MCAUSLANE 1996), espessura da cutícula (CHANNARAYAPPA et al., 1992) e metabólitos que atuam como repelentes ou atrativos (CHERMENSKAYA et al., 2009). 41 Tabela 5. Média do número de adultos de Bemisia tabaci (MEAM1) presentes em genótipos de Capsicum spp. em 24, 48 e 72h após liberação e média de oviposição em teste com escolha. N° Acesso Média de adultos (n°) Espécie (24h) (48h) Média de ovos (72h) (72h) 1 IAC-1259 Capsicum baccatum 7,87±3,94 8,25±2,84 abcd 5,00±2,20 ab 39,25±16,55 ab 2 IAC-1280 Capsicum chinense 7,41±3,68 5,41±2,68 abcd 3,50±0,48 ab 13,50±7,85 ab 3 IAC-1309 Wild species 9,08±3,88 13,50±7,51 abc 12,83±8,75 a 43,42±23,47 a 4 IAC-1349 Capsicum baccatum 5,83±3,58 6,75±4,15 abcd 7,16±4,21 ab 57,50±50,30 ab 5 IAC-1351 Capsicum chinense 4,08±0,98 3,66±±, 81 abcd 2,16±1,08 ab 26,08±23,77 ab 6 IAC-1352 Capsicum baccatum 2,75±0,88 1,75±0,37 abcd 1,00±0,49 ab 6,16±4,75 b 7 IAC-1353 Capsicum annuum 3,58±1,26 4,67±1,13 abcd 3,75±0,79 ab 4,58±2,70 b 8 IAC-1357 Capsicum baccatum 11,83±6,77 12,58±7,18 abcd 12,58±8,24 a 152,83±117,89 a 9 IAC-1360 Capsicum chinense 6,83±2,53 4,50±1,68 abcd 5,17±1,77 ab 14,91±4,33 ab - - - (*) 10 IAC-1366 Capsicum baccatum - 11 IAC-1367 Capsicum frutescens 4,08±1,08 3,50±1,27 abcd 5,00±1,26 ab 18,42±8,37 ab 12 IAC-1526 Capsicum chinense 0,50±0,32 0,42±0,25 d 0,50±0,29 ab 0,17±0,10 b 13 IAC-1532 Capsicum chinense 2,91±1,16 1,58±0,48 abcd 0,92±0,08 ab 5,83±3,69 b 14 IAC-1533 Capsicum pubescens 1,91±1,19 0,67±0,56 cd 0,33±0,24 ab 1,16±0,62 b 15 IAC-1535 Capsicum frútices 0,58±0,39 0,17±0,10 d 0,25±0,16 b 0,33±2,34 b 16 IAC-1544 Capsicum frutescens 1,25±1,04 1,66±1,06 abcd 0,33±0,19 ab 0,33±0,19 b 17 IAC-1545 Capsicum chinense 5,00±1,57 2,50±0,29 abcd 1,50±0,44 ab 2,00±3,50 b 18 IAC-1547 Capsicum SP. - - - - 42 Tabela 5. (Continuação) 19 IAC-1549 Capsicum chinense 7,33±1,89 4,75±1,38 abcd 3,50±0,80 ab 2,00±3,83 b 20 IAC-1550 Capsicum annuum 3,50±1,44 2,00±0,41 abcd 1,58±0,34 ab 5,41±1,59 b 21 IAC-1551 Capsicum annuum 1,47±0,69 0,75±0,48 bcd 0,25±0,08 b 1,77±0,88 b 22 IAC-1552 Capsicum chinense 2,33±0,79 2,00±0,47 abcd 0,83±0,52 ab 4,00±6,61 b 23 IAC-1566 Capsicum annuum 2,16±0,91 1,08±0,34 abcd 1,00±0,24 ab 2,66±0,78 b 24 IAC-1573 Capsicum chinense 2,75±1,03 1,17±0,29 abcd 1,83±0,85 ab 3,33±2,23 b 25 IAC-1579 Capsicum annuum 2,58±0,46 2,83±1,07 abcd 2,67±1,05 ab 2,66±1,08 b 26 IAC-1580 Capsicum sp. 2,58±0,93 1,66±0,68 abcd 1,42±0,21 ab 6,33±7,86 b 27 IAC-1587 Capsicum sp. 13,00±8,56 15,08±8,59 ab 11,83±8,68 ab 41,33±9,10 ab 28 IAC-1588 Capsicum annuum 2,08±1,76 1,92±1,15 abcd 1,50±0,62 ab 22,0±16,17 ab 29 IAC-1589 Capsicum chinense 6,08±1,05 7,25±2,10 abcd 5,50±1,26 ab 16,00±9,65 ab 30 IAC-1590 Capsicum chinense 8,92±4,07 7,25±2,50 abcd 6,00±2,12 ab 10,00±4,23 ab 31 IAC-1592 Capsicum sp. 11,08±2,83 13,50±4,94 a 7,66±2,93 ab 15,66±10,97 ab 32 IAC-1594 Capsicum sp. - - - - 33 IAC-1643 Capsicum chinense 1,42±0,31 2,25±1,23 abcd 1,16±0,52 ab 2,33±1,19 b 34 IAC-1644 Capsicum chinense 2,75±0,94 2,41±1,12 abcd 3,00±1,47 ab 8,83±4,80 ab 35 IAC-1646 Capsicum chinense - - - - 36 IAC-1647 Capsicum chinense 5,25±2,63 3,25±1,44 abcd 1,50±0,29 AB 12,25±5,19 ab (*) Não avaliado. Média seguida de mesma letra na coluna não difere entre si pelo Teste de Tukey (P ≥ 0.05). 43 6.3.2. Experimento sem chance de escolha Com 12 h após liberação dos insetos adultos nas gaiolas não foi observada diferença significativa entre os genótipos. Verificou-se baixa atratividade de adultos de mosca branca nos genótipos IAC-1544; IAC-1545; IAC-1549; IAC-1579 nas avaliações de 24 e 48h após liberação dos insetos e estes diferiram estatisticamente do genótipo IAC-1566 (Tabela 6). As maiores médias de ovos depositados nas folhas após o período de 48h foram observadas nos genótipos IAC-1357 e IAC-1566 (4,22 e 5,08 ovos/genótipo, respectivamente), diferindo estatisticamente de IAC-1544 (0,62 ovos/genótipo), e de IAC 1545(1,30) menos ovipositados (Tabela 6). Ballina-Gómez et al. (2013) compararam diferentes genótipos de C. annuum e encontraram menor oviposição de B. tabaci na cultivar Maax (0.3 ovos/cm2) em comparação com Parado (2.0 ovos/cm2). Tabela 6. Médias de adultos de Bemisia tabaci (MEAM 1) em diferentes genótipos de Capsicum spp., 24 e 48h após liberação e média de ovos após 48h, em teste sem chance de escolha Nº de adultos (± EP) Genótipos IAC-1357 IAC-1544 IAC-1545 IAC-1549 IAC-1551 IAC-1566 IAC-1579 12h 0,48 ± 0,09 a 0,28 ± 0,17 a 0,47 ± 0,12 a 0,75 ± 0,03 a 0,67 ± 0,10 a 0,88 ± 0,11 a 