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MEDICAMENTOS E VACINAS
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Coordenador: Profa. Dra. Nereide Stela Santos Magalhães
Equipe:
Prof. Dr. Eryvaldo Sócrates Tabosa do Egito
Prof. Dr. José Luiz de Lima Filho
Dra. Sandra da Silva Mattos
Jaqueline Rodrigues da Silva
Recife, JJuullhhoo ddee 22000022
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2
Sumário
Introdução................................................................................................................................. 03
1. Propriedades Físico-Químicas........................................................................................ 03
1.1. Estabilidade............................................................................................................ 03
1.2. Solubilidade........................................................................................................... 04
2. Propriedades biológicas.................................................................................................. 04
2.1. Farmacocinética..................................................................................................... 04
3. Métodos analíticos.......................................................................................................... 05
3.1. Ensaio espectrofotométrico.................................................................................... 05
3.2. Ensaio microbiológico........................................................................................... 05
4. Febre Reumática............................................................................................................. 05
Justificativa............................................................................................................................... 07
Objetivos................................................................................................................................... 09
Bibliografia............................................................................................................................... 10
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3
Introdução
As penicilinas constituem um dos grupos mais importantes dos antibióticos βlactâmicos. Existem vários tipos de penicilina: ampicilina, penicilina G, penicilina V,
amoxacilina, oxacilina, meticilina, cloxacilina, carbenicilina, bancapicilina, ticarcilina,
mezlocilina, piperacilina, dicloxacilina, nafcilina, carboxipenicilina e ureidopenicilina; sendo
a penicilina G (PenG) a que possui maior atividade antimicrobiana entre essas, e a única
penicilina natural utilizada em clínica. Dentre seus usos estão aqueles para o tratamento de
infecções estreptocócicas e para profilaxia de febre reumática (Mandell e Petri, 1978).
Atualmente, são muito empregados preparados de reposição de penicilina G, como forma de
prolongamento da permanência do antibiótico no corpo. Os dois compostos desse tipo mais
comuns são: penicilina G procaína e penicilina G benzatina (PenGB). A PenGB é a mais
usada pois é absorvida muito lentamente dos depósitos intramusculares e produz a duração
mais longa de antibiótico detectável entre todas as penicilinas de reposição disponíveis
(Mandell e Petri, 1978).
I – Penicilina G Benzatina
I.1. Propriedades Físico-Químicas
Segundo Korolkovas, [2] esta molécula se apresenta na forma de um pó branco ou
ligeiramente amarelado, inodoro, com um caráter ácido relativamente forte devido ao grupo
carboxílico ligado ao anel condensado (Figura 1). Apresenta natureza fortemente
dextrorotatória. Possui pKa em torno de 2,65 (). Seu Ponto de Fusão situa-se em torno de 110º
C [3]. A solução saturada de PenGB em água, possui pH = 5 – 7,5 [4].
A suspensão da PenGB é uma suspensão aquosa do sal obtido pela combinação de
um mol de base amônia com dois moles de penicilina G, gerando N,N’-dibenziletilenediamina
dipenicilina G (Mandell e Petri, 1978).
I.1.1. Estabilidade
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4
PenGB é muito estável por causa da sua baixa solubilidade em água e meios
biológicos [3]. Sua suspensão aquosa é bastante estável em pH entre 6.0 e 7.0 e quando
armazenada à baixas temperaturas [4]. Apesar do suco gástrico, com pH de 2, possuir um alto
poder de destruição da PenG (Mandell e Petri, 1978), a PenGB é bastante estável neste meio
[4].
I.1.2. Solubilidade
A PenGB é praticamente insolúvel em clorofórmio e éter. Sua solubilidade em
água é 1/6000; em álcool é 1/65; em formamida, 1/10; e em dimetilformamida, 1/7 [4]. O grau
de solubilidade da PenGB em diferentes solventes é apresentado na Tabela 1.
