Atuação fisioterapêutica no tratamento das fraturas tibiais com ilizarov Ana Carolina Alves Peixoto [email protected] Pós-graduação em Reabilitação em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapia Manual – Faculdade FAIPE Resumo: A tíbia é um dos ossos longos que ocorrem fraturas de alta energia, o tratamento cirúrgico necessita de uma fixação externa e o mais utilizado é o método de Ilizarov, porém para o tratamento ocorrer sem muitas complicações é importante uma reabilitação adequada com uma proposta fisioterapêutica diferenciada. O objetivo desse estudo foi dissertar sobre os aspectos gerais relacionados a este método, discutindo recursos fisioterapêuticos que podem ser utilizados no processo de reabilitação. Este estudo consistiu em uma revisão sistemática de literatura realizada de Marco a Setembro de 2015 junto aos seguintes bancos de dados científicos: SCIELO, GOOGLE ACADÊMICO e LILACS. A pesquisa foi ampliada a sites de fisioterapia, medicina, livros, trabalhos de conclusão de curso e revistas científicas, abrangendo trabalhos nos últimos quartoze anos (2000 – 2014). O resultado consiste em poucos protocolos fisioterapêuticos que estão descritos de forma detalhada, e dentre os citados estão a crioterapia, cinesioterapia, eletroterapia e orientações gerais, diminuindo as chances do paciente desenvolver hipotonia, perda de força muscular, hipotrofia, diminuição da amplitude de movimento, perda da funcionalidade do membro acometido e demonstrando a eficácia do tratamento fisioterapêutico. Conclui-se que o tratamento é indispensável para esses pacientes e sendo realizada da forma correta minimiza os efeitos negativos sobre a qualidade de vida e aperfeiçoa a funcionalidade do membro inferior ajudando o paciente a habituar-se em suas condições atuais. Palavras chaves: Fixador Externo; Ilizarov; Tratamento Fisioterapêutico. 1. Introdução Na anatomia humana a tíbia é o segundo maior osso, fortemente vinculado à fíbula, possui uma forma triangular apresentando três bordas: anterior, medial e lateral, podendo ser palpada na borda anterior e face medial, nela encontram-se inserido os músculos tibiais anteriores e posteriores que juntos realizam a dorsiflexão, flexão plantar, inversão e eversão do tornozelo (DREEBEN, 2010). A tíbia é medial e mais resistente que a fíbula articulando–se com o fêmur pela sua extremidade proximal. Estes ossos articulam-se distalmente com o talús, sendo que a tíbia é responsável pela transmissão do peso (DANGELLO e FATINNI, 2005). Conforme Reis et al (2005), a vascularização da tíbia é diminuída e há pouca cobertura de tecido, devido a isso são as mais acometidas por traumas. Entre as causas mais frequentes estão os traumas de alta-energia, os acidentes automobilísticos, motociclísticos e atropelamentos, além das fraturas em consequência de ferimento por projétil de arma de fogo. Nesses traumas de alta energia é essencial identificar a classificação das fraturas diafisárias das tíbias para um tratamento eficaz ao paciente (HUNGRIA e MERCADANTE, 2008). Estas fraturas são classificadas em abertas, fechadas, estáveis e instáveis. As abertas ocorrem quando há uma comunicação da fratura com o meio exterior chamada assim de fraturas expostas e as fechadas não existem essa relação. Logo, as estáveis ocorrem quando os fragmentos estão de acordo com o posicionamento anatômico da estrutura afetada e nas fraturas instáveis os fragmentos ósseos estão desviados da posição anatômica (RUARO, 2004). Atualmente, para cuidar dessas fraturas existem dois tipos de tratamento: o conservador e o cirúrgico. O conservador ocorre quando não há intervenção cirúrgica podendo ou não necessitar de redução incruenta. E no tratamento cirúrgico usa-se quando não é possível utilizar o tratamento conservador dando-se através do método cruentos o qual se ajustam os fragmentos fraturados, utilizando materiais de síntese interna, como por exemplo, a utilização do fixador externo (RUARO, 2004). Segundo Ruaro (2004), o fixador externo é o tratamento cirúrgico mais indicado por ser eficiente na estabilização e minimizar o sangramento o qual é utilizado quando ocorrem fraturas abertas, fechadas cominutivas e segmentares, com lesões vasculares, em pacientes com idade avançada, politraumatizados e quando o tratamento conservador não obteve resultados positivos. De acordo com os estudos, a utilização do fixador externo é predominante em homens entre 21 a 30 anos, principalmente, por acidentes de transito sendo eles 35% por motos, 28,50% por derrapagens e 17,32% por automóveis e 5% por trauma esportivo (PICADO et al, 2000). Segundo REIS et al (2005), o fixador externo mais utilizado é o de Ilizarov por não provocar maiores danos ao suprimento vascular da tíbia e por acarretar grande impacto na qualidade de vida e na funcionalidade dos seus usuários (ANDRADE e SILVESTRE, 2008). De acordo com Rotbande e Ramos (2000), o sistema de Ilizarov é inovador, pois une dois semicírculos conectados tornando um anel o qual é fixado um par de fios de Kirschner que transfixam o osso possibilitando a utilização de fios mais finos transfixados em vários planos, proporcionando melhor estabilização óssea. Esse tipo de tratamento busca estimular a consolidação da fratura para devolver a funcionalidade mecânica do osso, capacitando-o novamente para suportar o peso e proporcionar o movimento fluido das articulações adjacentes (ALVES et al, 2010). Após a fratura é colocado o fixador externo onde são aplicadas forças tensionais