0,85 ± 0,19 a 24h 0,70 ± 0,12 abc 0,45 ± 0,05 bc 0,44 ± 0,06 c 0,49 ± 0,08 bc 0,75 ± 0,19 ab 0,94 ± 0,07 a 0,60 ± 0,07 bc 48h 0,57 ± 0,13 ab 0,33 ± 0,07 b 0,25 ± 0,11 b 0,45 ± 0,09 b 0,80 ± 0,19 a 0,80 ± 0,10 a 0,37 ± 0,05 b Nº de ovos( ± EP) 48h 4,22 ± 0,97 ab 0,62 ± 0,13 d 1,30 ± 0,28 dc 2,82 ± 0,51 bc 2,77 ± 0,59 bc 5,08 ± 0,51 a 1,42 ± 0,30 dc 44 6.4. Avaliação dos aspectos biológicos de B. tabaci MEAM1 em genótipos de Capsicum spp. O período médio de incubação dos ovos de B. tabaci nos diferentes genótipos de Capsicum spp. variou de 7 a 7,7 dias (Tabela 7). A viabilidade desses ovos foi de 100%, e não houve diferença entre os genótipos avaliados. Uma vez que os adultos de B. tabaci MEAM1 utilizados na oviposição foram criados em plantas de couve e transferidos para as plantas dos diferentes genótipos de Capsicum spp, este resultado evidencia que o período de incubação e a viabilidade dos ovos de B. tabaci, não dependeram do genótipo utilizado, e sim da planta hospedeira de criação. Ballina-Gómez et al. (2013) mostrou diferença significativa na viabilidade dos ovos de B. tabaci, porém o período de incubação não diferiu para os diferentes genótipos de Capsicum testados. O período de incubação de ovos de B. tabaci sobre folhas de diferentes variedades de abobrinhas variou entre 6,2 e 7,7 dias (BALDIN; BENEDUZZI, 2010). A duração média dos estádios ninfais de B. tabaci MEAM1 variou para cada genótipo estudado. No primeiro ínstar a duração média foi de 5,97 dias a 7,49 dias, para os genótipos IAC-1551 e IAC-1549; respectivamente. No segundo e terceiro instares, o período de desenvolvimento foi menor e variou de 3,13 a 2,09 dias e 7,13 a 6,69 dias, nos genótipos IAC-1545 e IAC-1357, respectivamente (Tabela 7). Tabela 7. Duração média (±EP) de período de incubação, instares ninfais e período ninfal total de Bemisia tabaci (MEAM 1) em diferentes genótipos de Capsicum spp. Incubação 1o instar 2o ínstar 3o instar 4o ínstar IAC-1357 7,00±0,00 7,22±0,01 7,13±0,12 6,69±0,23 2,21±0,04 Período ninfal (dias) 23,25±0,04 IAC-1544 7,00±0,00 6,00±0,00 4,33±0,05 - - - IAC-1545 7,00±0,00 7,11±0,01 3,13±0,05 2,09±0,27 0,67±0,00 14,33±0,10 IAC-1549 7,02±0,00 7,49±0,04 4,84±0,09 4,50±0,34 - - IAC-1551 7,70±0,01 5,97±0,03 5,24±0,49 3,00±0,00 - - IAC-1566 7,12±0,01 6,70±0,01 6,10±0,11 2,18±0,07 1,11±0,15 - IAC-1579 7,00±0,00 6,32±0,02 5,16±0,13 3,87±0,11 1,11±0,47 - Média (dias) Genótipos 45 As ninfas que se desenvolveram sobre o hospedeiro IAC-1544 chegaram até o estágio N2 e morreram antes de completar o estágio N3. Nos genótipos IAC-1549; IAC-1551; IAC-1566 as ninfas morreram na fase N4. Desta forma, pôde-se concluir que os genótipos IAC-1544; IAC-1549; IAC-1551; IAC-1566 apresentaram efeito negativo no desenvolvimento ninfal de B. tabaci, pois não possibilitou o desenvolvimento completo de ovo a adulto dos insetos que estavam nestes genótipos. A emergência de adultos de mosca branca foi observada somente nos genótipos sintomático e IAC-1545. Ballina-Gómez et al. (2013) demonstrou que a porcentagem de sobrevivência ninfal foi drasticamente afetada e variou em alguns genótipos testados (36,2 a 95,1%). Resultados semelhantes foram obtidos para diferença na sobrevivência ninfal de B. tabaci em diferentes acessos de tomateiros, L. pennelliie L. hirsutum (MUIGAI et al., 2003; FANCELLI et al., 2003). A mortalidade ocorreu com mais evidência durante o 4o ínstar de desenvolvimento ninfal nas hospedeiras IAC-1549; IAC-1551; IAC-1566 e IAC-1579 (Tabela 8). Em apenas dois genótipos foi possível verificar o ciclo completo de B. tabaci MEAM1 com emergências de 25 e 4 adultos de mosca - branca dos genótipos IAC-1357 e IAC-1545, e representou viabilidade ninfal de 27,78% e 4,45%, respectivamente (Tabela 9). Tabela 8. Médias de mortalidade ninfal (%) de Bemisia tabaci (MEAM 1) mantidos em sete genótipos de Capsicum spp. Genótipos IAC-1357 IAC-1544 IAC-1545 IAC-1549 IAC-1551 IAC-1566 IAC-1579 Incubação 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Mortalidade % 1o ínstar 2o ínstar 3o ínstar 4,44 11,77 55,81 0,00 0,00 100,00 0,00 0,00 87,78 2,22 21,75 90,00 16,67 82,22 87,50 4,44 2,26 57,03 0,00 23,33 81,84 4o ínstar 22,73 63,64 100,00 100,00 100,00 100,00 Viabilidade ninfal (%) 27,78 4,45 - 46 Tabela 9. Médias de período de desenvolvimento (ovo a adulto), viabilidade ninfal (%) e número total de adultos emergidos de Bemisia tabaci (MEAM 1) em sete genótipos de Capsicum spp. Fases de desenvolvimento Genótipos IAC-1357 