PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I 1) Considerações gerais sobre os conjuntos numéricos. Ao iniciar o estudo de qualquer tipo de matemática não podemos provar tudo. Cada vez que introduzimos um novo conceito precisamos defini-lo em termos de conceitos cujos significados já são por nós conhecidos sendo quase impossível estar retornando sempre a definição de todos os conceitos anteriores. Então, precisamos escolher o nosso ponto de partida, isto é, o que vamos admitir já sabido e o que vamos explicar e provar em termos do que já foi suposto conhecido. Em nosso estudo admitiremos o conhecimento dos números da adição, da subtração, multiplicação e a divisão por número diferente de zero. 1.1) Sistematização dos Conjuntos Numéricos Existem diversos processos para introduzir o conceito de número real, entre os quais destacam-se o processo construtivo e o processo axiomático. No processo construtivo parte-se de um número reduzido de conceitos primitivos mediante os quais surge o conjunto dos números naturais N={1,2,3,...}. Define-se depois sobre N duas operações adição e multiplicação, bem como uma relação de ordem. Completa-se o estudo dos números naturais demonstrando as propriedades. - Conjunto dos Números Naturais (N) Propriedades: 1) 1 ∈ N. 2) ∀ n ∈ N, ∃! n+1 ∈N e n+1 é o sucessor de n. 3) ∀ m, n ∈ N se m+1 = n+1 → m = n. 4) Seja S ⊂ N com as propriedades: a) 1 ∈ S. b) ∀ s ∈ S → s+1 ∈ S. Logo, S = N (Princípio da Indução) Assim tem-se: N = {1,2,3,...} A soma e o produto de dois números naturais ainda são naturais, isto significa que o conjunto N é fechado em relação a adição e a multiplicação. Exemplo: Sejam a, b ∈ N x = a + b e x = a.b São equações que têm solução em N. Porém x + a = b ou a.x = b nem sempre tem solução em N. 1º Bimestre Versão: 1.0 Data: 03/03/99 página: 1 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I - Conjunto dos Números Inteiros (Z) O conjunto dos números inteiros foi estruturado a partir dos números naturais para resolver as equações acima. Este conjunto foi sistematizado com a introdução do elemento oposto. Dado um número natural a, existe (-a) tal que a + (-a) = 0. Com isso nós incorporamos o zero. Z = {...,-3,-2,-1,0,1,2,3,...} O conjunto dos números inteiros é fechado em relação as operações de adição, subtração e multiplicação, mas não é em relação a divisão, por esta razão equações da forma a.x = b nem sempre tem solução em Z. Exemplo: 2x = 5 → x = 5 2 ∉Z - Conjunto dos Números Racionais (Q) Q é um conjunto numérico formado por números da forma p q , onde p e q ∈ Z e q ≠ 0. Esses números racionais podem ser escritos na base 10, como decimais finitos ou decimais infinitos e periódicos. Exemplo: 2,3 ; 0,3333... ; 2,2323... O conjunto dos números racionais é fechado em relação as operações de adição, subtração, multiplicação e divisão, exceto a divisão por 0; porém no conjunto dos números racionais nem sempre é possível resolver a equação x2 = a Exemplo: x 2 =2→x= Demonstração que • 2 ∉Q. 2 ∉Q : O quadrado de um número par é par: 2.n onde n é inteiro. (2.n) 2 = 4.n 2 = 2.(2.n 2 ) é PAR. N • O quadrado de um número ímpar é ímpar: 2n + 1 (2n + 1) 2 = 4n 2 2 2n) + 1 é ÍMPAR. + + 4n + 1 = 2.(2n N Demonstração por contradição: Suponha que 1º Bimestre 2 ∈Q∴∃ a ∈ Q Versão: 1.0 a 2 =2 Data: 03/03/99 página: 2 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I a= • m a n 2 2 m =2 n =2 m 2 = 2n 2 ⇒ m é par . m, n ≠ 0 e m e n não simultaneamente pares, nem ímpares Se m é par m = 2.k, então: (2.k) 2 = 2.n 2 4k 2 = 2n 2 O que contradiz a hipótese logo 2k 2 =n 2 ⇒ n é par. 2 ∉Q . Exemplos de números não racionais: 2,3791...; 2 ;π;e. - Conjunto dos Números Reais (R) É o conjunto dos números obtidos pela união dos números racionais e irracionais. - Conjunto dos Números Irracionais (Q’) É o conjunto dos números tais que a equação x 2 = a tem sempre solução quando a é um número racional positivo. Os números irracionais na notação