através da distração. Na instalação o Ilizarov promove uma regeneração óssea a partir de dois a sete dias e quando o objetivo é alcançado esta distração é interrompida. A regulagem do aparelho inicia-se entre o sétimo e o décimo quarto dia de pós-operatório e o alongamento pode atingir um total de dezesseis a dezoito centímetros do aparelho no paciente (ALVES et al, 2010). Há uma extrema necessidade de identificar a classificação da fratura para obter um bom prognóstico e estabelecer um tratamento eficaz, sendo necessário saber o tempo aproximado de consolidação de cada tipo de fratura e para compreender os tipos de trauma é importante entender as patologias, procedimentos cirúrgicos e precauções associadas, além de identificar os comprometimentos e limitações funcionais e possíveis incapacidades. No entanto, em todos os casos de fratura a rapidez na consolidação óssea depende do padrão de fratura e da amplitude das lesões nos tecidos moles (HOPPENFELD, 2001). A programação de tratamento fisioterapêutico geralmente se inicia após a colocação do fixador externo devendo ser realizada uma avaliação inicial das condições gerais do paciente. Caso não haja o tratamento precoce, há consequências deletérias como edema do membro acometido, inflamação dos orifícios dos fios, rigidez ativa temporária, limitação da amplitude de movimento das articulações adjacentes, déficit de força muscular, propriocepção e entre outros (ALVES et al, 2010). O tratamento fisioterapêutico traz componentes essenciais para aperfeiçoar o prognóstico e a funcionalidade do paciente, minimizando os efeitos deletérios da imobilização bem como no próprio trauma. A fisioterapia atua nas complicações vasculares, mudanças posturais para combater as escaras, mobilização muscular e vascular para impedir o tromboembolismo, cuidados específicos com a região traumatizada para evitar a perda das funções e rigidez muscular (MACRI e tal, 2009). Segundo Ruaro (2004), as fraturas dos ossos da perna trazem dificuldades de tratamento, seja cirúrgico ou conservador. As possíveis deformidades ósseas consequentes de consolidação viciosa é a presença de sequelas produzidas pela imobilização que leva a incapacidade funcional reversível, sendo proporcional a quantidade de energia que gerou o trauma (RECKERS et al, 2007). Durante o período de imobilização com o fixador externo, a fisioterapia estará voltada para as articulações do joelho, tornozelo e pés que terão suas amplitudes de movimentos restauradas ou mantidas, realizando exercícios de mobilização passiva e ativa, que também influenciarão na circulação sanguínea (LARA et al, 2009). Para Lara et al (2009), nos casos de fraturas e métodos de fixação a sustentação do peso será tardia, sendo observado um calo nas radiografias e se houver um bom contato cortical, o paciente pode sustentar o peso pelo contato dos dedos do pé com muletas ou andador. O atendimento é aplicado aos pacientes portadores do fixador de Ilizarov e irá atuar com grande coadjuvante, tendo como objetivo a manutenção dos seus sistemas orgânicos, a reeducação e recuperação de suas funções motoras (ALVES et al, 2010). O protocolo fisioterapêutico consta crioterapia, alongamento, cinesioterapia ativa, mobilização do membro acometido, propiocepção, treino de marcha, eletroterapia, orientações gerais e em movimentar as articulações adjacentes. E este tratamento é dividido em etapas o qual será discutido ao decorrer do trabalho (ANDRADE e SILVESTRE, 2008). O objetivo desse estudo foi dissertar sobre os aspectos gerais relacionados ao método de Ilizarov, discutindo recursos fisioterapêuticos que podem ser utilizados no processo de reabilitação. 2. Metodologia Este estudo consistiu em uma revisão sistemática de literatura. A busca por este tema foi realizado com base aos seguintes bancos de dados científicos: SCIELO, GOOGLE ACADÊMICO e LILACS. A pesquisa foi ampliada a sites de fisioterapia, medicina, livros, trabalhos de conclusão de curso e revistas científicas, abrangendo trabalhos nos últimos onze anos (2000 – 2011). Foram encontrados 42 artigos científicos e 6 livros. Para a busca foram utilizadas seguintes palavras chaves: Fixador Externo, Ilizarov, Técnicas Fisioterapêuticas e Fratura da Tíbia. No critério de inclusão foram utilizados os artigos que continham o tratamento fisioterapêutico e excluídos os que faziam a utilização de Ilizarov em animais, artigos que não possuíam ano e os anteriores ao ano de 2000. Após a leitura do material selecionado, foram analisados resultados obtidos e os critérios metodológicos dos estudos envolvendo o tema abordado. 3. Resultados Neste estudo de revisão de literatura foram encontrados 42 artigos científicos, sendo utilizados 22 artigos e foram 20 excluídos. As pesquisas excluídas foram os textos que faziam a utilização de Ilizarov em animais, atendimento á domicílio e artigos que não possuíam ano. Posteriormente a leitura do material selecionado, o qual é citado no quadro abaixo, foram analisados os resultados obtidos e os critérios metodológicos dos estudos envolvendo o tema abordado. Quadro: Resumo dos artigos pesquisados. ARTIGOS AUTOR ANO OBJETIVO RESULTADO CONCLUSÃO Fratura diafisária da tíbia Kojima, k; Ferreira, R.13 2011 Reforçar os conceitos básicos e informações sobre as novidades no tratamento de fratura na diáfise da tíbia. Não há consistência dos estudos clínicos da fresagem, pois nas fraturas fechadas parece haver vantagem na fresagem, mas na fratura exposta isto não ocorre. Existe evidência clínica, baseada em estudo de metanálise para melhor opção de osteossíntese nas fraturas expostas da diáfise da tíbia? Qualidade de vida e funcionalidade em pacientes com fixadores externos submetidos a tratamento fisioterapêutic o. Reis, F, B, D; Fernandes , H, J, A; Belloti, J, C.23. 