IAC-1544 IAC-1545 IAC-1549 IAC-1551 IAC-1566 IAC-1579 Ovo – adulto Ovo – 2º instar Ovo – adulto Ovo – 3º instar Ovo – 3º instar Ovo – 4º instar Ovo – 4º instar Período de duração (ovo-adulto) 30,25 17,33 21,33 23,85 21,91 23,85 25,86 Viabilidade Ninfal (%) Nº de adultos/genótipo 27,78 4,45 - 25 4 - A repelência de uma determinada planta a um inseto pode ocorrer devido à volatilização de substâncias químicas provenientes das folhas, que afetam negativamente a preferência do inseto, afastando-o, e também por fatores físicos, relacionados às cores das folhas, que também podem afetar a seleção hospedeira, tanto para alimentação quanto para oviposição (LARA, 1991; VENDRAMIM; GUZZO, 2009). Em pimentão esse fatores ainda são investigados, porém como base nas observações feitas neste trabalho é possível que substâncias químicas estejam envolvidas na expressão de não-preferência de alguns genótipos contra a mosca-branca. A repelência de um material sobre um inseto é de importância fundamental, visto que ao impedir que o inseto chegue até a planta, evita que o mesmo se alimente do genótipo e oviposite (MARTINEZ, 2002). As características físicas das superfícies foliares, como pilosidade, presença de tricomas, cerosidade, espessura, dureza e textura da epiderme são fatores que podem afetar a preferência do inseto em relação a uma planta, tanto para alimentação quanto para oviposição. A importância dos tricomas como fonte de resistência contra a mosca-branca B. tabaci já foi relatada por diversos autores (LAMBERT et al., 1995; FANCELLI et al., 2005; BALDIN et al., 2005). 47 Os resultados indicam que os genótipos acima citados são promissores para programas de melhoramento genético de Capsicum no Brasil, pois mostraram baixa atratividade e oviposição, além de não possibilitar o desenvolvimento ninfal, podendo ser indicados em programas de manejo contra begomovírus e moscabranca. 6.5. Dispersão primária e secundária do ToSRV em genótipos de Capsicum spp. assintomáticos ao vírus No experimento de dispersão primária de ToSRV, detectou-se uma porcentagem maior (45 %) de plantas infectadas no genótipo assintomático IAC-1566, do que no IAC-1357 (30%) com 30 dias (D.A.I.). Já no experimento de dispersão primária de ToSRV para IAC-1357 e IAC-1544, o genótipo IAC-1357, mostrou maior número de plantas infectadas que o genótipo assintomático IAC-1544, correspondendo a 12 (60%) e 6 (30%) plantas infectadas por genótipo, respectivamente. Na análise de 60 (D.A.I.) foram detectadas menos plantas infectadas para todos os genótipos avaliados. Na dispersão secundária, foi observada uma redução na frequência de plantas infectadas para os genótipos assintomáticos aos 30 (D.A.I.) e aos 60 D.A.I., não houve diferença entre o genótipo IAC-1357 e os assintomáticos IAC-1566 e IAC-1544 (Tabela 10). Resultados semelhantes, de menor eficiência na transmissão após aquisição viral em fontes resistentes de tomateiro, foi observado por Lapidot et al. (2001). Rodriguéz-Lopez et al. (2011) também observaram redução na dispersão primária e secundária em plantas com resistência a TYLCV. Em síntese, comparando os resultados de dispersão primária e secundária, pode-se inferir que a maior eficiência de transmissão e incidência de begomovírus ocorre principalmente com a migração constante de vetores virulíferos de fora para dentro da área plantada. Desta forma, o uso de genótipos com baixa atratividade e preferência da mosca-branca pode resultar em menor dispersão do ToSRV por B. tabaci MEAM1 dentro de um cultivo. 48 Tabela 10. Dispersão primária e secundária de ToSRV nos genótipos de Capsicum spp. inoculados por B. tabaci MEAM1. Dispersão Primária Indivíduos IAC-1357 30 60 IAC-1566 IAC-1357 IAC-1566 30 30 30 IAC-1357 IAC-1544 30 60 30 60 30 30 1 + + 2 + + + + + 3 + + + + + 4 + + + 5 + + + 6 + + 7 + + 8 + 9 + 60 2 + + 5 + 6 + + 7 8 + 60 + + + + + + 9 Indivíduos IAC-1544 + 4 + 60 10 10 11 11 + 12 13 + 14 + 15 + Dispersão Secundária Dispersão Primária IAC-1357 1 3 Dispersão Secundária 12 15 + + + + + + 13 + 60 + + + + 60 + + 49 Tabela 10. (Continuação) 16 16 17 + 18 17 + 19 20 N. pl infec/ + 6/20 1/20 + + 9/20 6/20 + 18 + 19 20 3/20 0/20 3/20 0/20 N. pl aval Porcentagem de plantas infectadas N. pl infec/ + + + + 12/20 9/20 4/20 1/20 3/20 0/20 3/20 60% 45% 30% 20% 5% 15% 0% 15% 6/20 N. pl aval 30% 5% 45% 30% 15% 0% 15% 0% Porcentagem de plantas infectadas 50 7. CONCLUSÕES ToSRV é a espécie de begomovírus predominante em pimentão nas