CITOMEGALIA • Risco de infecção inicia-se no período de vida intrauterina e no período perinatal, podendo ocorrer também na infância e na idade adulta como infecção adquirida; • 50% das mulheres em idade fértil têm sorologia positiva, sendo que após os 60 anos de idade 75% tem sorologia positiva; • Sua transmissão se dá por secreções: sangue, saliva, esperma, muco cervical, leite humano urina; • É um vírus DNA, da família herpesviridae; • Incidência soro positiva é maior em populações com baixas condições sócio- econômicas , • Este vírus tem a capacidade de ficar latente no organismo, reativando-se na vigência de doenças imunodepressoras. QUADRO CLÍNICO • A infecção aguda pelo CMV em adultos imunocompetentes é na maioria das vezes assintomática, podendo entretanto, manifestar-se com sinais e sintomas semelhantes à mononucleose. • A grande importância clínica da infecção pelo CMV está no acometimento de imunodeprimidos e na infecção do feto. Nos imunodeprimidos a infecção é grave e decorre geralmente de reativação. INFECÇÃO CONGÊNITA • O CMV é considerado a principal causa de infecção congênita, ocorrendo em 0.3 a 2 % dos nascimentos; • A explicação para as altas taxas de infecção congênita, encontra-se na capacidade que o CMV tem de infectar o feto mesmo quando a mãe já possui anticorpos antes da concepção, ao contrário do que ocorre na Rubéola e Toxoplasmose. Acredita-se que nas gestantes ocorre reativação do vírus latente; • A forma mais grave é a Doença de inclusão Citomegálica que se manifesta com calcificações cerebrais, microcefalia, corioretinite, hepatoesplenomegalia e icterícia; • Dos infectados 15 % tem sintomas ao nascimento; • 10 % dos infectados sem sintomas terão seqüelas neurológicas. (Surdez, perda de visão e déficit neurológico). • No mecanismo de infecção congênita é importante citar que a maioria dos recém nascidos, com doença congênita nascem de mães que tiveram infecção primária durante a gravidez e que 90% dessas mães não têm evidências clínicas de infecção. • A reativação de infecção pregressa na gestante está associada a baixos índices de infecção do concepto. INFECÇÃO PERI-NATAL • Importante ressaltar a infecção do RN no parto ou pelo aleitamento. INFECÇÃO ADQUIRIDA • A urina e a saliva são as fontes mais importantes de disseminação do CMV, é o caso das creches e berçários, onde há contato íntimo entre as crianças. • Ao contrário do que acontece na mononucleose, a linfoadenomegalia cervical é rara em adultos, mas em crianças ocorre em 90 % dos casos. • Há linfocitose relativa e absoluta; • Presença de linfócitos atípicos; • Enzimas hepáticas AST e ALT, moderadamente elevadas em cerca de 80 % dos casos. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL IgM CMV • Reagente ou positivo é suficiente para indicar infecção aguda; • IgM pode demorar 2 semanas para positivar. Nestes casos deve-se repeti-la em 15 dias; • Mantêm-se títulos altos por 3 meses, podendo ocorrer títulos baixos por até 12 meses, pelo aumento de sensibilidade dos testes atualmente utilizados não deve ser considerado um marcador absoluto. Falso positivos poderão ocorrer em infecções por Epstein- Baar (mononucleose) e herpes vírus. • Por não atravessar a barreira placentária seu achado em RN sugere infecção congênita. IgG CMV • Indica infecção passada ou recente; • Recoleta na convalescença (após 15 dias) pode evidenciar viragem sorológica (primeira amostra negativa e segunda positiva) ou aumento de 4 vezes ou mais no soro da convalescença em relação ao soro colhido na fase aguda. IGG AVIDEZ para citomegalovírus • Início da infecção primária pelo CMV os anticorpos IgG apresentam-se como característica baixa avidez pelo antígeno (se ligam frouxamente ao antígeno) com o passar do tempo esta avidez aumenta progressivamente sendo que em infecções antigas e reinfecções encontramos alta avidez. • essa determinação é bastante útil para se diferenciar pacientes que apresentaram infecções primárias pelo CMV, nos últimos 3 meses, de infecções passadas e reinfecções sendo de grande aplicação em grávidas com IgM e IgG positivos. • Estudos mostram grande poder de predizer recémnascidos infectados, quando utilizado antes de 18 semanas de gestação. INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS • Baixa avidez: inferior a 30 % sugere infecção ocorrida há pelo menos 3 meses. • Inconclusivo: entre 30 e 60 % não permite definir o período da infecção. • Alta avidez: superior a 60 % sugere que a infecção tenha ocorrido há mais de 3 meses.