2005 Analisar entre as melhores evidências clínicas da literatura sobre os métodos de osteossíntese para as fraturas expostas diafisárias da tíbia. O resultado da analise dos estudos incluídos mostra que em relação a não união, a fresagem traz benefícios, tendo menor taxa de falha da consolidação e promovendo uma consolidação mais rápida. A vantagem do uso da haste intramedular fresada sobre a não fresada permanece incerta. Andrade, S, A, R; Silvestre, M, V.2. 2008 Analisar os aspectos relacionados à qualidade devido à funcionalidade de membros inferiores em pacientes com fixador externo. O presente estudo demonstrou a carência de trabalho científico relacionados ao fixador externo e fisioterapia. Osteossíntese provisória das fraturas expostas da diáfise da tíbia Hungria, J, O, S; Mercadan te, T, M.10. 2008 Avaliar a eficácia do fixador externo não transfixante como tratamento provisório das Todos os 36 pacientes foram submetidos na emergência à limpeza cirúrgica As evidências atuais demonstram que o uso de haste intramedular não frisado diminui o risco reativo de infecção superficial e consolidação viçosa quando comparadas com o fixador externo. Os trabalhos encontrados consistem na abordagem terapêutica em pacientes com fixador externo de forma a propiciar a funcionalidade e qualidade de vida durante a utilização do fixador externo. O fixador externo não transfixante é útil como fixação provisória das fraturas expostas com fixador externo não transfixante. fraturas expostas. e estabilização com fixador Pinless. Foi possível elucidar a real importância do tratamento fisioterapêutico em pacientes portadores de Ilizarov, a partir de uma revisão acerca das diversas técnicas e métodos de tratamento fisioterapêutico que podem ser direcionados a cada um dos sinais e sintomas comumente apresentados pelos pacientes. Observa-se no histórico dos fixadores externos uma importante evolução no decorrer dos anos e acredita-se que muito ainda se tenha a modificar e a aprender até que se consiga uma maior harmonia entre biologia e tecnologia. Dos 12 pacientes avaliados que foram submetidos à osteossíntese de tíbia pela técnica de placa em ponte, oito apresentaram fraturas do terço médio e em dois destes a associação com fraturas do terço proximal e distal estavam presentes. Os resultados obtidos permitem inferir que o processo de Método de Ilizarov de fixação externa e possibilidades de intervenções fisioterapêutic as: Uma revisão de literatura. Alves, K, F, P; Costa, H, D, P; Canavarr o, R, A; Guimarãe s, I, L; Ferreira, A, P, B; Santana, D, V, A, G.1. 2010 Dissertar sobre os aspectos gerais relacionados a esse método de fixação externa e descobrindo os recursos fisioterapêuticos que podem ser usados no processo de reabilitação. Atualização em fixação externa: conceitos e revisão. Rotbande, I, S; Ramos, M, R, F.24 2000 Realizar uma revisão de literatura a uma fixação externa. Fixação biológica das fraturas da Tíbia pela técnica de placa em ponte: Uma opção de tratamento. Reckers, L, J; Raymund o, J, L, P; Braga, D; Tessmer, M, G, S.22. 2007 Avaliar 12 casos de fraturas da tíbia, tratadas pela técnica de placa em ponte pelo acesso ântero lateral da perna. Influência da reabilitação física na consolidação Macri, S, P, C, S; Watanabe , W, T; 2009 Verificou - se com esse estudo que a atividade física aumenta a da diáfise da tíbia quando se visa à conversão para a osteossíntese intramedular. Foi possível ressaltar a real importância do tratamento fisioterapêutico em pacientes portadores de Ilizarov. Na tíbia, o fixador externo circular é a melhor escolha e deve ser levado até o tratamento, pois o índice de complicação e estaticamente bem inferior ao do fêmur. A técnica proposta apresenta resultados semelhantes aos encontrados na literatura com outras técnicas, colocando-se uma forma alternativa e tratar e fácil aplicabilidade. Os resultados mostram que a atividade física aumenta a óssea em indivíduos com fixador externo circular. Silva, W, W; Bissaco, M, A, S.16. consolidação óssea em indivíduo com fixador externo circular. Efeitos deletérios: Ausência da cinesioterapia na mobilidade articular em politraumatiza do. Silva, M, R; Anzolin, R, M; Claro, T, Ce Medeiros, T, C.27. 2008 Relatar os efeitos deletérios da ausência da cinesioterapia na mobilidade articular e politraumatizado após intervenção cirúrgica. Fratura diafisária fechada de tíbia no adulto. Grandi, J, E, Elias, N, Skaf A, Y11. 2007 Estabelecer a orientação com aplicabilidade para a realidade brasileira, em pontos controversos relacionados às fraturas diafisárias fechadas na tíbia no adulto. Correção da falha óssea femoral e tibial pelo método do transporte ósseo de Ilizarov. Picado, C, H, F; Paccola, C, A, J, e Filho, E, F, A.20. 2000 Verificar como o ortopedista brasileiro trata as lesões expostas em relação à classificação, indicação cirúrgica, método de fixação entre outros. Efeito do exercício isométrico no período de redução fechada por tração esquelética balanceada em fraturas Stadnick, E; Junior, A, S, A.28. 