25/09/2014 11:00-12:10 HOTEL SALA 6 TEMA LIVRE I TL001 - TRAUMA: ESTUDO DE NECROPSIA ROBERTO AR ALMEIDA; IRANY S SALOMÃO; PAULA S COELHO; CAIQUE S SANTOS; DANILO O NASCIMENTO; CARLOS V OLIVEIRA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ, ILHEUS, BA, BRASIL. Resumo: Introdução: A região Nordeste é a terceira em óbitos por causas externas, sendo que a Bahia ocupa o quinto lugar dentre os estados nordestinos e Itabuna está entre os cinco municípios baianos com maior incidência de mortes por causas externas. Objetivo: avaliar as características das vítimas de trauma através da interpretação de laudos de necropsia. Método: trata-se de um estudo descritivo e retrospectivo, através da revisão de 436 casos de óbito por causas externas submetidos à necropsia no Instituto Médico Legal (IML) da cidade de Itabuna, Bahia (BA), dos quais foram escolhidos aleatoriamente 209 casos, no período de janeiro a dezembro de 2005. Os casos foram divididos em três grupos: trauma penetrante (grupo I), trauma contuso (grupo II), afogamento e queimaduras (grupo III). Variáveis pesquisadas: identificação, tipos de trauma, mecanismo da lesão e topografia das lesões externas. Resultados: A maioria era do sexo masculino (88,5%), sendo a faixa etária entre 20 e 29 anos a mais prevalente (35%). O grupo I foi o mais prevalente (62%), sendo dividido em ferimentos por arma de fogo (82%) e ferimento por arma branca (18%). O grupo II foi o segundo mais prevalente (33%), que na sua maioria foi representado por acidentes automobilísticos (40%). O grupo III representou 5% dos casos. Nos tipos de trauma penetrante, os homens foram a maioria (65%). Já nos traumas contusos, as mulheres se sobressaíram (62,5%). A cabeça foi a região do corpo mais afetada (44,5%), seguida pelo tórax (30,5%). Os traumas penetrantes foram prevalentes no tórax (42%) e os contusos na cabeça (69%). Conclusão: Homens na faixa etária de 20 a 29 anos foram os mais envolvidos em trama, com o trauma penetrante como mais prevalente, sendo os ferimentos por arma de fogo o mecanismo mais comum. O mecanismo de trauma variou de acordo com o sexo e com a topografia das lesões. TL002 - ANALGESIA EM TRAUMA: USO E PADRONIZAÇÃO IAGO FERNANDO DE ABREU RODRIGUES; ANA GESSYCA MENEZES ALCÂNTARA; MAYRON DUARTE MELO; KARLA KAROLINA FERNANDES; EMANOEL TEIXEIRA MUNIZ; RODOLFO MOREIRA MONTEIRO UFRR, BOA VISTA, RR, BRASIL. Resumo: Dor é uma experiência desagradável de cunho emocional e sensorial, em que se pode ou não evidenciar lesão tecidual, sua importância como aspecto inerente ao indivíduo tem-se mostrado de tal maneira que alguns autores a defendem como um quinto sinal vital. Grande parcela das pessoas que procura os serviços de emergência evidencia a dor como principal queixa. Tal fato obriga os prontos-socorros a estarem preparados para oferecer o atendimento adequado a essa demanda espontânea e isso inclui oferecer analgesia eficaz. Esta pesquisa tem como principal finalidade promover uma abordagem teórica a respeito dos principais fármacos analgésicos utilizados no atendimento ao paciente traumatizado e evidenciar a necessidade de instituição do protocolo de analgesia no Grande Trauma do Hospital Geral de Roraima-Pronto Socorro Francisco Elesbão, localizado na cidade de Boa Vista. Trata-se de um estudo descritivo, realizado por meio de revisão bibliográfica, a qual abarca como bancos de dados: Scielo, Lilacs, New England Journal of Medicine e livros textos, que buscam conhecer o que há de mais eficiente no manejo da dor no plano nacional e internacional para subsidiar a fundamentação de um protocolo em analgesia a nível local. A importância da analgesia centra-se no fato dela diminuir as perturbações fisiológicas causadas pela permanência da dor. Existem métodos para mensuração da dor como o Inventário Breve de Dor (BPI) e o Questionário McGill de Dor (MPQ), no entanto, estudos epidemiológicos comprovaram a eficácia superior da Escala Visual Analógica da Dor (EVA). Mediante a isso, diversas medidas terapêuticas devem ser adotadas e para tal, é de suma importância ter conhecimento farmacológico sobre as drogas mais utilizadas no GT-HGRR: dipirona, tenoxicam, diclofenaco e morfina, as quais não seguem um esquema de padronização para sua utilização, fato que justifica este trabalho e que não é observado em alguns centros de referência no Brasil como o Hospital da Universidade Federal de São Paulo e no atendimento em hospitais internacionais como observado nos Estados Unidos no Departamento de Medicina de Emergência da Universidade de Massachusetts. A ausência de protocolo em analgesia no trauma é inferida como negativa basicamente para três esferas: paciente, profissionais de saúde e custos hospitalares. Ao enfermo, a não reversão do quadro álgico de forma plena interfere no tempo de permanência hospitalar e piora no prognóstico de uma forma global. O médico é afetado diretamente ao passo que se torna inviável manter um controle sobre as prescrições prévias e pósteras em um traumatizado mantido em observação, além de gerar encargos físico-cognitivos a longo prazo. Por fim, como no Brasil se observa um Sistema Único de Saúde é sabido que uma melhora no atendimento de pacientes traumatizados na emergência reduz custos financeiros. Vale dizer que a falta de protocolo resulta na utilização indiscriminada de antiinflamatórios e opioides em grandes centros brasileiros, fato que não acontece em centros de serviços americanos. Logo, implementar um protocolo analgésico no GT-HGRR é fundamentalmente necessário. TL003 - CONHECIMENTO REFLETE DESTREZA PRÁTICA? VITÓRIA LUCIETTO PICCININI; MARCELA GRUENDLING; LUIZA BINS CIDADE; LUIZA MACHADO KOBE; ALINE GRIMALDI LERIAS; RICARDO BREIGEIRON PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: Ferimentos superficiais são muito prevalentes em todas as esferas populacionais. No primeiro atendimento, avaliação adequada, antissepsia, inspeção, higiene, escolha de melhor técnica anestésica e opção por sutura com ou sem debridamento são importantes para diminuição do risco de complicações. OBJETIVOS: Aplicar questionário sobre anestesia locorregional e sutura em acadêmicos da área da saúde em curso da Liga do Trauma. Analisar resultado de pré e pós-teste referentes à abordagem de sutura e anestesia locorregional em todos os participantes do curso. Aliar o conhecimento teórico ao prático e avaliar se alunos submetidos ao pré e pós-teste apresentaram melhora na prática da sutura. MÉTODOS: Aplicação de questionário direcionado a 95 estudantes da área da saúde participantes do curso da Liga do Trauma, contendo sete perguntas sobre situações de conduta em relação a ferimentos superficiais, na forma de pré e pós-teste, respectivamente antes e após a aula do curso. A avaliação prática será realizada na forma de check-list de habilidades técnicas, o qual será avaliado por ligantes com experiência prática na área da sutura. RESULTADOS: No pré-teste, sessenta por cento dos participantes atingiram 3 a 4 acertos. Na fase do pós-teste, oitenta e oito por cento dos participantes acertaram de 6 a 7 questões, e nenhum acertou menos que 3 questões. Houve aumento no número de acertos do pós-teste em relação ao pré-teste. Atualmente ainda não foi realizada nossa avaliação prática em nossos cursos. Em análise detalhada, conseguiu-se parear oitenta pré e pós-testes. Obteve-se média do pré-teste 3,23; desvio padrão (DP) +- 1,3; média do pós-teste 6,09 DP +-0,7; diferença entre as médias -2,71; intervalo de confiança 95% (-3,2 a -2,5) com p<0,001 em análise feita por T TEST.CONCLUSÃO: A relevância do atendimento adequado ao paciente com trauma superficial justifica a preocupação com a difusão permanente do conhecimento de sutura, sendo imprescindível o aprendizado dessa técnica durante a formação médica. A melhora do desempenho na reaplicação do teste após as aulas teóricas na amostra avaliada demonstra ser essencial a avaliação do desempenho e a evolução das competências adquiridas pelos alunos. Nesse sentido, a Liga do Trauma tem o intuito de dar seguimento ao estudo, a partir da verificação da eficácia do questionário em demonstrar as principais dificuldades dos alunos na técnica da sutura, buscando facilitar o aprendizado de tal habilidade. Dessa forma, analisaremos se um melhor aprendizado teórico reflete um melhor desempenho prático. Mesmo com esse instrumento avaliativo, é mandatório que os alunos tenham treinamento e passem por capacitação adequada durante sua formação acadêmica. TL004 - ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR AO EXÉRCITO ANA LETÍCIA MORAIS DE SOUZA; ALAN DINIZ HUMMEL; ANDREIA PEREIRA ESCUDEIRO; ANA LAURA BIRAL CORTES; JOYCE GONÇALVES BARCELLOS UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL. Resumo: Introdução: Tendo em vista que o número de mortes por causas externas pode chegar a 130.000 por ano no Brasil(1)., o atendimento préhospitalar(APH), quando bem conduzido, visa reduzir essa mortalidade. Junto a isso, buscamos integrar o ensino do APH com o uso da plataforma on-line denominada MOODLE, que comprovou, a partir de estudos, um maior aprendizado dos alunos. Objetivos: Mostrar a importância do ensino em atendimento pré-hospitalar na capacitação de militares brasileiros que atuam na área da saúde, descrevendo o trabalho realizado pelo Núcleo de Ensino e Pesquisa em Urgência Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo de abordagem qualitativa, desenvolvido pelo Núcleo de Ensino e Pesquisa em Urgência, no laboratório de urgências da Instituição. Resultados: Com base na portaria No 129-EME, de 15/09/2011 que versa sobre a implementação do APH no EB, o NEPUr-UFF desenvolveu um curso semi-presencial de acordo com a portaria MS 2048 de 05/11/2002, que objetiva preparar militares para atuarem no APH nas atividades do Exército Brasileiro(EB) de acordo com as últimas diretrizes internacionais de trauma. Desta forma, são realizados encontros presenciais teóricos semanais e, quinzenalmente, é realizada a prática. Além disso, os alunos tem acesso a plataforma MOODLE onde encontram o material de apoio. O projeto capacitou 112 militares da Policlínica Militar do Exército de Niterói e os alunos saem aptos a atuar em acidentes com vítimas em massa, podendo participar dos grandes eventos que estão por acontecer na cidade do Rio de Janeiro. O projeto continua em andamento e somado a isso, o NEPUR foi convidado para ministrar o curso para 5 outras policlínicas no Estado do Rio de Janeiro. Referências 1) Fraga GP, Mantovani M, Magna LA. Índices de trauma em pacientes submetidos à laparotomia. Rev Col Bras Cir. 2004;31(5):299-306. 2) Núñez JC, Cerezo R, et al. Implementation of training programs in self-regulated learning strategies in Moodle format: results of a experience in higher education. Psicothema. 2011 Apr;23(2):274-81. 3) Ciconet, R.M.; Marques, G.Q.; Lima, M.A.D.S. Educação em serviço para profissionais de saúde do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU): relato da experiência de Porto Alegre-RS. Interface (Botucatu) vol.12 no.26 Botucatu July/Sept. 2008 TL005 - ACIDENTES OFÍDICOS NO ESTADO DE RORAIMA JOÃO PAULO MARES FERREIRA DE ANDRADE; MALU JOYCE DE AMORIM MACEDO UFRR, BOA VISTA, RR, BRASIL. Resumo: Introdução: Acidente ofídico é, por definição, o envenenamento provocado pela inoculação de toxinas, através das presas de serpentes, podendo determinar alterações locais e sistêmicas no indivíduo atingido. Esses acidentes têm importância médica em virtude de sua grande frequência e gravidade. Os casos de envenenamento por acidentes ofídicos ocorridos em todo Brasil são produzidos por serpentes dos gêneros Bothrops (jararaca), Crotalus (cascavel), Lachesis (surucucu) e Micrurus (corais verdadeiras). Em Roraima, observa-se a presença dos quatro gêneros assinalados. Esses ofídicos vêm causando acidentes frequentes a população o que justifica o estudo da sua epidemiologia. Objetivos: Traçar o perfil clínico epidemiológico dos acidentes ocasionados por serpentes no Estado de Roraima (Brasil), identificar as espécies mais prevalentes, evidenciando aos fatores biológicos, ambientais e sociais associados. Metodologia: Os dados foram obtidos no SIS/SUS (Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde) e SINAN (Sistema de Informações de Agravos de Notificação) no período entre janeiro de 2007 a dezembro de 2012. Resultados: Foram notificados 2604 acidentes ofídicos no período. Dos acidentes com espécies conhecidas, o gênero Bothrops é o principal responsável pelo elevado número seguido pelo Lachesis e pelo Crotalus. Encontra-se uma distribuição majoritariamente uniforme da ocorrência dos acidentes entre os meses. Prevalecem os acidentes nas décadas de maior força de trabalho (15-49 anos) e no gênero masculino. Verificou-se 878 internações, sendo gastos R$ 275.554,38. Conclusão: Observou-se que os acidentes ofídicos representam um importante agravo para o Estado de Roraima. Dessa forma, torna-se factível o planejamento de um plano de ação para atuar, junto à população roraimense, na prevenção de tais acidentes, bem como instituir um tratamento adequado, voltado para os acidentes mais frequentes, e em tempo hábil, de forma a reduzir a morbimortalidade de tais agravos. TL006 - MODELO DE CORREÇÃO DE PNEUMOTÓRAX ABERTO MARIANA OLIVEIRA LUIZ; BRUNA SCHMITT DE LACERDA; NATHALIA BOFILL BURGER; JÚLIA DE GASPERI; DAVYD EMAANUEL FIN DE LEHMANN; RICARDO BREIGEIRON PUCRS, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO Ferimentos abertos da parede torácica com diâmetro maior que 2/3 da traquéia resultam em pneumotórax aberto, lesão ameaçadora à vida. Quando isso ocorre, as pressões atmosférica e intratorácica se igualam e, na inspiração, o ar tende a entrar por onde encontra menor resistência, no caso, o ferimento torácico. O tratamento inicial do pneumotórax aberto consiste na oclusão do ferimento com curativo “de três pontas”, que funciona como válvula unidirecional, evitando o colabamento pulmonar. O emprego de modelo didático pode ser útil no ensino de estudantes e profissionais da área de saúde ao ilustrar o efeito do pneumotórax aberto. OBJETIVO Demonstrar, em modelo didático, uma ferida torácica aspirativa (pneumotórax aberto) e o efeito do curativo de três pontas. MÉTODOS Para construir o modelo, foi utilizada garrafa de politereftalato de etileno (“PET”) representando a pleura parietal. A garrafa teve o terço inferior removido e meio balão de látex acoplado, representando o diafragma e seu movimento, quando tracionado inferiormente. Um corpo de caneta esferográfica sem a carga, representando a traqueia, foi instalado através da tampa da garrafa, adaptando-se, na extremidade inferior (dentro da garrafa), balão de látex tamanho 9, representando a pleura visceral. Para demonstrar a fisiopatologia do pneumotórax aberto e o curativo de três pontas, foi realizado orifício na parede da garrafa, e adaptada película presa em três pontos. RESULTADOS O modelo simula a mecânica ventilatória, pois com a tração inferior do látex que simula o diafragma, a pressão no interior do sistema diminui e o balão interno se enche de ar. Após a confecção do orifício na parede da garrafa, as pressões interna e atmosférica se igualam e o balão interno sofre colabamento progressivo com os movimentos de tração e relaxamento do látex que simula o diafragma. Com a instalação da película que simula o curativo de três pontas, o balão interno passa a inflar normalmente, pois o lado livre da película permite a saída de ar do sistema. CONCLUSÃO O modelo construído é de fácil montagem e é eficaz tanto para demonstração do movimento respiratório fisiológico quanto para demonstração de como se comporta a ferida torácica aspirativa. TL007 - TRATAMENTO NÃO OPERATÓRIO SIZENANDO VIEIRA STARLING; DOMINGOS ANDRE DRUMOND; AMANDA BARALDI DE SOUZA; LUIZA MONTEIRO MAGALHÃES; CAMILA ISSA AZEVEDO; APARECIDA RIBEIRO FRANCISCANI HOSPITAL JOÃO XXIII (FHEMIG), BELO HORIZONTE, MG, BRASIL. Resumo: Introdução: O tratamento não operatório (TNO) é, na atualidade, o método inicial de abordagem dos pacientes com lesões de fígado, baço ou rim no trauma abdominal contuso. Objetivo: Analisar a experiência do Hospital João XXIII no TNO das lesões de vísceras maciças. Métodos: Estudo retrospectivo após a implantação do protocolo de TNO no trauma abdominal contuso no período de Nov 4004 a Dez 2013. Os dados analisados foram número total de pacientes e de lesões, presença de lesões de vísceras maciças concomitantes, índice de sucesso global e estratificado por graus de cada lesão específica, morbidade e mortalidade. Resultados: Do total de 1768 pacientes 17 (0,99%) apresentavam lesões das três vísceras; 197 (11,1%) apresentavam lesões de duas vísceras e 1554 (87,9%) apresentavam lesão de apenas uma víscera. Quanto ao número de lesões os 1768 pacientes apresentavam 1999 lesões sendo 790 (39,5%) lesões hepáticas, 761 (38%) lesões esplênicas e 448 (22.5%) lesões renais. Nos 17 pacientes com lesão hepática, esplênica e renal não houve falha do TNO. Nos 197 pacientes com duas lesões em 82 pacientes (41,6%) ocorreu lesão hepática e renal; em 72 pacientes (36,6%) lesão esplênica e renal e em 43 pacientes (21,8%) lesão esplênica e hepática. No grupo com lesão hepática e esplênica houve três falhas. No grupo com lesão hepática e renal houve apenas uma falha (lesão diafragma). No grupo com lesão esplênica e renal aconteceram 3 falhas. Durante o período estudo 790 pacientes tinham com lesão hepática contusa, Destes 648 o fígado foi a única lesão abdominal (82%). O índice de falha global de foi de 4,3% . Em relação ao grau da lesão as mais frequentes foram as lesões graus II e III corespondendo a 74,2% do total. Nas lesões mais graves grau IV e grau V a falha do TNO foi mais frequente ocorrendo em respectivamente 12,5% e 25% dos pacientes. A lesão esplênica ocorreu em 761 pacientes sendo que em 629 o baço foi a única lesão (82,6%) o índice de falha de TNO aconteceu em 60 pacientes (7,9%). As lesões mais comuns foram as lesões graus II e III correspondendo a um percentual de 75,3% do total de pacientes. O índice de falha do TNO na lesão esplênica grau III (11,3%) lesão grau II (1,2 %). Na lesão grau IV a falha do TNO esteve presente em um terço dos pacientes. Em um total 448 pacientes com lesão renal 277 o rim foi a única lesão abdominal (61.8%). O índice de falha de TNO foi de 6,6%. As lesões graus II e III foram as mais frequentes (63,3%) e na lesão grau IV foi a de índice de falha (22,8%). Conclusões: O TNO é seguro, tem alto índice de sucesso e a falha ocorre é mais frequente nas lesões mais graves. O número de vísceras lesadas não influencia o índice de sucesso do TNO. 25/09/2014 13:00-14:00 HOTEL SALA 6 TEMA LIVRE II TL008 - CIRURGIA DE CONTROLE DE DANOS-LIMITAÇÕES FELIPE DOREA BASTOS; EMILY ADAME SCHLENKER; JULLIANA RODRIGUES SOARES FACULDADE BRASILEIRA - MULTIVIX, VITORIA, ES, BRASIL. Resumo: O trabalho objetiva destacar os principais fatores limitantes à instauração da cirurgia de controle de danos no tratamento das hemorragias abdominais graves. Foi realizada revisão de literatura com base nos bancos de dados do MedLine, SciELO, PubMed e Google Acadêmico, valendo-se dos seguintes descritores: cirurgia de controle de danos, limitações da cirurgia de controle de danos, complicações da cirurgia de controle de danos e tratamento da hemorragia abdominal grave. A análise das referências pesquisadas revelou que os fatores limitantes à cirurgia de controle de danos são variáveis e subjetivos. Dentre eles alguns possuem maior prevalência e relevância clínico-cirúrgica: indisponibilidade de leitos nas unidades de terapia intensiva; acompanhamento insatisfatório do caso pela equipe cirúrgica e seu despreparo em intervir, quando necessário; ausência de centros especializados no tratamento do trauma grave; exacerbação da tríade letal (hipotermia, coagulopatia e acidose) possibilitando a instalação da fase irreversível do choque hemorrágico com risco iminente de morte. Percebe-se, portanto, que por se tratar de doença tão relevante e prevalente na sociedade contemporânea, o trauma deve ter abordagem, tratamento e seguimento especializado e multiprofissional. Dessa forma, diante de casos de politraumatismo, em especial aqueles que cursam com hemorragia abdominal grave, deve-se ter brevidade na tomada de decisões e no emprego das medidas de controle de danos. Apesar disso exige-se cautela e destreza da equipe cirúrgica, visto que o uso indevido dos princípios do “damage control” podem ocasionar inúmeras complicações, piorando a sobrevida do paciente. TL009 - ATENÇÃO PRIMÁRIA-ENFERMAGEM E EMERGENCIA ANDRÉ RODRIGUES DE ANDRADE; DIANE MARIA SCHERER KUHN LAGO UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, CEILÂNDIA, DF, BRASIL. Resumo: Introdução: O atendimento pré-hospitalar fixo é entendido como assistência oferecida no primeiro nível de atenção aos indivíduos acometidos por agravos de diversas naturezas que podem submetê-los a sequelas e risco de morte. Nesse contexto, as Unidades Básicas de Saúde e seus profissionais devem oferecer o atendimento primário dentro de seus níveis de competência1. Com destaque no campo das emergências, a parada cardiorrespiratória (PCR) exige que os prestadores de assistência estejam devidamente capacitados para responder rápida e eficazmente a esse agravo2. Objetivo: Identificar o conhecimento de enfermeiros de atenção básica sobre Reanimação Cardiorrespiratória (RCR). Método: Trata-se de um estudo quantitativo, transversal, com aplicação de questionário de Bellan3 adaptado conforme a Diretriz Internacional para RCP 20104 aos enfermeiros ativos em Centros de Saúde no Distrito Federal no período entre 14/11/2013 e 11/06/2014. Os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa - CEP/SES/DF sob o parecer de n. 349.470/2013. Resultados: A amostra contou com 19 enfermeiros, sendo 84,2% do sexo feminino, 42% com idade entre 45 e 54 anos e 57,9% com mais de 10 anos de formação. Quanto à formação específica, 36,8% e 15,8% já participaram de curso como Basic Life Support-BLS e Advanced Cardiac Life Support-ACLS, respectivamente. Sobre o conhecimento específico em Reanimação Cardiorrespiratória entre os participantes cabe ressaltar que 8 obtiveram menos de 50% de acertos do questionário, 4 entre 50% e 69%, 6 entre 70 e 80% e apenas 1 acima de 80%. O resultado obtido neste estudo se assemelha ao relatado por Lima e cols.5 em pesquisa realizada com enfermeiros. Bellan e cols.6 encontraram baixos índices de acertos entre enfermeiros em questões relevantes para RCR. Barbosa e cols.7 revelaram dificuldades em pontos críticos da RCR. Em parte, os resultados podem ser justificados pela baixa frequência de contato dos participantes com situações de PCR e pela ausência de programas de educação permanente. Semeraro e cols.8 apontaram em estudo o declínio na retenção de conhecimentos após 6 meses do treinamento. Ainda nesse sentido, Madden9 demonstrou deterioração do conhecimento sobre RCP decorridos 10 semanas do treinamento. Conclusão: O estudo trás um olhar sobre o conhecimento de enfermeiros que, apesar do preparo em estudo formal para o atendimento em RCR durante a graduação, não atua na área de emergência no seu cotidiano. Atuando num ambiente onde predomina a prevenção de agravos o atendimento emergencial como a RCR é improvável e, devido a este fato, o profissional se mantém menos atualizado para o atendimento nessa situação. TL010 - DIÁLOGO COM MULHERES SOBRE AFOGAMENTO CARLA ANDRESSA MORAIS DE FREITAS1; ANTONIO LOURENÇO DA COSTA NETO2; MAURO FRANCISCO BRITO FILHO3; AMANDA DE ALFAIA ROCHA4; ADRIA VANESSA DA SILVA4; INGRID AMANDA DE ARAUJO FURTADO4 1.FAMAZ, BELÉM, PA, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ, BELÉM, PA, BRASIL; 3.HOSPITAL OPHIR LOYOLA, BELÉM, PA, BRASIL; 4.UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ, BELÉM, PA, BRASIL. Resumo: Introdução: O afogamento é uma das doenças de maior impacto na saúde e na economia do mundo. De acordo com a Organização mundia de saúde (OMS), 0,7% de todos os óbitos no mundo ocorrem por afogamento não intencional (SZPILZMAN, 2005). Mundialmente, o afogamento constitui a primeira causa de morte na faixa etária dos 5 aos 14 anos entre os homens e a quinta entre as mulheres. No Brasil, o afogamento acontece mais frequentemente em água doce, como rios, lagos e represas (SZPILZMAN, 2010). Em 2010, 6.590 brasileiros (3.5/ 100.000 hab) morreram afogados em nossas águas. Dentre estes, 85% por causas não ibtencionais (2.9/ 100.000 hab) e 3% por causas intencionais ( suicídios/homicídios) (SZPILZMAN, 2010). Objetivo: Relatar a experiência do diálogo com mulheres que possuem filhos na faixa etária de até 11 anos, sobre a importância da prevenção do afogamento intra e extra domiciliar. Método: Trata- se de um relato de experiência. A atividade foi realizada com trinta mães, com filhos de até 11 anos de idade, em um projeto social desenvolvido no centro de Belém do PA, oriundas da periferia da cidade e cujos filhos encontram-se em situação de risco por viverem perto de um rio, entre canais e de esgoto aberto. Os temas foram desenvolvidos de acordo com quatro eixos: supervisão, ambiente, equipamentos e educação das crianças. Foi utilizada como estratégia educativa, a exposição dialogada, álbum seriado e vídeos foram ensinadas técnicas de primeiros socorros em caso de afogamento. Resultados: Observou-se um precário conhecimento quanto à prevenção das formas de afogamento em todos os eixos temáticos. Os eixos de menor informação por parte das mães foram educação das crianças e ambiente. Houve real interesse e compreensão por parte das mães. Durante a ação ficou claro que há necessidade de uma maior atenção para essas mães quanto à informação alusiva a prevenção de afogamento intra e extradomiciliar. Conclusão: A percepção dos riscos ambientais e a adoção de práticas de prevenção do afogamento pela mãe e pela criança é influenciada por fatores como o contexto social na qual a criança está inserida, a conformação familiar, a escolaridade e a situação financeira. Desse modo, tais fatores tornam-se direcionadores de ações educativas e parceria com instituições que viabilizem maior contato e amplitude com o público alvo também faz-se de extrema valia. TL011 - SINAL DO CINTO DE SEGURANÇA EM CRIANÇA AÉCIO DA COSTA FAGUNDES1; DIEGO CARRÃO WINCKLER2; NÁDIA GABRIELE RUDNICK2; EDUARDO MADALOSSO ZANIN1; FELIPE FERREIRA LARANJEIRA1; MAURO SIEBERT JUNIOR2 1.PUCRS, VIAMAO, RS, BRASIL; 2.HOSPITAL DE PRONTO SOCORRO, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: A maioria dos traumas abdominais na criança é decorrente de trauma fechado, geralmente envolvendo veículos automotores e quedas. Existem fatores que prejudicam a avaliação de crianças como: estado de agitação no exame físico, resistência voluntária à palpação abdominal e presença exacerbada de ar no estômago devido ao choro. OBJETIVO: Relatar caso de paciente vítima de trauma contuso com sinal do cinto de segurança abdominal, sua conduta e desfecho. MÉTODO: Paciente feminina, 7 anos, vítima de colisão entre automóveis. Era passageira traseira em uso de cinto de segurança. Não havia relato de perda de consciência. Atendida primariamente em hospital de menor porte, no qual realizou radiografias de coluna cervical, tórax e pelve, ambos sem alterações. Tomografia computadorizada (TC) de abdome sem contraste não evidenciava alterações. Transferida ao centro de trauma mais próximo. A avaliação inicial demonstrou fonação normal, sem colar cervical, tórax expansivo e simétrico com Saturação de O2 97%, FC 105, PA 114x65, Glasgow 15, abdome doloroso a palpação, sem defesa abdominal, pelve estável e presença de equimose (sinal do cinto de segurança) na cintura abdominal. Solicitada TC de abdome com contraste endovenoso e exames laboratoriais. Evidenciada leucocitose com desvio à esquerda (17810 leucócitos com 15% de bastonetes), EQU com glicosúria e leve aumento da amilase. TC de abdome identificou pequena quantidade de líquido livre perihepático e periesplênico, sem lesões em vísceras sólidas ou pneumoperitôneo. A paciente foi internada para reavaliações seriadas. Evoluiu com piora da leucocitose, febre, redução da diurese e piora da dor abdominal, tornando-se tenso e com sinais de irritação peritoneal após cerca de 20 horas do trauma. Encaminhada para o bloco cirúrgico para laparotomia exploradora, na qual se evidenciou presença de líquido abdominal fétido e viscoso, alças delgado edemaciadas, serosite e lesão única (grau II da AAST) em jejuno, além de área de desserosamento no cólon descendente próximo ao sigmóide. Realizada jejunorrafia, lavagem exaustiva da cavidade e antibioticoterapia com esquema tríplice: ampicilina, gentamicina e metronidazol. RESULTADOS: Inicialmente apresentou instabilidade hemodinâmica e oligúria. No 2° dia de pós-operatório já apresenta melhora clínica e foi iniciada nutrição parenteral total. Apresentou infecção de ferida operatória (FO) resolvida e evoluiu com melhora progressiva gradual até alta hospitalar. Retornou ao ambulatório de cirurgia da instituição com ótimo estado geral, FO cicatrizada, abdome inocente e afebril, recebendo alta ambulatorial. CONCLUSÕES: O trauma pediátrico possui várias particularidades, devendo-se, portanto, ser avaliada como uma situação especial a ser estudada em seus minuciosos detalhes. A presença do sinal do cinto de segurança abdominal sempre deve atentar a equipe assistente quanto a possibilidade de lesão de víscera oca, tanto em adultos quanto em crianças, valendo ressaltar que crianças com esse sinal possuem maior risco de ruptura de intestino delgado do que adultos com o mesmo sinal. TL012 - SIMULAÇÃO NO APRENDIZADO ACADÊMICO LUANA CK PENANTE; EDUARDO SC MAGALHÃES; THAÍS P CARVALHO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL. Resumo: A simulação já é uma realidade na educação acadêmica tanto nacional como internacionalmente e, nesse vídeo, a equipe da Liga Acadêmica de Trauma e Emergência da UFRJ (LATE-UFRJ) pretende exibir a realização de um Simulado de Atendimento Integrado ao Trauma, que abrange desde a Prevenção e Primeiros Socorros de vítimas, até o Atendimento Intra-hospitalar, passando pelo Atendimento Pré-hospitalar. O evento teve como objetivo permitir ao membro-ligante testar todos os conhecimentos teóricos e práticos adquiridos durante um ano de atividades com a LATE-UFRJ e possibilitar uma experiência extremamente verossímil com relação ao socorro prestado a uma vítima de trauma. Contamos com a participação de aproximadamente 50 (cinquenta) membros-ligantes, divididos pelas três áreas de atendimento supracitadas, 8 (oito) vítimas e 5 (cinco) membros da coordenação da Liga que atuaram como “sombras”, cujo papel foi fornecer as informações sobre sinais vitais e estado clínico de cada uma das vítimas aos membros-ligantes que prestaram o atendimento. Prepararam-se casos, especificando-se a gravidade das vítimas por meio de cores (verde, amarelo, vermelho ou preto) e evoluções para cada uma delas, sendo maquiadas de acordo e instruídas sobre a forma como agir e reagir durante a interação dos membros-ligantes que participaram do evento. Cada área de atendimento recebeu blusas com cores que identificavam a sua área de atuação (membros-ligantes da área de prevenção e primeiros socorros receberam blusas azuis; membros-ligantes da área de atendimento pré-hospitalar, vermelhas; e membros-ligantes da área de atendimento intra-hospitalar, verdes), além do material necessário a cada área para simular o atendimento de forma adequada: cones para realizar balizamento, pranchas rígidas, head-blocks, material para a contenção primária de feridas, hemorragias e realização de imobilizações (pacotes de gaze, ataduras, talas rígidas e soro fisiológico a 0,9%), colares cervicais, estetoscópios, esfigmomanômetros, cânulas de Guedel, desfibriladores externos automáticos para simulações, entre outros. Foi cedida uma área específica do campus Ilha do Fundão da Universidade Federal do Rio de Janeiro para a realização do evento e a LATE-UFRJ contou com o apoio da Cruz Vermelha Brasileira-RJ (CVB-RJ), que se prestou a disponibilizar uma ambulância para treinamento do transporte de vítimas. A versão integral do vídeo que compõe esse trabalho foi exibida na semana seguinte aos participantes, com o objetivo de ressaltar pontos positivos e negativos pertinentes ao atendimento de forma a fazer um balanço geral da atuação de todos os membros-ligantes envolvidos. De maneira geral, os indivíduos que participaram da simulação mostraram-se confiantes e conscientes sobre a forma como atuaram. A realização de simulados que coloquem os acadêmicos em uma situação realista de atendimento a vítimas de trauma mostrou-se uma ferramenta de grande utilidade para a consolidação dos conhecimentos teóricos e práticos desenvolvidos ao longo do ano de 2013, além de permitir ao membro-ligante a experiência com situações que exigem características difíceis de serem exploradas em atividades rotineiras, como trabalho em equipe e capacidade de liderança. TL013 - INTOXICAÇÃO POR INALAÇÃO DE FUMAÇA ALEXANDRA DAMASIO TODESCATTO; THIAGO RIBEIRO BARROS; PEDRO CAETANO EDLER ZANDONÁ; MARCOS FARIAS NOLASCO; PAULO RAFAEL WENDLING; SÉRGIO DE VASCONCELLOS BALDISSEROTTO PUCRS, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: A inalação de fumaça em ambientes fechados pode causar danos por lesão térmica e pela toxicidade do monóxido de carbono (CO) e do cianeto (CN). Em relação à intoxicação pelo CN, o tratamento preconizado atualmente consiste em oxigenoterapia e hidroxicobalamina (vitamina B12a) injetável como antídoto, e essa foi a conduta adotada para tratamento dos sobreviventes do incêndio na boate Kiss em Santa Maria, RS, em janeiro de 2013. Entretanto, esse ainda não é um tratamento regulamentado no Brasil, sendo que o retardo em sua administração pode influir significativamente na morbimortalidade das vítimas. OBJETIVO: Revisar a literatura acerca do uso de hidroxicobalamina como antídoto em casos de intoxicação por CN. MÉTODOS: A literatura foi revisada utilizando a base de dados eletrônica MEDLINE (através do PubMed). Duas estratégias de busca foram utilizadas. Na primeira, as palavras-chave foram: “smoke inhalation injury” e “hidroxocobalamin”; e na segunda as palavras-chave foram: “carbon monoxide”, “cyanides”, “inhalation injury”, “poisoning” e “therapeutics”. A partir do resultado, uma revisão foi feita para selecionar os estudos potencialmente relevantes a partir da leitura dos títulos e/ou resumos dos trabalhos obtidos. Os artigos selecionados foram lidos na íntegra e realizada extração dos dados. RESULTADOS: A partir das estratégias de busca 35 artigos foram encontrados – sendo 27 artigos na primeira busca e 8 artigos na segunda. Desses, 14 artigos foram selecionados para leitura na íntegra, e 10 foram incluídos para extração dos dados. CONCLUSÃO: O paciente vítima de lesão por inalação de fumaça em ambientes fechados, quando não assistido deteriora progressivamente. Assim, ações imediatas na atenção à vítima são a obtenção de via aérea definitiva e administração abundante de oxigênio (O2), além de manejo da instabilidade hemodinâmica. Nesses pacientes, deve-se sempre suspeitar a intoxicação por CN e CO. O CN se liga ao citocromo oxidase (a3) bloqueando a fosforilação oxidativa mitocondrial, causando hipóxia histotóxica e morte celular rapidamente. O nível sérico de CN tem processamento lento, não sendo útil no cenário da emergência. O tratamento empírico deve ser iniciado sempre que se suspeita dessa intoxicação. O uso de hidroxicobalamina é recomendado, sendo superior aos outros antídotos, e seu benefício é maior quanto mais precoce for feita a administração. 25/09/2014 08:00-18:00 CENTRO DE CONVENÇÕES Área de Exposição PÔSTER I PO001 - PELVECTOMIA EXTERNA PÓS-TRAUMÁTICA VINICIUS MOREIRA LIMA; PABLO BORGES LEAL; EVANDRO OLIVEIRA RODRIGUES DE SOUZA; FERNANDA DE OLIVEIRA FRANCO; RONE ANTONIO DE ABREU INSTITUTO TOCANTINENSE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS, ARAGUAINA, TO, BRASIL. Resumo: Introdução: A hemipelvectomia externa constitui um evento cirúrgico raro empregado na maioria das vezes em situações de traumatismo pélvico associadas a lesão do nervo ciático e da artéria ilíaca interna, com elevados índices de morbidade e mortalidade. O crescente número de acidentes de trânsito têm elevado a prevalência desta amputação, definindo o grupo de vítimas como jovens.No ano de 2014 foram realizadas duas destas cirurgias no Hospital Regional de Araguaína no estado do Tocantins, não sendo observado registros anteriores do mesmo procedimento. Objetivo: Relatar o caso de um paciente politraumatizado que necessitou de hemi-pelvectomia externa após acidente automobilístico. Metodologia: Foram feitas pesquisas nos principais bancos de dados como BIREME e Pub Med buscando formar um conjunto de informações sobre o tema proposto. Após esta etapa e com consentimento da paciente, foram levantados dados para o relato do caso. Resultados: Paciente vitima de acidente automobilistico, politraumatizada, com fratura grave de ilíaco e fêmur esquerdo, lesão da artéria ilíaca externa, veia ilíaca, lesão muscular. Após procedimentos cirúrgicos prévios, sem sucesso, na tentativa de conter o quadro infecto necrótico foi realizada hemi-pelverctomia que seguindo os cuidados da terapia intensiva recebeu alta hospitalar no 40º dia de internação em condições de reabilitação do condicionamento físico subseqüente a protetização. Conclusão: Mesmo quando o paciente recebe alta hospitalar, o prognóstico está associado a um resultado psicológico insatisfatório, uma vez que a protetização apresenta pouca funcionalidade repercussão na qualidade de vida. Intervenções plásticas (vulvoplastia) são necessárias em um segundo momento, uma vez que tecidos perineais são tracionados para fechamento do coto cirúrgico. PO002 - FERIMENTO PENETRANTE DE TÓRAX LUIZA GRAÇA COUTINHO DA SILVA1; DIEGO CARRÃO WINCKLER2; LUIZA MACHADO KOBE1; MARCELO B GUIMARÃES2; JULIO CESAR BENTO ALVES2; RICARDO BREIGEIRON2 1.PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL; 2.HOSPITAL DE PRONTO SOCORRO, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. Resumo: Introdução: O traumatismo torácico assume grande importância devido, em parte, à sua incidência e, por outro lado, devido à gravidade das lesões associadas a ele. As lesões de tórax são a segunda principal causa de morte por trauma, correspondendo 20 a 25% das fatalidades traumáticas. Atualmente, as causas externas correspondem à terceira causa de óbito na população brasileira e são a primeira causa na faixa etária de 5-49 anos em homens. Objetivo: Relatar e discutir caso de trauma torácico por arma de fogo a fim de aprimorar a conduta dos pacientes com esta apresentação, visando sua melhora com o menor número de intercorrências possíveis. Métodos: Paciente masculino, 33 anos, branco, trazido ao Hospital de Pronto Socorro no dia 10/05/2013 por ferimento por arma de fogo em região dorsal do ombro esquerdo. Apresentava-se pálido e sudorético com pressão arterial de 65/44 mmHg, saturação de oxigênio de 99% e frequência cardíaca de 60 bpm e respiratória 26 mrpm. Foi solicitado FAST (Focused Assesment with Sonography for Trauma) que foi positivo para hemopneumotórax à esquerda. Após avaliação da cirurgia geral, foi feita drenagem pleural esquerda e solicitada Tomografia Computadorizada (TC), que mostrou trajeto de projétil póstero-anterior com entrada na região escapular esquerda, encontrava-se na parede torácica anterior na altura do mamilo a direita, fratura de escápula com enfisema e aeração de partes moles, hemopneumotórax bilateral e contusão pulmonar subsegmentar no lobo superior direito. Foram solicitados REED, que não mostrou alterações e Raio X que mostrou desvio da traqueia para direita com alargamento do mediastino. No dia 11/05 paciente referiu mal-estar súbito, apresentando dessaturação, aumentos das frequências cardíaca, respiratória e temperatura axilar, foi indicada internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Foi solicitada nova TC que mostrou extensas atelectasias subsegmentares nos segmentos basais dos lobos inferiores dos pulmões e enfisema subcutâneo a esquerda. Foi iniciada terapia com piperazina, tazobactam e oxacilina. Resultados: Após a administração de antibioticoterapia e manutenção da ventilação mecânica, paciente evoluiu de bem. Confirmou-se o caso de contusão pulmonar complicada por pneumonia. Após três dias paciente foi extubado, mantendo-se em Ayre, e no quarto dia teve alta da UTI. Após término da medicação, teve alta hospitalar com orientação e retorno ambulatorial. Nos duas consultas subsequentes (15 e 30 dias), paciente apresentou boa evolução, tendo alta cirúrgica. Discussão: As lesões da parede torácica produzidas por arma branca e projéteis de baixa velocidade raramente causam perda de substância, mas podem determinar sangramento contínuo e volumoso. Os projéteis de alta velocidade e os de espingarda podem ocasionar extensas lacerações e necrose teciduais com perda de substância e depósito de corpos estranhos; determinam ondas de choque laterais, amplas, e cavidades temporárias, que não são percebidas externamente. A TC de tórax permite identificar lesões que podem não ser visualizadas no Raio X simples de tórax, tais como hemorragia pericárdica, lesões de grandes vasos, pneumotórax pequeno e lacerações diafragmáticas e permite definir melhor a contusão e laceração pulmonar. PO003 - PNEUMATOCELE TRAUMATICAS, O QUE FAZER? FELIPE FERREIRA LARANJEIRA1; ALINE GRIMALDI LERIAS1; DIEGO CARRÃO WINCKLER2; MARCELO B GUIMARÃES2; MARJA LUCIANE VISIOLI2; LUIZ FS MELLO2 1.PUCRS, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL; 2.HOSPITAL DE PRONTO SOCORRO, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. Resumo: Introdução: Pneumatocele traumática é uma complicação rara do trauma contuso de tórax (Tx) que acomete principalmente pacientes pediátricos. Caracteriza-se por alçaponamento de ar em cistos com laceração pulmonar. É claro o tratamento dessa enfermidade, mas por ser rara até médicos experientes podem ter duvidas. Objetivo: Expor um caso de complicação rara para auxiliar médicos a adotar prontamente a conduta adequada. Métodos: Paciente, masculino, 6 anos, vítima de atropelamento chega ao hospital com trauma contuso de Tx e abdome no dia 21/04 com 4 horas de evolução. Apresentava murmúrio vesicular diminuído bilateral, crepitação a palpação, Tx estável e dinâmico, pulsos filiformes simétricos, Glasgow 14, pressão arterial (PA) 96/45, freqüência cardíaca (FC) 158, saturação de oxigênio (SatO2) 100%. Infundiu 500 ml de SF e um CHAD, solicitou avaliação cirúrgica e tomográfica computadorizada (TC) de Tx e abdome. TC mostrou fratura de arcos cortais com vasta área de contusão pulmonar, pneumotórax anterior a esquerda (E) e posterior a direita (D) com possível pneumomediastino, áreas císticas de ar intraparenquimatosas no ápice pulmonar D compatível com pneumatoceles traumáticas, liquido livre na cavidade abdominal, fratura de baço grau III. Na avaliação cirúrgica apresentava-se com SatO2 93% em ar ambiente, gemente, mucosas descoradas, pulsos filiformes, FC 145, Glasgow 12, sem sinais de sangramento ativo. Efetuo drenagem no Tx E, passou acesso venoso central, encaminhou para UTI pediátrica. Teve queda na saturação, iniciou com movimento respiratório paradoxal, crepitantes na ausculta bilateral, PA 85/43 levando a intubação orotraqueal e drenagem de Tx a D. Seguiu sedado em Ventilação Mecânica com parâmetros ventilatórios elevados, dreno de Tx bilateral, hemodinamicamente instável. Raio X (Rx) de Tx mostrou consolidação parenquimatosa bilateral com imagem radiotrasparente junto a silhueta cardíaca, indicando possível pneumomediastino. No dia 27/04 retirou dreno do Tx E e drogas vasoativas. No dia 29/04 foi extubado e manteve-se dreno do Tx D. Paciente acordado, SatO2 98% com oxigênio por óculos nasal 2L/min. No dia 07/05 teve alta, Rx de Tx evidenciou pulmão expandido bilateralmente, sem pneumomediastino ou pneumatoceles. Resultados: Após conduta conservadora paciente teve melhora clínica até alta hospitalar. Conclusões: Pneumatoceles traumáticas costumam ser pequenas, bem delimitadas e podem ser prontamente diagnosticadas e tratadas sem procedimentos invasivos como toracotomia e broncoscopia. É de suma importância que médicos de emergência e pediatras tenham conhecimento dessa condição pois costumam ser benignas e de tratamento expectante, ficando atentos a complicações como hemoptise e infecção secundária. Realizar TC é adequado pois essa possui alta sensibilidade para diagnosticar pneumatocele e lesões do parênquima, por outro lado apenas uma radiografia muitas vezes já pode confirmar o quadro. Profilaxia com antibióticos é questionável, na maioria das vezes não é necessária mas cabe ao médico particularizar cada situação. Por fim, a resolução de uma pneumatocele dura em média 2 semanas e enquanto isso é de suma importancia que se faça acompanhamento radiográfico da mesma. PO004 - OFICINA DE SUTURAS EM UMA LIGA ACADÊMICA PAULA S COELHO; CAIQUE S SANTOS; ALINE BALLA; AMANDA A MARTINS; ANDRESSA M MATOS; YURI HS BARRETO UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ, ILHEUS, BA, BRASIL. Resumo: Introdução: A realização de suturas constitui uma das habilidades básicas da técnica cirúrgica. Com base nessa proposta, a oficina de sutura ocorreu como atividade prática da Liga Acadêmica de Trauma e Emergências Prof. Irany Salomão da Universidade Estadual de Santa Cruz (LATE – UESC), como forma de implementar e consolidar o aprendizado relacionado a técnicas cirúrgicas. Objetivo: Avaliar a influência da oficina de suturas no conhecimento teórico-prático dos estudantes da LATE – UESC. Metodologia: Foi aplicado um teste qualitativo e outro quantitativo, aplicados antes e após a oficina, em uma amostra de 20 alunos. No teste qualitativo foi avaliado a idade, o curso, o período da graduação, contato prévio com a literatura ou aula teórica sobre o assunto, experiência prática, aptidão pessoal para realizar uma sutura e contribuição do curso na habilidade pessoal. No teste quantitativo, avaliou-se o conhecimento teórico sobre suturas, comparando-se as notas antes e após o curso. Resultados: Verificou-se que o alunado pertencia aos 2º e 3º ano de medicina e 5º semestre de enfermagem, que afirmaram nunca ter tido contato com uma literatura sobre suturas (40%), e nunca tiveram qualquer aula teórica sobre o assunto (60%). No pré-teste, a maioria afirmou conhecer os materiais utilizados nas suturas (80%), mas o anestésico utilizado era desconhecido (70%). Os alunos afirmaram não ter tido experiência prática com suturas (55%), e não se sentiam aptos a realizar suturas (60%). No pósteste, os alunos afirmaram conhecer os materiais utilizados para suturas (100%), conheciam sobre anestésicos (60%) e se sentiam aptos a realizar suturas após a prática (70%). Após a prática, os alunos afirmaram que se sentirem “um pouco melhor” quanto a sua habilidade para suturar (65%). No teste quantitativo anteriormente à oficina, a nota média foi de 50% de acerto, contra 65% de acerto após. Conclusão: Verificou-se que a oficina de suturas contribuiu para o aprendizado dos alunos participantes da liga acadêmica sobre os conhecimentos teórico-práticos de técnicas cirúrgicas. Apesar de pontual, pode ser encarado como um incentivo para os alunos do projeto, ainda em contato inicial com o assunto. PO005 - PERFIL DOS ACIDENTES DE MOTO PELO SAMU CAIQUE S SANTOS; ÁUREA L N BORGES; MAYLINE V SAMPAIO; YURI HS BARRETO; PAULA S COELHO UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ, ILHEUS, BA, BRASIL. Resumo: Introdução: Nos últimos anos, vem-se observando um número crescente de acidentes automobilísticos, em especial aqueles envolvendo motocicletas, esse tipo de veiculo vem aumentando muito sua quantidade devido a sua agilidade e baixo custo de aquisição. Objetivo: Identificar o perfil epidemiológico das vítimas de acidente de moto atendidos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Ilhéus-BA. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo e retrospectivo, através da análise de 96 prontuários de pacientes envolvidos em acidentes com motocicleta, escolhidos de forma aleatória, atendidos no período de janeiro a dezembro de 2013 pelo SAMU de Ilhéus-BA. Foram analisadas as seguintes variáveis: gênero, idade, dia da semana, horário do atendimento pré-hospitalar, tipo de ambulância utilizado no transporte, período até o atendimento hospitalar, tipo de trauma, uso do capacete, local da lesão e tipos de lesões. Resultados: A maioria era do sexo masculino (77%), sendo a faixa etária entre 20 a 40 anos a mais prevalente (67%), preferencialmente aos Domingos (21%). A Unidade Básica foi o meio de transporte mais utilizado (71%), com um período médio até o atendimento hospitalar de aproximadamente 21 minutos. O trauma contuso foi o mais prevalente (99%), o uso do capacete ocorreu apenas em (79%) dos casos, sendo os membros a região do corpo mais afetada (68%). Os principais tipos de lesões sofridos foram escoriações (51%). Conclusão: Conclui-se que os jovens do sexo masculino encontram-se entre os mais acometidos por acidentes de moto e que a grande maioria foi no final de semana necessitando de uma maior fiscalização nas vias de trânsito. PO006 - SAMU: PERFIL DOS ACIDENTES EM TRAUMA CAIQUE S SANTOS; ÁUREA L N BORGES; PAULA S COELHO; MAYLINE V SAMPAIO; RAFAELA SAUER UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ, ILHEUS, BA, BRASIL. Resumo: Introdução: Nos últimos anos vem-se observando um número crescente de acidentes traumáticos, em paralelo com o desenvolvimento urbano associado ao aumento da violência urbana e envelhecimento da população. Objetivo: Identificar o perfil epidemiológico nas vítimas de trauma atendidas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Ilhéus-BA. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo e retrospectivo, através da análise de 107 prontuários de pacientes envolvidos em acidentes traumáticos, escolhidos de forma aleatória, atendidos no período de janeiro a dezembro de 2013 pelo SAMU de Ilhéus-BA. Foram analisadas as seguintes variáveis: gênero, idade, dia da semana, horário do atendimento pré-hospitalar, tipo de ambulância utilizado no transporte, período até o atendimento hospitalar, tipo de trauma, mecanismo da lesão, local da lesão e tipos de lesões. Resultados: A maioria era do sexo masculino (84%), na faixa etária entre 20 e 40 anos (52%), preferencialmente aos domingos (28%). A Unidade Básica foi o meio de transporte mais utilizado (52%), com um período médio até o atendimento hospitalar de aproximadamente 25 minutos. O trauma contuso foi o mais prevalente (72%), sendo a queda o mecanismo mais presente nos traumas (32%). Os membros foram a região do corpo mais afetada (35%). Os principais tipos de lesões sofridos foram lacerações (37%). Conclusão: Conclui-se que os adultos jovens encontram-se entre os mais acometidos por acidentes traumáticos e que a grande maioria dos casos estão relacionados a traumas superficiais. PO007 - PREVENÇÃO AO TRAUMA NA PRAIA PAULA S COELHO; CAIQUE S SANTOS; LUCIANA CS LIMA; POLIANA S RIBEIRO; REBECA R SANTOS; IRANY S SALOMÃO UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ, ILHEUS, BA, BRASIL. Resumo: Introdução: Os acidentes de trânsito têm recebido grande enfoque nos últimos anos como uma das principais causas de morbimortalidade. Já é sabido que o álcool está amplamente associado a alta taxa de acidentes de transito. Diante da magnitude do problema, devem ser enfocadas ações educativas sobre a problemática da relação “direção e álcool” como forma de prevenir acidentes de trânsito e reduzir os agravos por estes trazidos à sociedade. Objetivo: Traçar o perfil dos condutores de veículos que consumiram álcool e promover uma ação preventiva em um evento esportivo em Ilhéus, Bahia. Método: Trata-se de um estudo prospectivo com ação preventiva, onde foram coletados 120 questionários com os participantes do evento escolhidos aleatoriamente, no dia 21 de abril de 2014, na praia de Ilhéus, Bahia. Foram analisadas as seguintes variáveis: sexo, faixa etária, cidade de origem, cidade de destino, veículo utilizado, hábito prévio de conduzir tendo consumido álcool, manutenção deste hábito prévio, relação condutores x passageiros e condutores x álcool, o uso de bebidas alcóolicas e doses ingeridas, número de acompanhantes e envolvimento em acidente automobilístico. Resultados: Verificou-se uma predominância do sexo masculino (55%), na faixa etária e 20-29 anos (54%), procedente de Vitória da Conquista – BA (24%), e destino principal Ilhéus – BA (92,5%). Quanto ao veículo utilizado, predominou o carro particular (70,8%), sendo motorista (42,5%) e estavam em uso de bebida alcóolica (22,5%), em uso de cerveja (100%), com uma dose média de 3,8 doses. Afirmaram já ter se envolvido em acidentes automobilísticos que tinham álcool relacionado (9%), e eram motoristas (7,5%). Quanto a relação álcool e direção, afirmaram já ter dirigido sob efeito do álcool (40%) e continuam a fazê-lo (28%). A maioria dos indivíduos afirmaram já terem sido orientados sobre os efeitos do álcool na direção (86,6%). Conclusões: Verificou-se uma população predominantemente de indivíduos do sexo masculino, na faixa etária de 20-29 anos, e que tinham o carro como veículo de escolha para chegar ao local. Constatou-se, dentre os motoristas dos veículos, grande parte afirmou estar em uso de bebida alcóolica, porém mais estudos são necessários para identificar as causas da permanência do hábito de ingerir bebida alcoólica e conduzir veículo automobilístico. PO008 - PERFIL DOS TRAUMAS PEDIÁTRICOS PELO SAMU CAIQUE S SANTOS; ÁUREA L N BORGES; MAYLINE V SAMPAIO; RAFAELA SAUER UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ, ILHEUS, BA, BRASIL. Resumo: Introdução: Os traumas pediátricos possuem aspectos particulares os quais diferenciam das demais faixas etárias. Devido sua fragilidade maior que os demais, a velocidade no atendimento irá definir o prognóstico e evitar sequelas. Objetivo: Identificar o perfil epidemiológico das vitimas de traumas pediátricos atendidos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Ilhéus-BA. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo e retrospectivo, através da análise de 88 prontuários de pacientes envolvidos em traumas na faixa etária de 0 a 17 anos, escolhidos de forma aleatória, atendidos no período de janeiro a dezembro de 2013 pelo SAMU de Ilhéus-BA. Foram analisadas as seguintes variáveis: gênero, idade, dia da semana, horário do atendimento pré-hospitalar, tipo de ambulância utilizado no transporte, período até o atendimento hospitalar, tipo de trauma, mecanismo da lesão, local da lesão, tipos de lesões. Resultados: A maioria era do sexo masculino (64%), sendo a faixa etária entre 14 aos 17 anos a mais prevalente (36%), preferencialmente as sextas-férias e domingos ambos (20%).A unidade Básica foi o meio de transporte mais utilizado (72%), com um período médio até o atendimento hospitalar de aproximadamente 25 minutos. O trauma contuso foi o mais prevalente (89%),sendo a queda o mais prevalente(51%) e os membros, a região do corpo mais afetada (52%). Os principais tipos de lesões sofridos foram escoriações (37%). Conclusão: Conclui-se que crianças do sexo masculino encontram-se entre os mais acometidos associados ao principal mecanismo de lesão que é por quedas, demonstrando a maior importância no cuidado e atenção aos membros da faixa etária. PO009 - ABDOME AGUDO GINECOLÓGICO EM ADOLESCENTE MÔNICA RODRIGUES DA SILVA1; JÉSSICA MACÊDO SANTOS2; PATRÍCIA OLIVEIRA COSTA1; CARLA VANESSA OLIVEIRA DO NASCIMENTO1; GABRIELA RIBEIRO PRATA LEITE BARROS2; FÁBIO SANTOS ALVES3 1.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE, ARACAJU, SE, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE TIRADENTES, ARACAJU, SE, BRASIL; 3.HOSPITAL DE URGÊNCIAS DE SERGIPE, ARACAJU, SE, BRASIL. Resumo: Introdução: O Abdome agudo ginecológico caracteriza-se por dor abdominal súbita e aguda, de intensidade variável, que pode estar associado a manifestações clínicas locais e gerais, oriundas de irritação peritoneal. Frequente em mulheres jovens, em idade reprodutiva, é de fundamental importância o seu diagnóstico e conduta, de monta a preservar a integridade do sistema reprodutor dessas pacientes. Descrição do caso: W.S.T, 15 anos, feminino, parda, casada, encaminhada da clínica de saúde para o Hospital de Urgência de Sergipe, com queixa de dor abdominal intensa há 01 dia em FID (fossa ilíaca direita) e flanco direito, sinal de dor a descompressão brusca em FID e suspeita diagnóstica de apendicite. Após avaliação de exames laboratoriais, inclusive BHCG, ultrassonografia abdominal e TC, chegou-se ao diagnóstico de cisto torcido de ovário a direita, sendo indicado cirurgia de emergência. Durante o procedimento foi observado achado cirúrgico de cisto ovariano hemorrágico roto, torcido à direta, com liquido livre na cavidade de pequeno volume. A paciente foi, então, submetida a Salpingo-ooforectomia a direita. Discussão: As torções anexiais representam patologias incomuns, porém com possibilidade de evoluir para gangrena, peritonite e condição letal a mulher, especialmente, durante a fase reprodutiva. Conclusão: A torção dos anexos ainda que uma condição rara em adolescentes, habitualmente de diagnóstico difícil e tardio, deve ser sempre lembrada dentro dos diagnósticos diferenciais de dor pélvica. PO010 - LESÃO DE RETO EXTRAPERITONEAL GABRIELA RIBEIRO PRATA LEITE BARROS1; FÁBIO SANTOS ALVES2; JÉSSICA MACÊDO SANTOS1; PATRÍCIA OLIVEIRA COSTA3; MÔNICA RODRIGUES DA SILVA3; CARLA VANESSA OLIVEIRA DO NASCIMENTO3 1.UNIVERSIDADE TIRADENTES, ARACAJU, SE, BRASIL; 2.HOSPITAL DE URGÊNCIAS DE SERGIPE, ARACAJU, SE, BRASIL; 3.UNIVERSIDADE FERERAL DE SERGIPE, ARACAJU, SE, BRASIL. Resumo: Introdução: As lesões de reto extraperitoneal são raras, sendo mais comuns em pacientes jovens, do sexo masculino e vítimas de arma de fogo. Essas lesões apresentam altas taxas de mortalidade e morbidade em casos que passam despercebidas ou há falha na terapêutica. Objetivo: Relatar o caso de uma paciente vítima de arma de fogo com suspeita de lesão de reto extraperitoneal e a conduta que foi adotada. Descrição do caso: M.J.S.; sexo masculino; 20 anos, deu entrada hospitalar com ferimento por arma de fogo em fossa ilíaca esquerda e sob uso de sonda vesical de demora demostrando hematúria macroscópica. O paciente estava hemodinamicamente estável, com dor abdominal difusa e irritação peritoneal. Foi realizado rolamento à esquerda e detectado o orifício de saída do projétil em linha interglutea. O toque retal evidenciou presença de sangue em dedo de luva. A conduta adotada foi uma laparotomia exploradora, na qual os achados cirúrgicos foram: hemoperitônio, cinco lesões de jejuno, uma lesão em ápice da bexiga, uma lesão de mesocolo ao nível de sigmóide, sem perfuração de sigmóide. Então, realizou-se: enterectomia, enterorrafias no intestino lesado, vesicorrafia e confecção de colostomia alça de descendente. Por fim observou-se boa evolução do paciente, sem complicações. Discussão: Ainda que achados na laparotomia não justificassem o sangue em dedo de luva, foi adotado a conduta de uma colostomia em alça profilática. A escolha da colostomia em alça baseou-se no princípio de que a colostomia promove um desvio temporário do trânsito intestinal, favorece o processo cicatricial e previne o extravasamento de fezes para tecidos adjacentes. Conclusões: O relato de caso traz a tona a discussão a respeito da terapêutica adotada em uma situação rara que é a lesão traumática de reto extraperitoneal, essa, pode envolver a realização de colostomia, sutura de lesão primária, lavagem do coto distal e drenagem pré-sacral. PO011 - ACIDENTES AUTOMOBILÍSTICOS EM BOA VISTA JOÃO PAULO MARES FERREIRA DE ANDRADE; MALU JOYCE DE AMORIM MACEDO; DANIELLA TAECO DE ANDRADE TANAKA; GUILHERMINA MODESTO JACO UFRR, BOA VISTA, RR, BRASIL. Resumo: Introdução: Segundo um relatório de 2013 da OMS aproximadamente 1,24 milhões de pessoas morrem por ano em acidentes automobilísticos e entre 20 a 50 milhões de pessoas sofrem lesões não fatais. As lesões e as mortes no transito além do sofrimento das famílias e as incapacidades físicas geradas pelas sequelas, possuem um alto custo, estimado em 1% a 2% do PIB mundial, sendo que somente no Brasil estima se um custo de R$ 28 bilhões ao ano. Objetivo: Este estudo tem como objetivo verificar e analisar o perfil epidemiológico das internações hospitalares causadas por acidentes automobilísticos no município de Boa Vista, Roraima. Método: Estudo descritivoanalítico de corte transversal, avaliando as internações por acidentes automobilísticos no período de janeiro de 2008 a dezembro 2013, na cidade de Boa Vista, Roraima, obtidos no SIH/SUS. As variáveis estudas são: Numero de internações, distribuição por sexo e faixa etária, custo total e médio por internação, morbimortalidade por ano e grupo de causas, a média de permanecia e os custos decorrentes. Resultados: No período analisado ocorreram 5238 internações, com predomínio de adultos jovens, na terceira década de vida, 33,0%; sexo masculino, 71,9%; motociclistas, 54,6%; com media de permanecia de 8,8 dias internados; com custo em media de R$ 984,13; e custo total de R$ 5.154.851,95. Conclusões: Resultados em concordância com estudos de nível nacional, onde a parcela da população com maior acometimento são adultos jovens de 20 a 30 anos, sendo os acidentes com motocicletas os que apresentam a maior morbidade e a maior taxa de óbitos. Os acidentes automobilísticos e considerado um dos principais problemas de saúde pública em Boa Vista, fazendo-se necessário o aumento nas politicas de prevenção e fiscalização, com ênfase nos grupos de maior risco. análise epidemiológica das internações dos acidentes PO012 - MÚLTIPLAS LESÕES POR ARMA DE FOGO JOÃO PAULO MARES FERREIRA DE ANDRADE1; MALU JOYCE DE AMORIM MACEDO1; LUIZ FERNANDO JUNGES FILHO2 1.UFRR, BOA VISTA, RR, BRASIL; 2.HOSPITAL GERAL DE RORAIMA, BOA VISTA, RR, BRASIL. Resumo: Introdução: O trauma torácico é a segunda causa de mortalidade por trauma nas populações adulta e pediátrica, sendo notada a crescente incidência de ferimentos penetrantes de tórax entre pacientes do sexo feminino. Os projéteis de arma de fogo produzem lesões de maior complexidade, acometendo mais de uma câmara, originando lesões irregulares na parede ventricular, favorecendo sangramento para cavidade torácica e órgãos adjacentes, como o pulmão e a coluna torácica. Objetivo: Relatar o caso de uma paciente vítima de trauma torácico por arma de fogo com lesão de múltiplas estruturas. Método: Foi realizado revisão de prontuário após a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido pela paciente. Além de revisão de literatura em livros texto e bases de dado como Scielo, pubmed e medline com os termos “TRAUMA TORÁCICO”, “FERIMENTO POR ARMA DE FOGO”, “TRAUMA RAQUIMEDULAR”, “HEMOPERICÁRDIO”. Resultados: Paciente M.P.B, sexo feminino, 45 anos, Proveniente de Boa vista, deu entrada no serviço de trauma do Hospital Geral de Roraima com ferimento por arma de fogo na região infra escapular D, com alojamento do projétil na região escapular. Apresentando dor torácica, taquicardia e taquidispneia, pressão arterial de 100x60mmHg, murmúrio vesicular abolido em base pulmonar D e diminuído à esquerda, hipofonese de bulhas cardíacas, e perda sensorial e motora em região infra umbilical. Após compensação volêmica e colocação de dreno de tórax bilateral foi realizada tomografia computadorizada (TC) de tórax que mostrou derrame pleural moderado à direita, com colapso parcial do lobo inferior e derrame laminar em Lobo inferior esquerdo; derrame pericárdico de aproximadamente 40 ml; e presença de fragmentos metálicos intra raquianos a nível de T11-T12 com provável lesão de medula. A paciente foi internada na Unidade de terapia intensiva (UTI) onde foi instituída monitorização contínua e antibióticoterapia. Apresentou boa evolução sem necessidade de ventilação mecânica, com alta da UTI. Evoluiu com bexiga neurogênica e perda do tônus esfincteriano. O serviço de neurocirurgia recomendou seguimento fisioterápico e uso de laxativos. Conclusão: Os traumas sobre a coluna resultantes de projétil de arma de fogo são lesões geralmente graves e muitas vezes com baixo potencial para recuperação neurológica. A TC apresenta maior sensibilidade e especificidade que as radiografias convencionais na detecção e avaliação da extensão das lesões traumáticas do parênquima pulmonar, do espaço pleural, da aorta e do diafragma, possibilitando melhor avaliação das lesões, e também permitindo o diagnóstico correto das lesões extratorácicas, como no caso citado, a lesão raquimedular. PO013 - TRAUMA MUSCULOESQUELÉTICO EM ILHÉUS PAULA S COELHO; FABÍOLA M MEIRA; MILLENA O CARNEIRO; MATEUS K IBIAPINO; IGOR S ALMEIDA; REBECA R SANTOS UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ, ILHEUS, BA, BRASIL. Resumo: Introdução: O trauma musculoesquelético caracteriza-se por causar lesões em ligamentos, músculos e óssos, associadas a acidentes por mecanismos diversos e associada a lesões de pequena a grande gravidade. A avaliação cuidadosa durante o atendimento torna-se crucial na identificação e tratamento das complicações, com repercussão direta no prognóstico de sobrevivencia e reabilitação das vítimas. Objetivo: Caracterizar o perfil de pacientes vítimas de traumas musculoesqueléticos internados no Hospital Geral Luís Viana Filho, no ano de 2013. Método: Trata-se de um estudo quantitativo, retrospectivo, a partir da análise de 60 prontuários de pacientes vítimas de traumas musculoesquelético, internados no Hospital Geral Luiz Viana Filho, em Ilhéus, Bahia (BA), no ano de 2013. Foram analisadas as variáveis: sexo, a idade, procedência, naturalidade, atendimento pré-hospitalar, hora do atendimento, mecanismo e agente do trauma, avaliação secundária, achados cirúrgicos, conduta terapêutica, duração da cirurgia e sinais vitais para aqueles pacientes submetidos à cirurgia. Resultados: A partir da análise dos dados coletados, verificou-se uma predominância do sexo masculino (76,6%), na faixa etária de 21 a 40 anos (41,6%), procedente e natural de Ilhéus (68,3% e 56,6%, respectivamente), atendidos entre 18:00 e 00:00 hora (44,4%), sem relatos de atendimento pré-hospitalar (75%), sem qualquer condição anormal prévia (78,3%), com tipo de trauma contuso (77,9%), por mecanismo de queda (44%), com acometimento de membros inferiores (41,6%) e superiores (33,3%) e com fraturas (73,3%). Poucos foram submetidos a procedimentos cirúrgicos (30%), com RTS inicial de 7,84 (63,6%) e duração média de 67,6 minutos. Conclusões: Verificou-se que os traumas musculoesqueléticos atendidos no Hospital Geral Luiz Viana Filho no ano de 2013 ocorreram principalmente em homens entre 21 e 40 anos, procedente e natural de Ilhéus, Bahia, entre 18:00 e 00:00 horas, vítimas de trauma contuso, por quedas e sem registro de atendimento pré-hospitalar. Dentre os submetidos a cirurgia, tiveram predominantemente RTS inicial de 7,84 e uma minoria foi submetida a procedimentos cirúrgicos. PO014 - LIGA DO TRAUMA: MODELO INTERDISCIPLINAR PAULA S COELHO; IRANY S SALOMÃO; ÁUREA L N BORGES; DANILO O NASCIMENTO; HUGO HR ALMEIDA; CARLOS V OLIVEIRA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ, ILHEUS, BA, BRASIL. Resumo: Introdução: No Brasil, as dificuldades relativas à capacitação podem ser interpretadas pela análise do cenário decorrente da baixa qualidade de investimento nos recursos humanos, particularmente aqueles que atuam na ponta do sistema de saúde. Neste sentido, a busca pela qualidade da assistência à saúde passa pela possibilidade de construção de uma nova relação ensino-serviço-comunidade a partir de práticas interdisciplinares. Objetivo: Adotar práticas pedagógicas e metodológicas aos graduandos de medicina e enfermagem da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) num projeto que ensina os princípios básicos das afecções que se relacionam com o Trauma. Método: O projeto desenvolve-se nas dependências da UESC e do Serviço de Urgência (SU) do Hospital Geral Luiz Viana Filho (HGLVF) conjuntamente à Liga do Trauma da UESC (LATE - UESC), aplicada na execução, orientação e observação, se sustentando na combinação do aparato teórico com o trabalho prático, proporcionando ao graduando possibilidades de atuações em pesquisa e extensão. O módulo teórico é abordado sob forma de grupos de discussão baseado na nosologia prevalente no SU e o módulo prático através de plantões sob supervisão direta. Resultados: O projeto vem oferecendo aos graduandos uma vivência prática na abordagem das afecções que se relacionam com o trauma, oportunidade de se incorporar às atividades docentes, possibilidade de atuação em pesquisa científica e principalmente uma melhora significativa na qualidade assistencial no SU do HGLVF. Conclusões: A dificuldade do trabalho em grupo aparece de forma significativa, salientando a importância desta convivência como parâmetro para a responsabilidade do trabalho formal em equipe, que é uma condição básica para a implementação de ações de saúde. PO015 - TRAUMA TORÁCICO PENETRANTE ASSINTOMÁTICO MARIANA ONGARATTO SCHERER1; LUIZA BINS CIDADE1; DIEGO CARRÃO WINCKLER2; NÁDIA GABRIELE RUDNICK2; MARJA LUCIANE VISIOLI2; RICARDO BREIGEIRON2 1.PUCRS, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL; 2.HOSPITAL DE PRONTO SOCORRO, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: O traumatismo torácico penetrante está relacionado a alta morbi-mortalidade, sendo as principais vítimas em idade economicamente produtiva. Os ferimentos transfixantes do mediastino são definidos como lesões com orifício de entrada e de saída de objeto no tórax, correspondendo a 17,5% dos traumas torácicos penetrantes e apenas 15-30% exigem intervenção cirúrgica. Raramente o projétil pode alojar-se no mediastino e não manifestar nenhum sintoma, dificultando a avalição da história natural e a definição do manejo adequado. OBJETIVO: Lesões transfixantes de mediastino sem repercussão clínica são incomuns e na literatura são infrequentes os relatos. Este trabalho aborda um caso de trauma torácico com tais características, sendo questionada a necessidade de cirurgia em um paciente estável. MÉTODO: Paciente masculino, 25 anos, vítima de ferimento por arma branca em região superior anterior de hemitórax direito, referindo ter sido atingido por material de serra circular. Vem por meios próprios, verbalizando. Ao exame físico apresentava-se eupnéico, com saturação de O2 de 99% em ar ambiente, frequência cardíaca de 66 bpm, pressão arterial de 140/85 mmHg. A ausculta cardíaca não evidenciava alterações, os pulsos periféricos palpáveis e o abdome doloroso e com defesa. O FAST (Focused Assesment with Sonography for Trauma) demonstrava lâmina de liquido livre entre o diafragma e fígado. A radiografia de tórax revelava a presença de corpo estranho linear em mediastino à direita. Solicitada tomografia computadorizada (TC) de tórax e abdome, a qual identificou objeto alojado no hilo pulmonar junto à artéria pulmonar direita. Após seis horas da admissão, o paciente apresentava-se hemodinamicamente estável. Submetido, então à toracotomia latero-posterior direita ampla com retirada do projétil sem sangramentos ou intercorrências. Após sete dias de PO o paciente obteve alta hospitalar. RESULTADOS: Contrariando as porcentagens de traumas torácicos que culminam no ato cirúrgico, mesmo não existindo a lesão de estruturas nobres (ausência de extravazamentos de contraste na TC), nem sintomatologia, a cirurgia foi a escolha de tratamento. CONCLUSÕES: A decisão entre o tratamento conservador e o cirúrgico não deve ser apenas baseada no estado hemodinâmico ou respiratório do paciente. Neste tipo de trauma, exames de imagem devem ser solicitados para avaliação de corpo estranho, presença de lesões bloqueadas e pseudo-aneurismas, as quais, muitas vezes, são assintomáticas e ameaçadoras à vida. Na presença de corpo estranho alojado no mediastino, caso o projétil migre, pode causar rompimento de vasos, lesões pulmonares e na transição tóraco-abdominal. Embora exista um risco cirúrgico na remoção do projétil, a retirada é sempre indicada, visto que o tratamento conservador é imprevisível. PO016 - SAMU 192: ACIDENTES DE MOTO ROBERTO AR ALMEIDA; PAULA S COELHO; DANILO O NASCIMENTO; LUCIANA CS LIMA; TAINÁ A BARRETO; HUGO HR ALMEIDA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ, ILHEUS, BA, BRASIL. Resumo: Introdução: Nos últimos anos, vem-se observando um número crescente de acidentes automobilísticos, em especial aqueles envolvendo motocicletas, veículo que tem se tornado cada vez mais popular devido a sua agilidade e baixo custo de aquisição. Objetivo: Identificar o perfil epidemiológico e os tipos de lesões nos acidentados de moto atendidos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Itabuna, Bahia (BA) Método: Trata-se de um estudo descritivo e retrospectivo, através da análise de 120 prontuários de pacientes envolvidos em acidentes com motocicleta, escolhidos de forma aleatória, atendidos no período de janeiro a dezembro de 2013 pelo SAMU de Itabuna (BA). Foram analisadas as seguintes variáveis: gênero, idade, dia da semana, horário do atendimento pré-hospitalar, tipo de ambulância utilizado no transporte, período até o atendimento hospitalar, tipo de trauma, local da lesão, tipos de lesões e o destino. Resultados: A maioria era do sexo masculino (80%), sendo a faixa etária entre 21 e 25 anos a mais prevalente (28%), preferencialmente às segundas-feiras (24%), no período da tarde (37%). A Unidade Básica foi o meio de transporte mais utilizado (94%), com um período médio até o atendimento hospitalar de aproximadamente 23 minutos. O trauma contuso foi o mais prevalente (96%), sendo os membros superiores a região do corpo mais afetada (36%). Os principais tipos de lesões sofridos foram escoriações (38%) e o principal destino desses pacientes foi o Hospital de Base Luiz Eduardo Magalhães, representando 84% dos casos. Conclusões: Conclui-se que os jovens do sexo masculino encontram-se entre os mais acometidos por acidentes de moto e que a grande maioria das lesões foram de baixa gravidade, necessitando apenas do auxílio de ambulância do tipo básica. PO017 - SAMU DE ITABUNA, BAHIA: EPIDEMIOLOGIA HUGO HR ALMEIDA; PAULA S COELHO; ROBERTO AR ALMEIDA; DANILO O NASCIMENTO; KAREN R JESUS; LEONARDO L ROSAS UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ, ILHEUS, BA, BRASIL. Resumo: Introdução: O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) é uma importante ferramenta no sentido de melhorar a qualidade à assistência pré-hospitalar, que vem gerando uma diminuição do número de óbitos e promovendo uma maior prevenção de sequelas decorrentes da falta de socorro precoce. Objetivo: Identificar o perfil epidemiológico das vítimas atendidas pelo SAMU de Itabuna, Bahia (BA). Métodos: Trata-se de um trabalho descritivo retrospectivo onde foram analisados 120 prontuários, escolhidos de forma aleatória no período de janeiro a dezembro de 2013. Foram analisadas as seguintes variáveis: sexo, idade, dia da semana, tipo de unidade móvel usada no atendimento, tipo de trauma, topografia da lesão e procedimentos realizados. Resultados: predomínio do sexo masculino (72,5%); a média de idade entre 20 e 40 anos (42,5%), aos domingos (38%); sendo a unidade básica mais utilizada no atendimento (72,6%); quanto ao tipo de trauma, prevaleceu o trauma penetrante (22,5%); principalmente na região da cabeça (38%). Em relação ao mecanismo da lesão prevaleceu a queda (24,1%); quanto aos procedimentos realizados, predominou os curativos compressivos (33,3%). O tempo médio entre o acionamento e a chegada do serviço de atendimento foi de 22,7 minutos. Conclusões: Conclui-se que pessoas do sexo masculino encontram-se como principais acometidos por ocorrências traumáticas, sendo necessárias ações preventivas contra os mecanismos de trauma mais prevalentes, como quedas, bem como estimular uma boa notificação. PO018 - EXPERIÊNCIA NO AMBULATÓRIO DE EMERGÊNCIA HUGO HR ALMEIDA; PAULA S COELHO; DANILO O NASCIMENTO; ROBERTO AR ALMEIDA; TAMYLLA SA CARMO; CAIQUE S SANTOS UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ, ILHEUS, BA, BRASIL. Resumo: Introdução: O Hospital Geral Luís Viana Filho (HGLVF) responsabiliza-se pelo atendimento de urgências e emergências na região de Ilhéus e outras cidades do sul da Bahia (BA). Neste contexto, a inserção dos acadêmicos de medicina e enfermagem através da Liga de Atendimento ao Trauma e Emergência (LATE) da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), possibilita o aprendizado nas práticas em cirurgias e emergências desses discentes. Objetivo: Descrever as experiências cognitivas e práticas adquiridas na emergência do Hospital Regional Luís Viana Filho em Ilhéus, por ligantes do 2º e o 3º ano de medicina participantes da LATE- UESC. Método: A LATE-UESC possui diversas atividades complementares como a realização de jornadas, projetos educativos e a participação dos ligantes em plantões, possibilitando a vivência destes em ambulatório de emergência e em centro cirúrgico. A liga é formada por 23 ligantes e quatro monitores, além de dois professores coordenadores. Os plantões ocorrem durante a semana entre os dias de terça-feira e sábado e são acompanhados por grupos contendo quatro ligantes e um monitor. Durante os plantões os ligantes participam em conjunto com a equipe de saúde, de atividades práticas como o atendimento inicial ao traumatizado, análise de exames, acesso venoso periférico, realização de suturas, acompanhamento de cirurgias, dentre outros. Trata-se de um relato de experiência dos ligantes durante os meses de março, abril e maio de 2014, onde foi observada a atuação dos estudantes junto a equipe de saúde, a aquisição de conhecimentos clínicos e cirúrgicos, o desenvolvimento de habilidades e a otimização da relação médico-paciente. Resultados: Observou-se que a maioria dos ligantes aperfeiçoou quanto suas habilidades técnicas de sutura, acesso venoso e análise de exames, ao raciocínio clínico, a objetividade no atendimento ao traumatizado, bem como na conduta da relação médico-paciente. Conclusões: Conclui-se que a integração entre ensino-pesquisa e extensão, proporcionada pela liga acadêmica é fator necessário à complementação da formação do estudante de saúde, bem como para sua inserção na rotina da emergência hospitalar. PO019 - ATENDIMENTO DO SAMU EM TRAUMA PEDIÁTRICO DANILO O NASCIMENTO; PAULA S COELHO; LUCIANA CS LIMA; HUGO HR ALMEIDA; CAIQUE S SANTOS; ROBERTO AR ALMEIDA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ, ILHEUS, BA, BRASIL. Resumo: Introdução: O trauma permanece como a principal causa de morte e incapacidade nos pacientes pediátricos, sendo o traumatismo de cabeça a causa mais comum de óbito. As crianças costumam apresentar um prognóstico melhor do que em adultos com o mesmo grau de lesão e a recuperação pode ser completa mesmo em pacientes com lesões graves. Objetivo: Analisar o perfil dos atendimentos pré-hospitalares de vítimas pediátricas de trauma atendidas. Método: Trata-se de um estudo descritivo e retrospectivo, através da análise de 120 prontuários de pacientes envolvidos em trauma pediátrico – faixa etária abaixo de 18 anos segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – escolhidos de forma aleatória, atendidos no período de janeiro a dezembro de 2013 pelo SAMU de Itabuna-BA. Foram analisadas as seguintes variáveis: gênero, idade, dia da semana, horário do atendimento pré-hospitalar, tipo de ambulância utilizado no transporte, período até o atendimento hospitalar, tipo de trauma, local da lesão, tipos de lesões e o destino. Resultados: A maioria era do sexo masculino (67%), sendo a faixa etária entre 15 e 17 anos a mais prevalente (33%), preferencialmente às sextas-feiras (17%), no período da tarde (47%). A unidade Básica foi o meio de transporte mais utilizado (82%), com um período médio até o atendimento hospitalar de aproximadamente 26 minutos. O trauma contuso foi o mais prevalente (54%), sendo a cabeça a região do corpo mais afetada (34%). O principal mecanismo de trauma foi a queda (37%) e o principal destino desses pacientes foi o Hospital Manoel Novaes (51%). Conclusões: Os traumas pediátricos do sexo masculino encontram-se entre os mais prevalentes com idades de 15 a 17 anos e que a grande maioria das lesões foram de baixa gravidade, necessitando apenas do auxílio de ambulância do tipo básica. PO020 - DESENLUVAMENTO CUTÂNEO: RELATO DE CASO DANILO O NASCIMENTO; PAULA S COELHO; ROBERTO AR ALMEIDA; HUGO HR ALMEIDA; CAIQUE S SANTOS; TAINÁ A BARRETO UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ, ILHEUS, BA, BRASIL. Resumo: Introdução: Graves lesões como o desenluvamento cutâneo são resultados de forças abruptas a partir da compressão, estiramento, torção e fricção das estruturas, com a capacidade de separar a pele juntamente com o tecido subcutâneo da fáscia muscular subjacente, além do surgimento de solução de continuidade. Objetivo: Relatar a conduta em um caso de desenluvamento cutâneo na região do tornozelo esquerdo após um acidente de motocicleta Método: Foi analisada a conduta diagnóstica e terapêutica adotada no caso, observada a evolução do paciente e anotados os achados. Resultados: O paciente sexo masculino, 28 anos, vítima de acidente motociclístico apresentando desenluvamento cutâneo no tornozelo esquerdo. Realizou-se raio-x do tornozelo esquerdo, onde não constatou fratura. Foi realizada a antissepsia, passou por aplicação de Anestésico local de 3 ampolas de 5ml de Hipocaína à 2%, realizou-se a limpeza profunda da região desenluvada para retirar todas as sujidades com o antisséptico Iodopovidona (PVPI) em toda a região para posteriormente a realização da sutura simples com fio de Nylon 2 – 0 aproximando os bordos e a colocação de curativo superficial. Foi receitado após o procedimento o uso do antinflamatório Nimesulida e antibiocoterapia com Cefalosporina. Conclusões: Na maioria dos casos o reposicionamento e a sutura do retalho são apresentados como maneira mais rápida e simples para manter as características anatomofuncionais da região desenluvada, sendo a avaliação precoce e intervenção apropriada pelo cirurgião fundamentais para o sucesso do procedimento. PO021 - SATISFAÇÃO NO ATENDIMENTO EM EMERGÊNCIA PAULA S COELHO; CAIQUE S SANTOS; IRANY S SALOMÃO; ALINE BALLA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ, ILHEUS, BA, BRASIL. Resumo: Objetivo: Avaliar o grau de satisfação dos pacientes vítimas de trauma, atendidos em um hospital de emergência. Metodologia: Estudo prospectivo, descritivo, sob consentimento livre e esclarecido de 101 pacientes vítimas de trauma, no período de abril a julho de 2008. Dados obtidos por meio de protocolos previamente estabelecidos, analisando as seguintes variáveis: gênero, faixa etária, cor, tipo de atendimento pré-hospitalar, Escore do Trauma Modificado (RTS), tempo de espera para o atendimento, mecanismo do trauma, topografia, tipo e gravidade das lesões, conduta e o grau de satisfação do atendimento. Resultados: Observou-se predomínio no sexo masculino (75 - 74,25%) na faixa etária de 20 a 25 anos (17 - 16,83%), faioderma (55 - 55,44%) e sem atendimento pré-hospitalar (80 - 79,2%). Prevaleceram as vítimas com RTS>7 e com tempo de espera para atendimento de até 30 min. Em relação ao mecanismo do trauma constatou-se a maioria contuso (56 - 55,44%), tendo queda como principal causa (23 – 41%), localizado em membros (58 – 57%), sendo traumas superficiais (68 73,91%) e de simples gravidade (86 - 90,52%). As principais condutas realizadas foram: curativo (90 - 50,56%) e sutura (69 – 37%). Quanto ao grau de satisfação do atendimento em sua maioria foi bom (45 - 44,55%), seguido de ótimo (37 - 36,63%) e regular (8 7,92%).Conclusão: Concluiu-se que, apesar do atendimento bom, constatou-se uma necessidade de incentivar o preenchimento adequado de protocolos a fim de obter dados que venham ajudar na melhoria do atendimento às vítimas de trauma. PO022 - FAB EM REGIÃO CERVICAL: COMO ABORDAR? PEDRO CAETANO EDLER ZANDONÁ1; BRUNA FAGUNDES ROCKENBACH1; AÉCIO DA COSTA FAGUNDES1; ROGER HEISLER2; MARIANA AB CIOFFI2; RICARDO BREIGEIRON1 1.PUCRS, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL; 2.HPS, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: Durante anos, os traumas penetrantes de pescoço (TPP) foram tratados de forma conservadora, mas a mortalidade destes pacientes era alta. A partir dos anos 60, Fogelman and Stewart concluíram que a abordagem cirúrgica para todos TPP, inclusive assintomáticos, era a melhor escolha. Contudo, nos anos 80, Biffl et al. mostrou que a cirurgia deveria ser indicada de acordo com a área lesada e com os sinais clínicos do paciente. A abordagem seletiva reduziu o número de cirurgias desnecessárias e suas comorbidades. Atualmente, apenas 20% dos casos de TPP necessitam de cirurgia e a observação e a investigação passaram a ser o padrão-ouro para o tratamento. OBJETIVO: A escolha da conduta para um TPP ainda gera debate. Assim, trazemos um caso que a escolha foi um tratamento conservador de TPP. MÉTODO: Paciente feminino, 31 anos, vítima de colisão carro X poste e vítima de ferimentos por arma branca: 4 golpes por faca foram desferidos pelo companheiro da vítima: 3 em região cervical anterior e 1 em região infraclavicular esquerda. Paciente foi trazida por ambulância. Relata ingesta de bebida alcoólica e drogas. Na avaliação inicial, a vítima verbalizava, com colar cervical, frequência cardíaca de 90 bpm, saturação de O2 de 99%, a ausculta cardíaca não evidenciava alterações, pressão arterial era 125/90mmHg, não apresentava sangramento ativo, o abdome era inocente e sem sinais de peritonismo. A paciente foi definida como estável hemodinamicamente. Foi solicitada tomografia computadorizada (TC) da região cervical e de tórax com contraste EV, as quais apresentavam extenso enfisema subcutâneo e profundo no mediastino. As TCs de crânio e de coluna cervical não evidenciavam anormalidade, nem o Raio X de esôfago contrastado. No dia seguinte, a paciente apresentou hematúria macroscópica; foi solicitado TC abdominal com contraste EV, mas não se identificou lesões. A paciente foi encaminhada à sala de sutura e teve alta hospitalar após a finalização dos atendimentos da psicologia, psiquiatria e serviço social. RESULTADOS: Após intensa investigação inicial, foi decidido pela abordagem conservadora. A paciente foi encaminhada ao serviço de sutura, onde foi realizado antissepsia, anestesia e sutura dos ferimentos. CONCLUSÃO: A problemática abordada pelos TPP é tão antiga quanto controversa. É possível que durante os anos que tal trauma era abordado exclusivamente de forma conservadora não existissem métodos confirmatórios que aferissem a gravidade dos casos, gerando a alta mortalidade desses pacientes. Atualmente, contamos com um grande arsenal de dados clínicos e de exame físico, além de várias opções de exames de imagem. Todas essas evidências permitem que se faça a melhor escolha de tratamento, evitando a cirurgia desnecessária ou optando pela intervenção. PO023 - PERFIL DOS TRAUMAS EM IDOSOS - ILHÉUS-BA CAIQUE S SANTOS; PAULA S COELHO; ÁUREA L N BORGES; MAYLINE V SAMPAIO; RAFAELA SAUER; CARLOS V OLIVEIRA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ, ILHEUS, BA, BRASIL. Resumo: Objetivo: Caracterizar o trauma em idosos em um serviço de emergência no município de Ilhéus – Bahia.Metodologia: Estudo retrospectivo, descritivo de 93 pacientes acima de 60 anos vítimas de trauma, no período de janeiro de 2003 a outubro de 2005. Dados obtidos por meio de protocolos previamente estabelecidos, analisando as seguintes variáveis: gênero, faixa etária, mecanismo e tipo do trauma, diagnóstico, tratamento, tempo de internação e desfecho. O processamento e análise dos dados foram feitos no software versão 3.3.2.Resultados: Observou-se predomínio no sexo masculino (48 –51,6%) na faixa etária de 60 a 74 anos (58 – 62,4%). No que diz respeito ao mecanismo do trauma o mais verificado foi o contuso com 61,3% (n=57) dos casos, acometendo mais mulheres (59,6%) que homens (40,4%) e o principal tipo de trauma foi a queda com 66, 7% (n=38) dos casos seguido de atropelamento com 19,3% (n=11). Em relação ao tratamento empregado, 63, 4% (n=59) dos pacientes teve tratamento clínico e 36,6% (n=34) tratamento cirúrgico. O tempo de internação médio foi de 9,03 dias (± 9,04). Quanto ao desfecho dos pacientes, 66,7% (n=62) tiveram alta hospitalar, 28,00% (n=26) foram encaminhados para outro hospital e um caso de óbito. Conclusão: Conclui-se que o tipo de trauma mais freqüente na população idosa foi a queda. Portanto, considerando-se o crescimento da população idosa, a fotografia do perfil do trauma nessa população permite conhecer dados epidemiológicos locais e regionais dessa afecção, proporcionando o desenvolvimento de ações de prevenção e de adequação dos serviços de emergência prestados a esse contingente. PO024 - RELATO DE CASO: LESÃO EM VEIA CAVA CAIQUE S SANTOS; PAULA S COELHO; ÁUREA L N BORGES; CARLOS V OLIVEIRA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ, ILHEUS, BA, BRASIL. Resumo: Introdução: A lesão da veia cava inferior (VCI) representa um grande desafio para o cirugião geral, carregando altos níveis de morbimortalidade, principalmente quando associada à lesão de outros órgãos.Objetivo: Relatar um caso de lesão de VCI, com lesões associadas de pulmão, diafragma, estômago, fígado e rim , sendo abordado cirurgicamente com êxito.Método: Foi analisada a conduta diagnóstica e terapêutica adotada no caso, observada a evolução do paciente e anotados os achados.Paciente do sexo masculino, 23 anos, melanoderma, vítima de FAF, com orifício de entrada ao nível da linha axilar anterior do 6° EIE, com o projétil alojado no subcutâneo ao nível da linha axilar média do 8° EID. Apresentava-se hipocorado (+++/4+), com pulso fino, FC de 140 bpm, sudorese intensa e PAS de 90mmHg. O paciente apresentava sinais de irritação peritoneal, e hemotórax à E. Foi inicialmente submetido à drenagem torácica à E e logo em seguida a laparotomia onde foi identificado hemoperitonio de aproximadamente 700 ml, lesão grau II do hemidiafragma D e E , lesão grau II do estômago, lesão grau II do lobo E e D do fígado com sangramento ativo, que foi imediatamente hemostasiada. Havia ainda hematoma em zona I supramesocólico, estendendo-se para zona II à D. Realizada manobra de Cattell-Braasch e manobra de Kocher, identificando-se lesão renal grau III e uma lesão da VCI acima das renais de 1,5 cm de comprimento. Optou-se pela sutura transversa com polipropileno 5.0 da VCI e nefrectomia à D. Prosseguiu-se com o tratamento das lesões do estômago e do diafragma e logo em seguida à drenagem torácica à D. O paciente apresentou evolução sem intercorrências. No 7° DPO, optou-se pela retirada dos drenos torácicos. Recebeu alta hospitalar no 10° DPO em boas condições. Conclusão: A lesão da VCI comporta mortalidade de 33 a 66%, e os fatores que contribuem são hipotensão e lesões associadas. Apesar de se tratar de lesão de veia calibrosa, foi tratada com sangramento mínimo. PO025 - ORIGEM DOS TRAUMAS EM ILHÉUS-BAHIA CAIQUE S SANTOS; PAULA S COELHO; ÁUREA L N BORGES; YURI HS BARRETO; AMANDA A MARTINS; ANDRESSA M MATOS UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ, ILHEUS, BA, BRASIL. Resumo: Objetivo: Avaliar a distribuição geográfica de pacientes vítimas de trauma, atendidos em hospital de emergência em Ilhéus. Métodos: Estudo prospectivo, descritivo, sob consentimento livre e esclarecido de 101 pacientes vítimas de trauma, no período de abril a julho de 2008. Dados obtidos por meio de protocolos previamente estabelecidos, analisando as seguintes variáveis: gênero, faixa etária, cor, tipo de atendimento pré-hospitalar, Escore do Trauma Modificado (RTS), procedência, mecanismo do trauma, topografia, tipo e gravidade das lesões, conduta e grau de satisfação do atendimento.Resultados: Observou-se predomínio no sexo masculino (75 - 74,25%) na faixa etária de 20 a 25 anos (17 - 16,83%), faioderma (55 - 55,44%), sem atendimento pré-hospitalar (80 - 79,2%) e com RTS>7. Há predomínio de pacientes procedentes do bairro Teotônio Vilela (8 – 17,4% ) e Conquista (8 – 17,4%) sendo violência (6 - 75%) e acidentes automobilísticos (6 - 75%) os principais mecanismos do trauma. Em relação ao mecanismo do trauma constatou-se a maioria contuso (56 - 55,44%), sendo a queda a principal causa (23 – 41%), localizado em membros (58 – 57%), sendo traumatismos superficiais (68 - 73,91%) e de simples gravidade (86 - 90,52%). As principais condutas realizadas foram: curativo (90 - 50,56%) e sutura (69 – 37%), considerado o grau de satisfação do atendimento bom (45 – 44,55%). Conclusão: Conclui-se que esse mapeamento pode servir como subsídio para futuras ações preventivas do trauma proveniente de causas externas. PO026 - SAMU: TRAUMAS CONTUSOS E PENETRANTES TAMYLLA SA CARMO; PAULA S COELHO; CAIQUE S SANTOS; MILLENA O CARNEIRO; ROBERTO AR ALMEIDA; HUGO HR ALMEIDA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ, ILHEUS, BA, BRASIL. Resumo: Introdução: O trauma é uma importante causa de lesões incapacitantes no mundo, figurando como terceira maior causa de óbitos, perdendo apenas para doenças coronarianas e neoplasias respectivamente. De acordo com classificações existentes, o trauma pode ser categorizado como contuso ou penetrante, variando o tipo prevalente nas diferentes faixas etárias, de acordo com o sexo e outras variáveis. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico das vítimas de traumas contusos e penetrantes atendidos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) em Itabuna e Ilhéus, Bahia (BA). Método: Trata-se de um trabalho retrospectivo onde foram coletados 211 prontuários do SAMU, escolhidos de forma aleatória no período de janeiro a dezembro de 2013. Foram analisadas as seguintes variáveis: Sexo, idade, tipo de trauma, topografia da lesão, tipo de unidade móvel usada, horário do atendimento. Os casos foram divididos em dois grupos: grupo I trauma contuso e grupo II – trauma penetrante. Resultados: Verificou-se no geral, um predomínio do sexo masculino (73,45%), na faixa etária de 21 a 40 anos (45,97%). O grupo I foi responsável pela maioria dos atendimentos (72,98%), no qual predominou o sexo masculino (70,12%), com idade entre 21 a 40 anos (42,20%) por mecanismo de queda (44,59%) e com as lesões mais frequentes em membros (44,80%), ocorrendo predominantemente pela manha das 06:00h às 11:59h (34,43%), seguido do período da tarde das 12:00h às 18:59h (32,45%), atendidos por Unidades de Suporte Básico (USB) do SAMU (72,72%). No grupo II (27,01%) também predominou o sexo masculino (82,45%), com idade de 21 a 40 anos (56,14%), no horário de 19:00h às 23:59h (43,85%), tendo como mecanismo do trauma principalmente lesões por arma de fogo (56,14%) e com topografia mais frequente a região torácica (35,08%), sendo utilizadas as Unidades de Suporte Avançado (USA) do SAMU (60%) no atendimento. Conclusões: Concluiu-se que os grupos I e II diferiram no horário de ocorrência do atendimento, sendo o grupo I diurno e grupo II noturno, pela topografia das lesões do trauma, ocorrendo no grupo I lesões em membros e no grupo II no tórax e a unidade do SAMU utilizada, com o grupo I atendido principalmente por USB e o grupo II por USA. Portanto, conhecer o perfil epidemiológico e a prevalência destes tipos de trauma é de grande importância, sendo esta, mais uma ferramenta na prevenção de tais ocorrências, bem como na elaboração e/ou complementação de manuais mais eficazes no atendimento e reabilitação das vítimas de trauma. PO027 - EMBOLIZAÇÃO DE PSEUDOANEURISMA FEMORAL LEONARDO PESSOA CAVALCANTE1; JOSÉ EMERSON DOS SANTOS SOUZA1; ANTÔNIO OLIVEIRA DE ARAÚJO1; RAFAEL SCARPARI2; TALITA MENDES DE QUEIROZ2; REBECA CRISTINA MOTA DE VASCONCELOS DIAS2 1.SERVIÇO DE CIRURGIA VASCULAR E ENDOVASCULAR, HOSPITAL UNIVERSITÁRIO FRANCISCA MENDES, UFAM, MANAUS, AM, BRASIL; 2.UFAM, MANAUS, AM, BRASIL. Resumo: As complicações locais de uma lesão arterial penetrante incluem hematoma, pseudoaneurisma e formação de fístula arteriovenosa. A artéria femoral profunda, por sua localização anatômica, é sede infrequente de lesões traumáticas. Relatamos um caso de paciente jovem, vítima de agressão por arma branca em face posterior de coxa, no qual foi diagnosticada, tardiamente, lesão de ramo descendente da artéria femoral profunda e tratado com técnica endovascular. A revisão de literatura corrobora a raridade do caso, sendo a maioria dos casos de lesão traumática de artéria femoral profunda relatados como decorrentes de complicação de procedimentos ortopédicos ou fraturas envolvendo o fêmur proximal. PO028 - CORREÇÃO COM ENDOPROTESE DE LESÃO AXILAR MARCOS VELLUDO BERNARDES1; JOSÉ EMERSON DOS SANTOS SOUZA1; RICARDO DIAS DA ROCHA1; MARCOS HENRIQUE PARISATI1; RAFAEL SCARPARI2; TALITA MENDES DE QUEIROZ2 1.SERVIÇO DE CIRURGIA VASCULAR E ENDOVASCULAR, HOSPITAL UNIVERSITÁRIO FRANCISCA MENDES, UFAM, MANAUS, AM, BRASIL; 2.UFAM, MANAUS, AM, BRASIL. Resumo: O diagnóstico da lesão traumática de artéria axilar, em pacientes que não apresentam hemorragia externa ativa ou hematoma em expansão no exame inicial, torna-se difícil, pois apenas 20% dos mesmos apresentam isquemia distal, em decorrência da rica circulação colateral ao redor do ombro. Portanto, um alto índice de suspeição torna-se necessário para diagnosticar estas lesões por ocasião do trauma. Relatamos o caso de um paciente jovem, com diagnóstico tardio, 12 meses após trauma penetrante por arma branca em região escapular esquerda, de pseudoaneurisma de artéria axilar, manifestado clinicamente por massa pulsátil no oco axilar. O mesmo foi submetido a tratamento endovascular com sucesso técnico e angiográfico. O US-Doppler colorido de controle no trigésimo dia de pós-operatório evidenciou perviedade arterial e ausência de fluxo na cavidade pseudoaneurismática. PO029 - MODELO DE BAIXO CUSTO DE ACESSO CENTRAL GUSTAVO DOS SANTOS RAUPP; LUIZA GRAÇA COUTINHO DA SILVA; BRUNA SCHMITT DE LACERDA; MARIANA OLIVEIRA LUIZ; PEDRO CAETANO EDLER ZANDONÁ; RICARDO BREIGEIRON PUCRS, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. Resumo: Objetivos: Descrever um modelo didático de acesso venoso central jugular e subclávio, simples e de baixo custo, desenvolvido por nossa Liga do Trauma, que visa à aquisição de habilidades pelo estudante/profissional da saúde. Métodos: Adquirimos um manequim de material plástico, que corresponderá ao modelo humano. Nesse manequim foram desenhadas as principais estruturas anatômicas para a realização da técnica de punção venosa, facilitando o momento da construção do modelo. Para reproduzir as veias jugular interna, subclávia direita, artérias carótida externa e subclávia direita utilizamos garrotes de borracha. Todos os garrotes terminavam em fundo cego. Construíram-se os principais reparos anatômicos para orientação exata das técnicas: clavícula, com fio metálico, esterno, com madeira, e o músculo esternocleidomastoideo, com material EVA. Para construção do modelo, inicialmente o manequim foi coberto com uma camada de estopa de algodão, tal qual músculo. Foram fixadas as estruturas anatômicas e cobertas por mais uma camada de estopa, como uma fáscia muscular. As camadas de estopa foram fixadas com uma atadura. Por cima da atadura se fixou as estruturam que mimetizam a vasculatura. O boneco foi envolto por mais uma camada de estopa e fixado com fita adesiva; por fim recoberto por material EVA, mimetizando a derme e epiderme. As outras extremidades dos garrotes foram conectadas a uma bolsa de solução parenteral contendo 500 ml de soro fisiológico acrescido de corante vermelho e azul, para simular sangue arterial e venoso respectivamente, através de equipos de infusão. A bolsa foi instalada em um suporte mais alto que o modelo, facilitando a ação da gravidade. Com o regulador de fluxo completamente aberto, cria-se uma pressão através da presença do ar com o líquido dentro dos equipos de infusão e do garrote. A primeira punção com o cateter serve para retirar o ar de dentro das cânulas, o que permite a realização do procedimento. Resultados: A punção, realizada de forma adequada, ocasiona o refluxo do sangue artificial por dentro do cateter, ao contrário do que acontece quando há transfixação do garrote de borracha. Isso simula uma situação real de punção venosa, pois a pressão hidrostática no garrote é análoga à encontrada em uma veia. Caso a técnica não seja exercida de forma correta, nosso modelo simula uma punção arterial, erro frequente na prática clínica. Conclusões: A descrição do modelo permite sua reprodutibilidade de maneira fácil, já que o mesmo utiliza materiais baratos e de fácil acesso. O modelo propicia a familiarização inicial com o procedimento, facilitando a prática no paciente ou em modelos mais sofisticados, ainda indispensáveis para o aprimoramento da técnica. PO030 - LESÃO CARDÍACA PENETRANTE-RELATO DE CASO MARLON MODA; PEDRO CESAR FURLAN; LÍGIA BERTELI FONTES; FERNANDA SOARES SIMONETI; DÉCIO LUIS PORTELLA; JOSÉ MAURO DA SILVA RODRIGUES PUC-SP, SOROCABA, SP, BRASIL. Resumo: Introdução: O trauma cardíaco penetrante, embora raro, constitui uma condição grave e potencialmente letal. Cerca de 22% a 25% das mortes por trauma estão relacionadas às lesões torácicas e 90% das lesões cardiovasculares são, em particular, oriundas de trauma penetrante. Estudos mostram que 60 a 80% dessas vítimas evoluem a óbito no local do acidente ou no trajeto para a unidade de emergência. Dentre as que são admitidas em vida, as taxas de sobrevida geral variam entre 20% a 81%. Apesar da maior gravidade, as lesões causadas por armas de fogo são menos frequentes, predominando os ferimentos por arma branca (FAB). Os ferimentos na área de Ziedler exigem maior atenção em função da possibilidade de lesão cardíaca. Objetivo: Relatar o caso de vítima de FAB em zona de Ziedler com lesão transfixante de artéria descendente anterior. Método: As informações foram obtidas por meio de anamnese, exame físico e descrição cirúrgica, registro dos métodos de imagem aos quais o paciente foi submetido e revisão da literatura. Relato de caso: Paciente masculino, 23 anos, admitido na unidade de emergência (hospital terciário) 4 horas após sofrer FAB em 5º espaço intercostal com linha hemiclavicular esquerda. Chegou sedado com intubação orotraqueal e ventilação mecânica, murmúrio vesicular presente à direita e diminuído em hemitórax esquerdo (com drenagem em selo d’água com 800 mL de sangue), hemodinamicamente instável (choque grau III), bulhas cardíacas abafadas e turgência jugular. Com hipótese diagnóstica de trauma cardíaco penetrante, foi indicado tratamento cirúrgico. Após janela pericárdica positiva optou-se por esternotomia, para melhor exposição de possíveis lesões, evidenciando perfuração única de 0,5cm em septo interventricular com sangramento ativo da região distal da artéria descendente anterior. Foi realizada sutura simples da lesão. No pós-operatório imediato, o eletrocardiograma apresentou supradesnivelamento do segmento ST nas derivações V2, V3 e V4 e troponina positiva que, ao longo dos dias, apresentaram normalidade. O paciente recebeu alta hospitalar no sexto dia pós operatório. Após 6 meses, foi submetido a teste ergométrico, que não evidenciou alterações cardíacas. Conclusões: Lesões cardíacas penetrantes ainda constituem um desafio para os cirurgiões. Ferimentos na área de Ziedler devem pressupor lesão cardíaca uma vez que alguns pacientes com lesão são inicialmente assintomáticos, exigindo para seu correto diagnóstico alto índice de suspeita. PO031 - REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR NA GESTANTE ANA LETÍCIA MORAIS DE SOUZA; ANA LAURA BIRAL CORTES; ANDREIA PEREIRA ESCUDEIRO; ANA CLAUDIA LIMA RODRIGUES; VANICE COSTA DE OLIVEIRA GOMES; LUIZ FELIPE DA SILVA MAGALHÃES UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL. Resumo: Introdução:A parada cardiorrespiratória (PCR) é a interrupção súbita e inesperada das funções cardíaca e respiratória. Tratando-se de gestantes, é um evento raro, pouco estudado, porém devastador. Envolve diferentes etiologias e exige intervenção imediata e qualificada, a qual será o definidor de prognostico de dois pacientes em potencial: mãe e feto. É fundamental considerar que as alterações fisiológicas que ocorrem durante a gravidez determinarão peculiaridades no atendimento a PCR nesse grupo de pacientes, que devem ser de conhecimento de todos os profissionais de saúde. Objetivo: Analisar os artigos disponíveis nas principais bases de dados em saúde que discutam as condutas frente a PCR em gestantes, a fim de destacar os pontos fundamentais e decisivos no manejo desse evento durante a gravidez. Metodologia: Foi realizado uma revisão integrativa a partir da seleção de artigos publicados na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) referente a PCR e aplicação das manobras de ressuscitação cardiorrespiratória (RCP) na gestante. Foram utilizados os descritores: Gestantes, Parada cardíaca e Ressuscitação cardiopulmonar, conforme indicado na página Decs (descritores em saúde). Adotaram-se os seguintes critérios de inclusão: artigos em inglês, português e espanhol, que estivessem disponíveis integralmente. Resultados: Foram selecionados apenas 3 artigos de um total de 8, disponíveis na BVS com os descritores acima citados. Houve concordância entre a semelhança com a RCP convencional, a necessidade de deslocamento uterino para a esquerda durante a massagem cardíaca, e a indicação de cesaria perimortem. Conclusão: Observou-se que ainda há a necessidade da elaboração de estudos nesse âmbito, a fim de esclarecer com exatidão as condutas que são essenciais para garantir a sobrevida tanto da gestante quanto do feto.REFERÊNCIAS: 1. American Heart Association. Cardiac Arrest in Special Situations. In: ______ 2010 American Heart Association Guidelines for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care/Circulation. Part 12. Dallas, 2010. 2. Braga, A; Trindade, A.P; Soggia, M.E.V; Asmar, F.T.C; Filho, J.R. Colapso materno – Conduta da parada cardíaca na gravidez. Rev FEMINA. vol 40, nº 4, 2012. 3. Errando, C. L. La paciente gestante con traumatismo grave. Consideraciones para el médico especialista en Anestesiología y Reanimación. Rev. Esp. Anestesiol. Reanim. Vol. 52, Núm. 6, 2005. 4. Royal College of Obstetrics and Gynaecologists.RCOG. Green Top Guideline n56. Maternal Collapse in Pregnancy and the Puerperium .2011.pl 24. PO032 - MANEJO CLÍNICO DA SÍNDROME PÓS PARADA LUIZ FELIPE DA SILVA MAGALHÃES; LAÍS MARTINS NOGUEIRA; ANA LETÍCIA MORAIS DE SOUZA; ISABELLA MEDEIROS DE OLIVEIRA; ANDREIA PEREIRA ESCUDEIRO; DAYANNA DE OLIVEIRA QUINTANILHA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE, NITEROI, RJ, BRASIL. Resumo: Introdução: A Síndrome pós parada cardiorrespiratória (PCR) inclui (1) lesão Cerebral Pós PCR, (2) Disfunção miocárdica Pós PCR, (3) Resposta sistêmica a isquemia/reperfusão e (4) Persistência da patologia que a causou. Após o retorno da circulação espontânea de uma PCR, um intenso processo inflamatório sistêmico pode causar alterações hemodinâmicas no organismo. Os cuidados destinados ao manejo desta condição são decisivos sobre novos desfechos de PCR ou sequelas após a recuperação. Objetivo: discutir o que há sobre o manejo clínico da Síndrome pós PCR. Método: Realizada revisão de literatura, incluindo artigos originais e de revisão publicados em inglês, espanhol e português, nos últimos cinco anos, através da busca em referências como a biblioteca virtual de saúde (BVS) e Scielo (Scientific Electronic Library Online).Resultado: Pacientes que retornam a circulação espontânea após uma PCR necessitam de intensa monitorização hemodinâmica e ventilatória. Estudos destacam os efeitos deletérios das espécies reativas de oxigênio quando este é utilizado em altas concentrações. As orientações atuais apontam valores de SatO2 alvo ≥ 94% com o uso das menores concentrações de oxigênio necessárias para tal, junto a uma ventilação protetora. A correção precoce dos valores pressóricos (≥ 65 mmHg de média em normotensos e ≥ 100 mmHg em hipertensos) influencia o prognóstico cerebral e a mortalidade desses pacientes. A pressão arterial média nas 2 horas pós PCR tem correlação positiva com prognóstico neurológico. Hipotensão arterial precoce tem se correlacionado a maiores valores de mortalidade. As terapias de reperfusão coronariana precoce e hipotermia terapêutica apresentam elevados índices de evidência de seus impactos sobre a redução da mortalidade e melhor recuperação cerebral. Valores glicêmicos entre 80 e 200 mg/dl tem demonstrado melhor desfecho clínico quando comparado ao controle estrito a valores de 80 a 110 mg/dl. Conclusão: A hiperóxia e a hiperventilação, a permissividade da hipotensão arterial após o retorno da circulação espontânea, o controle estrito da glicemia e a manutenção do fator desencadeante da PCR estão atrelados aos piores desfechos neurológicos e de sobrevida. As terapias de reperfusão coronariana precoce e a hipotermia terapêutica ainda estão fora da realidade de muitas das unidades de cuidados intensivos em nosso país, entretanto, cada vez mais estudos demonstram os seus impactos positivos. PO033 - ACIDENTE MOTOCICLÍSTICO EM ARAGUAÍNA-TO LEONARDO CORDEIRO NASCIMENTO1; VINICIUS MOREIRA LIMA1; PABLO BORGES LEAL2; LAIZZA DOS ANJOS VAZ2; LEONARDO DUM SILVA MORAIS2; VINICIUS BARBOSA CAVALCANTE DE MENEZES2 1.ITPAC- ARAGUAÍNA, ARAGUAINA, TO, BRASIL; 2.ITPAC, ARAGUAÍNA, TO, BRASIL. Resumo: O Brasil aparece em quinto lugar entre os países recordistas em mortes no trânsito, precedido por Índia, China, EUA e Rússia e seguido por Irã, México, Indonésia, África do Sul e Egito. Juntas, essas dez nações são responsáveis por 62% das mortes por acidente no trânsito no mundo, uma estatística alarmante. O problema é mais grave nos países de média e baixa renda. A OMS estima que 90% das mortes acontecem em países em desenvolvimento, entre os quais se inclui o Brasil. Esse grupo possui menos da metade dos veículos do planeta (48%), o que demonstra que é muito mais arriscado dirigir um veículo especialmente uma motocicleta nesses lugares. Portanto, um estudo que envolva o perfil clínico epidemiológico do trauma é de suma importância pois este promove uma análise do perfil dos acidentados em Araguaína- TO que demonstra as principais informações relevantes a este assunto sendo estas de muita importância para a tomada de possíveis medidas públicas que irão promover uma melhora significativa deste quadro atual. O principal objetivo do trabalho foi promover um estudo retrospectivo analisando o perfil clínico epidemiológico dos pacientes vitimas de trauma motociclístico atendidos no SAMU (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) de Araguaína no período de 2010- 2013. Como metodologia utilizada, a pesquisa foi previamente analisada pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) do ITPAC após envio de protocolo completo alocado na Plataforma Brasil, de acordo com os princípios éticos preconizados pela resolução n°466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Os resultados observados foram que o uso da motocicleta como meio de trabalho nos centros urbanos tem crescido por permitir um deslocamento rápido. No panorama dos fatores desencadeantes desses acidentes estão, as longas jornadas de trabalho e o estímulo à alta produtividade. Motociclistas têm um risco 34% maior de morte por acidentes de trânsito do que motoristas de outros veículos, ocupam uma das maiores taxas de morte no trânsito no mundo e têm chance oito vezes maior de se machucar nessas situações. O que preocupa bastante é a alta incidência dessa patologia em um grupo específico da população, sendo 44% na faixa etária entre 20 e 39 anos dos quais 82% são homens. O perfil do grupo de maior incidência é consequência, provavelmente, da maior exposição masculina e de jovens no trânsito, e por comportamentos determinados social e culturalmente, que os fazem assumir maiores riscos na condução de veículos, como maior velocidade, manobras arriscadas, uso de álcool, entre outros. Quanto aos principais tipos de lesões decorrentes de acidentes de moto e que levam ao óbito são as fraturas de membros e pelve, seguido de trauma, laceração ou rotura de órgãos abdominais e traumatismos crânio-encefálico(TCE). Por conseguinte, a relevância da temática e a necessidade de disponibilizar dados epidemiológicos de uma região crescente no número de motocicletas e vítimas que, quando não vão a óbito, sofrem sequelas que podem ser temporárias ou permanentes comprometendo, sobretudo, a qualidade de vida é de suma importância, o presente estudo trouxe a tona novos dados que poderão ser usados para novos estudos mais apofundados ou até mesmo utilizados como base para a tomada de medidas públicas que visem a melhora do quadro atual. PO034 - PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA E ODONTOLOGIA EDUARDO BONINI DE OLIVEIRA; ANA LAURA BIRAL CORTES; BRUNA RIBEIRO DAFLON MONNERAT; BRUNO AUGUSTO ROSA; JULIANE CUCINIELLO DOS SANTOS; PEDRO AFFONSO MANHAES MACIEL HAWERROTH UFF, NITEROI, RJ, BRASIL. Resumo: Introdução: as situações de emergência médica em consultórios odontológicos são raras, porém podem desencadear a morte quando acontecem e por isso uma atenção especial deve ser dada ao atendimento pré-hospitalar. Além da vida do paciente estar em risco, essas situações apresentam implicações ético-legais para o profissional. Muitas são as situações que ocorrem, desde quadros menos graves, como síncopes, lipotimias, até situações de extrema gravidade, como os casos de parada cardiorrespiratória¹. Podemos estimar algo em torno de 200.000 paradas cardio-respiratórias (PCR) ao ano no Brasil, sendo metade dos casos em ambiente hospitalar, e a outra metade em ambiente extra hospitalar². As urgências e emergências médicas podem acontecer em qualquer lugar, no entanto, o consultório odontológico propicia situações inesperadas, pois é um ambiente estressante e o profissional faz uso de fármacos que podem desencadeá-las. Nem sempre os cirurgiões-dentistas estão aptos a agir nessas situações de emergência. Objetivo: o objetivo do trabalho é elucidar a importância do Atendimento Pré-Hospitalar (APH) aos profissionais da Odontologia, principalmente na conduta da parada cardiorrespiratória. Método: o presente estudo diz respeito a uma revisão integrativa. Para seleção dos artigos consultou-se ao banco de dados Biblioteca virtual de saúde (BVS). Foram utilizados os descritores: estudantes de odontologia e parada cardiorrespiratória, conforme indicado na página Decs (descritores em saúde). Adotaram-se os seguintes critérios de inclusão: artigos em inglês, português e espanhol, que estivessem disponíveis por completo. Resultados: o levantamento foi realizado na página da BVS. Ao utilizar os descritores estudantes de odontologia e parada cardiorrespiratória, foram identificados 8 artigos. Excluíram-se 6 artigos por não possuírem a totalidade de informações necessárias à análise. Conclusões: deve-se ressaltar a importância de o cirurgião-dentista estar preparado numa situação de emergência, como uma parada cardiorrespiratória, instituindo o tratamento correto e evitando consequências indesejadas, tal como a morte do paciente³. 1. PEREIRA, A. P. N. C. Emergência em Ambiente Odontológico: Perspectiva Médica. Universidade Fernando Pessoa, Porto 2013. 2. GONZALEZ, M. M. e cols. I Diretriz De Ressuscitação Cardiopulmonar E Cuidados Cardiovasculares De Emergência Da Sociedade Brasileira De Cardiologia: Resumo Executivo. Sociedade Brasileira de Cardiologia, RJ, 2012 3. COLET, D. e cols. Acadêmicos e profissionais da odontologia estão preparados para salvar vidas? RFO, Passo Fundo,16 (1), 25-29, 2011 PO035 - BUCO MAXILOFACIAL NO TRAUMA EDUARDO BONINI DE OLIVEIRA; ANDREIA PEREIRA ESCUDEIRO; BRUNO AUGUSTO ROSA; EMMANUEL PEREIRA ESCUDEIRO; JULIANE CUCINIELLO DOS SANTOS UFF, NITEROI, RJ, BRASIL. Resumo: Introdução: sabe-se que o trauma de face abrange indivíduos de todas as idades e é muito frequente na população brasileira, sendo o cirurgião-dentista buco maxilo (CDBM) o profissional mais qualificado para este atendimento, porém esta não é uma verdade nos hospitais da rede pública do Estado do Rio de Janeiro (RJ), Brasil. Objetivo: Comprovar, após avaliação curricular e profissional que o CDBM é o profissional mais indicado para atender a vítima de trauma de face. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa, na qual foram realizados levantamento e análise bibliográfica de textos indexados em bases de dados científicos. Os artigos selecionados foram posteriormente correlacionados. Foi ainda analisada a grade curricular do médico e do cirurgião-dentista (CD) quanto a aspectos crânio facial, em três faculdades públicas do RJ¹. Resultados: No Brasil, o trauma de face apresenta prevalência maior em indivíduos do sexo masculino, com idade entre 20 e 30 anos. Tendo como maiores causas os acidentes automobilísticos e as agressões físicas; e como regiões mais acometidas o nariz, zigoma e mandíbula². Em indivíduos em idades extremas (crianças e adultos) prevalece à queda da própria altura como causa. Visto a importância para o paciente da correta intervenção do CD nos procedimentos crânio facial, é imprescindível uma boa formação acadêmica. Na abordagem da anatomia de cabeça e pescoço, os estudantes de Odontologia tiveram em média 142 horas de aula, enquanto os alunos de medicina aproximadamente 17 horas. Conclusão: Visto a importância do CD no tratamento de lesões faciais, o Conselho Federal de Medicina conclui que em lesões de interesse comum à Medicina e à Odontologia, visando adequada segurança do resultado, a equipe cirúrgica deve ser obrigatoriamente constituída por médico e CD, sempre sob a chefia do médico. E que os médicos anestesiologistas só poderão atender solicitações para realização de anestesia geral em pacientes a serem submetidos à cirurgia por CD quando esta for realizada em hospital que disponha das indispensáveis condições de segurança comuns a ambientes cirúrgicos³. 1. Disponível em < www.saude.rj.gov.br >, acessado no dia 31/10/2013 2. CARVALHO, T. B. O.; CANCIAN, L. R. L.; MARQUES, C. G.; PIATTO, V. B.; MANIGLIA, J. V.; MOLINA, F. D. Six years of facial trauma care: an epidemiological analysis of 355 cases. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology. 76 (5), 565-74, São Paulo, setembro – outubro de 2010. 3. MONTOVANI, J. C.; CAMPOS, L. M. P.; GOMES, M. A.; MORAES, V. R. S.; FERREIRA, F. D.; NOGUEIRA, E. A. Etiology and incidence facial fractures in children and adults. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia. 72 (2), 235-41, São Paulo, março – abril de 2006. PO036 - CURSO DE REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR BRUNA FAGUNDES ROCKENBACH; NATHALIA BOFILL BURGER; MARIANA OLIVEIRA LUIZ; JÚLIA DE GASPERI; LUIZA GRAÇA COUTINHO DA SILVA; RICARDO BREIGEIRON PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: Anualmente, a Liga do Trauma realiza o Curso de Reanimação Cardiopulmonar (RCP) que visa aproximar os estudantes de medicina de situações e procedimentos que fazem parte da rotina médica, reproduzindo em manequins aspectos da realidade clínica com a orientação de um profissional treinado. Essa ambientação faz os participantes adquirirem uma postura mais consciente quando expostos a cenários com vítimas de parada cardiorrespiratória (PCR). OBJETIVO: Quando uma vítima apresenta PCR, condição em que cessam os movimentos cardíacos e ventilatórios, deve se instituir a RCP, cuja principal atribuição para socorristas leigos é realizar compressões torácicas até que uma equipe treinada chegue ao local para oferecer o suporte necessário. Assim, o Curso de RCP ensina noções básicas do processo para os participantes a fim de orientá-los e torná-los aptos para atuarem como socorristas leigos treinados. MÉTODOS: Os participantes são submetidos a um treinamento individual, com um profissional orientando-o. Para isso, é usado um desfibrilador e um manequim que avalia a profundidade das compressões torácicas e a suficiência da respiração boca-boca, além de mostrar diferentes tipos de ritmos cardíacos, escolhidos quando desejados. Eles aprendem a identificar vítimas de PCR e os passos a serem feitos após o diagnóstico, segundo as diretrizes de 2010 da American Heart Association. Os participantes aprendem que a reanimação de um adulto não responsivo, sem respiração ou com respiração anormal realizada por socorrista leigo deve começar pelo acionamento imediato do serviço de emergência disponível, seguido pelo início da RCP que consiste em compressões torácicas rítmicas com profundidade mínima de cinco centímetros e retorno total do tórax após cada compressão e freqüência de cem compressões por minuto. Um socorrista atuando sozinho deve realizar 30 compressões para duas ventilações, iniciando pelas compressões. O ritmo deve ser verificado e o choque deve ser realizado caso indicado quando o atendimento avançado esteja disponível. Esse ciclo deve ser refeito a cada dois minutos. RESULTADOS: Todos os alunos concluem o curso aptos a identificar uma PCR e a iniciar RCP. No treinamento, eles são liberados apenas após realizarem a sequência de passos corretamente e as compressões torácicas efetivas. CONCLUSÃO: A PCR é a patologia que mais faz vítimas no mundo ocidental, provocando cerca de 350.000 mortes súbitas por ano nos EUA. O Curso de RCP visa ensinar estudantes a atuar no reconhecimento e no auxílio básico de vítimas de PCR, capacitando-os como socorristas leigos que possam auxiliar na diminuição na taxa de óbitos por PCR. PO037 - PADRÃO VÍTIMA-LESÃO NO TRAUMA COM MOTOS FERNANDA SOARES SIMONETI; LARISSA OLM CUNHA; MARLON MODA; DÉCIO LUIS PORTELLA; JOSÉ MAURO DA SILVA RODRIGUES PUC-SP, SOROCABA, SP, BRASIL. Resumo: Introdução: O trauma é considerado a principal causa de óbito nas primeiras quatro décadas de vida e por seu caráter incapacitante compromete a população economicamente ativa. No Brasil, a cada nove pacientes hospitalizados, pelo menos um é vítima de acidente de trânsito. O impacto desses números implica em repercussões econômicas, sociais e administrativas, na medida em que recursos são deslocados para prestar atendimento às vítimas. Portanto, o conhecimento detalhado das características da população envolvida em acidentes com motocicletas e das lesões por elas apresentadas, tem o intuito de aprimorar o atendimento inicial, tanto na fase pré quanto intra- hospitalar, proporcionando melhor prognóstico a essas vítimas. Objetivos: Levantar dados epidemiológicos sobre as vítimas de eventos traumáticos com motocicletas encaminhadas a uma Unidade Regional de Emergência (URE), descrever as lesões encontradas e discutir o impacto na qualidade de vida dessas vítimas. Método: Foram incluídas na pesquisa todas as vítimas envolvidas em acidentes com motocicletas atendidas na URE no período de abril a setembro de 2013. Para a coleta de dados foi elaborada ficha padronizada com base em modelo proposto por estudo australiano. Resultados: Foram incluídas na pesquisa 143 vítimas, sendo 83,2% homens e 16,8% mulheres, com o predomínio do grupo etário entre 20-29 anos (49,6%). O uso de capacete foi relatado em 98,5% dos casos. O gênero masculino representou cerca de 86% na categoria de condutor da motocicleta. Os principais mecanismos de trauma foram as colisões (72,7%), seguidas de queda da motocicleta (15,4%). Quanto às lesões, as mais encontradas foram as escoriações (72,9%) e os ferimentos corto-contusos (13,8%). Os segmentos anatômicos mais acometidos foram os membros superiores e inferiores que, somados, totalizaram 83% e a face (5,8%). Pacientes foram avaliados quanto ao Revised Trauma Score (RTS); as vítimas com RTS=12 somaram 97,9%, o que sugere gravidade relativamente leve da maioria dos pacientes. Conclusões: Os achados do presente estudo quanto ao padrão majoritário das vítimas de acidentes envolvendo motocicletas são compatíveis com a literatura. O predomínio da população economicamente ativa do país em eventos tão onerosos e incapacitantes como os acidentes com motocicletas implica na necessidade de novas estratégias na gestão do trânsito e da saúde pública. PO038 - RELATO SOBRE CURSO BÁSICO DE EMERGÊNCIAS JOSÉ VR OLIVEIRA; LARISSA M ALBUQUERQUE; MARCELL CO PINHEIRO; JOSÉ JO FILHO; GABRIELA L PEIXOTO; HELÁDIO FC FILHO UFC, FORTALEZA, CE, BRASIL. Resumo: Introdução: O Curso de Condutas Básicas em Emergência, organizado pela Liga de Trauma-CE, desde 2006, acontece semestralmente na Faculdade de Medicina da UFC Fortaleza (FAMED). A duração do curso é de 20 horas, sendo ministradas, pelos próprios integrantes do projeto, aulas teóricas e práticas sobre temas variados do BLS (Basic Life Support) e do PHTLS (Pre Hospital Trauma Life Support), bem como de outros assuntos importantes, como feridas e suturas. Além disso, os estudantes têm a oportunidade de fazer uma visita ao IJF, principal centro de trauma de Fortaleza. O curso é voltado para estudantes de medicina dos três semestres iniciais. Objetivo: Capacitar os alunos dos semestres iniciais sobre temas importantes do pré-hospitalar e do suporte básico de vida, pois esses assuntos deveriam ser estudados desde o início da faculdade devido à sua importância na promoção à saúde. Métodos: O curso é realizado por meio de aulas teóricas e práticas sobre os mais variados conteúdos e por meio de uma visita ao IJF, que é feita para o estudante conhecer o setor das “Pequenas Cirurgias” e para ele compreender um pouco sobre o funcionamento de um hospital de emergência de alta complexidade. As aulas teóricas são de atendimento inicial ao paciente politraumatizado, choque, manejo de vias aéreas, feridas e reanimação cardiopulmonar. As aulas práticas são de acesso venoso periférico, suturas, trauma músculo esquelético, intubação orotraqueal, reanimação cardiopulmonar e discussão de casos de atendimento inicial ao paciente politraumatizado com a presença de um manequim simulando o acidentado. Resultados: No fim de algumas aulas práticas do curso, como a de intubação orotraqueal, a de acesso venoso periférico e a de reanimação cardiopulmonar, foram realizados pós-testes com os estudantes. As porcentagens de acerto da avaliação dessas três práticas foram, respectivamente, 80%, 88% e 85%. Além disso, foi realizado um feedback por parte dos participantes sobre as aulas teóricas e práticas, onde o retorno foi positivos em todos os quesitos, com destaque para metodologia e aprendizado. Conclusão: De acordo com o índice de acerto dos pós-testes e com o feedback sobre o curso, foi possível notar a efetividade do curso na melhoria do conhecimento dos estudantes sobre os temas da área de emergência. Além disso, foi possível notar que a visita ao IJF os fez compreender a real importância de se aprender sobre o atendimento pré-hospitalar e o suporte básico de vida desde o início da faculdade, pois estes são métodos de salvamento bastante importantes para permitir a sobrevida dos pacientes que chegam a centros de emergência. PO039 - INSTRUÇÃO DE RESGATE AEROMÉDICO WARNER CAMPOS; LARISSA M ALBUQUERQUE; ANA CM JULIANI; MARIA BR MACIEL; ISRAEL IO MELO; HELÁDIO FC FILHO UFC, FORTALEZA, CE, BRASIL. Resumo: Introdução: A atividade de resgate e transporte aeromédico no Ceará evoluiu bastante nos últimos anos. Novas aeronaves com recursos e equipamentos homologados pelo Departamento de Aviação Civil e Ministério da Saúde, exigem uma tripulação formada por profissionais de saúde onde o médico tem função chave na estrutura do serviço. Objetivos: Relatar a experiência dos membros da Liga de Trauma, durante visita técnica e acompanhamento da estrutura do Serviço Aeromédico da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas CIOPaer. Métodos: Aula expositiva sobre a organização do serviço, reconhecimento da estrutura de hangar, exposição da aeronave utilizada no serviço e dos equipamentos disponíveis para a atividade. Resultados: A instrução foi realizada na base da CIOPaer (Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas) unidade militar vinculada à SSPDS (Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social), situada no Aeroporto Pinto Martins em Fortaleza. Os membros da Liga de Trauma – CE receberam informações sobre a estrutura organizacional da corporação, que é pautada na hierarquia militar e seus membros pertencem às instituições vinculadas à SSPDS, sendo profissionais do Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Militar e Polícia Civil. Recentemente, mediante termo de convênio, profissionais de saúde oriundos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), foram agregados ao corpo profissional da entidade para atuar especificamente na atividade aeromédica. O treinamento dos profissionais de saúde é similar ao treinamento dos tripulantes operacionais, pois o médico que irá atuar no serviço, deve ter condicionamento físico, estrutura emocional e conhecimento básico de aviação compatíveis com a atividade. As aeronaves utilizadas na CIOPaer são helicópteros modelo Esquilo AS350 B2 e EC-145 que são configurados para a função aeromédica e dispõem de equipamentos como respirador mecânico, monitor cardioversor com bateria, bombas de infusão, cilindros de oxigênio medicinal, aparelhos de suporte de via aérea avançada, medicamentos e materiais de resgate, imobilização e transporte. A equipe de instrução apresentou os equipamentos, disposição e distribuição na aeronave bem como o posicionamento e a postura dos integrantes no momento da decolagem, pouso, desembarque, aproximação e embarque além dos riscos e procedimentos operacionais com o paciente embarcado. Conclusão: A instrução foi extremamente útil para os integrantes da Liga de Trauma – CE, pois representou a oportunidade de vivenciar uma face da atividade profissional médica, que não é abordada no currículo convencional da universidade e se destaca como função importante em todas as grandes capitais do País. PO040 - SÍNTESE ABDOMINAL COM DUPLA PRÓTESE PEDRO CAETANO EDLER ZANDONÁ1; MARIANA AB CIOFFI2; LUIZ AC ALVES2; JÚLIA DE GASPERI1; MAURO SIEBERT JUNIOR2; JULIO CESAR BENTO ALVES2 1.PUCRS, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL; 2.HOSPITAL DE PRONTO SOCORRO, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. Resumo: Introdução: Na laparotomia exploradora por trauma abdominal, algumas condições clínicas impossibilitam o reparo primário do abdômen, como em quadros infecciosos graves, ou hemorrágicos com necessidade de tamponamento por compressas em tempo maior que o cirúrgico. Nesses casos, opta-se pela laparostomia, com fechamento primário tardio da parede abdominal. Isso evita desde a formação de fístulas entéricas e deiscência das suturas, até a síndrome compartimental abdominal. No âmbito da cirurgia para controle de danos, o seguinte caso também pode ser definido como laparotomia abreviada. Objetivos: Descrever e discutir um caso com boa evolução após laparostomia e fechamento abdominal progressivo com uso de dupla protése. Métodos: Paciente com pelve instável, vitima de atropelamento por caminhão deu entrada no Serviço de Trauma em 16/04/2014. Recebeu o antendimento inicial e, então, foi solicitada a avaliação da equipe de cirurgia. Apresenta abdômen inicialmente inocente. Solicitada Tomografia Computadorizada de abdômen total com contraste, evidenciando: fratura de pelve; moderada quantidade de líquido livre na cavidade peritoneal; hematoma de tecidos moles junto à bexiga, com sinais de sangramento ativo. A paciente foi manejada em UTI durante à noite, apresentou piora hemodinamica e distensão abdominal pela manhã, sendo indicada laparatomia exploradora. No procedimento, identificou-se a presença de grande hematomas e um sangramento ativo na artéria ovariana esquerda. A artéria, então, foi ligada e foram deixadas 4 compressas na cavidade para hemostasia, optando-se pela síntese primária tardia da parede abdominal. A proteção das vísceras foi realizada com Bolsa de Bogotá. Resultados: A paciente manteve-se estável no pós-operatório e o fechamento progressivo e definitivo da cavidade foi realizado em outras três cirurgias. Em um primeiro momento, foram removidas a bolsa de Bogotá e as 4 compressas, e o fechamento parcial se deu através de curativo a vácuo associado à fixação de tela de polipropileno na aponeurose com Vicryl 1-0, usando filme plástico estéril para proteção das alças. Um novo procedimento cirúrgico para revisão da cavidade e aproximação das bordas da tela foi realizado 5 dias após. Por fim realizou-se novo procedimento cirúrgico, 5 dias após o último, com retirada da tela e fechamento total da parede abdominal, sem complicações. Conclusões: O avanço das técnicas de controle de evisceração na laparostomia tem demonstrado que o fechamento progressivo da parede abdmoninal com dupla prótese temporária - tela de polipropileno e película plástica estéril - é mais eficaz nesses casos. O uso de recursos, como a “Bolsa de Bogotá” e curativos com aspiração a vácuo contínuo também são úteis para proteção visceral e controle de contaminação. PO041 - PREVENÇÃO DE ACIDENTES DE TRÂNSITO DANIELA ARAÚJO ARAGÃO PEREIRA; MARIA BR MACIEL; GABRIELA L PEIXOTO; ANA CM JULIANI; LARISSA M ALBUQUERQUE; HELÁDIO FC FILHO UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL. Resumo: Aproximadamente 1,2 milhões de pessoas em todo mundo morrem vítimas de acidentes de trânsito (AT) a cada ano. No Brasil, esses dados são alarmantes, o número de mortos e feridos graves ultrapassa 150 mil pessoas. Além de representar um grande problema de saúde pública, os acidentes de trânsito implicam um alto custo anual na economia brasileira, gastando-se em média 1% a 2% do Produto Interno Bruto. Sabendo-se disso, percebe-se que a prevenção primária constitui-se como a melhor forma de controlar que esses acidentes aconteçam. Assim, a Liga de Trauma – CE realiza uma campanha de extensão - Blitz do Cinto – com o intuito de agir nesse tipo de prevenção e minimizar a ocorrência e os danos que esse tipo de acidente possa originar. Tendo com objetivo, ensinar as pessoas sobre o uso correto do cinto e conscientizá-las sobre a importância desse uso para a prevenção de consequências mais graves de um possível acidente de trânsito. Esse projeto é realizado a partir da abordagem de transeuntes e motoristas e o fornecimento de informações sobre o assunto pelos membros do Programa para esse público-alvo. Essas informações são agregadas a partir das capacitações internas que acontecem semanalmente às quintas-feiras e que são realizadas pelos próprios membros do Programa. Existe também a distribuição de adesivos e panfletos educativos, que trazem algumas mensagens sobre educação no trânsito, como a importância de se dirigir com prudência, de se utilizar o cinto de segurança da forma correta, de evitar dirigir alcoolizado, de utilizar a cadeirinha para crianças de forma correta, entre outras. Além disso, há a distribuição de alguns brindes simples para chamar maior atenção do público-alvo. Notou-se, a partir da realização de várias campanhas, que a população atingida se mostrou mais conscientizada, não só da importância do uso correto do cinto de segurança, mas também do perigo de se dirigir de forma imprudente. Além disso, muitos relataram que, mesmo dirigindo há muitos anos, só aprenderam a forma correta do uso do cinto depois da nossa campanha, ou seja, percebe-se que, a partir dessa extensão, ocorreu um aumento do conhecimento e da conscientização das pessoas em relação à educação no trânsito.Diante da grande incidência de acidentes de trânsito e do ônus que eles acarretam para a sociedade e para a economia, a realização de prevenções primárias, como a Blitz do Cinto, tornou-se de suma importância. Além disso, essa campanha se mostrou efetiva, alcançando os objetivos esperados. PO042 - ACESSO VENOSO CENTRAL EM MANEQUIM CASEIR JOSÉ JO FILHO; DANIELA ARAÚJO ARAGÃO PEREIRA; ANA CM JULIANI; MARIA BR MACIEL; JOSÉ VR OLIVEIRA; HELÁDIO FC FILHO UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, FORTALEZA, CE, BRASIL. Resumo: O acesso venoso central (AVC) é um procedimento invasivo de extrema importância em pacientes que precisam de cuidados intensivos por longos períodos, onde o acesso venoso periférico (AVP) possui uma limitação de duração de três dias. Ele é considerado um procedimento complexo devido o grande número de iatrogenias associadas, tendo seu uso justificado pela sua extrema importância para a monitorização e manutenção de pacientes críticos e demais fins. Tendo em vista a dificuldade de realização do procedimento e a necessidade de uma prática voltada para os futuros médicos para aperfeiçoar a técnica e diminuir o risco de complicações, a Liga de Trauma - CE elaborou um modelo caseiro experimental (MCE) e o introduziu como uma de suas estações práticas em um curso teórico-prático voltado para acadêmicos de medicina. Essa prática teve como objetivo, ensinar e aperfeiçoar a técnica de punção venosa central (PVC) de subclávia em um MCE o mais fidedigno à realidade o possível e de baixo custo. O modelo foi criado a partir de um busto de manequim de loja, hastes rígidas que simulavam a anatomia da clavícula, e tubos de látex que simulação a trajetória da veia subclávia pelo organismo acoplado a uma bolsa de soro. A partir desse modelo, os alunos eram instruídos sobre as indicações e contraindicações de instituição do AVC, seus locais de punção, as técnicas de assepsia necessárias, e as iatrogenias associadas à mesma. Então se prosseguiu para a demonstração teórico-prática da técnica de Seldinger, a técnica de PVC de subclávia mais difundida atualmente, no modelo, em todas as suas etapas, desde a introdução da agulha e punção venosa, até a fixação do cateter na “pele” do MEC, fazendo-se uso de um kit completo de PVC. A partir de dois modelos experimentais criados, os 74 alunos do curso poderiam realizar a prática de AVC com custos baixos. Em pesquisa nos questionários de avaliação do curso, essa prática recebeu vários elogios pela criatividade, praticidade, e veracidade, permitindo aos alunos ter uma experiência próxima da realidade que será encontrada nas suas vidas profissionais. E no pós-teste teórico, a taxa de acertos foi de 84%, demonstrando um real aprendizado do assunto. O modelo experimental caseiro não se demonstrou inferior a demais modelos já existentes, obtendo grande aceitação por parte dos alunos, grande semelhança com a anatomia encontrada na realidade, baixo custo, e fácil acessibilidade, sendo um modelo ideal para a prática de AVC. PO043 - INDICAÇÕES DO FAST DO TRAUMA ANDRESSA SILVA EIDT1; ROGER HEISLER2; MARCELO DE ABREU PINTO2; LUIZA MACHADO KOBE1; LUIZA GRAÇA COUTINHO DA SILVA1; LUIZ FS MELLO2 1.PUCRS, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL; 2.HOSPITAL DE PRONTO SOCORRO, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: A ultrassonografia direcionada para o trauma ("Focused Assessment with Sonography in Trauma - FAST") é um exame amplamente utilizado nas salas de emergência para detectar a presença de líquido livre intraperitoneal ou intra-pericárdico em pacientes politraumatizados. É um método rápido, não invasivo, preciso, de baixo custo e pode ser repetido com frequência na sala de atendimento inicial. O FAST serve como um complemento ao exame físico do paciente e permite o diagnóstico de hemorragias com potencial risco à vida e ajuda na tomada de decisão sobre o manejo secundário do paciente. OBJETIVO: Descrever um caso de trauma abdominal com exame FAST positivo e analisar as indicações do uso da ultrassonografia e suas implicações no atendimento ao paciente traumatizado. MÉTODO: Relato de caso. Paciente do sexo masculino, 19 anos, vítima de ferimento por projetil de arma de fogo (FPAF) em transição tóracoabdominal posterior direita, admitido na emergência com frequência cardíaca de 102 batimentos por minuto, pressão arterial de 112/57 mmHg, taquipneico, referindo não conseguir movimentar os membros inferiores. Exame FAST positivo com presença de grande volume de líquido livre em abdômen. Raio-x demonstrando projetil de arma de fogo (PAF) alojado próximo a parede torácica à esquerda e hemopneumotórax bilateral. RESULTADOS: A partir do diagnóstico presumido pelo FAST positivo e pelos outros sinais que o paciente apresentava, o paciente foi submetido a drenagem torácica bilateral e encaminhado imediatamente ao bloco cirúrgico para laparotomia exploratória que identificou ausência de hemoperitônio, sem identificação de lesão de órgãos intra-abdominais. Após a cirurgia foi encaminhado para unidade de tratamento intensivo onde foi solicitado tomografia computadorizada da coluna torácica que identificou pertuito de projétil de arma de fogo no corpo vertebral de T6 e T7. CONCLUSÕES: O diagnóstico imediato de lesões intra-abdominais com potencial risco à vida é de extrema importância para o prognóstico do paciente politraumatizado; porém, resultados falso-positivos no FAST são possíveis, assim esse é um exame de grande importância pela sua facilidade e rapidez, não necessitando que o paciente seja transportado do local de atendimento da sala de emergência para outro local; porém, deve-se considerar que seus resultados apenas complementam o exame físico, não o substituindo; desta forma, parcimônia em relevar os resultados do FAST são sempre relevantes. É fundamental que o profissional que trabalha na sala de emergência, recebendo pacientes críticos politraumatizados, esteja devidamente familiarizado à realização do exame de FAST com devida autonomia. PO044 - CURSO DE SUTURA PARA ACADÊMICOS ALINE GRIMALDI LERIAS; AÉCIO DA COSTA FAGUNDES; ANDRESSA SILVA EIDT; FELIPE FERREIRA LARANJEIRA; MARIANA ONGARATTO SCHERER; RICARDO BREIGEIRON PUC-RS, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. Resumo: Introdução: A iniciação na prática cirúrgica ocorre, geralmente, através do aprendizado da técnica de sutura. As habilidades adquiridas em treinamento com modelos de alta e de baixa fidelidade mostraram-se superiores àquelas adquiridas através de material didático, como já demostrado cientificamente. Objetivos: Devido a essa reconhecida importância do aprendizado da técnica de sutura, a Liga do Trauma visa proporcionar o conhecimento e a compreensão da relação teórico-prático, ministrando semestralmente o Curso Básico de Sutura para acadêmicos da área da saúde. Métodos: O curso é constituído de um módulo teórico e outro prático, cada um com duas horas, ministrados para um grupo de no máximo 120 discentes. O módulo teórico consiste em duas aulas lecionadas por professores convidados, sendo uma sobre instrumentos e fios de sutura e outra sobre anestesia locorregional, realizadas em uma única sessão com todos os inscritos. Para o módulo prático, os 120 discentes envolvidos são divididos em quatro turmas com 30 estudantes cada. A prática é realizada nos quatro dias subsequentes à aula teórica. Cada turma, no seu respectivo dia, é subdividida em cinco grupos de seis participantes. Cada subgrupo é alocado em uma bancada, a qual fica sob responsabilidade de dois integrantes da liga. Um se responsabiliza pelos ensinamentos da técnica e explicações, e outro auxilia aqueles alunos com alguma dificuldade na prática. O ligante apresenta o modo correto de colocação das luvas estéreis, a técnica de antissepsia e anestesia, o correto manuseio dos materiais - porta-agulha, pinça de Allis, bisturi, tesoura de fio e o fio agulhado. Em seguida, são ensinados seis tipos de pontos de sutura: ponto simples, ponto contínuo, Donatti, hemostático, intradérmico e ponto em ângulo. A técnica é praticada em incisões previamente realizadas em peças de 10x15 cm de pele de porco fresca. Resultados: Assim, a aprendizagem e o treinamento oportunizados pelo curso da liga melhoram a habilidade dos participantes, bem como a sua confiança para a realização de tarefas futuras. Conclusão: Com a consciência de que somente a prática garante a boa realização da técnica, a busca dos discentes pelo aperfeiçoamento é cada vez maior e constante, onde muitos alunos inclusive repetem o curso em busca da excelência. PO045 - PREVENÇÃO DE TRAUMA POR QUEDAS EM IDOSOS MARÍLIA VIEIRA ESPÍRITO SANTO; JOSÉ JO FILHO; JOSÉ VR OLIVEIRA; GABRIELA L PEIXOTO; LARISSA M ALBUQUERQUE; HELÁDIO FC FILHO UFC, FORTALEZA, CE, BRASIL. Resumo: O crescimento da população idosa no Brasil, devido ao aumento da expectativa de vida, é uma característica importante para o direcionamento de medidas preventivas relacionadas ao trauma. Devido a alterações fisiológicas e comorbidades bastantes prevalentes no envelhecimento, os idosos têm maior predisposição a sofrer traumas por quedas. Nesse contexto, nosso projeto propôs a ação de extensão “Casa Segura para Idosos”, por meio da qual promovemos o ensino de adaptações que podem ser feitas na moradia desses indivíduos para prevenir tais eventos. A importância do incentivo a esse tipo de prevenção se justifica pela alta incidência e gravidade desses ocorridos, além do que estudos comprovam que medidas preventivas simples são capazes de reduzir a ocorrência de trauma por quedas nos idosos. Os objetivos do projeto são instruir a população idosa acerca da importância da adoção de medidas preventivas e ensiná-la a identificar fatores de risco para a ocorrência de quedas em seu domicílio. A metodologia da “Casa Segura para Idosos” envolve atividades teóricas e práticas, adotando estratégias de ensino específicas para o público-alvo, que é formado principalmente de idosos e também familiares ou cuidadores. Os locais para a realização da ação são os mais frequentados por cidadãos desta faixa etária, como: postos de saúde, asilos, lares de idosos ou áreas recreativas para esses indivíduos. Primeiramente, informações teóricas são expostas em banners, havendo breve explanação pelos membros de nosso projeto, de forma fácil e lúdica. Após isso, há uma demonstração prática com uso de cenário contendo objetos como tapetes, cadeiras e chinelos, simulando situações de maior risco de quedas e destacando a orientação de como evitá-las. Ao final, são realizadas atividades recreativas, podendo ser distribuídos lanches ou brindes, conforme disponibilidade de recursos. Os resultados da ação de extensão se mostraram bastante positivos, sendo avaliados primeiramente durante a ação, por meio do alto nível de interesse e participação do público-alvo nas atividades promovidas. Ao término da ação, os membros do nosso projeto conversaram um pouco com alguns dos idosos participantes da atividade a fim de obter um feedback geral da ação, concluindo que os objetivos idealizados foram alcançados com efetividade. Assim, concluímos que a campanha “Casa Segura para Idosos” se mostrou efetiva, alcançando os objetivos esperados. Portanto, atividades de ensino de medidas de prevenção de quedas em idosos devem ser incentivadas, pois são de simples execução e eficazes nos seus resultados, contribuindo para a redução da ocorrência e da gravidade do trauma em idosos. PO046 - MANEJO DE FERIMENTO HEPÁTICO PENETRANTE ANDRESSA SILVA EIDT1; LUIZ AC ALVES2; MARCELO B GUIMARÃES2; NÁDIA GABRIELE RUDNICK2; MARCELO DE ABREU PINTO2; CARLOS OTAVIO CORSO2 1.PUCRS, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL; 2.HOSPITAL DE PRONTO SOCORRO, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: Lesões hepáticas penetrantes constituem causa importante de morbidade e mortalidade em pacientes vítimas de ferimento por projetil de arma de fogo (FPAF). A abordagem do trauma hepático penetrante ainda é controversa, sendo a laparotomia exploradora o tratamento de escolha na maioria dos centros de trauma. Porém, sabe-se que esse tipo de intervenção é desnecessária em cerca de 20% dos casos. Evidências têm demonstrado que o tratamento não operatório (TNO) do trauma hepático penetrante tem obtido sucesso quando aplicado a pacientes escolhidos cuidadosamente. OBJETIVO: Descrever dois casos de FPAF hepático tratados com sucesso pelo manejo não-operatório. MÉTODO: Caso 1: Paciente masculino, 28 anos, vítima de ferimento por PAF em região tóraco-abdominal posterior direita, frequência cardíaca (FC) de 143 batimentos por minuto (bpm), frequência respiratória (FR) de 28 movimentos respiratórios por minuto (mrpm), pressão arterial (PA) de 105/72 mmHg, glasgow 15, taquicárdico. Durante o início da reposição volêmica apresentou queda da PA e elevação da FC. Apresentou boa resposta à reposição final com melhora clínica global. Realizada tomografia computadoriza (TC) de tórax e abdomem que evidenciou lesão hepática grau IV. Caso 2: Paciente masculino, 18 anos, vítima de ferimento por PAF em região toracoabdominal esquerda, FR 20 mrpm, FC 88 bpm, PA 88/56 mmHg, glasgow 15, abdome doloroso à palpação. TC de abdome com hemoperitôneo em moderada quantidade e laceração hepática grau IV. RESULTADOS: No caso 1 foi indicado TNO com monitorização intensiva. Paciente manteve estabilidade hemodinâmica relativa, com taquicardia. Evoluiu com resolução gradual da taquicardia, melhora clínica e alta hospitalar em 9 dias. No caso 2 o paciente seguiu estável hemodinamicamente e se optou por TNO em regime de UTI por 5 dias. Alta hospitalar no 8° dia de internação. CONCLUSÕES: Atualmente é possível se optar por TNO em FPAF hepático. Os critérios para se optar por TNO incluem estabilidade hemodinâmica após ressuscitação inicial, ausência de outros ferimentos abdominais requerendo laparotomia, consciência preservada e ausência de peritonismo. Os critérios de um serviço para realizar TNO incluem cirurgião 24 horas no local, leito de UTI e bloco prontamente disponível para uso caso necessário. Em centros de trauma com infraestrutura adequada, essa opção em casos cuidadosamente escolhidos tem altas taxas de sucesso e baixas taxas de complicações. Muitas vezes, não optar por intervenção cirúrgica em lesões hepáticas pode ser a melhor escolha, pois se evita complicações da abordagem hepática como sangramento profusos de difícil controle. PO047 - LESÃO DE BAÇO: TRATAMENTO NÃO-OPERATÓRIO ALEXANDRA DAMASIO TODESCATTO1; MICHELLE E UNTERLEIDER2; NÁDIA GABRIELE RUDNICK2; MARJA LUCIANE VISIOLI2; EDUARDO MADALOSSO ZANIN1; MAURO SIEBERT JUNIOR2 1.PUCRS, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL; 2.HOSPITAL DE PRONTO SOCORRO, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: Apesar de a maioria dos ferimentos por projétil de arma de fogo (FPAF) abdominais necessitar de laparotomia exploratória, o tratamento não-operatório (TNO) de lesões de órgãos sólidos tem sido estabelecido com propriedade nos últimos anos, principalmente para as lesões hepáticas. Particularmente, o baço é um dos órgãos mais comumente atingidos por trauma, e o TNO no traumatismo contuso tem sido pautado principalmente em evidências de que essa conduta tem menores índices de morbi-mortalidade e alto índice de sucesso. Já para o traumatismo penetrante, ainda faltam evidências concretas, principalmente pelo alto risco de ferimento diafragmático concomitante. OBJETIVO: Relatar um caso de um paciente em TNO de traumatismo esplênico penetrante. MÉTODOS: Paciente masculino, negro, 30 anos, vítima de múltiplos FPAF: transfixante de coxa direita (D), tangencial em flanco D, transfixante de braço esquerdo (E), tangencial em transição tóraco-abdominal E posterior hemiclavicular e orifício de entrada em hemitórax posterior dorsal E hemiclavicular, sem orifício de saída. Atendido em Pronto-Atendimento (PA), onde chegou às 23:40, com pressão arterial (PAS) 80x40 mmHg, frequência cardíaca (FC) 84 bpm e saturação (SatO2) 90%. Submetido à drenagem pleural E, sondagem vesical, acesso venoso e reposição de cristalóide. Chega ao hospital às 01:22, com PAS 135x82 mmHg, FC 96 bpm e SatO2 99%. Dreno com 150ml de sangue, Glasgow 15. Pulsos cheios e simétricos e murmúrio vesicular simétrico à ausculta pulmonar. Abdome plano, flácido, desconforto em hipocôndrio E, sem defesa ou irritação peritoneal. Realizada tomografia computadorizada (TC) com contraste: derrame pleural drenado à E, mínimo pneumotórax residual E, consolidação da metade inferior do pulmão E, fraturas costais à E, PAF junto ao polo inferior do baço com laceração – lesão esplênica grau III –, sem sangramento ativo, líquido livre ou pneumoperitôneo. Paciente permanecia estável, optado por TNO. RESULTADOS: Evoluiu com estabilidade hemodinâmica e laboratorial, além de redução gradual da drenagem pleural. Alta após 7 dias com orientações de TNO de lesão de vísceras maciças e retorno ambulatorial. CONCLUSÃO: Para definir se um paciente com lesão esplênica pode ser incluído em TNO, a melhor ferramenta ainda é o exame clínico. Uma triagem de alto nível é necessária, excluindo sinais e sintomas de possível indicação cirúrgica, como a instabilidade hemodinâmica e sinais de irritação peritoneal. Em casos nos quais o TNO é factível, a TC com contraste intravenoso deve ser realizada para definir a lesão, bem como exames abdominais frequentes para graduar a condição clínica do paciente e detectar possível piora. Contudo, a conduta expectante se aplica apenas a serviços que têm recursos para realizar o TNO. PO048 - GRANDE QUEIMADO INDÍGENA ACONDROPLÁSICO THAÍS SUELEN ISRAEL FERREIRA; NAIRA DOS SANTOS GUTIERREZ; LUDWIG AZEREDO; TARSIA REGINA LEAL RAMOS; HENDEL SANTANA MORAIS; LIVIA BARROS DE ANDRADE UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA, BOA VISTA, RR, BRASIL. Resumo: Introdução: A queimadura é uma das causas de trauma mais frequentes entre a população pediátrica. Diversos aspectos da fisiologia destes pacientes podem ser agravantes do trauma pediátrico. A reposição hidroeletrolítica depende, da superfície corporal atingida, profundidade das lesões e função respiratória. Alguns dos critérios que definem um paciente como grande queimado são queimaduras de 2° grau com área corporal atingida maior do que 15% em menores de 12 anos; queimaduras de 2° ou 3° grau atingindo o períneo, em qualquer idade; e, queimaduras de 3° grau atingindo mão ou pé ou face ou pescoço ou axila, em qualquer idade. Objetivo: Apresentar o relato de caso de um paciente indígena, acondroplásico, pediátrico, grande queimado, evoluindo com infecção por varicela durante a internação em hospital de referência no estado de Roraima. Relato de Caso: Paciente masculino, 01 ano e 8 meses, indígena da etnia Makuxi, com acondroplasia, residente na Comunidade Sarabatana no Município de Normandia-RR, deu entrada no Hospital da Criança Santo Antônio, no dia 31/03/2014 acompanhado pela mãe acondroplásica, com quadro de Queimaduras de Segundo Grau com quatro horas de evolução em aproximadamente 20% da superfície corporal após queda em resto de fogueira. Mãe relata uso de creme dental e remédio caseiro à base de alho nas queimaduras. Exame físico na admissão: regular estado geral, choroso, agitado, taquidispnéico leve. Apresentado lesões em mão direita, pés, região abdominal, região de glúteo/perianal com coxa e perna direita. Internado recebeu hidratação venosa e Cefazolina, além de curativos com Sulfadiazina de Prata e Colagenase. Algumas lesões evoluíram para 2° grau profundo e 3° grau sem apresentar o processo de granulação esperado. Realizado desbridamento cirúrgico. A Cirurgia Plástica suspendeu o enxerto até resolução do quadro viral de Varicela, que o paciente adquiriu mesmo estando em isolamento. Após duas semanas, o paciente foi novamente avaliado pela Cirurgia Plástica que agendou a data da enxertia para dali três semanas e solicitou a permanência do paciente em internação social até a data programada. Conclusão: A superfície corporal é calculada com base na proporção entre tronco, cabeça e membros. Na criança, a Regra dos Nove é adaptada, assim se observa que entre 1 e 3 anos a cabeça corresponde à 15%, o tronco à 36%, os membros superiores 18% e os inferiores à 31%. Os pacientes com acondroplasia possuem uma proporção cabeça-tronco-membros diferente, o que alteraria o cálculo da área de superfície queimada, e, consequentemente as dosagens administradas ao paciente. Mesmo em isolamento hospitalar a criança apresentou varicela, mostrando a necessidade de maior atenção dos profissionais de saúde quanto às infecções hospitalares. PO049 - PREVENÇÃO E MANEJO DE TRAUMA NAS ESCOLAS MARÍLIA VIEIRA ESPÍRITO SANTO; MARIA BR MACIEL; ANA CM JULIANI; DANIELA ARAÚJO ARAGÃO PEREIRA; MARCELL CO PINHEIRO; HELÁDIO FC FILHO UFC, FORTALEZA, CE, BRASIL. Resumo: Segundo o Departamento De Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), no período entre janeiro de 2008 e fevereiro de 2014, a população cearense entre 0-14 anos teve 42.692 internações por causas externas, sendo 9.133 dessas apenas na capital. A significância de tal amostra nos leva a crer que a intervenção em um dos principais ambientes dessas ocorrências, a escola, tem grande valia não só em vista de prevenir acidentes na população infantil, mas também diminuir a oneração do sistema de saúde. A partir desse fato, promovemos o manejo adequado dos acidentes escolares, agindo no elemento chave dessa localidade: o professor. Os objetivos do projeto consistem em capacitar parte do corpo docente do ensino fundamental da rede pública de Fortaleza para executar adequadamente as condutas disponíveis ao seu alcance nos tipos mais comuns de ocorrências no ambiente escolar. A metodologia se desenvolve, inicialmente, pela divisão dos participantes, em torno de vinte em cada ação, em grupos de quatro ou cinco indivíduos, de modo que cada membro de nosso projeto fique responsável momentaneamente por uma equipe. Cada grupo dirige-se a sua primeira estação e começa suas atividades. Programamos ao todo sete temas a serem abordados com os professores: engasgo; afogamento; intoxicação; queda; queimadura; choque elétrico e parada cardiorrespiratória. Tal abordagem se inicia com um check-list prévio à explicação para testar o conhecimento inato de cada professor sobre aquele assunto trabalhado no momento. Temos então uma explicação teórico-prática que, dependendo do tema, pode envolver simulações com modelos humanos ou manequins de prática adquiridos pelo nosso projeto, seguida de um momento de treino para os participantes. Após todos terem experimentado a prática, avaliamos a evolução de seus conhecimentos com a aplicação de um novo check-list da conduta adequada para a situação. Após o termino da atividade, cada grupo se dirige à próxima estação, e assim subsequentemente até todos terem passado por todos os temas propostos. O tempo total da intervenção resume-se a quatro horas, deixando cada tema com aproximadamente meia hora para ser abordado pelo instrutor. Os resultados são avaliados pela comparação do nível de acerto nas atividades, mensurados pelos check-lists, que nos mostrou que a ação teve excelente progressão na curva de aprendizagem após as práticas. Os níveis de acerto que estavam em torno de 15% no pré-pratica evoluíram para quase 94%, na média de todas as atividades. Concluímos assim que a ação Escola Segura é um bom meio pedagógico para o ensino de técnicas básicas de atendimento para o corpo docente do ensino fundamental. Acreditamos que a disseminação desse tipo de intervenção social tem grande valia para a diminuição da doença trauma na parcela infantil da população brasileira. PO050 - ATIVIDADES DA LIGA DO TRAUMA DE RORAIMA THAÍS SUELEN ISRAEL FERREIRA; NAIRA DOS SANTOS GUTIERREZ; LUDWIG AZEREDO; TARSIA REGINA LEAL RAMOS; HENDEL SANTANA MORAIS; LIVIA BARROS DE ANDRADE UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA, BOA VISTA, RR, BRASIL. Resumo: Introdução: Ligas Acadêmicas são organizações estudantis nas quais um grupo de alunos se dedicam a conhecer melhor determinado tema e a atender demandas da população, sob orientação de um ou mais professores. Além de aulas, cursos, atividades de pesquisa e assistência, há a inserção dos alunos na comunidade, por meio de atividades educativas, preventivas ou de promoção à saúde (Azevedo, Dini, 2006). Objetivo: Descrever a atuação da Liga do Trauma de Roraima (LTRR) no âmbito educacional durante a formação complementar dos acadêmicos de medicina da Universidade Federal de Roraima (UFRR). Metodologia: A LTRR foi fundada em 2005, com o intuito de auxiliar na formação complementar dos alunos do curso de graduação em medicina da UFRR. Desta forma, a liga acadêmica foi inscrita na Pro-Reitoria de Extensão e iniciou as suas atividades no mesmo ano. Desde a sua fundação, a LTRR institui como atividades obrigatórias para ingresso e permanência a realização de prova de acesso (elaborada sob supervisão dos orientadores Dra Helvya Rochelle Távora Minotto e Dr Claudio Linhares), presença em plantões semanais na unidade de Trauma do Hospital Geral de Roraima (HGR) e apresentação semanal de casos clínicos com exposição teórica de temas relacionados ao assunto abordado, conforme cronograma teórico anual. A Liga oferece aos seus 33 ligantes e aos demais acadêmicos do curso de medicina, a promoção de cursos e atividades relacionados ao tema, a se destacar a Semana de Conscientização sobre a Paz no Trânsito (projeto anual), o Curso de Nós e Suturas, ofertado também de forma anual, e a III Jornada de Trauma de Roraima, que precedeu o Curso de Resposta Médica Avançada a Desastres, inédito no estado, aberto a toda a comunidade de profissionais e estudantes da área de saúde, além de estimular, por parte dos ligantes, a produção científica. Resultados: Verificou-se ampla adesão dos ligantes às atividades teóricas e práticas exigidas pela liga, proporcionando uma aproximação precoce ao farto cenário prático médico vivenciado no setor de trauma do HGR, bem como apresentação de diversos trabalhos em congressos. O Curso de Resposta Médica Avançada a Desastres teve larga aceitação entre o meio profissional e acadêmico, contando com professores de instituições renomadas nacional e internacionalmente. As atividades da LTRR visam educar e orientar a população da Capital Boa Vista objetivando diminuir os índices de violência no trânsito. Conclusão: Demonstrou-se, portanto, que as atividades propostas pela LTRR são de grande valia na formação acadêmica dos seus membros e demais alunos da graduação, educação preventiva da população do município e ultrapassa seus limites propostos inicialmente, atuando junto a educação médica continuada dos profissionais da saúde do estado de Roraima. PO051 - ESTUDO DE ÓBITOS POR TRAUMA EM RORAIMA TARSIA REGINA LEAL RAMOS; THAÍS SUELEN ISRAEL FERREIRA; HENDEL SANTANA MORAIS; LUDWIG AZEREDO; LIVIA BARROS DE ANDRADE; NAIRA DOS SANTOS GUTIERREZ UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA, BOA VISTA, RR, BRASIL. Resumo: Introdução: Acidentes e violências são alguns dos maiores problemas de Saúde Pública no mundo. No Brasil, juntos, compõem a segunda maior causa de óbitos. Abuso de álcool e drogas ilícitas, imprudência, além da urbanização desestruturada e aumento da desigualdade social, que contribuem para a violência urbana e a exclusão da população de baixa renda, são as principais causas da questão. Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico dos pacientes que evoluíram para óbito, após sofrerem traumas por causas externas, no período de 2008 a 2012 no estado de Roraima. Método: Estudo retrospectivo, exploratório e descritivo com uma abordagem quali-quantitativa. A coleta de dados foi realizada no banco de dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade do DATASUS (SIM-SUS), que apresentou um espaço amostral de 1130 óbitos registrados no período de 01/01/2008 a 31/12/2012. Os dados foram analisados de acordo com as seguintes variáveis: faixa etária, gênero, cor, estado civil e mecanismo de trauma. Esse estudo foi exposto em frequência absoluta, sob a forma de textos, gráficos e tabelas. Discussão: Com os dados coletados e tabulados, percebeu-se que a maioria dos traumas com óbito por causas externas eram do sexo masculino (81,5%) com a predominância de pessoas solteiras (74,2%). No tocante a cor/raça observou-se o predomínio das mortes de pessoas pardas (73,9%). Quanto aos mecanismos de trauma, há maior prevalência dos óbitos por agressão (31,3%) seguidos por acidentes motociclísticos (16,2%), o que acompanha os padrões nacionais. Em relação à faixa etária, nota-se tanto no sexo feminino quanto no masculino, a preponderância dos intervalos de 20-29 anos (30,5%) e 30-39 anos (21%), respondendo isoladamente por mais da metade das mortes. Esse último dado evidencia que o significado das mortalidades não pode ser reduzido a uma análise numérica. Sabe-se, hoje, que parâmetros de avaliação como o indicador Anos Potenciais de Vida Perdidos (APVP) - que aponta o total de anos em potencial perdidos a cada morte - conferem uma análise mais completa dos óbitos. Assim, quando as perdas são mais prevalentes em faixas-etárias jovens, caso observado no presente trabalho, há uma privação do potencial econômico e intelectual dos vitimizados para a sociedade. Conclusão: A análise dos dados das taxas de mortalidade por causas externas revela um perfil epidemiológico caracterizado por uma maioria de homens, solteiros, pardos, na faixa-etária de 20-29 anos e com prevalência de traumatismos por agressões e acidentes motociclísticos, indicando causas previníveis. Deste modo, observa-se que a maior parte dos óbitos acomete a população economicamente ativa, o que eleva as causas externas para um problema de não somente saúde pública, mas, também, socioeconômico. PO052 - TRAUMA FACIAL POR ARMA DE FOGO TARSIA REGINA LEAL RAMOS; THAÍS SUELEN ISRAEL FERREIRA; HENDEL SANTANA MORAIS; LUDWIG AZEREDO; LIVIA BARROS DE ANDRADE; NAIRA DOS SANTOS GUTIERREZ UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA, BOA VISTA, RR, BRASIL. Resumo: Introdução: O trauma facial apresenta elevados índices de acometimento se comparado a outras regiões, em função da exposição, sem proteções externas. A prevalência varia de acordo com idade, gênero e outros fatores que possam expor a população às etiologias. A idade mais acometida são adultos jovens, gênero masculino, e dentre as etiologias, as principais são acidentes veiculares, quedas, atividades esportivas, agressões físicas e acidentes de trabalho. Antigamente, consideravam-se os acidentes automotores os principais causadores deste tipo de trauma, porém supõe-se que com a criação e prática de normas de trânsito e mecanismos de proteção primária houve uma diminuição deste índice. Diante de um trauma em região facial, deve-se considerar a possibilidade do envolvimento de tecidos moles e ossos, assim como o acometimento do cérebro, olhos, seios da face e dentes. Logo, há o envolvimento multidisciplinar, envolvendo especialistas das áreas de cirurgia geral, oftalmologia, cirurgia plástica, bucomaxilofacial e neurocirurgia. Objetivo: Relatar um caso incomum de trauma crânio facial com arma de fogo. Relato do caso: Paciente ACLM, pardo, masculino, 19 anos, trazido pelo SAMU, proveniente do interior do Estado de Roraima, com trauma em região de fronte causado por disparo acidental de arma de fogo durante caçada. O projetil disparado em direção ínfero-superior atingiu a superfície facial em trajetória paralela ao eixo axial, expondo osso frontal, sem invasão da caixa craniana. Na admissão encontrava-se lúcido orientado, escala de coma de Glasgow 15, bom estado geral, hidratado, corado, eupneico em ar ambiente. À ectoscopia apresentava lesão traumática iniciada em região de sobrancelha direita, sendo visualizada pequena área de exposição óssea, bordas avermelhadas e hemi-face direita e bordos da ferida queimados e enegrecidos por pólvora advinda do disparo. Inicialmente, foi solicitada tomografia computadorizada (TC) de crânio e avaliação oftalmológica. Resultados: Na TC, foi detectada área hiperdensa sugestiva de hemorragia subdural de pequena quantidade em região frontal, sendo optado por tratamento conservador. Avaliação oftalmológica não revelou anormalidades. Paciente foi submetido a sutura para fechamento da ferida e mantido em observação, recebendo alta após 24hrs de internação. Conclusões: O paciente pertence à faixa etária e gênero mais acometido pelo trauma facial. O acidente por arma de fogo não pertence à etiologia mais prevalente deste tipo de trauma, estando este normalmente envolvido com uma alta energia cinética, tendo repercussões intensas sobre as estruturas e adjacentes. Apesar da gravidade do ocorrido, o paciente apresentou uma lesão pouco compatível com o tipo de trauma. PO053 - LESÃO DE DUODENO: FERIMENTO PENETRANTE THIAGO RIBEIRO BARROS1; ROGER HEISLER2; DIEGO CARRÃO WINCKLER2; MARIO SALIM KALIL1; MARIANA ONGARATTO SCHERER1; RICARDO BREIGEIRON1 1.PUCRS, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL; 2.HOSPITAL DE PRONTO SOCORRO, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: A lesão traumática do duodeno ocorre em 3 a 5% dos pacientes com lesão abdominal e seus sinais e sintomas podem não ser óbvios devido à localização retroperitoneal de parte do órgão. Ferimentos por projétil de arma de fogo (FPAF) são responsáveis por 57% das lesões duodenais, as quais ocorrem principalmente na 2a e 3a porção, 19% e 36% das lesões, respectivamente. Ferimentos duodenais de baixo grau são inicialmente manejados conservadoramente. Em traumas penetrantes, a conduta indicada é a exploração cirúrgica. OBJETIVO: Apresentar a conduta possível a ser tomada em caso de FPAF em lesão de duodeno. MÉTODO: Paciente de 12 anos, chega ao HPS/POA-RS, vítima de FPAF. Sinais vitais na admissão: frequência cardíaca (FC) de 84bpm, pressão arterial (PA) 154/78mmHg, saturação (O2) de 100% em ar ambiente. Na avaliação da Cirurgia Geral, apresentava FPAF com orifício de entrada (OE) na região paravertebral direita e orifício de saída (OS) no quadrante inferior direito (QID), abdômen tenso, defesa abdominal com sinal de irritação peritoneal. Iniciada analgesia e encaminhado ao bloco cirúrgico. Foi realizada Laparotomia Exploradora (LE), na qual se evidenciou hemoperitônio, lesão hepática em segmento IV, grau III, sem sangramento ativo, lesão de 2ª e 3ª porção do duodeno, grau IV, com saída de restos alimentares e de bile. Realizado desbridamento de bordos e realizada rafia primária da lesão duodenal, além de uma jejunostomia à 20 cm do ângulo de Treitz com inserção de sonda nasogástrica (SNG) e lavagem da cavidade com soro fisiológico aquecido (SF 0,9%). Foi inserido um dreno de tórax junto ao espaço hepato-duodenal. O paciente foi submetido a antibioticoterapia por 48 horas no pós-operatório (PO) com uso de inibidor da Bomba de Prótons. A SNG foi deixada aberta em frasco, com plano de permanecer cerca de 3 semanas em NPO. No 2° dia de PO, iniciou-se dieta semi-elementar por jejunostomia, com boa tolerância. Foi mantida a SNG por uma semana e o NPO por 6 dias. RESULTADOS: Paciente seguiu internado na UTI pediátrica; não foram relatadas intercorrências. CONCLUSÕES: As lesões de duodeno são raras, assim um grau de suspeição deve sempre ser levantado conforme se analisa, com auxílio de exames de imagem, uma possível trajetória por projetil de arma de fogo (PAF) próxima a esse órgão, além, é claro, de considerar outras possíveis trajetórias por outros tipos de lesão penetrante, ou até mesmo por lesão contusa. Da mesma forma, deve-se manter uma atitude de vigilância em relação a possíveis lesões ocultas de vasos e de outros órgãos retroperitoneais em FPAF. Assim, através da LE, é possível verificar a presença, ou ausência de lesões associadas à lesão duodenal uma vez que a incidência de lesões intraperitoneais importantes é de até 90%, nestes casos. PO054 - LESÃO DE VEIA CAVA INFERIOR DANIEL ILIAS; MARLON MODA; THIAGO CERIZZA PINHEIRO; ACCACIO ALMEIDA ABUSSAMARA JUNQUEIRA ANDRADE; ANDRE DI FRANCESCO VEIGA; JOSÉ MAURO DA SILVA RODRIGUES PUC-SP, SOROCABA, SP, BRASIL. Resumo: Introdução: A lesão vascular é causa primária de morte no traumatismo abdominal e qualquer doente com ferimento no abdome deve ser considerado como portador de uma lesão vascular. Particularmente graves, pacientes com lesões venosas abdominais extensas tem uma mortalidade entre 50 e 90% e isso torna necessário um conhecimento abrangente dos diversos padrões de lesões e das múltiplas estratégias operatórias disponíveis. Atualmente, as lesões vasculares são um problema demasiadamente comum nos centros de trauma urbanos e ocorrem em 10 a 20% de todos os doentes submetidos à laparotomia por traumatismos penetrantes na população civil urbana. Objetivo: Relatar o caso de vítima de ferimento de arma branca (FAB) em região epigástrica com lesão de veia cava inferior (VCI). Método: As informações foram obtidas por meio de anamnese, exame físico e descrição cirúrgica, registro dos métodos de imagem aos quais o paciente foi submetido e revisão da literatura. Relato de caso: Paciente masculino 25 anos, admitido em outro serviço após FAB em região epigástrica com evisceração e ferimento corto contuso em membro superior esquerdo sendo submetido a lapatotomia diagnóstica com lesão de intestino delgado à 70 cm do ângulo de Treitz e realizada enterectomia com anastomose primária; na ocasião evidenciou-se hematoma retroperitoneal em Zona I, porém devido a instabilidade hemodinâmica foi optado pelo damage control. Reabordado após 48 horas explorou-se a Zona I, evidenciando lesão de VCI com sangramento ativo na qual foram colocadas membranas hemostáticas absorvíveis seguidas por compressas cirúrgicas na cavidade abdominal. Posteriormente o paciente foi encaminhado para nossa Unidade Regional de Emergência (URE), já passados 4 dias do evento traumático. Em nosso serviço o paciente foi submetido a uma laparotomia evidenciando uma lesão de VCI de aproximadamente 3,5 cm com sangramento ativo; realizada exposição com clampeamento proximal e distal e posterior sutura da lesão. O paciente recebeu alta no oitavo dia pós operatório e permanece em acompanhamento ambulatorial com boa evolução. Conclusões: O traumatismo de VCI continua sendo uma situação desafiadora devido a sua alta taxa de mortalidade. Trata-se de uma doença de população jovem, urbana, predominantemente masculina e fundamentalmente relacionada à violência interpessoal. PO055 - CHOQUE ELÉTRICO: RELATO DE UM CASO CLÁUDIA TAMIRES SOUSA LEITE; ADRIANA AILA ROCHA ARAÚJO; FRANCYELLE SAMYRAMIS LOURENÇO RODRIGUES UNIVERSIDADE CEUMA, SAO LUIS, MA, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: As queimaduras elétricas são um importante agravo à saúde dos trabalhadores e podem ocorrer pela passagem da corrente elétrica por contato direto ou por arco elétrico. Na literatura nacional, são escassos os estudos que abordam as queimaduras ocorridas durante a realização das atividades laborais. Nesse sentido, identifica-se a necessidade de investigar as circunstâncias que envolvem tais acidentes, priorizando a análise dos fatores nocivos e dos riscos profissionais, que resultam em perigos, e favorecem a ocorrência das queimaduras. OBJETIVOS: O presente estudo tem por objetivo identificar as consequências e os aspectos que contribuíram para a ocorrência de um acidente de trabalho com queimadura elétrica. Dessa forma, a opção pelo estudo de caso, ocorreu por possibilitar estar junto da situação a ser pesquisada e refletir com profundidade as múltiplas sequelas existentes no relato do paciente. MÉTODO (RELATO DO CASO): Paciente J.R.S. N, sexo masculino, 54 anos, vítima de choque elétrico em rede elétrica de alta tensão no município de Santa Inês- MA em agosto de 2013. No momento do acidente teve perda de consciência e prosseguiu com 3 paradas cardiorrespiratórias, uma delas no centro cirúrgico do Hospital Municipal Djalma Marques (HMDM) em São Luís- MA, ao qual foi encaminhado no momento do acidente . Foi admitido na UTI como grande queimado, com queimaduras de terceiro grau em hemiface esquerda e exposição do osso da mandíbula, perna esquerda e pescoço. Foi submetido à amputação na altura do terço inferior da coxa e desbridamento da ferida de face e pescoço. O paciente foi transferido para o Hospital Geral Tarquínio Lopes Filho (HTLF) em Outubro de 2013. O estudo foi baseado nos dados do prontuário do paciente. RESULTADOS: O quadro evoluiu para osteomielite em mandíbula esquerda e o paciente foi submetido à hemimandibulectomia, não tendo sido realizada posteriormente a reconstrução da hemiface, visto a complexidade do caso e a não realização do procedimento em São Luís. O paciente aguarda a cirurgia fora do domicílio há nove meses. Segundo avaliação oftalmológica, o paciente apresenta amaurose bilateral devido catarata traumática decorrente do choque elétrico e foi submetido a cirurgia de facectomia com implante de lente intraocular no olho direito e o olho esquerdo aguarda o transplante de córnea. CONCLUSÃO: Portanto, esse relato tem como função apresentar as consequências clínicas e cirúrgicas decorrente de choque elétrico. A queimadura elétrica é um acidente de trabalho comum e capaz de causar sequelas irreversíveis na pele, membros e nos sistemas do corpo humano. A intenção é expor as repercussões patológicas que o paciente apresentou após o incidente como as queimaduras de terceiro grau seguida de amputação do membro inferior esquerdo, amaurose bilateral devido a catarata traumática e apresentar a difícil resolução do caso pelo Estado por não ser feito o procedimento final de reconstrução da face após a hemimandibulectomia no local. PO056 - EVOLUÇÃO BENIGNA DE TRAUMA PENETRANTE GABRIEL REIS CASTRO; FÁBIO SANTOS ALVES; JOÃO CARLOS BEZERRA; ANDRÉ OURO REIS; ANNA CAROLINNE LEAL; SUIANY GONZAGA SANTOS HOSPITAL DE URGÊNCIAS DE SERGIPE, ARACAJU, SE, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: A região abdominal constitui o principal sítio de lesões decorrentes de traumas penetrantes, sejam eles ferimentos por arma branca (FAB) ou arma de fogo (FAF). A região denominada de zona de transição tóraco-abdominal (ZOTTA) consiste em uma área de especial abordagem terapêutica, pois abriga estruturas de três sistemas distintos e essenciais ao organismo: respiratório, cardiovascular e gastrointestinal. A literatura aponta que FAFs em ZOTTA cursam com lesões diafragmáticas em 48% dos casos, as quais podem permanecer obscuras em cerca de 8 a 10% dos pacientes. As lesões diafragmáticas tratadas na ocasião do trauma apresentam uma taxa de mortalidade menor que 5%, porém quando diagnosticadas durante alguma complicação, a taxa de mortalidade aumenta para até 48%. As lesões gástricas traumáticas resultam, normalmente, de ferimentos penetrantes. Segundo Sabiston et. al, menos de 1% dessas lesões são secundárias ao evento traumático, sendo as lesões por traumatismo fechado raras e de diagnóstico difícil. Os riscos de mortalidade e morbidade em lesões gástricas propriamente ditas são de 6 e 27%, respectivamente. OBJETIVOS: Relatar a condução do caso de um paciente vítima de FAB em ZOTTA esquerda com evisceração. MÉTODOS: As informações foram obtidas a partir da anamnese e do exame físico do paciente, análise da conduta cirúrgica e evolução pós-operatória, além de revisão de literatura. RESULTADOS: Paciente do sexo masculino, 23 anos de idade, deu entrada no Hospital de Urgências de Sergipe no dia 30 de setembro de 2013, vítima de FAB em ZOTTA esquerda com evisceração. Durante laparotomia exploradora, constatou-se hemoperitôneo, lesão em parede posterior do estômago, hematoma no ângulo esplênico e lesão em diafragma. Após realização da Manobra de Mattox, evidenciou-se uma lesão grau II em ângulo esplênico do cólon transverso. Foram realizadas gastrorrafia, colorrafia e frenorrafia. Procedeu-se à exploração, inventário e lavagem da cavidade, não sendo evidenciadas outras lesões. Um dreno tubular com selo d'água foi colocado em hemitórax direito. O paciente evoluiu bem e teve alta hospitalar no 9º dia pós-operatório (DPO). Durante recuperação, apresentou taquipneia e murmúrio vesicular diminuído em base pulmonar esquerda. Queixou-se de dificuldade para respirar e de dores abdominais difusas, porém sem irritação peritoneal. O dreno torácico foi retirado no 4º DPO. CONCLUSÃO: Pacientes com lesão em região de ZOTTA são um desafio, pois frequentemente apresentam alto nível de laparotomias nãoterapêuticas e mortalidade associadas à dupla intervenção cavitaria. A evolução benigna do paciente portador de múltiplas lesões graves e potencialmente fatais mostrou que a intervenção cirúrgica de emergência foi crucial na mudança do seu prognóstico. PO057 - EMPALAMENTO TORÁCICO E EVISCERAÇÃO BRUNA SCHMITT DE LACERDA1; MARIANA AB CIOFFI2; NÁDIA GABRIELE RUDNICK2; DIEGO CARRÃO WINCKLER2; MARJA LUCIANE VISIOLI2; ANTÔNIO ROGÉRIO CRESPO2 1.PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL-FACULDADE DE MEDICINA, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL; 2.HOSPITAL DE PRONTO SOCORRO, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: O empalamento tóraco-abdominal é um dos tipos mais graves de trauma penetrante, pois envolve tanto danos diretos às estruturas anatômicas, como fraturas de costelas ou contusão pulmonar, quanto indiretos, como tamponamento cardíaco, pneumotórax hipertensivo e hemotórax. Já o trauma penetrante abdominal está relacionado com hematoma ou laceração de alguns órgãos, sendo o fígado, intestino delgado, diafragma e cólon os mais acometidos. A associação de ambos resulta em mortalidade ainda maior. OBJETIVOS: Discutir o manejo de paciente com trauma penetrante tóraco-abdominal e evisceração. MÉTODO: Paciente masculino, encaminhado de outra cidade por ferimento por arma branca. Naquela cidade, recebeu analgésicos, concentrado de hemácias, cristalóide e dreno em hemitórax esquerdo (E). Chega ao hospital terciário com queixa de dor, em decúbito ventral, em maca rígida, com objeto metálico em região dorsal mediana com direcionamento para a E da coluna tóraco-lombar, entre o 8° e 9° espaço intercostal. Lesão penetrante em flanco direito com evisceração de epíplon associada. Em uso de O2 por máscara, sinais vitais estáveis, Glasgow 15, pupilas isocóricas e fotorreagentes, sem aparente déficit motor. RESULTADOS: Realizado radigrafia de tórax e encaminhado ao bloco cirúrgico. Por dificuldade, o objeto foi retirado antes da intubação. Realizada toracotomia exploradora anterolateral E, que mostrou lesão penetrante em tórax com 3 cm com lesão em face posterior do lobo inferior pulmonar E. Realizada rafia do parênquima. Colocados drenos tubulares a E, anterior e posterior. Realizada laparotomia exploradora que evidenciou lesão grau III em segmento proximal de cólon ascendente com sinais de comprometimento vascular. Realizada ressecção de 5 cm distais de íleo, ceco e terço proximal de cólon ascendente. Realizada íleo-cólon anastomose término-terminal, após ampliação de coto ileal. Sutura da parede abdominal em local de violação da cavidade. Nas primeiras 12 horas, houve saída de conteúdo sero- hemático por ambos os drenos. Apresentou boa evolução pós-operatória. CONCLUSÕES: No atendimento pré-hospitalar, é necessária cautela no transporte do paciente, que deve ser rápido e com a menor manipulação possível do objeto empalado, para que não se perca o efeito tamponante do objeto. Exames secundários não devem atrasar o tratamento definitivo. A retirada do objeto deve ser sob visão direta, para inspeção do trajeto. Neste caso, houve dificuldade para intubação devido à posição do paciente e o objeto foi retirado previamente à toracotomia. Embora não haja protocolo definido para a conduta no empalamento, algumas metas devem ser alcançadas: otimizar a oxigenação tecidual, controlar sangramentos e repor volume, evitando a hiper-hidratação. PO058 - QUILOPERITÔNEO TRAUMÁTICO EM CRIANÇA BRUNA SCHMITT DE LACERDA1; MARIANA AB CIOFFI2; LUIZ AC ALVES2; MARCELO B GUIMARÃES2; NÁDIA GABRIELE RUDNICK2; PAULO RENATO MOTTA2 1.PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL-FACULDADE DE MEDICINA, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL; 2.HOSPITAL DE PRONTO SOCORRO, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: Quiloperitôneo é o acúmulo de fluido leitoso rico em triglicerídeos por presença de linfa torácica ou intestinal na cavidade abdominal. Pode ser causado por neoplasia, cirrose, congênito, inflamatório, pós-operatório e traumático. Em pacientes pediátricos, a mais prevalente é a congênita. Entre os traumáticos, 10% têm relação com trauma abdominal contuso da Síndrome da Criança Espancada. OBJETIVOS: Reconhecer os principais aspectos clínicos do quiloperitôneo por trauma abdominal contuso e seu adequado manejo. MÉTODO: Paciente feminina, 1 ano e 9 meses. Atendida inicialmente em Unidade de Pronto Atendimento, após ser encontrada desacordada. Segundo familiar, havia apresentado vômitos com raias de sangue e fezes diarreico-sanguinolentas alguns dias antes. Encaminhada então para hospital terciário, no qual realizou tomografia (TC) de abdome, evidenciando lesão hepática grau III e grande quantidade de líquido livre na cavidade. Foi transferida ao centro de trauma. À chegada, apresentava-se instável hemodinamicamente, torporosa, abdome globoso e distendido, além de equimoses em tórax e abdome, hiperemia em região peri-anal e hematomas em dorso. Submetida à laparotomia exploradora que evidenciou hemoperitônio moderado, laceração hepática grau III nos segmentos II, III e IV, lacerações de mesentério e pequeno hematoma retroperitoneal em loja renal direita, não expansivo. Realizada rafia hepática e inserido dreno tubular sub-hepático. Iniciado o protocolo de abuso infantil da instituição. RESULTADO: No Pós-operatório (PO) imediato, evoluiu com choque refratário, acidose metabólica, síndrome da resposta inflamatória sistêmica, insuficiência renal aguda. No 4˚ PO, foi suspenso o vasopressor e reiniciada dieta enteral. Realizada TC de crânio, que identificou traumatismo craniano, sem necessidade de intervenção cirúrgica. No 6˚ PO teve saída de líquido leitoso através do dreno com triglicerídeos de 368mg/dl. Alterada dieta rica em triglicerídeos de cadeia média. Evoluiu com redução gradual da drenagem, retirado o dreno no 12º PO, com resolução do quadro de quiloperitôneo. CONCLUSÕES: Apesar de raro, com uma incidência variando de 1:50 000 a 1:100 000, e de difícil identificação, o quiloperitôneo deve ser cogitado no diagnóstico de populações adultas e pediátricas. Em adultos, 85% são causados por linfoma maligno a nível abdominal; em crianças, mais de 50% dos casos são causados por anomalias congênitas do sistema linfático. Na população pediátrica, a etiologia traumática representa aproximadamente 9%, podendo chegar, atualmente, a quase 20%. Depois de determinar o diagnóstico, estabelecer a causa é um passo crucial para avaliação do prognóstico. No caso relatado, o tratamento conservador com mudança da dieta foi suficiente para resolução do mesmo. PO059 - CURSO BÁSICO DO TRAUMA MARCELA GRUENDLING1; THIAGO RIBEIRO BARROS1; VITÓRIA LUCIETTO PICCININI1; GUSTAVO DOS SANTOS RAUPP1; LUIZA MACHADO KOBE1; RICARDO BREIGEIRON2 1.PUCRS, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL; 2.HPS-POA, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. Resumo: Introdução: Sabe-se que o trauma é uma causa de morte bastante prevalente no Brasil, devendo ser visto como um problema de saúde pública. Uma vez que é comum que esses casos sejam de mortes evitáveis, um manejo correto e profissionais qualificados se fazem necessários. A Liga do Trauma, com intuito de permanente difusão do conhecimento teórico-prático, busca proporcionar os conhecimentos básicos para o manejo inicial adequado do doente traumatizado. Nesse sentido, desenvolvemos cursos, entre eles o Curso Básico do Trauma, voltado para acadêmicos da área da saúde. Objetivos: Acidentes muitas vezes têm o seu desfecho negativo relacionado ao manejo inicial inadequado dos feridos. Devido a isso, percebe-se a importância, para os acadêmicos, do conhecimento básico do trauma, tanto no caso de acidentes ainda na fase inicial, como na fase tardia. O curso, portanto, tem como objetivo habilitar os estudantes a atuarem de maneira correta, prevenindo que ocorram complicações desnecessárias em relação aos doentes traumatizados. Métodos: O curso é realizado em três etapas, nos dois primeiros dias acontecem aulas teóricas, de mídia expositiva, ministradas por médicos experientes no Trauma. Anualmente, selecionamos temas relevantes com base na prevalência dos acidentes. Na última edição, em 2014, foram abordados, os seguintes temas: manejo do grande queimado, triagem para avaliação de vítimas, avaliação primária e atendimento a múltiplas vítimas. Foi realizada também uma simulação de atendimento primário ao doente traumatizado, representando a atuação de um profissional capacitado e de um não capacitado, evidenciando as diferenças do desfecho com relação ao manejo. Já no terceiro dia de curso, acontece uma atividade prática com participação direta dos alunos, na qual, em 2014, foram abordados assuntos como imobilização do doente e retirada correta do capacete. Resultados: O Curso Básico do Trauma ocorre anualmente, no primeiro semestre do ano, e conta com um público de aproximadamente 80 alunos. O conteúdo e as técnicas apresentadas durante o curso devem instruir e auxiliar os acadêmicos na prestação de atendimento de emergência a doentes com traumatismos multissistêmicos. Conclusão: O tratamento ao traumatizado requer uma rápida identificação das lesões que podem causar a morte iminente do paciente baseado em estágios pré-definidos: triagem, avaliação primária e avaliação secundária. Assim, o intuito do Curso Básico do Trauma é aproximar o estudante dos períodos iniciais, ainda distante da prática médica, da teoria fundamental para o atendimento desse tipo de paciente. Focamonos em ensinar as condutas mais simples para que os alunos saibam, nesta etapa de sua formação acadêmica, os primeiros passos para estabilizar a vida do paciente. PO060 - COLEHEMOPERITONEO: UM RARO DESFECHO JÚLIA DE GASPERI1; MICHELLE E UNTERLEIDER2; ROGER HEISLER2; NÁDIA GABRIELE RUDNICK2; LUIZ AC ALVES2; LUIZ FS MELLO2 1.PUCRS, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL; 2.HPS- PORTO ALEGRE, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: O fígado é o órgão com maior chance de ser lesado em traumas contusos, e o tratamento não-operatório (TNO) é uma opção terapêutica para vítimas com lesão hepática isolada, quando o paciente encontra-se hemodinamicamente estável e não há evidência, nos exames de imagem, de lesão em outros orgãos intra-abdominais. Entretanto, possíveis complicações a posteriori podem aparecer, como, por exemplo, o colehemoperitônio, que pode ter um impacto bem negativo para a sobrevida do paciente. Desta forma, um aprofundamento deste tópico é de extrema relevância. OBJETIVOS: Apresentar um caso de colehemoperitônio no trauma hepático e discutir a melhor conduta. MÉTODOS: Paciente feminina, 51 anos, vítima de colisão automobilística, foi levada ao hospital. Estava pálida, sudorética, com pulsos filiformes, má perfusão periférica, hipotensa, taquicárdica e taquipneica, Glasgow 14. Havia equimose no dorso à direita. Uma TC de abdômen com contraste EV, evidenciou laceração no lobo direito do fígado (Grau IV) e presença de líquido livre. Paciente foi avaliada pela Equipe de Cirurgia Geral e do Trauma que decidiu pelo TNO para o trauma hepático, pois o paciente havia estabilizado hemodinamicamente. No 4º dia de internação, entretanto, paciente iniciou com distensão abdominal, com piora no 7º dia. Foi realizada ecografia abdominal que demonstrou liquido livre na cavidade. Optou-se pela Laparotomia Exploradora (LE): foram evidenciados 4 litros de colehemoperitônio, lacerações hepáticas parcialmente resolvidas e espessamento das paredes da vesícula biliar; realizou-se a colecistectomia, colocados drenos nos espaços supra-hepáticos anterior e posterior à direita. Durante a LE, foi diagnosticado colecistite alitiásica e lacerações hepáticas presença de colehemoperitôneo. No pós-operatório, paciente evolui com melhora da distensão abdominal; porém, com drenagem biliar de alto débito que teve diminuição progressiva após. Paciente tem alta hospitalar no 40º dia. RESULTADOS: O trauma hepático com extravasamento de bile e sangue para o peritônio é raro. Em estudo por Dawson, D.L. et al, apenas 0,21% dos pacientes com múltiplos traumas apresentaram este tipo de lesão, e a maior parte deles foi ao óbito por hemorragia não controlada. Em outro estudo por Jurkovich G.J. et al, apenas 31% dos paciente com este tipo de lesão eram vítimas de trauma hepático contuso. DISCUSSÃO: O manejo de pacientes com lesões na árvore biliar intra-hepática deve ser feito cirurgicamente. O uso de um dreno simples ainda é a técnica mais utilizada, e, na maioria dos pacientes, a fístula que está possibilitando este extravasamento fechará espontaneamente; entretanto lesões mais complexas da árvore biliar irão necessitar outras abordagens mais complexas, como rafias e/ou colecistectomia. 26/08/2014 13:00-14:00 HOTEL SALA 6 TEMA LIVRE IV TL022 - EPIDEMIOLOGIA DOS QUEIMADOS DO HSCG CLOVES DE LAZARI AMORIM1; GESSICA ELLEN DUARTE OGUCHI1; FLAVIO SCAVONE STEFANINI1; ELSON TAVEIRA ADORNO FILHO2; RAFAEL DEL CIAMPO1; DANIEL GOMES DA COSTA1 1.FAMED UFMS, CAMPO GRANDE, MS, BRASIL; 2.SANTA CASA, CAMPO GRANDE, MS, BRASIL. Resumo: Introdução: As queimaduras são feridas traumáticas causadas por agentes térmicos, químicos, elétricos ou radioativos, que podem atingir extensões e profundidade variáveis, e, mesmo quando não levam a óbito, produzem grande sofrimento físico e requerem tratamentos que duram meses ou até anos deixando graves sequelas físicas e psicológicas ao paciente. Objetivos: Traçar um perfil epidemiológico dos pacientes vítimas de queimaduras, e analisar dados como perfil das vítimas, intencionalidade, causas e dias de internação hospitalar, a fim de estratificar os pacientes atendidos pela Equipe de Cirurgia Plástica da Santa Casa de Misericórdia de Campo Grande. Métodos: O estudo retrospectivo avaliou 264 prontuários de pacientes com queimaduras atendidos pela equipe de Cirurgia Plástica do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Campo Grande – MS, de abril de 2012 a abril de 2013. Foi critério de inclusão deste trabalho quaisquer pacientes vítima de queimadura, e de exclusão, prontuários com dados incompletos ou inconsistentes. Resultados: Observou-se predominância em adultos do sexo masculino, na proporção de 1,77:1, bem como a predominância de pacientes provenientes de Campo Grande (61%) sobre os procedentes de outras localidades, independentemente do agente causal. A idade média encontrada foi de 27,53 anos, com intervalo entre 8 meses e 82 anos. A maior parte das lesões ocorreu em área domiciliar e foi causada por fogo, com destaque para o álcool. A escaldadura por líquidos quentes ocupou a segunda posição, destacando-se pelo acometimento infantil (50% dos casos em crianças menores de 7 anos). Numa análise global, o predomínio de eventos se deu em ambientes abertos (62%). Aproximadamente 86% dos casos foram acidentais, destes, 23% ocorreram em ambiente de trabalho. Constatou-se ainda que 57% das vítimas apresentaram queimadura comprometendo menos de 10% da SCQ; 22% foram considerados médios queimados e 21% grandes queimados. Tronco (62,7%) e membros superiores (60,4%) foram os principais alvos. O relato de ingestão alcoólica ou uso de drogas antes do evento ocorreu em 16,2% dos pacientes. Treze pessoas (7,5%) praticaram tentativa de autoextermínio, todas utilizando fogo. Conclusão: Os casos de queimaduras atendidos em nossa unidade seguem o perfil descrito na literatura pesquisada. O maior número de internações ocorre em pacientes do sexo masculino. Na faixa etária acima de 14 anos, o álcool é o principal agente etiológico nas queimaduras TL023 - TRAUMA RENAL-TRATAMENTO NÃO OPERATÓRIO MARIANA AB CIOFFI; MARCELO B GUIMARÃES; MICHELLE E UNTERLEIDER; LUIZ AC ALVES; MARCOS M FONSECA; LUIZ FS MELLO HOSPITAL DE PRONTO SOCORRO DE PORTO ALEGRE, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. Resumo: Introdução: O trauma renal está presente em 1-3% dos pacientes traumatizados e em cerca de 10% dos traumatismos abdominais. A tomografia computadorizada abdominal com contraste endovenoso é o método de escolha para investigação. O tratamento não operatório pode ser empregado no tratamento das lesões renais de baixa graduação com sucesso na maioria dos casos. O tratamento não operatório (TNO) das lesões renais de maior graduação permanece controverso. Objetivo: Relatar a experiência do Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre, em relação ao TNO nos pacientes vítimas de trauma renal. Métodos: Análise do banco de dados dos pacientes atendidos na instituição no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2013 e submetidos ao TNO. Resultados: Quarenta e um pacientes foram submetidos ao tratamento não operatório por trauma renal. Trinta e oito (92,68%) pacientes evoluíram com sucesso. A maioria (75,6%) dos pacientes foi do sexo masculino, a média de idade foi de 26,4 anos, RTS: 7,72, ISS: 9 e TRISS: 98%. O tempo médio de internação foi de 7,5 dias. As lesões renais mais frequentes foram as de grau II e III. Dos pacientes que tiveram lesão de outro órgão sólido associado à lesão renal, lesão hepática foi a mais encontrada (46,3%), seguido pela lesão esplênica (24,4%). Conclusão: O tratamento não operatório do trauma renal contuso é uma opção segura em pacientes com estabilidade hemodinâmica. Reduz a morbimortalidade relacionada aos procedimentos cirúrgicos e o índice de nefrectomia sem aumentar a mortalidade global referente ao trauma renal. TL024 - FERIMENTOS DE VEIA CAVA INFERIOR CLEINALDO DE ALMEIDA COSTA1; ANTÔNIO OLIVEIRA DE ARAÚJO2; TYANE DE ALMEIDA PINTO1; PAULO HENRIQUE KLEIN1 1.ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS, MANAUS, AM, BRASIL; 2.HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GETÚLIO VARGAS, MANAUS, AM, BRASIL. Resumo: EVOLUÇÃO E COMPLICAÇÕES DE FERIMENTOS DE VEIA CAVA INFERIOR E/OU AORTA ABDOMINAL. ESTUDO PROSPECTIVO NA CIDADE DE MANAUS Introdução: A lesão vascular é a causa primária de morte no traumatismo abdominal, principalmente quando se refere a trauma de veia cava inferior e/ou aorta abdominal, levando o paciente em poucos instantes a um estado de choque hipovolêmico grave podendo evoluir para óbito antes mesmo de este chegar ao centro de emergência. Atualmente, relatam-se muito mais casos de traumatismo vascular abdominal, devido, principalmente, à melhoria do serviço de urgência e emergência pré-hospitalar, que permite que o paciente chegue com vida ao centro de trauma e que seja posteriormente submetido à cirurgia para correção da lesão. Objetivos: Avaliar a evolução e as complicações de ferimentos de veia cava inferior e/ou aorta abdominal. Detectar possíveis alterações morfológicas e hemodinâmicas em veia cava inferior e/ou aorta abdominal, nos pacientes que sobreviveram a ferimentos em tais estruturas, por meio de angiorressonância magnética e duplex scan. Métodos: Projeto aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Fundação Hospital Adriano Jorge. Trata-se de um estudo prospectivo, abrangendo pacientes sobreviventes de ferimentos de veia cava inferior e/ou aorta abdominal, desde janeiro de 1997 até junho de 2011. Foram incluídos no estudo todos os pacientes que sobreviveram a ferimentos de veia cava inferior e/ou aorta abdominal admitidos no Pronto Socorro Municipal 28 de Agosto e Hospital Pronto Socorro Dr. João Lúcio Pereira Machado e que assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Realizou-se uma análise descritiva dos dados epidemiológicos relacionando idade, sexo, local das lesões, etiologia, período de tratamento, tipo de procedimento realizado e complicações. Resultados: Com um total de 46 prontuários analisados neste intervalo de tempo, foram 28 óbitos e 18 altas hospitalares. Conforme já relatado na literatura, há predomínio do sexo masculino dentre as vítimas (91.4%) e a faixa etária fica em torno dos 21 anos. Quanto ao mecanismo de trauma, concluiu-se que ferimentos por arma de fogo estão relacionados a uma maior mortalidade, de 70% contra 42% dos óbitos referentes a ferimentos por arma branca. Em nosso estudo, verificaram-se: nove casos de ferimento atingindo aorta abdominal (destes, 77,7% vieram a óbito) acometendo, principalmente, região infrarrenal; 33 pacientes lesaram veia cava inferior (cuja mortalidade foi de 42%). Quatro pacientes tiveram ambos os vasos atingidos (com apenas um sobrevivente, correspondendo a 25%). . Observou-se que os principais órgãos concomitantemente atingidos foram: fígado (30,4%) e estômago (21,7%). Foi realizada laparotomia ou toraco-laparotomia (nos casos de ferimentos toraco-abdominais) e rafia da lesão com sutura primária em 100% dos casos. A principal complicação trans e pós-operatória que levou mais de 50% dos pacientes a óbito foi parada cardiorrespiratória (75%) seguida de choque hipovolêmico (17,8%) e sepse (7,1%). Conclusões: Condutas de urgência são necessárias para tratar vítimas de trauma vascular da veia cava inferior e aorta abdominal. Investimentos em prevenção e treinamento de equipe cirúrgica são determinantes para diminuir morbimortalidade. TL025 - TRAUMATISMO DE VASOS CERVICAIS CLEINALDO DE ALMEIDA COSTA1; ANTÔNIO OLIVEIRA DE ARAÚJO2; PAULO HENRIQUE KLEIN1 1.ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS, MANAUS, AM, BRASIL; 2.HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GETÚLIO VARGAS, MANAUS, AM, BRASIL. Resumo: TRAUMATISMO DE VASOS CERVICAIS - ANÁLISE RETROSPECTIVA NA CIDADE DE MANAUS DE JANEIRO DE 2006 A JUNHO DE 2012 Introdução: A existência de uma lesão vascular cervical ou cervicotorácica por si só constitui uma ameaça à vida e é entendida como condição determinante de sobrevida. Tal como acontece com as lesões vasculares de outras partes do corpo, as lesões nas estruturas vasculares do pescoço vêm se tornando cada vez mais freqüentes. Estima-se que dentre os traumatismos, aproximadamente 5 a 10% correspondem à região do pescoço. Objetivos: Estudar o perfil dos doentes com ferimentos vasculares cervicais em doentes atendidos vivos na cidade de Manaus, Amazonas. Métodos: Projeto aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Fundação Hospital Adriano Jorge. Estudo retrospectivo não randomizado realizado entre janeiro de 2006 e junho de 2012, nos prontos-socorros 28 de Agosto e Dr. João Lúcio Pereira Machado na cidade de Manaus. Foram incluídos no estudo todos os doentes admitidos vivos em ambos os centros de trauma, os quais, durante a cervicotomia exploradora, foi evidenciada lesão vascular cervical. A seguir foi realizada uma análise descritiva dos dados. Resultados: Foram analisados 68 doentes, 99% homens com média de idade de 25,6 anos. Cerca de 82% foram ferimentos por arma branca (FAB) e 18% por arma de fogo (FAF). A taxa de sobrevivência foi de 97%. Metade dos doentes tinham lesões em zona II e 30% em zona I. Cerca de 34% dos doentes apresentaram-se com sangramento ativo pela lesão traumática e 24,7% não apresentavam sangramento. A veia jugular interna foi lesada em 25,6% dos doentes, veia jugular externa em 19,2% e artéria carótida comum em 10,3%. A ligadura foi realizada em 63%, predominantemente venosa. Houve 15 complicações pós-operatórias, incluindo pneumonia hospitalar e mediastinite. O tempo médio de cirurgia foi de 107 minutos. A média de cristalóides infundidos foi de 3300 mL e 24% necessitaram de concentrados de hemácias. Conclusões: Os ferimentos vasculares cervicais representaram um quarto das indicações de cervicotomia exploradora na cidade de Manaus entre 2006 e 2012. As variáveis que contribuíram para a sobrevivência observada neste estudo foram (1) mecanismo de trauma, com predomínio de arma branca; (2) predomínio de lesões venosas e (3) estabilidade hemodinâmica. TL026 - PROJETO ALFA-MANAUS LAURA BRANDÃO BARROS; GUILHERME CÉSAR MONTE GIOVANAZZI; PAULO CÉZAR COSTA DUARTE; ARIELA BARROSO COSTA UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS, MANAUS, AM, BRASIL. Resumo: Introdução: O projeto ALFA-Manaus é um projeto de extensão da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Amazonas, fundado em 1997. Composto exclusivamente por estudantes de medicina, o grupo aborda a temática de Primeiros Socorros e Prevenção de Acidentes, tema de recorrentes dúvidas que possui necessidade emergente de esclarecimento à população por profissionais capacitados. Objetivos: O objetivo do projeto é promover mini-cursos abertos ao público que instruem sobre as causas de trauma e morte mais frequentes, visando reduzir as taxas de ocorrências. Para isso, os integrantes do projeto utilizam de seus conhecimentos prévios da graduação, além de constantes atualizações e discussões em reuniões semanais e um treinamento semestral, o Treinamento Interno do Alfa (TIA), onde estudantes são instigados a despertar o espírito do socorrista, avaliados em situações com a maior proximidade da realidade, envolvendo aptidão técnica e psicológica. Metodologia: O projeto ALFA-Manaus se aproxima da comunidade realizando palestras em escolas, empresas e instituições, que identificam necessidades pontuais de primeiros socorros e solicitam instrução do tema. O conteúdo abordado para a população nãoacadêmica é abrangido de forma mais superficial, priorizando os procedimentos essenciais e básicos no socorro primário de um acidente. Por ser um tema de dúvidas pertinentes, os membros do projeto são capacitados por médicos egressos do projeto e por profissionais especialistas, como o Corpo de Bombeiros do Amazonas, no Treinamento Interno do Alfa (TIA) utilizando parâmetros como PHTLS (PreHospital Trauma Life Support), ATLS (Advanced Trauma Life Support) e demais protocolos vigentes. Para consolidar o conhecimento visto em palestras, membros e a comunidade dispoem de equipamentos como bonecos para reanimação e intubação orotraqueal, macas, desfibriladores portáteis, mascáras, materiais para mobilização de fraturas, entre outros. Resultados: Através da experiência do projeto, acadêmicos ingressantes e finalistas do curso de medicina são nivelados e trocam experiências entre si e com profissionais para aperfeiçoarem técnicas, visando um conhecimento consolidado para repassar a comunidade. Treinamentos práticos, dúvidas constantes e a importância do conhecimento em primeiros socorros incitam a busca por crescimento e ampliação do Projeto, que ultrapassa 100 palestras anuais com treinamentos práticos à população de Manaus e do interior do Amazonas. Conclusão: Com as noções de atendimento pré-hospitalar difundidas e esclarecidas ao maior número de pessoas, tem-se, consequentemente, uma diminuição dos riscos decorrentes do mecanismo do trauma, um atendimento mais eficiente e um encaminhamento de vítimas adequado para obterem melhor prognóstico. TL027 - PERFURAÇÃO TRAUMÁTICA DE ESÔFAGO PAULO DE OLIVEIRA SILVEIRA; ÁLIA CHARIF PENCHEAL; DANIEL SOARES ESTRELA ABRANDES; LUCAS MACHADO PEREIRA VINHAS; CARLOS EMANUEL FERREIRA BRAZ; RODRIGO JOPPERT BRAZ CENTRO DE TRAUMA HOSPITAL ESTADUAL ADÃO PEREIRA NUNES, DUQUE DE CAXIAS, RJ, BRASIL. Resumo: Objetivo : Relatar a condução clinica cirúrgica de uma caso, foi atendido no centro de trauma do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes no Município de Duque de Caxias no Estado do Rio de Janeiro, de perfuração transfixante de zona Icervical causado por projetil de arma de fogo com lesão de esôfago torácico que foi realizado apenas esofagostomia cervical e gastronomia descompressivas no primeiro tempo cirúrgico, e fazer uma revisão na literatura médica sobre o tema com indicações cirúrgicas e via de acesso neste tipo de lesão. Método: Utilizado a revisão do prontuário médico de um paciente 42 anos, masculino que deu entrada na emergência vitima de ferimento penetrante em zona I cervical anterior com saída em região posterior inter escapular, enfisema subcutâneo cervical e dor à deglutição com presença de hemoptise , estabilidade clinica, não sendo possível realização de exame de tomografia computadorizada por problemas técnicos no aparelho, foi então prontamente levado para a sala cirúrgica, com cervicotomia bilateral que não indentificou lesão esofagiana, a endoscopia intra operatória mostrou pequena laceração esofagiana há cerca de 25 cm dos incisivos centrais, que não foi possível abordagem pela via cervical, tendo o cirurgião optado pela realização de esofagostomia e gastronomia descompressiva. Para revisão da literatura foi realizado a pesquisa do tema no banco de dados PubMed. Resultados: Paciente evoluiu de forma satisfatória durante trinta e seis horas pós operatórias, sem sinais de mediastinite , realizou uma topografia de torax que evidenciou aumento do derrame pleural e extravasamento do contraste deglutido, foi levado para nova abordagem por toracotomia póstero lateral direita, já em melhores condições clinicas, e então realizada a rafia primaria da lesão e patch de pleura e identificada pequena lesão traqueal que foi também rafiada e drenagem de torax, não foi identificada medistinite local. O paciente evoluiu de forma satisfatória do ponto de vista da infecção e até o presente momento está em evolução da dieta por via oral. Conclusão : A esofagostomia cervical descompressiva é uma alternativa como controle do dano em casos de perfuração de esôfago torácico quando o paciente apresente condições clinicas desfavoráveis para a realização de uma cirurgia definitiva, ou em casos em que o cirurgião não tenha a segurança na manipulação das estruturas mediastinais no primeiro momento do trauma. 26/09/2014 11:00-12:10 HOTEL SALA 6 TEMA LIVRE III TL014 - RISCO OCUPACIONAL NO APH RAIANY THAYSE CAMILO OLIVEIRA1; YARA NAYÁ LOPES DE ANDRADE2; GISELE TORRENTE3 1.FACULDADE LITERATUS-UNICEL, MANAUS, AM, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS-UEA, MANAUS, AM, BRASIL; 3.UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS, MANAUS, AM, BRASIL. Resumo: Introdução: Estudos demonstram o risco a que os profissionais de saúde (PS) estão expostos, com destaque para o APH relacionado aos riscos ocupacionais1. Objetivo: Identificar o perfil dos riscos ocupacionais ocorridos com PS no APH SAMU MANAUS. Método: Estudo exploratório, descritivo, com análise quantitativa dos dados2 por meio de entrevista com instrumento contendo 12 questões abertas e fechadas, cálculo amostral por Barbetta com 5% de erro. Os dados foram tabulados em planilha no Microsoft Excel. Este trabalho foi submetido e aprovado pelo CEP sob nº 2011/79. Resultados: Foram entrevistados 279 profissionais, incluindo médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem/auxiliares e condutores. Os principais fatores de risco identificados foram: biológicos 19,3%, (exposição à microrganismos); físicos 12,9%, (temperatura, ruídos); psicossocial 12,9% (ritmo acelerado, atenção constante); ergonômicos 12,9% (peso excessivo, posições inadequadas); químicos 6,8% (manipulação de medicamentos e soluções para limpeza da ambulância). Foram informados 457 acidentes com material biológico, sendo 75% com sangue e fluídos com sangue e a categoria profissional mais acometida foi de técnicos/auxiliares de enfermagem. A maioria dos acidentes ocorreu no descarte do material, contudo o uso completo do equipamento de proteção individual no momento do evento foi facultado pela maioria dos profissionais entrevistados. O afastamento das atividades funcionais variou de 0,7 a 2,1%, no entanto aproximadamente 25% não informaram a ocorrência do acidente aos superiores. Conclusão: Consideramos necessária a estruturação de um sistema efetivo que proporcione uma abordagem sistemática na aplicação e avaliação de estratégias educativas que visem à prevenção de acidentes ocupacionais, assim como reeducação do profissional quanto ao uso dos equipamentos de proteção individual. 1. Enfermeira, COOPENURE. E-mail: [email protected] 2. Acadêmica de Enfermagem da Escola Superior de Ciências da Saúde da Universidade do Estado do Amazonas. E-mail: [email protected] 3. Enfermeira Professora M.Sc. da Escola Superior de Ciências da Saúde da Universidade do Estado do Amazonas. E-mail: [email protected] TL015 - SAMU 192 SERGIPE:VIATURA X DESTINO FINAL MATEUS DOS SANTOS PEIXOTO; FÁBIO SANTOS ALVES; LUANA EULINA FONTES NASCIMENTO; UESLEI CARLOS DE SOUZA; JÉSSICA CAROLINA CHAGAS SIMONE; WILLIASMIN BATISTA DE SOUZA CURSO APH SAMU 192 SERGIPE, ARACAJU, SE, BRASIL. Resumo: Introdução: A partir de 1980, causas externas passaram a representar a primeira causa de morte para aqueles entre 5 e 39 anos. Indicar a viatura/equipe mais adequada para oferecer tratamento inicial e transporte a essas vítimas é uma importante função do médico regulador da central SAMU 192. Para tanto, é fundamental entender a relação existente entre a gravidade da vítima, o tipo de viatura/equipe utilizada e a unidade de saúde mais próxima e adequada para onde deve ser encaminhada para tratamento definitivo. No Brasil, o SUS tem seu componente de APH móvel desenvolvido pelo SAMU 192. Em Sergipe, o SAMU 192, além do quadro profissional, desenvolve um estágio extracurricular, em que acadêmicos de medicina e de enfermagem acompanham as equipes durante as ocorrências. Objetivo: Mostrar a correspondência entre o tipo de viatura (USA ou USB) utilizada no atendimento pré-hospitalar e o destino final dos pacientes, em Aracaju, Sergipe, no período de fevereiro a junho de 2014. Método: O trabalho tem natureza descritiva, com abordagem quantitativa, desenvolvido em um serviço de atendimento pré-hospitalar da cidade de Aracaju, SE. A amostra constou de 565 vítimas assistidas pelo serviço supracitado. Os dados foram obtidos a partir da base de dados do serviço, organizados e analisados pelos estagiários, sob supervisão do coordenador do Curso de Atendimento Pré-hospitalar do SAMU 192 Sergipe. Resultados: Consideraram-se 565 pacientes, com idade média de 40,2 anos. Desses, 298 (52,7%) foram encaminhados a um hospital de alta complexidade, que recebem enfermos com quadro clínico mais grave; e 153 (27,0%), a hospitais de médio porte. Os demais, 20,3%, tiveram condutas variadas (orientação pelo médico regulador ou recusa de atendimento e/ou transporte). Espera-se que a maior parte dos pacientes encaminhados a unidades de alta complexidade, sejam transportados por USA´s. Entretanto, isso ocorreu em apenas 35,9% do casos. Os 64,1% restantes chegaram a esses hospitais através de USB. Aos hospitais de média complexidade, 80,1% dos pacientes foi transportada via USB, e os de USA perfizeram apenas 19,9%. Conclusões: Observou-se que uma percentagem importante dos casos (64,1%) atendidos e removidos por USB´s teve como destino final um hospital de alta complexidade, sugerindo baixa resolubilidade dos níveis primário e secundário da Rede, superlotando aqueles. TL016 - EDUCAÇÃO EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA IVANILSON FERNANDES RIBEIRO1; YARA NAYÁ LOPES DE ANDRADE2; GISELE TORRENTE3 1.SAMU, MANAUS, AM, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS-UEA, MANAUS, AM, BRASIL; 3.UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS, MANAUS, AM, BRASIL. Resumo: Introdução: Prestar serviço de qualidade no atendimento de urgência e emergência requer formação específica dos profissionais, pois a equipe deve estar treinada e capacitada, levando em consideração a cena de um acidente, pois não há a tempo de treinar ou discutir conhecimento a ser usado, o atendimento deve ser rápido, objetivo e eficaz, assim diminuindo o número de possíveis sequelas e possibilitando uma maior sobrevida à vítima, exigindo do socorrista capacitação e equilíbrio emocional1. Objetivo: Conhecer o perfil e elencar as dificuldades apontadas pelo servidor na participação do curso de Suporte Básico de Vida – Ministério da Saúde em parceria com o Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Método: Trata-se de pesquisa transversal, perspectiva, analítica, descritiva quali/quantitativa por questionário com perguntas objetivas e subjetivas, calculo amostral por Barbetta com 5% de erro2. Acatamos a resolução 196/96, do conselho nacional de saúde e dados tabulados em Microsoft Office Excel 2007, Word 2007. Resultados: Foram entrevistados 187 profissionais, 53,4% do gênero feminino; 63,3% são auxiliares/técnicos de enfermagem com predominância de 73% entre 31 a 50 anos (24; 67) e média = 43,8 anos e 36,4% condutores de ambulância, faixa etária entre 41 a 60 anos de 64,7% (24; 67) e média de 42,1 anos. No que tange o tempo de conclusão do curso profissionalizante encontramos período inferior a 12 meses e superior a 35 anos onde, na enfermagem 10,9% possui nível superior e 4,2% são universitários. Entre os condutores 81,9% (55/68) possuem nível médio, 11,8% concluíram ensino superior, e 5,9% possuem ensino fundamental. Outra variável avaliada demonstrando lapso temporal do ensino regular variou < 1 e >10 anos. Os alunos relataram que as dificuldades encontradas nesse processo de ensino e aprendizado foi: 21% com o uso de microcomputador por falta de conhecimento em informática básica; 19,7% relatou não saber usar a internet, 18,1% falta de apostila com os assuntos abordados nos módulos 10,1% não conseguir acesso a vídeo-aula na plataforma mesmo com ajuda, 10,6% referem falta de tempo para estudar e 19,7% disseram não ter dificuldade. Conclusão: A qualidade da assistência está diretamente ligada a frequência dos cursos de capacitação, as dificuldades com novas modalidades de ensino são reais e precisam ser sanadas. Precisamos do comprometimento do profissional com sua atividade bem como o ensino ajustado às necessidades do cotidiano. Enfermeiro SAMU. E-mail: [email protected] Acadêmica de Enfermagem da Escola Superior de Ciências da Saúde da Universidade do Estado do Amazonas. [email protected] E-mail: Enfermeira Professora M.Sc. da Escola Superior de Ciências da Saúde da Universidade do Estado do Amazonas. [email protected] E-mail: TL017 - PREVENÇÃO DE TRAUMA PARA JOVENS ALCIR ESCOCIA DORIGATTI1; VITORIA CARNEIRO GIMENES1; HUMBERTO VILLEFORT SILVA CHAVES1; JEFFERSON DOUGLAS CAMARGOS MOREIRA1; THIAGO RODRIGUES ARAUJO CALDERAN2; GUSTAVO PEREIRA FRAGA2 1.UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, CAMPINAS, SP, BRASIL; 2.HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, CAMPINAS, SP, BRASIL. Resumo: Objetivos: A forma mais efetiva de reduzir a mortalidade e morbidade no trauma relacionado ao trânsito é a prevenção. No Brasil, o projeto “Prevent Alcohol and Risk-Related Trauma in Youth” (P.A.R.T.Y.) foi construído de forma multidisciplinar, aumentando o impacto nos jovens por meio de diversas abordagens que utilizam diferentes conhecimentos e experiências. O objetivo do presente estudo é apresentar a experiência do projeto P.A.R.T.Y. em Campinas, promovendo mudanças nos hábitos de jovens. Métodos: Os organizadores realizam visita às escolas participantes, conversando com os alunos, que tem idade entre 14-18 anos. Esses alunos passam a tarde no Hospital de Clínicas da Unicamp, onde durante quatro horas participam de palestras ministradas pelos organizadores, parceiros e setores municipais, e também visitam o hospital, conversando com vítimas de trauma. Foram avaliadas as visitas no período de 2010 a 2012, sendo um questionário aplicado antes e logo após o projeto. Resultados: 2,450 estudantes do ensino médio participaram do projeto. A média de idade foi de 16 ± 0,99 anos e 37,6% eram do sexo masculino. Entre os homens, 3,6% do total de participantes já dirigiu alcoolizado e 0,8% no sexo feminino. Antes do projeto 116 (11,3%) acreditavam que dirigir após beber não era um risco e apenas 37 (3,6%) sabiam dos efeitos do álcool. Após, 441 (43%) passaram a considerar um risco e 193 (18,8%) sabiam os efeitos do álcool. Conclusão: É esperado que os participantes atuarão como multiplicadores da informação, transmitindo a mensagem da prevenção para todos os seus círculos sociais, resultando, a longo prazo, na redução do número de traumas envolvendo jovens. TL018 - PERFIL DOS ÓBITOS POR TCE EM SÃO LUÍS-MA ELLANO DE BRITO PONTES; SERGIO ROBERTO PEREIRA DA SILVA JÚNIOR; MARÍLIA DE OLIVEIRA BRINGEL; FILIPE SOUSA AMADO; PATRÍCIA TRAVASSOS CUTRIM; SANTIAGO CIRILO NOGUERA SERVIN UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANH?O, SAO LUIS, MA, BRASIL. Resumo: Introdução O traumatismo cranioencefálico (TCE) é uma das causas mais frequentes de lesão encefálica e morte no adulto jovem. A incidência geral do TCE, nos Estados Unidos, é estimado em 538,2 casos por 100.000 habitantes, ou cerca de 1,5 milhões de casos por ano. Taxas um pouco menores são relatadas na Europa (235 por 100.000 habitantes). No Brasil, é a principal causa de morte em crianças acima de cinco anos de idade e responsável por mais de 50% dos óbitos da adolescência. Além disso, anualmente, cerca de meio milhão de brasileiros requerem hospitalização devido a traumatismos cranianos, destes, 75 a 100 mil morrem no decorrer de horas enquanto outras 70 a 90 mil desenvolvem perda irreversível de alguma função neurológica. Objetivos Analisar o perfil dos óbitos registrados no Instituto Médico Legal (IML), cujo diagnóstico foi TCE em São Luís – MA, no ano de 2013. Métodos Trata-se de um estudo retrospectivo dos arquivos do referido instituto. Os dados foram analisados no programa Epi-Info versão 7.0. Resultados Verificou-se que do total de mortes traumáticas registradas no IML (1227), 42% foram por TCE. O perfil das vítimas foi constituído em sua maioria de homens (86,7%). A faixa etária predominante foi a compreendida entre 21 e 30 anos, correspondendo a 57% dos casos. Quanto à etiologia, observou-se os seguintes valores: arma de fogo em primeiro lugar com 44,8% dos casos, seguida por acidente de trânsito (37,3%) , queda (5,6%), espancamento (5,4%) e arma branca com 4,6%. Conclusões. Nota-se a necessidade de melhorias na segurança pública, além de uma atuação conjunta do setor de saúde com as instituições ligadas ao trânsito para o estabelecimento de programas que visem reduzir o número de acidentes automobilísticos, diminuindo os gastos do serviço público de saúde. TL019 - ATUAÇÃO DA LIGA DO TRAUMA NO MARANHÃO FILIPE SOUSA AMADO; MARCELO LIMA ROCHA; ELLANO DE BRITO PONTES; FELIPE CARVALHO BARROS SOUSA; PATRÍCIA TRAVASSOS CUTRIM; SANTIAGO CIRILO NOGUERA SERVIN UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO, SÃO LUIS, MA, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: A Liga Acadêmica de Trauma e Emergência do Maranhão (LATE-MA) procura através de suas atividades difundir os temas referentes ao Trauma, Urgência e Emergência para o meio acadêmico, profissionais de saúde e população em geral através de atividades voltadas para o ensino, pesquisa e extensão, o tripé universitário. OBJETIVOS: Descrever a atuação da LATE-MA nos anos de 2013 e 2014, no sentido de programar o ensino, pesquisa e extensão sobre Trauma e Emergência no Maranhão. MÉTODO: Durante esse período a LATE-MA promoveu no meio acadêmico 4 edições do curso Suporte Avançado de Vida no Trauma, uma adaptação do ATLS para acadêmicos com aulas teóricas, estações práticas e simulações de casos clínicos, capacitando um total de 120 acadêmicos. Tradicionalmente, a Liga recepciona as novas turmas da graduação do curso de Medicina da Universidade Federal do Maranhão com uma Oficina de Apresentação para Calouros onde mostra suas atividades e realiza uma oficina teórico-prática sobre temas de primeiros socorros. Durante esse período, foram realizadas 3 destas oficinas, com 3 turmas diferentes, com uma estimativa de público alcançado em 150 acadêmicos. A LATE participou da promoção e organização de 2 cursos Pre-Hospital Trauma Life Support (PHTLS) e um curso Advanced Trauma Life Support (ATLS), A LATE também possui quatro projetos de extensão: o Núcleo de Educação em Reanimação Cardiorrespiratória – NERC, o Projeto Escola, Socorrista Digital e o Projeto PARTY. O NERC realizou o I Dia da Reanimação Cardiopulmonar em São Luís – MA, com estimativa de 800 pessoas alcançadas. O NERC também foi responsável pela idealização do Dia Nacional da Reanimação Cardiopulmonar, que será realizado simultaneamente, no dia 30 de Agosto de 2014, por diversas Ligas de Trauma em várias cidades do país. Com esse evento, objetiva-se integrar cada vez mais as Ligas de Trauma pelo Brasil, além de levar a grande parte da população, importantes conhecimentos que salvarão vidas. Em 2014, o NERC apresentou seu mais novo curso, o Cidadão Socorrista, que consistirá em turmas mensais de capacitação em primeiros socorros para leigos. O Projeto Escola, por sua vez, projeto pioneiro no Estado do Maranhão, capacitou, apenas em 2013, 1019 alunos de ensino fundamental e médio de escolas maranhenses, e ainda se encontra em execução. Em fase final de implantação, encontra-se o Projeto PARTY (Prevenção do Trauma relacionado ao Álcool na Juventude), que será desenvolvido no segundo semestre de 2014, em São Luís-MA. O Maranhão será o primeiro estado do Nordeste a desenvolver o Projeto PARTY. RESULTADOS: Os cursos tiveram boa aceitação no meio leigo, acadêmico e profissional. Acadêmicos do primeiro ano conheceram a LATE e tiveram o primeiro contato com trauma e emergência, além de receberem ao entrarem no curso capacitação em situações importantes de primeiros socorros. A participação em estágios, projetos de extensão e eventos permite aos ligantes aliarem seus conhecimentos teóricos a atividades práticas. CONCLUSÃO: A LATE trabalhou pela melhora da capacitação técnica para o atendimento dos pacientes politraumatizados, assim como atua na difusão de conhecimentos em primeiros-socorros e prevenção para o público mais variado possível, aumentando assim cada vez mais a cadeia de sobrevida. TL020 - OBITOS POR TRAUMA ABDOMINAL EM SÃO LUÍS MARÍLIA DE OLIVEIRA BRINGEL; SERGIO ROBERTO PEREIRA DA SILVA JÚNIOR; ELLANO DE BRITO PONTES; RENATA GABRIELA PEREIRA CUNHA; FILIPE SOUSA AMADO; SANTIAGO CIRILO NOGUERA SERVIN UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO, SAO LUIS, MA, BRASIL. Resumo: Introdução. O traumatismo abdominal é responsável por um número expressivo de mortes evitáveis estando entre as seis principais causas de morte no Maranhão. A cavidade peritoneal, juntamente com a cavidade torácica, o espaço retroperitoneal e as fraturas de ossos longos, são os locais do organismo que comportam sangramentos capazes de levar à morte por choque hemorrágico. Isso demonstra que, devido ao seu potencial lesivo, o traumatismo abdominal está relacionado aos múltiplos quadros que elevam as taxas de morbidade e mortalidade, e, por isso, vem sendo cada vez mais estudado na avaliação das doenças traumáticas, sendo um grande desafio para os diversos níveis de tratamento em saúde. Objetivos. Analisar o perfil das mortes registradas no Instituto Médico Legal (IML), cujo diagnóstico foi trauma abdominal em São Luís-MA, no ano de 2013. Métodos. Trata-se de um estudo retrospectivo dos arquivos do IML-MA. Os dados foram analisados no programa Epi-Info versão 7. Resultados. Verificou-se que, do total de mortes traumáticas registradas no IML neste período (1.227), 34,5% apresentaram trauma abdominal. O perfil das vítimas foi constituído em sua maioria de homens (93,4%) e a faixa etária predominante foi a compreendida entre 21 e 30 anos (39,86%). Quanto à etiologia, observou- se os seguintes valores: arma de fogo (58,02%), arma branca (20,52%), acidente de trânsito (19,34%). Em 75,47% dos casos houve choque hipovolêmico associado ao Trauma Abdominal e a víscera abdominal mais lesada foi o fígado (56,60%), seguido de alças de delgado (33,25%) e estômago (20,28%). Conclusões. Observamos que as maiores vítimas do trauma abdominal são do sexo masculino que estão entre 21 e 30 anos de idade, causado principalmente por arma de fogo. Ou seja, trata-se de uma classe economicamente ativa cujo impacto social, por esse aspecto, é importante. Portanto, o paciente com ferimentos por arma branca, arma de fogo ou acidente de trânsito devem ter avaliação clínica e/ou radiológica consistente da cavidade abdominal. TL021 - EPIDEMIOLOGIA DA FRATURA NASAL DO HSCG CLOVES DE LAZARI AMORIM1; GESSICA ELLEN DUARTE OGUCHI1; FLAVIO SCAVONE STEFANINI1; ELSON TAVEIRA ADORNO FILHO2; RAFAEL DEL CIAMPO1; DANIEL GOMES DA COSTA1 1.FAMED UFMS, CAMPO GRANDE, MS, BRASIL; 2.SANTA CASA, CAMPO GRANDE, MS, BRASIL. Resumo: Introdução: O trauma é uma importante questão de saúde pública, estando entre as principais causas de morbimortalidade no mundo. A cada ano morrem 60 mil vítimas desta injúria no Brasil. Dentre as lesões mais frequentes, destacamos a fratura nasal, que, por ser a parte mais exposta do corpo e a menos protegida, é a região mais relacionada a uma variedade de traumatismos ocorridos, isoladamente ou associados a outros órgãos ou sistemas. A associação álcool, drogas, direção de veículos e aumento da violência urbana está cada vez mais presente na etiologia do trauma facial, aumentando também a complexidade do mesmo. Objetivo: Conhecer a distribuição do trauma nasal de acordo com sexo, idade, quadro clínico, mecanismo de lesão, tempo de tratamento, associação com outras fraturas, método de sedação e tipo de tratamento dos pacientes atendidos pelo serviço de Cirurgia Plástica do Hospital Santa Casa de Campo Grande. Métodos: O estudo retrospectivo avaliou 64 prontuários de pacientes com fraturas nasais atendidos pela equipe de Cirurgia Plástica do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Campo Grande – MS, de maio de 2012 a maio de 2013. Foi critério de inclusão o diagnóstico de fratura nasal e de exclusão prontuários com dados inconsistentes. Resultados: Houve predomínio do gênero masculino, na proporção de 2,2:1. (P>0,0001 - Software Epi Info 6.04). A média de idade obtida foi de 29,5 anos de um intervalo de 6 a 76 anos. O pico de incidência foi entre 11 e 20 anos (31,25%). Em relação ao mecanismo de trauma, houve predomínio de agressão física (29,68%), seguidos pelo empate entre quedas e acidentes de moto (15,62% cada), ressaltando a importância dos acidentes envolvendo cavalos (6,25%), em estados com ampla atividade rural. Quanto ao quadro clínico, houve maior prevalência de edema, seguido por sangramento e dor local. A ocorrência de traumas associados foi verificada em apenas 9 pacientes (14,06%). Em todos os casos o tratamento de escolha foi através de anestesia geral e redução fechada. A média de intervalo entre o atendimento inicial e o tratamento cirúrgico foi de 15 dias, de um intervalo de 0 a 91 dias. Conclusão: As fraturas nasais são lesões com predomínio de homens jovens que estão mais expostos a violência urbana, acidentes de trânsito e esportes de contato. Vale ressaltar os acidentes com animais em trabalhadores rurais. A maioria não apresentou lesão associada, porém devemos ficar atentos aos pacientes politraumatizados e não negligenciar as fraturas nasais. O tratamento através de anestesia geral e técnica fechada produz bons resultados. E a avaliação adequada da extensão da fratura e a correta indicação do tratamento cirúrgico devem ser respeitados. 26/09/2014 08:00-18:00 CENTRO DE CONVENÇÕES Área de Exposição PÔSTER II PO061 - INTUSSUSCEPÇÃO INTESTINAL MARIO SALIM KALIL1; LUIZ AC ALVES2; ROGER HEISLER2; ANDRESSA SILVA EIDT1; VITÓRIA LUCIETTO PICCININI1; RICARDO BREIGEIRON3 1.1PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL; 2.HOSPITAL DE PRONTO SOCORRO, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL; 3.HOSPITAL DE PRONTO SOCORRO; 1PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: A intussuscepção intestinal é uma desordem que ocorre, quando parte do intestino invagina para dentro da porção adjacente, o que pode promover isquemia, perfuração, infecções. Embora muito frequente em crianças, tal mazela é rara na idade adulta e, na maioria das vezes, está associada a lesões de parede intestinal, sendo 30% dessas de característica maligna. A sintomatologia é inespecífica, semelhante a um quadro de obstrução intestinal e a ecografia pode ser essencial no diagnóstico através da presença do sinal em “alvo”. Quanto à localização, a invaginação íleo-cólica é a mais frequente, seguida pela íleo-ileal e colo-cólica. OBJETIVO: A intussuscepção no adulto é bastante rara e de difícil diagnóstico. Dessa forma, este trabalho relata um caso que aborda tal doença como diagnóstico diferencial para a apendicite aguda. MÉTODO: Paciente masculino, 31 anos, chega ao HPS/POA-RS, no dia 29/08/13, referindo dor em fossa ilíaca direita (FID) há 12 horas. Em avaliação clínica, apresentou dor à palpação de FID, mas ausência do sinal de Blumberg. Feita analgesia, solicitado hemograma, EQU e RX de abdômen. O hemograma apresentou 8.860 leucócitos, sendo 59,3% de neutrófilos e 28,8% de linfócitos; EQU sem alterações; o RX sem particularidades. Dessa maneira, foi solicitada uma ecografia de abdômen total, tendo como resultado, distensão de alças intestinais com aumento de peristaltismo e ausência de sinal sugestivo de apendicite. No dia seguinte, persistia com dor em FID, eupneico, normotenso, FC: 72 bpm. Foi solicitada a avaliação da cirurgia e TC de abdome com contraste EV, a qual apresentou sinais sugestivos de apendicite aguda; assim, optou-se inicialmente pelo plano de apendicectomia aberta; porém, após optou-se em definitivo pela abordagem videolaparoscópica (VLP). Na exploração da cavidade abdominal, apresentou apêndice cecal com aspecto normal, sem evidência de congestão venosa ou necrose, além de não ter sido identificado líquido livre ou coleção intraperitoneal. Ao ser realizado o desfile de alças de delgado, foi identificado, na altura de íleo médio, segmento de alça intestinal com intussuscepto, sendo realizada a redução do conteúdo de tal área. RESULTADOS: Boa evolução pós-operatória e alta hospitalar em 01/09/2013. Contrariando a probabilidade, a intussuscepção foi o diagnóstico diferencial para a apendicite aguda e concretizou-se como a doença manifestante, sendo que, somente no intraoperatório, esse diagnóstico tornou-se evidente. CONCLUSÕES: Apesar da intussuscepção ser rara em adultos, ela deve ser sempre diagnóstico diferencial para pacientes que apresentem sinais de obstrução intestinal. Assim, como foi observado nesse caso, a maior parte dos diagnósticos somente são firmados após uma laparotomia ou laparoscopia exploratória. PO062 - EMPALAMENTO TORÁCICO ALINE GRIMALDI LERIAS1; MARCELO B GUIMARÃES2; ROGER HEISLER2; MARCELA GRUENDLING1; ALEXANDRA DAMASIO TODESCATTO1; RICARDO BREIGEIRON1 1.PUC-RS, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL; 2.HOSPITAL DE PRONTO SOCORRO, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. Resumo: Introdução: O traumatismo torácico penetrante possui grande potencial lesivo pelo fato da alta probabilidade de lesão de estruturas nobres intratorácicas. Assim, a instabilidade hemodinâmica é frequente nos pacientes acometidos por esse tipo de lesão, requerendo cuidados imediatos. Quando se tratar de ferimentos por arma branca (FAB) empalado no tórax, esses não devem ser removidos inadvertidamente, pois na maioria das vezes eles constituem elemento tamponante durante sua travessia. Objetivo: Descrever condutas frente ao empalamento torácico por FAB, com base em um caso concreto. MétodoO: Paciente masculino, 28 anos, chega ao pronto socorro com FAB empalado em hemitórax direito (HD) posterior. Sinais vitais na admissão: saturação de oxigênio (SatO2) 99%, frequência cardíaca 76 batimentos por minuto, pressão arterial (PA) 108/51 mmHg. À avaliação da equipe de emergência: via aérea pérvia (VAP), movimentos ventilatórios diminuídos em (HD), empalamento com entrada em HD posterior no nível do bordo superior da escápula a 3 centímetros da linha média, paciente hemodinamicamente estável, Glasgow (ECG) 15, pupilas isocóricas e isofotorreagentes. Realizada tipagem sanguínea, obtido acesso venoso calibroso, iniciou reposição volêmica com solução cristalóide, e raio x de tórax. Avaliado pela Equipe de Cirurgia Geral e do Trauma: mantinha-se com VAP, ventilando espontaneamente, murmúrio vesicular diminuído em HD, SatO2 94%, estável hemodinamicamente, ECG:15, pupilas isofotorreagentes, com empalamento torácico. Realizada sondagem vesical, reserva de concentrado de hemácias, e encaminhado ao bloco cirúrgico para realização de toracotomia lateral direita. Identificou-se pequeno hemotórax no lado lesado e presença de corpo estranho penetrando a cavidade medial e superiormente transfixando lobo superior do pulmão direito em 2 segmentos, e extremidade distal da lâmina muito próxima aos vasos da base. Realizada rafia das lesões, revisada hemostasia e aerostasia, e colocado dreno torácico. Reposição de 1000 ml de soro fisiológico e perda de cerca de 300 ml de sangue durante o procedimento. Resultados: Paciente teve ótima recuperação, sendo encaminhado posteriormente à enfermaria cirúrgica, onde recebeu alta hospitalar com cerca de 1 semana de pós operatório. Conclusão: A remoção do objeto empalado deve ser realizada sob visão direta em um ambiente controlado, como o bloco cirúrgico. Com base na suspeita de órgãos envolvidos, a abordagem operatória pode ser uma toracotomia ou esternotomia. Assim, o prognóstico de um paciente com lesão por empalamento depende diretamente de condutas precoces e bem estruturadas motivadas por um alto grau de suspeição das prováveis lesões intratorácicas envolvidas, e quando possível, realizado estudo da trajetória com exames imagem. PO063 - TORACOTOMIA NA SALA DE EMERGÊNCIA BRUNO JOSE DA COSTA MEDEIROS INSTITUTO DE CIRURGIA DO AMAZONAS, MANAUS, AM, BRASIL. Resumo: H.A.J. DO SEXO MASCULINO, 22 ANOS, COM FERIMENTO POR ARMA BRANCA NO PRECÓRDIO, TRAZIDO POR POPULARES, DELTA T DO TRAUMA: CERCA DE 5 MINUTOS. SINAIS VITAIS: FC: 125 BPM,PULSO FILIFORME, FR: 2 POR MINUTO(GASPEANDO), PA: INAUDIVEL. APRESENTOU PARADA CARDIO-RESPIRATÓRIA LOGO APÓS ENTRAR NA SALA DE EMERGÊNCIA. REALIZADO: INTUBAÇÃO ORATRAQUEL COM TUBO NUMERO 8 + O2 ÚMIDO A 100%, TORACOTOMIA ANTERO LATERAL ESQUERDA COM RÁPIDA ANTI-SEPSIA E OBSERVADO TAMPONAMENTO CARDÍACO. APÓS ABRIR O SACO PERICÁRDICO NA LINHA MÉDIA OBSERVADO LESÃO NO VENTRÍCULO DIREITO DE CERCA DE 5CM QUE FOI OCLUÍDO COM OS DEDOS. PACIENTE FOI ENCAMINHADO AO CENTRO CIRÚRGICO ONDE FOI FEITO A RAFIA COM PROLENE 4-0, PONTOS SIMPLES COM AUXÍLIO DA SONDA DE FOLEY PARA TAMPONAMENTO TEMPORÁRIO DA LESÃO. ANTES DO FECHAMENTO DA CAVIDADE PLEURAL F.OI REALIZADO LIMPEZA DA CAVIDADE COM CERCA DE 5 LITROS DE SF 0,9%. PACIENTE FOI CONDUZIDO AO CTI PARA PÓS OPERATÓRIO IMEDIATO ONDE PASSOU 3 DIAS, NA ENFERMARIA PASSOU MAIS 3 DIAS, O DRENO DE TÓRAX FOI RETIRADO NO 5 DIA COM DEBITO DE 50 ML SEROSO. ALTA HOSPITALAR NO 6 DIA DE PÓS OPERATÓRIO. RETORNOU COM 5 DIAS AO PS E APRESENTOU APENAS LEVE INFECÇÃO NO SITIO CIRURGICO SUPERFICIAL EM 1/3 DA INCISÃO QUE MELHOROU APENAS COM CEFALOSPORINA DE 1 GERAÇÃO. PO064 - TRAUMA EM ADOLESCENTES NO AMAZONAS SIBILA LILIAN OSIS; JOÃO PAULO B. DE LIMA; ISABEL CRISTINA B SILVA; JULIANE MIRELLA T DA SILVA; JACQUELINE ALMEIDA G SACHETT; CELSO MARTINS FONSECA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS, MANAUS, AM, BRASIL. Resumo: Introdução: Adolescência é um período que compreende dos 10 aos 21 anos de idade, caracterizado por mudanças psicológicas, comportamentais e físicas, que recebem influencia de fatores hereditários, ambientais, nutricionais e psicológicos1. A Organização Mundial de Saúde considera o trauma um problema de saúde pública por causar cerca de 5 milhões de mortes/ano. As vítimas podem desenvolver condições crônicas causadas pelas sequelas, consideradas causadoras de transformações físicas, psíquicas e sociais na vida dos indivíduos de qualquer faixa etária2. Diante disso, objetivou-se analisar o perfil epidemiológico dos adolescentes vítimas de trauma no estado do Amazonas. Método: Estudo retrospectivo, documental, descritivo com análise de prontuários de vítimas de trauma internadas no ano de 2012 em um hospital referência em trauma no Estado do Amazonas. Resultados: Foram avaliados 940 prontuários, destes 19,5%(n=183) eram de adolescentes de 14 a 21 anos, sendo 48%(n=88) idade entre 14 a 18 anos e 52%(N=95) entre 19 a 21 anos; 91,3%(n=167) do gênero masculino. 76%(n=139) procedentes do município de Manaus e 24%(n=44) de outros municípios. 54,4% dos traumas ocorreram por violência (31,1%(n=57) ferimento por arma de fogo, 20,2%(n=37) ferimento por arma branca e 4,4%(n=8) por agressão física), 24,6%% relacionado a acidentes em vias públicas (10,4%(n=19) colisão entre veículo e objeto, 8,7%(n=16) colisão entre veículos motorizados e 5,5% atropelamento). O sistema mais afetado foi o musculoesquelético em 51,9%(n=95) e neurológico 41,5%(n=76). O tempo de internação teve média de 7,6 dias. 79,8%(n=146) tiveram alta hospitalar e 9,3%(n=17) foram a óbito. A reposição volêmica utilizada foi registrada em 67,2% dos casos, média de volume reposto 1304,6(±1029,3)ml; 45,4%(n=83) foi utilizado SF0,9% e 19,1%(n=35) Ringer Lactato. A pressão arterial sistólica na admissão teve média de 123,3(±16,4)mmHg, nos casos onde ≤ 90 mmHg, 5,5%(n=8) dos adolescentes tiveram alta e 17,6%(n=3) foram a óbito; quando entre 91 a 120 mmHg, 34,2%(n=50) tiveram alta e 23,5%(n=4) foram a óbito e quando ≥ 121 mmHg, 45,9%(n=67) dos pacientes tiveram alta e 17,6%(n=3) foram a óbito. Necessitaram intervenção cirúrgica 57,4%(n=105), sendo a laparotomia exploradora em 34,3%(n=36), cirurgia ortopédica em 16,2%(n=17) e cirurgia craniana em 15,2%(n=16). Foi registrado o nível de consciência pela Escala de Coma de Glasgow na admissão em 23,5% dos casos com média de 11,9 pontos. Conclusão: O estudo mostrou que uma alta taxa de internação de adolescentes vítimas de violência, sendo necessário intervenções públicas imediatas para combate a violência. Também necessidade de profissionais preparados para atendimento a essa classe de pacientes, visto ser uma unidade de atendimento para população adulta, porém o adolescente necessita de uma atenção especial e acompanhamento adequado durante a internação, pois o trauma leva a sequelas físicas e psicológicas que podem afetar o seu desenvolvimento. Referência: 1. Eisenstein E. Adolescência: definições, conceitos e critérios . Adolesc Saude. 2005;2(2):6-7 2. Holder Y, Peden M, Krug E, Lund J, Gururaj G, Kobusingye O, editores. Injury surveillance guidelines. Geneva: World Health Organization; 2001. 80 p. PO065 - TRAUMA AUTOMOBILISTICO EM DUAS CAPITAIS. MALU JOYCE DE AMORIM MACEDO; JOÃO PAULO MARES FERREIRA DE ANDRADE; SILVIO FERNANDES DOS REIS; KARINA KENDRA MAR MARQUES; MARCOS GONÇALVES NETO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA, BOA VISTA, RR, BRASIL. Resumo: Introdução: A Organização Mundial da Saúde (OMS), por meio da Classificação Estatística Internacional e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10), define os Acidentes de Transporte (V01-V99) como causas externas. A incidência do trauma vem aumentando em proporção direta ao crescimento da população, ao número de veículos e à exposição ao risco. Entretanto, a exposição ao risco pode não depender apenas do aumento da população e do número de veículos. Na ultima década houve um crescimento de quase 12% da população total do país, sendo que na frota de veículos houve um aumento de 54% no período, deste total 25,5% são de motocicletas. Acompanhando esse crescimento de frota o número de mortes de ocupantes de automóvel mais que duplicou, de ciclista quadriplicou e a mortalidade de motociclista aumentou 754%. O número de internações, devido aos acidentes automobilísticos, vem aumentando de forma acelerada, sendo que em 2013 foram 194.656 internações, um aumento de 88,2% em relação a 2008, fazendo com que se aumentasse o valor gasto com as internações em 123%. A importância pode ainda ser evidenciada pelo fato das internações atingirem principalmente a população economicamente ativa, de 15 a 39 anos que representam quase 60% do total de internações. Objetivo: analisar comparativamente as estatísticas das internações decorrentes de acidentes de trânsito em duas capitais do norte do Brasil. Metodologia: Os dados foram obtidos no SIS/SUS (Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde) no período entre janeiro de 2008 a dezembro de 2013 referentes às internações decorrentes dos acidentes automobilísticos em Boa Vista – Roraima e Rio Branco – Acre. .Resultado: No período estudado ocorreram 5328 internações na cidade de Boa Vista e 4272 em Rio Branco. Em ambas as cidades ocorreram uma maioria do sexo masculino 77% em BV e 72% RB e as internações com predomínio das internações com motociclistas traumatizados. Conclusão: Através desse projeto, percebemos que a capital Boa Vista apresenta altos índices de acidentes automobilísticos mesmo tendo uma população de menor quantidade do que Rio Branco. Com isso observamos a necessidade de se implantar medidas preventivas a fim de prevenir o elevado índice de violência no trânsito. PO066 - LESÕES PERFURANTES EM VÍSCERAS PÉLVICAS MALU JOYCE DE AMORIM MACEDO; JOÃO PAULO MARES FERREIRA DE ANDRADE UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA, BOA VISTA, RR, BRASIL. Resumo: Introdução: A lesão ureteral é causada, geralmente, por trauma penetrante. Lesões viscerais associadas são comuns, acometendo principalmente o intestino delgado (39-65%), colón (28-33%) e rim (10-28%). A mortalidade chega a 33%. Habitualmente as lesões ureterais são reconhecidas pela urografia excretora, enquanto as lesões de bexiga por traumas externos geralmente são identificadas durante a cirurgia. A tomografia (TC) também permite a avaliação vesico ureterais, sendo muito útil para a avaliação do retroperitônio e identificação de lesões associadas. Objetivo: Descrever um caso de ferimento por arma em região glútea com múltiplas lesões de estruturas pélvicas e abdominais. Método: Realizado revisão de prontuário após assinatura do termo de consentimento pelo paciente e revisão de literatura em bases de dados como scielo e pubmed. Resultados: J.J.S., 23 anos, indígena, proveniente da região do Bonfim-RR, deu entrada no serviço de trauma com ferimento por arma branca em região glútea esquerda, apresentava-se com sangramento ativo, já com sinais de choque: hipocorado, taquicárdico, taquipneico e com extremidades frias. Após abordagem inicial e o pedido de avaliação pela cirurgia geral, o paciente foi levado ao centro cirúrgico e submetido à laparotomia exploradora que identificou Lesão transfixante de bexiga com lesão de ureter esquerdo ao nível da implantação vesical, lesão de veia ilíaca comum esquerda e lesão de íleo. Foram transfundidas 12 bolsas de concentrado de hemácias, e a cirurgia foi realizada em dois tempos com o paciente indo para a Unidade de terapia Intensiva (UTI) para redução de danos, ao final foi realizada a rafia da Veia ilíaca comum, do ureter, bexiga e duodeno. O paciente evoluiu com trombose venosa profunda em veia femoral Esquerda, sendo tratado com heparinização plena, e teve alta hospitalar para o serviço de saúde indígena quatorze dias após a entrada, com acompanhamento ambulatório pelo serviço de cirurgia e urologia. Conclusões: As lesões urológicas por traumas externos são menos comuns devido à proteção óssea proporcionada pela pelve, porém podem ter alta gravidade. No caso relatado houve lesão de múltiplas vísceras com acometimento vascular. A tomografia foi extremamente importante por visualizar as estruturas acometidas. Mas a cirurgia imediata foi a melhor conduta para o caso, devido ao choque hipovolêmico. PO067 - FERIMENTO CARDÍACO BRUNO JOSE DA COSTA MEDEIROS INSTITUTO DE CIRURGIA DO AMAZONAS, MANAUS, AM, BRASIL. Resumo: PACIENTE SEXO MASCULINO, 24 ANOS, COM FERIMENTO TORÁCICO EM 5 ESPAÇO INTERCOSTAL COM CERCA DE 20 CM, SOPRANTE, PROFUNDO, GROSSEIRAMENTE CONTAMINADO COM CAPIM E TERRA. TRAZIDO PELO SAMU COM CURATIVO DE 3 PONTAS. SINAIS VITAIS: FC 110 BPM, FR: 25 INCURSÕES POR MIN, PA: 100X80 mmHg. HIPOCORADO, ACIANÓTICO, AGITADO, DISPNEICO. REALIZADO: O2 ÚMIDO SOB MÁSCARA, DRENAGEM FECHADA DE TÓRAX COM SAÍDA DE 300 ML SANGUINOLENTO, 2 ACESSOS VENOSOS NAS FOSSAS ANTECUBITAIS E HIDRATAÇÃO COM 1000 ML DE RL MORNO. EM SEGUIDA PACIENTE FOI ENCAMINHADO PARA O CENTRO CIRÚRGICO PARA TORACOTOMIA ANTERO LATERAL DIREITA. DURANTE A CIRURGIA OBSERVADO LESÃO TRANSVERSA NO SACO PERICÁRDICO DE 8 CM, PARALISIA DO DIAFRAGAMA A DIREITA. REALIZADO AMPLIAÇÃO DA TORACOTOMIA COM ESTERNOTOMIA TRANSVERSA + HEMOSTASIA DAS MAMÁRIAS INTERNAS COTO PROXIMAL E DISTAL E AMPLIAÇÃO DA ABERTURA NO SACO PERICÁRDICO. OBSERVADO LESÃO DE 3 CM NA AURÍCULA DIREITA COM COÁGULO E SECÇÃO DO RAMO MARGINAL DIREITO DA ARTÉRIA CORONÁRIA DIREITA COM SANGRAMENTO ATIVO, LESÃO EM LOBO INFERIOR PULMAO DE 5 CM. CONTROLE DA LESÃO NA AURÍCULA COM SATINSKI E RAFIA COM PROLENE 4-0, CHULEIO SIMPLES, HEMOSTASIA DO RAMO DA CORONÁRIA DIREITA COM PONTOS EM U. RAFIA PULMONAR COM VICRYL 2-0 EM BARRA GREGA E CHULEIO SIMPLES. LIMPEZA EXAUSTIVA DA CAVIDADE PLEURAL COM 10 L SF 0,9% MORNO, DRENAGEM SECUNDÁRIA ANTERIOR AO PULMÃO. PACIENTE EVOLUIU BEM NO PÓS IMEDIATO COM TROPONINA QUALITATIVA NÃO REAGENTE. 