Aula 29 Estratégias de Integração. Integrais Impróprias. MA111 - Cálculo I Turmas O, P e Q Marcos Eduardo Valle Departamento de Matemática Aplicada Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica Universidade Estadual de Campinas Estratégias de Integração I Nas últimas aulas, apresentados diversas técnicas de integração. I Na prática, porém, não é necessariamente óbvio qual técnica devemos aplicar para integrar uma dada função. I Regras fáceis e rápidas para a aplicação de um dado método não podem ser dadas. I Todavia, apresentaremos alguns conselhos que podem ser úteis. Estratégias de Integração Conselhos para calcular uma ingegral (segundo Stewart): 1. Simplifique o integrando, se possível. 2. Procure uma substituição óbvia. Tente identificar u = g(x) cujo diferencial du = g 0 (x)dx também ocorre no integrando. 3. Classifique o integrando como: a) b) c) d) Funções trigonométricas. Funções racionais. Integração por partes (produto de funções). √ Radicais do tipo ±x ± a. 4. Tente novamente. Lembre-se que efetivamente, calculamos uma integral fazendo uma substituição ou usando integração por partes. Exemplo 1 Z tg3 x dx cos3 x Exemplo 1 Z tg3 x dx cos3 x Resposta: Z I= tg3 x dx = cos3 x Z sen3 x 1 dx = cos3 x cos3 x Tomando u = cos x, temos du = − sen xdx e Z sen2 x I= sen xdx cos6 x Z 1 − u2 = (−du) u6 Z = (u −4 − u −6 )du Z sen3 x dx. cos6 x Exemplo 2 √ Z e x dx Exemplo 2 √ Z e x dx √ Tome u = x, então u 2 = x e 2udu = dx. Logo, Z Z Z √ x u I = e dx = e (2udu) = 2 ueu du, Resposta: que pode ser resolvida usando integração por partes. Exemplo 3 Z x5 + 1 dx x 3 − 3x 2 − 10x Exemplo 3 Z x5 + 1 dx x 3 − 3x 2 − 10x Resposta: O integrando é uma função racional. Deve-se usar frações parciais (última aula). Exemplo 4 Z 1 √ dx x lnx Exemplo 4 Z Resposta: 1 √ dx x lnx Substituímos u = ln x. Logo, du = 1 dx x e, portanto, Z 1 √ dx = x lnx Z 1 √ du. u Exemplo 5 Z r 1−x dx. 1+x Exemplo 5 Z r 1−x dx. 1+x Resposta: Multiplicando o numerador e o denominador por √ 1 − x obtemos, Z r 1−x I= dx 1+x Z 1−x √ = dx 2 1 − x Z Z 1 x √ = dx + √ dx 2 1−x 1 − x2 p = sen−1 x + 1 − x 2 + c. Podemos Calcular a Integral de Qualquer Função Contínua? 2 Não! Por exemplo, a função f (x) = ex é uma função contínua, sua integral existe e se definirmos Z x 2 F (x) = et dt, 0 então, pelo teorema fundamental do cálculo, temos 2 F 0 (x) = ex . Contudo, não existe uma expressão para F . Em outras palavras, F não é uma função elementar. As funções elementares são as funções polinômiais, potências, exponenciais, logarítmicas, trigonométricas e suas inversas, e todas as funções que podem ser obtidas destas usando operações algébricas e composições. Integrais Impróprias Até o momento, consideramos integrais definidas Z b f (x)dx, a em que I o intervalo [a, b] é limitado e, I f é contínua em [a, b]. Temos uma integral imprópria quando I o intervalo de integração é infinito ou, I f possui uma descontinuidade infinita em [a, b]. Considere a região S que está sob a curva y = 1/x 2 , acima do eixo x e à direita da reta x = 1. Para determinar a área de S, vamos considerar a parta que está à esquerda da reta x = t. Nesse caso, Z A(t) = 1 t 1 1 t 1 dx = − = 1 − . 