Tabela 1 - Solubilidade (mg/ml) da PenGB em diferentes solventes a diferentes temperaturas
Solventes
25º C
42º C
60º C
Formamida
28.0
92.5
158.0
Acetona
1.5
3.8
-
Etanol
5.2
16.2
52.9
Benzeno
0.38
0.55
1.10
Água
0.15
0.17
0.46
I. 2. Propriedades biológicas
O espectro antimicrobiano da PenGB é semelhante ao da PenG sendo ativo contra
cepas sensíveis de cocos gram-positivos, contra espécies de Neisserias e determinados
anaeróbios sendo ineficaz contra a maioria das cepas de Staphylococcus aureus (Mandell e
Petri, 1978).
I. 2.1. Farmacocinética
A PenGB é absorvida muito lentamente dos depósitos intramusculares e produz a
duração mais longa de antibiótico detectável entre todas as penicilinas de reposição
disponíveis. Nos adultos, por exemplo, uma dose de 1.200.000 administradas por via
intramuscular produz uma concentração plasmática de 0,09 µg/ml no primeiro dia, 0.02 µg/ml
no décimo quarto, e de 0.002 µg/ml no trigésimo segundo dia após a injeção.A duração média
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5
da atividade antimicrobiana demonstrável no plasma é de cerca de vinte e seis dias.Existem
dados farmacocinéticos semelhantes para lactentes recém-nascidos (Mandell e Petri, 1978).
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6
II. Febre Reumática
“A febre reumática é uma doença inflamatória que ocorre na forma de seqüela
tardia e não-supurativa de infecções das vias aéreas superiores por estreptococos do grupo A”
[5]. Essa patologia resulta de uma reatividade aumentada dos antígenos estreptocócicos que
evocam anticorpos que reagem cruzadamente com os antígenos tissulares ou de uma reação
auto imune acionada por infecção estreptocócica [6]. A febre reumática pode envolver
diversos sistemas de órgãos diferentes, mais notavelmente o coração, as articulações, dentre
outros [5].
A prevenção da Febre Reumática consiste em primeiro caso no diagnóstico e
tratamento apropriado para amigdalite estreptocócica. Apesar de relativamente simples, essa
prevenção é quase sempre difícil de se alcançar, sendo, portanto, necessário uma segunda
opção de profilaxia, farmacodependente, para evitar a mortalidade e a incapacidade cardíaca
crônica associada a essa patologia. Nessa opção, o método mais eficaz é o com uso da
penicilina G benzatina intramuscular, a cada quatro semanas, sendo as recidivas reumáticas
muito raras em pacientes que aderem completamente a esse esquema [6].
III. Sistemas de Liberação Prolongada
Nas últimas décadas, numerosos estudos demonstraram que a distribuição de um
fármaco no organismo pode ser modificada pelo uso de vetores medicamentosos coloidais
partículas poliméricas. Estes carreadores protegem certos princípios ativos lábeis da
degradação e/ou inativação pelo suco gástrico; melhoram a biodisponibilidade por aumento da
penetração celular de substâncias hidrofílicas e proporcionam a liberação do fármaco no sítio
de ação desejado (órgão, tecido ou célula), eliminando ou minimizando os efeitos colaterais
que normalmente acompanham a terapêutica convencional.
O princípio da vetorização de medicamentos está fundamentado no tamanho, lipofilia,
estabilidade e citotropismo do princípio ativo e na composição dos fluidos biológicos,
monitorados pelas características do veículo. Sistemas coloidais de liberação controlada de
drogas oferecem diversas vantagens com relação às formas de dosagens convencionais.
Devido ao tamanho reduzido das partículas, as preparações coloidais prestam-se à
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7
administração parenteral e podem ser úteis para liberação controlada do princípio ativo em
órgãos específicos ou sítios alvos do organismo. O direcionamento da substância
biologicamente ativa ao sítio de ação desejado poderá não somente melhorar a eficiência
terapêutica, como também permitir a redução da quantidade da droga a ser administrada para
obtenção da resposta biológica, minimizando com isso efeitos colaterais indesejáveis
(Magenheim & Benita, 1991).