2002 Analisar as consequências da aplicação de cinesioterapia ativa (isometria) Na relação dos fragmentos das fraturas de fêmur e tíbia e na integridade dos tecidos adjacentes. distração/ compressão gerado repetidamente pelo fixador externo circular associado a exercício físico melhora a qualidade de formação óssea. Baseados nos resultados deste relato e com outros autores, dados extraídos da literatura sugerem que o paciente colabore com o tratamento, evitando, dessa forma, complicações que possam ocorrer mais tardiamente sem a fisioterapia. O resultado final não mostra diferenças na angulação ou no encurtamento quando comparado o tratamento entre haste intramedular e fixador externo dinâmico. Em todos nossos pacientes ocorreu formação do regenerado. A consolidação entre o fragmento transportado e o fragmento alvo foi naturalmente obtida em sete pacientes. Este estudo caracteriza a efetividade da atuação da fisioterapia como parte crescente e adicional no tratamento clínico das fraturas dos casos em questão, consolidação óssea. Conclui-se a importância da mobilização precoce sugerindo obter o resultado satisfatório, fazendo com o que indivíduo recupere mais rapidamente seu estado anterior. Não há diferença na angulação ou no encurtamento quando comparado o tratamento entre haste intramedular e fixador externo dinâmico. O tempo de consolidação é similar aos dois métodos. Os principais métodos que discordaram da literatura foram método de estabilização, tempo de uso de antibióticos e indicação de fechamento primário. A interdisciplinarida de na reabilitação completa de pacientes acometidos por disfunções físicas deve-se fazer presente no cotidiano de diafisárias de fêmur e Tíbia. Abordagem Fisioterapêutic a em paciente com fratura de tíbia e fíbula; Relato de caso. A visão do ortopedista brasileiro sobre a descarga parcial de peso em ortostase nas fraturas expostas da diáfise da tíbia após osteossíntese . sem gerar fatores influenciavelment e negativos ao prognóstico dos pacientes. Maschio, M 15 Sella , V, R. G., Paula C. D. Machado , Hélio J. A. Fernand es, William R. Limonge, Fernand o B. Reis, Flávio Faloppa. 26 2009 Elaborar um plano de tratamento adequado e com embasamento teórico, a partir da avaliação fisioterapêutica e dados colhidos no prontuário do paciente com fratura no terço distal da tíbia e fíbula no MID. Este estudo foi realizado nas dependências do Hospital Universitário Santa Terezinha, da Universidade do Oeste de Santa Catarina – UNOESC, Campus de Joaçaba, durante o Estágio Supervisionado de Fisioterapia Hospitalar. 2009 Verificar, entre os ortopedistas brasileiros, qual ou quais são os métodos de osteossíntese adotados para o tratamento de fraturas expostas de tíbia, se indicam o tratamento fisioterápico, quando e quais fatores influem para liberar a descarga parcial em ortostase, tanto para a função quanto para a fisioterapia. A maioria dos médicos (48,9%) pertencia à região sudeste do país, seguidos pela região sul (27,4%) e nordeste (13,7%), sendo que o centro-oeste representou 8,2% e o norte 1,8%. Quanto às especialidades, os traumatologistas corresponderam a 51% do público e as especialidades de quadril e joelho compuseram 13,8% e 12,7%, respectivamente. instituições da saúde, visando o trabalho em conjunto e a troca de informações unidas por um só objetivo: o bem estar de nossos pacientes. Demonstrando assim, a capacidade individual de realizar as tarefas a nós atribuídas. A fisioterapia quando aplicada a indivíduos acamados em hospitais tem grande importância na clínica geral, pois, auxilia na recuperação da saúde, evita aderências e deformidades articulares, melhora condição motora e prepara o individuo para a recuperação de suas atividades de vida diária. Concluiu-se que há preferência pelos FES, a grande maioria indica tratamento fisioterápico e o material de síntese influencia o tempo de liberação de descarga parcial de peso em ortotatismo. Intervenção Fisioterapêutic a em fratura de tíbia tratada com fixação externa. Pereira, M, L; Leite, I, J, R; Hermann, F; Brito, C, I, B.19 2010 O objetivo deste trabalho é relatar a proposta de tratamento, condutas e intervenção fisioterapêutica realizadas neste tipo de lesão e abordagem fisioterapêutica. Proposta de tratamento Fisioterapêutic o para fratura exposta de membro Inferior: Relato de Caso. Lara, F, H; Leite, I, J, R e Brito, C, I, B.14 2009 O programa de tratamento fisioterapêutico trás componentes essenciais para otimizar o prognóstico e a funcionalidade do paciente,minimizan do os efeitos deletérios da imobilização bem como do próprio trauma. Influência do intervalo de tempo entre as sessões de alongamento no ganho de flexibilidade dos isquiotibiais Gama,Z,A ,S; Dantas,A, V,R; Souza,T,U .6 2009 Verificar se a variação no intervalo de tempo entre sessões de alongamento influencia no ganho de flexibilidade. Os resultados esperados nesse tipo de abordagem fisioterapêutica são manutenção da amplitude de movimento das articulações envolvidas, recuperação da sensibilidade plantar da propriocepção do membro acometido. Relatou-se que as condutas fisioterapêuticas realizadas com o paciente em questão durante o período póscolocação do fixador externo e pré-operatório da segunda cirurgia a ser realizada é minimizando os efeitos deletérios da imobilização bem como do próprio trauma. Após 10 sessões, identificou-se aumento da flexibilidade nos grupos experimentais, porém sem diferença entre estes. O grupo 3X aumentou significativamente a partir do 10º dia do programa (quinta sessão) e o grupo 5X, a partir do terceiro (terceira sessão). Neste contexto o programa de tratamento fisioterapêutico