Instituto de Ensino Superior Horizonte FACULDADE HORIZONTE CURSO Pedagogia______________________________________ SEMESTRE/TURMA: 1° Semestre 2014 /Turma: _____período: Noturno DISCIPLINA: Ciências Humanas e Sociais Ead. PROFESSOR: Dr. Benjamin de Lacerda Júnior Aluno(a)_____________________________________________________________ Mat.______________Santa Maria – DF ,________de de 2014. CAP. 9. - POLÍTICAS PÚBLICAS E AÇÕES AFIRMATIVAS PARA O COMBATE AO RACISMO E PRECONCEITO. As Políticas Públicas são ações de iniciativa estatal com intuito de melhorar diversos problemas direcionados aos interesses da sociedade para que todos tenham direitos civis, cidadania e melhorias na qualidade de vida. As ações afirmativas são medidas que são tomadas para eliminar as desigualdades promovidas desde muitos séculos por motivos raciais, étnicos, religiosos e de gênero como afirma as Orientações e Ações para Educação das Relações Étnico-Raciais Brasil (2006, p.233). “Conjunto de ações políticas dirigidas á correção de desigualdades raciais e sociais, orientadas para oferta de tratamento diferenciado com vistas acorrigir desvantagens e marginalização criadas e mantidas por estrutura social excludente e discriminatória”. De 1815, quando Portugal concorda em restringir o tráfico ao sul do Equador a 1888 com a Lei Áurea, a população escravizada recorreu a uma gama de formas de resistência para que seus limitados direitos fossem reconhecidos e assegurados. O processo de transformação de mão-de-obra dos trabalhadores escravizados em trabalhadores livres foi paulatino, e leis como da do Ventre Livre (1871) e Lei dos Sexagenários (1885), que a rigor deveriam favorecer a população negra liberada, mediante várias outras leis que, ao serem incorporadas ao trato cotidiano, acabaram por tornar-se meios de promoção dos grupos hegemônicos (SILVA JÚNIOR, 1998). Durante quase todo o século XX, quando se operou a expansão do capitalismobrasileiro, nada de realmente relevante foi feito em termos de umalegislação para a promoção da cidadania plena da população negra. Mesmoapós as experiências das I e II Guerras Mundiais, apenas em 1951, pela LeiAfonso Arinos, a discriminação racial caracterizou-se como contravenção penal.Foi também apenas na segunda metade do século XX que, na perspectivaacadêmica, os trabalhos de Abdias Nascimento, Clóvis Moura, FlorestanFernandes, Lélia Gonzalez, Otavio Ianni, Roger Bastide, entre outros, sobreteorias de Sílvio Romero, Oliveira Viana, José Veríssimo, Nina Rodrigues eGilberto Freyre. (BRASIL, 2006). Brasil (2006) nos permite acompanhar nessa trajetória no século XX comentando sobre a proclamação em 1948 da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Numa perspectiva global, a década de 40 foi marcada pela criação da Organização das Nações Unidas (ONU), em 1945, e pela proclamação, em 1948, da Declaração Universal dos Direitos Humanos – da qual o Estado brasileiro foi signatário –, cujo texto se propunha como “ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações” e dizia que “todos os povos têm direitos à livre determinação”. Mesmo assim, permanecia aqui o não constrangimento diante do fato da reduzidíssima presença ou da não-presença de pessoas negras em locais de prestígio social. Podemos perceber que aos poucos as lutas surgem para retratação com os negros no Brasil. Em julho de 1978 nasce um Movimento Negro na busca de reconhecimento do negro na sociedade e conquistar seus direitos que lhes foram tirados, esse movimento trouxe conquistas para a comunidade negra no Brasil. Enfim, o esforço dos grupos do movimento negro em todo país promoveu mudanças importantes na mentalidade dos brasileiros, sobretudo dos negros. Uma das grandes conquistas do movimento negro foi conscientizar uma grande parte da sociedade brasileira em relação à questão racial e convencer o governo a abandonar sua passividade conivente diante das desigualdades raciais. (ALBUQUERQUE e FILHO, 2006, p. 294.) Dentre as políticas públicas adotadas de reparação social ao combate ao racismo ou qualquer forma de preconceito e discriminação a Constituição Federal de 1988 é o documento de referência mais legítimo e com fonte de transformação a respeito às ações de combate e punição para quem pratica o racismo e discriminação. É o que nos diz do capítulo I o artigo 5° sobre o principio constitucional da igualdade racial, perante a lei, nos seguintes termos: “Artigo 5°. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, á igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes”. (BRASIL, 1988, p. 05) Também em seu 4° parágrafo VIII, repúdio ao racismo. Ela traz estas políticas como forma de melhorar ou até mesmo erradicar o racismo existente na sociedade. Dentro das conquistas alcançadas pela população negra a Conferência Mundial Contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata, foi um evento onde se difundiu informações sobre a questão racial brasileira, foi uma conferência realizada em setembro de 2001 na África do Sul. A Conferência Mundial contra o racismo e a intolerânciatinha como objetivos: Propiciar debate amplo sobre as fontes, causas e modalidades das manifestações contemporâneas do racismo; incentivar medidas educativas e preventivas para erradicar a xenofobia e a intolerância a ela associada; sugeri estratégias para alcançar a igualdade de