decimal corresponde aos decimais infinitos e não periódicos. Exemplos: 2,37951..., π, e. • Q ∩ Q' = φ ou { } • Q ∪ Q' = R Propriedades dos Números Reais: 1) Lei comutativa da adição ∀ x, y ∈ R → x + y = y + x 2) Lei comutativa da multiplicação ∀ x, y ∈ R → x . y = y . x 3) Lei associativa da adição ∀ x, y, z ∈ R → (x + y) + z = x + (y + z) 4) Lei associativa da multiplicação ∀ x, y, z ∈ R → (x . y) . z = x . (y . z) 1º Bimestre Versão: 1.0 Data: 03/03/99 página: 3 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I 5) Lei da existência do elemento neutro da adição ∃ o 0∈R/x+0=x:∀x∈R 6) Lei da existência do elemento neutro da multiplicação ∃ 1∈R/1.x=x:∀x∈R 7) Lei da existência do elemento simétrico (oposto) da adição ∀ x ∈ R , ∃ (-x) ∈ R / x + (-x) = 0 8) Lei da existência do elemento simétrico (inverso) da multiplicação ∀ x ∈ R , x ≠ 0, ∃ x-1 ∈ R / x . x-1 = 1 9) Lei distributiva da multiplicação em relação a adição ∀ x, y, z ∈ R → x (y + z) = x.y + x.z 10) Lei do fechamento da adição ∀ x, y ∈ R → x + y ∈ R 11) Lei do fechamento da multiplicação ∀ x, y ∈ R → x . y ∈ R 12) Lei do cancelamento em relação a adição ∀ x, y, z ∈ R se x + z = y + z ⇒ x = y 13) Lei do cancelamento em relação a multiplicação ∀ x, y, z ∈ R e z ≠ 0 se x . z = y . z ⇒ x = y 14) Lei da tricotomia ∀ x, y ∈ R, vale uma e somente uma das afirmações: x > y ou x < y ou x=y Obs.: fazendo y = 0, temos: x>0 ou x<0 ou x=0 15) Lei da compatibilidade da relação de ordem com a adição ∀ x, y, z ∈ R se x + z > y + z ⇒ x > y 1º Bimestre Versão: 1.0 Data: 03/03/99 página: 4 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I 16) Lei da compatibilidade da relação de ordem com a multiplicação ∀ x, y, z ∈ R e z > 0 se x > y ⇒ x . z > y . z Obs.: se z < 0 : x > y ⇒ x . z < y . z 17) Lei da transitividade ∀ x, y, z ∈ R se x > y e y > z ⇒ x > z Exercícios: 1) Responda (V) ou (F) e justifique. a) Se x é um número positivo ⇒ 5x é um número positivo b) Se x < 3 e y > 3 ⇒ x < y c) Se x ≤ y ⇒ -5x ≤ -5y d) Se x2 ≤ 9 ⇒ x ≤ 3 e) Se x ≥ 2 e y > x ⇒ y > 0 Respostas: (V) É certo pois se x é positivo, 5 multiplicado por um número positivo (x) sempre terá como resultado um número positivo.] (V) É verdadeiro porque se x < 3, x é qualquer número menor que 3 e sendo y > 3, y é qualquer número maior que 3. Assim x < y. (V) Podemos simplificar a equação: -5x ≤ -5y em x ≤ y. (F) É falso pois resolvendo a inequação teremos: x2 ≤ 9 x2 = 9 x=±3 (V) x ≥ 2 a) 2 x≤3 x ≥ -3 y>x y>2 x 1.2) Representação Geométrica dos Números Reais Existe uma correspondência bionívoca entre os pontos de uma reta e o conjunto dos números reais de tal forma que cada ponto da reta fica determinado por um único número real e todo número real está associado a um único ponto da reta negativos 1º Bimestre Versão: 1.0 0 positivos Data: 03/03/99 página: 5 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I 1.3) Espaço Real Unidimensional Definições 1) Conjunto linear Chama-se conjunto linear qualquer conjunto de números reais ou de seus pontos representativos. 2) Intervalos São subconjuntos da reta e podemos considerar os seguintes casos: (sejam a e b números reais tais que a < b) a) Intervalo fechado de extremos a e b. [ [ ] {x ∈ R / a ≤ x ≤ b} a b [a, b] b) Intervalo aberto de extremos a e b. ( ou ] c) [ ] {x ∈ R / a < x < b} a b (a, b) ou ]a, b[ ( ] {x ∈ R / a < x ≤ b} a b (a, b] ou ]a, b] [ ) {x ∈ R / a ≤ x < b} a b [a, b) ou [a, b[ Intervalos reais semi-abertos: c.1) à esquerda c.2) à direita d) Intervalos reais ilimitados d.1) (-∞, b] ⇒ {x ∈ R / x ≤ b} ] b d.2) (-∞, b) ⇒ {x ∈ R / x < b} ) b d.3) [a, ∞) ⇒ {x ∈ R / x ≥ a} [ a d.4) (a, ∞) ⇒ {x ∈ R / x > a} ( a 1º Bimestre Versão: 1.0 Data: 03/03/99 página: 6 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I Intervalo degenerado a {x ∈ R / x = a} = [a, a] 3) Supremo (limite superior) Um número real L é supremo de um conjunto linear A se e somente se (↔) são verificadas as seguintes condições: • L ≥ x, ∀ x ∈ A • Dado L1 < L, então (→) ∃ x ∈ A / L1 < x < L. 4) Ínfimo (limite inferior) Um número real l é ínfimo de um conjunto linear a ↔ são verificadas as seguintes condições: • l ≤ x, ∀ x ∈ A • Dado l1 > l → ∃ x ∈ A / l < x < l1. 