Declaração ç de Conflitos de Interesse • Médico assessor e sócio do Grupo Fleury Infecções causadas pelo Citomegalovírus em pacientes Imunocomprometidos Celso F.H. Granato Médico Assessor do Fleury Medicina e Saúde Livre Docente da UNIFESP O Citomegalovírus Características do agente • • • • É um β herpesvírus, dsDNA, com ~230.000 pb Di Diversidade id d molecular l l ; classificação l ifi ã complexa l Codifica para > 150 proteínas Acomete inúmeros tipos de células CD34+ : progenitoras T e B, linhagens monócitos/ macrófagos ; células epiteliais, células endoteliais • Evade-se da resposta imunológica e permanece latente no organismo Escape da resposta imunológica (I) Modulação da expressão de proteínas MHC-I e II Mocarski, 2004 Escape da resposta imunológica (II) Inibição da atividade da célula NK Mocarski, 2004 Características Epidemiológicas • Em nosso meio meio, amplamente disseminado • Infecção precoce • Possibilidade de reinfecção • Possibilidade P ibilid d d de reagudização di ã Curva de soroconversão de anticorpos i IgG I G anti-CMV i CMV Faixas etárias % de reatividade IgG 2a - 3a11m 34% 4a - 5a11m 37% 6a - 7a11m 38% 8a - 9a11m 54% 10a - 12a 65% 0% Granato, 1994 30% 60% Variabilidade do CMV nos transplantados renais Autor (ano) gB1 (gB1V) gB2 (gB2V) gB3 gB4 (gB4V) Carraro (2001) 30% 40% 25% 5% Nogueira (2002) 0 9% (47 0,9% (47,7%) 7%) 36 8% (1 36,8% (1,9%) 9%) 0 9% 0,9% 4 8% (7,3%) 4,8% (7 3%) Evidências laboratoriais de i f infecções õ múltiplas úl i l pelo l CMV Céélulas + 100 gB1 80 60 40 20 gB2 0 9/6/1999 15/6/1999 17/6/1999 24/6/1999 1/7/1999 7/7/1999 Data Nogueira, E et alii Ap problemática da citomegalovirose g na situação do pós-transplante renal • • • • O par Doador e Receptor A imunossupressão induzida A produção de citocinas A interação entre CMV e o organismo ação direta do vírus modulação da resposta imune A produção de citocinas e a replicação viral Aloreatividade ao enxerto Sepse Processos inflamatórios Lesão por isquemia/ reperfusão TNF-α IFN-γ NFқB AP1 ATF (CREB) ATIVADORES DE TRANSCRIÇÃO CELULAR: DNA celular CMV - DNA MIEP CMV (2 5 dias) (2-5 Hummel, 2002 Patogênese viral (I) Efeitos diretos: • Doença no órgão transplantado • Doenças em outros órgãos terminais R ti it Retinite Pneumonite Encefalite Patogênese g viral (II) ( ) Consequências indiretas • Imunomodulação • Maior risco de infecções oportunistas (bactérias gram negativas, ti ffungos, vírus) í ) e PTLD • Maior risco de rejeição ao enxerto • Redução na longevidade do órgão • Aumento de custos Incidência CMV entre transplantados • • • • 25% pós Tx rim, coração, fígado 50% pós Tx pâncreas, rim-pâncreas rim pâncreas >50% pós Tx coração-pulmão Tx medula óssea : autólogo Æ 15% » » » relacionado Æ 50% não relacionado l i d Æ 48% GVHD Æ RR 2,2 Formas clínicas da citomegalovirose • Em pacientes imunocompetentes • Em pacientes imunodeficientes Tx de medula coração/pulmão rins • Paciente soropositivos p para p HIV • Fatores determinantes da expressão clínica em pacientes imunodeficientes Formas clínicas de citomegalovirose em transplantados t l t d renais i TIPO DE INFECÇÃO QUANTO AO ESTADO SOROLÓGICO Manifestação IInfecção f ã primária IInfecção f ã secundária Desconhecido Total T t l de d episódios Quadro clínico “i “incompleto” l t ” 6 ((10,3%) 0,3%) 10 0 ((17,2%) , %) 0 (0,0%) 16 6 ((27,6%) ,6%) Síndrome pelo CMV 11 (18,9%) 11 (18,9%) 0 (0,0%) 22 (37,9%) 3 (5,1%) 16 (27,6%) 1 (1,7%) 20 (34,5%) 20 (34,5%) (34 5%) 37 (63,8%) (63 8%) 1 (1 (1,7%) 7%) 58 (100,0%) (100 0%) Doença invasiva Total de episódios Boschiroli, 2003 Diagnóstico laboratorial da i f infecção ã pelo l CMV • Infecção X Doença • Diagnóstico indireto ou sorológico • Diagnóstico por técnicas diretas antigenemia recursos moleculares (PCR,bDNA) Quantificação de IgG anti-CMV Camargo, 1993 Técnica de antigenemia (pp65) Técnica de amplificação do DNA (RT PCR ou qPCR) (RT-PCR PCR) DENATURAÇÃO ANELAMENTO POLIMERIZAÇÃO Técnica de amplificação do DNA Sensibilidade relativa entre RT PCR e antigenemia RT-PCR i i (I) Métodos diagnósticos Número de amostras (%) qPCR+ / Ag+ 161 (41) qPCR- / Agq g 79 ((20)) qPCR+ / Ag- 147 (37,3) qPCR- / Ag+ 7 (1,7) TOTAL 394 (100) Boschiroli, 2003 Sensibilidade relativa entre RT PCR e antigenemia RT-PCR i i (II) 140 120 80 60 40 20 Boschiroli, 2003 Carga viral >50.000 10..000-50.000 5..000-10.000 0 <5.000 Amostras 100 Sensib. clínica da RT-PCR e da antigenemia 1000000 300 Antigenemia qqPCR 100000 250 10000 200 1000 Febre, mialgia perda mialgia, de peso 150 Recidiva d dos sintomas 100 100 Tratamento (suspenso no 5o dia) Reinternação ↓ 10 50 Alta ↓ 1 20-nov (Tx) Boschiroli, 2003 Tratamento 0 4-jan 24-jan 6-fev 13-mar qPCR Ag Abordagem medicamentosa com d drogas antivirais i i i • Profilaxia, tratamento pré-clínico • Tratamento curativo Prescrição de sub-doses Tratamento interrompido Tratamento por tempo insuficiente • Geração G ã de d resistência i ê i aos medicamentos di GCV Mecanismo de ação das drogas com atividade ti id d anti-CMV ti CMV Documentação de mutações no gene da d DNA polimerase li Nogueira, 2002 Conclusões e Perspectivas (I) • A infecção pelo CMV entre nós é altamente prevalente e precoce ; • Podem ocorrer infecções por múltiplas variantes genômicas ô i simultânea i ltâ ou consecutivamente ti t ; • Nos transplantados renais, renais a infecção é freqüente freqüente, requer tirocínio clínico aguçado para ser suspeitada, p p porém ela p pode ser g grave ; Conclusões e Perspectivas (II) • Taxa de recorrência, mesmo pós tratamento 30% ç da suspeita p diagnóstica, g bem como • A confirmação a potencial gravidade, leva em consideração vários marcadores epidemiológicos e laboratoriais ; • Inúmeras técnicas podem ser utilizadas para o diagnóstico, mas o significado dos resultados deve ser analisado cuidadosamente ; Conclusões e Perspectivas (III) • Há necessidade de desenvolvimento de melhores marcadores de doença ; • Foram identificadas mutações nas seqüências UL97 e UL54 mas a resistência medicamentosa não ã ffoii clinicamente li i t expressiva i ; essa situação it ã está se alterando rapidamente ; • Há necessidade do desenvolvimento de técnicas rápidas e de custo acessível para a avaliação da resistência aos antivirais ; Conclusões e Perspectivas (IV) • Novas drogas ou modalidades terapêuticas precisam ser desenvolvidas ; • Há necessidade de desenvolvimento de vacinas ; • É preciso ampliar os conhecimentos com relação a outros vírus nos transplantados e se verificar a importância da modulação exercida por esses agentes g na expressão p clínica das doenças. ç