regiões produtoras do Estado de São Paulo; O genótipo IAC-1357 - Capsicum baccatum (pimenta dedo de moça) é altamente suscetível ao ToSRV e à mosca branca; Desenvolvimento completo de ovo a adulto somente nos genótipos IAC 1357 e IAC 1545; Os genótipos Capsicum frutescens (IAC-1544); C. annuum (IAC-1551, IAC-1566 e AC-1579) e C. chinense (IAC-1549) são assintomáticos ao ToSRV, e expressam antixenose e antibiose sobre B. tabaci MEAM1; dispersão primária. Foi verificada maior eficiência de transmissão do ToSRV na 51 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALEMANDRI, V. et al. Species within the Bemisia tabaci (Hemiptera: Aleyrodidae) complex in soybean and bean crops in Argentina. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 105, n.6, p. 48-53, 2003. ANAYA-LÓPEZ, J. L. et al. Resistance to geminivirus mixed infections in Mexican wild peppers. HortScience, Alexandria, v. 38, n. 2, p. 251-255, 2003 ÁVILA, A. C. et al. Ocorrência de viroses em tomate e pimentão na região serrana do estado do Espírito Santo. Horticultura Brasileira, Brasília, DF, v. 22, n. 3, p. 655-658, jul-set 2004. BALDIN, E. L. L.; BENEDUZZI, R. A. Characterization of antibiosis and antixenosis to the whitefly silverleaf Bemisia tabaci B biotype (Hemiptera: Aleyrodidae) in several squash varieties. Journal of Pest Science, Heidelberg ,v. 83, n.3 , p. 223-229, 2010. BALDIN, E. L. L.; VENDRAMIM, J. D.; LOURENÇÃO, A. L. Resistência de genótipos de tomateiro à mosca-branca Bemisia tabaci (Gennadius) Biótipo B (Hemiptera: Aleyrodidae). Neotropical Entomology, Londrina, v. 34, n. 3, p. 435-441, 2005 BALLINA-GOMEZ, H. et al. Resposta de Bemisia tabaci Genn. (Hemiptera: leyrodidae) biótipo B de genótipos de pimenta Capsicum annuum (Solanales: Solanaceae). Neotropical Entomology, Dordrecht, v. 42, n. 2, p. 205-210, 2013. 52 BARBOSA , L. R. et al. Eficiência de Chrysoperla externa (Hagen, 1861)(Neuroptera: Chrysopidae) no controle de Myzus persicae (Sulzer, 1776) (Hemiptera: Aphididae) em pimentão (Capsicum annum L.) Ciência. agrotecnologia., Lavras, v. 32, n. 4, p. 11131119, 2008. BERTHEAU ,Y. et al. DNA amplification by polymerase chain reaction (PCR) In: PEROMBELON, M. C. M.; WOLF J. M. van der. (Ed.). Methods for the Detection and Quantification of Erwinia carotovora subsp. atroseptica on Potatoes. Scotland, Scottish Crop Research Institute, 1998. p. 39-59. (Occasional Publication, 10). BIANCHETTI, L. B.; CARVALHO, S. I. C. Subsídios à coleta de germoplasma de espécies de pimentas e pimentões do gênero Capsicum (Solanáceas). In: WALTER, B. M. T; CAVALCANTE, T. B. Fundamentos para coleta de germoplasma vegetal: teoria e Prática. Brasília , DF: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, 2005. p. 355-385. BIANCHETTI, L. B. et al. Coleta de germoplasma de espécies silvestres de Capsicum no sudeste brasileiro. In: II SIMPÓSIO DE RECURSOS GENÉTICOS PARA A AMÉRICA LATINA E CARIBE, 2., Brasília. Anais... Brasília, DF: Embrapa-Cenargen, 1999. (CDROM). BOARI, A. J. et al. Caracterização Biológica e Molecular de Isolados do “Cucumber mosaic virus” Provenientes de Oito Espécies Vegetais. Fitopatologia Brasileira, Brasília, v. 25, n. 1, p. 49-58, 2000. BROWN, J.K.; POULOS, B.T. Serrano golden mosaic virus - a newly identified whitefly transmitted geminivirus of pepper and tomato in the United States and Mexico. Plant Disease, St. Paul ,v. 74, p. 720, 1990. BROWN, J. K. et al. Family Geminiviridae. In: ANDREW, M. Q. K. et al (Ed.). Virus Taxonomy: ninth report of the International Committee on Taxonomy of Viruses. Elsevier, San Diego, p. 351-373, 2011. BROWN, J. K. Molecular markers for the identification and global tracking of whitefly vector-begomovirus complexes. Virus Research, Amsterdam , v. 71, n.1-2, p. 233-260, 2000. 53 BROWN, J. K.; FROHLICH, D. R.; ROSELL, R. C. The sweetpotato or silverleaf whiteflies: biotypes of Bemisia tabaci or a species complex. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 40, p. 511-534, 1995. BROWN, J. K.; BIRD, J. Whitefly-transmitted geminiviruses and associated disorders in the Americas and the Caribbean Basin. Plant Disease, St. Paul ,v. 76, n. 3, p. 220-225, 1992. CALVERT, L. A. et al. Analisa marcador DNA mitocondrial morfológica e de mosca branca (Homoptera: Aleyrodidae) colonizadoras mandioca e feijão na Colômbia. Anais da Sociedade Entomológica da América, v. 94, p. 512-519, 2001. CARRILLO-TRIPP, J.; LOZOYA-GLORIA, E.; RIVERA-BUSTAMANTE, R. F. Symptom remission and specific resistance of pepper plants after infection by Pepper golden mosaic virus. Phytopathology, St. Paul, v. 97, n. 1, p. 51-59, 2007. CARVALHO, S. I. C.; BIANCHETTI, L. B; HENZ, G. P. Germoplasm collection of Capsicum spp. Maintained by Emprapa Hortaliças (CNPH). Capsicum and Eggplant Newsletter, Turin, v. 22, p. 17-20, 2003. CHELLAPPAN, P. et al. Short interfering RNA accumulation correlates with host recovery in DNA virus-infected hosts, and gene silencing targets specific viral sequences. Journal Virology, Washington, v. 78, p. 7465-7477, 2004. CHERMENSKAYA, T. D.; PETROVA, M. O.; SAVELIEVA, E. I. Laboratory and field evaluation of biological active substances of plant origin against greenhouse whitefly, Trialeurodes vaporariorum Westw (Homoptera: Aleyrodidae). Archives Of Phytopathology Plant Protection, Abingdon, v. 42, n. 9, p. 864-873, 2009. CNPH. Projeto Capsicum. Brasília: Embrapa Hortaliças, 2001. Disponível em: <http://www.cnph.embrapa.br/projetos/capsicum/index.html>. Acesso: 27 de nov. de 2013. CONAB. Companhia Nacional do Abastecimento. Acompanhamento da safra brasileira de grãos. Brasília: CONAB, 2010. 54 COSTA, A. S.; ALVES, S. Mosaico do pimentão. Bragantia, Campinas, v. 10, n. , p.9596, 1950. CRUZ, D. M. R.; BANCI, C. A. Produção de mudas e plantio. In: RIBEIRO, C. S. C. Pimentas – Capsicum. Brasíia, DF: Embrapa Hortaliças, 2008. p.73-79. DE BARRO, P. J. et al. Bemisia tabaci: a statement of species status. Annual Review of Entomology, Palo Alto ,v. 56, , p. 1-19, 2011.Disponível em: <http://www.annualreviews.org/doi/full/10.1146/annurev-ento-112408-085504>. Acesso em: 14 nov. 2013. DELLAPORTA, S. L.; WOOD, J.; HICKS, J. B. A plant DNA minipreparation: version II. Plant Molecular Biology, Dordrecht, v. 1, n.4 , p. 19-21, 1983. DINSDALE, A. et al. Refined global analysis of Bemisia tabaci (Hemiptera: Sternorrhyncha: Aleyrodoidea: Aleyrodidae) Mitochondrial cytochrome oxidase 1 to identify species level genetic boundaries. Annals of the Entomological Society of America, Lanham , v. 103, p. 196-208, ANO. DOYLE, J. J.; DOYLE J.L. A rapid DNA isolation procedure for small quantities of fresh leaf tissue. Phytochemical Bulletin, St. Louis ,v. 19, p. 11-15, 1987. EIRAS, M. et al. Caracterização molecular do Tomato chlorotic spot virus isolado de jiló no Estado de São Paulo. Fitopatologia Brasileira 26:515. 2002 . ELBAZ, M.; LAHAV, N.; MORIN, S. Evidence for pre-zygotic reproductive barrier between the B and Q biotypes of Bemisia tabaci (Hemiptera: Aleyrodidae). Bulletin Of Entomological Research , Cambridge, v. 100, n.5 , p. 581-590, 2010. FANCELLI, M. et al. Exsudato glandular de genótipos de tomateiro e desenvolvimento de Bemisia tabaci (Genn.) (Sternorrhyncha: Aleyrodidae) biótipo B. Neotropical Entomology, Londrina, v. 34, p. 659-665, 2005. FANCELLI, M. et al . Atratividade e preferência para oviposição de Bemisia tabaci (Gennadius) (Hemiptera: Aleyrodidae) biótipo B em genótipos de tomateiro. Neotropical Entomology, Londrina, 32: 319-328, 2003. FAO. Global food losses and food waste. Disponível em PDF. Internacional Comgress Save Food. Rome, 2011. 55 FARIA, J. C. et al . Situação atual das geminiviroses no Brasil. Fitopatologia Brasileira, Brasilia, v. 25, n. 2, p. 125-137, 2000. FAUQUET, C. M. et al. Geminivirus strain demarcation and nomenclature. Archives of Virology, Vienna, v. 153, n. 4, p. 783-821, 2008. FILGUEIRA, F. A. R. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. Viçosa: UFV, 2003. 412 p. FIRDAUS, S. et al. The Bemisia tabaci species complex: Additions from different parts of the world. Insect Science, Richmond, v.20 , n. 6, p. 723-733, 2013 FONTES, E. P. B. et al. Geminivirus replication origins have a modular organization. Plant Cell, Heidelberg, v. 6, n.3 , p. 405-416, 1994. FRANGIONI, D. S. S.; PAVAN, M. A.; COLARICCIO, A. Triagem de genotipos de pimentão para resistência ao Cucumber mosaic vírus (CMV) subgrupo I. Fitopatologia Brasileira, Brasília, DF, v. 27, p 204, 2002. FREITAS, D. M. S. Tomato severe rugose virus (ToSRV) e Tomato chlorosis virus (ToCV): relações com a Bemisia tabaci biótipo B e eficiência de um inseticida no controle da transmissão do ToSRV. 2012. 