5) Máximo de um conjunto Um número real L é máximo de um conjunto linear A ↔ são verificadas as seguintes condições: • L é supremo de A • L ∈ A. 6) Mínimo de um conjunto Um número real l é mínimo de um conjunto linear A ↔ são verificadas as seguintes condições: • l é ínfimo de A • l ∈ A. Exercício: A = (2, 5] B = { x ∈ R / x > 2} C = { x ∈ R / x ≤ 3} Determinar: 1º Bimestre Versão: 1.0 Data: 03/03/99 página: 7 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I Superior (A) : 5 Superior (B) : ∃ Superior (C) : 3 Ínfimo (A) : 2 Ínfimo (B) : 2 Ínfimo (C) : ∃ Máximo (A) : 5 Máximo (B) : ∃ Máximo (C) : 3 Mínimo (A) : ∃ Mínimo (B) : ∃ Mínimo (C) : ∃ 7) Distância em R (unidimensional) Considere dois pontos quaisquer P e Q cujas coordenadas são a e b respectivamente e a < b. A distância de P até Q indicada por d (P, Q) é dada por |b – a| P a • Q |b – a| (b − a) |b – a| = b 2 d (P, Q) = |b – a| ou d (P, Q) = (b − a) 2 8) Vizinhança em R (unidimensional) Denomina-se vizinhança unidimensional de um ponto P0 (X0) e de raio δ (delta) δ ∈ R a todo conjunto de pontos P (x) ∈ R / d (P, P0) < δ. V (P0, δ) = {x ∈ R / 0 ≤ d (P, P0) < δ}, onde x é a abscissa do ponto P P0 ( ) x0-δ X0 δ x0+δ 0 ≤ |x – x0| < δ δ 9) Vizinhança perfurada em R Denomina-se vizinhança perfurada unidimensional de um ponto P0 (X0) e de raio δ ∈ R a todo o conjunto de pontos P (x) ∈ R / 0 < d (P, P0) < δ V (P0, δ) = {x ∈ R / 0 < d (P, P0) < δ} V (P0, δ) = 0 < |x - x0| < δ 10) Ponto de acumulação Um ponto P0 (X0) é A se e somente se ∀ V (P0) existir pelo menos um ponto P ∈ R / P ∈ A e P ∈ V (P0). 1º Bimestre a P0 b (( ) ( | ) ( ] ) Versão: 1.0 Data: 03/03/99 página: 8 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I OBS.: Um ponto de acumulação pode não pertencer a um conjunto (sendo o supremo do conjunto ou ínfimo). 11) Valor absoluto ou módulo de um número real Denomina-se módulo ou valor absoluto de um número x ∈ R, o número definido por |x| = x se x ≥ 0 → |x| = 0 ↔ x = 0 |x| = -x se x < 0 Pela definição podemos notar que o módulo de um número real é ele mesmo caso esse número seja positivo e será o oposto dele caso ele seja negativo. Geometricamente o módulo de um número real x (|x|) representa a distância que um ponto P (x) se encontra da origem. 0 x | | |x| P -3 0 5 | | | Q P |-3| |5| Genericamente se P (a) e Q (b) são dois pontos da reta numérica, então a distância de P até Q poderá ser calculada por: d (P, Q) = |b – a| x = x2 |b – a| = d (P, Q) = (b − a) 2 (b − a) 2 Propriedades decorrentes da definição: 1) |x| ≥ 0 e |x| = 0 ↔ x = 0 2) |x|2 = x2 3) |x| = x2 4) |x . y| = |x| . |y| 1º Bimestre Versão: 1.0 Data: 03/03/99 página: 9 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I x 5) = y x y se y ≠ 0 6) |x + y| ≤ |x| + |y| → desigualdade triangular 7) |x| = |y| → x = ± y Seja a ≥ 0 |x| = a → x = ± a 8) |x| ≤ a → -a ≤ x ≤ a 9) |x| ≥ a → x ≤ -a ou x ≥ a Demonstrações das propriedades acima P1) |x| ≥ 0 e |x| = 0 ↔ x = 0 x∈R Pela Lei da Tricotomia; ou x > 0 ou x < 0 ou x = 0. • Se x > 0: |x| = x mas x > 0 ∴ |x| > 0 • Se x < 0: |x| = -x mas x < 0 ∴ -x > 0 ∴ |x| > 0 • Se x = 0: |x| = 0 P2) |x|2 = x2 • Se x > 0: |x| = x → |x|2 = x2 • Se x < 0: |x| = -x → |x|2 = (-x)2 = x2 • Se x = 0: |x| = x → |x|2 = x2 x2 P3) |x| = a indica a raiz quadrada positiva de um número a ≥ 0. x 2 = x2 → pela propriedade 2 x = x2 1º Bimestre Versão: 1.0 Data: 03/03/99 página: 10 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I P4) |x . y| = |x| . |y| |x . y|2 = (x . y)2 |x . y| = (x . y) 2 |x . y| = x 2 .y 2 |x . y| = x2 . y2 |x . y| = |x| . |y| x x = y y P5) (y ≠ 0 ) P6) |x + y| ≤ |x| + |y| (x + y)2 = x2 + 2xy + y2 (x + y)2 = |x|2 + 2xy + |y|2 Obs.: x ≤ |x| 2xy ≤ |2xy| 2xy ≤ 2 |x| |y| 2 (x + y) ≤ |x|2 + 2 |x| |y| + |y|2 |x + y|2 ≤ ( |x| + |y| )2 |x + y| ≤ |x| + |y| P7) |x| = |y| → x = ± y |x|2 = |y|2 x2 = y2 x=±y P8) |x| ≤ a 0 [ • x ≥ 0 → |x| = x ⇒ x ≤ a • x < 0 → |x| = -x ⇒ -x ≤ a → x ≥ -a ]a -a [ -a [ ]a -a ≤ x ≤ a 1º Bimestre Versão: 1.0 Data: 03/03/99 página: 11 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I P9) |x| ≥ a → x ≥ a ou x ≤ -a x ≥ 0 → |x| = x • a[ x≥a x < 0 → |x| = -x • ] –a -x ≥ a → x ≤ -a ]–a a[ x ≥ a ou x ≤ -a Exemplos: Resolver as equações e inequações: a) |x – 3| = 2 |x| = a → x = ± a b) |x – 3| = 2 • |x – 3| = -2 x–3=2 x – 3 = -2 x=5 x=1 Resposta: x = 5 ou x = 1. b) |x – 5| = |3x – 1| |x| = |y| → x = ± y c) x – 5 = 3x - 1 • 2x = -4 4x = 6 x = -2 x= Resposta: x = -2 ou x = c) x – 5 = -3x + 1 3 2 3 . 2 |4x – 6| ≤ 3 |x| ≤ a → -a ≤ x ≤ a -3 ≤ 4x - 6 ≤ 3 −3 + 6 3+6 ≤x≤ 4 4 Resposta: 1º Bimestre 3 9 ≤x≤ . 4 4 Versão: 1.0 Data: 03/03/99 página: 12 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I d) |3x + 5| > 2 |x| > a → x > a ou x < -a d) 3x + 5 > 2 • x > -1 3x + 5 < -2 x<− Resposta: x > -1 ou x < − 7 3 7 . 3 2) Sistema de Coordenadas Cartesianas 2.1) Par Ordenado É um conjunto de 2 elementos x, y indicado por (x, y) em que a ordem dos elementos deve ser respeitada. (x, y) = (y, x) ↔ x = y (x1, y1) = (x2, y2) ↔ x1 = x2 e y1 = y2 No par ordenado (x, y) o elemento x é chamado primeiro elemento, primeira projeção ou abscissa; o elemento y é chamado segundo elemento, segunda projeção ou ordenada. 2.2) Produto Cartesiano Dados os conjuntos lineares A e B diferentes do vazio, denomina-se produto cartesiano de A por B e se indica por A x B. O conjunto de todos os pares ordenados (x, y)/ x ∈ A e y ∈ B. A x B = {(x, y) / x ∈ A e y ∈ B} 2.3) Plano Cartesiano Denomina-se plano cartesiano o conjunto de todos os pares ordenados de números reais representado pelo seguinte conjunto: R x R = R2. No plano cartesiano os pares ordenados (x, y) são referidos como pontos e o elemento x é chamado abscissa e o elemento y ordenada do ponto. 1º Bimestre Versão: 1.0 Data: 03/03/99 página: 13 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I 2.4) Representação do Plano Cartesiano Existe uma correspondência bionívoca entre os infinitos pontos de um plano e os infinitos pares ordenados, desta maneira podemos representar estes pontos através de duas retas perpendiculares. y (eixo das ordenadas) P (x, y) II I 0 x (eixo das abscissas) IV III 2.5) Distância Bidimensional (R2) y Q (x2, y2) y2 d |y2 – y1| y1 P (x1, y1) x1 x2 x |x2 – x1| 2 2 [d(P, Q)] = |x2 – x1| + |y2 – y1| [d(P, Q)]2 = (x2 – x1)2 + (y2 –y1)2 d (P, Q) = ( x 2 − x1) 2 + ( y 2 − y1) 2 1º Bimestre Versão: 1.0 Data: 03/03/99 página: 14 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I 2.6) Vizinhança Bidimensional (R2) Denomina-se vizinhança bidimensional de um ponto P0 (x0,y0) e raio δ > 0 ao conjunto de todos os pontos P (x, y) / 0 ≤ d (P, P0) < δ. { } 2 V (P0 ( x 0 , y 0 ), δ) = P( x, y) ∈ R 2 / 0 ≤ d(P, P0 ) < δ 2 V (P0 ( x 0 , y 0 ), δ) = P( x, y) ∈ R 2 / 0 ≤ ( x − x 0 ) 2 + ( y − y 0 ) 2 + < δ { 2 V (P0 ( x 0 , y 0 ), δ) = P( x, y) ∈ R 2 / 0 ≤ ( x − x 0 ) 2 + ( y − y 0 ) 2 + < δ 2 y } P0 y0 δ x0 x 2.7) Vizinhança Perfurada em R2 Denomina-se vizinhança perfurada bidimensional de um ponto P0 (x0, y0) e raio δ > 0 o conjunto de todos os pontos P (x, y) ∈ R2 / 0 < d (P, P0) < δ. { } 2 V (P0 , δ) = P( x , y) ∈ R 2 / 0 < d(P, P0 ) < δ 2.8) Ponto de Acumulação em R2 Dizemos que sem um ponto P0 (x0, y0) é ponto de um conjunto A ⊂ R2 se para toda a V2 (P0) existir pelo menos um ponto P (x, y) ∈ R2 / P (x, y) ∈ A e P (x, y) ∈ V(P0). 