tempo de absorção de boro em repolho e couve- flor

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ALVES AU; GONDIM ARO; ALVES AU; CORREIA
Tempo deMAR;
absorção
PRADO
de boro
RM; CECÍLIO
em repolho
FILHO
e couve-flor
AB. 2009. Tempo de absorção de boro na folha em
repolho e couve-flor. Horticultura Brasileira 27: S803-S806.
TEMPO DE ABSORÇÃO DE BORO EM REPOLHO E COUVEFLOR
3
3
4
Adriana Ursulino Alves ; Ancélio Ricardo de Oliveira Gondim ; Anarlete Ursulino Alves ;
3
1
2
Marcus André Ribeiro Correia ; Renato de Mello Prado ; Arthur Bernardes Cecílio Filho
1
2
Prof. Dr. UNESP/FCAV, Depto. Solos e Adubos, 14884-900, Jaboticabal-SP; Prof. Dr. UNESP/FCAV, Depto.
3
Produção Vegetal, 14884-900, Jaboticabal-SP; Estudante de Doutorado, UNESP/FCAV, Depto. Solos e Adubos,
4
14884-900, Jaboticabal-SP; Estudante de Doutorado, UNESP/FCAV, Depto. Produção Vegetal, 14884-900,
Jaboticabal-SP; e-mail: [email protected], [email protected], [email protected],
[email protected], [email protected], [email protected]
RESUMO
ABSTRACT
Com o objetivo de avaliar o efeito da
aplicação de boro via foliar sobre a cultura
do repolho e da couve-flor, um experimento
foi conduzido na UNESP, Jaboticabal, SP.
Avaliaram-se o teor e acúmulo de boro nas
folhas, sob delineamento de blocos
casualizados e 10 repetições. Os
tratamentos corresponderam às sete
épocas de amostragens da planta (3, 6 e
12 h; 1, 5, 15 e 30 dias) após a aplicação
foliar de boro, mais a testemunha
(amostragem de plantas antes da
pulverização) totalizando 8 tratamentos. Os
maiores teores de boro nas folhas de
repolho e couve-flor foram observados nas
primeiras horas após a pulverização foliar.
Entretanto, os maiores acúmulos de boro
nas folhas de repolho e couve-flor
respectivamente, foram de 0,79 e 0,95 mg.
Time of boron absorption in cabbage
and cauliflower
With the objective of evaluating the effect of
the boron application through foliating on the culture
of the cabbage and of the cauliflower, an experiment
was led in UNESP, Jaboticabal, SP. The content
and accumulation of boron were evaluated in the
leaves, under design of blocks at random, with ten
replications. The treatments corresponded to the
seven times of samplings of the plant (3, 6 and 12
h; 1, 5, 15 and 30 days) after the sprayed to foliar of
boron, more the witness (sampling of plants before
the sprayed) totaling 8 treatments. The largest boron
tenors in the cabbage leaves and cauliflower were
observed in the first hours after the sprayed to foliar.
However, the largest boron accumulations in the
cabbage leaves and cauliflower respectively, were
of 0.79 and 0.95 mg.
PALAVRAS-CHAVES: Brassica oleracea
var. capitata, Brassica oleracea var. botrytis,
nutrição mineral, absorção.
KEYWORDS: Brassica oleracea var. capitata,
Brassica oleracea var. botrytis, mineral
nutrition, absorption
INTRODUÇÃO
As brassicáceas constituem a família botânica que abrange o maior número de culturas
oleáceas, ocupando lugar proeminente na Olericultura do Centro - Sul. As espécies constituintes
dessa família foram oriundas da couve silvestre (Brassica oleracea var. silvestris). Dentre elas
destacam-se a couve-flor (Brassica oleracea var. botrytis), o repolho (B. oleracea var. capitata)
Hortic. bras., v. 27, n. 2 (Suplemento - CD Rom), agosto 2009
S 803
Tempo de absorção de boro em repolho e couve-flor
e o brócolis (B. oleracea var. italica) por serem os mais cultivados e consumidos (Filgueira,
2008).
O boro é um micronutriente que difere dos demais pela não identificação de sua
participação na composição de qualquer composto ou enzima específica, sendo sua
essencialidade determinada pelo critério indireto (Dechen et al., 1991). Apesar do B não fazer
parte de nenhum composto específico, são várias as funções que este elemento desempenha
nas plantas. Dentre essas funções, seu papel no crescimento radicular é, sem dúvida, um dos
mais importantes.
Os principais modos de aplicação de micronutrientes nas culturas são via solo e foliar.
Sendo esta última, uma forma amplamente utilizada nas hortaliças em geral, embora exista
dúvidas sobre a efetividade desta prática, devido ao pouco conhecimento da mobilidade deste
nutriente no floema para as espécies em questão. Aplicações foliares de boro são as mais
carentes de experimentação. Entretanto, existem algumas recomendações para ácido bórico.
-1
-1
Filgueira (2008) recomenda aplicar 2 g L e Trani et al. (1997) 1 g L . Diante do exposto,
objetivou-se com este trabalho avaliar o efeito da aplicação de boro via foliar sobre a cultura
do repolho e da couve-flor.
