O BIOMÉDICO NO DIAGNÓSTICO DO CÂNCER CÉRVICO UTERINO, NOS DIAS ATUAIS1 Bruno Ricardo Santana dos Santos2 RESUMO: A citopatologia ginecológica é a área da Ciência Biomédica que estuda as patologias inerentes ao aparelho reprodutor feminino, que por sua vez o foco desse artigo é o câncer cérvico uterino, sendo esse o segundo maior câncer que afeta a população brasileira. A forma de prevenção se da através do uso de anticonceptivos, uma dieta rica em vitaminas e principalmente o enxame colpocitológico que detecta alterações celulares em fase inicial, como também infecções virais que venham desencadear o câncer cérvico uterino. O Biomédico Citopatologista se faz presentes em todas as etapas do diagnóstico do câncer cérvico uterino, desde a coleta do material analisado a emissão do laudo. PALAVRAS-CHAVE: Citopatologia. Biomédico. Câncer. Prevenção. 1Artigo solicitado pelo professor Fabio Fernandes como modo avaliativo da disciplina Metodologia da Pesquisa Científica do curso Bacharelado em Biomedicina da Faculdade Santo Antônio. 2Graduando do 1º semestre do curso de Bacharelado em Biomedicina da Faculdade Santo Antônio. e-mail: [email protected] INTRODUÇÃO O tema desse trabalho é o estudo levantado sobre o profissional Biomédico no diagnóstico do câncer cérvico uterino sendo esse o profissional responsável pelo diagnóstico seguro, o campo de estudo e atuação do Biomédico neste setor, em nível de especialização é a Citopatologia Ginecológica, sendo responsável nesse campo pelo rastreamento de células anormais coletadas no colo do útero, permitindo assim a prevenção do câncer no local estudado. O câncer é uma alteração celular a nível estrutural de ordem e tamanho que pode vim desencadear mudanças vitais nas funções de determinados órgãos, uma vez alterada a célula produzira demais células com a mesma mutação que carregarão com sigo o gene modificado levando um desencadeamento em massa, a junção de milhares de células levam a um aglomerado ou inchaço conhecido como tumor. Os surgimentos de alguns cânceres podem ainda está vinculado com o aparecimento de alguns vírus que no caso do Câncer cérvico uterino destaca-se o Papiloma Vírus Humano (HPV). No Brasil o câncer cérvico uterino é o segundo maior câncer correspondendo a 17,8% perdendo apenas para o câncer de pele. Apesar de fatores econômicos como baixa renda esta vinculado ao mesmo na cidade metropolitana de São Paulo que apresenta alto crescimento econômico a cada 100.000 mulheres 35,1% estão afetadas pelo câncer cérvico uterino, sendo que 80% dos casos ocorre em países em desenvolvimento e em alguns destes países é o câncer mais prevalente. O câncer cérvico uterino tem aumentado significamente por conta da maior exposição a agentes sexuais, o exame colpocitológico (popularmente conhecido como preventivo) detecta lesões precursoras da doença em estágios iniciais prevenindo cerca de 100% quando diagnosticado precocemente. Apesar da evolução da Biomedicina e seu amplo crescimento, ainda observa-se contradições ao se afirmar a verdadeira atuação do Biomédico Citopatologista por estudantes da área e profissionais, ao entrarem em contradições sobre um dos principais pontos discutidos, a coleta do material para análise, sendo que o Conselho Federal tal como Regional de Biomedicina deixa claro e regularizado a atuação do Biomédico nesse setor, acabando assim com dúvidas relacionadas a atuação do profissional. Deve ser um tema abordado em todos os âmbitos da saúde, visando a importância do profissional Biomédico na citopatologia ginecológica sendo esse o profissional que permite o diagnóstico do câncer e sem o mesmo, tratamento nenhum poderia se iniciar. Cabe também ao profissional conscientizar a sociedade brasileira da importância do enxame colpocitológico, para que no futuro a sociedade não venha sofrer danos piores. Capítulo I – Citopatologia. A patologia é o estudo de doenças, por sua vez a citopatologia é o estudo de doenças através de células obtidas com uso de alguns métodos com o intuito de se avaliar a região do corpo humano ao qual se obteve o material biológico. O termo “citopatologia” tem alguns sinônimos como: citologia clínica e citologia oncótica a mesma se divide em três ramos, citopatologia ginecológica, citopatologia das mamas, citopatologia do sistema respiratório e líquidos cavitários. A citopatologia ginecológica tem o intuito de avaliar o colo do útero, podendo rastrear desde vírus, fungos ou alterações celulares que venham a desencadear um câncer, sendo esse último o seu maior objetivo, já que é o principal método para o diagnóstico e prevenção do câncer cérvico uterino. Segundo o autor MOTTA, 2001: A colpocitologia oncótica, introduzida na década de 40 por Papanicolaou & Traut24 (1943), constituiu grande avanço no controle do carcinoma da cérvice uterina. O método foi gradativamente adquirindo adeptos, assimilado em serviços de ginecologia e, atualmente, representa importante forma de rastreamento deste tipo de neoplasia. O termo “colpocitologia” é dado ao enxame popularmente conhecido como preventivo ou papanicolau sendo esse último o nome do seu criador, é um exame de fácil execução que consiste na coleta do material cérvico vaginal e análise. Admissibilidade pela população permitiu uma queda no índice de mortes relacionadas ao câncer do colo uterino, por se tratar de um exame que permite detectar alterações celulares que venham desencadear um câncer ou o diagnóstico do mesmo em estágio inicial, permitindo assim o tratamento em estágio inicial. Cápitulo II – Câncer Cérvico Uterino. A alteração no crescimento e desenvolvimento celular dos mecanismos básicos vitais da célula caracteriza um câncer. Essa alteração pode ser de característica genética ou dada através de outros fatores que induzam alteração celular. Por sua vez a célula modificada sofre processos de divisão, dividindo-se em duas novas células e assim por diante por um processo conhecido como mitose onde duas novas células cancerígenas surgirão. Experimentos realizados com animais revelaram que há uma base genética, associado ao DNA, que explica o surgimento do câncer, tal mudança vem sendo analisada a nível celular quanto molecular. Segundo o autor FRANKS, 1990: Na espécie humana, algumas famílias e algumas raças estão mais sujeitas ao aparecimento de alguns tipos de cânceres. Isto pode ser devido tanto a fatores genéticos quanto ambientais. Após o inicio do ciclo da célula, a velocidade com que ela se divide ou se altera depende das mudanças da célula ou das mudanças relacionados a hospedeiros como os vírus. A perda das características normais é conhecida como desdiferenciação ou anaplasia. Segundo o autor FRANKS, 1990: Acreditava-se que os tumores se originavam de uma única célula alterada, isto é, tinham uma origem clonal. Mas mesmo se fosse verdade, não há dúvida que até o momento no qual o tumor é clinicamente detectável, se ele se originou de uma ou mais células, está presente por muito tempo e as células foram submetidas a um grande número de divisões celulares, que causaram a variação e seleção de diferentes populações celulares. Sendo assim os cânceres se dividem em 3 grupos que o determinam a sua incidência através de alguns dados fatores. O Câncer cérvico uterino faz parte do terceiro grupo, que é justificado a sua maior incidência com o aumento da idade. Segundo o autor FRANKS, 1990: Há pelo menos três explicações plausíveis para este último grupo de tumores associados à idade, que incluem os tumores mais freqüentes que ocorrem em humanos. 1. Há uma exposição contínua a baixos níveis de carcinógenos que se acumulam ao longo do período da vida. 2. Com a idade surgem mudanças humorais induzidas, isto é, no ambiente celular, por alterações nos sistemas imune ou humoral, que permitiram ou estimulariam a ocorrência de mudanças neoplásicas. 3. Há mudanças em algumas células associados à idade, que aumentam a sua suscetibilidade à transformação neoplásica. Porém nada justifica essas observações. Nas ultimas décadas as infecções virais ganharam destaque e estão sendo alvo de pesquisas oncogênicos e produtores de lesões precursoras. Diante tudo já visto define-se a região do câncer cérvico uterino que como o próprio nome já instiga ocorre no colo do útero que é a parte inferior do útero que o liga a vagina, sendo assim o câncer cérvico uterino é uma modificação das células que compõe o colo, caracterizado como um câncer de crescimento lento e ausências de sintomas. Capítulo III – Prevenção. Nos dias atuais as incidências do câncer cévico uterino tem aumentando, talvez por conta que hoje em dia as jovens descobrem os prazeres sexuais mais cedo e as mulheres em si estão cada vez mais expostas a agentes sexualmente transmissíveis. Segundo o autor MOTTA, 2001: Cálculos generalistas determinam que a probabilidade de uma mulher vir a desenvolver um câncer cervical invasivo ou in situ durante a sua vida é da ordem de 0,7% a 2,0%. Diversos fatores são responsáveis pelo desenvolvimento de um câncer cérvico uterino dois dos quais já foi citado à cima que corresponde a história da vida sexual e os demais ao fumo e a dieta. Fumar aumenta a possibilidade de desenvolver o risco de câncer cérvico uterino, então por sua vez deixar de fumar ou evitar o fumo passivo o que se dá pela inalação da fumaça de fumantes próximos diminui as chances de uma mulher desenvolver o câncer. A dieta também é um fator contribuinte para redução da taxa de se desenvolver um câncer cérvico