1º Bimestre Versão: 1.0 Data: 03/03/99 página: 15 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I 3) Relações Binárias e Funções Reais 3.1) Relações Binárias Sejam A e B conjuntos lineares não vazios, chama-se relação plana de A em B a qualquer subconjunto de pares ordenados (x, y) do produto cartesiano A x B. 3.2) Domínio, Imagem, Contradomínio e Gráfico de Relações a) Domínio de relações: Seja S uma relação de A em B, chama-se domínio de S e se indica por DS o conjunto linear: DS = {x ∈ A / ∃ y ∈ R e ( x, y) ∈ S} ⊂ A b) Contradomínio: Se S é uma relação de A em B, o contradomínio de S que se indica por CdS é o conjunto B. CdS = B c) Imagem: Se S é uma relação de A em B, a imagem de S indicada por ImS é o conjunto linear: ImS = {y ∈ B / ∃ x ∈ R e ( x, y) ∈ S} ⊂ B d) Gráfico: Sendo S uma relação, denomina-se gráfico de S o conjunto: { } GS = ( x , y ) ∈ R 2 / ( x , y ) ∈ S e) Gráficos das principais relações: 1) {(x, y) ∈ R 2 / y = x} y = x → é função y y ≥ x → não é função 45o x 1º Bimestre Versão: 1.0 Data: 03/03/99 página: 16 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I 2) {(x, y) ∈ R 2 } / y = ax + b a e b ∈ R a → coeficiente angular y a>0 b → coeficiente linear a = tan α b Se: • a > 0 → tan α > 0 → α x a<0 o → α < 90 : agudo • α a < 0 → tan α < 0 → → α > 90o : obtuso 3) 2 2 y = ax + bx + c (x , y ) ∈ R / parábola Se: • a>0→ • a <0→ “1” y=0 ax2 + bx + c = 0 −b± ∆ 2.a 2 ∆ = b − 4.a.c x= ”3” “1” • ∆ > 0 → 2 raízes • −b −∆ ∆ < 0 → não existe → V , 2a 4a • ∆ = 0 → 1 única raiz “3” → x = 4y2 – 9 → também é uma parábola 1º Bimestre • a >0→ • a <0→ Versão: 1.0 Data: 03/03/99 página: 17 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I {(x, y)∈ R 2 / x 2 + y 2 = 4} 4) Pode ser circunferência, elipse ou hipérbole (quando o sinal entre x e y é de subtração) Equação geral da circunferência C(α, β ) raio = r (x − α ) 2 + ( y − β )2 = r 2 2 2 -2 -2 Exemplos: { } Dados R 1 = (x, y ) ∈ R 2 / x 2 + y 2 ≤ 25 4.x 2 e R 2 = (x, y ) ∈ R 2 / y ≥ , determine: 9 1) Gráfico de R1∩R2 2) Domínio de R1∩R2 3) Imagem de R1∩R2 1) y= 4x 2 9 • y= x 2 + y 2 = 25 x 2 + y 2 ≤ 25 -3 3 4 2 x 9 Para y = 0 4x 2 9 x=0 0= 2) Pontos de interseção → Sistema x 2 + y 2 = 25 9y 4x 2 y = → x2 = 9 4 9y + y 2 = 25 4 1º Bimestre Versão: 1.0 Data: 03/03/99 página: 18 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I 9 y + 4 y 2 − 100 = 0 4 y 2 + 9 y − 100 = 0 y= − 9 ± 81 − 4.(4).(−100) 2.(4) y = 4 − 9 ± 41 25 8 y' = − 4 9 y x2 = 4 9 .4 x2 = =9 4 x = ±3 y= D = {x ∈ R / -3 ≤ x ≤ 3} 3) {y ∈ R} = Im Im = {y ∈ R / 0 ≤ x ≤ 5} 3.3) Função Real de Variável Real Seja F uma relação de um conjunto A em um conjunto B tal que para todo x pertencente a A corresponder um único y ∈ B, então esta relação denomina-se função. Notação: F: A → B y = F (x) Domínio: Se F: A → B, então o domínio de F é o conjunto A já que todo x ∈ A deve figurar em um único par ordenado (x, y) de F. DF = A Contradomínio: Se F: A → B, o contradomínio de F é o conjunto B. CF = B Imagem: A imagem de F é o conjunto dos y ∈ B que estão relacionados por F, isto é, o conjunto dos y ∈ B que são obtidos a partir de x pela lei F, já que y = F (x). ImF ⊂ B 1º Bimestre Versão: 1.0 Data: 03/03/99 página: 19 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I Determinação do domínio ou Campo de Existência de Funções Reais de Variáveis Reais Quando definimos uma relação como função apenas pela lei de correspondência y = f (x), estamos admitindo que o domínio ou campo de existência da função é o conjunto de todo x ∈ R que seja possível determinar y ∈ R e y = F (x). Exemplos: 1) Determinar o domínio ou campo de existência das seguintes funções: a) f (x) = 3x x −1 Df = {x ∈ R / x − 1 ≠ 0} Df = {x ∈ R / x ≠ 1} -∞ 1 +∞ Ponto de acumulação y x assíntota b) g (x ) = x 2 + 2x + 1 y D=R x + 2x + 1 = 0 x = −1 1 x -1 1º Bimestre 2 Versão: 1.0 Data: 03/03/99 página: 20 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I c) f (x ) = (x − 4 )(. x + 3) D f = {x ∈ R/ (x − 4 )( . x + 3) ≥ 0} (x − 4 )(. x + 3) ≥ 0 y 4 x-4 -----------++++++++ -3 x+3 -----+++++++++++++ + -3 f (x) = 2x 2 x −9 y 0 -----------++++++++ -3 x2-9 3 ++++----------- ++++ - + -3 0 -3 + 0 3 3 D f = {x ∈ R / − 3 < x ≤ 0 ou x > 3} 1º Bimestre x D f = {x ∈ R / x ≤ −3 ou x ≥ 4} x≥4 2x D f = x ∈ R / 2 ≥ 0 x −9 2x ≥0 x2 −9 2x 4 4 x ≤ −3 d) -3 + Versão: 