A modulação apropriada do fármaco no organismo está relacionada diretamente com a
forma de administração do medicamento. Atualmente, o objeto principal de investigação na
farmácia galênica é o desenvolvimento de novas formas de administração de medicamentos
que possam melhorar a biodisponibilidade e diminuir a toxicidade de fármacos (Couvreur,
1997, Marty et al, 1978, Puisieux & Roblot, 1989).
Ao longo dos últimos anos, a descoberta de polímeros no domínio farmacêutico
permitiu a confecção de formas farmacêuticas nanoparticulares e de dispositivos à liberação
controlada de princípios ativos. Nesse último caso, procura-se eliminar a necessidade de
ingestão freqüente de medicamentos, promovendo um melhor conforto ao paciente, maior
aderência ao tratamento e também evitando os possíveis efeitos fármaco-toxicológicos
associados à absorção sucessiva de fármacos pelo organismo.
Nos métodos convencionais de administração de medicamentos, dependendo da via de
administração empregada, a molécula é absorvida, liberada no sangue e biodistribuída para
todo o organismo, resultando em uma ação generalizada sobre vários órgãos e tecidos. Desta
forma, não só o órgão alvo e atingido, mas todos os tecidos recebem uma concentração
significativa de princípio ativo.
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Justificativa
O fundamento e justificativa deste projeto fundamenta-se na aplicação de
nova tecnologia para obtenção de uma forma farmacêutica de liberação controlada contendo
penicilina G benzatina para tratamento da febre reumática.
As seqüelas da Febre Reumática sobre o sistema cardiovascular são aprincipal
forma de doença cardíaca em crianças e adultos jovens na maioria dos países em
desenvolvimento.
Estatísticas da OMS apontam em torno de 400.000 óbitos anuais em conseqüência
desta doença. Pelo menos 12 milhões de pessoas estão afetadas por ela e em torno de dois
milhões necessitando de internamentos freqüentes. Estima-se que um milhão de cirurgias
deverão ser realizadas nos próximos 5 anos em pacientes reumáticos, que geralmente vêm de
famílias pobres com dificuldades até para comprar a penicilina. Ásia, África, América Latina
e o Leste do Mediterrâneo são as 4 regiões geográficas mais afetadas e nelas quase 1% das
crianças em idade escolar demonstram sinais da doença.
A doença afeta geralmente crianças de baixa renda nos países em desenvolvimento.
Ela é uma complicação tardia, em indivíduos suscetíveis, de uma infecção geralmente da
orofaringe pelo streptococo beta hemolítico do grupo A de Lancefield. Fatores sócio
econômicos e ambientais têm papel crucial no desenvolvimento da febre reumática. O grupo
mais susceptível é constituído de crianças de 5 a 19 anos.
A prevenção primária da febre reumática pode ser realizada através da utilização de
penicilina para erradicar o streptococo da orofaringe. No entanto, devido às limitações sócioeconômicas e dos sistemas de saúde de países em desenvolvimento, muitas crianças nem sequer
chegam a ter diagnóstico nesta fase. Na fase seguinte, a prevenção secundária envolve injeções
de penicilina G benzatina administradas por via intramuscular de forma quinzenal ou a cada três
semanas por longos períodos. A administração de 600.000 UI/dose injetável (criança) ou de
1.000.000 UI/dose (adulto) forma um depósito no músculo causando um processo extremamente
doloroso que promove grande sofrimento nas crianças, levando ao abandono do tratamento antes
do término prescrito. Métodos terapêuticos alternativos que possam aumentar os períodos entre
as aplicações da penicilina no tratamento prolongado da febre reumática podem vir a ter um
enorme impacto sobre a prevenção e tratamento desta doença que acomete parte significativa da
população.
