Leite de mãe CMV +.Como atuar? Na década de 80 surgiram os primeiros trabalhos que demonstraram infecção clínica associada á infecção pós natal a CMV no RN prematuro. Dez anos depois o leite materno é identificado como a principal fonte dessa infecção. Desde então a preocupação com a infecção a CMV no prematuro tem sido crescente entre os neonatologistas. As séries publicadas, mostram uma taxa de infecção entre os 20-30 % e uma taxa de infecção sintomática de 5%. O quadro clinico é geralmente ligeiro e autolimitado, não afectando o prognóstico, mas por vezes pode ser grave. A infecção pós natal não está associada a sequelas no neuro desenvolvimento a longo prazo. Os processos de tratamento do leite materno para a inactivação do vírus previnem a infecção sintomática. A Pasteurização Holter (aquecimento a 62,50 C durante 30 min.) inactiva o vírus no leite, mas também compromete as características nutricionais, imunológicos e os factores de crescimento do leite. Este método não está disponível na maioria das unidades de neonatologia. Pasteurização flash (aquecimento a 700 C durante5 seg.) inactiva o vírus no leite, e parece preservar muitas dos características nutricionais, imunológicos e os factores de crescimento do leite. Este método também não se encontra disponível na prática clínica diária. A congelação do leite a -200C durante 4 dias não elimina o vírus na totalidade, mas diminui a infecciosidade e a infecção sintomática. A congelação preserva as características do leite, mas parece inactivar os componentes celulares. A congelação está disponível na maioria das unidades de neonatologia. Não existem orientações claras para a situação do leite mãe CMV +, no entanto as recomendações vão no sentido da especial atenção para os prematuros com < 28 semanas, monitorização da infecção e sua sintomatologia. A congelação do leite a pesar de não eliminar completamente o CMV do leite é sugerida por alguns autores pela fácil acessibilidade.