1.0 Data: 03/03/99 página: 21 x PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I f (x) = e) 2x 2 x −9 { } D f = x ∈ R / 2x ≥ 0 e x 2 − 9 > 0 2 2x ≥ 0 e x − 9 > 0 y 0 2x -3 x2-9 3 ++++----------- ++++ - + - -3 0 + 0 3 3 D f = {x ∈ R / x > 3} x 2 − 3x + 2 f ( x ) = log x + 1 f) x 2 − 3x + 2 D f = x ∈ R / > 0 x +1 x 2 − 3x + 2 >0 x +1 1 2 x -3x+2 2 +++++++-------++ ++ -1 x+1 ----++++++++++++++ - + -1 1 + 2 D f = {x ∈ R / − 1 < x < 1 ou x > 2} 1º Bimestre Versão: 1.0 Data: 03/03/99 página: 22 x PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I x 2 f (x) = log(x − 1) arcsen g) x D f = x ∈ R / − 1 ≤ ≤ 1 e 2 x −1 > 0 e x − 1 ≠ 1 −1 ≤ x / 2 ≤ 1 ⇒ −2 ≤ x ≤ 2 -2 2 x −1 > 0 ⇒ x > 1 1 2 1 2 x −1 ≠ 1 ⇒ x ≠ 2 D f = {x ∈ R / 1 < x < 2} 3.4) Funções Sobrejetoras, Injetoras e Bijetoras a) Função Injetora: Uma função y = F (x) de A em B é injetora se os elementos y ∈ B são imagens de um único x ∈ A. b) Função Sobrejetora: Uma função y = F (x) de A em B é sobrejetora se a imagem de F for igual ao contradomínio de F, isto é, todo y ∈ B deve ser imagem de pelo menos um x ∈ A. c) Função Bijetora: Uma função y = F (x) é bijetora se e somente se F for injetora e sobrejetora. 3.5) Classificação das Funções As funções são classificadas em dois grandes grupos: I) Funções Algébricas Elementares a) Funções Algébricas Racionais a.1) Inteiras a.2) Fracionárias b) Funções Algébricas Irracionais 1º Bimestre Versão: 1.0 Data: 03/03/99 página: 23 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I II) Funções Transcendentais a) Trigonométricas b) Exponenciais c) Logarítmicas I) Funções Algébricas Elementares São funções cujas variáveis são operações algébricas elementares (adição, subtração, multiplicação, divisão e potenciação). E são classificadas como segue: Funções Algébricas Racionais: a) As funções algébricas racionais são aquelas em que as variáveis não se encontram abaixo de radicais ou não estão elevadas a expoentes fracionários e se classificam em: a.1) Racionais Inteiras: São aquelas em que suas variáveis não se encontram em denominador ou não estão elevadas a expoentes negativos. São as funções conhecidas como POLINOMIAIS. Ex.: f(x) = a0.xn+a1.xn-1+...+an a.2) Racionais Fracionárias: São funções da forma Q( x ) = racionais inteiras. Ex.: f ( x ) = f (x) g(x ) , onde f(x) e g(x) são funções a 0 .x n + a 1 .x n -1 + ... + a n b 0 .x n + b 1 .x n -1 + ... + b n b) Funções Algébricas Irracionais: São funções algébricas cujas variáveis estão sob radicais ou elevadas a expoentes fracionários positivos ou negativos. II) Funções Transcendentais: São funções cujas variáveis estão sujeitas as operações da trigonometria, da exponenciação e da logaritmização. Exemplos: Classificar as seguintes funções: 1) f (x) = 2) g( x ) = 1º Bimestre 3x →função algébrica elementar racional x −1 x +1 3 2x 2 + 5 →função algébrica irracional Versão: 1.0 Data: 03/03/99 página: 24 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I 3) f ( x ) = x 2 + 2x + 1 →função algébrica elementar racional inteira 4) f (t) = 5) g( x ) = 6) h ( x ) = log( x + 1) → função transcendental 7) f ( x ) = 3.x 2 + 4x → função algébrica racional inteira 8) F( x ) = t2 2t 3 + 5 →função algébrica racional fracionária sen x + 4 →função transcendental 2x + 1 x 2 + x3 → função algébrica irracional 2x − 5 3 Ainda com referência a classificação as funções algébricas e as funções transcendentais podem ser classificadas em: a) Funções Explícitas: São aquelas em que uma das variáveis é resolvida em função da outra, isto é, isola-se uma variável em função da outra. ( y = f(x) ) Ex.: y = x2+3x b) Funções Implícitas: São aquelas em que não é possível resolver uma das variáveis em relação a outra. (F(x, y)=0) Ex.: y2+2.x5.y3+x2.seny=0 3.6) Composição de Funções Se f e g são funções tais que pelo menos um elemento pertencente a imagem de g pertencer ao domínio de f, então a composição de f por g, indicada por fog é definida por: fog = f ( g (x) ) Exemplo: 1) Determinar fog e gof, sendo f (x) = 3x e g (x) = x + 4 → fog = f ( g (x) ) = 3 (x+4) = 34 . 