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9
O presente projeto propõe o desenvolvimento um sistema de implante subcutâneo de
pencilina G benzatina encapsulada em microcápsulas dispersas em uma matriz polimérica do
tipo hidrogel, projetada para duração de 6 meses. Este nova terapeûtica diminuirá os intervalos
de administração das injeções mensais, as quais os pacientes de FR estão sujeitos,
promovendo maior eficácia do tratamento e melhor adesão por parte dos pacientes.
No desenvolvimento do produto serão utilizadas matérias primas biotecnólogicas
oriundas de algas marinhas do nordeste brasileiro (alginato) e de casca de camarão (quitosana)
para confecção de microcápsulas. O produto desenvolvido será de interesse para a indústria
farmacêutica local, inserido neste contexto o LAFEPE, e terá impacto na economia do Estado
favorecendo não apenas o desenvolvimento da indústria framacêutica, mas também aquelas do
setor de insumos com melhoramento do aproveitamento de sub-produtos do camarão e de
algas encontradas em grande quantidade na costa nordestina.
O desenvolvimento de um sistema terapêutico de liberação controlada com tempo de
vida de no mínimo 6 meses será de grande impacto na terapêutica e trará dividendos não
apenas para o estado de Pernambuco, mas para o país, com repercussão mundial, beneficiando
as políticas de saúde principalmente de países pobres ou em desenvolvimento. O Brasil e o
Estado de Pernambuco como detentor de um novo produto poderá abrir mercados com países
vizinhos, da Ásia e África. Inicialmente os custos com a terapêutica não convencional através
de sistemas de liberação controlada de penicilina G benzatina, devem ser mais elevados com
relação a injeções de PenGB. No entanto, os custos seriam maiores com o tratamento das
seqüelas, principalmente cardiológicas, provocadas pela febre reumática.
Um novo tratamento da febre reumática de forma controlada, prolongada, não dolorosa
e eficaz será de grande valia para o SUS, para a população brasileira e mundial acometida pela
febre reumática.
Em comunidades pobres e densamente populosas, em que o risco de FR é maior, as
crianças com doenças autolimitadas, como dores de garganta, podem nunca procurar
assistência médica, e os serviços de cultura de garganta não são disponíveis para auxiliar a
estabelecer o diagnóstico. Além disso, em um terço ou mais dos casos, a febre reumática pode
surgir após a infecção estreptocócica clinicamente inaparente. Fazendo-se, portanto,
necessário um método profilático seguro, e tornando o uso da penicilina G benzatina
essencial.
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10
A penicilina G possui tempo de meia vida biológica de 30 minutos, o que explica a
rápida diminuição de seus níveis plasmáticos após uma injeção intramuscular, devido a isso,
são estudadas maneiras de se prolongar a permanência desse antibiótico no organismo e,
conseqüentemente, reduzir a freqüência das injeções (Mandell e Petri, 1978). Os preparados
de reposição (penicilina G procaína e penicilina G benzatina) têm esse propósito, pois liberam
lentamente o fármaco da área na qual foram injetados e produzem concentrações
relativamente baixas, porém persistentes do antibiótico no sangue. A penicilina G benzatina
possui maior duração (Mandell e Petri, 1978), uma vez que uma dose quatro vezes maior desta
produz uma concentração plasmática dez vezes menor que o valor referente à penicilina G
procaína, além dessa última produzir níveis plasmáticos tóxicos quando é administrada em
altas doses.
A injeção de 300.000 unidades de penicilina G procaína produz uma concentração
plasmática de 0,9 µg/ml em 1 a 3 horas; após 24 horas a concentração cai para 0,1 µg/ml e em
48 horas, se reduz para 0,03 µg/ml; enquanto que uma dose de 1,2 milhão de unidades de
penicilina G benzatina produz uma concentração plasmática de 0,09µg/ml no primeiro dia, de
0,02 µg/ml no 14º dia, de 0,002 µg/ml no 32º dia após a injeção. A duração média de
atividade antimicrobiana demonstrável no plasma é de cerca de 26 dias. Apesar da duração a
princípio longa da penicilina G benzatina, suas injeções mensais para profilaxia da febre
reumática ainda são incômodas e financeiramente dispendiosas, sendo assim, o presente
trabalho se propõe a estudar uma nova forma de administração deste antibiótico baseada em
sistemas de liberação prolongada de fármacos, que possa reduzir ainda mais a freqüência das
injeções, produzir um perfil farmacocinético desejado e tornar mais confortável esse esquema
de profilaxia para febre reumática.