trás componentes essenciais para aperfeiçoar o prognóstico e a funcionalidade do paciente, minimizando os efeitos deletérios do trauma. As condutas fisioterapêuticas realizadas com o paciente em questão durante o período pós – colocação do fixador externo e pré-operatório da segunda cirurgia a ser realizada. O alongamento aumenta a flexibilidade dos isquiotibiais, independente do tempo entre as sessões (24 ou 48 horas); e a variável tempo não influencia o ganho de flexibilidade total. Porém, com cinco sessões semanais, ganha-se flexibilidade mais rapidamente. Isso sugere que o ganho de flexibilidade é sessãodependente. Influência do volume de alongamento estático dos músculos isquiotibiais nas variavéis isocinéticas Grego, N, A; Manffra, E, F 8 2009 A influência do volume do alongamento estático dos isquiotibiais em seu desempenho isocinético Pseudoaneurisma de artéria tibial posterior póstratamento de fratura de perna com fixador externo: relato de caso e revisão da literatura Moraes, D, F; Hosni, R, A, E, J; Diniz, C, A, M; Perozin, J, S; Gonçalves , J, P; Diniz, J, A, A 17. 2007 Descreve um caso de pseudoaneurisma da artéria tibial posterior devido ao uso de fixador externo para tratamento de fratura dos ossos da perna, bem como as técnicas utilizadas para seu tratamento. Os resultados sugerem, portanto, que as alterações na rigidez muscular, que causaram ganhos na ADM, não seriam as únicas responsáveis pelos déficits de força. Além disso, conclui-se que a capacidade máxima de produção de força é dependente do volume de alongamento, mas a produção de trabalho ao longo de algumas repetições não é. A técnica de ITGUS descrita originalmente por Cope&Zeita em 1986,permaneceu em desuso por seu possível potencial de morbidade.Precon iza-se que o procedimento de ITGUS seja realizado em hospital preparado para tal,por ultrassonografia vascular habilitado e com apoio imediato caso haja algum problema durante a intervenção,pelo risco de embolização distal do PA. A capacidade máxima de produção de força do grupo muscular dos isquiotibiais dos voluntários deste estudo foi alterada pelo volume do alongamento A facilidade e efetividade do tratamento não invasivo dos PA de artérias periféricas, principalmente da ITGUS, são bem conhecidas. Apesar de não conseguirmos obliterar o PA através de CGUS ou ITGUS, o tratamento cirúrgico foi bem sucedido, confirmando que a laceração arterial necessitava de tratamento mais agressivo. Como são tratadas as fraturas expostas da tíbia no Brasil? Estudo Transversal Balbachev sky, D; Belloti, J, C; Martins, C, V, E; Fernandes , H, J, A; Faloppa, F; Reis, F, B. 2005 O objetivo deste estudo é verificar como o ortopedista brasileiro trata estas fraturas em relação a: classificação, indicações cirúrgicas, método de limpeza, método de fixação, indicações de fechamento primário, tempo para reconstrução de partes moles e duração do uso de antibióticos. Epidemiologia das fraturas diafisárias da tíbia Grecco, M, A, S; Prado, J, J; Rocha, M, A; Barros, J, W7 2002 Estudo epidemiológico de tais fraturas diafisárias de tíbia, avaliando-as a fim de especificar essas lesões entre nós. Avaliação na qualidade de vida em pacientes com fratura de tíbia. Nasciment o, O, R; Morais, F, S, C; Mauricio, R, D, S; Barroco, E, N; Fujiki, C, M. 18. 2009 Avaliar o impacto da fratura na qualidade de vida dos pacientes. Quinhentos e dezoito questionários foram coletados, porém foram desconsiderados onze questionários, pois um deles foi respondido por um ortopedista estrangeiro e dez encontravam-se incompletos. Consequentement e, 507 questionários foram considerados válidos para a análise estatística final. Foram observados 27 pseudoatrose,em 7 casos de fraturas fechadas tratadas com redução e imobilização gessada,redução aberta e imobilização gessada em 2 casos,com fixador externo sequenciado em dias. Observou-se uma diminuição dos valores de avaliação do questionário SF36 demonstrada estatisticamente (p<0,05) tanto pelo teste U de Mann-Whitney, entre os itens do SF-36 e retorno ou não às atividades prévias, como com relação ao resultado do SF-. 36 estratificado para a avaliação clínica (Johner e Wruhs), por meio do teste de Kruskal-Wallis. Existem muitos métodos para estabilização destas fraturas, sendo que os fixadores externos, hastes intramedulares e placas são os mais frequentemente utilizados. Podemos concluir que as fraturas da diáfise da tíbia tiveram maior incidência no sexo masculino, as causas mais frequentes foram os acidentes de trânsito (motos, derrapagens, automóvel e bicicleta). Concluiu-se que, fratura da tíbia, mesmo com uma boa evolução clínica, promoveu uma piora na qualidade de vida dos pacientes analisados. 