2 x 1 t x Além disso, 1 lim A(t) = lim 1 − = 1. t→∞ t→∞ t Portanto, a área da região S é Z 1 ∞ 1 dx = lim t→∞ x2 Z 1 t 1 dx = 1. x2 Integral Imprópria - Intervalos Infinitos I Se Rt a f (x)dx existe para todo t ≥ a, então escrevemos Z ∞ Z t f (x)dx = lim a I t→∞ a f (x)dx, quando o limite da direita existe (como um número). Rb Se t f (x)dx existe para todo t ≤ b, então escrevemos Z b Z f (x)dx = lim −∞ t→−∞ t b f (x)dx, quando o limite da direita existe (como um número). Uma integral imprópria é chamada convergente se o limite correspondente existe. Se o limite não existe, a integral é referida como divergente. Integral Imprópria - Intervalos Infinitos I Ra R∞ Se ambas −∞ f (x)dx e a f (x)dx são convergentes, então escrevemos Z ∞ Z a Z ∞ f (x)dx = f (x)dx + f (x)dx. −∞ −∞ a Aqui, qualquer número real a pode ser usado. Exemplo 6 Calcule Z 0 −∞ xex dx Exemplo 6 Calcule Z 0 −∞ Resposta: −1. xex dx Exemplo 7 Calcule Z ∞ −∞ 1 dx 1 + x2 Exemplo 7 Calcule Z ∞ −∞ Resposta: π. 1 dx 1 + x2 Exemplo 8 Determine se a integral Z 1 é convergente ou divergente. ∞ 1 dx x Exemplo 8 Determine se a integral Z 1 ∞ 1 dx x é convergente ou divergente. Resposta: A integral imprópria é divergente. Exemplo 9 Para quais valores de p a integral Z ∞ 1 dx xp 1 é convergente? Exemplo 9 Para quais valores de p a integral Z ∞ 1 dx xp 1 é convergente? Resposta: A integral é convergente se p > 1 e divergente se p ≤ 1. Integral Imprópria - Integrandos Descontínuos I Se f é contínua em [a, b) e descontínua em b, então escrevemos Z b Z t f (x)dx = lim f (x)dx, a t→b− a quando o limite da direita existe (como um número). I Se f é contínua em (a, b] e descontínua em a, então escrevemos Z b Z b f (x)dx = lim+ f (x)dx, a t→a t quando o limite da direita existe (como um número). Uma integral imprópria é chamada convergente se o limite correspondente existe. Se o limite não existe, a integral é referida como divergente. Integral Imprópria - Integrando Descontínuo. I Se f tiver uma descontinuidade em c, em que a < c < b e Rc Rb ambas integrais impróprias a f (x)dx e c f (x)dx são convergentes, então escrevemos Z b Z f (x)dx = a c Z f (x)dx + a b f (x)dx. c Exemplo 10 Calcule Z 2 5 √ 1 dx. x −2 Exemplo 10 Calcule Z √ Resposta: 2 3. 2 5 √ 1 dx. x −2 Exemplo 11 Calcule Z 0 se possível. 3 1 dx, x −1 Exemplo 11 Calcule Z 0 3 1 dx, x −1 se possível. Resposta: A integral é divergente. Exemplo 12 Calcule Z 1 ln xdx, 0 se possível. Exemplo 12 Calcule Z 1 ln xdx, 0 se possível. Resposta: −1. Teorema 13 (Teorema de Comparação) Suponha que f e g sejam funções contínuas com f (x) ≥ g(x) ≥ 0 para I I x ≥ a. R∞ R∞ Se a f (x)dx é convergente, então a g(x)dx é convergente. R∞ R∞ Se a g(x)dx é divergente, então a f (x)dx é divergente. Um teorema semelhante é válido para integrais impróprias com descontinuidade no integrando. Exemplo 14 Mostre que Z ∞ 2 e−x dx 0 é convergente. Exemplo 15 Mostre que Z 1 é divergente. ∞ 1 + e−x dx x