O desenvolvimento de sistemas de liberação prolongada de medicamentos
usualmente preconiza que a molécula possua um tempo de meia vida biológica bastante curto.
Entretanto, no caso específico da PenGB, devido a sua elevada potência terapêutica e ao fato
de ser necessário injeções mensais no combate a febre reumática, acreditamos que um sistema
que forneça as concentrações plasmáticas ao longo de 6 a 12 meses, facilitaria enormemente a
terapêutica para está doença.
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11
Objetivos
Objetivo Geral
Desenvolver um sistema de liberação prolongada de fármaco para produzir uma
forma de administração da penicilina G benzatina que reduza a freqüência das administrações
de mensais para anuais, melhorando a afabilidade com o paciente.
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12
Material e Métodos
I. Material
I.1. Reagentes, solventes, soluções e matérias primas:
¾Acetona, Merck;
¾Ácido sulfocrômico;
¾Água deionizada Milli Q;
¾α-Bromonaftalina;
¾Clorofórmio, Merck;
¾Penicilina G benzatina, Sigma;
¾Diester caprílico e cáprico com propilenoglicol (Capitex 200), Abitec Corporation,
Janesville, USA;
¾Fosfatidilcolina de soja (Epikuron 200), Lucas Meyer, Brasil;
¾Metanol, Merck;
¾Óleo de Rícino polioxil-40-hidrogenado (Cremophor RH 40), Basf S/A, Brasil;
¾Tris (hidroximetil) aminometano, Merck, Darmstadt, F.R. Germany.
Equipamentos
ƒ Cromatógrafo Líquido de Alta Performace (HPLC)
ƒ Microscópio Eletrônico
ƒ Sonicador
ƒ Balanças analíticas
ƒ Bomba de Vácuo
Matérias Primas
ƒ Alginato de Sódio
ƒ Quitosana
ƒ Cloreto de Cálcio
ƒ Álcool
ƒ Acetonitrila Grau CLAE
ƒ Acido Metanesulfônico grau CLAE
ƒ Dielamina grau CLAE
ƒ Ácido acético glacial
ƒ Solução indicadora de p-naftobenzeno
ƒ Acido perclórico
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13
II. Métodos
ƒ
Obtenção, por coacervação simples, de microcápsulas de Alginato com
revestimento de quitosana;
ƒ
Otimização dos parâmetros do método de fabricação;
ƒ
Otimização dos parâmetros de formulação;
ƒ
Caracterização físico-química das micropartículas, com a determinação de
rendimento, doseamento de ativo encapsulado nas formas microparticuladas,
diâmetro médio das micropartículas, variação de pH e distribuição
granulométrica das micropartículas (Santos Magalhães, 1991);
ƒ
Determinação da cinética de liberação in vitro pelo método de diálise inversa
(Santos Magalhães, 1995);
ƒ
Estudo de estabilidade das formas microparticuladas, avaliando-se a
estabilidade acelerada com determinação da resistência a centrifugação, a
vibrações mecânicas, ao ciclo congelamento descongelamento e estudos de
estabilidade em longo prazo com a observação dos aspectos macroscópicos,
microscópicos e variação do pH (Santos Magalhães, 1995);
ƒ
Validação da técnica analítica por Cromatografia Líquida de Alta Performance
(CLAE ou HPLC), para a determinação do ativo microencapsulado pela técnica
envolvida.
