Retirada de tampões nasal e vaginal - coren-sp

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CÂMARA TÉCNICA
ORIENTAÇÃO FUNDAMENTADA Nº 008/2016
Assunto: Retirada de tampões nasal e vaginal.
1. Do fato
Solicitação de esclarecimentos a respeito de a quem compete a retirada de tampões
nasal e vaginal.
2. Da fundamentação e análise
A Enfermagem segue regramento próprio, consubstanciado na Lei do Exercício
Profissional (Lei no 7.498/1986) e seu Decreto regulamentador (Decreto 94.406/1987), além
do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (CEPE). Neste sentido, a Enfermagem
atua na promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde humana, com autonomia e
em consonância com os preceitos éticos e legais.
Sendo assim, conforme o questionamento realizado, bem como em obediência à
legislação, entendemos que em relação aos tampões nasais a literatura refere que:
[...] Existem vários tipos de materiais para realizar o tamponamento nasal,
sendo os mais utilizados: Gelfoam®; gaze com vaselina ou parafina;
Surgicel®; Merocel®; dedo de luva.
O tampão nasal tem sido usado para o controle primário do sangramento nos
pacientes submetidos à cirurgia nasal. Além disso, o tampão é usado para
estabilização da estrutura ósseo-cartilaginosa do nariz e evitar complicações
no período pós-operatório, como hematoma septal, infeção, formação de
abscesso e perfuração (VELASCO, 2011). (disponível em: <http://www
.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S180948722011000200008&ln
g=en&nrm=iso>).
Também é referido que para a introdução de tampão anterior é necessário o
preenchimento da fossa nasal, portanto, deve ser introduzido profundamente para que haja
pressão da mucosa nasal e não apenas da região anterior do septo (BALBANI, FORMIGONI,
BUTUGAN, 1999). (disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid
=S0104-42301999000200017&lng=en&nrm=iso>).
A retirada do tampão nasal pode ocasionar trauma importante da mucosa nasal. Assim,
considera-se uma atividade que é complexa e que demanda conhecimento para executar
eficazmente a hemostasia, se houver necessidade.
No que se refere aos tamponamentos vaginais, essa prática é utilizada para combater
hemorragias e é considerada como um método simples, seguro e parte dos procedimentos da
hemostasia operatória (profilática e curativa). Também é comumente utilizada em pósoperatório de cirurgias ginecológicas e detecção de incontinência urinária.
As cirurgias vaginais geralmente são encerradas com tamponamento com gaze.
[...] Em cirurgias como a histerectomia é indicada a retirada do tampão
vaginal, conforme o estado clínico da paciente, de 24 a 48 horas após a
cirurgia. Esta retirada consiste na remoção de gazes de tamponamento da
cavidade vaginal. Para a mesma devem ser avaliadas intercorrências como, a
aderência do tampão na cavidade e também a dor da paciente, bem como
avaliação contínua do enfermeiro após a retirada do tampão vaginal,
observando a presença de sangramento ou hemorragias e condições clínicas
da paciente (COREN-RS, 2012)
Um parecer do Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul analisa a
possibilidade de retirada de tampão vaginal pela equipe de Enfermagem e conclui, que a ação
é complexa e, portanto, somente pode ser efetuada pelo Enfermeiro, disponível em:
http://www.portalcoren-rs.gov.br/docs/Pareceres/Parecer_defisc_072012.pdf
Ressaltamos também que a Lei nº 7.498/1986 regulamentada pelo Decreto nº
94.406/87, estabelece no artigo 11 que ao Enfermeiro compete privativamente:
m) cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam
conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas;
[...] (BRASIL, 1986, 1987)
Portanto, a retirada de tampões, nasal e vaginal, é um procedimento complexo que
pode ser executado pelo Enfermeiro considerando seu conhecimento e os protocolos
institucionais referentes a essa prática. Destaca-se a importância da realização do Processo de
Enfermagem, conforme estabelecido pela Resolução COFEN 358/2009.
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