uterino. Segundo o ABC da saúde, 2010 Vários estudos têm associado uma diminuição no risco de desenvolver câncer de colo do útero em mulheres que ingerem micronutrientes nas suas quantidades adequadas. Os micronutrientes mais freqüentemente descritos como benéficos, nestes estudos, são os carotenóides, a vitamina C e E. Provavelmente, estes estudos estão demonstrando de forma indireta que uma dieta variada, balanceada e rica em vegetais é benéfica e diminui as chances da mulher de desenvolver esse tipo de tumor. As mulheres que começam a vida sexual mais cedo antes mesmo dos 16 anos de idade têm a maior possibilidade de desenvolver o câncer cérvico uterino, isso por conta da exposição cada vez mais cedo de doenças sexualmente transmissíveis como Papiloma Vírus Humano – HPV, vírus precursor do câncer cérvico uterino. O HPV é sub divididos em grupos de baixo e alto risco os quais se associam ao carcinoma do colo do útero, os de baixo risco os mais comuns são os do tipo 6 e 11, enquanto que o grupo de alto risco comportam o 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59 e 68 sendo os dois primeiros mais comuns. Segundo a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, 2007: O HPV 16 é responsável por 50% dos carcinomas do colo do útero, o HPV 18 por 15%, HPV 31 e 45 por outros 15%. 20% dos carcinomas do colo do útero estão associados a outras estirpes de HPV. Após a infecção pelo vírus as mulheres o eliminam numa média de um a dois anos, em outros casos o vírus pode persistir, originando lesões mais graves designadas por pré-cancerosas e evoluir para cancro. Pode se ainda dizer que quase 100% dos carcinomas do colo do útero são provocados pelo HPV, mas é possível ter infecções por HPV e não desenvolver carcinoma do colo do útero. Segundo o autor MOTTA, 2001: O emprego da colpocitologia em periodicidade anual reduz a probabilidade de uma mulher desenvolver câncer cervical invasivo em 93,3%, enquanto período de 3 anos é responsável pela diminuição em 91,2%, o que sustenta a recomendação de alguns especialistas para sua realização a cada três anos em mulheres de baixo risco e que já se submeteram a exame colpocitológico prévio. O exame deve ser anual se a paciente for de alto risco mesmo quando não foram encontradas alterações colpocitológicas prévias. Dentro desses últimos 50 anos o câncer cérvico uterino sofreu uma redução acentuada (2/3) isso graças ao seu principal método de prevenção a colpocitologia (papanicolau ou preventivo) que permite uma análise avançada de células coletadas no colo do útero a níveis tanto iniciais quanto elevados prevenindo assim o desenvolvimento do câncer cérvico uterino já que o método permite o diagnóstico do câncer propriamente dito como também de doenças sexualmente transmissíveis como HPV um dos principais fatores para o desenvolvimento do câncer. Capítulo IV – Coleta de Material/Diagnóstico/Pós Diagnóstico. Para realização da coleta do material para o enxame colpocitológico se torna necessário o formulário de requisição do enxame, luvas estéreis, espéculo vaginal, espátula de Ayres e escovinha tipo campos de Paz. Após o correto preenchimento do formulário de requisição do enxame o biomédico citopatologista devera calçar as luvas estéreis seguindo assim de uma rápida verificação do local a ser inserido o espéculo vaginal sendo que esse último pode ser de três tamanhos pequeno, médio e grande, que permitirá uma melhor visualização do colo do útero tal como a coleta do material com o uso da espátula de Ayres ou a escovinha tipo campos de Paz. Após a coleta do material a ser analisado deve-se de imediato fixar em lâmina que por sua vez será depositada em caixa (frasco) o qual deverá ser identificado por grafite, para que só assim o espéculo assim como as luvas estéries possam ser removidos, lembrando que o espéculo vaginal, espátula de Ayres e escovinhas tipo campos de Paz, devem ser descartáveis assim como as luvas estéreis devem ser trocadas a cada paciente para evitar a contaminação cruzada. Segundo o ABC da saúde, 2010 Por dois dias antes do exame a mulher deve evitar piscina e banheiras, duchas vaginais, tampões, desodorantes ou medicamentos vaginais, espermicidas e cremes vaginais (a menos que seu médico recomende explicitamente). Estes produtos e situações podem retirar ou esconder células anormais. A mulher deve também evitar relações sexuais por dois dias antes do exame. Após o exame, a mulher pode voltar a suas atividades normais imediatamente. A idade correta para iniciação do enxame colpocitológico é de 21 anos ou três anos após a primeira relação sexual, devendo se seguir eventualmente o que ocorrer primeiro. O enxame deve ser realizado anualmente, após 2 anos consecutivos realizados e nenhuma