II. 1. Preparação das microemulsões
Os sistemas microemulsionados serão preparados com quantidades adequadas de
tensoativo não iônico (Cremophor· RH 40) e Fosfatidilcolina de soja (Epikuron 200). Para
cada porção de Epikuron 200 (FS)/ Cremophor RH 40 (CR) será adicionado o Capitex
200 (fase oleosa) e em seguida será titulado com tampão Tris-HCl pH 7,2( fase aquosa). Essa
seqüência de adição facilitara a homogeneização da mistura que será agitada com auxílio do
vórtex por 10 minutos em ambiente com a temperatura controlada a 25 ± 0,1°C.
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14
II.2. Preparação de microcápsulas de PLGA
As microesferas de copolímero de ácido lático e glicólico (PLGA) serão preparadas
pelo método de evaporação do solvente: uma solução 5% de PLGA em uma mistura de
Diclorometano e Clorofórmio (1:1 m/m) é preparada a temperatura ambiente para formar a
fase dispersa. Glicerol com 0,02% com tween 20 é usado com a fase contínua, a fase dispersa
é adicionada a fase contínua em taxa de 1:20 e emulsificada em Ultraturrax. A emulsão é
agitada por 3 minutos começando a temperatura de 0ºC e finalizando a temperatura de 35ºC.
A forma de agitação é modificada após 3 minutos quando a emulsão começa a ser agitada
impelindo N2 por 2 horas a 38ºC assegurando a evaporação do solvente a suspensão obtida é
filtrada depois de lavada em solução 15% de isopropanol em água para remover o solvente.
Extração do solvente: O mesmo procedimento como em evaporação do solvente até a
emulsão ser formada quando esta é "pulverizada" em solução aquosa 15% de isopropanol
(fase diluente) em taxa 1:1. A mistura é agitada impelindo-se N2 por 2 horas a 35 C para
extração do solvente. As microesferas são coletadas por filtração e lavadas com solução
aquosa isopropanol 15% e levadas a secagem a vácuo.
II.3. Preparação de microcápsulas alginato-quitosana contendo PenGB
1ª Etapa: Encapsular a PenGB em microcápsulas.
Microcápsulas de PenGB serão obtidas segundo o método de coacervação simples
(Gaser∅d , 1998). O princípio do método consiste na formação de microcápsulas de alginato
de sódio por interação com cátions divalentes, através do gotejamento de uma solução de
alginato onde o principio ativo está dissolvido sobre uma solução de cloreto de cálcio sob
agitação. O revestimento com quitosana é realizado em um segundo passo onde as
microcápsulas formadas na etapa anterior são colocadas em contato com uma solução de
quitosana, previamente dissolvida com ácido acético, por um tempo de 30 minutos. As
concentrações de alginato, cálcio e quitosana serão variadas em algumas concentrações, assim
como tempo e modo de inclusão dos excipientes na formulação.
2ª Etapa: Formular de um medicamento a base de PenGB microencapsulada, observando-se
os protocolos de obtenção relacionados às BPF (Boas Práticas de Fabricação). Especificação
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15
de Controle de qualidade do produto desenvolvido, abrangendo ensaios físicos e físicoquímicos especificados para a forma farmacêutica em questão, além de testes de estabilidade
da formulação e validação da técnica analítica por Cromatografia Líquida de Alta
Performance (CLAE), para a determinação de PenGB no medicamento acabado.
II.4 Caracterização físico-química de micropartículas e micromulsões
•
Aspecto macroscópico
As preparações de lipossomas são examinadas a olho nu. A homogeneidade, a cor, a
consistência, uma possível cremagem, sedimentação, floculação, coalescência, eventual
exsudato oleoso ou separação de fases são observados.
•
Aspecto microscópico
A estabilidade dos lipossomas é avaliada pela evolução do tamanho das partículas. A
combinação das medidas efetuadas por microscopia eletrônica (Hamilton-Attwell et al., 1987;
Washington, 1990) e utilizando o princípio da difusão quase elástica da luz, conhecida como
espectroscopia de autocorrelação de fótons (Merry & Eberth, 1984; Van der Meeren et al.,
1993) permitem uma determinação da distribuição do tamanho das partículas e sua evolução
no tempo. A homogeneidade e morfologia dos lipossomas são examinadas por micróscopia
eletrônica de varredura (SEM) pelo método modificado de Hamilton-Attwell et al., (1987).