3x → gof = g ( f (x) ) = 3x + 4 1º Bimestre Versão: 1.0 Data: 03/03/99 página: 25 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I 3.7) Função Inversa Duas funções f e g são inversas se e somente se: a) A imagem de g está contida no domínio de f; b) Para todo x ∈ ao domínio de f, fog = x; c) A imagem de f deve estar contida no domínio de g; d) Para todo x do domínio de f, gof = x. Nestas condições f é dita invertível. Para que estas condições sejam satisfeitas é necessário que f seja bijetora. Notação: Se y = f (x) é invertível, a inversa de f é indicada por x = f -1 (y) ou x = g (y). Gráfico: O gráfico de funções inversas são simétricos em relação a reta y = x. TÉCNICA PARA DETERMINAR A INVERSA E REPRESENTÁ-LA NO PLANO CARTESIANO 1) Isola-se x na equação original . 2) Troca-se x por y para respeitar a convenção de representação de função no plano cartesiano que usualmente a variável independente é x e a variável dependente é y. Exemplos: Determinar as inversas das seguintes funções: 1) f (x) = x + 4 y=x+4 x=y–4 y=x–4 1º Bimestre → Função inversa Versão: 1.0 Data: 03/03/99 página: 26 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I y= 2) x −3 x+2 ( x + 2) y = x − 3 yx + 2 y = x − 3 yx − x = −3 − 2 y ( y − 1) x = −3 − 2 y − 3 − 2y x= y −1 y= 3) −3 − 2 y → Função inversa x +1 y = arctan 8x 8x = tan y x= tan y 8 y= tan x → Função inversa 8 y = e 4x 4) 4 x = ln y 1 x = ln y 4 x = ln 4 y y = ln 4 x → Função inversa y = log 5) 10 y = x 3 x 3 x = 3.10 y y = 3.10 x → Função inversa 1º Bimestre Versão: 1.0 Data: 03/03/99 página: 27 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I 3.8) Funções Pares e Funções Ímpares Função Par: Seja y = f (x) definida em um domínio D, dizemos que f é par, se e somente se para todo x ∈ D, -x ∈ D e f (-x) = f (x) . Observe que o gráfico de funções pares são simétricos ao eixo dos y. -x x Função Ímpar: Seja y = f (x) definida em um domínio D, dizemos que f é ímpar, se e somente se para todo x ∈ D, -x ∈ D e f (-x) = - f (x) . Observe que o gráfico de funções ímpares é simétrico em relação a origem f(x) f(-x) Exemplos: Verificar se as funções são pares, ímpares ou nem par nem ímpar: 1) f (x) = x 2 + 4 f (− x ) = (− x ) 2 + 4 f (− x ) = x 2 + 4 f ( x ) = f (− x ) ⇒ Função par 1º Bimestre Versão: 1.0 Data: 03/03/99 página: 28 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I 2) f ( x ) = x 2 + 2x f (− x ) = (− x ) 2 + 2(− x ) f (− x ) = x 2 − 2x f (− x ) = −(− x 2 + 2x ) ⇒ Não é par nem ímpar 3) f (x) = x 3 + 4x f ( − x ) = ( − x ) 3 + 4( − x ) f (− x ) = − x 3 − 4 x f ( − x ) = −( x 3 + 4 x ) f (− x ) = −f ( x ) ⇒ Função ìmpar 4) f ( x ) = cos x f (− x ) = cos(− x ) f (− x ) = cos x f (− x ) = f ( x ) ⇒ Função Par 5) f ( x ) = sen x f (− x ) = sen(− x ) f (− x ) = − sen x f (− x ) = −f ( x ) ⇒ Função ímpar 6) f (x) = e x + e −x 2 e −x + e x 2 f ( x ) = f (− x ) ⇒ Função par f (− x ) = 7) f (x) = e x − e −x 2 e −x − e x 2 − e −x + e x f ( − x ) = − 2 f (− x ) = −f ( x ) ⇒ Função ímpar f (− x ) = 1º Bimestre Versão: 1.0 Data: 03/03/99 página: 29 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I 4) Limite e Continuidade de Funções 4.1) Noção Intuitiva Seja f ( x ) = x2 −4 , Df = {x ∈ R / x ≠ 2}. x−2 Se x ≠ 2 → f ( x ) = x 2 − 4 ( x − 2)( x + 2) = = x+2 x−2 ( x − 2) ∴ Se x ≠ 2 → f ( x ) = x + 2 x f(x) x f(x) 1 3 3 5 1,5 3,5 2,5 4,5 1,9 3,9 2,1 4,1 1,99 3,99 2,01 4,01 4 ( 2 ) Note que para todo x ∈ V (2, δ)→ f(x) ∈ V (4, ε) podemos dizer que o limite de f(x) quando x tende para 2 é igual a 4 e podemos escrever: x2 − 4 =4 x →2 x − 2 lim De modo geral se y = f (x) definida em um domínio D do qual a é ponto de acumulação. L+ε L-ε a -δ a a +δ lim f ( x ) = L x →a 4.2) Definição Formal de Limite Sendo f (x) definida em um domínio D do qual a é ponto de acumulação dizemos que f (x) tem limite L quando x tende para a, e se indica por: lim f ( x ) = L se e somente se para todo ε > 0, ∃ δ > 0 / |f (x) – L| < ε sempre que 0 < |x – a| < δ x →a 1º Bimestre Versão: 1.0 Data: 03/03/99 página: 30 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I Exemplos: Usando a definição de limite, mostre que: 1) lim (5x + 4) = 9 x →1 (5x + 4) − 9 < ε 5x − 5 < ε 5.