74 f. Tese (Doutorado em Fitopatologia)-Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2012. GARCÍA-NERIA, M. A.; BUSTAMANTE, R. F. R. Characterization of geminivirus resistance in an accession of Capsicum chinense Jacq. Molecular Plant-Microbe Interactions, St. Paul, v. 24, n. 2, p. 172-182, 2011. GILL, R. J. The morphology of whiteflies. In: GERLING. D. (Ed.). Whiteflies: their bionomicas pest status and management. Andaver: Intercept, p. 13-46, 1990. GLICK, E.; LEVY, Y.; GAFNI, Y. The viral etiology of tomato yellow leaf curl disease – a review. Plant Protection Science, Prague, v. 45, n. 3, p. 81-97, 2009. GODÍNEZ-HERNÁNDEZ, Y. Characterization of resistance to Pepper huasteco geminivirus in chili peppers from Yucatan, Mexico. Hort Science, Alexandria, v. 36, n.1 , 139-142, 2001. 56 GUTIERREZ, C. et al. Geminivirus DNA replication and cell cycle interactions. Veterinary Microbiology, Amsterdam, v. 98, n.2 , p. 111-119, 2004. GUTIERREZ, C. Geminiviruses and the plant cell cycle. Plant Molecular Biology, Dordrecht, v. 43, n. , p. 763-772, 2000. HAVERROTH, M.; NEGREIROS, P. R. M. Calendário agrícola, agrobiodiversidade e distribuição espacial de roçados Kulina (Madeja), Alto Rio Envira, Acre, Brasil. Sitientibus série Ciências Biológicas,Brasil, v.11, n.2, p.299-308, 2011. HERNÁNDEZ-VERDUGO, S. et al. Screening wild plants of Capsicum annuum for resistance to Pepper huasteco virus (PHV): Presence of viral DNA and differentiation among populations. Euphytica, Dordrecht, v. 122, n. 5-6, p. 31-36, 2001. HU, J. et al. An extensive field survey combined with a phylogenetic analysis reveals rapid and widespread invasion of two alien whiteflies in China. PLoS ONE, San Francisco , v. 6, n.1, 2011. HULL, R. Matthews’ Plant Virology. California: Elsevier Academic Press, 1001 p. 2004. INTERNATIONAL COMMITTEE ON TAXONOMY OF VIRUSES. Descriptions of Bovine Leukemia Virus. Amsterdam, 2012 . Disponível em: <http://www.ictvdb.org> Acesso em: 26 nov. 2013. INBAR, M.; GERLING, D. Interações mediadas por plantas entre as moscas-brancas, herbívoros e inimigos naturais. Annual Review Entomology, Palo Alto, v. 53, n. , p. 43148, 2008. INOUE-NAGATA, A. K. et al. Pepper yellow mosaic virus, a new potyvirus in sweet pepper, Capsicum annuum. Archives of Virology, Vienna, v. 147, n. , p. 849-855, 2002. JONES, C. M. et al. High-throughput allelic discrimination of B and Q biotypes of the whitefly, Bemisia tabaci, using TaqMan allele-selective PCR. Pest Management Science, Chichester, v. 64, n. , p. 12-15, 2008. KOBORI, R. F.; GIORIA, R.; BRUNELLI, K.R. Impacto potencial das mudanças climáticas sobre as doenças do pimentão no Brasil. In: GHINI, R.; HAMADA, E. 57 Mudanças climáticas impactos sobre doenças de plantas no Brasil. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2008. 331 p. LAMBERT, A. L.; MCPHERSON, R. M.; ESPELIE, K. E. Soybean host plant resistance mechanisms that alter abundance of whiteflies. (Homoptera: Aleyrodidae). Environmental. Entomology, Laham, v. 24, p. 1381-1386, 1995. LANNES, S.D. et al. Growth and quality of Brazilian accessions of Capsicum chinense fruits. Scientia Horticulturae, Amsterdam, v. 112, p.266-270, 2007. LAPIDOT, M. et al. Effect of host plant resistance to tomato yellow leaf curl virus (TYLCV) on virus acquisition and transmission by its whitefly vector. Phytopathology, St. Paul, v. 91, p. 1209-1213, 2001. LARA, F. M. Princípios de resistência de plantas a insetos. 2. ed. São Paulo: Ícone,336 p. 1991 LAZAROWITZ, S. G. Geminiviruses: Genome structure and gene function. Critical Reviews in Plant Sciences, Philadelphia, v. 11, n. 4, p. 327-349, 1992. LIMA, M. F. et al. Distribuição de geminivírus nas culturas do tomate e pimentão em doze municípios do Submédio do Vale São Francisco. Fitopatologia brasileira, Fortaleza, v. 26, n. 1, p. 81-85, 2001. LIMA, M. F. et al. Levantamento e identificação das espécies de Tospovirus em tomateiro e pimentão no Submédio do Vale do São Francisco e no Distrito Federal. Summa Phytopathologica, Jaboticabal, v. 26, n. 2, p. 205-210, 2000. LIMA, M. F. et al. Detection of sweet pepper whitefly-transmited geminivírus in the “Submédio” of San Francisco Valley. In: Anais do 22º CONGRESSO PAULISTA DE FITOPATOLOGIA, 1999. Jaboticabal: Editora, 1999. p. 106. LOURENÇÃO, A. L.; NAGAI, H. Surtos populacionais de Bemisia tabaci no Estado de São Paulo. Bragantia, Campinas, v. 53, n.1 , p. 53-59, 1994. MARUBAYASHI, J. M. et al. At least two indigenous species of the Bemisia tabaci complex are present in Brazil. Journal of Applied Entomology, Berlin, v. 137, n.1-2 , p. 113-121 , 2012. 58 MARTINEZ, S. S. O nim Azadirachta indica: natureza, usos múltiplos, produção. Londrina: IAPAR, 2002. 