4. Discussão Hungria e Mercadante (2008) relatam que devido ao mecanismo de trauma e a escassa cobertura cutânea ântero-medial a fratura de diáfise da tíbia é mais frequente. Conforme as pesquisas de Kojima e Ferreira (2011), o tratamento adequado evita o aparecimento de falhas da consolidação, consolidação viciosa e reoperações. De acordo com Reckers et al (2007), as fraturas da diáfise da tíbia são importantes por duas razões: pela sua alta frequência e pelas constantes controvérsias que costumam desencadear. Estas fraturas estão entre as mais graves musculoesqueléticas e comuns e as mesmas variam tão amplamente em gravidade que prescrições gerais para tratamento não estão aplicáveis a todos os pacientes (LARA et al, 2009). Apesar dos avanços Grandi, Elias e Skaf (2007), relatam que as fraturas de tíbia continuam sendo um grande desafio para os ortopedistas. Por ser um osso com 1/3 de seu diâmetro com pouca cobertura de partes moles e com localização favorável a traumas de alta energia e algumas fraturas tem prognóstico reservado. Sendo assim ainda há discordâncias quanto ao tratamento desse tipo de fratura, pois segundo Reckers et al (2007), nos dias modernos, existem ortopedistas que defendem o tratamento destas fraturas com gesso e órteses, por redução cirúrgica e fixação interna com placa e parafusos, por hastes intramedulares, e através de fixação externa. Um dos métodos de tratamento mais utilizado é o fixador externo, um dispositivo de compartilhamento de carga que mantém o alinhamento e comprimento da fratura e permite que o paciente tenha mobilidade, deixando livres as articulações proximais e distais ao local da fratura. Como o tempo necessário para a consolidação é prolongado e a solicitação mecânica perdura por longo período nas fraturas expostas da diáfise da tíbia, a fixação externa tende a perder a eficiência até que a resolução definitiva ocorra (LARA et al, 2009). Hungria e Mercadante (2008), afirmam em suas pesquisas que quando o fixador externo é mantido por muito tempo, existe a possibilidade de contaminação e infecção no trajeto dos pinos. Nos estudos de Reis et al (2005), o uso do fixador externo tem sido muito difundido pela relativa facilidade de aplicação e por não provocar maiores danos ao suprimento vascular da tíbia, entretanto, essas vantagens devem ser confrontadas com a alta frequência de infecção nos trajetos de pinos, dificuldades para o tratamento de partes moles e para o seu maior potencial de consolidação com deformidades. Macri et al (2009), relata que fixador de Ilizarov, também chamado de fixador externo circular, aparelho de tração – compressão ou distração osteogênica, mantém a rigidez ou estabilidade das estruturas ósseas, com a qual se põe em contato por meio de fios ou pinos de aplicação percutânea. Define-se por fixador externo um grupo de aparelhos, geralmente, metálicos que permitem manter a rigidez ou estabilidade da estrutura óssea (ROTBANDE et al, 2000). Segundo MACRI et al (2009), o objetivo do tratamento é a consolidação da fratura, para que seja restaurada a função mecânica do osso, a capacidade de suportar o peso e proporcionar movimento à articulação. Dessa forma Pereira (2010), afirma que no século XIX este dispositivo de fixação externa tinha a finalidade de prevenir e/ ou corrigir desvios nas fraturas da tíbia consistindo em um método de osteossíntese de simples aplicação, indicado para casos em que ocorre lesão de partes moles concomitantemente à fratura. Hoje o fixador externo é um recurso importante no tratamento de patologia osteomusculares de difícil obtenção de sucesso com outras formas de tratamento (ANDRADE e SILVESTRE, 2008). Ilizarov demonstrou que a tração gradual sobre os tecidos vivos origina cargas que podem estimular e manter o crescimento ativo e a regeneração de estruturas teciduais. Tecidos submetidos a uma tração lenta, mantida, tornam-se metabolicamente ativados, sendo o fenômeno caracterizado pela estimulação celular tanto Biosintética como proliferativa. Denominou-se este principio de “lei de tensão de tração”. Enfatizando que este processo regenerativo depende do suprimento sanguíneo (Alves et al, 2010). Segundo Hoppenfeld (2001), o tratamento imediato em paciente com fixador externo não deve sustentar peso. Se os tecidos moles edemaciados, o tratamento das feridas o permitirem, e se houver bom contato cortical, o paciente pode sustentar o peso pelos contatos dos dedos do pé, com ajuda de muletas ou andador e com deambulação de três pontos. Essa forma de tratamento não permite sustentação total do peso. Segundo Kojima e Ferreira (2011), o processo de consolidação que ocorre após a fixação com haste intramedular evolui em fases, sendo a primeira a fase de inflamação, seguida da fase de reparação e finalmente a de remodelação. A fratura só pode ser considerada curada quando finaliza todo o processo de consolidação e a fase de remodelação que pode levar vários meses. Muitos autores consideram a fratura consolidada ao final da fase de reparação, momento no qual é possível liberar a carga total no membro acometido. Os estudos de Reckers et al (2007), mostram que o tempo de consolidação varia consideravelmente e depende do tipo de tratamento realizado. A literatura relata que pacientes tratados com fixação externa o tempo de consolidação varia de 15,6 a 17 semanas. O fisioterapeuta deve se preocupar com o processo de cicatrização dos tecidos periarticulares e com processo álgico que são pontos fundamentais para a reabilitação com sucesso (SILVA et al, 2008). Os pacientes que utilizam o fixador externo tem indicação para o tratamento fisioterapêutico, o qual busca auxiliar na melhora da função e diminuir o impacto na qualidade de vida causada pelos fixadores (ANDRADE e SILVESTRE, 2008). Um estudo realizado pelos autores Sella et al (2008), mostra que o método de estabilização mais utilizado pelos participantes foi o fixador externo (83,4%). Nota-se também que existe um consenso em torno de 96% dos traumatologistas quanto ao encaminhamento à fisioterapia, independente do tipo de fixação e concentração da liberação para tratamento usando exercícios para descarga de peso após 30 dias de pós-operatório, em média, de 52,4%. A área da fisioterapia aplicada à reabilitação ortopédica e traumatológica desempenha