MATERIAL E MÉTODOS
Os experimentos foram realizados no Setor de Olericultura e Plantas AromáticoMedicinais, da FCAV – UNESP, Jaboticabal, SP. O delineamento experimental foi em blocos
casualizados, com 10 repetições. Os tratamentos corresponderam às sete épocas de
amostragens da planta (3, 6 e 12 h; 1, 5, 15 e 30 dias) após a aplicação foliar de boro, mais a
testemunha (amostragem de plantas antes da pulverização) totalizando 8 tratamentos. As mudas
foram produzidas em espuma fenólica de 2,5 x 2,5 x 3,8 cm, utilizando-se o híbrido Astrus para
o repolho e o híbrido Verona para a couve-flor. Após sete dias da emergência, as plântulas
foram transplantadas para canais de polipropileno de 5 cm de largura com solução nutritiva de
Hoagland e Arnon (1950), sem boro e diluída a 25%, em sistema hidropônico tipo “nutrient film
technique” (NFT), com recirculação da solução, ficando nessa condição durante uma semana,
3
quando foram transplantadas para vasos de 10 dm contendo areia lavada e foram conduzidas
no espaçamento de 0,80 x 0,35 m para o repolho e 1,00 x 0,50 m para a couve-flor, com uma
planta por vaso.
Foram instalados dois gotejadores por vaso para o fornecimento de solução nutritiva de
Hoagland e Arnon (1950), com omissão de boro.
Após 20 e 23 dias do transplante para a couve-flor e repolho, respectivamente, foi
realizada a aplicação foliar de boro. A parte superior dos vasos foi devidamente protegida,
para que a solução aplicada via foliar não contaminasse o substrato. A quantidade de solução
a ser aplicada foi definida por um teste branco realizado um dia antes de cada época préestabelecida para as pulverizações de B, objetivando conhecer o volume de solução necessário
e estimar a quantidade de B aplicada à planta. Foi utilizado espalhante adesivo Agral, na
-1
dosagem de 0,3 mL L de água. Decorrido da aplicação do boro foram realizadas as
amostragens de acordo com os tratamentos definidos.
Em cada amostragem, as plantas foram colhidas e secas em estufa de circulação
o
forçada de ar na temperatura de (65 C) para obtenção do teor de boro nas folhas.
Hortic. bras., v. 27, n. 2 (Suplemento - CD Rom), agosto 2009
S 804
Tempo de absorção de boro em repolho e couve-flor
O teor de boro foi determinado de acordo com a metodologia analítica descrita por
Tedesco et al. (1995) e posteriormente foi calculado o acúmulo de boro nas folhas.
As características avaliadas foram submetidas à análise de variância pelo teste F (p<0,05 e
p<0,01). Se significativo pelo teste F, foram ajustadas a equações de regressão polinomial, com maiores
coeficientes de determinação, utilizando-se o programa estatístico SAEG (Ribeiro Júnior, 2001).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O teor de boro nas folhas de repolho foi alto nas primeiras horas após a pulverização
(Figura 1a) e a partir desse período foi reduzindo até o final do experimento (30 dias após a
aplicação de boro). Contudo, o acúmulo do nutriente foi crescente do início ao final do período
estudado, cujo máximo acúmulo de boro na folha foi de 0,79 mg aos 30 dias após a aplicação
(Figura 1b). Quando comparamos o acúmulo de boro da testemunha (amostragem de plantas
antes da pulverização) com a época de maior acúmulo (30 dias após a aplicação de boro)
tem-se um incremento relativo de 427%.
O teor de boro nas folhas da couve-flor foi semelhante ao repolho, sendo alto nas primeiras
horas após a pulverização até os 10 dias após a aplicação (Figura 1a) e a partir desse período
foi reduzindo até o final do experimento (30 dias após a aplicação de boro). Entretanto, o
acúmulo variou de 0,26 para 0,95 mg de 0 horas aos 30 dias após a aplicação, apresentando
incremento relativo de 252%.
Os maiores teores de boro nas folhas de repolho e couve-flor foram observados nas
primeiras horas após a pulverização foliar. Entretanto, os maiores acúmulos de boro nas folhas
de repolho e couve-flor respectivamente, foram de 0,79 e 0,95 mg.
REFERÊNCIAS
DECHEN AR; HAAG HP; CARMELLO QA. 1991. Funções dos micronutrientes nas plantas:
mecanismos de absorção e de translocação de micronutrientes. In: FERREIRA, M.E.; CRUZ,
M.C. (Ed.). Micronutrientes na agricultura. Piracicaba: Associação Brasileira para Pesquisa
da Potassa e do Fosfato, p.65-97.
FILGUEIRA FAR. 2008. Novo manual de olericultura. Viçosa: UFV. 421p.
HOAGLAND DR; ARNON DI. 1950. The water culture method for growing plants without soils.
Berkeley: California Agricultural Experimental Station. 347p.
RIBEIRO JÚNIOR IR. 2001. Análises estatísticas no SAEG. Viçosa: UFV. 301p.
TEDESCO MJ; GIANELLO C; BISSANI CA; BOHEN H; VOLKWEISS S. 1995. Análise de
solo, planta e outros materiais. Porto Alegre: Departamento de Solo. Faculdade de Agronomia.
Universidade do Rio Grande do Sul. 174p.
TRANI PE; PASSOS FA; AZEVEDO JA; TAVARES M. 1997. Brócolos, couve-flor e repolho. In:
RAIJ B; CANTARELLA H; QUAGGIO JA; FURLANI AMC (eds) Recomendações de adubação
e calagem para o Estado de São Paulo. Campinas: Instituto Agronômico/Fundação IAC. p. 175.
Hortic. bras., v. 27, n. 2 (Suplemento - CD Rom), agosto 2009
S 805
Tempo de absorção de boro em repolho e couve-flor
Figura 1. Teor e acúmulo de boro em repolho (a e b) e couve-flor (c e d), em função do tempo de absorção
de boro [Content and accumulation of boron in cabbage (a and b) and cauliflower (c and d), in function of
the time of boron absorption]. FCAV-UNESP, Jaboticabal, SP, 2008
Hortic. bras., v. 27, n. 2 (Suplemento - CD Rom), agosto 2009
S 806
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