142 p. MATOS, C. H. C. et al. Os tricomas deCapsicum spp. interferem nos aspectos biológicos do ácaro-branco Polyphagotarsonemus latus Banks (Acari: Tarsonemidae). Neotropical Entomology, Dordrecht, v. 38, n. 5, p. 589-594, 2009. MATTOS, L. M. et al Caracterização pós-colheita de espécies de Capsicumspp. Revista em Agronegócios e Meio Ambiente, Maringa, v. 1, n. 2, p. 179-186, 2008. MCAUSLANE, H. J. Influência da folha pubescência na preferência para oviposição de Bemisia argentifolii (Homoptera: Aleyrodidae) em soja . Environmental Entomology,, v. 25, p. 834-841, 1996. MORILLA, G. et al. Pepper (Capsicum annuum) is a dead-end host for Tomato yellow leaf curl virus. Phytopathology, St. Paul, v. 95, n. 9, p. 1089-1097, 2005. MORIN, S. et al. Groel homologue from endosymbiotic bacteria of the whitefly Bemisiatabaci is implicated in the circulative transmission of tomato yellow leaf curl. Virology, Maryland Heights, v. 256, p. 75-84, 1999. MOTA, L. D. C. et al. Pfaffia mosaic virus: a new potyvirus found infecting Pfaffia glomerata in Brazil. Plant Pathology, Malden, v. 53, p. 368-373, 2004. MUIGAI, S. G. et al. Greenhouse and field screening of wild Lycopersicon germplasm for resistance to the whitefly Bemisia argentifolii. Phytoparasitica, Dordrecht, v. 31, n.1 , p. 27-38, 2003. NARANJO, S. E.; ELLSWORTH, P. C. Desafios e oportunidades para manejo de pragas de Bemisia tabaci no novo século. Protculturas, v. 20, n. Edição Especial, p. 707-869, 2001. NATESHAN, H. M. et al. Host range, vector and serological relationships of cotton leaf curl virus from southern India. Annual Applied Biology, Chichester, v. 128, n. , p. 233244, 1996. NAVAS-CASTILLO, J.; FIALLO-OLIVE, E.; SANCHEZ-CAMPOS, S. Emerging virus diseases transmitted by whiteflies. Annual Review of Phytopathology, Palo Alto p. 219248, 2011. 59 NOMIKOU, M., et al. Phytoseiid predators of whiteflies feed and reproduce on non-prey food sources. Experimental e Applied Acarology, Dordrecht, v. 31, p. 15-26, 2003. NOZAKI, D.N.; KRAUSE-SAKATE, R. ; PAVAN, M.A. Begomovírus infectando a cultura de pimentão no Estado de São Paulo. Summa Phytopathologica, São Paulo, v.36, n.3, p.244-247, 2010. NOZAKI, D.N. et al. Occurrence of Begomovirus infecting pepper crops (Capsicum annum) in Minas Gerais. In: ENCONTRO NATIONAL DE VIROLOGIA, 21., 2010, Gramado. Anais... (ou Resumos...) Gramado: Virus Reviews & Research, Brasil,.p. 114114, 2010. NOZAKI, D. N. Estudos biológicos e moleculares de begomovírus infectando pimentão (Capsicum annuum) no estado de São Paulo. 2007. 94 f. Tese (Doutorado em Agronomia/Proteção de Plantas)-Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2007. NOZAKI, D. N. et al. First report of Tomato severe rugose virus infecting pepper plants in Brazil. Fitopatologia Brasileira, Brasília, v. 31, p. 321, 2006. OLIVEIRA, C. D. et al. Resistência de pimentas a nematóides de galha e compatibilidade enxerto/porta-enxerto entre híbridos de pimentão e pimentas. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 27, p. 520-526, 2009. PADIDAM, M.; BEACHY, R. N.; FAUQUET, C. M. The role of AV2 („precoat‟) and coat protein in viral replication and movement in tomato leaf curl geminivirus. Virology, Maryland Heights, v. 224, p. 390-404, 1996. PEIXOTO, J. R. et al. Avaliação de genótipos de pimentão no período de inverno, em Araguari, MG. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 34, n. 10, p. 1865-1869, 1999. POZZOBON, M. T.; WITTMANN, M. T. A meiotic study of the wild and semidomesticated Brazilian species of genus Capsicum L. (Solanaceae). Cytologia, Japão, v.71, n. 3, p. 275-287, 2006. QUIÑONES, M. et al. First report of Tomato yellow leaf curl virus infecting pepper plants in Cuba. Plant Disease, St. Paul, v.86, p.73, 2002. 60 RABELLO, A. R. et al. Diversity analysis of Bemisia tabaci biotypes: RAPD, PCRRFLP and sequencing of the ITS1 rDNA region. Genetics and Molecular Biology, Ribeirao Preto, v. 31, p. 585-590, 2008. REINA, J. et al. First report of Capsicum annuum plants infected by tomato yellow leaf curl virus. Plant Disease. St. Paul v.83, p.1176, 1999. RIBEIRO, C. S. C.; CRUZ, D. M. R. Comércio de sementes de pimentão está em expansão: apenas o mercado nacional movimenta US$ 1, 5 milhão. Revista Cultivar Hortaliças e Frutas, Pelotas, n. 21, set. 2003. ROCHA, K. C. G. et al. Avaliação de danos causados pelo Tomato severe rugose virus (ToSRV) em cultivares de pimentão. Summa Phytopathologica, Botucatu, v. 38, , 87-89. 