Lesões cutâneas, orais e retinite por Citomegalovírus em paciente imunossuprimido HIV negativo: relato de caso clínico Menezes, D. T.; Da Silva, A. C.; Das Neves, P. F.; Souza, D. V. O; Campos, W.R. Santa Casa de Misericórdia de Passos-MG Introdução O Citomegalovírus (CMV) apresenta-se como membro da família do herpes vírus. É responsável por infecções congênitas e pelo acometimento e mortalidade de pacientes imunocomprometidos, sendo comumente encontrado em pacientes portadores de vírus da imunodeficiência humana (HIV). Relato do caso Paciente do sexo masculino, 49 anos, portador de vasculite granulomatosa associada ao ANCA. Procura serviço por aparecimento de duas lesões ulceradas em palato duro, ardor local, odinofagia, febre e sudorese noturna. Há um mês foi submetido a pulsoterapia com ciclofosfamida. Deu entrada no hospital com sinais de sepse de foco indefinido e exames laboratoriais com pancitopenia, neutropenia grave, Anti HIV: negativo, p-ANCA: negativo, cANCA: negativo, linfócitos CD4: 60, proteína C reativa: 278. Evolui na internação com aparecimento de novas lesões ulceradas em couro cabeludo, face, tronco e perna esquerda, esta lesão com necrose. Mantendo febre constante a despeito da terapia de amplo espectro, incluindo antifúngicos, com culturas sempre negativas. E, após três semanas evoluiu com amaurose a esquerda. Realizou-se biópsia das lesões e fundoscopia que evidenciaram corpúsculo de inclusão citomegálica e retinite clássica por CMV, respectivamente. A terapia antimicrobiana foi suspensa e iniciou-se terapia com ganciclovir venoso e intravítreo observando-se melhora clínica, melhora níveis de linfócitos CD4 e boa evolução do quadro. Paciente recebeu alta com profilaxia para CMV e encontra-se em seguimento ambulatorial. Discussão O CMV pode causar úlceras gastrointestinais, retinites e pneumonia. Lesões cutâneas são raras devido à dificuldade de diagnóstico clínico e patológico. O diagnóstico é feito através de sorologia, cultura de células, reação da cadeia de polimerase (PCR) e imunohistoquímica. O CMV não tem cura e não é recomendável o tratamento para pacientes saudáveis. O uso de antivirais se faz o tratamento de escolha em recém-nascidos e pacientes com sistema imune comprometido. Referências 1. MAGRO, Cynthia M.; CROWSON, A. Neil; FERRI, Clodoveo. Cytomegalovirus-associated cutaneous vasculopathy and scleroderma sans inclusion body change. Human Pathology, Vol. 38, Issue 1, p42–49. Published online: November 6 2006. 2. RAFAILIDIS, Petro I et al. Severe cytomegalovirus infection in apparently immunocompetent patients: a systematic review. Virology Joural 2008, 5:47, 27 march 2008. 3. ROSS, S. A. et al. Diagnosis of Cytomegalovirus infections. National Institutes of Health. Infect Disord Drug Targets. 2011 Oct;11(5):466-74. 4. Endereço eletrônico autor principal: [email protected]