importante papel no tratamento de traumas ocorridos no sistema musculoesquelético, visando devolver a funcionalidade comprometida ou ajudando a evitar certas complicações decorrentes do trauma (STADNICK e AGUIAR 2002). Portanto segundo Alves et al (2010), o tratamento fisioterapêutico deve ser iniciado precocemente e deve seguir algumas diretrizes. Um dos principais propósitos do processo de reabilitação é ajudar os pacientes a atingir o mais elevado nível de independência funcional possível, dentro dos limites de duas incapacidades específicas. Percebe-se a relevância da aplicação precoce de técnicas da fisioterapia, visando melhorar os resultados do tratamento de fraturas e diminuir as complicações decorrentes como: consolidação viciosa, retardo de consolidação e ausência de consolidação (STADNICK e AGUIAR 2002). Segundo Stadnick e Aguiar (2002), cabe à fisioterapia envolver a aplicação e o ajuste de treinamento, quanto ao tipo e quantidade para que se obtenha como resultado a adaptação desejada sem lesão, pois segundo eles um organismo ou tecido que não é solicitado descondiciona e perde a capacidade que antes possuía. Por isso, que Maschio (2009), fala que é importante que o fisioterapeuta realize uma avaliação abrangente para determinar todos os possíveis problemas que podem surgir na reabilitação inclusive amplitude de movimento, mobilidade articular, flexibilidade muscular, comprometimento de força, propiocepção, equilíbrio e marcha. O fisioterapeuta precisa, também, determinar as necessidades funcionais que serão impostas ao paciente e estabelecer objetivos a curto e em longo prazo de acordo com essas necessidades. Os autores Stadnick e Aguiar (2002), explicam que na fase precoce do tratamento, devemos posicionar o paciente adequadamente, elevando a extremidade acometida, favorecendo o retorno venoso e diminuindo o edema pós-traumático; a movimentação das articulações não imobilizadas deve ser incentivada, através de exercícios ativos livres ou ativos assistidos, bem como exercícios isométricos e ativos da musculatura acometida. As principais finalidades da fisioterapia são manter a imagem psico-social-sensorial e motora do paciente, debelar algias e edemas, promover a recuperação muscular, tendinosa e articular, melhorar a circulação arteriovenosa e linfática, melhorar a coordenação e equilíbrio, bem como estimular a propriocepção (ALVES et al, 2010). A combinação da fisioterapia e fixador externo acarreta em grande chance de sucesso no ganho funcional como sugerem os autores Andrade e Silvestre (2008). O programa de tratamento fisioterapêutico trás componentes essências para aperfeiçoar o prognóstico e a funcionalidade do paciente, minimizando os efeitos deletérios da imobilização bem como do próprio trauma (LARA et al, 2009). Uma das formas de promover analgesia é através da crioterapia, onde os processos químicos e biológicos tornam-se mais lentos. É possível utilizá-la para a redução de dor e do edema. Os efeitos locais de aplicação do frio incluem vasoconstricção e diminuição da taxa metabólica, reduzindo a velocidade de condução nervosa (ALVES et al, 2010). A fisioterapia dispõe de vários tipos de exercícios musculares para a reabilitação de seus pacientes um deles é a atividade isométrica. De acordo com Kisner e Colby (2009), o exercício isométrico é uma forma de exercício que ocorre quando um músculo se contrai sem uma mudança apreciável no comprimento do músculo ou sem movimento articular visível. Por isso, estes autores dizem que os exercícios isométricos são de grande valor durante o tratamento de fraturas, pois são capazes de fortalecer um músculo sem a necessidade de movimento articular e propriedade extremamente útil em patologias articulares. Os exercícios isométricos são usados na fase inicial da reabilitação sem perigo de aumentar a irritação da articulação. Suas vantagens são: aumentam a força muscular estática, contribuem para evitar a atrofia, ajudam a diminuir o edema, podem ser realizados em qualquer lugar; dispensam equipamentos especiais e podem ser realizados durante breve período de tempo (STADNICK e AGUIAR, 2002). Outro recurso que pode ser utilizado no tratamento para a redução do quadro álgico é eletroterapia que consiste na aplicação de corrente elétrica, através de eletrodos com o objetivo de estimular as fibras nervosas (ALVES et al, 2010). Ruaro (2004), afirma que as fraturas dos ossos da perna trazem dificuldades de tratamento, seja cirúrgico ou conservador, principalmente este, pela possibilidade de deformidade devido à consolidação viciosa, a presença de sequelas produzidas pela imobilização que levam a incapacidade funcional irreversível e que é proporcional a quantidade de energia que gerou o trauma. E para prevenir essas sequelas a fisioterapia utiliza técnicas de mobilização articular, utilizadas para tratar disfunções articulares como rigidez e hipomobilidade, e o alongamento para a obtenção do aumento da amplitude de movimento. Desta forma a cinesioterapia é uma modalidade de tratamento que consiste em administrar exercícios terapêuticos (ALVES et al, 2010). O autor Alves et al (2010), explica a importância da fisioterapia nestes pacientes. A fisioterapia atua como um grande coadjuvante no tratamento, tendo como objetivo a manutenção dos seus sistemas orgânicos, a reeducação e a recuperação das suas funções motoras. Os efeitos positivos dos exercícios terapêuticos incluem desde a prevenção de disfunção, até a restauração da mobilidade e flexibilidade, da