Descrição dos projectos vencedores

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PROJECTOS VENCEDORES DA V EDIÇÃO
DO CONCURSO NACIONAL DE INOVAÇÃO BES
GRANDE PRÉMIO
Tecnologias de Informação e serviços
Projecto: Sicu
SICU é um sistema informático para monitorizar pacientes internados em cuidados
intensivos. Este sistema piloto, recolhe informação de várias fontes, quer em tempo-real
de sensores ligados a pacientes (e.g., ritmo cardíaco, pressão arterial, saturação de
oxigénio), quer de testes laboratoriais (e.g., testes de hematologia, ou concentração de
plaquetas ou leucócitos). Reunindo a informação destas fontes, usando informação
histórica dos pacientes, e aplicando algorítmos de “data mining”, o sistema prevê em
tempo-real com cerca de 67% de sucesso se um paciente vai ter um ataque cardiaco nas
24 horas seguintes.
O sistema exibe ainda quais os factores que mais contribuem para o possível ataque
cardíaco (e.g., níveis elevados de potássio) sugerindo assim medidas preventivas. SICU
também está concebido para reduzir o número de falsos alarmes usando regras
personalizadas por paciente ou protocolo de internamento. Finalmente, o interface do
sistema foi concebido para que as regras possam ser facilmente alteradas à medida que o
estado clínico do paciente se altera e desta forma reduzir a “fadiga de alertas” (reduzir o
número de falsos negativos e falsos positivos).
Desenvolvido integralmente na Universidade de Coimbra (FCTUC), o projecto contou
com apoio médico e técnico do University of Utah Medical Center, do Whitehead
Institute/MIT Center for Genome Research, e da Oracle Corporation, todos nos EUA.
O grupo de investigação que criou o SICU fundou a empresa spin-off FeedZai, Lda que
está a continuar a investigação e produtização do software. O software resultante, o
FeedZai Pulse, ao analisar informação em tempo-real e histórica, integrando alertas e
data mining pode ser também utilizado em áreas tão diversas como detecção de fraude
bancária ou optimização de consumos energéticos.
Novos Materiais e Processos Industriais
Projecto: Sistema Estrutural Treliçado em Betão Pré-fabricado para
Torres Eólicas de Grande Altura
Ao longo dos tempos têm sido propostas diversas soluções estruturais para torres de
geradores eólicos. São soluções correntes as cascas metálicas e as estruturas em parede
de betão pré-fabricado.
O futuro da energia eólica passa pelo desenvolvimento de turbinas cada vez mais
potentes (superiores a 6MW), com o consequente aumento da altura das torres. Em
1990 as turbinas permitiam produzir 500kW, com 54m de altura das torres, atingindo-se
em 2005 turbinas com 5MW para 114m de altura.
Para o desenvolvimento da energia eólica em onshore e offshore, o mercado necessita
de torres eólicas cada vez maiores, o que as soluções estruturais existentes não
resolvem.
Para responder a este importante nicho de mercado concebeu-se uma torre pré-fabricada
em betão, baseada no know-how dos autores. A torre é composta por elementos que
constituem uma treliça espacial a qual se prefigura como uma alternativa viável para
torres acima dos 80m de altura e competitiva em termos económicos.
As torres idealizadas possuem três ou mais montantes pré-fabricados, contraventados
por travessas em diversos níveis e por diagonais ligando os diferentes níveis. Esta
solução possibilita uma ampla gama de torres para geradores de diferentes potências,
ajustando a geometria global e mantendo a geometria básica dos elementos principais da
torre.
A solução proposta tem a vantagem de permitir a rápida construção de torres, utilizando
elementos facilmente transportáveis, com redução dos custos de produção, transporte,
montagem e manutenção. Além disso, permite liberdade na escolha da geometria da
torre, facilitando a sua optimização, tanto em termos de capacidade resistente como no
controlo da sua frequência natural de vibração, em especial devido à sua geometria
treliçada.
Biotecnologia e Agro-Industrial
Projecto: Produção de trufas em ambiente controlado
As trufas são produtos gourmet extremamente apreciados pelo seu aroma e sabor
intensos. São a frutificação de fungos que se encontram associados, de forma
simbiótica, às raízes de determinadas árvores. São também dos alimentos mais caros do
mundo e tal deve-se ao facto de serem raros, difíceis de produzir e difíceis de encontrar,
uma vez que se desenvolvem debaixo da terra.
A produção mundial de trufas tem vindo a decrescer de forma alarmante. A trufa preta,
conhecida como “diamante negro”, viu a sua produção passar de 2000 toneladas no
inicio do séc. XX para aproximadamente 100 toneladas no ano de 2008. Esta
diminuição dramática deve-se a uma série de factores, entre os quais sem dúvida se
incluem as alterações climáticas. Há cerca de 30 anos começaram a ser desenvolvidas
técnicas de produção de plantações artificiais de trufas. No entanto, e ao contrário de
todas as expectativas, tal avanço na ciência não provocou um aumento da produção
mundial de trufas. Há, portanto, a necessidade de um método de produção mais
eficiente.