3 DPO RETIROU-SE O DRENO ANTERIOR, 5 DPO RETIROU-SE O DRENO POSTERIOR COM DÉBITO CERCA DE 70 ML SEROSO E ALTA NO 6 DIA PÓS OPERATÓRIO. PO068 - MANEJO NÃO-OPERATÓRIO DE ABSCESSO BRUNA FAGUNDES ROCKENBACH1; MICHELLE E UNTERLEIDER2; ROGER HEISLER2; GUILHERME NOSCHANG VIEIRA BACCHI1; THIAGO RIBEIRO BARROS1; RICARDO BREIGEIRON1 1.PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL; 2.HOSPITAL DE PRONTO SOCORRO, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: Conforme a literatura cirúrgica corrente, o tratamento de abscessos abdominais, geralmente, envolve drenagem, preferencialmente, via percutânea, porém, em alguns casos, pode ainda ser necessária conduta mais agressiva, como a realização de uma laparotomia. Assim, há casos, como o que será apresentado neste trabalho, que não há disponível janela de punção para a drenagem percutânea de abscesso e a consideração de uma abordagem mais agressiva, como uma laparotomia, poderia ser arriscada pela chance de uma eventual lesão de alças, quando o abscesso encontra-se bloqueado por elas. Desta forma, uma abordagem mais conservadora, com uso de antibióticos sistêmicos, pode ser uma opção, quando associado a acompanhamento clínico constante. OBJETIVO: Expor tratamento conservador de abscesso intra-abdominal. MÉTODOS: Paciente masculino, 44 anos, chega ao hospital com picos de febre há 3 dias e dor abdominal baixa irradiada para bolsa escrotal e pelve. Histórico de apendicectomia há 11 dias por apendicite aguda. Em avaliação pela Cirurgia Geral, abdome flácido, sem defesa, dor em baixo ventre, ferida operatória limpa. Solicitados laboratoriais: EQU e culturais, além de ecografia (ECO) abdominal. Urocultura e hemocultura: sem alterações. EQU: 10 leucócitos e 8 hemácias/campo, além de bacteriúria presente. Na ECO sem evidência de lesões agudas, nem presença de líquido livre e/ou coleções inflamatórias na cavidade abdominopélvica, nem evidencia de cálculos urinários. Iniciou-se antibioticoterapia empírica (havia queixa de febre e disúria). Punho-percussão lombar positiva à esquerda. Avaliação da equipe clínica: suspeita de pielonefrite aguda. Solicitada tomografia (TC) de abdome sem contraste: abscesso intra-abdominal de 7 cm cranialmente à bexiga entre alças intestinais. Foi suspendido plano cirúrgico e optou-se por conduta conservadora com ATB pela ausência de janela de punção. Paciente apresenta melhora clínica da dor abdominal, diminuição dos picos febris e melhora laboratorial. TC abdominal de controle com contraste revela abscesso intra-abdominal com 8 cm de diâmetro, porém paciente assintomático e afebril. Finalizado curso de ATB, paciente apresenta-se com boa resposta clínica, assintomático e afebril. RESULTADOS: Paciente tem alta após 16 dias de internação; foi orientado a retornar à emergência imediatamente, se sinais de piora. CONCLUSÃO: A conduta adequada dos abscessos permanecem ainda um desafio. Entretanto, os avanços tecnológicos nos exames de imagem melhoram o diagnóstico, além do acompanhamento. Se o abscesso for de pequeno volume e há ausência de janela para punção, uma alternativa de tratamento seria um curso de ATB com acompanhamento clínico e radiológico; caso ocorra piora, uma abordagem mais agressiva pode ser necessária. PO069 - TRAUMATISMO CARDÍACO PENETRANTE MARIANA OLIVEIRA LUIZ1; MARIANA AB CIOFFI2; NÁDIA GABRIELE RUDNICK2; DIEGO CARRÃO WINCKLER2; BRUNA FAGUNDES ROCKENBACH1; RICARDO BREIGEIRON1 1.PUCRS, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL; 2.HOSPITAL DE PRONTO SOCORRO, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: O trauma cardíaco penetrante representa um desafio para os cirurgiões, tanto pela sua letalidade como pela urgência necessária de estabelecer seu tratamento. Os achados clínicos variam desde franca parada cardiorrespiratória até pacientes completamente assintomáticos. OBJETIVO: Relatar um caso de paciente com ferimento cardíaco penetrante, em que foi realizada a estabilização inicial em hospital de pequeno porte e indicada a transferência para um hospital especializado em trauma, resultando em boa evolução. MÉTODO: Paciente masculino, 26 anos, vítima de ferimento por arma branca com orifício de entrada no 6º espaço intercostal esquerdo, entre as linhas hemiclavicular e axilar anterior. Atendido na emergência de um hospital de pequeno porte em choque hipovolêmico, recebeu reposição vigorosa de solução cristaloide e foi transferido para um hospital centro de trauma. Foi admitido com tempo trauma-admissão estimado em 2,5 horas. Apresentava sinais vitais e exame físico dentro da normalidade. RESULTADOS: Radiografia de tórax demontrava redução da transparência em hemitórax esquerdo. Realizado FAST (Focused Assesment with Sonography for Trauma), que evidenciou derrame pericárdico, sem tamponamento cardíaco, e derrame pleural à esquerda. Encaminhado ao bloco cirúrgico para toracotomia anterolateral esquerda, na qual identificou-se de imediato a presença de 800 ml de sangue no espaço pleural e pericárdio tenso. Realizada pericardiotomia com saída de 60 ml de sangue e evidenciadas duas lesões penetrantes próximas ao terço médio da artéria coronária descendente anterior (DA), um deles com sangramento ativo de difícil controle. Após tentativas de cessar o sangramento, foi necessária rafia miocárdica englobando terço distal da DA. Inspecionada cavidade pleural e diafragma, sem evidência de lesões. Inseridos drenos tubulares bilaterais e realizado fechamento da incisão por planos. Recebeu reposição sanguínea e de cristaloide peri e pós-operatórios. Evoluiu com desvio cardíaco à esquerda e infarto agudo do miocárdio anterior não-transmural, atelectasias e pneumonia causada por agente multissensível. Recebeu alta hospitalar após 17 dias de internação em bom estado geral e com fração de ejeção cardíaca ao ecocardiograma dentro da normalidade. CONCLUSÕES: O diagnóstico de lesão miocárdica requer alto índice de suspeição. Alguns pacientes recebem o primeiro atendimento em hospitais de menor porte. Nos casos em que o emergencista avalia a necessidade de transferência para local com maiores recursos, a transferência deve ser efetivada o mais brevemente possível, o que pode ser vital para o paciente, principalmente quando se trata de ferimentos cardíacos complexos ou com sangramento de difícil controle, como o relatado neste caso clínico. PO070 - TRAUMA TORÁCICO COMPLEXO:RELATO DE CASO NAIARA P D BICALHO1; ANA L D RABELO1; DOUGLAS M DIAS2; MESSIAS F S JUNIOR3 1.UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS, MANAUS, AM, BRASIL; 2.SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE MANACAPURU, MANAUS, AM, BRASIL; 3.IRMANDADE DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL. Resumo: Lesões traqueobrônquicas correspondem de 1 a 2% das lesões torácicas. Causadas por ferimentos penetrantes, contusões e manipulações de vias aéreas. A grande maioria encontra-se em sua porção cervical por ser desprovida da proteção do arcabouço torácico. Localização mais comum dos ferimentos penetrantes ao contrário das lesões contusas mais comuns na porção distal da árvore traqueobrônquica. Atualmente, nos deparamos com armas de fogo e projetis de alta velocidade capazes de penetrar qualquer barreira do corpo humano. A paciente em questão foi uma dessas vítimas. Nosso objetivo foi presentar uma abordagem cirúrgica de lesão de traqueia e esôfago baseado-nos no prontuário da paciente e revisão bibliográfica. Paciente JSS, feminino, 27 anos, vítima de perfuração por arma de fogo em região escapular esquerda. Admitida no Hospital Pronto Socorro 28 de Agosto, em Manaus-AM, 20 minutos após agressão: agitada, taquipneica, grande enfisema de partes moles, SPO2 100% e Glasgow 15. No politrauma, paciente submetida à acesso venoso periférico, toracocentese descompressiva, drenagem torácica à esquerda, mantendo-se estável hemodinamicamente e com progressão do enfisema. Tomografia evidenciou contusão pulmonar importante em lobo superior esquerdo e pneumomediastino volumoso. Procedida intubação e encaminhada ao centro cirúrgico. Submetida à cervicoesternotomia, tivemos como achados lesão da traqueia membranosa de aproximadamente 03 centímetros no sentido longitudinal e lesão de adventícia esofágica e extrusão de mucosa. Realização de traqueorrafia com caprofyl 4-0 (07 pontos separados), síntese da adventícia esofágica com prolene 4-0 e interposição de patch de pericárdio. Drenagem de mediastino e síntese de ferida cirúrgica. Ótima recuperação em unidade de terapia intensiva. Diante do exposto, concluimos que as lesões traqueobrônquicas são melhor diagnosticadas pela associação de tomografia e broncoscopia que permitem definir com precisão a lesão e sua localização, dados importantes para a escolha terapêutica que pode ser expectante em lesões menores que 02 centímetros em pacientes estáveis e livres de distress ventilatório ou cirúrgica, caso contrário. Incluem cervicotomia em colar para as lesões proximais, toracotomias póstero-laterais direita ou esquerda. As cervicotomias podem associar-se à estenotomias parciais. Importante tratar e excluir lesões associadas. Nosso diagnóstico foi guiado apenas pela cinemática do trauma e tomografia onde observamos fragmentos do projetil à altura do manúbrio diante disso procedemos uma esternotomia por promover amplo acesso ao mediastino, permitir a utilização do pericárdio e exclusão de outras lesões; associada a cervicotomia à esquerda que permitiu mobilização completa de traqueia e esôfago nos conferindo total liberdade para tratar as lesões. PO071 - GESTAÇÃO ECTÓPICA INTERSTICIAL ROTA HEVEN LI PEREIRA1; FÁBIO SANTOS ALVES1; LAYLA BARBOSA BARROS1; MARCELLA MENDES BOTELHO2 1.HOSPITAL DE URGÊNCIA DE SERGIPE, ARACAJU, SE, BRASIL; 2.HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE, ARACAJU, SE, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: A gravidez ectópica intersticial (GEI) é um evento raro, representa 2 a 4% das gestações ectópicas (GE). É a principal causa de hemorragia entre as gestações ectópicas (85-90%), sendo causa importante de abdome agudo hemorrágico. Apresenta alta taxa de mortalidade materna, em torno de 2 a 3%. As GEIs são viáveis, em média, até 10-16 semanas, podendo levar a mãe a quadros de choque hipovolêmico e, em alguns casos, sepse. Diante da raridade do caso e de seu grande impacto sobre a vida materna, decidiu-se relatar o caso atendido pela equipe médica do Hospital Urgência de Sergipe (HUSE). OBJETIVO: Relatar caso de paciente com hemoperitôneo de grande volume, por gestação ectópica intersticial rota de 13 semanas com feto vivo, atendida no HUSE em Junho de 2014. MÉTODO: Estudo observacional, descritivo, do tipo relato de caso, a partir do caso de paciente atendida no HUSE, no município de Aracaju, Sergipe, em Junho de 2014. RESULTADO: MHJS, 43 anos, G10P10A0, múltiplos parceiros, deu entrada com história de dor abdominal súbita e de forte intensidade, sem sangramento visível, com história de gravidez sem exame laboratorial ou ultrassonográfico confirmatório. Ao exame clínico estava hipocorada (Hb=7,4), taquicárdica (FC=170bpm), com abdome doloroso à palpação, sem irritação peritoneal. Não foi realizado toque vaginal pela equipe de primeiro atendimento. Os exames complementares demonstraram positividade do B-hCG e o ultrassom abdominal, presença de gestação em curso de aproximadamente 13 semanas, embrião com atividade cardíaca ao doppler e saco gestacional implantado fora da cavidade uterina, no corno uterino esquerdo. Foi-se indicada laparotomia e no ato operatório encontrou-se grande hemoperitôneo (3 litros) e perfuração da parede uterina em corno esquerdo. Foi realizado Salpingo-ooforectomia à esquerda + histercetomia total. A paciente evoluiu sem intercorrências no pós-operatório recebendo alta no 2º dia de pós-operatório. CONCLUSÃO: A GE possui vários sítios de implantação, sendo a GEI um evento raro, mas que apresenta grande taxa mortalidade materna, justificada pela intensa vascularização local, o que propicia uma hemorragia de grande volume. Os fatores de risco para esse tipo de gestação são inúmeros, como GE prévia, doença inflamatória pélvica, doenças sexualmente transmissíveis, fertilização in Vitro, múltiplos parceiros sexuais, dentre outros. O quadro clínico é de dor abdominal súbita e de forte intensidade, amenorréia, spottings, sinais de choque com B-hCG positivo e ultrassom demonstrando ausência de saco gestacional/embrião em cavidade uterina, podendo auxiliar na localização da gestação. Portanto, mesmo evidenciado a presença de feto vivo com 13 semanas de gestação, foi realizado tratamento cirúrgico, única medida para casos de GE rota, levando em conta a inviabilidade de progressão da gestação, o alto risco de morte materna e o consentimento da mesma. Apesar de poder apresentar feto vivo ao diagnóstico, não apresenta viabilidade de progressão da gestação pelo alto risco de rotura, sangramento e mortalidade materna, sendo o tratamento cirúrgico de urgência o de escolha. PO072 - ATENÇÃO AO SINAL DO CINTO DE SEGURANÇA MARIO SALIM KALIL1; MICHELLE E UNTERLEIDER2; DIEGO CARRÃO WINCKLER2; JULIO CESAR BENTO ALVES2; DAVYD EMAANUEL FIN DE LEHMANN1; RICARDO BREIGEIRON3 1.PUCRS, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL; 2.2HOSPITAL DE PRONTO SOCORRO, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL; 3.PUCRS; 2HOSPITAL DE PRONTO SOCORRO, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. Resumo: Introdução: O trauma abdominal contuso ocorre quando as vísceras são submetidas a aceleração, desaceleração, compressão e cisalhamento do abdômen nas diversas direções. Neste tipo de trauma, a pele mantém-se íntegra e o baço é o órgão mais acometido. As causas mais frequentes da contusão abdominal são os acidentes automobilísticos (70%), os golpes (17%) e as quedas acidentais (6%). Na clínica do trauma abdominal é importante ressaltar que a ausência de sinais e sintomas não afasta a possibilidade de lesão interna. Objetivo: O paciente vítima de trauma mas consciente deve ser mantido sob observação clínica, com exames clínicos repetidos. Tal atitude foi realizada neste relato de caso até a manifestação de sintomas que indicaram o procedimento cirúrgico. Método: Paciente masculino, 32 anos, vítima de colisão carro versus caminhão. Foi trazido pela ambulância, imobilizado, com colar cervical. De vias aéreas pérvias, ventilava espontaneamente, apresentava-se hemodinamicamente estável, com abdômen pouco depressível, doloroso em andar inferior e marca do cinto de segurança infra-umbilical. Foi solicitado FAST, com resultado negativo; RX de tórax e de pelve, negando evidências de lesões traumáticas nessas regiões; TC de abdômen com contraste, que apresentou pequena quantidade de líquido livre periesplênico e na pelve. O paciente foi mantido em observação, com exame físico seriado e acompanhamento neurológico. No dia seguinte, encontrava-se sem dor. Após 2 dias da baixa no hospital, referiu dor intensa. Apresentava abdômen tenso, sem sinais de peritonismo. No mesmo dia, apresentou quadro de agitação, taquicardia, sudorese, dor abdominal severa e sinais de irritação peritoneal. Os laboratoriais mostravam 8420 leucócitos com 30% de bastonetes. O paciente foi, então, submetido à cirurgia, a qual mostrou lesão perfurativa de jejuno proximal e duas lesões de mesocólon, grande quantidade de líquido purulento e fecalóide intra-abdominal. No primeiro pós-operatório (PO) o abdômen estava flácido, depressível, sem ruidos hidroaéreos (RHA). No segundo dia de PO, foi realizada reintervenção para revisões de cavidade peritoneal, rafia de jejuno, do mesocólon e do íleo, além de lavagem exaustiva. Após reintervenção, o paciente evoluiu bem, com RHA presentes. Resultados: A observação do paciente que sofreu trauma abdominal contuso foi realizada, uma vez que durante a admissão este estava consciente e sem sinais de irritação peritoneal. A cirurgia tornou-se, entretanto, um procedimento indispensável com a manifestações de novos sintomas. Conclusões: A observação e o exame físico seriado do paciente que sofreu trauma abdominal são de extrema importância, já que tal mazela, quando não diagnosticada, é causa frequente de mortes pós-trauma. PO073 - PERFURAÇÃO TRAUMÁTICA DE VESÍCULA BILIAR VITÓRIA LUCIETTO PICCININI1; LUIZ AC ALVES2; MICHELLE E UNTERLEIDER2; ROGER HEISLER2; JULIO CESAR BENTO ALVES2; EDUARDO CHAISE DIDONÉ2 1.PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL, PORTO ALE, RS, BRASIL; 2.HOSPITAL DE PRONTO SOCORRO, PORTO ALE, RS, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: De todos os traumas abdominais, apenas 0,5-8% há lesão de vesícula biliar, e a maior parte desses é por trauma penetrante e há dano associado de estruturas adjacentes, o que favorece o diagnóstico. A perfuração de vesícula biliar secundária a trauma fechado de abdômen, sobretudo como lesão isolada, é um evento raro. Somando-se esse fato a apresentação inespecífica dos sintomas, a identificação tardia de uma perfuração do órgão geralmente ocorre através da piora clínica do paciente, acompanhada de alta taxa de morbimortalidade. OBJETIVO: Expor um caso de perfuração de vesícula biliar secundária a trauma fechado de abdômen sem lesão intra-abdominal associada. MÉTODO: Paciente masculino, 53 anos, etilista, trazido ao hospital às 7h46 alcoolizado, vítima de agressão a pedradas. Necessidade de intubação orotraqueal devido a rebaixamento do nível de consciência (Glasgow = 8). Solicitada tomografia de crânio, que demonstrou hematoma subdural parietal direito. Após 24 horas, evoluiu com parada cardiorrespiratória, com restauração da circulação espontânea em 4 minutos. Sondagem nasogástrica: líquido com aspecto de borra de café. Iniciada droga vasoativa e reposição de concentrado de hemácias. Vinte e seis horas após a chegada apresentava-se taquicárdico, hipotenso, abdome globoso, ruídos hidroaéreos ausentes, extremidades frias e anúria. Realizada ecografia abdominal que evidenciou líquido livre junto ao baço e perihepático, vesícula biliar com conteúdo ecogênico e paredes espessas. Solicitada, então, avaliação cirúrgica. Realizado atendimento sistematizado do paciente pela equipe cirúrgica e lavagem peritoneal diagnóstica com saída de sangue. À laparotomia exploradora: saída de 1500ml de sangue à abertura, vesícula biliar normoespessa, com lesão grau II e sangramento da artéria cística. Realizada colecistectomia e lavagem da cavidade. RESULTADO: No pós-operatório (PO), o paciente necessitou de hemodiálise, aumento da titulação da droga vasoativa e adequação dos parâmetros ventilatórios. Resposta parcial nos primeiros dias, evoluindo a óbito no 9º PO. CONCLUSÃO: O diagnóstico de lesão isolada de vesícula biliar é difícil de ser estabelecido, e raramente ocorre no pré-operatório. Mas, apesar da infrequência, a suspeita de dano ao órgão em casos de trauma fechado de abdômen, particularmente decorrente de um golpe forte localizado, não deve ser ignorada. Ademais, alguns fatores predispõem à perfuração, como a distensão do órgão devido a ingesta de álcool. Além disso, deve-se ter ênfase constante na avaliação inicial do paciente traumatizado, como um método rápido e preciso de reanimar e estabilizar o doente, estabelecendo suas necessidades, e oferecendo-o o tratamento definitivo o mais precocemente possível. PO074 - CONDUTA CONSERVADORA EM TRAUMA ESPLÊNICO NAIARA P D BICALHO1; ANA L D RABELO1; LUANA G FREIRE1; DIEGO C MATOS2; IGOR G FONSECA3; MESSIAS F S JUNIOR4 1.UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS, MANAUS, AM, BRASIL; 2.HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GETÚLIO VARGAS, MANAUS, AM, BRASIL; 3.FUNDAÇÃO CENTRO DE CONTROLE DE ONCOLOGIA DO ESTADO DO AMAZONAS, MANAUS, AM, BRASIL; 4.IRMANDADE DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL. Resumo: O tratamento das lesões do baço sofreu alterações ao longo do tempo devido ao crescente entendimento de sua função fisiológicas. Singer mostrou que a sepse é oito vezes mais frequente em pessoas esplenectomizadas. Tem no tratamento conservador, operatório ou não, sua melhor opção. A escolha por um tratamento específico, considera-se principalmente a hemodinâmica do paciente e o grau da lesão (estádio tomográfico). Nosso objetivo foi descrever um caso de tratamento cirúrgico conservador em trauma esplênico penetrante baseado-nos no prontuário do paciente e revisão bibliográfica. Paciente GCR, masculino, 23 anos, oriundo da cidade de Borba-AM, vítima de ferimento por arma branca em transição tóraco-abdominal à esquerda (7º espaço intercostal, entre as linhas axilar e média e posterior). Admitido no HPS 28 de Agosto após 18h do trauma: estável hemodinamicamente, eupnéico e sem sinais de irritação peritoneal. Evoluiu com dor abdominal, feito tomografias computadorizadas de tórax e abdome que mostraram lesão de cúpula frênica esquerda, líquido livre em cavidade e “borramento” na região esplênica, foi à sala de cirurgia. Feito à laparotomia mediana, que mostrou lesão Grau II de cúpula frênica esquerda com herniação de epíplon, lesão esplênica Grau III com laceração profunda e volumoso hematoma local. Realizou-se frenorrafia simples e esplenorrafia com suturas captonadas em “U” e sobre prótese de Dacron®, com drenagem de tórax à esquerda. Evoluindo sem complicações. Ferimentos penetrantes são mais frequentes no fígado, intestino delgado, diafragma e cólon, sendo as lesões esplênicas menos comuns. Deve-se considerar lesões associadas(7,12,15). O estado hemodinâmico define condutas para esse tipo de lesões, se estável, encaminha-se para TC de abdome com contraste endovenoso. Caso, instável, seguira a sala de operações. O estadio das lesões esplênicas é importante para decisão terapêutica. Existe cinco graus de lesões esplênicas em ordem crescente de gravidade, desde o hematoma subcapsular < 10% e/ou ruptura capsular com profundidade no parênquima < 1cm (Grau I) até baço multifragmentado ou avulsão do hilo com desvascularização do órgão (GrauV). Lesões de grau I a III são de conduta conservadora. O baço tem como funções: retirada de corpúsculos hematológicos, fagocitose, produção de anticorpos, opsoninas, tuftisina e propedina, maturação de linfócitos. Sendo, uma barreira imunológica. Diante do exposto, devemos envidar esforços e meios para manutenção do baço ou de massa residual esplênica funcional. Evitando, assim, complicações infecciosas tardias. Por apresentar trauma penetrante por lesão múltipla, o paciente acima foi submetido a um tratamento cirúrgico conservador. PO075 - CONTROLE DE DANOS EM TUMOR HEPÁTICO HEVEN LI PEREIRA; FÁBIO SANTOS ALVES; LAYLA BARBOSA BARROS HOSPITAL DE URGÊNCIA DE SERGIPE, ARACAJU, SE, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: "Controle de danos" se refere à estratégia cirúrgica na qual reduz-se o tempo de cirurgia e sacrifica-se o reparo imediato de todas as lesões a fim de restaurar os parâmetros fisiológicos e não anatômicos no paciente instável. Esse método consiste, portanto, em controlar de maneira não definitiva as lesões do doente, como por exemplo, uma hemorragia intra-abdominal. A hemorragia intra-abdominal não-traumática é rara, estando presente em 2% dos pacientes adultos que procuram o departamento de emergência com dor abdominal. Apesar de incomum, pode ser fatal, podendo apresentar taxas de mortalidade de 40% nos pacientes não operados e de 100% nos operados sem identificação do foco hemorrágico. OBJETIVO: Relatar caso de paciente atendido com tumor hepático que compreendia todo o fígado apresentando intenso sangramento no Hospital de Urgências de Sergipe (HUSE), Aracaju, Sergipe. MÉTODO: Estudo observacional, descritivo, do tipo relato de caso, a partir do caso de paciente atendida no HUSE, em Junho de 2014, no município de Aracaju, Sergipe. RESULTADOS: JS, 74 anos, deu entrada no serviço de urgência com quadro de dor e distensão abdominal havia duas semanas, associado à um episódio de perda de consciência, motivo de sua ida à urgência. Negava comodidades. Referia flatos e dejeções fisiológicos. Ao exame clínico, apresentava-se hipocorada, estável hemodinamicamente e queixava-se de dor moderada à palpação em hipocôndrio e flanco esquerdos, além de apresentar equimose periumbilical discreta. Inicialmente, seu caso foi conduzido para investigação de pancreatite aguda, porém a paciente não apresentava critérios laboratoriais que confirmassem esta hipótese diagnóstica. Não foi possível realizar tomografia de abdome por motivos institucionais. Após dois dias de internamento, a equipe cirúrgica reavaliou o caso, decidindo-se por realizar laparotomia diagnóstica diante da dificuldade de resolução do caso e da queda persistente dos valores da hemoglobina da paciente. No ato operatório, foi evidenciado hemoperitôneo volumoso (4 litros) e fígado com aspecto tumoral em toda sua extensão, apresentando sangramento ativo, sem outros achados diagnósticos. Diante da impossibilidade da resolução do sangramento, optou-se pelo controle de danos. Realizou-se biópsia do tecido hepático e, a seguir, foram colocadas dez compressas em torno do fígado sangrante. A paciente evoluiu com insuficiência respiratória, porém estável hemodinamicamente, apresentando episódio de broncoaspiração, indo a óbito no primeiro dia pós-operatório. CONCLUSÃO: O conceito e a realização de controle de danos têm se tornado cada vez mais comum entre os cirurgiões de urgência e emergência, principalmente diante dos quadros de difícil resolução, na impossibilidade de resolução ou devido ao quadro de instabilidade hemodinâmica do paciente, tentando assim a compensação hemodinâmica para posterior reabordagem para correção da causa hemorrágica, por exemplo. No caso referido, a falta de exames complementares que indicassem o diagnóstico, o retardo na realização da investigação da causa e até mesmo a provável falta de acompanhamento médico prévio, culminou com o desfecho trágico. PO076 - ABSCESSO HEPÁTICO PIOGÊNICO HEVEN LI PEREIRA1; FÁBIO SANTOS ALVES1; HIAGO VINÍCIUS DANTAS COSTA2; LUIZA NEVES DE SANTANA TELES2; CAROLINA OLIVA CARVALHO BORGES2; ANA BÁRBARA DE JESUS CHAVES2 1.HOSPITAL DE URGÊNCIA DE SERGIPE, ARACAJU, SE, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE, ARACAJU, SE, BRASIL. Resumo: Introdução: o abscesso hepático é uma doença rara relatada desde os tempos de Hipócrates. Sua principal manifestação é como abscesso hepático piogênico (AHP) encontrado principalmente em jovens, porém há um crescente aumento entre idosos. Historicamente o AHP esteve relacionado a diversas patologias gastrointestinais, no entanto, relata-se atualmente uma maior importância de distúrbios hepatobiliares. Métodos diagnósticos avançados e intervencionistas têm ajudado a diminuir os altos índices de mortalidade da doença, principalmente quando não tratada. Objetivo: descrever caso clínico de abscesso hepático piogênico em adulto assistido por equipe cirúrgica de um hospital de grande porte, na cidade de Aracaju-SE. Método: foi realizada avaliação clínica e cirúrgica do paciente em questão e posterior revisão de seu prontuário e de literatura relacionado ao tema exposto. Resultados: paciente C.S.G., 50 anos, sexo masculino, admitido na ala verde do Hospital de Urgência de Sergipe com queixa de dor abdominal no quadrante superior direito há três semanas, e febre acompanhada de calafrios há duas semanas. A dor e febre foram tratadas nos primeiros dias de internação e o paciente permaneceu assintomático por duas semanas na ala clínica. Foi solicitado nesse período ultrassonografia e tomografia computadorizada de abdômen. Após análise dos resultados, solicitou-se avaliação da equipe de cirurgia geral que diagnosticou a presença de múltiplos abscessos hepáticos. A opção de tratamento foi a abordagem cirúrgica dos abscessos, por meio de uma laparotomia com incisão xifo-umbelical e drenagem dos abscessos. Colocado dreno tubular abdominal e realizado antibioticoterapia. Conclusão: os avanços nos exames de imagem, como ultrassonografia e tomografia computadorizada, corroboram para estabelecer um diagnóstico de abscesso hepático piogênico mais preciso quanto à sua morfologia e manifestação, já que geralmente o quadro clínico dessa entidade clínica é inespecífico. Aliado a esse conhecimento, os métodos intervencionistas cirúrgicos mais apropriados são fundamentais para que haja uma recuperação satisfatória do paciente. PO077 - FERIMENTO PENETRANTE EM PRECÓRDIO MARCELA GRUENDLING1; NÁDIA GABRIELE RUDNICK2; JULIO CESAR BENTO ALVES2; VITÓRIA LUCIETTO PICCININI1; ALEXANDRA DAMASIO TODESCATTO1; RICARDO BREIGEIRON2 1.PUCRS, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL; 2.HPS-POA, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: Em pacientes vítimas de lesões torácicas, a possibilidade de derrame pericárdico traumático é um importante cenário a ser considerado. Até 80% dos ferimentos por arma branca (FAB) que atingem o miocárdio resultam em tamponamento cardíaco. Os clássicos sinais da tríade de Beck (abafamento de bulhas cardíacas, hipotensão e turgência jugular) estão presentes em uma minoria dos pacientes vítimas de trauma agudo. OBJETIVO: Relatar o caso de um paciente portador de derrame pericárdico resultante de FAB em região precordial, com lesão causadora inesperada. MÉTODOS: Paciente masculino, 24 anos, admitido na emergência do centro de trauma, vítima de FAB com orifício de entrada no 5º espaço intercostal esquerdo, medial à linha hemiclavicular. Chegou com sinais vitais dentro da normalidade e pulsos cheios, queixando-se apenas de dor ventilatório-dependente. Exame físico não evidenciava alterações, exceto leve turgência jugular e pequeno enfisema subcutâneo apenas no local do FAB. Radiografia de tórax da admissão não demonstrava anormalidades. Realizado FAST (Focused Assesment with Sonography for Trauma), evidenciando derrame pericárdico sem tamponamento cardíaco. Indicada cirurgia imediata. Durante a janela pericárdica, confirmou-se a saída de sangue após pericardiotomia, sendo então ampliada a incisão para realização de esternotomia. Identificado hemopericárdio sem sangramento ativo ou lesão miocárdica. Exploração do saco pericárdico identificou hematoma em gordura pericárdica e ferimento de 4 mm no mesmo. Identificada lesão de artéria mamária interna esquerda, sendo, então, ligada. Foi concluído que houve provável hemopericárdio por sangramento da artéria mamária interna para o interior do saco pericárdico. Inseridos dois drenos tubulares (justapericárdico e em cavidade pleural esquerda) e realizado fechamento por planos da incisão. Recebeu reposição de duas unidades de concentrado de hemácias e solução cristalóide. RESULTADO: Encaminhado à Unidade de Terapia Intensiva, onde foi extubado após seis horas. Recebeu alta para a enfermaria cirúrgica no terceiro dia de pós-operatório. Retirado dreno mediastinal após três dias da admissão e dreno pleural no quinto dia. Recebeu alta hospitalar no dia seguinte, completando seis dias de internação. Manteve estabilidade hemodinâmica e laboratorial em todo o período. CONCLUSÃO: A artéria mamária interna pode possuir fluxo de até 300 ml/h. Lesões a essa artéria podem produzir hemotórax extenso e até mesmo tamponamento pericárdico, simulando uma lesão miocárdica. Essas lesões são geralmente descobertas ao acaso no momento da toracotomia realizada por suspeita de lesões miocárdicas ou de grandes vasos, e devem ser lembradas no diagnóstico diferencial do derrame pericárdico, principalmente traumático. PO078 - MINICURSO DE PRIMEIROS SOCORROS MÁRCIO MATHEUS ROSAS DE SOUZA; THAÍS CRISTINA LIMA DE OLIVEIRA; FELIPE BRANCO CABAU; RAQUEL HOLANDA DE PAULA PESSOA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE, RIO BRANCO, AC, BRASIL. Resumo: Introdução: Segundo a OMS, anualmente, 5,8 milhões de pessoas morrem no mundo devido a traumas, mais do que a soma de mortes por tuberculose, SIDA (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) e malária. Traumas também são responsáveis pela maioria das incapacitações permanentes. Logo, tendo em vista que a primeira hora após o acidente é crucial para garantir a recuperação e sobrevivência da vítima, é imprescindível a disseminação de conhecimentos sobre técnicas de primeiros socorros adequadas e prevenção de acidentes à população. Objetivo: Mediante esses fatos, o Projeto Alfa Rio Branco implantou, semestralmente, a realização de minicursos de primeiros socorros. Esses possuem como principal objetivo o ensino do atendimento pré-hospitalar em casos de traumas, permitindo a capacitação de forma teórica e prática do público presente no evento para que, em uma situação de emergência, essas pessoas possam evitar complicações no prognóstico da vítima e, sobretudo, salvar vidas. Método: O minicurso consiste em palestras ministradas pelos próprios ligantes que recebem um treinamento prévio, tanto na parte pré-hospitalar como na intra-hospitalar, com médicos e internos baseados, majoritariamente, nos livros PHTLS (Pre-Hospital Trauma Life Support) e ATLS (Advanced Trauma Life Support). A parte teórica do evento aborda os seguintes temas: sufocação, afogamento, desmaios, convulsões, fraturas, entorses, luxações, choque, hemorragia, queimaduras, acidentes com animais peçonhentos, parto de emergência, ressuscitação cardiopulmonar e trauma toraco-abdominal. O minicurso possui também uma parte prática composta por simulações de acidentes para que o público possa ter uma melhor absorção do conteúdo e vivenciar na prática o conteúdo adquirido. A realização das simulações envolve o uso de maquiagens e materiais para que toda cena seja a mais realista possível. O minicurso possui duração de três dias e, para melhor aprendizado, todos os participantes recebem uma apostila, confeccionada pelos próprios ligantes, com um resumo de todos os assuntos lecionados. Resultados: Cada minicurso permite a formação de 130 pessoas capacitadas a realizar um atendimento pré-hospitalar de excelência. Ao final do evento, cada participante com assiduidade mínima de 75% recebe um certificado de 30 horas emitido pela Universidade Federal do Acre. Conclusões: O minicurso de primeiros socorros realizado pelo Projeto Alfa de Rio Branco tem o papel fundamental de promover o conhecimento sobre atendimento pré-hospitalar e prevenção a acidentes. Através desse, centenas de pessoas por ano são capacitadas a prestar um socorro de emergência rápido e eficiente, permitindo que as vítimas possuam maiores chances de sobrevivência com as menores sequelas possíveis. PO079 - PRIMEIROS SOCORROS EM QUEIMADURAS MÁRCIO MATHEUS ROSAS DE SOUZA; VICTOR EUSMAR XAVIER MEDEIROS; ANDRÉ LUIS BEZERRA LABAT; PAULA RÚBIA JORNADA BASTOS; PHELLIPE RODERO BATAGLINI; LAURO CÉSAR BRITO REZENDE UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE, RIO BRANCO, AC, BRASIL. Resumo: Introdução: As lesões por queimaduras são a terceira causa de morte acidental em todas as faixas etárias, sendo que 75% dessas resultam de ações executadas pela própria vítima no seu domicílio de acordo com dados da National Burn Information Exchange. Conhecer os principais riscos de acidentes que podem provocar queimaduras em ambiente domiciliar é fundamental para evitar o grande número de morbimortalidade. A observação dos princípios básicos de reanimação inicial no trauma e a aplicação, em tempo apropriado, de medidas emergenciais simples minimizam a gravidade das lesões. Como acidentes por queimaduras tem tratamento demorado e com grande chance de sequelas, faz-se necessário realizar os primeiros socorros corretamente, entender o tratamento e as consequências da queimadura. É primordial diante disso, que a população seja ensinada e treinada para agir rápida e eficazmente frente a essas situações. A veiculação de programas preventivos nas escolas reflete a preocupação dos familiares em tornar seus filhos mais atentos e responsáveis com a prevenção de acidentes. Objetivo: Esse projeto visa instruir alunos do Ensino Médio a reconhecer os perigos de acidentes, saber evitá-los, chamar por socorro quando necessário e em como realiza os primeiros. Método: Esse Projeto cumpriu seu objetivo através da realização periódica de Palestras de PRIMEIROS SOCORROS nos seguintes locais: Escola Armando Nogueira (CEAN), Escola Lorival Sombra e Escola Professora Heloisa Berta Mourão. Foram realizadas duas palestras no período de um mês em cada uma das escolas inseridas no projeto. A maioria dos palestrantes pertence à Liga de Primeiros Socorros e Prevenção de Acidentes- Projeto ALFA RIO BRANCO. Após a divisão dos participantes, as atividades foram distribuídas por sorteio ou conveniência aos grupos que se responsabilizaram pelo treinamento dentro da respectiva escola. Cada palestra abordou os seguintes temas: Introdução aos Primeiros Socorros, Avaliação Inicial ao Traumatizado, Via Aérea, Queimaduras, Interrupção do Processo de Queimadura e Prevenção de Acidentes. O tempo necessário para o cumprimento total do cronograma foi de aproximadamente 3 horas, tendo uma média de 50 alunos por palestra. Resultados: Conseguiu-se com esse projeto instruir 750 alunos. Conclusões: Este trabalho visou atingir a comunidade com o ensino de primeiros socorros em um dos locais onde pode se propagar com mais facilidade. Um jovem que detêm o conhecimento em Suporte Básico de vida pode repassar esse conhecimento para pais, irmãos, difundindo ainda mais o saber. PO080 - TRAUMA CÉRVICO-FACIAL POR ARMA BRANCA ALBERTO TOLEDO; SHEILANE RODRIGUES DA SILVA; IGOR FERREIRA VIEIRA; VITOR LIMA FERRAZ; MARIANA DIAS ZANCHETTA HBDF, BRASILIA, DF, BRASIL; . Resumo: Paciente com 31 anos, sexo masculino, deu entrada no Pronto Socorro do Hospital de Base do Distrito Federal vítima de agressão por arma branca, apresentava objeto (faca) alojado em face, entrada em região infra-orbitária à esquerda, sem saída. Hemodinamicamente estável, Escala de Coma de Glasgow igual a 15. Tomografia de face: Lamina metálica compatível com objeto perfuro-cortante (faca) que atravessa a face e produz fratura do assoalho da orbita à esquerda, parede lateral de fossa nasal e septo, encontrando-se em intimo contato com a G. Parótida e V. Jugular interna. Submetido à Cervicotomia Exploradora à direita com evidência de lâmina com cerca de 15cm alojada em musculatura cervical à direita e lesão de cerca de 50% do lúmem da veia jugular interna. Realizada ligadura da mesma após a retirada do corpo estranho, obtendo-se pleno controle da hemorragia. Apresentou epistaxe moderada com melhora após tampão nasal, sem lesões em globo ocular esquerdo. Paciente evoluiu sem intercorrências no pós-operatório, apresentando boa acuidade visual e motricidade ocular preservada. Segue em acompanhamento ambulatorial. PO081 - PROJETO ALFA RIO BRANCO MÁRCIO MATHEUS ROSAS DE SOUZA; MAGELA TEODÓRIO MELO FERNANDES MAGELA; BRUNA CRISTINA MEIRA BRUNO; LANA SOUZA CORRÊA; SAMARA SANTANA DE SOUZA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE, RIO BRANCO, AC, BRASIL. Resumo: Introdução: O Ministério da Saúde define atendimento pré-hospitalar (APH), o "atendimento que procura chegar precocemente à vítima, após ter ocorrido um agravo a sua saúde, que possa levar a sofrimento ou mesmo a morte, sendo necessário, portanto, prestar-lhe atendimento e/ou transporte adequado a um serviço de saúde devidamente hierarquizado e integrado ao Sistema Único de Saúde". Este conceito prevê a chegada precoce a cena do acidente, de pessoal treinado e habilitado a executar a avaliação da vítima, os procedimentos de recuperação ou manutenção da vida e a decisão de triagem sobre a unidade hospitalar mais adequada para o atendimento definitivo. A primeira hora (golden hour) após a ocorrência de uma lesão traumática é considerada o tempo crítico para a instituição do tratamento que modificará o prognóstico, uma vez que até 40% dos óbitos ocorrem na fase pré-hospitalar do cuidado. Reconhecendo a importância dessas informações, o projeto ALFA Rio Branco – Liga de Primeiros Socorros e Emergência fornece conhecimentos básicos e capacidades técnicas necessárias para identificar aqueles doentes traumatizados que necessitam de primeiros socorros e requerem uma avaliação rápida, reanimação e estabilização das suas lesões, realçando a necessidade de um diagnóstico precoce e identificação imediata das lesões que põem em risco a vida do paciente. Objetivo: Capacitar acadêmicos com o intuito de torná-los aptos a identificar as características comuns referentes às noções de primeiros socorros e do mecanismo de trauma, além da capacidade de difusão desses conhecimentos para a comunidade e de atuação na prevenção de acidente, juntamente com a realização de campanhas de esclarecimento e orientação à comunidade sobre a importância da prevenção e procedimentos de primeiros-socorros. Método: O Projeto ALFA alcança seu objetivo através da realização de aulas teóricas e práticas semanalmente ministradas por docentes convidados para os acadêmicos que fazem parte do projeto, capacitando tais para a realização semestral do Minicurso de Primeiros Socorros, onde são passados os conhecimentos em Suporte Básico de Vida à comunidade em geral. Resultados: Com a experiência adquirida ao longo de sete anos de existência, o projeto ALFA Rio Branco participa de forma contínua e ativa na capacitação de acadêmicos e membros da comunidade externa em primeiros socorros e prevenção de acidentes, capacitando em média 300 membros da comunidade, anualmente, nessa área. Conclusões: Através das suas ações, o projeto oferece suporte à comunidade de Rio Branco, Acre, difundindo conhecimentos teórico-práticos em primeiros socorros, informações sobre o correto acionamento dos serviços de emergência e fortalecendo as medidas de prevenção de acidentes. PO082 - ICTERÍCIA APÓS APENDICECTOMIA GABRIEL REIS CASTRO; FÁBIO SANTOS ALVES; ISADORA FRANÇA OLIVEIRA HOSPITAL DE URGÊNCIAS DE SERGIPE, ARACAJU, SE, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: A apendicite aguda é um dos diagnósticos mais comuns de abdome agudo inflamatório. Suas complicações estão associadas, normalmente, à isquemia e perfuração do apêndice devido à demora no diagnóstico e tratamento. Dentre as complicações mais comuns das apendicectomias estão as infecções de ferida operatória, abscessos, peritonite generalizada e sepse. A icterícia não é descrita entre as complicações mais comuns deste procedimento cirúrgico na literatura. OBJETIVO: Relatar o caso de um paciente que evoluiu com icterícia importante pós apendicectomia. MÉTODO: Informações coletadas através de dados de prontuário do paciente. RESULTADOS: Paciente de 15 anos, sexo masculino, deu entrada no Hospital de Urgências de Sergipe com quadro de dor em fossa ilíaca direita, febre e leucocitose de 43.000 células/mm³. Após exame físico, foi indicada a apendicectomia pela equipe de Cirurgia Geral do hospital. A incisão de escolha foi a de McBurney. Os achados cirúrgicos foram: apendicite aguda fase I com apêndice vermiforme em posição retrocecal. O paciente evoluiu com um estado geral de regular a bom, prostração, febre, dor em porção inferior do abdome e icterícia importante (4+/4+). Apresentou, também, taquicardia, taquipneia e queda de pressão arterial. Aparentemente, houve uma reação alérgica ao esparadrapo usado na ferida operatória, pois seu entorno estava edemaciado, hiperemiado e doloroso à palpação; o quadro foi revertido com a retirada do curativo. O paciente recebeu alta hospitalar no 8º dia pós-operatório, após drenagem de um abscesso formado na ferida operatória. CONCLUSÃO: A icterícia está bem descrita na literatura em algumas situações específicas. Trata-se de uma das condições associadas ao pós-operatório de cirurgias de grande porte, por exemplo. A icterícia clínica, como também é conhecida, pode ser causada por superprodução de bilirrubina. O paciente em questão, entretanto, foi submetido a uma cirurgia de pequeno porte (apendicectomia com incisão específica) e evoluiu com hiperbilirrubinemia não-conjugada, com níveis de fosfatase alcalina e transaminases normais ou levemente alterados. Uma das hipóteses diagnósticas para o caso é a Síndrome de Gilbert, que é caracterizada por icterícia benigna, intermitente, crônica, detectada geralmente na adolescência ou idade adulta precoce, sem associação a doença hepática crônica. A incidência dessa síndrome é quatro vezes maior no sexo masculino. São apontados como fatores precipitantes desse quadro jejum, stress e infecções, situações às quais o paciente fora submetido. O diagnóstico da Síndrome de Gilbert é feito por exclusão, demandando uma extensa pesquisa sobre a provável causa da icterícia. PO083 - LESÕES MUSCULOESQUELÉTICAS NO APH PAULO AFONSO ALVES SOUZA; LORHANNA DA SILVA LIMA; MAYRA WILBERT ROCHA; MISMA NAAMA ALVARENGA; GEORGIA TEIXEIRA TOROS SAVER CONSULTORIA E TREINAMENTO, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL. Resumo: Introdução: Os acidentes de trânsito no Brasil é uma das maiores causas de morte sendo considerado um problema de saúde pública. A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica uma séria epidemia letal no trânsito das vias públicas do planeta. Na ocorrência de um trauma, independente da sua origem, o serviço de atendimento pré hospitalar (APH) deve ser acionado no menor tempo possível. Ao chegar ao local do acidente, a equipe deve realizar a avaliação da cena, a avaliação de cada vítima e determinar quais vítimas terão prioridade no atendimento. Para todos os tipos de trauma musculoesquelético é adotada uma abordagem padronizada a fim de garantira segurança da vítima e minimizar a possibilidade de agravo de lesões já existentes, além de atentar para as lesões associadas a risco de vida. Objetivos: Discutir a avaliação do local para promover um ambiente seguro ao atendimento às vítimas; Relacionar a cinemática do trauma às prioridades na abordagem ao politraumatizado; Descrever as principais lesões musculoesqueléticas assim como os respectivos tratamentos no APH e a técnica de estabilização da cervical com ênfase no alinhamento e imobilização das lesões de extremidades. Método: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura. O levantamento