resistência à fadiga, da força muscular e da coordenação, além de promover relaxamento (ALVES et al, 2010). Na evolução de uma fratura intervêm múltiplos fatores, como a idade do paciente, a lesão de partes moles, a perda óssea, a existência prévia de enfermidades, infecções, cirurgia realizada em momento oportuno, a técnica operatória bem escolhida, o conhecimento do cirurgião, a reabilitação, a colaboração do paciente e outros fatores (MASCHIO, 2009). Retornar ao trabalho, realizar atividades domésticas, cuidar de si e da família são afazeres que dependem do controle postural e da resistência e distribuição muscular, dificultadas pela assimetria postural adquirida no período em que o membro não fez descarga de peso em pé (SELLA et al, 2008). Segundo Lara et al (2009), durante o período de imobilização com fixador externo o enfoque da fisioterapia será nas articulações de joelho, tornozelo e pé, que devem ter suas amplitudes de movimento restauradas ou mantidas, através de exercícios de mobilização passiva e ativa, que também irão influenciar na circulação sanguínea gerando diminuição de edema. Após duas semanas ocorre o início da fase de reparação da consolidação da fratura. As células osteoprogenitores se diferenciam em osteoblastos que depositam osso esponjoso (HOPPENFELD, 2001). O paciente não deve se deparar com problemas para realizar movimentos ativos do quadril. A essa altura o edema e a dor devem ter diminuído consideravelmente. O músculo gastrocnêmico funciona como bomba vascular evitando o acúmulo de sangue na perna. Isto é importante para evitar tromboflebite e trombose venosa profunda na perna (HOPPENFELD, 2001). No tratamento da quarta a sexta semana, observa-se o calo unindo o local fraturado e comumente a fratura está estável. Continue não permitindo a sustentação de peso. O paciente deve usar muletas ou andador e nessa ocasião poderá ter início à sustentação parcial do peso (HOPPENFELD, 2001). Para Lara et al (2009), essa forma de tratamento não permite sustentação total do peso até que tenha sido restabelecida a congruência, nessa caso poderá ter início à sustentação parcial do peso, o que irá acarretar em prejuízos proprioceptivos e funcionais no futuro. Atividades funcionais também podem ser orientadas durante este período, ensinando ao paciente como usar muletas ou andador para transferências do pé com giro em torno da perna sadia, vestir calcas etc. No tratamento de oito a doze semanas, o osso esponjoso esta sendo substituído por osso lamelar. O processo de remodelagem leva meses a anos para completar-se. Deve ser iniciada sustentação parcial de peso logo depois da remoção do fixador externo, com a perna colocada num aparelho de gesso ou órtese, ou se o fixador tiver sido substituído por uma haste intramedular (HOPPENFELD, 2001). A essa altura todas as feridas devem estar fechadas, seja por cicatrização primária, seja por cobertura com enxerto de pele ou retalho muscular. Devem ter continuidade os exercícios de amplitude de movimentos e fortalecimento. Podem ser iniciados exercícios leves contra resistência para o joelho, com pesos gradualmente crescentes. Essa rotina deve ter continuidade até ser restaurado um padrão de consolidação normal (HOPPENFELD, 2001). Segundo Maschio (2009), a reabilitação quando realizada de forma apropriada, acelera o processo de recuperação e permite um retorno precoce as atividades de trabalho. Certamente maiores investimentos governamentais na área de reabilitação propiciariam menores custos para a sociedade. Baseado nos artigos nota-se que o assunto abordado necessita de mais pesquisas, no entanto é unanime que os estudos comprovam a eficácia do tratamento fisioterapêutico adequado, pois o indivíduo lesado pode sofrer com infecções, síndromes compartimentais, pseudoartrose e ter a perda da função do membro acometido se caso não passar para fase de reabilitação. Deve estar associada com o tratamento médico podendo assim o paciente ter uma melhora na qualidade de vida funcional, social realizando, também, suas atividades diárias o mais rápido possível. 5. Conclusão O fixador externo é frequentemente encontrado na prática clínica por proporcionar menos danos aos tecidos lesados e por apresentar uma resposta significativa aos alongamentos dos ossos e tecidos adjacentes. Sendo assim, o presente estudo realizou uma revisão bibliográfica, sobre o tratamento fisioterapêutico realizado em pacientes com fraturas tibiais que fazem uso de fixador externo de Ilizarov. A reabilitação é indispensável para esses pacientes e quando realizada da forma correta devolve a funcionalidade do membro acometido, maior rapidez na recuperação dos pacientes, prevenindo limitações da amplitude de movimento e ajudando o paciente habituar-se em suas condições atuais. No entanto, sugerem-se novas pesquisas com elaboração de protocolos relacionando ao tratamento fisioterapêutico com uso de fixação externa pelo método de Ilizarov. 6. Referências 1. ALVES, K, F P; COSTA, H, D, P; CANAVARRO, R, A; GUIMARAES, I, L; FERREIRA, A, P, B, e SANTANA, D, V, A, G. Método de Ilizarov de fixação externa e possibilidades de intervenções fisioterapêuticas: Uma revisão de literatura. Revista Universo, n° 02 – Pesquisa Saúde – Brasil 2010. 2. ANDRADE, S, A, R; SILVESTRE, M, V. Qualidade de vida e funcionalidade em pacientes com fixadores externos submetidos ao tratamento fisioterapêutico. Universidade do Estado de Santa Catarina 2008. 3. 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