2012a. ROCHA, K. C. G. et al. Evaluation of resistance to Tomato severe rugose virus (ToSRV) in Capsicum spp. genotypes. Tropical Plant Patholog, Brasília, v. 37, n. 5, p. 314-318, 2012b. ROCHA, K. C. G. et al. Only the B biotype of Bemisia tabaci is present on vegetables in São Paulo State, Brazil. Scientia Agricola, Piracicaba, v. 68, p. 120-123, jan. 2011. ROCHA, K. C. G. et al.Ocorrência e variabilidade genética do Tomato severe rugose virus em tomateiro e pimentão no Estado de São Paulo. Summa Phytopathologica, Botucatu, v. 36, p. 222-227, 2010. RODRÍGUEZ, H. B. The role of chili in human nutrition. In: TORRES, H. H. P. (Ed.). Chili: a key feature of independence and the Revolution. Cidade do México D.F: Herdez Foundation, 2011. p. 29-40. RODRÍGUEZ-LÓPEZ, M. J. et al. Whitefly resistance traits derived from the wild tomato Solanum pimpinelli folium affect the preference and feeding behavior of Bemisia tabaci and reduce the spread of Tomato yellow leaf curl virus. Phytopathology, St. Paul, v. 101, p. 1191-1201, 2011. ROJAS, M. R. et al. Exploiting chinks in the plant's armor: Evolution and emergence of geminiviruses. Annual Review of Phytopathology, Palo Alto, v. 43, p. 361-394, 2005. 61 ROJAS, M. R. et al. Use of degenerate oligonucleotídeos in the polymerase chain reaction to detect whitefly-transmitted geminiviruses. Plant Disease, St. Paul, v. 77, n. , p. 340-347, 1993. ROSELL, R. C. et al. Análise da variação morfológica em populações distintas de Bemisia tabaci (Homoptera: Aleyrodidae). Anais da Sociedade Entomológica da América, v. 90, p. 575-589, 1997. ROYE, M.E. et al. Tomato dwarf leaf curl virus, a new bipartite geminivirus associated with tomatoes and peppers in Jamaica and mixed infection with Tomato yellowf leaf curl virus. Plant Pathology, Viçosa, v. 48, p. 370-378, 1999. SANTOS, C. D. G.; ÁVILA, A.C.; RESENDE, R. O. Estudo da interação de um begomovírus isolado de tomateiro com a mosca branca. Fitopatologia brasileira, Brasília, v. 28, p. 664-673, 2003. SIPPELL, D. W.; BINDRA, O. S.; KHALIFA, H. Resistance to whitefly (Bemisia tabaci) in cotton (Gossypium hirsutum) in the Sudan. Crop Protection., Amsterdam, v. 6, p. 171178, 1987. SHIH, S.L.; ROFF, M.M.N.; GREEN, S.K. Virology Unit, Asian Vegetable Research and Development Center, P.O. Box 42, Shanhua, Tainan, Taiwan, Republic of China.(2001). SMITH, C.M. Plant resistence to arthropods molecular and conventionae approaches. Springer, The Netherlands, 2005.423p. STANLEY, J. et al. Geminiviridae. In: FAUQUET, C. M. Virus taxonomy: eighth Report of the International Committee on Taxonomy of Viruses. London: Elsevier, 2005. p. 301-326. SUN, D. B. et al. Incompatibilidade reprodutiva entre as B e Q biótipos de mosca branca Bemisia tabaci: evidências genéticas e comportamentais. Entomological Research, Chichester, v. 101, p. 211-220, 2011. THOMPSON, J. D. et al. CLUSTAL W: improving the sensitivity of progressive multiple sequence alignment through sequence weighting, position-specific gap penalties and weight matrix choice. Nucleic Acids Research, Oxford, v. 22, , p. 4673-4680, 1994. 62 TOSCANO, L. C.; BOIÇA JÚNIOR, A. L.; MARUYAMA, W. I. Fatores que afetam a oviposição de Bemisia tabaci (Genn.) Biótipo B (Hemiptera: Aleyrodidae) em tomateiro. Neotropical Entomology, Dordrecht, v. 31, p. 631-634, 2002. WANG, Z. Y. et al. Biótipo e estado de resistência a inseticidas da mosca branca Bemisia tabaci da China. Pest Management Science. Chichester v. 66, p. 1360-1366, 2010. VILLAS BÔAS, G. L. et al. Manejo integrado da mosca-branca Bemisia argentifolii. Brasília, DF: EMBRAPA-CNPH, 1997. 11 p. (Circular Técnica da Embrapa Hortaliças, 9). VENDRAMIM, J. D.; GUZZO, E. C. Resistência de plantas e a bioecologia e nutrição dos insetos. In: PANIZZI, A. R.; PARRA, J. R. P. (Ed.). Bioecologia e nutrição dos insetos: bases para o manejo integrado de pragas. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, p. 1055-1105, 2009. XU, J.; BARRO, P. J.; LIU, S. S. Incompatibilidade reprodutiva entre os grupos genéticos de Bemisia tabaci suporta a proposição de que a mosca branca é um complexo de espécies crípticas. Entomological Research, Chichester, v. 100, p. 359-366, 2010. ZENI, A. L.; BOSIO, F. O uso de plantas medicinais em uma comunidade rural de Mata Atlântica – Nova Rússia, SC. Neotropical Biology and Conservation, Espanha, v. 6, n. 1, p. 55-63, 2011. Disponível em: http://www.unisinos.br/index.php/neotropical/article/view/997.pdf.Doi: 10.4013/nbc.2011.61.07.