O Cultivo da Niágara Rosada como Alternativa de Renda

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O CULTIVO DA NIÁGARA ROSADA COMO ALTERNATIVA DE RENDA PARA
AGRICULTURA FAMILIAR NA REGIÃO DE JALES - SP
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POSTER-Agricultura Familiar e Ruralidade
CRISTINA TONDATO.
FATEC JALES, JALES - SP - BRASIL.
O Cultivo da Niágara Rosada como Alternativa de Renda para
Agricultura Familiar na Região de Jales - SP
Cultivation of Niagara Rosada as Alternative Income for Family
Farming in the region of Jales - SP
Grupo de Pesquisa: Agricultura Familiar e Ruralidade
Resumo
A cultura da uva de mesa está presente em diversas regiões do país. Essa atividade
geralmente é desenvolvida em pequenas propriedades rurais. Pode-se considerar essa
cultivar como uma ótima alternativa, gerando uma receita líquida média de R$ 44.152,50
por hectare. Essa cultura em pequenas áreas consegue empregar um número maior de
pessoas e proporcionar uma ótima rentabilidade.
Palavras-chaves: niágara rosada, rentabilidade, custos
Abstract
The culture of table grape is present in many regions of the country. This activity is often
developed in small rural properties. It can be considered as an excellent choice, generating
an average net earnings of R$ 44.152.50 per hectare. This activity in small properties
manages to employ a larger number of people and provide a great return.
Key Words: niagara rosada, profitability, cost
1. INTRODUÇÃO
A produção de uvas no Brasil tem sido uma atividade desenvolvida em pequenas
propriedades rurais, com uso de mão-de-obra familiar, principalmente nas regiões sul e
sudeste do país, diferente do que ocorre na região nordeste, onde prevalecem grandes
empresas rurais. A viticultura, independente do destino da produção, é uma atividade
geradora de emprego e renda, auxiliando, assim, na fixação do homem no campo e gerando
riquezas na região onde ela se consolida.
O EDR (Escritório de Desenvolvimento Rural) de Jales é composto de 22
municípios que ocupam, aproximadamente, 319.420,4 hectares e 9.464 propriedades
agrícolas. O município de Jales abrange 1.248 propriedades que ocupam 33.542,2 hectares
(LUPA, 2008).
Para Barros e Boteon (2002), a cidade de Jales tem pequenos e médios produtores
Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2010,
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com bom grau de tecnificação, quando comparada a outra regiões do Estado de São Paulo.
A região produz entre os meses de julho a novembro, época em que há pouca oferta do
produto, obtendo melhores preços. Entretanto, os altos custos de implantação e de
condução dos vinhedos exigem altas produtividades para compensar o investimento e
custeio com a cultura. O objetivo deste estudo é apresentar a cultivar Niágara Rosada como
alternativa de renda para o produtor familiar da regional de Jales-SP.
2. METODOLOGIA DA PESQUISA
O presente estudo tem como foco a regional de Jales, localizada na região noroeste
do Estado de São Paulo, devido à importante presença da agricultura familiar nessa região.
Foram obtidos dados secundários para a elaboração desse trabalho, onde se procurou
identificar a produtividade e preço médio na região.
3. CARACTERIZAÇÃO DA VITICULTURA NA REGIONAL DE JALES-SP
A cultivar Niágara foi introduzida na região de Jales na década de 90, como
alternativa para a produção de uva fina de mesa, pois a maioria dos viticultores estava
descapitalizada para implantar ou reformar seus parreirais de uva fina (SILVA et al, 2008).
Na regional de Jales-SP, a cultivar Niágara ocupa uma área de cerca de 171,4 ha de
parreiras com, aproximadamente, 138 propriedades (LUPA, 2009). O pólo vitícola é
composto basicamente pelos municípios de Jales, Urânia e Palmeira D’Oeste, que assumem
grande importância na produção de uva rústica.
Considera-se a cultura da uva de mesa de extrema importância econômica e social para
essa região, dada a predominância de pequenas propriedades, já que 97% das unidades de
produção agrícola (UPAs) possuem área inferior a 50 hectares (LUPA, 2009). A cultura da uva
(fina e rústica) perde somente para a laranja (indústria e mesa), gerando uma receita de um
pouco mais de 41 milhões no ano de 2008.
A videira, cultivar Niágara Rosada, tem apresentado-se como uma alternativa
interessante para a produção de uvas em Jales/SP, pela rusticidade, menor número de tratos
culturais e por apresentar baixo custo de produção em relação às uvas finas de mesa.