bibliográfico foi realizado na Biblioteca Virtual em Saúde. As bases de dados utilizadas foram MEDLINE e LILACS. Os descritores utilizados foram: “acidentes de trânsito”, “enfermagem em emergência,” “emergência préhospitalar” e “lesões musculoesqueléticas”. Os critérios de inclusão foram: artigos completos; nos idiomas português e inglês; publicados no período entre 2009 a 2014. Resultados: A avaliação da cena, a avaliação primária e secundária bem realizadas, a competência técnica e científica do profissional ao identificar precocemente a possibilidade do desenvolvimento de síndromes como rabdomiólise e compartimental, entre outros, tem influência direta na expectativa e qualidade de vida das vítimas. Conclusão: Portanto é necessário que o profissional esteja qualificado para atender as especificidades do cuidado de enfermagem a ser realizado durante o APH. PO084 - ABSCESSO HEPÁTICO DE EVOLUÇÃO FAVORÁVEL MATEUS DOS SANTOS PEIXOTO; FÁBIO SANTOS ALVES; FLÁVIA MARIA MATOS MELO CAMPOS; MARCELA LEONARDO BARROS; TAIANNE NASCIMENTO MACHADO; GABRIEL REIS CASTRO LIGA DE TRAUMA DE SERGIPE, ARACAJU, SE, BRASIL. Resumo: Introdução: Desde as primeiras descrições de abscesso hepático, a mortalidade tem diminuído. O aumento de recursos diagnósticos por imagem tem contribuído para o diagnóstico precoce. O abscesso amebiano constitui menos de 2% dos casos, sendo mais frequente em países em desenvolvimento. O piogênico predomina no idoso, podendo associar-se ao aumento das neoplasias e doenças debilitantes complexas. Objetivo: Relatar um caso clínico de um paciente com abscesso hepático de etiologia desconhecida, com evolução favorável. Métodos: Os dados do quadro clínico do paciente foram coletados a partir da revisão do prontuário. Resultados: Paciente do sexo masculino, 47 anos, deu entrada no Hospital de Urgências de Sergipe no dia 08 de maio de 2014, com história de dor abdominal difusa, principalmente em hipocôndrio direito (HD), associada a refluxo, náusea, sensação amarga na boca e febre, geralmente vespertina, há 1 mês. Negava etilismo crônico. Exames bioquímicos mostraram leucocitose e elevação nos marcadores de função hepática. Foi realizada uma USG que mostrava áreas sugestivas de liquefação/necrose, medindo 1270cm3, sugerindo Abscesso Hepático, sendo iniciado tratamento com Ceftriaxona e Metronidazol. Ao quinto dia de internação hospitalar (DIH), foi realizada uma TC, que mostrava lesão heterogênea ocupando grande parte do lobo direito (segmentos V, VI e VII), com volume de 490cm3. Foi submetido a uma Laparotomia Exploradora mais drenagem de abscesso com colocação de dreno tubular na loja. O procedimento ocorreu sem intercorrências. No 6º dia pós-operatório (DPO), foi realizada nova TC, mostrando redução considerável da loja, quando foi retirado o dreno abdominal. O paciente teve evolução favorável, recebendo alta hospitalar no 7º DPO. Conclusão: Apesar do retardo na instituição do tratamento cirúrgico, o paciente teve evolução clínica favorável. PO085 - PERFIL DE ATENDIMENTO NO STADIUM RIO PAULO AFONSO ALVES SOUZA; ALEX DA SILVA BOUSQUET; ADRIANA OUVERNEY BRAZ; LORHANNA DA SILVA LIMA; MAYRA WILBERT ROCHA; MISMA NAAMA ALVARENGA SAVER CONSULTORIA E TREINAMENTO, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: O serviço de APH (Atendimento Pré-Hospitalar) envolve várias ações que ocorrem antes da chegada do paciente ao hospital, e este atendimento realizado de forma correta pode influenciar de forma positiva nas taxas de morbidade e mortalidade tanto por trauma quanto por eventos clínicos. A assistência qualificada na cena, o transporte e a chegada precoce ao hospital é fundamental para que a vítima chegue com vida e com prognósticos positivos. O APH, o serviço de emergência, também tem como área de atuação o trânsito, áreas de grande concentração de pessoas como shows, eventos desportivos e religiosos. Nestes locais com grande acúmulo de indivíduos, o risco de agravos é maior, quando levamos em consideração que a destruição não só atinge a vida humana, mas também o local onde ocorreu o evento, podendo ser um estádio de futebol, praça pública ou pontos turísticos. Baseado nestas situações a presente pesquisa tem a finalidade de traçar o perfil de atendimento realizado no Stadium Rio/Estádio Olímpico João Havelange que realiza vários tipos de eventos esportivos na Cidade do Rio de Janeiro. METODOLOGIA: Estudo retrospectivo exploratório, com recorte temporal de dois anos (2011-2013) nas bases de dados de uma empresa terceirizada que presta serviços de APH neste Estádio. Foram utilizadas fichas de atendimento, totalizando uma amostra de 1995 atendimentos. Analisando os itens: sexo, idade, queixa principal, tempo de atendimento e desfecho. Os dados foram tratados através do programa EPIINFO e demonstrado através de gráficos, quadros e tabelas. RESULTADOS: Acerca dos resultados foram constatados que dentre os atendimentos realizados cerca de 71% pertence ao sexo masculino, 53% encontram – se na faixa etária de 21 a 30 anos, 51% relata como queixa principal de cefaléia seguido por 19% hipertensão arterial, 85% dos casos foram tratados no local com medicação não necessitando transferência e a média de tempo de atendimento foi 22 minutos. CONCLUSÃO: Os dados revelam que a predominância é masculina nos atendimentos, o que pode ser justificado por ser a maioria nestes tipos de eventos, que ainda prevalecemos com eventos não traumáticos e que a eficiência do atendimento e o tempo de resposta favorece a melhor prognóstico e recuperação da clientela atendida. PO086 - ATENDIMENTO INICIAL AO POLITRAUMATIZADO ALINE GABRIELE HOLANDA DE OLIVEIRA; RENANN KEIJI MURAKAMI LIMA; LUANA SANTIAGO DA SILVA; CAMILA DIAS DA SILVA; RUDÁ ÁVILA MONTEIRO; RHAONE CLECYO LIMA CALDAS UEPA, SANTAREM, PA, BRASIL. Resumo: O trauma é um dos mais importantes problemas de saúde pública mundial. É a terceira causa de morte nos países desenvolvidos, superado apenas pelo câncer e aterosclerose, sendo a principal causa de morte nas primeiras quatro décadas de vida. O ensino das medidas de atendimento inicial ao paciente vitima de lesões multissistêmicas preconizadas pelo Advanced Trauma Life Support® (ATLS) a indivíduos previamente leigos não apenas os capacita para prestar o primeiro atendimento a uma situação de emergência, como diminui a possibilidade de iatrogenias aos pacientes. Neste sentido, este trabalho teve por objetivo realizar o relato de experiência de um curso realizados por docentes da Universidade do Estado do Pará à alunos das redes de escolas públicas do município de Santarém/PA. Para tanto, foi aplicado um teste de conhecimentos a respeito do atendimento ao politraumatizado, com 50 questões objetivas, sendo 10 questões para cada item do mnemônico A, B, C, D e E do atendimento inicial, antes e após a realização do curso. Participaram da pesquisa, 103 alunos de três escolas públicas estaduais, dos quais 57,2% eram do sexo masculino e 42,7% eram do sexo feminino. A média de acerto geral das questões antes da realização do curso foi de 13 questões por aluno, dos quais as mais acertadas foram a que referia ao item ‘E’ ou Exposição. Após a capacitação, a média de acerto geral foi de 27 pontos, com predomínio de acertos dos itens ‘A’ ou Via Aérea (52%) e ‘E’ ou Exposição (23%). A nota máxima e mínima foi de 42 e 11, respectivamente após a realização do curso. Assim, conclui-se que a capacitação destes alunos demonstrou um importante instrumento para melhorar o atendimento do paciente politraumatizado, bem como disseminar este conhecimento entre o público leigo, estimulando-os a difundi-lo entre as pessoas com que convivem. ___________________________________________________________________________________________________ *Trabalho realizado nas Escolas Estaduais de Ensino Fundamental e Médio Álvaro Adolfo da Silveira, Diocesana São Francisco e Aparecida, Santarém, Pará, Brasil. 1 – Autores. Discentes de Medicina da Universidade do Estado do Pará – Campus XII – Santarém. PO087 - PROTOCOLO DE ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR ALINE GABRIELE HOLANDA DE OLIVEIRA; RENANN KEIJI MURAKAMI LIMA; LUANA SANTIAGO DA SILVA; CAMILA DIAS DA SILVA; RUDÁ ÁVILA MONTEIRO; RHAONE CLECYO LIMA CALDAS UEPA, SANTAREM, PA, BRASIL. Resumo: A elevação gradual dos índices de mortalidade por causa de acidente e violência tornou-se grave e sério problema de saúde da população dos países industrializados. No Brasil, a mortalidade por causas externas não difere dos demais países do mundo, uma vez que ocupa o 3º lugar dentre todas as causas de morte. A avaliação da gravidade do trauma e a instituição de manobras para manutenção básica da vida, no local do evento, podem representar a oportunidade de sobrevida para as vítimas de trauma até a sua chegada ao hospital. Além disso, nessa fase, por meio do processo de triagem, torna-se possível a adequação de recursos humanos e materiais às reais necessidades da vítima, podendo, desta forma, exercer influência nas taxas de morbidade e mortalidade. Desta maneira, o ensino das técnicas de abordagem realizadas durante o atendimento pré-hospitalar mostra-se com um importante instrumento para minimizar as taxas de mortalidade durante tais eventos. Este estudo representa o relato de experiência da implantação de um protocolo de atendimento pré-hospitalar para os pacientes atendidos no setor de reanimação de um hospital público no interior da Amazônia. Após o treinamento dos funcionários deste hospital e a posterior adoção deste protocolo por funcionários do setor de reanimação, demonstrou-se que uma taxa de de 13,6% dos pacientes que foram classificados como graves pela escala de trauma RTS (Revised Trauma Score), conseguiram sobreviver ao evento traumático. A taxa de mortalidade deste setor dos pacientes politraumatizados reduziu para 4,6% em comparação aos dados anteriores a adoção do protocolo que era de 7,3%. Desta maneira, observou-se que a adoção de medidas que visem diminuir a taxa de mortalidade de vitimas de traumas multissistêmicos não podem somente serem focadas no tratamento intra hospitalar destes pacientes, mas também na adoção de estratégias que objetivem capacitar os funcionários responsáveis pelo seus atendimentos. ________________________________________________________________________________________________ *Trabalho realizado nas Escolas Estaduais de Ensino Fundamental e Médio Álvaro Adolfo da Silveira, Diocesana São Francisco e Aparecida, Santarém, Pará, Brasil. 2 – Autores. Acadêmico de Medicina da Universidade do Estado do Pará – Campus XII – Santarém. PO088 - LESÃO AXONAL DIFUSA E A BIOMECANICA ANTONIO LOURENÇO DA COSTA NETO1; ANDERSON ALVES DE ARAÚJO DE LEMOS2; MAURO FRANCISCO BRITO FILHO2; AMANDA DE ALFAIA ROCHA2; CARLA ANDRESSA MORAIS DE FREITAS2; WESLLEY DO VALE MAIA1 1.UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ, ANANINDEUA, PA, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ, BELÉM, PA, BRASIL. Resumo: Introdução: A Lesão Axonal Difusa constitui a principal causa de óbitos e sequelas em pacientes multitraumatizados. As principais causas são: acidentes automobilísticos (50%), quedas (21%), assaltos e agressões (12%), esportes e recreação (10%) (VELLOSO et al. 2011). A Lesão axonal Difusa ocorre em cerca de 44% dos pacientes com LCT e é a lesão que traz a maior parte das sequelas e dos estados vegetativos permanentes em vítimas de trauma. (ANDRADE et al., 2009). Objetivos: catalogar e identificar de que forma a biomecânica do trauma influencia na gravidade da lesão axonal difusa. Metodologia: Estudo descritivo, com abordagem qualitativa. Foi realizada busca ativa em banco de dados como, LILACS, IBECS, MEDLINE, Biblioteca Cochrane, SciELO, de artigos a respeito do trauma, com as palavraschave “lesão axonal difusa” e “lesão cerebral traumática” e levantamento de dados dos institutos de pesquisa. Resultados: a lesão axonal difusa é causada por um movimento angular de aceleração e desaceleração brusca, geralmente ocasionada em acidentes automobilísticos, onde os ocupantes do veículo sofrem este fenômeno que leva a uma rotação do encéfalo em relação ao crânio, tendo variação no sentido, intensidade e direção. Cada uma destas variáveis contribui para a gravidade da lesão. (AMARAL et al 2013), além disso, durante uma colisão frontal, o ocupante do veículo é lançado para frente, em direção ao para brisa, seu tórax é contido pelo cinto de segurança, porém a cabeça permanece em movimento até que as fibras musculares do pescoço, juntamente com a coluna cervical a contem. Com a inércia, da mesma forma o cérebro permanece em movimento, até ser parado pela superfície interna do crânio. Conclusão: a biomecânica do trauma é um fator chave na avaliação e no diagnóstico de lesão axonal difusa, onde o profissional de resgate deve ter um grande cuidado ao observar a cena onde ocorreu o acidente e coletar informações precisas sobre o trauma, a fim de auxiliar no fechamento do diagnostico e na previsão do prognóstico, já que o fenômeno da biomecânica influencia diretamente na gravidade da lesão. PO089 - INDICAÇÕES DO "FAST" NO TRAUMA LUIZA GRAÇA COUTINHO DA SILVA1; ROGER HEISLER2; MARCELO DE ABREU PINTO2; ANDRESSA SILVA EIDT1; LUIZA MACHADO KOBE1; LUIZ FS MELLO2 1.PUCRS, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL; 2.HOSPITAL DE PRONTO SOCORRO, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: A ultrassonografia direcionada para o trauma ("Focused Assessment with Sonography in Trauma - FAST") é um exame amplamente utilizado nas salas de emergência para detectar a presença de líquido livre intraperitoneal ou intra-pericárdico em pacientes politraumatizados. É um método rápido, não invasivo, preciso, de baixo custo e pode ser repetido com frequência na sala de atendimento inicial. O FAST serve como um complemento ao exame físico do paciente e permite o diagnóstico de hemorragias com potencial risco à vida e ajuda na tomada de decisão sobre o manejo secundário do paciente. OBJETIVO: Descrever um caso de trauma abdominal com exame FAST positivo e analisar as indicações do uso da ultrassonografia e suas implicações no atendimento ao paciente traumatizado. MÉTODO: Relato de caso. Paciente do sexo masculino, 19 anos, vítima de ferimento por projetil de arma de fogo (FPAF) em transição tóracoabdominal posterior direita, admitido na emergência com frequência cardíaca de 102 batimentos por minuto, pressão arterial de 112/57 mmHg, taquipneico, referindo não conseguir movimentar os membros inferiores. Exame FAST positivo com presença de grande volume de líquido livre em abdômen. Raio-x demonstrando projetil de arma de fogo (PAF) alojado próximo a parede torácica à esquerda e hemopneumotórax bilateral. RESULTADOS: A partir do diagnóstico presumido pelo FAST positivo e pelos outros sinais que o paciente apresentava, o paciente foi submetido a drenagem torácica bilateral e encaminhado imediatamente ao bloco cirúrgico para laparotomia exploratória que identificou ausência de hemoperitônio, sem identificação de lesão de órgãos intra-abdominais. Após a cirurgia foi encaminhado para unidade de tratamento intensivo onde foi solicitado tomografia computadorizada da coluna torácica que identificou pertuito de projétil de arma de fogo no corpo vertebral de T6 e T7. CONCLUSÕES: O diagnóstico imediato de lesões intra-abdominais com potencial risco à vida é de extrema importância para o prognóstico do paciente politraumatizado; porém, resultados falso-positivos no FAST são possíveis, assim esse é um exame de grande importância pela sua facilidade e rapidez, não necessitando que o paciente seja transportado do local de atendimento da sala de emergência para outro local; porém, deve-se considerar que seus resultados apenas complementam o exame físico, não o substituindo; desta forma, parcimônia em relevar os resultados do FAST são sempre relevantes. É fundamental que o profissional que trabalha na sala de emergência, recebendo pacientes críticos politraumatizados, esteja devidamente familiarizado à realização do exame de FAST com devida autonomia. PO090 - PERITONITE SEM FOCO IDENTIFICADO MATEUS DOS SANTOS PEIXOTO; FÁBIO SANTOS ALVES; FLÁVIA MARIA MATOS MELO CAMPOS; VINÍCIUS DE OLIVEIRA MENEZES BEZERRA; MARCELA LEONARDO BARROS; ASAFE NÉLSON DO ESPÍRITO SANTO PIRES LIGA DE TRAUMA DE SERGIPE, ARACAJU, SE, BRASIL. Resumo: Introdução: O abdômen agudo é uma afecção comum em serviços de urgência, que frequentemente necessita de intervenção cirúrgica. O tipo Inflamatório pode cursar com peritonite difusa, tendo etiologia diversa. Diante disso, é fundamental haver uma metodologia investigativa adequada na tentativa de se obter o diagnóstico. Para tanto, utiliza-se o exame clínico e complementares (laboratório e de imagem). Entretanto, em alguns casos, não é possível identificar a etiologia da inflamação, lançando-se mão da laparotomia exploradora como método diagnóstico, ainda assim, sem elucidação da etiologia. Objetivo: Relatar o caso clínico de um paciente com peritonite difusa, cujo foco não foi identificado. Métodos: Os dados do quadro clínico do paciente foram coletados a partir da revisão do prontuário. Resultado: Paciente do sexo masculino, 23 anos, deu entrada no Hospital de Urgências de Sergipe em 19 de maio de 2014, com história de dor abdominal difusa que durava 15 dias, associada a febre e calafrios, e irritação peritoneal. Os exames bioquímicos mostraram Leucócitos, LDH e Lactato elevados, 22.360/mm³, 27,7mg/dL e 232U/L, respectivamente. Ultrassonografia mostrava líquido livre na cavidade. Diante do quadro clínico e do achado à USG optou-se pelo tratamento cirúrgico. Foi submetido a uma Laparotomia Exploradora. Encontrou-se abundante secreção purulenta em cavidade abdominal. Realizada investigação abdominal metódica, não sendo encontrado nenhum foco que justificasse o quadro apresentado. Houve normalização do quadro clínico e laboratorial e o paciente teve evolução favorável, recebendo alta hospitalar no 7º dia pós-operatório (DPO). Conclusão: Apesar de a etiologia dos processos inflamatórios abdominais ser importante para determinar a melhor conduta a ser seguida, neste caso, não foi identificada, mesmo utilizando-se Laparotomia exploradora. O tratamento cirúrgico associado a antibioticoterapia mostrou-se uma opção eficaz. PO091 - MODELO SINTÉTICO EM CRICOTIREOIDOSTOMIA ISRAEL IO MELO; WARNER CAMPOS; RAFAEL DA NÓBREGA ALENCAR; MARÍLIA VIEIRA ESPÍRITO SANTO; GUSTAVO GOMES MARTINS; DANIEL SOUZA LIMA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEAR?, FORTALEZA, CE, BRASIL; . Resumo: Introdução: A Liga de Trauma – Ce realizou, em março de 2014, o XX Programa de Treinamento Acadêmico em Suporte de Vida no Trauma (PTA-SVT). O cronograma do curso comtemplava a estação teórico-prática de cricotireoidostomia cirúrgica e por punção. Diante da necessidade de reduzir o uso de peças animais em estações de treinamento, os membros da Liga de Trauma – Ce desenvolveram um modelo sintético, o qual se assemelha com a anatomia da laringe humana. Objetivos: O intuito da criação foi possibilitar o conhecimento básico, de uma das principais técnicas cirúrgicas no atendimento de emergência, para estudantes da graduação em medicina do 4º ao 8º semestre. Método: A confecção da peça é dividida em duas estruturas, a laringe e a traqueia. A primeira é desenvolvida por modelagem manual com massa de Biscuit, foi dada importância no momento da elaboração nos principais marcos anatômicos: proeminência tireoidiana, membrana cricotireoideia e cartilagem cricoide. A segunda estrutura foi montada com uso de flutuador de espuma, cortou-se 10 cm de comprimento do material total e depois o dividiu pela metade no sentido longitudinal, posteriormente foram retiradas placas retangulares intercaladas por espaços contínuos, ao final percebia-se o desnível que simulava os anéis da traqueia. As duas estruturas eram unidas por super cola e afixadas em uma estrutura de madeira. A pele humana era simulada com uso de E.V.A sobre o modelo montado, sendo afixada por pregos presos à base de madeira. Foi utilizado um E.V.A de espessura menor para simulação cirúrgica e um mais espesso para por punção. No momento do curso, foi previamente ministrado uma aula teórica sobre a anatomia básica da laringe e traqueia, bem como os principais achados clínicos que definem a necessidade de realização do procedimento, além da diferenciação na conduta entra a cricotireoidostomia cirúrgica e por punção. Após a aula teórica, os participantes realizaram as duas modalidades sem o conhecimento prévio prático, sendo a sua habilidade avaliada por um CHEK-LIST. Em seguida, os membros da Liga de Trauma – Ce explicavam o procedimento prático, posteriormente os participantes realizavam novamente a técnica e eram avaliados pelo mesmo CHECK-LIST prévio. Resultados: Foram submetidos 65 participantes ao CHECK-LIST prévio e posterior. Dez etapas foram avaliadas, cada uma era classificada em REALIZADA e NÃO REALIZADA. No pré-teste, 43 dos 65 avaliados tinham mais de 50% das etapas estabelecidas NÃO REALIZADAS. No pós-teste, 52 participantes obtiveram mais de 50% das etapas REALIZADAS. Conclusões: O uso de material sintético para confecção de modelos anatômicos fornece a possibilidade de reutilização mais prolongada, além de atestar que a prática auxiliou na fixação do conhecimento de seus participantes. PO092 - CURSO DE SUPORTE DE VIDA EM TRAUMA RAFAEL DA NÓBREGA ALENCAR; ISRAEL IO MELO; WARNER CAMPOS; JOSÉ VR OLIVEIRA; GUSTAVO GOMES MARTINS; DANIEL SOUZA LIMA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEAR?, FORTALEZA, CE, BRASIL; . Resumo: Introdução: Trauma é a terceira causa de morte no mundo, sendo a primeira causa na faixa etária de 01-44 anos. Assim, é fundamental que se tenha um treinamento adequado de alunos da área da saúde acerca do tema. Além disso, alunos do curso de Medicina relatam inúmeras deficiências na disciplina de Urgências Médicas, módulo do oitavo semestre onde é abordado o assunto trauma. Com isso, os integrantes da Liga de Trauma - Ce organizam, anualmente, um curso voltado para o ensino teórico-prático do tema: Programa de Treinamento Acadêmico em Suporte de Vida no Trauma (PTA-SVT), tendo sua vigésima edição realizada no período de 2014.1. Objetivos: Propiciar a alunos da graduação de Medicina, um embasamento teórico-prático acerca do tema trauma, para uma boa formação acadêmica e um treinamento adequado para seu desempenho lapidado durante carreira médica futura. Metodologia: O curso tem duração total de 40 horas, sendo dividido em 32 horas de aulas teóricas e 8 horas de aulas práticas. As aulas teóricas abordam temas relevantes do assunto, sendo realizadas através de palestras ministradas por médicos renomados especialistas em cada assunto. As aulas práticas são ministradas pelos integrantes da liga, com a devida supervisão e intervenção de professores. Tais aulas práticas se baseiam tanto no atendimento pré-hospitalar, com estações práticas de retirada rápida de veículo, técnicas de imobilização, suporte básico na PCR e cricotireoideostomia; como também no atendimento hospitalar, com estações de acesso venoso (periférico, intraósseo e central), suporte avançado na PCR, vias aéreas e intubação orotraqueal difícil, drenagem torácica e casos clínicos de atendimento inicial de politraumatizado. Em cada estação prática havia um caso clínico, onde os alunos participavam ativamente no atendimento inicial do paciente (voluntários se faziam de pacientes na simulação), além de praticar cada estação em modelos verossímeis elaborados por integrantes da liga. Resultados: Resultados positivos foram evidenciados tanto pelos os alunos, que expuseram opiniões positivas acerca do curso, além de terem obtido pontuações altas em pós-testes de cada estação, quando comparadas às pontuações dos pré-testes; como também pelos ligantes, que se capacitaram para organizar e ministrar cada estação prática. Conclusão: O curso se mostrou bastante proveitoso para todos os envolvidos, tendo sido um estímulo positivo para organização de edições futuras, com intenção de aumentar a abrangência de alunos para uma melhor formação médica na área trauma. PO093 - MANEJO ENDOSCÓPICO DE LESÃO DE VIA AÉREA JÚLIA DE GASPERI; FELIPE FERREIRA LARANJEIRA; GUILHERME NOSCHANG VIEIRA BACCHI; JÚLIA MERLADETE FRAGA; LAURA VALDUGA POZZA; SÉRGIO DE VASCONCELLOS BALDISSEROTTO PUCRS, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: A inalação de fumaça é a principal causa de morte de vítimas de incêndios, e é um dos principais preditores da sobrevida dos pacientes. Seu mecanismo de lesão ocorre tanto por inalação de produtos tóxicos, quanto por edema das vias aéreas. A morte de 242 pessoas no incêndio da Boate Kiss em janeiro de 2013 motivou a presente revisão. OBJETIVOS: Este trabalho objetiva apresentar as condutas a serem tomadas no manejo clínico e endoscópico de pacientes vítimas se inalação de fumaça, baseada na melhor evidência disponível na literatura. METODOS: Foram analisados artigos pesquisados na base de dados MEDLINE e que contivessem os descritores Smoke inhalation injury, Burns, Inhalation , e/ou Bronchoscopy. Foram selecionados os artigos potencialmente relevantes a partir de seus títulos, e posteriormente, e seus resumos, a fim de se realizar a extração de dados. RESULTADOS: Na revisão realizada, foram encontrados 200 artigos com os descritores propostos, sendo que 54 destes tinham títulos que se encaixavam nos critérios propostos, e tiveram seus resumos revisados. Os dados foram coletados a partir do resumo de 36 artigos, a partir do ano de 1975. DISCUSSÃO: O uso da broncoscopia no paciente com suspeita de lesão de via aérea é relativamente recente, tendo sido iniciado na década de 1970. Desde então, tornou-se clara a sua importância no diagnóstico e manejo das vítimas deste tipo de lesão. Sua qualidade como método diagnóstico foi observada em todos os 36 artigos revisados, destacando-se por sua alta segurança e rapidez, boa tolerância, baixa complexidade, boa sensibilidade e altíssima especificidade em comparação ao padrão aúreo. A broncoscopia também é mais rápida e sensível que a analise da evolução do quadro clínico e uso de exames laboratoriais e radiológicos (raio X) para diagnóstico de pacientes. Sua capacidade de evidenciar a extensão e gravidade da lesão da mucosa, associada a edema, hematoma, erosão e necrose, a torna um bom preditor do desfecho dos pacientes. Em relação à terapêutica, é capaz de realizar lavados brônquicos, realizar sucção de muco, debris, cinzas e fuligem, e remover pseudomembranas, permitindo uma diminuição da inflamação e uma resolução mais rápida do acometimento ulcerativo da via aérea. Pode-se através dela também administrar fármacos e auxiliar na intubação de pacientes com quadros iniciais de obstrução da via aérea. O aumento nas chances de cura, uma redução significativa da mortalidade após o inicio de seu uso (90%-70% para 38%19,7%) e a diminuição das sequelas nos pacientes em que se realiza o manejo endoscópico torna o seu papel fundamental no diagnóstico e tratamento das vítimas com lesão térmica de via aérea, e deveria, portanto, ser usada mais frequentemente em pacientes com suspeita de lesão por inalação. PO094 - RELATO DE EXPERIÊNCIA NO CURSO PHTLS-CE GUSTAVO GOMES MARTINS; ISRAEL IO MELO; RAFAEL DA NÓBREGA ALENCAR; MARCELL CO PINHEIRO; GABRIELA L PEIXOTO; DANIEL SOUZA LIMA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEAR?, FORTALEZA, CE, BRASIL; . Resumo: Introdução:O trauma representa, no Brasil, a terceira maior causa de mortalidade, ficando atrás somente de doenças de origem cardiovascular e neoplasias. Além disso, ele representa a causa de morte mais comum na faixa etária de 1 a 44 anos. Desse modo, é essencial um atendimento pré-hospitalar (APH) rápido e eficiente a fim de reduzir a morbimortalidade das vítimas desse tipo de acometimento. Nesse contexto, o curso Pre Hospital Trauma Life Support (PHTLS) desempenha o papel fundamental de treinar profissionais de saúde a desenvolverem um raciocínio crítico frente às inúmeras situações de emergência e a executarem uma abordagem organizada e sistemática ao cuidado desses doentes. A Liga de Trauma- CE patrocina o PHTLS, disponibilizando integrantes como manequins vivos e, assim, seus integrantes também têm tido oportunidade de participar do curso e de expandir seus conhecimentos e experiências em APH desde 2009.Objetivos:Demonstrar a experiência dos membros da Liga de Trauma- CE que participaram do PHTLS como manequins e como participantes do curso. Além disso, busca expandir o conhecimento e as experiências sobre APH ao politraumatizado.Metodologia:O PHTLS é um curso teórico-prático, que simula as inúmeras situações de emergência, como retirada rápida de veículo, queimaduras, quedas. Todos os participantes são distribuídos em 5 equipes, e é feito um rodízio a fim de que passem por todas as estações. Os integrantes da Liga de Trauma participam como ouvintes e manequins vivos de cada simulação, recebendo, nestes casos, instruções de como agir em cada uma delas, além de receberem maquiagem específica para os diversos tipos de lesões. O curso tem a duração de quatro turnos e ocorre em dois dias.Resultados:A participação dos acadêmicos no curso, seja como ouvinte, seja como modelo de estações práticas, permite uma vasta expansão do conhecimento e de suas experiências em APH. Tal fato acontece principalmente no segundo caso, visto que, além de aprenderem com os erros dos participantes, compreendem o atendimento por meio de uma experiência enriquecedora, que consiste em ocupar o lugar do paciente durante a simulação do atendimento.Conclusão:Diante da necessidade de reduzir a morbimortalidade decorrente do trauma, a participação no PHTLS é extremamente válida, pois permite o aprimoramento do papel do socorrista na prática médica. Além disso, a vivência dos acadêmicos como pacientes possibilita a aquisição de uma visão mais humanitária. PO095 - LESÃO CERVICAL PENETRANTE-RELATO DE CASO MARLON MODA; NUHRELDIN SAMPAIO ABDO SATER; BIANCA RIBEIRO RODRIGUES; THIAGO CERIZZA PINHEIRO; DANIEL ILIAS; JOSÉ MAURO DA SILVA RODRIGUES PUC-SP, SOROCABA, SP, BRASIL. Resumo: Introdução: O atendimento inicial do trauma cervical penetrante é de vital importância, pois anatomicamente observa-se uma diversidade de estruturas vasculares, respiratórias, digestivas e nervosas na região do pescoço que, se lesadas, levam a morte em curto espaço de tempo. Existe, atualmente, um grande debate em torno da conduta a ser adotada em tais lesões uma vez que estudos mostram que as taxas de cervicotomia não terapêutica oscilam entre 45-63%. Diante disso, o manejo operatório vem sendo substituído por uma abordagem mais seletiva e conservadora baseada em sinais, sintomas e exames subsidiários, levando em consideração a divisão anatômica do pescoço e o tempo necessário para a realização de tais exames. Epidemiologicamente, o sexo masculino é o mais acometido (90%) e a faixa etária está entre 24 e 34 anos. Em relação ao local dos ferimentos, a zona II é a área onde mais se observam as lesões (47-82%), seguida das zonas I (5 a 31%) e III (1 a 30%). As lesões vasculares são as mais frequentes (21 a 27%). Objetivo: Relatar o caso de paciente vítima de ferimento cervical por arma branca (FAB), em zona II, que não foi abordado cirurgicamente de imediato e que apresentou um pseudoaneurisma de artéria carótida comum esquerda. Método: As informações foram obtidas por meio de anamnese, exame físico e descrição cirúrgica, registro dos métodos de imagem aos quais o paciente foi submetido e revisão da literatura. Relato de caso: Paciente masculino, 55 anos, admitido na Unidade Regional de Emergência, encaminhado de outro serviço, após sofrer FAB (estilete) em região cervical anterior, cerca de 2 cm a esquerda da linha média. Chegou com vias aéreas pérvias, murmúrio vesicular presente bilateralmente, sem ruídos adventícios, eupneico, hemodinamicamente estável e com Glasgow 15. Apresentava ferimento perfurante cervical, em zona II, já suturado, acompanhado de edema local e referindo rouquidão progressiva. Permaneceu em observação com jejum para realização de endoscopia digestiva alta no dia seguinte (sem alterações) e de broncoscopia, que foi realizada três dias após o trauma e evidenciou pertuito em faringe, com hematoma estendendo-se da hipofaringe até a laringe esquerda. Evoluiu com melhora da rouquidão, porém com aumento da área do hematoma em pescoço estendendo-se até tórax. Foi submetido a USG doppler de carótidas que evidenciou, em terço médio distal de carótida comum esquerda, uma dilatação em parede anterior medindo 4,2 mm de diâmetro, compatível com pseudoaneurisma. Foi indicada cervicotomia, três dias após o trauma, que evidenciou lesão puntiforme na parede anterior da artéria carótida comum esquerda com sangramento ativo, a qual foi suturada, mantendo perfusão e boa evolução pós-operatória. Conclusões: São muitas as controvérsias e dificuldades em torno da avaliação e tratamento dos ferimentos penetrantes de pescoço. Para tomar a decisão de operar ou investigar deve-se avaliar a disponibilidade dos exames complementares e se eles não forem disponíveis a cervicotomia diagnóstica é a conduta a ser empregada. No caso em questão, optou-se pela conduta conservadora, mas a indisponibilidade imediata dos exames complementares atrasou a conduta, o que poderia ter comprometido o sucesso do tratamento. PO096 - FERIMENTO HEPÁTICO: CONDUTA EXPECTANTE GUILHERME NOSCHANG VIEIRA BACCHI1; LUIZ AC ALVES2; DIEGO CARRÃO WINCKLER2; NÁDIA GABRIELE RUDNICK2; MARCELO DE ABREU PINTO2; CARLOS OTAVIO CORSO2 1.PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL; 2.HOSPITAL DE PRONTO SOCORRO, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: O manejo não-operatório de ferimentos penetrantes hepáticos tem se tornado a conduta de escolha nos últimos anos, para pacientes hemodinamicamente estáveis. Mas para que o tratamento conservador seja factível, faz-se necessário subsídio através de análises de tomografia computadorizada (TC), observação clínica e constante monitorização dos pacientes selecionados para esse seguimento. OBJETIVO: Expor caso de tratamento não-operatório (TNO) de ferimento penetrante hepático de alto grau. MÉTODOS: Paciente masculino, 28 anos, vítima de ferimento por projétil de arma de fogo, chega ao hospital transferido de Pronto-Atendimento já com drenagem pleural à direita (D). Na chegada: taquicárdico, eupneico, pressão arterial 105/72 mmHg, Glasgow 15. Bulhas cardíacas normofonéticas, pulsos filiformes, agitado, sudorético, abdômen tenso. À inspeção, orifício de entrada em linha hemiclavicular posterior D, 10 cm abaixo do ângulo da escápula e orifício de saída em transição tóraco-abdominal anterior D, na linha hemiclavicular. Raio-x de tórax sem evidências de grande derrame pleural residual. Ressuscitação inicial com ringer lactato, concentrado de hemácias e plasma fresco congelado. Ao final da reposição apresentou melhora clínica global. Realizada TC de tórax e abdômen com contraste: contusão pulmonar no segmento basal posterior à D com pequeno hidropneumotórax; laceração hepática de cerca de 13cm de extensão, comprometendo segmentos VIII, VII e VI e sinais de extravasamento de contraste no segmento VII, compatível com sangramento ativo; moderada quantidade de líquido livre na cavidade. Lesão hepática grau IV, indicado a (TNO) com monitorização intensiva. Manteve estabilidade hemodinâmica relativa, melhorando da dor abdominal nas primeiras 24h, mantendo taquicardia durante 72h e queda da hemoglobina nas primeiras 48h. Indicada TC com contraste de controle com 48h de evolução revelou resolução do extravasamento de contraste, e manutenção da laceração e do volume do hemoperitônio. RESULTADOS: Após estabilização hemodinâmica, paciente mantido em observação constante, realizando TC de controle e tendo seus sinais constantemente acompanhados. Paciente evolui com resolução gradual da taquicardia, melhora clínica e alta hospitalar em 9 dias. CONCLUSÃO: O exame clínico aliado a exames de imagem e a padrões de monitorização é a principal ferramenta na avaliação e inclusão de um paciente ao TNO de lesões de órgãos sólidos, principalmente de lesões hepáticas. Deve-se atentar para a necessidade de intervenção operatória, segundo sinais e sintomas de alerta, como a instabilidade hemodinâmica persistente e sinais de irritação peritoneal. No entanto, deve-se salientar que o TNO deve ser realizado apenas em centros com subsídios adequados para a conduta expectante. PO097 - CONTROLE HEMOR EM FAF NO PREHOSPITALAR MARISTELA UTA NAKANO; LUIS CARLOS TETSUAKI HAMADA GRAU/SP, SAO PAULO, SP, BRASIL. Resumo: Objetivo: relatar o caso de atendimento a vítima com ferimento por projétil de arma de fogo com hemorragia ativa em local de difícil contensão e a importância da integração entre as equipes de pré-hospitalar e hospitalar no tratamento destes pacientes. Método: relato de caso clínico com coleta de dados de ficha de atendimento; relato dos profissionais envolvidos. Resultados: o “Águia” foi acionado para atendimento de vítima de ferimento por projétil de arma de fogo (FAF). Na história há informação que paciente portava a arma na cintura e, ao descer de motocicleta, houve disparo acidental atingindo a vítima. A equipe médica do “Águia” ao chegar no local da ocorrência deparouse com o médico de uma unidade de suporte avançado terrestre (USA) realizando compressão manual na região da virilha esquerda - o sangramento somente foi controlado desta forma. Na avaliação inicial paciente com via aérea pérvia, frequência ventilatória de 20ipm, frequência cardíaca de 100bpm, pressão arterial de 120/80mmHg; Glasgow= 15. Presença de 1 orifício (de entrada) do projétil na base do pênis, à direita (provável entrada), e 1 orifício (provável saída) contralateral, tangenciando superiormente a bolsa testicular esquerda (túrgida – hematoma?). Na região da virilha esquerda, muito próximo do orifício de saída, presença de outro orifício (provavelmente de reentrada do projétil), e sem o orifício correspondente de saída. Com o alívio da compressão manual havia retorno do sangramento arterial pelos orifício da virilha e da bolsa testicular. Ofertado oxigênio sob máscara 12 l/m, acesso venoso periférico de grosso calibre e infusão de 1500 ml de solução cristaloide com estabilização hemodinâmica. A compressão manual do local da hemorragia não foi interrompida durante todo o processo de atendimento. O médico do Centro de Operações do Corpo de Bombeiros (COBOM) já havia informado ao médico do hospital de destino sobre a necessidade de cirurgião vascular e de urologista. No hospital foi submetido a arteriografia que identificou sangramento de corpos cavernosos. Realizada a cirurgia de emergência pela urologia. Recebeu alta hospitalar sem complicações. Conclusões: o paciente vítima de trauma que apresenta sangramento ativo tem como tratamento principal no atendimento pré-hospitalar interromper o sangramento. A compressão manual é um método muito rápido e eficaz de controle de danos e, no caso relatado, foi a única forma de conter o sangramento. A padronização do atendimento pré-hospitalar seguindo protocolos bem definidos é fundamental no prognóstico do paciente vítima de trauma. A padronização favorece o entrosamento de todas as equipes envolvidas onde o todo trabalha em conformidade como se fosse apenas uma grande equipe. PO098 - ATENDIMENTOS POR VIOLÊNCIA PELO SAMU-JF PAULO CESAR OLIVEIRA; MARIA CRISTINA VASCONCELLOS FURTADO; ALFREDO CHAOUBAH UFJF, JUIZ DE FORA, MG, BRASIL. Resumo: Introdução: O trauma, em o particular o resultante da violência interpessoal, é preocupação crescente na área de saúde, destacando-se entre as principais causas de morbimortalidade em todo o mundo. Em meio ao maior afluxo de vítimas, é necessário coordenar esforços para elaborar condutas propedêuticas, terapêuticas e preventivas. Para tal é imprescindível obter informações epidemiológicas. Objetivo: estudar o perfil epidemiológico das agressões física e por armas branca e de fogo. Método: estudo epidemiológico retrospectivo e quantitativo das agressões por armas branca e de fogo e por agressão física atendidas pelo SAMU de Juiz de Fora, no período de janeiro de 2006 a dezembro de 2011. As variáveis analisadas foram sexo, faixa etária, mortalidade, local da ocorrência, dias da semana e horário das agressões. Resultados: Dos 72.897 Relatórios de Atendimentos gerados no período, 1.913 compreenderam grupo de estudo. A agressão física foi o mecanismo de trauma em 1.198 (62,2%) pacientes, a agressão por arma branca em 433 (22,6%) e por arma de fogo em 282 (14,7%). A faixa etária mais prevalente foi a de 15 anos a 29 anos (48,34%), seguida pela faixa etária de 30 anos a 44 anos (31,71%). A maioria das vítimas era do sexo masculino (82,17%). A mortalidade no ambiente pré-hospitalar foi de 6,4% (122 óbitos), principalmente em decorrência do uso de armas de fogo (56,6%). As regiões Norte (22,42%) e Leste (19,85%) responderam pela maior parte dos atendimentos. Estas mesmas regiões foram as mais frequentemente relacionadas com o uso de arma de fogo (33,84% e 24,71%) e arma branca (23,1% e 17,77%). O Centro superou as regiões Leste e Norte quando o mecanismo foi a agressão física (24,24%, 19,41% e 19,32%, respectivamente). As ocorrências predominaram nas sextas-feiras, sábados e domingos (60,24%), entre 18 horas e 6 horas (63,13%). Quando armas branca e de fogo foram empregadas, os eventos prevaleceram entre 12h01min e 0 h. Conclusão: os homens jovens são as principais de violência interpessoal em Juiz de Fora, sendo a agressão física sua principal forma. O uso de arma de fogo esteve relacionado com a maioria das mortes. Duas regiões da cidade concentram as ocorrências de violência, exceto quando a agressão física foi empregada. Os atendimentos foram mais frequentes nos fins de semana e durante a noite. PO099 - TUMOR DE CECO COM FISTULIZAÇÃO EM ABDOME FLÁVIA APOLÔNIO NÓBREGA; ANA ELISABETH LEAL VARJÃO; FÁBIO SANTOS ALVES; JESSICA GONÇALVES DE QUEIROZ; DIEGO CARVALHO MACIEL; LUANA MARIA GOMES DA SILVA HOSPITAL DE URGÊNCIA DE SERGIPE, ARACAJU, SE, BRASIL. Resumo: Introdução: O câncer de intestino está entre os dez tipos mais incidentes no mundo, sendo a quinta topografia mais frequente em adultos no Brasil. Dentre os tumores localizados no cólon direito, o ceco é a localização mais comum. O diagnóstico é feito através da colonoscopia, sendo a maioria dos casos já em estádios avançados. As fístulas colônicas caracterizam-se como uma das complicações menos frequentes. Objetivo: Relatar o caso da formação de um abcesso de parede devido à fistulização por tumor de ceco em parede abdominal. Método: Tratase de um estudo observacional, descritivo e documental em que as informações foram obtidas através da revisão de prontuário, exames realizados, anamnese e avaliação do paciente até a alta hospitalar. Resultados: M.J.A , sexo feminino, 58 anos, deu entrada no Hospital de Urgências de Sergipe (HUSE) com um quadro de obstrução intestinal e um abcesso de parede abdominal, sendo indicado tratamento cirúrgico. Foram realizadas a drenagem do abscesso de parede abdominal e uma laparotomia exploradora. Os achados cirúrgicos foram: tumor de ceco necrosado com formação de fístula para parede abdominal e ausência de carcinomatose peritoneal. Foi realizada uma ileocecocolectomia à direita com anastomose íleotransversa terminolateral. A paciente evoluiu bem, sem complicações, no entanto a cirurgia foi apenas o tratamento inicial, sendo prescrito posterior acompanhamento oncológico. O retardo do diagnóstico nos casos de câncer de intestino deve-se ao negligenciamento de fatores de risco associado à falta de orientação da população acerca do exame proctológico. Um estudo de Cruz et al com 490 pacientes portadores de câncer colônico evidenciou que o de ceco (9,8% dos casos) foi o que se apresentou em estágios mais adiantados dentre todos os grupos e as fístulas ocorreram em apenas 2% dos casos. Conclusão: É necessário estar atento às manifestações dos tumores de ceco, como crescimento desmensurado levando a obstrução intestinal, e às evoluções menos usuais, como formação de fístulas, que podem levar o paciente a um quadro séptico, sendo necessária intervenção cirúrgica de urgência. PO100 - ASCARIDÍASE-OBSTRUÇÃO E VOLVO INTESTINAL ANA ELISABETH LEAL VARJÃO; FLÁVIA APOLÔNIO NÓBREGA; JESSICA GONÇALVES DE QUEIROZ; LUANA MARIA GOMES DA SILVA; DIEGO CARVALHO MACIEL; FÁBIO SANTOS ALVES HOSPITAL DE URGÊNCIA DE SERGIPE, ARACAJU, SE, BRASIL. Resumo: Ascaridíase é uma parasitose humana adquirida pela ingestão de ovos do áscaris lumbricoides, presentes em fezes de pessoas infectadas. Relaciona-se a condições precárias de higiene e de saneamento, sendo endêmica principalmente em países subdesenvolvidos, e afeta mais crianças que adultos(1). Apesar de, frequentemente, ser assintomática, a infecção leva à desnutrição e pode causar obstrução intestinal, provocando um quadro clínico de abdome agudo obstrutivo, cujo volvo intestinal é uma de suas complicações(2). Relato de caso de volvo intestinal infantil devido a obstrução intestinal provocado por áscaris lumbricoides. Trata-se de um estudo observacional, descritivo e documental em que as informações foram obtidas através da revisão de prontuário, exames realizados, anamnese e literatura. I.J.S, feminino, 4 anos, parda, de Boquim, Sergipe, foi admitida no Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE) referindo dor abdominal difusa há 8 dias associada a febre e êmese com eliminação de áscaris lumbricoides. Achado ultrassonográfico de coleção de líquido espesso em fossa ilíaca direita sugerindo apendicite aguda rota, porém sem visualização do apêndice. Foi indicado o tratamento cirúrgico e optou-se pela laparatomia exploradora. A exploração da cavidade abdominal descartou apendicite e evidenciou: secreção escurecida vinhosa, necrose de alças intestinais, perfuração de íleo, volvo de intestino delgado, linfonodos mesentéricos isquemiados e grande quantidade de áscaris em luz intestinal. Foi realizada uma íleo-colectomia direita, restando segmento de intestino delgado viável de aproximadamente 100 cm desde ângulo de Treitz, seguida de retirada de helmintos da luz intestinal, e confecção de jejunostomia em flanco direito. Permaneceu na Unidade de Terapia Intensiva por 10 dias, com desnutrição proteico-calórica, e em uso de ceftriaxona, metronidazol, albendazol. No 17º DPO foi diagnosticada com quadro de síndrome do intestino curto. A oclusão parcial ou total por bolo de áscaris causa volvo intestinal devido ao peso anormal das alças contendo grande quantidade desses helmintos e à peristalse que tenta resistir à obstrução(3). Volvo com mais de oito horas de evolução produz isquemia, grandes áreas de necrose e perfuração intestinal, o que obriga a retirada de parte do intestino delgado, podendo provocar uma síndrome de intestino curto com mau prognóstico(4). Volvo intestinal é também uma das causas raras de infarto dos linfonodos mesentéricos que pode ser devido à estase linfática provocada pelo volvo(5). Assim, percebe-se a importância de um diagnóstico e tratamento precoce dessa parasitose a fim de evitar uma infestação maciça que curse com obstrução intestinal, volvo, necrose e perfuração de alças intestinais necessitando de intervenção cirúrgica de urgência. PO101 - SAMU 192 SERGIPE: ÓBITOS E SUAS CAUSAS MATEUS DOS SANTOS PEIXOTO; FÁBIO SANTOS ALVES; DAMARIS SILVA DOS SANTOS; HELAINA PEIXOTO GURGEL; MARÍLIA PRUDENTE MENEZES; CARLA MARIA VALADARES MELO CURSO APH SAMU 192 SERGIPE, ARACAJU, SE, BRASIL. Resumo: Introdução: A partir de 1980, causas externas passaram a representar a primeira causa de morte para aqueles entre 5 e 39 anos. O Atendimento Pré-hospitalar (APH) visando a chegar em tempo hábil a essas vítimas, objetiva oferecer, o mais precoce possível, avaliação, tratamento inicial e transporte eficazes, tentando alterar de alguma forma a sobrevida. No Brasil, o SUS tem seu componente de APH móvel desenvolvido pelo SAMU 192. Em Sergipe, o SAMU 192, além do quadro profissional, desenvolve um estágio extracurricular, em que acadêmicos de medicina e de enfermagem acompanham as equipes durante as ocorrências. Objetivo: Mostrar a relação entre óbitos ocorridos antes da chegada da equipe à cena do incidente e suas principais causas, registrados no SAMU 192 Sergipe, de fevereiro a junho de 2014. Métodos: O trabalho tem natureza descritiva, com abordagem quantitativa e qualitativa, desenvolvido no serviço de atendimento pré- hospitalar SAMU 192 Sergipe. A amostra constou de 565 pacientes cujo atendimento cursou, ou não, com óbito. Os dados foram obtidos a partir da base de dados do serviço e analisados pelos estagiários. Resultados: Identificou-se taxa de óbitos de 6,3% (36 pacientes) na amostra avaliada. A maior parte dos óbitos (50,0%) deveu-se a trauma, totalizando 18 ocorrências, sendo 9 por Ferimentos por Arma de Fogo (FAF), 4 por Ferimentos por Arma Branca (FAB) e 5 eventos envolvendo veículos motorizados. As ocorrências de casos clínicos foram responsáveis por 41,6% dos óbitos, tendo como suspeita diagnóstica Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) em 8 