O GESTOR ESCOLAR FRENTE A UMA GESTÃO DEMOCRÁTICA 1 Solange do Socoro Margalho do Vale1, Maria Suely Margalho do Vale2 e Neila Pedrotti Drabach3 Curso de Especialização para Gestores da Rede Pública, do Programa de Pós Graduação do Instituto Tecnologico do Paraná, Rua João XXIII, 600 - Bairro Judith Londrina - PR, 86060-370, [email protected] 2 Mestrado em Gestão do Desenvolimento Regional, Universidade de Taubaté – Rua Visconde do Rio Branco, 210 Centro - 12020-040 – Taubaté/SP, [email protected] 3 Professor do Programa de Pós Graduação do Instituto Tecnológico do Paraná, Rua João XXIII, 600 Bairro Judith Londrina - PR, 86060-370, [email protected] Rerumo: O presente pesquisa objetiva apresentar as características de um gestor escolar frente a uma gestão democrática e caracteriza-se como exploratória, com levantamento bibliográfico e descritiva a partir do olhar do Gestor Escolar Frente a uma Gestão Democrática, devendo agir adequadamente em diferentes momentos, pois as instituições de ensino necessitam de líderes capazes de trabalhar de forma competente, para facilitar a resolução de problemas, tornando-se um agente de transformação, com consciência e responsabilidade na tomada de decisão e de forma coletiva com seu grupo e identificar as habilidades de cada indivíduo, delegando autoridade, com a finalidade de construir equipes participativas. Assim, estimular a participação de pedagogos, professores, funcionários, pais e alunos, para participar do planejamento e das ações que irão ajudar o desenvolvimento da escola e da comunidade escolar. . Palavras-chave: Gestor Escolar, Liderança, Pessoas e Planejamento. Área do Conhecimento: Ciências Sociais Aplicada Introdução O desenvolvimento constante da tecnologia trouxe às organizações o desafio de adaptar-se de acordo com o cenário vivenciado, buscando sempre a atualização. Dessa forma, este trabalho objetiva apresentar as características de um gestor escolar frente a uma gestão democrática, pois temas sobre gestão escolar através de viés democrático tem sido apresentado nas pesquisas para discussão, como soluções de transformações no sistema atual de ensino, para isso destacam-se as mudanças que se direcionam a descentralização do poder, pois a necessidade de um trabalho realizado com ampla participação de todos os segmentos da escola e da comunidade, para envolver a sociedade e a comunidade escolar como um todo. Considera-se que esse processo é de grande relevância e de importância para o início de transformação necessária para propiciar um ambiente de trabalho favorável buscando-se com isso pessoas preparadas e motivadas e que participem direta ou indiretamente desse processo educacional. Para esse momento de mudança, a escola é responsável pela transmissão do conhecimento, porém, no mundo globalizado, exige-se que a escola tenha uma nova concepção e uma forma diferenciada de se trabalhar, ou seja, uma constante renovação na sua postura, para transmitir um conhecimento de nível elevado para preparar o aluno a serem criativo e pensante, com objetivo de formar cidadãos críticos e que se comprometam a uma participação mais efetiva Este estudo objetiva apresentar as características de um gestor escolar frente a uma gestão democrática e caracteriza-se como exploratória, com levantamento bibliográfico e descritiva a partir do olhar do Gestor Escolar Frente a uma Gestão Democrática, Resultado O Papel do Gestor Escolar O quadro atual da política brasileira, principalmente, na educação, apresenta intensas transformações, portanto busca-se uma gestão mais democrática, para que ocorra um interesse e envolvimento da comunidade escolar, frente aos acontecimentos relacionados ao trabalho pedagógico como a tomada de decisões para fatos que influenciam diretamente o andamento da escola. Assim, os caminhos, buscados ou efetivados para democratização do ensino público, vêm sendo apontados com bastante ênfase, nas últimas décadas, principalmente por educadores e ou sujeitos envolvidos direta ou indiretamente com o trabalho pedagógico desenvolvido na escola. A democratização da gestão do sistema educativo amplia-se a gestão da escola, a qual prevê, entre outras ações, o envolvimento, a participação dos XVI Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e XII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba 1 pais dos alunos, moradores e demais membros da comunidade local, como lideranças políticas, movimentos populares no processo de tomada