Para Tondato (2006), produção da uva de mesa na região tem as seguintes
características:
a) trata-se de atividade predominantemente ligada à agricultura familiar;
b) o tamanho médio da área destinada ao cultivo da uva de mesa situa-se entre dois a três
hectares;
c) a tecnologia adotada nas fases de plantio, tratos culturais e colheita é similar às
utilizadas pelas grandes empresas. No entanto, a fase de pós-colheita adota pouca
tecnologia moderna, sobretudo no que tange ao armazenamento.
3. CUSTOS E RENTABILIDADES DA UVA NIÁGARA EM JALES-SP
Desde a década de 90, a Niágara Rosada tem sido uma alternativa de uva de mesa,
uma variedade bastante aceita pelo mercado consumidor. A cultura apresenta várias
vantagens: menor demanda de mão-de-obra, fácil manejo e necessidade de menos
Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2010,
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fungicidas em comparação com as cultivares de uvas finas, resultando menor custo de
produção.
Outro atrativo é o preço de comercialização nos meses de colheita nessa região, que
ocorre na entressafra das demais. Para Maia e Mello (2003) os custos de produção de uvas
variam de acordo com o sistema de produção, a densidade do plantio, o solo, a mão-deobra, os preços dos insumos, a tecnologia empregada, entre outros.
Maia e Mello (2003) apresentam os custos com a instalação da uva, considerando
se um vinhedo conduzido no sistema latada, com espaçamento de 2,75 m entre filas por
2,00 m entre plantas. Os custos totais de implantação por hectare chegam a R$ 47.664,08,
sendo que o sistema de irrigação e a cobertura do vinhedo representam cerca de 45% desse
valor.
Já os custos com manutenção estimam-se em R$ 23.922,50, valor referente a gastos
com insumos, mão-de-obra, máquinas, depreciação, comercialização e utensílios diversos,
considerando-se 15 anos de vida útil e retirando-se o valor residual (MAIA; MELLO,
2003).
A produtividade média esperada a partir do terceiro ano para a produção em uma
única safra, programada entre os meses de agosto e novembro, é de 28 toneladas por
hectare (AGRIANUAL, 2010). A receita bruta por hectare pode chegar a R$ 69.160,00
levando em conta o preço médio do quilo da uva de R$2,47 (AGRIANUAL, 2010).
4.CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pode-se considerar a cultivar Niágara Rosada como uma ótima alternativa, gerando
uma receita líquida média de R$ 44.152,50 por hectare, essa cultura em pequenas áreas
consegue empregar um número maior de pessoas e proporcionar uma ótima rentabilidade.
(nos últimos anos os preços têm sido compensadores).
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANUÁRIO DA AGRICULTURA BRASILEIRA - AGRIANUAL 2010. São Paulo: Agra
FNP Pesquisas Ltda., 2010. p. 520
BARROS, M. H. C.; BOTEON, M. Avaliação do desempenho regional dos principais
pólos produtores de uva de mesa no país. In: Congresso da Sociedade Brasileira de
Economia e Sociologia Rural, 40., 2002, Passo Fundo, RS. Anais... Passo Fundo: SOBER,
2002.
MAIA, J. D. G.; MELLO, L. M. R. de. Cultivo da Videira Niágara Rosada em Regiões
Tropicais do Brasil. Custos e Rentabilidade. Disponível em: <http://sistemasde
producao.cnptia.embrapa.br/>. Acesso em: 17 jan. 2010.
SÃO PAULO (Estado). Projeto LUPA 2007/2008: Levantamento censitário de unidades
de produção agrícola do Estado de São Paulo. São Paulo: SAA/CATI/IEA, 2008.
Disponível em: http://www.cati.sp.gov.br/projetolupa. Acesso em: 2 mar. 2010.
SILVA, P.R. ; MAIA, M. L. ; AMARO, A. A. ; OLIVEIRA, M. D. M. ; TERRA, M. M. .
Produção e Comercialização de Uva Niagara nas Regiões de Campinas e Jales, Estado de
São Paulo. Informações Econômicas. Instituto de Economia Agrícola, v. 38, p. 61-72,
2008. ; Meio de divulgação: Impresso; Série: 12; ISSN/ISBN: 01004409.
Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2010,
Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural
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TONDATO, Cristina. Caracterização dos canais de marketing da uva de mesa da
região noroeste do estado de São Paulo. 2006. Dissertação (Mestrado em Agronegócios)
-Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Campo Grande, 2006.
Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2010,
Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural
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