( x − 1) < ε 5 . ( x − 1) < ε 5. x − 1 < ε ε 5 x −1 < δ x −1 < ε 5 δ= 2) lim (3x + 1) = −5 x → −2 3x + 1 − (−5) < ε 3x + 1 + 5 < ε 3.( x + 2) < ε 3 . ( x + 2) < ε ε 3 x − (−2) < δ x+2 < x+2 <δ δ= ε 3 ⇒ Se f (x) = x → y = x (Função Identidade) lim x = a P1 x →a | x-a | < ε → | x-a | < δ ε=δ ⇒ Se f (x) = k → y = k lim k = k P2 x →a 1º Bimestre Versão: 1.0 Data: 03/03/99 página: 31 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I 4.3) Propriedades Operatórias do Limite 1) 2) 3) 4) 5) 6) lim x = a x →a lim k = k x →a lim [f ( x ) ± g( x )] = lim f ( x ) ± lim g( x ) x →a x →a x →a lim f ( x ).g( x ) = lim f ( x ). lim g( x ) x →a x →a x →a lim c.f ( x ) = c. lim f ( x ) x →a lim x →a x →a f (x ) f ( x ) xlim = →a g( x ) lim g( x ) lim g ( x ) ≠ 0 x →a x →a 7) 8) 9) lim [f ( x )]n = lim f ( x ) x →a x →a n lim n f ( x ) = n lim f ( x ) x →a x →a lim (f ( x ) )g ( x ) = lim f ( x ) x →a x →a lim g ( x ) x →a 10) lim log b f ( x ) = log b lim f ( x ) x →a x →a 11) lim sen (f ( x ) ) = sen lim f ( x ) x →a x →a 1º Bimestre Versão: 1.0 Data: 03/03/99 página: 32 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I Exemplo: 1) x 2 + 2x 5x − 1 lim x→2 lim x 2 + 2 x lim x 2 + 2 x x →2 = lim 5x − 1 x →2 x →2 lim 5x − lim 1 x →2 lim x 2 + lim 2x x →2 = x →2 = 5 lim x − 1 x →2 x →2 2 2 + 2.2 4+4 8 = = 5.2 − 1 10 − 1 9 4.4) Limites Unilaterais f (x) = x − 4 Df = {x ∈ R / x ≥ 4} 4 ( → ) lim f ( x ) = não existe x →4 2 x + 4 x ≥ 1 f (x) = − 3x + 2 x < 1 ( ) 1 lim+ f ( x ) = 6 x →1 lim f ( x ) = não existe x →1 f ( x ) = −1 xlim →1− Limite à direita: a ( Seja f uma função definida em um intervalo (a, c) número real, a afirmação sempre que lim f ( x ) = L , x →a + c ) e L um significa que para todo ε > 0, ∃ δ > 0 / |f (x) – L| < ε 0<x–a<δ → a<x<a+δ→ a ( a+δ ) Limite à esquerda: Seja f uma função definida no intervalo (c, a) e L um número real, a afirmação lim− f ( x ) = L , x →a significa que para todo ε > 0, ∃ δ > 0 / |f (x) – L| < ε sempre que -δ < x – a < 0 → a-δ < x < a a-δ ( 1º Bimestre Versão: 1.0 Data: 03/03/99 página: 33 a ) PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I 4.5) Teorema 1) lim f ( x ) = L ⇔ lim+ f ( x ) = lim− f ( x ) = L x →a x →a x →a Exemplos: 1) 2x − 1 se x ≥ 1 f (x) = 2 x se x < 1 lim+ f ( x ) = (2.1 − 1) = 1 x →1 lim f ( x ) = ? → → são iguais ∴ lim f ( x ) = 1 2 x →1 x →1 lim− f ( x ) = (1) = 1 x →1 2) 3x + 1 se x > 2 f (x) = − 2x + 4 se x ≤ 2 lim+ f ( x ) = 7 x → 2 lim f ( x ) = ? → → são diferentes ∴ lim f ( x ) = não existe x →2 x →2 f (x ) = 0 xlim − →2 1º Bimestre Versão: 1.0 Data: 03/03/99 página: 34 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I 4.6) Continuidade das Funções y y x a x a ∃ f (a ) y y c b = f (a) x a x a ∃ f (a ) OK! ∃ f (a ) OK! lim f ( x ) OK! lim+ f ( x ) = b x →a lim f ( x ) = ∃ → ∴≠ x →a f (x) = c xlim − →a x →a f (a ) ≠ lim f ( x ) x →a Condições: 1) ∃ f (a) 2) ∃ lim f ( x ) x →a 3) f (a ) = lim f ( x ) 1º Bimestre x →a Versão: 1.0 Data: 03/03/99 página: 35 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I Exemplos: 3 − x 2 1) Verificar se f ( x ) = 1 + x 2 i) f (1) = 2 OK! ii) lim f ( x ) = ? se x ≤ 1 se x > 1 é contínua para x = 1 : x →1 lim+ f ( x ) = 3 − 1 = 2 x →1 f (x) = 1 + 1 = 2 xlim →1− São iguais ∴ lim f ( x ) = 2 OK! x →1 iii) f (1) = lim f ( x ) OK! x →1 Resposta: É contínua 2 9 x − − 3 se x ≠ 3 é contínua para x = 3 : 2) Verificar se f ( x ) = x 7 se x = 3 i) f (3) = 7 OK! ii) lim f ( x ) = x →3 lim x →3 0 indeterminação 0 ( x − 3)(x + 3) = 6 OK! ( x − 3) como x ≠ 3 iii) f (3) ≠ lim f ( x ) x→3 Resposta: Não é contínua 1º Bimestre Versão: 1.0 Data: 03/03/99 página: 36