de decisões, a partir do contexto escolar. (SCHNECKENBERG, 2005, p.15) Na gestão de ensino, apresenta a presença do Diretor, chamado de gesto é o dirigente principal, responsável pela escola e tem a competência de em conjunto com os demais responsáveis, pela articulação e integração das áreas administrativas, pedagógico, secretaria, serviços gerais e o relacionamento com a comunidade, entre outras. Para LIBÂNIO et al ( 2007, p. 335). [...] o diretor coordena, mobiliza, motiva, lidera, delega aos membros da equipe escolar, conforme suas atribuições específicas, as responsabilidades decorrentes das decisões, acompanha o desenvolvimento das ações, presta contas e submete à avaliação da equipe o desenvolvimento das decisões tomadas coletivamente Com a nova concepção de gestão e do papel do diretor, intensificaram-se os debates sobre a necessidade da profissionalização das pessoas envolvidas na administração escolar como condição para a melhoria da qualidade da educação básica. Dessa forma, as propostas de “capacitação de dirigentes”, especialmente às de “competências gerenciais”. A Lei de Diretrizes Básicas da Educação – LDB, instituída através da Lei nº 9394/96 (Brasil, 1996), pouco inovou em relação ao cargo de diretor escolar e contemplou apenas a formação dos profissionais com o curso de pedagogia e a forma de escolha dos dirigentes. Em seu Art. 67, determinou a exclusividade de ingresso no cargo por meio do concurso público de provas e títulos (sem definir os seus critérios) e o pré-requisito da experiência docente para o exercício do cargo. No Estado do Paraná, o Conselho Estadual de Educação adotou o regimento único para as escolas públicas estaduais. Ao mesmo tempo, sugere um poder diluído e descentralizado, uma vez que propõe à instituição a criação de uma Congregação de Professores, que, conforme Deliberação 027/72 – CEE configura-se como um “órgão consultivo e deliberativo em assuntos didáticos e pedagógicos e consultivo em assuntos administrativos”. De acordo com essa Deliberação, a direção da escola é vista como “o órgão que presidirá ao funcionamento dos serviços escolares, aos trabalhos dos professores, às atividades dos alunos e às relações da comunidade escolar com a vida exterior” da Deliberação 027/72 – CEE.. Dessa forma, o final do século XX tem testemunhado várias mudanças na política da administração da educação brasileira. Conforme Freitas (1981) são criados colegiados ou conselhos escolares com poder deliberativo e autonomia para tomar certas decisões no âmbito da escola; são permitidas eleições de diretores; são ativadas as participações de pais, líderes comunitários; são realizadas experiências com concurso público (de provas e títulos) e cursos concurso para diretores; dentre outros. Começa-se dessa forma, a discutir a importância da preparação de diretores escolares que incentivem a participação das comunidades escolar e local e atendam à legislação vigente. Castro (1981, 73), considera a forma de seleção para o cargo de diretor de escola, por meio de eleição, reveste-se, em algumas escolas, de um papel inovador e de transformação da realidade e práticas escolares. Para a autora, assumir a função de diretor de escola parece vir carregado de muito peso e responsabilidade. Assim, vários diretores falam que a assumem numa situação de pressão. Castro (1981), na figura 1, apresenta fluxograma do papel do diretor escolar. Figura 1: O Papel do Gestor Escolar Fonte: Castro (1981) São poucos os educadores que desejam assumir esta função, pois ela exige responsabilidade, maior carga de trabalho e as compensações não são claramente visíveis. Nas comunidades menores, observa-se que a função de diretor tem um papel importante como líder comunitário e este papel parece tornarem-se mais relevante para a comunidade. A atuação do Gestor enquanto exercício de liderança Em outros tempos, vários dirigentes escolares foram criticados por práticas conservadoras e muito autoritárias, mas hoje a prática de gestão atribui uma liderança mais XVI Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e XII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba 2 participativa, atitudes mais flexíveis, e um compromisso com a necessidade de mudança na educação. Dessa forma, o Líder escolhe sua equipe de trabalho sem temer a “sombra” dos mais talentosos. Um líder delega a quem sabe assumir responsabilidades (Druker , 2002, 137). Luke apud Drabache (2011) conceitua liderança como um