todos perante a lei e fortalecer a cooperação internacional nessa área. (BRASIL, 2001, p.02). Essa conferencia contribuiu para que todos percebessem que a questão racial tornou-se uma prática na vida cotidiana de muitos negros e por isso medidas mais severas devem ser tomadas. Em relação ao papel da educação como meio de combater o racismo a Conferencia trouxe propostas para os Estados Nacionais afirmando: Que sejam desenvolvidos programas educativos de combate ao racismo e a discriminação de massa; que sejam implementadas políticas de ação afirmativa na área da educação como instrumento fundamental de promoção da igualdade; que seja garantido às crianças, jovens e adultos e ciganos o acesso a escola; Que sejam implantados no currículo escolar da rede pública municipal e particular, assim como nas universidades estaduais e nacionais, a história da África e as verdadeiras contribuições do povo afrodescendente na construção da formação política, religiosa e social do Brasil. (BRASIL, 2001, P. 07) Percebe-se que a luta pela a inclusão da temática racial nos currículos é concebida pela conferência, que expõe em suas propostas a implantação nos blocos de conteúdos recontando a história do negro no sentido de resgatar a dignidade e valorização do povo negro. Para auxiliar este combate contra o racismo e a favor da propagação da história e cultura afro-brasileira temos a criminalização do racismo pela Lei 7.716 de 1989 do código penal Art 1º. Serão punidos, na forma de lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Nesses termos verifica-se de forma legítima a garantia e direito de todos que sofrem práticas racistas denunciar o agressor ou autor que seja punido conforme a exigência da lei. Podemos perceber que as lutas e as leis pela valorização do negro vêm, de muito tempo, não é algo novo dentro da educação, mas recentemente temos algumas medidas e movimentações das instituições em projetos que envolva essa temática dentro das escolas. A nível Distrital e antes mesmo da Lei 10.639/03 o governo de Cristovão Buarque sancionou a Lei nº 1.187 de 13 de setembro de 1996 em que passa a vigorar os seguintes artigos como expõe Santos (2005, p. 33). Art. 1º O estudo da raça negra é conteúdo programático obrigatório dos currículos das escolas de 1º e 2º graus do Distrito Federal. § 1º No estudo da raça negra, serão valorizados os aspectos sociais, culturais e políticos da participação do negro na formação do País. § 2º Cabe à Secretaria de Educação, por seus órgãos competentes, proceder à revisão dos currículos a fim de adequá-los a esta Lei. Art. 2º A qualificação dos professores e o constante aperfeiçoamento pedagógico exigidos para a implementação do disposto no art. 1º ficarão a cargo do Poder Executivo. Parágrafo único. Para alcançar o fim a que se refere o caput, o Poder Executivo realizará: I – cursos, seminários e debates com a participação da sociedade civil, especialmente dos movimentos populares vinculados à defesa da cultura e da contribuição afro-brasileira; II – intercâmbio com organismos nacionais e internacionais voltados à valorização do negro; III – análise do material didático, preponderantemente o bibliográfico, a fim de suprir as carências identificadas. Temos também relacionados às politicas públicas organizadas para garantir uma educação igualitária os Parâmetros Curriculares Nacionais o volume que trata a temática Pluralidade Cultural e Orientação Sexual Brasil (2001). São temas transversais que tem como objetivo orientar os professores em ações pedagógicas no cotidiano escolar contra qualquer tipo de discriminação, preconceito e racismo e valorizar a diversidade cultural dos povos e os direitos humanos. O documento de Pluralidade Cultural trata de questões, enfatizando as diversas heranças culturais que convivem na população brasileira, oferecendo informações que contribuam para a formação de novas mentalidades, voltadas para a superação de todas as formas de discriminação e exclusão. (BRASIL, 2001, p. 15). Nas politicas públicas para combater o racismo também temos um documento muito significativo que asseguram os direitos do negro dentro da sociedade, o Estatuto da Igualdade Racial Lei n° 12.288, de 20 de julho de 2010. Que no artigo 1° diz o seguinte. Art. 1o Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, destinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica.Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se:I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada;II desigualdade racial: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica;III desigualdade de gênero e raça: assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social entre mulheres negras e os demais segmentos sociais;IV - população negra: o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas, conforme o quesito cor ou raça usado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou que adotam autodefinição análoga;V - políticas públicas: as ações, iniciativas e programas adotados pelo Estado no cumprimento de suas atribuições institucionais;VI - ações afirmativas: os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades.(BRASIL, 2010, p. 5). No artigo 11 desse Estatuto temos também considera uma forma de proteger os negros sobe a foram da lei maior e garantir a todos seus direitos como cidadãos, referente a educação do negro. “Art. 11. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, é obrigatório o estudo da história geral da África e da história da população negra no Brasil, observado o disposto na Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996.” (BRASIL, 2010, p.11). O Estatuto da Igualdade Racial também garante ou assegura outros direitos a população negra como a questão da saúde quando fala em redução e risco doenças e de outros agravos, garante o direito a participação em atividades educacionais, culturais, esportivas e lazer adequadas a seus interesses e condições, de modo a contribuir para o patrimônio culutral de sua comunidade e da sociedade brasileira. Os negros também por intermédio desse Estatuto conseguiram o direito á liberdade de consciência e de crença, o livre exercício dos cultos religiosos que são instituídos no artigo 23. Veja o texto na íntegra do Estatuto da Igualdade Racial: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12288.htm Ainda dentro da educação brasileira houve um grande marco no momento em que o governo Lula alterando a Lei 9394/96, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional e inserindo, no currículo escolar, os conteúdos referentes á História e Cultura Afro-Brasileira. Veja a Lei na íntegra: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm A lei permite que as escolas a obrigatoriedade de acrescentar aos currículos e estudo da história e cultura afro-brasileira, acreditando que é possível trazer para convívio escolar as questões da valorização étnico-raciais, a valorização da sociedade negra e suas contribuições na formação sócio política econômica e cultural do Brasil. Todas as Leis vêm com a tentativa de reconhecimento e proteção à sociedade negra no Brasil no sentido de excluir as manifestações racistas, preconceitos, discriminações e estereótipos. Dessa forma é função das Instituições educacionais e de outros setores forma ou não formal a construção de conscientização de opiniões no sentido de mostras a sociedade o valor, respeito, dignidade, direitos civis, humanos a todos os grupos étnicos raciais. Todas as ações políticas discutidas tem como objetivo comum a valorização do ser humano, fazendo com que a sociedade respeite o indivíduo, independente da cor de sua pele, sexo e religião. Leia atentamente as questões objetivas a seguir e responda apenas uma correta: 1) É correto afirma sobre políticas públicas e ações afirmativas para combater o racismo, discriminação e pregar a igualdade racial: A) ( ) As políticas públicas para o combate ao racismo e preconceito fora elaboradas pela sociedade negra brasileira. B) ( ) As ações afirmativas são medidas que são tomadas para eliminar as desigualdades promovidas desde muitos séculos por motivos raciais, étnicos, religiosos e de gênero. C) ( ) As politicas públicas e ações afirmativas foram criadas especificamente para as instituições públicas. D) ( ) As politicas públicas e ações afirmativas foram criadas especificamente para as instituições privadas. E) ( ) Todas as afirmativas estão corretas. 2) As primeira medidas de politicas públicas no Brasil em relação a população negra sob forma de leis foram: A) ( ) Leis como da do Ventre Livre (1871) e Lei dos Sexagenários (1885) e lei Áurea (1888). B) ( ) Lei Áurea (1888), lei 10.639/03 C) ( ) Lei de Diretrizes de Base da Educação 9.394/96. D) ( ) Lei 7.716/89 de combate ao racismo e propagação da história e cultura afro-brasileira. E) ( ) Todas as questões estão Erradas. 3) Em relação as lutas pela ação de politicas públicas para o combate ao racismo e ações de mudança e correto afirmar: A) ( ) Dentre as políticas públicas adotadas de reparação social ao combate ao racismo ou qualquer forma de preconceito e discriminação a Constituição Federal de 1988 é o documento de referência mais legítimo e com fonte de transformação a respeito às ações de combate e punição para quem pratica o racismo e discriminação. B) ( ) Dentro das conquistas alcançadas pela população negra a Conferência Mundial Contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata, foi um evento onde se difundiu informações sobre a questão racial brasileira, foi uma conferência realizada em setembro de 2001 na África do Sul. C) ( ) Percebe-se que a luta pela a inclusão da temática racial nos currículos é concebida pela conferência, que expõe em suas propostas a implantação nos blocos de conteúdos recontando a história do negro no sentido de resgatar a dignidade e valorização do povo negro. D) ( ) Temos também relacionados às politicas públicas organizadas para garantir uma educação igualitária os Parâmetros Curriculares Nacionais o volume que trata a temática Pluralidade Cultural e Orientação Sexual Brasil (2001). E) ( ) Todas as alternativas estão corretas. 4) A respeito do Estatuto de Igualdade Racial é correto afirmar: A) ( ) O estatuto não fala sobre questões de saúde, apenas sobre racismo e preconceito. B) ( ) O estatuto só fala sobre direito a cultura e educação no âmbito escolar principalmente nas universidades com as cotas para vertibular. C) ( ) O estatuto ao falar sobre cultura garantirá essa categoria nos clubes e igrejas sem discriminação D) ( ) O estatuto garante a população negra a efetivação da igualdade e oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos. E) ( ) Todas as alternativas estão corretas.