Este método fundamenta-se na fixação do tetróxido de ósmio sobre as duplas ligações dos
ácidos graxos insaturados dos fosfolipídios e triglicerídios, o que permite sua visualização em
microscopia eletrônica.
•
Determinação do diâmetro médio das partículas
O diâmetro médio e a distribuição do tamanho das partículas são determinados por um
contador de partículas à laser calibrado com suspensões padrões de látex com tamanho de
partículas de 0,09; 0,17; 0,3 e 0,5 µm. A amostra é diluída com água desionizada filtrada para
uma concentração adequada e a leitura é efetuada a 20°C ± 1°C pelo método unimodal e SDP
(size distribution processor).
•
Estudo da variação de pH
A variação do pH será acompanhada utilizando um potenciômetro digital equipado com um
eletrodo de vidro e uma sonda de temperatura. A suspensão de lipossomas ou nanocápsulas é
colocada em um becker e o eletrodo e a sonda de temperatura são introduzidos diretamente na
suspensão para leitura automática do pH. Todas as amostras são analisadas à 20° C.
•
Determinação da taxa de encapsulação
A quantidade da substância encapsulada é determinada por cromatografia (HPLC) pela
diferença entre a quantidade total da substância presente na preparação e aquela presente na
fase aquosa. A quantidade total é obtida pela dissolução das amostras em solvente orgânico
adequado para extração da substância encapsulada. A fase aquosa é separada através da
técnica de ultrafiltração-centrifugação, utilizando filtros ultrafree MC 10000 (Millipore).
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•
16
Propriedades da Superfície das Partículas :
A análise da composição química da superfície será realizada por espectroscopia eletrônica
(ESCA) e avaliação do potencial Zeta pela medida da mobilidade eletroforética utilizando um
Zetasizer (Peracchia et al. , 1997).
•
Análise morfológica das micropartículas
A morfologia das microcápsulas e as características da parede polimérica serão avaliadas
através de microscopia eletrônica de varredura (SEM), utilizando ouro coloidal para
visualização.
•
Determinação do tamanho das micropartículas
A determinação do tamanho e distribuição das partículas na preparação será efetuada
utilizando um contador de partículas eletrônico (Malvern).
II.5 Testes de Estabilidade
•
Testes de envelhecimento a longo termo
Os testes de estabilidade a longo termo são realizados após a fabricação e em seguida a
intervalos de tempos regulares (7, 15, 30, 45 e 60 dias). Serão estudados os seguintes
parâmetros: Aspecto macroscópico e microscópico, variação do pH e da condutividade e
tamanho das partículas. Para este teste todas as propriedades físico-químicas dos sistemas são
observadas a intervalos de tempo regulares (0, 7, 15, 30, 45, 60 dias até instabilidade do
sistema). 10 ml das amostras são acondicionadas em frascos de 12,5 ml tipo penicilina com
tampa e conservados à 4 ± 1° C.
•
Testes de envelhecimento acelerado
No estudo da estabilidade acelerada são observadas a resistência à centrifugação (3500
rpm por 1h a 25 ± 1°C), a agitação mecânica (150 strokes por 48h a 37 ± 1°C), e aos ciclos de
congelamento/descongelamento (16h a -18 ± 1oC e 8h a 25 ± 1°C). O aspecto macroscópico,
o tamanho das partículas, pH e condutividade são determinados antes e depois dos testes.
II.5 Cinética de liberação in vitro da PenGB
O perfil cinético de fármacos encapsulados em microcápsulas será avaliado pelo
método de dissolução USP utilizando dissoluteste tipo II (USP, XXIV, 1999). O conteúdo
liberado será quantificado por métodos químicos específicos para cada constituintes. A análise
será realizada tanto no meio de liberação quanto dentro de microcápsulas que serão retiradas
aleatoriamente do meio de dissolução.
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