conjunto de ações, atitudes e comportamentos assumidos por uma pessoa para influenciar o desempenho de alguém, visando a realização de objetivos organizacionais. Com relação à gestão escolar, segundo a autora é um processo pelo qual se mobiliza e coordena o talento humano, coletivamente organizado, do modo que as pessoas em equipe, possam promover resultados desejados (LÜKE, 2010, 96). Assim, no modelo de gestão que se quer hoje, o diretor deve liderar o processo da passagem do enfoque administrativo para construir o enfoque na gestão. O novo paradigma da administração escolar traz, junto com a autonomia, a ideia e a recomendação de gestão colegiada, com responsabilidades compartilhadas pelas comunidades interna e externa da escola. O novo modelo não só abre espaço para iniciativa e participação, como cobra isso da equipe escolar, alunos e pais, para que juntos possam resolver o desafio da qualidade da educação no âmbito de sua instituição. Drabache (2011, 75), aponta para o processo democrático de gestão as lideranças do tipo: • Compartilhada, se caracteriza pela tomada de decisão compartilhada pelos participantes da comunidade escolar. Esse tipo de liderança conduz as pessoas a sentirem-se a vontade para expressar suas ideias e agir, no intuito de promover a realização de objetivos da instituição. Dessa forma, todos no processo de educativo exercem também a liderança, configurando-se numa possibilidade para o exercício de cidadania; • Coliderança é consequência de uma liderança compartilhada e é exercida principalmente pelos integrantes da equipe da gestão da escola ou grupo gestor por exercerem formalmente responsabilidade pela liderança geral da escola, a fim de que esta atinja os objetivos. Isso não significa que outros não sujeitos não possam exercê-la. • Educativa, tem como foco a aprendizagem dos profissionais d instituição escolar, assim como a aprendizagem dos seus estudantes; • Integradora ou Holística, parte do princípio de que o trabalho educacional, assim como qualquer processo sociocultural se realiza a partir de uma teia dinâmica de eventos interrelacionados. Dessa forma, não são as pessoas, as ações e os elementos isolados que fazem a diferença e sim o conjunto deles todos, em processos interatuantes que determinam o curso das realizações, dos eventos e dos seus resultados. • Segundo a autora, esses tipos de lideranças exigem um estilo de liderança específico para que se possam atingir os objetivos desejados. Lüke (2010) apud Drabache (2011, 77), apontam ainda os estilos de liderança, que são recorrentes no ambiente escolar. • Estilo Autocrático está presente na concepção de administração como tarefa do diretor/gestor escolar, na qual o diretor é o centro de poder na instituição, cabendo a ele todas as decisões e responsabilidade sobre o seu funcionamento; • Estilo Laissez Faire, segue o caminho contrário do autocrático. Enquanto no estilo democrático controla-se tudo e a todos, o estilo laissez faire orienta pelo princípio do deixar fazer” configurando-se na ausência total de liderança/coordenação do trabalho coletivo. • Estilo Democrático segue um meio termo entre o estilo autocrático e o laissez faire. Sua prática assenta-se no princípio da descentralização das decisões, no entanto tem princípios, objetivos e regras previamente definidas no coletivo. O gestor democrático deve exercer uma liderança que incentive a autoconstrução, o compromisso, responsabilidade e qualidade de forma criativa no processo educacional. Cabe a ele o papel de coordenar as relações entre todos os profissionais, alunos e a comunidade escolar, visando uma educação que possibilite uma integração democrática e participativa entre ambos. O objetivo geral dessa pesquisa é desenvolver estratégias de mobilização para um gerenciamento escolar mais democrático. O Desenvolvimento da Equipe e o Fortalecimento da Autonomia Ao promover a contribuição dos diversos membros da comunidade escolar na gestão da escola, o diretor escolar estimula a cultura da participação, fomenta a responsabilidade coletiva pelo sucesso da escola e reduz o potencial de conflito. Dessa forma, o gestor educacional, também, deve ter disciplina para superar os desafios que são encontrados nas funções de sua responsabilidade. Ao realizar suas funções, deve manter em evidência a necessidade da valorização da escola, dos funcionários e, XVI Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e XII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba 3 principalmente, de seus alunos, para que os mesmos se sintam estimulados e incentivados para aprender e assimilar novos conhecimentos. No Quadro 1, a Secretaria de Estado de Educação do Governo de Minas Gerais apresenta Padrões de Competências para o Diretor de Escola (Minas Gerais, 2012), para o Desenvolvimento da Equipe e o Fortalecimento da Autonomia: Competências Aplicar os pressupostos e a prática gestão democrática e participativa. Promover uma gestão de pessoas que valorize a escola como comunidade de aprendizagem e se comprometa com à superação contínua. Promove o estreitamento das relações entre os membros da comunidade escolar Conhecimentos e Habilidades Investe no aprimoramento das instâncias da gestão colegiada, sobretudo o Colegiado Escolar Conhece o papel das instituições colegiadas da escola no fortalecimento da autonomia e na promoção da gestão participativa. Envolve os demais membros do colegiado escolar em processos decisórios. Fomenta o trabalho coletivo e compartilhado para fortalecer a organização da escola. Observa os direitos e deveres de professores, outros profissionais e demais membros da comunidade escolar Promove e mantém um clima organizacional ético e produtivo, favorável à melhoria do coletivo e à resolução de conflitos Sabe ouvir e utilizar as opiniões dos outros, compartilhando informações e decisões Delega atividades, orienta e monitora a equipe no exercício de suas atribuições. Valoriza as relações interpessoais na consolidação da equipe integrando profissionais da escola, pais e alunos. Adéqua a gestão de pessoal aos recursos disponíveis e equitatitavente. Atende as exigências procedimentais relativas ao pessoal. Lidera a formulação de planos de trabalho e a execução conjunta dos processos e atividades necessárias para alcançar os resultados desejados. Conhece e aplica técnicas e estratégias de comunicação interna e externa Envolve todos os segmentos para dar apoio ao trabalho da escola Empreende esforços para dar apoio ao trabalho da escola Incentiva a consolidação de uma cultura focada no desenvolvimento de profissionais a partir do processo de auto-avaliarão Assegura o desenvolvimento do processo de avaliação de desempenho, conforme legislação vigente Envolve o colegiado escolar na análise e elaboração de projetos e programas de melhoria de resultados da escola Utiliza os resultados de avaliação de desempenho para identificar as necessidades de formação continuada dos membros da equipe escolar Direciona as oportunidades de capacitação em serviço para potencializar as competências dos profissionais da escola Relaciona o Plano de Gestão de Competências Individuais às metas e necessidades da escola Quadro 1: Padrões de Competências para o Diretor de Escola Fonte: Secretaria de Estado de Educação (MG, 2012) Utilizar a avaliação de desempenho como tecnologia de gestão eficaz, cumprindo todas as suas etapas e desenvolvendo planos e projetos para os cumprimentos das metas e a melhoria dos resultados Nesse contexto, o gestor educacional que promove o crescimento da educação na instituição onde atua, certamente estará contribuindo para a formação de pessoas que buscam o sucesso. A Secretaria de Estado de Educação do Governo de Minas Gerais (2012) contribui com o Guia do Diretor Escolar, material esse coletado entre diretores, professores, funcionários, alunos e pais, apresenta algumas dicas para uma Gestão de Sucesso: • Fazer planejamento integrado das ações da Escola. • Formar sua equipe de trabalho. • Fazer pautas para as reuniões. • Ser transparente nas ações. • Tomar decisões coletivamente. • Ter os pais e a comunidade como parceiros. • Envolver todos os alunos na realização das atividades cívico-sociais • Divulgar amplamente as decisões tomadas nas reuniões do Colegiado • Divulgar as pautas de reunião do Colegiado para a comunidade escolar, 24 horas antes de sua realização. • Desenvolver a cultura da Auto-Avaliação da Escola. • Analisar e divulgar os resultados das Avaliações do SIMAVE / SAEB para os alunos e comunidade escolar. • Reconhecer e valorizar a contribuição de cada servidor. Compartilhar suas vitórias e sucessos com todos. XVI Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e XII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba 4 • Fomentar nos servidores o desejo de formação continuada. • Registrar as ocorrências (fatos eventuais) para segurança do gestor e do servidor. • Ser pontual na chegada, na