Cuidados mediatos e imediatos após acidente com material biológico

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Cuidados mediatos e imediatos após acidente com
material biológico
Cláudio Eduardo Miola
Os acidentes de trabalho com materiais biológicos devem ser tratados como casos
de emergência, uma vez que as intervenções para profilaxia da infecção pelo HIV e
hepatite B necessitam ser iniciadas logo após a ocorrência do acidente, para a sua maior
eficácia.
Para a Hepatite C ainda não se conhece nenhum tratamento profilático para esta
doença.
Reiteramos que o uso das Precauções Padrão são a melhor arma para
prevenirmos tais acidentes.
Os acidentes com materiais biológicos deverão ser notificados a chefia imediata
que encaminhará o funcionário ao serviço previamente identificado para atendimento.
Cuidados locais
Após exposição a material biológico, os cuidados locais com a área exposta devem
ser imediatamente iniciados. Recomenda-se lavagem exaustiva com água e sabão em
caso de exposição percutânea ou cutânea, em mucosas, é recomendada a lavagem
exaustiva com solução salina.
Recomenda-se ainda que na se utilize de técnica de ordenha em casos de acidente
com exposição percutênea e cutânea, pois com esta prática aumenta-se a solução de
continuidade.
A solicitação de sorologias do acidentado e do paciente-fonte são: anti-HIV, antiHbs e anti-Hbag deverão ser feitas com aconselhamento pré e pós-teste do pacientefonte com informações sobre a natureza do teste, o significado dos seus resultados e as
implicações para o profissional de saúde envolvido no acidente.
Indicações de Quimioprofilaxia
O uso combinado de AZT e de lamivudina (3TC) é recomendado na maioria das
situações com indicação de uso de quimioprofilaxia. O uso de indinavir ou nelfinavir deve
ser reservado para acidentes graves e situações em que haja possibilidade de resistência
viral (paciente-fonte). Esquemas alternativos deverão ser individualmente avaliados por
especialistas quando há possibilidade de envolvimento de paciente-fonte com vírus
multirresistentes.
Quando indicada, a quimioprofilaxia deverá ser iniciada o mais rápido possível,
dentro de 1 a 2 horas após o acidente, e sua duração é de 4 semanas.
O acompanhamento sorológico para o HIV deverá ser realizado no momento do
acidente, sendo repetido após 6 e 12 semanas, aos 6 meses e um ano após o acidente.
Para a Hepatite B a gamaglobulina hiperimune deve também se aplicada por via
intramuscular. A maior eficácia na profilaxia é obtida com uso precoce da gamaglobulina
hiperimune para hepatite B, dentro de 24 a 48 horas após o acidente.
Para profissionais de saúde vacinados com anti-HBs negativo e para os nãovacinados – solicitar HBsAg e anti-HBc. Nesses casos, as sorologias deverão ser
repetidas após 6 meses em exposições com paciente-fonte HBsAg positivo ou pacientefonte desconhecido.
Caso o profissional de saúde tenha utilizado gamaglobulina hiperimune no
momento do acidente, a realização da sorologia anti-HBs só deve ser realizada após 12
meses do acidente
Recomendações (*)
Por 6 meses se acidente com material infectado pelo HIV ou paciente - fonte
desconhecido.
Paciente - fonte HIV negativo : Só está indicado se houver possibilidade de
exposição do deste paciente — fonte nos últimos 3 a 6 meses ( janela imunológica).
Avaliação clínica para detecção de sinais e sintomas de infecção aguda (
soroconversão ) nas 3 ou 4 semanas após o acidente.
Avaliação clínica semanal quando iniciada a quimioprofilaxia para a detecção de
sinais de intolerância medicamentosa.
Exames laboratoriais para avaliação de efeitos adversos ( colhidos no momento do
acidente e na 2ª semana da quimioprofilaxia).
Orientação quanto ao respeito rigoroso das doses, dos intervalos do uso e quanto
a duração do tratamento.
Reavaliação para adequação do esquema terapêutico para a manutenção das 4
semanas do tratamento na presença de intolerância medicamentosa.
Avaliação Anti HIV (Elisa): no momento do acidente após 6 e 12 semanas e após 6
meses.
Obs: Se o anti HIV der positivo no momento do acidente este resultado não se deve a
exposição acidental. O profissional de saúde deve ser encaminhado ao acompanhamento
médico específico.
(*) site do GAPA.
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