Este projecto visa colmatar esta necessidade premente do mercado, através da
implementação uma nova tecnologia de produção de trufas de elevado valor comercial.
A tecnologia consiste na utilização de um método totalmente inovador de micorrização
de plantas e na utilização de estirpes de bactérias que favorecem o desenvolvimento do
fungo. A produção realiza-se em estufas com um design específico, onde o ambiente
controlado aumenta fortemente a produtividade. Ao contrário dos sistemas actuais, este
método garantirá uma produção regular uma vez que não está dependente de factores
climatéricos, possibilitará a produção de trufas fora de época e tornará possível produzilas em países onde o clima não favorece o seu desenvolvimento.
Tecnologias da Saúde
Projecto: Processo de Fabrico
O número de vítimas de acidentes de trabalho, de prática desportiva ou as que sofrem de
doenças degenerativas, entre outras, estão a aumentar num ritmo preocupante. A
maioria destas pessoas necessitam de reparar ou reconstruir partes do sistema músculoesquelético, de modo a poderem levar uma vida normal. A prática comum dos
profissionais da saúde, no caso de defeitos ósseos, consiste em utilizar enxerto ósseo do
próprio paciente, de outro paciente ou de cadáver. Estes tratamentos requerem, pelo
menos, uma segunda operação, aumentando a dor pós-operatório e aumentando o risco
de rejeição, com incremento de custos, para as entidades públicas ou privados e
apresenta ainda diversos cuidados a nível de rasteiro de análises, de forma a evitar
qualquer tipo de contágio de doenças.
A falta de osso no mercado mundial fez com que o projecto Medbone esteja a
desenvolver um processo tecnológico inovador para a produção de ósseo sintético. O
processo de fabrico baseia-se, resumidamente, na utilização de um molde polimérico, a
partir do qual se irá construir uma réplica idêntica numa matriz cerâmica. A matriz
cerâmica é constituída por fosfatos de cálcio (hidroxiapatite e trifosfato de cálcio), que
variaram dependendo da sua aplicação. As cerâmicas à base de fosfatos de cálcio são
rapidamente osteointegradas, devido à composição química semelhante à fase mineral
do osso humano e à porosidade inter-conectada permitindo uma vascularização total do
implante. A composição bifásica, permite com que o fosfato tricálcico se dissolva mais
rapidamente, mantendo uma matriz estável de hidroxiapatite, proporcionando um
crescimento ósseo mais eficaz. Esta mistura é indicado para pacientes em que a
regeneração óssea é mais lenta, como é o caso da população mais idosa, ou para casos
específicos em que é necessário maior suporte mecânico.
O processo de produção permite também fabricar implantes à medida para cada
paciente. Esta característica é muito importante, especialmente quando o paciente sofre
a remoção de um tumor ósseo, a cavidade resultante poderá ser preenchida totalmente
por um implante ósseo sintético à medida. A vantagem competitiva no mercado,
consiste na possibilidade de fabricar implantes ósseos sintéticos com propriedades
mecânicas semelhantes ao osso natural e possibilidade de fabricar implantes por
medida.
Energias
Projecto: ET3 Energetic modular techhnology – keeps, renews &
reuses energy
Et3 Energetic modular technology é um sistema construtivo bioclimático desenvolvido
pela parceria dst,s.a. / Universidade do Minho, aliando investigação e estratégia
empresarial. Esta tecnologia consagra uma inovadora solução estrutural mista madeiravidro onde a combinação destes materiais assume igualmente carácter energético,
funcional e estético. Tal particularidade enquadra o produto desta investigação no
domínio conjunto da engenharia e da arquitectura, no campo específico das tecnologias
inovadoras da construção, quer em edifícios novos quer na reabilitação de edifícios
existentes.
O sistema materializa-se através de um painel modular polivalente, utilizável como laje
ou como parede resistente. Este integra sistemas solares passivos, sistemas solares
activos e funções bioclimáticas, que se traduzem directamente em eficácia energética,
constituindo clara inovação ao nível de elementos estruturais prefabricados. Para além
da prefabricação, este projecto assume como princípios estratégicos a modularidade, a
evolutividade habitacional, a produção em série e a transportabilidade. Tais princípios
enquadram-se numa aposta na optimização produtiva e na estratégia de implementação
de mercado.
Assumindo-se como pele arquitectónica e estrutural, fronteira entre o espaço interior e
exterior, reforça a sua importância no desempenho energético da construção e no
conforto do espaço habitável, nomeadamente ao nível das transferências térmicas, da
circulação de ar e dos níveis de iluminação natural – factores que, tirando partido da
energia solar, contribuem decisivamente para a racionalização dos consumos
energéticos e eficácia da sua gestão. A estratégia assenta em princípios que se
pretendem economicamente sólidos, culturalmente evoluídos, socialmente justos e
ambientalmente responsáveis.
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