saída, no cumprimento das ações e dos prazos estabelecidos. • Ser firme, porém cordial com toda a comunidade escolar. • Buscar as qualidades das pessoas (alunos, pais, servidores). • Estar atento às situações sociais relacionadas aos funcionários (aniversários, nascimentos, casamentos, falecimentos). • Ser justo, dispensar a todos o mesmo tratamento. • Manter à vista de todos um quadro, mural, com as atribuições de cada servidor. • Investir nas relações interpessoais. • Conquistar a autonomia da Escola com trabalho compartilhado, competência, planejamento, acompanhamento, avaliação e com resultados positivos e atingimento das metas pactuadas. • Buscar parcerias na SEE/SRE, na Equipe da Regional (Inspetor e Analista Educacional). • Realizar o trabalho em equipe. • Socializar com os servidores toda a legislação pertinente à educação. • Estar atento à aprendizagem dos alunos – Escola Boa é aquela em que todos os alunos aprendem. • Fazer acontecer a Intervenção Pedagógica no tempo certo utilizando-se: do Projeto Escola de Tempo Integral, da escolha do melhor professor para os alunos da alfabetização, do reforço extraturno, da reenturmação temporária dos aluno, entre outras. • Buscar estratégias e ações para, pedagogicamente, corrigir • Investir no professor e cobrar resultados. • Proporcionar um ambiente alegre, prazeroso, no qual as pessoas estejam e sejam felizes. • Ter visão dos objetivos, das Metas da Escola e das estratégias para o seu atingimento. • Estar atento quanto à manutenção e conservação das instalações físicas, mobiliário e material de uso permanente. • Buscar recursos financeiros e humanos para a execução de todos os projetos. • Dispensar um atendimento de excelência ao público. • Promover encontros frequentes com os pais dos alunos. Ouvi-los, possibilitando que eles participem, e não apenas escutem. O Fortalecimento e Ampliação das relações da Escola com a Comunidade Pelo impacto do contexto social no funcionamento da escola, o Diretor de Escola procura estabelecer relações de parceria entre os pais dos alunos, as organizações da comunidade e as instituições escolares, na busca do bem-estar e a aprendizagem dos alunos. Dessa forma, consciente da relação de interdependência entre a melhoria da escola e o desenvolvimento da comunidade, o Diretor exerce sua liderança educacional promovendo a participação da comunidade na escola e da escola na comunidade. O Gestor e a importância das Pessoas no Ambiente de Trabalho Antes a competitividade estava ligada à tecnologia, entretanto percebe-se que a realidade hoje em dia é outra, pois a sociedade está voltada para o conhecimento e as pessoas passam a ser o centro das atenções organizacionais, pois delas se podem obter vantagens competitivas diferenciadas. Dessa forma, com evolução do conceito da gestão de pessoas, a racionalidade nas decisões, a eficiência nos processos e a eficácia no alcance dos resultados têm levado as organizações a reformular sua percepção sobre o papel das pessoas. (ARANTES, 2011, 10). Conforme a autora, de executores de tarefas, os profissionais passaram a participar na tomada de decisão, o que lhe confere o reconhecimento devido pelos bons resultados atingidos. Dessa forma, para manter esses profissionais, o gestor também necessita estar preparado e desenvolver-se, para ser capaz de colocar a gestão estratégica de pessoas como uma atividade que demanda conhecimento, tempo e dedicação e das condições necessárias para um ambiente de trabalho propício com qualidade e segurança no trabalho, contribuem para que as pessoas permaneçam ou não na organização (ARANTES, 2011, 80). Assim, os gestores educacionais terão que aprender a valorizar seu recurso humano, pois só terá sucesso quem souber gerir seu capital intelectual. As pessoas serão os recursos mais desejados e disputados nos próximos anos, afinal não existem organizações sem pessoas. O Planejamento no Contexto Escolar O ato de planejar sempre acompanhou a trajetória histórica da humanidade. O homem sempre pensou suas ações, embora não soubesse que deste modo estaria planejando. Dessa forma, se planeja quando pensa sobre o que fez o que deixou de fazer, sobre o que está XVI Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e XII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba 5 fazendo e o que pretende fazer no futuro. Assim, o homem usa sua razão, sempre imagina o que pretende fazer, ou seja, suas ações. O ato de imaginar, pensar, não deixa