alteração identificada o enxame passará a ser realizado a cada três anos, porém existem alguns fatores que impedem que o mesmo seja realizado a cada três anos, sendo obrigatoriamente realizado anualmente. Segundo a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, 2007 Tais fatores são: Início das relações sexuais em idade muito precoce Vários parceiros sexuais Parceiro sexual que já teve muitas parceiras sexuais Grande número de gestações Presença de um tipo de HPV associado a cancro Detecção persistente de um HPV de alto risco, particularmente em alta concentração (carga viral) Certos subtipos de HLA e de vírus Exposição e contraceptivos orais e à nicotina Infecções genitais (clamídia) O diagnóstico é de característica clínica, sendo realizado através da análise da lamina de forma microscópica, onde se avaliarão o estado das células presentes do material, as presenças de coilócitos apontam para uma infecção por HPV. Segundo o ABC da saúde, 2010 A coleta periódica do exame citopatológico do colo do útero (também chamado de exame pré-câncer ou Papanicolau) possibilita o diagnóstico precoce, tanto das formas pré-invasoras (NIC), como do câncer propriamente dito. Depois de diagnosticado alterações celulares pela utilização do método papanicolau encaminha-se a paciente para uma colposcopia e uma biopsia onde somente com analise desses novos materiais poderão se dá o diagnóstico definitivo. No caso do diagnóstico de vírus se torna necessário a identificação do subtipo, tamanho e se apenas esta situado no colo do útero, pois ao sofrer uma metástase pode invadir outros órgãos assim como tecidos. São necessário que se faça presente dois enxames ou mais sem alterações para que o risco de desenvolvimento do câncer cérvico uterino seja desenvolvido. Após o diagnóstico do vírus HPV deve se esperar que o mesmo suma sozinha ou o mesmo poderá desenvolver um câncer no colo do útero, por tanto após um diagnóstico a esse nível faz-se necessário a volta constante da paciente para realização do enxame colpocitológico. Se diagnosticado o câncer cérvico uterino deverá o paciente ser encaminhado para uma colposcopia onde o médico ginecologista irá observar o colo do útero sendo que o mesmo poderá realizar uma coleta de material através da técnica de Punção Biopsia Aspirativa por Agulha – PAAF, para realização da análise da biopsia por um Biomédico Citopatologista, onde o mesmo poderá analisar e afirmar o laudo. Capítulo V – Atuação do Profissional Biomédico frente o Conselho Federal de Biomedicina O presente artigo traz a tona diante todo o corrimento a atuação do biomédico no diagnóstico do câncer cérvico uterino, a maior problemática vivenciada e dúvida entre a população leiga, estudantes e até profissionais da área, seria se o Biomédico Citopatologista é habilitado a realizar a coleta para o enxame colpocitologico, a dúvida freqüente é gerada por causa que o biomédico compartilha essa área de atuação com o farmacêutico, sendo que diante o conselho das duas profissões que agregam a citopatologia como área de atuação somente o Biomédico poderá realizar a coleta do material. Segundo o CFBM que agregam o CRBM1, CRBM2, CRBM3 e CRBM4: O Biomédico na Citologia Oncótica, poderá: Realizar colheita de material cérvico vaginal e leitura da respectiva lâmina, exceto a colheita de material através da técnica de Punção Biópsia Aspirativa por Agulha Fina (PAAF); Realizar a leitura de citologia de raspados e aspirados de lesões e cavidades corpóreas, através da metodologia de Papanicolaou; Atuar no setor de imunohistoquímica e imunocitoquímica, referente ao diagnóstico citológico; Assumir responsabilidade técnica, firmando os respectivos laudos. REFERÊNCIAS ABC.MED.BR, 2008. Exame de Papanicolau ou Citologia Oncótica. Disponível em: <http://www.abc.med.br/p/saude-da-mulher/23030/exame-de-papanicolau-oucitologia-oncotica.htm>. Acesso em: 21 Abril. 2013. Câncer de Colo do Útero. http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?688. Acesso em: Disponível em: Colpocitologia em ambulatório de ginecoogia preventiva. disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010442302001000400032&l ng=pt&nrm=iso. Acesso em: FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DO PORTO. HPV e carcinoma do colo do útero.2007 FRANKS, L.M. Introdução à Biologia Celular e Molecular do Câncer / L.M. Franks, N.M. Teich; [organização, revisão e tradução Maria Mitzi Brentani, Roger Chammas]. – São Paulo, 1990. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Prevenção do Câncer do Colo Útero. Brasília, 2002 Revisão rápida de esfregaços cervicais como método de garantia interna de qualidade. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S167624442003000200010&l ng=pt&nrm=iso