de ser uma forma de planejamento. No Planejamento Escolar, é importante a participação de todos os envolvidos, pois planejar o conteúdo a ser aplicado durante o ano letivo considera-se uma tarefa que necessita do envolvimento dos profissionais da escola, como professores, gestores profissionais da área de educação. Assim, torna-se fundamental, durante essa construção, o questionamento de todos e que se busquem novas possibilidades para a elaboração do Plano que promoverá o desenvolvimento da escola, que constará dos campos: o que é? Para que serve? A quem se destina? Como se constrói? Como se implementa? (GOMES, 2007, 6). Já o planejamento coletivo, segundo Carvalho (2011), tem como característica, a necessidade de clareza de onde se quer chegar, do caminho a ser percorrido até o ponto de chegada e dos elementos para efetivarem o caminho. Para a autora, esta defesa legitima que cada governante que assuma o poder possa mudar todo o “contexto educativo, por simples vontade ou luxo, desconsidera boa parte das conquistas dos profissionais da educação e do próprio processo educativo. Dessa forma, é como se a política estivesse para o governante e não para o coletivo de pessoas a quem ele representa. Discussão O planejamento está presente em nosso dia-adia, mesmo que implícito, como o caso da pessoa que, ao levantar-se pela manhã, pensa no seu dia, no que vai acontecer ao longo dele. Como não se tem certeza do que realmente irá acontecer no passar dessas vinte e quatro horas, a pessoa obriga-se a pesar, prever, imaginar e tomar decisões mais acertadas para o alcance dos objetivos esperados. Conclusão O gestor eficaz deverá agir adequadamente em diferentes momentos, pois as instituições de ensino necessitam de líderes capazes de trabalhar de forma competente, para facilitar a resolução de problemas, de forma coletiva com seu grupo e identificar as habilidades de cada indivíduo, delegando autoridade, com a finalidade de construir equipes participativas. Assim, estimular a participação de pedagogos, professores, funcionários, pais e alunos, para participarem do planejamento e das ações que irão ajudar o desenvolvimento da escola e da comunidade escolar. Para isso, o gestor necessita ainda reter, atrair, desenvolver e aproveitar seu capital humano, que são as pessoas, para realizar uma gestão estratégica eficaz e democrática, pois as pessoas precisam estar em primeiro plano. Dessa forma, recomenda-se que o gestor tenha uma visão global e conhecimentos para provocar e incitar as mudanças dentro da instituição educacional, tornando-se um agente de transformação, com consciência e responsabilidade na tomada de decisão. Referências ARANTES, Eliane. Negociação, Articulação e Processo Decisório: Instituto Federal do Paraná, Curitiba,2011; CASTRO, K. A Gestão da Escola Básica: conhecimento e reflexão sobre a prática cotidiana da diretora de escola municipal Em Aberto / Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. V. 1, n. 1, (nov. 1981). Brasília: O Instituto, 1981; DRABACHE, Neila. O Perfil do Gestor Escolar: Instituto Federal do Paraná, Curitiba, 2011; DRUCKER, P. O melhor de Peter Drucker: obra completa, SP, 2011; GOMES, Nilma Lino. Indagações sobre currículo: diversidade e currículo; organização do documento Jeanete Beauchamp, Sandra Denise Pagel, Aricélia Ribeiro do Nascimento. – Brasília : Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007; FREITAS, Katia. Uma Inter-relação: políticas públicas, gestão democrático-participativa na escola pública e formação da equipe escolar in Em Aberto / Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. v. 1, n. 1, (nov. 1981- ). Brasília : O Instituto, 1981; LIBANO, José et al. Educação Escolar: políticas, estruturas e organização, 4ª ed. : Cortez, SP, 2007; LUCK, H. Liderança em Gestão Escolar, 6ª edição, Petropolis, RJ: Vozes, 2010; MINAS GERAIS. Padrões de Competências do Diretor de Escola.. Disponível em http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/banco_ objetos_crv/%7B8B952AFB-142D-4A15-89321223D986B4F3%7D_padroes-decompetencia_diretor-escolar_02.pdf.Acesso em 10.01.2012; SCHNECKENBERG, M. O princípio democrático na atuação do diretor de escola: um estudo comparativo entre diretores eleitos e reeleitos da Rede Pública Municipal de Ensino de Ponta Grossa – PR. Campinas Unicamp, Tese de Doutorado, 2005. XVI Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e XII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba 6