casos, Acidente Vascular Cerebral (AVC) em 4, Tromboembolismo Pulmonar (TEP) em 2 e Insuficiência Respiratória por engasgo em 1 caso. Óbitos por causas psiquiátricas ocorreram em duas ocasiões (5,5%), sendo intoxicação por Carbamatos a principal suspeita. O único óbito em crianças, ocorreu em um neonato, no periparto. Conclusões: A maior parte dos óbitos deveu-se a trauma, principal causa de morte evitável. Desses, a maioria foi por FAF e por FAB, confirmando os alarmantes índices de violência urbana. Tendo em vista os casos provocados por acidentes de trânsito, investir em campanhas educativas para a população pode ser uma solução adequada para redução desses números. PO102 - EVOLUÇÃO PEGAGÓGICA EM UMA LIGA ODDONE FREITAS MELRO BRAGHIROLI; GEIBEL SANTOS DOS REIS JUNIOR; FELIPE JORGE SIMÕES JONES; CESAR BRITO BOUZA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, SALVADOR, BA, BRASIL. Resumo: Introdução: A última grande reforma no ensino médico ocorreu com o relatório Flexner há cerca de 100 anos. Desde então, não só o conteúdo a ser ensinado sofreu grandes mudanças como também as possibilidades pedagógicas se multiplicaram. As instituições de ensino, contudo, demonstram uma inaceitável demora na incorporação de técnicas e ferramentas educacionais que comprovadamente se mostraram mais eficazes e eficientes. Objetivo: Descrever a evolução das atividades de ensino da Liga Acadêmica de Trauma e Emergências Médicas da Universidade Federal da Bahia (LAEME-UFBA). Métodos: Relato de experiência. Resultados: A LAEME-UFBA foi fundada em 2004. As atividades ligadas diretamente à área de ensino são as sessões semanais e cursos para outros acadêmicos de medicina. Inicialmente estas atividades seguiam o modelo preponderante em nossa Faculdade, com atividades didáticas baseadas em exposições teóricas por palestrantes convidados, com separação estanque entre aluno e professor. Em virtude da participação de alguns membros como manequins em um curso do ATLS em 2010, a Liga começou a utilizar algumas técnicas de simulação nas sessões. O sucesso foi imediato e rapidamente essa metodologia foi implantada como padrão. Em meados de 2012 foi instituído na Liga um momento de avaliação crítica de toda atividade didática desenvolvida. Desta forma, pudemos perceber falhas e desvirtuamento de alguns aspectos pedagógicos da técnica de simulação, culminando com a realização de um momento de fundamentação teórica e discussão de metodologias de ensino em 2013. Constatamos então que trilhamos naturalmente décadas de evolução da pedagogia para adultos na área médica ao nos afastarmos do comodismo e estabelecermos um processo reflexivo constante de aprimoramento. As atividades se tornaram amplamente diversificadas, envolvendo simulações de baixa e alta fidelidade e outras ferramentas pedagógicas. Em outubro de 2013 uma parte destas ferramentas pôde ser estendida para o restante da Faculdade, em um curso de imersão idealizado pela Liga e um de seus orientadores, voltado para a capacitação em emergência dos estudantes prestes a ingressarem no internato. Atividades teóricas conceituais mais rápidas, ensino com engajamento emocional e contextualizado, reflexão sobre a segurança do paciente no processo de ensino, valorização da repetição para fixar um conteúdo e importância do debriefing e sua condução são alguns conceitos que naturalmente surgiram em nossas discussões e que estão bem fundamentados na literatura científica. Conclusão: Ao estabelecer um processo interno funcional, com ambiente propício para críticas e evolução, a Liga conseguiu evoluir rapidamente nas metodologias pedagógicas empregadas, influenciando inclusive atividades do currículo formal da instituição. PO103 - METODOLOGIA DE SELEÇÃO DE UMA LIGA FELIPE JORGE SIMÕES JONES; ODDONE FREITAS MELRO BRAGHIROLI; LUNA DE CARVALHO ALMEIDA; GEIBEL SANTOS DOS REIS JUNIOR; CESAR BRITO BOUZA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, SALVADOR, BA, BRASIL. Resumo: Introdução: O processo de avaliação de desempenho e seleção na área médica, antes marcado pelo foco excessivo na performance acadêmica, passou a valorizar aspectos comportamentais, sobretudo habilidades como liderança e trabalho em equipe. Com a evolução das técnicas de recrutamento e seleção de pessoal, a entrevista tornou-se parte do processo seletivo de todas áreas de atuação humana, inclusive da medicina. Apesar de trazer como novo aspecto a avaliação de fatores não cognitivos como atitude e comportamento, a entrevista ainda mostra-se pouco consistente na exposição e avaliação de tais competências, apresentando variáveis graus de sucesso. Objetivo: Descrever a evolução do processo seletivo da Liga Acadêmica de Trauma e Emergências Médicas da Universidade Federal da Bahia (LAEME-UFBA). Métodos: Relato de experiência. Resultados: O primeiro processo seletivo da LAEME-UFBA ocorreu em 2005. Inicialmente, a seleção de novos membros era composta por avaliação teórica em 1ª fase, e entrevista com avaliação de currículo na 2ª etapa. Partimos do pressuposto que a Liga não deve selecionar candidatos primordialmente com base em conteúdos acadêmicos específicos - que, espera-se, sejam adquiridos e aprofundados uma vez que o estudante faça parte da Liga. Desta forma, ganha um peso importante a fase subjetiva de avaliação, composta inicialmente somente pela entrevista, na qual sempre buscou-se alguma forma de retirar os candidatos de uma possível zona de conforto e permitir uma avaliação mais realista e honesta de suas competências e pretensões acadêmicas em relação à Liga. Visando melhorar este processo e incentivados pelo sucesso das técnicas de simulação nas atividades de ensino, foi implementado um momento adicional de dinâmica no processo seletivo de 2013, caracterizado pela divisão de 18 candidatos, previamente selecionados à partir de prova teórica, em 03 grupos, cada um com objetivo de realizar o planejamento semestral de uma Liga imaginária similar à LAEME-UFBA. Intercalados com as reuniões internas de cada grupo, ocorreram momentos de feedback e debate entre grupos e avaliadores. Nestes momentos conjuntos eram levantados questionamentos e criadas artificialmente situações de disputa dentro dos grupos com intuito de avaliar a resposta comportamental de cada um em um ambiente de equipe similar ao cotidiano da Liga. O critério avaliativo final baseou-se nas seguintes competências: pró-atividade, liderança e capacidade de trabalho em grupo e assumir responsabilidades. Conclusão: O desenvolvimento de técnicas de simulação médica propiciou o surgimento de um novo contexto na avaliação de candidatos no processo seletivo da LAEME-UFBA. Através da avaliação em uma dinâmica envolvendo atividades similares às desenvolvidas pela Liga, acreditamos que tanto os candidatos como os avaliadores conseguem tomar decisões mais acertadas. PO104 - SÍNDROME COMPARTIMENTAL-RELATO DE CASO JHENNYFFER BORITZA1; VICTOR DALL AGLIO DE ORNELLAS2; GEORGE HAMILTON SIQUEIRA ALVES3; ANTONIO FERNANDES DE ORNELLAS4 1.FACULDADES INTEGRADAS APARÍCIO CARVALHO, PORTO VELHO, RO, BRASIL; 2.RESIDENTE DE CLÍNICA CIRÚRGICA HOSPITAL DE BASE DR. ARY PINHEIRO, PORTO VELHO, RO, BRASIL; 3.SECRETARIA DO ESTADO DE SAUDE DE RONDÔNIA, PORTO VELHO, RO, BRASIL; 4.HOSPITAL E PRONTO SOCORRO JOÃO PAULO II, PORTO VELHO, RO, BRASIL. Resumo: Introdução: A síndrome compartimental traumática é caracterizada quando há um aumento na pressão intracompartimental em um compartimento fechado, comprimindo estruturas vasculonervosas podendo causar isquemia. Objetivo: Avaliar parâmetros para diagnosticar a síndrome compartimental independentemente da aferição da pressão intracompartimental. Métodos: Acompanhamento clínico e revisão de prontuário do paciente. O presente trabalho visa a relatar um caso de síndrome compartimental do paciente MDSA, masculino, 23 anos, procedente do município de Porto Velho-RO, que deu entrada no Hospital e Pronto Socorro João Paulo II no dia 25/05/2014 às 21h30min com história de colisão moto-ônibus e rolamento por sobre membro inferior esquerdo e pé direito, sendo este o condutor da motocicleta, apresentou traumatismo de membros inferiores, evoluindo com edema local, dor, colúria, hipocalemia. Resultados: Não dispondo de métodos para aferição da pressão intracompartimental, o diagnóstico clínico de síndrome compartimental do membro inferior esquerdo e pé direito, foi realizado através do exame clínico e exames laboratoriais. O paciente foi submetido a fasciotomias em coxa esquerda (um compartimento), perna esquerda (dois compartimentos), pé esquerdo (dois compartimentos) e pé direito (dois compartimentos). O paciente evoluiu bem, permanecendo internado por quatorze dias. Conclusão: A gravidade da síndrome compartimental traumática varia de acordo com o mecanismo do trauma, ocorrendo desde assintomática a pacientes com insuficiência respiratória aguda, hipocalemia, incapacidade do membro, coagulação intravascular disseminada, rabdomiólise e óbito. Tendo em vista a gravidade da síndrome e a falta de meios para aferir a pressão intracompartimental há a necessidade de alto índice de suspeita clínica e de se eleger outros parâmetros para firmar o diagnóstico precoce de síndrome compartimental, possibilitando tratamento adequado e tempestivo prevenindo as complicações da síndrome compartimental. PO105 - PNEUMORRAQUIA ESPONTANEA. MARCELO AUGUSTO FONTENELLE RIBEIRO JR; MURILLO DE LIMA FAVARO; ALEXANDRE ZANCHENKO FONSECA; ARIADNE PEREIRA; THIAGO ALEXI; STEPHANIE SANTIN UNISA, SAO PAULO, SP, BRASIL. Resumo: Introdução: A pneumorraquia associada ao pneumomediastino em decorrencia de tosse e vomitos é um evento raro e pouco compreendido. Objetivo: Relatar um caso de pneumorraquia e pneumomediastino não traumatico. Relato de caso: M.C.L., feminino, 20 anos, natural do Ceará, procurou o PS do Hospital Geral do Grajaú, com queixa de dispnéia e dor toracica súbita pós episódios de vomitos e tosse, sem outros sintomas associados. Não apresenta comorbidades, etilismo ou tabagismo. Ao exame fisico apresentava se eupneica, estavel hemodinamicamente, com enfisema subcutaneo, com ausculta pulmonar e cardiaca normais.Realizado tomografia do torax e cervical com identificação de enfisema subcutaneo, pneumomediastino e pneumorraquia de C4 até T7, sem outras alteraçoes. Paciente evolui satisfatoriamente, sem queixas e melhora sintomatica, tendo alta apos 3 dias. Conclusão: A manobra de Vasalva de repetição pode levar ao pneumomediastino e a pneumorraquia, evento raro de evolução satisfatoria. O tratamento clinico com sintomaticos é o de escolha. PO106 - PERFIL DE ATENDIMENTO INICIAL AO TRAUMA RODRIGO CASELLI BELÉM; SHEILA ADRIANA SA; LARYSSA WANDERLEY LOPES HBDF, BRASILIA, DF, BRASIL. Resumo: Introdução: O Atendimento ao trauma grave continua sendo um desafio nos dias de hoje. Estudos mostram que o organização dos serviços baseada em Sistemas de trauma e Centros de trauma podem reduzir a mortalidade em até 25%¹ e que aproximadamente 40 % dos óbitos ocorrem ainda por dificuldades na fase inicial do atendimento intra-hospitalar2,3. O conhecimento da demanda e tipos de atendimentos, bem como origem e destino desses pacientes são essenciais no planejamento e estruturação do Sistema e Centros de trauma. Objetivo : Descrever o perfil dos pacientes atendidos na sala vermelha do Centro de Trauma do Hospital de Base do DF, com relação ao sexo, origem, diagnostico inicial e destino dos mesmos. Método: Análise retrospectiva do livro de entrada e saída da sala vermelha do Centro de Trauma do HBDF, no período de janeiro a dezembro de 2013. Resultado: Foram atendidos 1.813 pacientes de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2013 (média de 4,9 pacientes por dia), dos quais 1339 (74%) eram do sexo masculino e 474 (26%) do sexo feminino. Com relação à origem, 1439 (79%) pacientes foram externos e 374 (21%) foram oriundos de setores internos do próprio hospital. Dos pacientes externos, 939 (65%) eram oriundos de transferências interhospitalares e somente 500 (35%) oriundos diretamente do local do agravo ( rua, trabalho ou domicilio). Dos pacientes oriundos de outros hospitais, 248 (26%) tinham origem de hospitais fora da área do Distrito Federal, principalmente do estado de Goiás . Os mecanismos de trauma mais comuns foram as agressões (19%) e os acidentes de transporte (19%), seguidos dos atropelamentos (11%) e quedas (8%). Causas clínicas e encaminhamentos para pareceres foram 28% dos casos. Dos pacientes atendidos, 544 (30%) foram encaminhados ao centro cirúrgico, 399 (22%) para unidade de suporte ao trauma, 363 (20%) para unidade de terapia intensiva, 145 (8%) evoluiram para óbito e 362 (20%) pacientes encaminhados a outros setores do hospital.Conclusão: O planejamento da assistência na Sala de Trauma deve considerar a demanda e o tipo de agravos atendidos, bem como a origem e o destino destes pacientes. Tais dados contribuem para um adequado dimensionamento de necessidade de recursos humanos e materiais, adequação das grades de referência e contra-referência do Sistema de saúde e o aprimoramento dos processos e fluxos internos do hospital, garantindo ao traumatizado grave, um atendimento inicial e definitivo adequados. PO107 - EXPERIENCIA DO SAMU- DF NA COPA DE 2014 RODRIGO CASELLI BELÉM; FRANKLIN ANTUNES NETO SAMU-DF, BRASILIA, DF, BRASIL. Resumo: Introdução: Durante a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, 07 jogos foram realizados em Brasília e durante 25 dias ocorreram FANFESTS com grande aglomeração de público. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência do Distrito Federal (SAMU-DF) ficou responsável pela assistência médica nas áreas do peri-estádio e FANFEST, contando com sua estrutura de atendimento a eventos de massa., com os objetivos de: 1) Preservar os hospitais regionais da demanda de casos de menor complexidade;2) Oferecer o primeiro atendimento avançado aos casos mais graves e posterior encaminhamento aos hospitais, conforme grade prévia de regulação e 3) Rápida mobilização no caso de desastres nos locais de evento. O clima nesse período caracterizou-se como quente e seco, mantendo uma média de temperatura de 27ºC e umidade relativa do ar em torno de 56 %¹. Objetivo : Descrever o perfil dos atendimentos realizados pelo SAMU-DF nos Postos Médicos Avançados (PMA) e Unidades móveis localizados na área peri-estádio e FANFEST durante a Copa do Mundo de 2014 na cidade de Brasília. Método: Análise retrospectiva das fichas de atendimento utilizadas no evento, do dia 12/06 a 13/07 de 2014. Resultado: Foram atendidos 646 pacientes de 12/06 a 13/07 de 2014. Deste total, 572 (89%) foram atendidos na área da FANFEST, 64 (10%) na área periestádio e 10 (1%) na área do estádio fora dos dias de jogos. A distribuição por sexo mostrou que 375 (58%) eram do sexo feminino e 271( 42%) do sexo feminino. Do total de atendimentos, apenas 33 (5%) necessitaram de remoção para os hospitais. Dividindo em grandes grupos de causas, identificou-se que 548 (85%) foram casos clínicos e apenas 98 (15%) foram casos traumáticos. As 05 principais causas de atendimento foram : Cefaléia – 140 (22%), Causas osteo-articulares – 71 (11%),Distúrbios gastro-intestinais – 65 (10%), Abuso de álcool e/ou drogas – 57 (9%) e Lesões de pele e ferimentos – 38 (6%). Nenhum óbito foi registrado. Conclusão: Os objetivos dos PMA´s foram plenamente atingidos, mostrando um índice de resolução em torno de 95% dos casos atendidos. O público feminino foi o mais afetado e a grande maioria dos atendimentos foram de natureza clínica e grande parte relacionada aos efeitos do clima e consumo de bebidas alcoolicas. Os dados apresentados podem auxiliar no planejamento da assistência em eventos de massa com características semelhantes, tanto no dimensionamento de recursos humanos quanto na organização de equipamentos e materiais. PO108 - TRAUMA DUODENAL-OPÇÃO DE REPARO JHENNYFFER BORITZA1; GEORGE HAMILTON SIQUEIRA ALVES2; VICTOR DALL AGLIO DE ORNELLAS3; DANIEL VIANA C CARDOSO3 1.FACULDADES INTEGRADAS APARÍCIO CARVALHO, PORTO VELHO, RO, BRASIL; 2.SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DE RONDÔNIA, PORTO VELHO, RO, BRASIL; 3.RESIDENTE DE CLÍNICA CIRÚRGIA DO HOSPITAL DE BASE DR ARY PINHEIRO, PORTO VELHO, RO, BRASIL. Resumo: Introdução: O trauma duodenal, que corresponde cerca de 3 a 5% de todas as lesões abdominais(ASENSIO,1993) raramente ocorre isolado por sua sintopia, o pâncreas também é acometido. A localização retroperitoneal dificulta a avaliação clínica do duodeno, podendo postergar o diagnóstico de lesão duodenal. Objetivo: Apresentar uma alternativa simples para o tratamento cirúrgico de lesão duodenal, sem lesão pancreática associada. Métodos: Revisão de prontuário e acompanhamento clínico, por quinze dias, do paciente ALS, 17anos, branco, lavador de carro, brasileiro, natural de Porto Velho, com história de ferimento penetrante por projétil de arma de fogo (PAF), que deu entrada no Hospital e Pronto Socorro João Paulo II no dia 19/05/14 às 00h19min, com história de lesão por projétil de arma de fogo em transição tóraco-abdominal. Após atendimento inicial, consoante às normas do Suporte Avançado de Vida no Trauma (ATLS), foi submetido a laparotomia exploradora. Resultados: Os achados da laparotomia foram: volumoso hemoperitônio; restos alimentares; lesões hepáticas na transição dos segmentos VII e VIII e segmentos II e III; lesão de cinco centímetros em parede da pequena curvatura do estomago; lesão de cerca de dois centímetros em parede anterior do estomago; múltiplas lesões penetrantes e transfixantes em 4ª porção do duodeno; lesão diafragmática e hematoma retroperitoneal em goteira parietocólica esquerda. Para tratamento cirúrgico do duodeno, foram realizadas duodenectomia da 4ª porção e entero-enteroanastomose término-terminal em plano único e instalação de sonda nasoentérica transanastomótica. Conclusão: Devido à complexidade de fatores envolvidos no trauma duodenopancreático o seu tratamento cirúrgico não tem uma fórmula ideal. A lesão duodenal apresentada pelo paciente é classificada como lesão grau III, segundo Associação Americana de Cirurgia no Trauma (AAST). O tratamento das lesões duodenais do grau III da AAST varia desde reparo simples até exclusão duodenal. Diante das múltiplas lesões, a alternativa simples utilizada pela equipe propiciou boa evolução pós-operatória, tendo o paciente recebido alta hospitalar em duas semanas. PO109 - HÉRNIA ENCARCERADA E SÍND. EHLERS-DANLOS MATEUS DOS SANTOS PEIXOTO; FÁBIO SANTOS ALVES; ALEXANDRE COSME DO AMARAL; INNHARTA LISLEY MANIÇOBA XAVIER; VINÍCIUS DE OLIVEIRA MENEZES BEZERRA; GABRIEL REIS CASTRO LIGA DE TRAUMA DE SERGIPE, ARACAJU, SE, BRASIL. Resumo: Introdução: A síndrome de Ehlers-Danlos (SED) é distúrbio do tecido conjuntivo, com prevalência de 1:5000 a 1:150000 habitantes. A SED caracteriza-se por hiperextensibilidade da pele, hipermobilidade articular, luxações, cicatrizes atróficas, pele friável e equimoses. Histologicamente, as anormalidades se localizam nas fibrilas de colágeno, com alterações em vários pontos da biossíntese. A principal complicação que pode ocorrer são rupturas súbitas de órgãos viscerais. Pode ocorrer aneurisma numa faixa etária mais baixa. Outras alterações que podem ocorrer concomitantemente são: prolapso da valva mitral, hérnias, escolioses, luxações e deslocamento da retina. Objetivo: Relatar um caso de Hérnia Epigástrica Encarcerada em paciente portadora de Síndrome de Ehlers-Danlos. Método: Os dados foram obtidos a partir da revisão do prontuário. Resultado: Paciente do sexo feminino, 04 anos de idade, portadora da Síndrome Ehlers Danlos, deu entrada no Hospital de Urgênicias de Sergipe no dia 13 de julho de 2014, com história de dor abdominal difusa há, aproximadamente, 24h. Ao exame, apresentava abaulamento em região epigástrica, não redutível e dor à palpação abdominal. Diante da suspeita diagnóstica de Hérnia Epigástrica Encarcerada, optou-se por tratamento cirúrgico. Foi encontrado saco herniário contendo gordura pré-peritoneal. Realizouse ressecção do saco herniário e redução do seu conteúdo. O procedimento ocorreu sem intercorrências, e a paciente foi encaminhada à SRPA. Conclusão: Tendo em vista a doença de base da paciente, merece atenção especial a ferida operatória, uma vez que ela pode evoluir com dificuldade de cicatrização do sítio cirúrgico, com formação de cicatriz atrófica, no pós-operatório, levando a recidivas do quadro. PO110 - ÓBITOS POR ARMA DE FOGO EM SÃO LUÍS-MA ELLANO DE BRITO PONTES; MARCELO LIMA ROCHA; PATRÍCIA TRAVASSOS CUTRIM; MARÍLIA DE OLIVEIRA BRINGEL; RENATA GABRIELA PEREIRA CUNHA; SANTIAGO CIRILO NOGUERA SERVIN UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANH?O, SAO LUIS, MA, BRASIL. Resumo: Introdução A Organização Mundial da Saúde estima que, aproximadamente, 1,6 milhões de pessoas morrem a cada ano, em decorrência da violência. Esta se encontra entre as principais causas de óbito entre a faixa etária de 15 a 44 anos, na maioria dos países, inclusive no Brasil, onde a incidência de crimes violentos tem aumentado nas últimas décadas e as lesões por armas de fogo (LAF) têm-se tornado mais frequentes, principalmente em meios urbanos. Segundo o Subsistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, entre o período de 1980 e 2010, o número de vítimas de arma de fogo no Brasil passou de 8.710 para 38.892, um crescimento de 346,5%. Entre os jovens de 15 a 29 anos, o crescimento foi ainda maior, com um aumento de 414% entre essas datas. Esse perfil pode ser verificado em outras regiões do mundo: homicídios preponderantes no sexo masculino, em faixas etárias jovens e populações com nível socioeconômico baixo, em aglomerados urbanos e em conseqüência do uso de arma de fogo. Objetivo Analisar o perfil epidemiológico das vítimas fatais por arma de fogo registradas no Instituto Médico Legal (IML) de São Luís – MA, no ano de 2013. Método Este trabalho consiste em um estudo retrospectivo sobre óbitos por arma de fogo ocorridos em São Luís, no ano de 2013. Foi realizada a consulta aos laudos de necrópsia do IML de São Luís-MA e os dados coletados foram analisados no programa Epi Info 7.0. Resultados Foram registrados 1227 óbitos, sendo que destes 47,2% foram por arma de fogo. O sexo mais acometido foi o masculino com 97,2%. A faixa etária mais acometida foi de 21 – 30 anos com 45,94%. A procedência das vítimas foi principalmente de Hospitais Públicos 37,65%. Trauma tóracico foi o principal diagnóstico com 58%, seguido por trauma abdominal 42,5%. O dia da semana com maior número de casos foi a segunda-feira, representando 17,44% do total, e dentre os meses, outubro apresentou a maior casuística, com 14,33%. Conclusão Os resultados mostram que os dados epidemiológicos de óbitos por arma de fogo do município de São Luís do Maranhão são compatíveis com estatísticas nacional e mundial. Observa-se que os óbitos por arma de fogo acometem principalmente homens em uma faixa etária economicamente ativa. PO111 - ÓBITOS POR ACIDENTE DE TRÂNSITO RENATA GABRIELA PEREIRA CUNHA; MARCELO LIMA ROCHA; FELIPE CARVALHO BARROS SOUSA; FILIPE SOUSA AMADO; SERGIO ROBERTO PEREIRA DA SILVA JÚNIOR; ORLANDO JOSE DOS SANTOS UFMA, SAO LUIS, MA, BRASIL. Resumo: Introdução: Trauma é definido como uma lesão caracterizada por lesões estruturais ou desequilíbrio fisiológico, decorrente de uma exposição aguda a várias formas de energia, seja ela mecânica, térmica, química ou radioativa. O trauma ainda ocupa uma posição de relativo destaque, sendo a principal causa de morte em indivíduos com idade entre 1 e 44 anos na maioria dos países desenvolvidos e vem ocupando uma posição cada dia mais relevante em países em desenvolvimento, a medida que as doenças infecciosas são erradicadas. Dentre suas várias etiologias, o trauma envolvendo "veículo a motor", o chamado acidente de trânsito, tem forte impacto nas estatísticas de mortalidade por esta causa. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico das vítimas de acidente de trânsito com óbito intra-hospitalar registradas no Instituto Médico Legal do Maranhão (IML-MA) de 01 janeiro a 31 dezembro de 2012. Métodos: Trata-se de um estudo do tipo descritivo, individuado, observacional, transversal e retrospectivo, realizado a partir de dados do Instituto Médico Legal de São Luís, no estado do Maranhão. A amostra foi constituída por óbitos registrados nos laudos cadavéricos do IMLMA entre 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2012. Resultado: Dos 190 registros incluídos no estudo, 162 (85,26%) eram do gênero masculino e 28 (14,74%) do gênero feminino, com média de idade de 38,35 anos, verificando-se maiores percentuais na faixa etária de 21-30 anos (27,37%) e de 31-40 anos (25,79%). A maioria das vítimas era de cor parda (72,63%) e natural do interior do estado do Maranhão (61,58%). Os dias do fim de semana e os meses de dezembro e junho apresentaram o maior número de acidentes e óbitos. O veículo mais envolvido foi a motocicleta (42,63%) sendo que a maioria dos óbitos ocorreu nas primeiras 24 horas de internação. A principal causa de óbito foi traumatismo crânio-encefálico (TCE) estando presente em 77,37% dos óbitos e o exame de alcoolemia não foi realizado em mais da metade dos casos. Conclusão: Analisando o panorama geral do perfil de óbitos intra-hospitalar por acidente de trânsito no estado do Maranhão, notou-se maior impacto nos grupos de adultos jovens, de gênero masculino, pardos, e naturais do interior. Os motociclistas foram as principais vítimas tendo TCE como principal causa de óbito. Pela carência dos dados não é possível avaliar a influência do álcool nestes acidentes. PO112 - ÓBITOS POR ARMA BRANCA EM SÃO LUÍS-MA FELIPE CARVALHO BARROS SOUSA; SERGIO ROBERTO PEREIRA DA SILVA JÚNIOR; MARÍLIA DE OLIVEIRA BRINGEL; RENATA GABRIELA PEREIRA CUNHA; MARCELO LIMA ROCHA; SANTIAGO CIRILO NOGUERA SERVIN UFMA, SAO LUIS, MA, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO As causas de morte externa são compreendidas no Brasil como um grave problema de saúde pública, em decorrência das repercussões na qualidade de vida e longevidade da população e também devido aos elevados gastos públicos decorrentes desse problema. No país, juntamente com os acidentes, a violência representa a terceira maior causa de mortalidade, sendo as lesões por arma branca a segunda causa mais frequente de óbitos decorrentes de homicídios, havendo um aumento da sua utilização devido à facilidade de acesso e ao crescimento da violência civil e dos crimes passionais. OBJETIVO Traçar o perfil epidemiológico dos óbitos decorrentes de ferimentos por arma branca registrados no Instituto Médico Legal (IML) de São Luís – MA, no ano de 2013. MÉTODO Estudo de natureza retrospectiva e descritiva envolvendo pesquisa de óbitos por arma branca em 2013, através de consulta ao livro de registros do IML de São Luís – MA. Os dados foram registrados e analisados através do programa Epi Info 7.0. RESULTADOS Em 2013 foram registrados 1227 óbitos, sendo que destes 191 (15,6%) foram por amas brancas. A procedência das vítimas foi principalmente de Hospitais Públicos (40,8%) e vias públicas (14,4%). Há de se destacar a procedência de presídios, 12 casos (6,2%), o que demonstra a falha de fiscalização e segurança dentro dos presídios. Trauma torácico em conjunto com choque hipovolêmico foi o principal diagnóstico (23%), seguido por trauma abdominal (8,3%). Foram mais acometidos o sexo masculino (90,6%) e a faixa etária entre 21 e 30 anos (45,6%). O dia da semana com maior número de casos foi o domingo (21,9%), seguido pelo sábado (14%) e dentre os meses, abril apresentou a maior casuística (13%). CONCLUSÕES No período estudado os óbitos foram consideravelmente maiores no sexo masculino, com faixa etária entre 21 e 30 anos e ocorreram em sua maioria em hospitais e vias públicas em finais de semana. O trauma torácico associado com o choque hipovolêmico foi a principal causa de mortalidade decorrente de homicídios por arma branca, reforçando a necessidade de programas de atenção especial a esse mecanismo de trauma. PO113 - ÓBITOS POR CHOQUE HIPOVOLÊMICO FELIPE CARVALHO BARROS SOUSA; MARCELO LIMA ROCHA; PATRÍCIA TRAVASSOS CUTRIM; ELLANO DE BRITO PONTES; FILIPE SOUSA AMADO; SANTIAGO CIRILO NOGUERA SERVIN UFMA, SAO LUIS, MA, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: O choque hipovolêmico é um dos principais fatores determinantes do primeiro e segundo picos da distribuição trimodal da morte por trauma. Trata-se de uma das mais importantes causas evitáveis de óbito entre adultos jovens e tem como principal causa o trauma, com perdas sanguíneas internas e externas. Grandes avanços já ocorreram nos meios de diagnóstico por imagem, suporte hemodinâmico e nas técnicas de intervenção cirúrgica, entretanto, o choque continua sendo importante causa de morbimortalidade e um permanente desafio para os profissionais de saúde. OBJETIVO: Demonstrar o perfil epidemiológico dos óbitos por choque hipovolêmico registrados no Instituto Médico Legal (IML) de São Luís – MA, em 2013. METODOLOGIA: Estudo com delineamento transversal, descritivo e retrospectivo dos óbitos no ano de 2013 através de consulta ao livro de registro do IML de São Luís – MA. As variáveis estudadas foram: gênero, idade, cor, estado civil, procedência, etiologia e dia da semana em que ocorreu o trauma. Após a coleta das informações, foi constituído um banco de dados e feita a análise dos mesmos através do programa Epi Info versão 7.0. RESULTADOS: Durante o período pesquisado foram registrados 1227 óbitos no IML, sendo que 564 (45%) deles foram causados por choque hipovolêmico. Desses, a faixa etária mais acometida foi entre 21 e 30 anos com 232 (41%) casos e o sexo masculino prevaleceu com 81% dos óbitos. As principais etiologias foram Arma de Fogo com 62%, Arma Branca com 25% e acidentes de trânsito com 10%. A procedência das vítimas foi principalmente hospitais públicos 219 casos (38,8%), seguida de via pública com 130 casos (23%). O período da semana que se destacou foi o final de semana, com 216 casos (38%). CONCLUSÃO: No ano de 2013, os óbitos por choque hipovolêmico ocorreram predominantemente no sexo masculino, na terceira década de vida, tendo como causa principal ferimentos por arma de fogo ou arma branca, o que demonstra o caráter violento dessas mortes. PO114 - ÓBITOS POR TRAUMA TORÁCICO PATRÍCIA TRAVASSOS CUTRIM; FELIPE CARVALHO BARROS SOUSA; FILIPE SOUSA AMADO; RENATA GABRIELA PEREIRA CUNHA; MARCELO LIMA ROCHA; SANTIAGO CIRILO NOGUERA SERVIN UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO, SAO LUIS, MA, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: As lesões de tórax são a segunda principal causa de morte por trauma, correspondendo a 20 a 25% das fatalidades traumáticas. Muitos óbitos ocorrem imediatamente, porém uma proporção significativa dos pacientes pode ser salva. 85-90% dos pacientes com trauma torácico podem ser tratados de maneira conservadora; a cirurgia é necessária em 10-15% dos casos. Por isso, conhecer o perfil epidemiológico local de mortes por trauma torácico é importante para otimizar o atendimento ao paciente e para promover mudanças em estruturas sociais existentes. OBJETIVO: Demonstrar o perfil epidemiológico dos óbitos por trauma torácico registrados no Instituto Médico Legal (IML) de São Luís – MA no ano de 2013. METODOLOGIA: Estudo retrospectivo de óbitos por trauma torácico no ano de 2013 através de consulta ao livro de registro do IML de São Luís – MA. Após a coleta, foi criado um banco de dados no software Epi Info 7.0 para a análise estatística. RESULTADOS: Dos 1227 casos registrados no IML, 577 (40,03%) envolveram trauma torácico. Desses, a faixa etária mais acometida foi entre 21 e 30 anos com 247 (42,8%) casos e o sexo masculino prevaleceu com 539 (93,41%) óbitos. As principais etiologias foram arma de fogo, com 336 (58,23%) casos, e arma branca, com 129 (22,36%) casos. A injúria decorrente mais encontrada foi a lesão pulmonar presente em 395 (68,46%) das mortes seguida de hemo/pneumotórax (52,17%). A procedência das vítimas era principalmente de hospitais públicos, com 206 (35,7%) e via pública, com 141 casos (24,4%). O mês em que o trauma torácico prevaleceu foi outubro, com 75 casos (13%), e o dia da semana, domingo, com 116 (20,10%). CONCLUSÃO: O presente estudo sobre trauma torácico retrata a vítima do trauma: paciente masculino, jovem, afligido pela violência interpessoal, com baixo nível socioeconômico e que procede principalmente de hospitais públicos. A arma de fogo como principal etiologia pode ser explicada devido à grande quantidade de armas de fogo existentes no Brasil, estimada entre 10 e 20 milhões, em que grande parte não está registrada ou está em mãos criminais, e que são responsáveis por mais de 39 mil mortes ao ano. O alto índice de morte por trauma torácico espelha o elevado nível de violência no Brasil, como demonstra a predominância de trauma penetrante, tanto por arma de fogo como por arma branca, ao trauma contuso. O nível de violência pública, assim como o rápido manejo extra e intrahospitalar do paciente politraumatizado são essenciais para mudanças destas estatísticas. PO115 - TRAUMA GRAVE INFANTIL NO PERÍODO DA COPA SHEILA ADRIANA SA; RODRIGO CASELLI BELÉM; NADIA TOMIKO ANABUKI; PATRICIA NOGUEIRA SA; LARYSSA WANDERLEY LOPES HBDF, BRASILIA, DF, BRASIL. Resumo: Introdução: O trauma é umas das principais causas de morte e sequelas em crianças e adolescentes no mundo. No Brasil, é a principal causa de morte na faixa etária de 5 a 19 anos. Há aumento desses incidentes em períodos de férias escolares. Objetivo: Analisar o impacto da copa do mundo em cidade sede no atendimento à criança vítima de trauma grave. Métodos: Estudo retrospectivo de todos os pacientes pediátricos na faixa etária de 0 a 14 anos atendidos na sala vermelha do trauma em centro de referência especializada do Distrito Federal. Foram analisados a faixa etária dos pacientes e mecanismo de trauma em três períodos de 30 dias do ano de 2014, incluindo o período da realização da copa do mundo Resultados:. Observou-se que em dois períodos anteriores a copa do mundo de 11/05/2014 a 11/06/2014, o total de atendimentos pediátricos foi de 7 vítimas (acidente automobilístico: 1 , atropelamento: 2, queda de altura: 2; perfuração por arma de fogo: 2, com 2 óbitos). No período de 01/01/2014 a 31/01/2014 – correspondente às férias escolares, o total de atendimentos pediátricos foi de 8 (acidente automobilístico: 3, atropelamento: 3, queda de altura: 2; com nenhum óbito). Durante a realização da copa do mundo no período de 12/06/2014 a 13/07/2014, o total de atendimentos pediátricos dobrou, totalizando 16 atendimentos ( acidente automobilístico: 11, atropelamento: 4 , queda de altura: ; acidente doméstico: 1; com 3 óbitos na sala vermelha). Conclusão: Durante a realização da Copa do Mundo, houve um aumento de 100% no número de atendimento a crianças graves na emergência do Hospital de Base do Distrito Federal, quando comparado a outros períodos, inclusive períodos de férias. São necessários mais estudos para determinar os fatores causais desse aumento no período. PO116 - APENDICITE POR CORPO ESTRANHO JHENNYFFER BORITZA1; VICTOR DALL AGLIO DE ORNELLAS2; GEORGE HAMILTON SIQUEIRA ALVES3 1.FACULDADES INTEGRADAS APARÍCIO CARVALHO, PORTO VELHO, RO, BRASIL; 2.RESIDENTE DE CLÍNICA CIRÚRGICA HOSPITAL DE BASE DR. ARY PINHEIRO, PORTO VELHO, RO, BRASIL; 3.SECRETARIA DO ESTADO DE SAUDE DE RONDÔNIA, PORTO VELHO, RO, BRASIL. Resumo: Introdução: Apendicite é um processo inflamatório agudo do apêndice vermiforme usualmente causado pela obstrução do lúmen proximal. Os sintomas comuns são dor difusa no quadrante inferior direito, associada a náuseas, vômitos, febre e hiporrexia (REIS, J.M. 2008). Poucos casos de apendicite por corpo estranho são encontrados na literatura, os primeiros casos relatados foram encontrados em autópsias (MEYER, K.A. 1931). Objetivo: O presente trabalho buscou analisar o diagnóstico e o tratamento da apendicite por corpo estranho em sua singularidade. Métodos: Acompanhamento clínico e cirúrgico do paciente FPFOJ, 30 anos, masculino, procedente de Porto Velho-RO, que deu entrada no Pronto Socorro do Hospital João Paulo II, em Porto Velho-RO, no dia 07/06/14 às 17h23min, com queixa de febre e dor em fossa ilíaca direita há 36 horas, foram realizados exames de imagens. Resultados: Após análise dos resultados dos exames de imagens, constatou-se abdome agudo inflamatório. Com o diagnóstico prévio de abdome agudo inflamatório o paciente foi submetido à laparotomia exploradora, os achados cirúrgicos foram: apêndice hiperemiado e edemaciado com corpo estranho não identificado até o momento (aguardando resultado anatomopatológico). A apendicite por corpo estranho são casos de uma incidência baixíssimas sendo 3% a cada 71.000 casos, os corpos mais comuns são pinos, botões e sementes. (ASAD, S. 2007). Conclusão: Ao ingerir um corpo estranho que é mais pesado que o conteúdo do intestino este pode percorrer todo o trato gastrintestinal e cair no apêndice se alojando em seu lúmen. Esses corpos estranhos no apêndice podem induzir a apendicite aguda e outras complicações, tais como perfuração, desencadeando a inflamação e sendo necessário a intervenção cirurgia. Diante do exposto, a apendicite por corpo estranho, deve ser diagnosticada por exames de imagens e análise clínica, tendo em vista as indicações clínicas que sugerem a apendicite aguda, o único tratamento com objetivo curativo é a intervenção cirúrgica com apendicectomia, sendo este feito o mais prévio possível, tendo em vista que a apendicite é uma emergência cirúrgica. (ROCHA, J.J.R.2001). PO117 - FERIMENTO POR PROJETIL EM AORTA TORACICA MARCELO AUGUSTO FONTENELLE RIBEIRO JR; ANTONIO ALBERTO VIEIRA SOUZA; MURILLO DE LIMA FAVARO; ALEXANDRE ZANCHENKO FONSECA; DIEGO GARCIA; STEPHANIE SANTIN UNISA, SAO PAULO, SP, BRASIL. Resumo: Introdução: O ferimento penetrante por arma de fogo em regiao toracica aumentou junto a criminalidade. As lesoes que acometem a aorta toracica apresentam alta taxa de mortalidade. Objetivo: Relatar um caso de projetil alojado em aorta ascendente. Relato de Caso: J.A.S.D, 38 anos, sexo masculino, trazido ao PS do Hospital Geral do Grajaú, com ferimento em regiao toracica esquerdo entre 3° e 4° espaço intercostal em linha axilar anterior e em gluteo a direita. Antecedentes pessoais: ferimento por arma de fogo toracico previo, sem outras alteraçoes. Ao exame fisico apresentava com murmurio vesicular diminuido em terço medio de hemitorax esquerdo, saturação de 88%, estavel hemodinamicamente, sem dor abdominal, glasgow de 15. Realizado tomografia de torax e abdome/pelve, com projetil de arma de fogo alojado em aorta ascendente sem extravasamento de sangue, fragmento no lobo pulmonar superior direito e outro na axila direita, pneumotorax drenado a esquerda e fratura cominutiva no ramo isquiopubico associado a rastilhos de projetil. Realizado esternotomia com identificação de projetil em mediastino anterior, pre aortico superior, junto ao resquicio timico, sem outras alteraçoes. Retirado o projetil e drenado o mediastino anterior e redrenado o torax a esquerda. Paciente evolui satisfatoriamente com alta apos 6 dias sem intercorrencias. Conclusao: O projetil alojado em regiao aortica tem alta probabilidade de complicações e na incerteza de haver lesao termica, a exploração cirurgica é importante. PO118 - TRATAMENTO NÃO-OPERATÓRIO LESÃO HEPÁTICA RACHEL CRISTINA CARMO; DOMINGOS ANDRE DRUMOND; SIZENANDO VIEIRA STARLING; AMANDA BARALDI DE SOUZA; LUCIANO CASALI SANTOS; EDUARDO YONEYAMA MOURTHE HOSPITAL JOÃO XXIII, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL. Resumo: OBJETIVOS: A Fístula Bílio-Brônquica (FBB) consiste na comunicação entre o sistema biliar e a árvore brônquica, vista raramente em trauma.MÉTODOS: Descrever o relato de paciente vítima de agressão por arma de fogo em região toracoabdominal à direita atendido no Hospital João XXIII com lesão hepática, submetido a tratamento não-operatório que evoluiu com fístula bilio-brônquica no 18º dia póstrauma. RESULTADOS: Paciente A.J.S.A., 23 anos,masculino, vítima de agressão por arma de fogo em região toracoabdominal à direita, por dois projéteis, sendo orifício de entrada no 7° espaço intercostal à direita em linha axilar anterior e o de saída em flanco direito. Foi admitido estável hemodinamicamente com desconforto respiratório. Realizada radiografia de tórax com presença de hemotórax. Drenado com saída imediata de de 1200 mL de sangue. Em seguida, foi realizada tomografia de tórax e abdome que evideciou lesão hepática grau IV em segmento VI,VII e VIII, e contusão pulmonar direita, hemotórax e fratura de arcos costais. Optado por tratamento não operatório. No final da 1ª semana, infectou contusão pulmonar e recebeu antibioticoterapia. No 18º dia pós-trauma, paciente apresentou escarro purulento com conteúdo biliar, dor torácica e taquicardia. Nova tomografia de evidenciou contusão pulmonar, derrame pleural à direita e lesão hepática sem sinais de cicatrização. Indicado tratamento cirúrgico iniciando por abordagem abdominal para tratar a lesão hepática e da via biliar. À laparotomia identificadas lesão hepática parenquimatosa e diafragmática correspondente sendo ambas rafiadas e posicionado dois drenos abdominais supra-hepáticos. Paciente evoluiu com melhora clínica progressiva. CONCLUSÃO: A fístula bilio-brônquica é uma complicação rara, de alta morbimortalidade, especialmente nos pacientes submetidos ao TNO de lesão hepática traumática.A via de acesso no tratamento desta complicação deve ser dirigida no sentido de corrigir a fístula (via abdominal) se contrapondo a idéia de corrigir a sua consequência (via torácica) PO119 - TRAUMA HEPÁTICO COM LESÃO DE VIA BILIAR VITOR LEITE IKEDA; DOMINGOS ANDRE DRUMOND; SIZENANDO VIEIRA STARLING; AMANDA BARALDI DE SOUZA; JOSE ALENCAR MACEDO; CAMILA ISSA AZEVEDO HOSPITAL JOÃO XXIII (FHEMIG), BELO HORIZONTE, MG, BRASIL. Resumo: Objetivo: Apresentação de lesão crítica de vias biliares por trauma contuso em paciente jovem atendido no Hospital João XXIII. Relato do caso: Paciente MRSS, sexo masculino, 20 anos, foi admitido no dia 24/11/2013, vítima de colisão de motocicleta em via de alta velocidade. À admissão, apresentava-se hemodinamicamente estável, taquicárdico e com dor abdominal, sem sinais de irritação peritoneal. À tomografia, foi evidenciada lesão hepática GIV com moderada quantidade de líquido livre. Optado por tratamento não operatório. No 3º dia pós-trauma paciente manteve quadro de dor abdominal, taquicardia e queda de níveis hemantimétricos. Realizada vídeo-laparoscopia para higienização e drenagem da lesão hepática. Posicionados 2 drenos tubulares, infrahepático e suprahepático. No 5º dia pós-trauma paciente evoluiu com peritonite e síndrome compartimental. À laparotomia de urgência evidenciou-se volumoso coleperitôneo infectado. Ao estudar a via biliar, identificou-se secção completa ao nível da confluência dos hepáticos. Realizada ampla drenagem da lesão e deixado paciente em laparostomia. Paciente evoluiu com melhora durante o longo período de internação. No momento da alta, paciente apresentava-se assintomático, anictérico, com fezes normocoradas. Foi realizada colangioressonância que explicou satisfatoriamente o quadro. Paciente ainda em acompanhamento ambulatorial. Conclusão: Trata-se de paciente com lesão hepática GIV, inicialmente submetido a tratamento não operatório, que evoluiu com piora clínica em decorrência de uma lesão da via biliar de rara ocorrência. Dados sugerem que a lesões como a descrita acima são encontradas em 0,09% dos casos de trauma abdominal contuso. Na maioria das vezes são lesões que passam inicialmente despercebidas e seu diagnóstico exige suspeição e experiência da equipe assistente. Igualmente desafiador é seu tratamento que, na fase aguda, consiste na drenagem eficiente, possibilitando que o tratamento definitivo seja postergado até que o paciente apresente melhores condições clínicas e a lesão possa ser devidamente estudada. PO120 - LESÃO DE VEIA MESENTÉRICA SUPERIOR FABIO BOTELHO FILHO; DOMINGOS ANDRE DRUMOND; SIZENANDO VIEIRA STARLING; AMANDA BARALDI DE SOUZA; FELIPE FERREIRA PIMENTEL; DANIEL ASSUMPÇÃO MIGUEL HOSPITAL JOÃO XXIII (FHEMIG), BELO HORIZONTE, MG, BRASIL. Resumo: Introdução: A lesão da veia mesentérica superior é incomum. Isso explica a falta de experiência entre os cirurgiões e é responsável por muitas dúvidas durante a cirurgia. A condição do paciente e outras lesões associadas são pontos chaves que ajudam o cirurgião a decidir a melhor abordagem. Materiais e métodos: Descrever um caso tratado em nosso hospital, Joao XXIII, Belo Horizonte, Brasil, em Setembro de 2013. Jovem do sexo masculino foi vitima de perfuração por arma de fogo no dorso e se encontrava estável e consciente à admissão. Durante a laparotomia exploradora foram evidenciadas lesão de víscera oca, fratura de vertebra lombar, contusão aórtica e lesão completa da veia mesentérica superior (VMS).Resultados: Uma vez que o paciente permaneceu estável durante todo o procedimento cirúrgico, optamos pelo tratamento da VMS. A sutura primaria não foi possível devido a perda de substancia. Diante disso, foi realizado um by-pass utilizando a veia safena magna. O paciente recebeu alta hospitalar no quinto dia apos admissão, com boa tolerância a dieta via oral e até o momento, sem outras complicações. Conclusao: Ainda faltam evidencias cientificas e experiência suficientes para mostrar a melhor forma de tratamento das lesões de VMS. Gostaríamos de dividir nossa experiência com esse caso, que teve um desfecho favorável para, dessa forma, ajudarmos outros cirurgiões que possam confrontar com esse tipo de lesão. PO121 - LESÃO DE VEIA CAVA INFERIOR JUSTARRENAL CLEINALDO DE ALMEIDA COSTA1; ANTÔNIO OLIVEIRA DE ARAÚJO2; TYANE DE ALMEIDA PINTO1; PAULO HENRIQUE KLEIN1 1.ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS, MANAUS, AM, BRASIL; 2.HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GETÚLIO VARGAS, MANAUS, AM, BRASIL. Resumo: LESÃO DE VEIA CAVA INFERIOR JUSTARRENAL ASSOCIADA À EXPLOSÃO DE HILO RENAL E MÚLTIPLAS LESÕES EM COLON EM PACIENTE VÍTIMA DE FERIMENTO POR ARMA DE FOGO EM TRANSIÇÃO TORACOABDOMINAL NA CIDADE DE MANAUS AMAZONAS BRASIL. Introdução: As lesões vasculares são um problema comum nos grandes centros urbanos e ocorrem em 10 a 20% de todos os doentes submetidos à laparotomia por traumatismos penetrantes. Os ferimentos penetrantes de veia cava inferior representam um problema grave e um desafio para os cirurgiões em atividade nos serviços de urgência e emergência. Objetivos: Avaliar o atendimento inicial, o tratamento empregado e a evolução pós-operatório de um paciente vítima de ferimento por arma de fogo em transição toracoabdominal que apresentou lesão em veia cava inferior justarrenal associada à explosão de hilo renal à direita e múltiplas lesões em cólon descendente. Métodos: Tratase de um relato de caso, abrangendo paciente vítima de ferimento por arma de fogo em transição toracoabdominal atendido no setor de urgência e emergência do Hospital e Pronto Socorro João Lúcio Pereira Machado (HPSJLPM) no ano de 2014. Resultados: Após atendimento inicial pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), paciente foi admitido no serviço de urgência e emergência do HPSJLPM apresentando ferimento penetrante por arma de fogo em transição toracoabdominal à direita. Paciente apresentava-se agitado, confuso, dispneico, hipocorado (4+/4), frequência cardíaca de 125bpm, pressão arterial de 100x60mmHg. Iniciou-se reposição volêmica vigorosa com soro fisiológico a 0,9%, solicitando-se tipagem sanguínea e reserva de concentrados de hemácias. Paciente então foi levado ao centro cirúrgico e submetido à laparotomia exploradora. Durante o procedimento cirúrgico foi constatado grande quantidade (aproximadamente 2000ml) de sangue livre na cavidade abdominal. Realizou-se a retirada dos coágulos e aspiração do sangue livre. Iniciouse a procura por lesão em órgãos intra-abdominais, não sendo evidenciado lesões em fígado, estômago, baço e bexiga. Foram evidenciadas duas lesões em cólon descendente, sendo as mesmas clampeadas. Durante a exploração da retrocavidade não foram constatadas lesões na parede posterior do estômago ou no corpo e cauda do pâncreas. Devido a topografia da lesão, priorizou-se a exploração do retroperitônio inicialmente por meio da rotação medial das vísceras do flanco direito. Após realizar a manobra de Kocher estendida, foi identificada lesão completa do hilo renal direito e laceração extensa em veia cava justarrenal. Realizou-se nefrectomia total à direita e rafia transversa da veia cava cessando o sangramento intracavitário. Iniciou-se a correção das lesões em cólon descendente por meio de rafia. Realizou-se revisão da hemostasia e síntese da cavidade abdominal. Paciente foi encaminhado a sala de recuperação anestésica e posteriormente a observação em unidade de tratamento intensivo (UTI). Após normalização dos parâmetros clínicos, paciente recebeu alta hospitalar e encaminhamento para acompanhamento ambulatorial. Conclusão: O traumatismo de veia cava inferior continua sendo uma situação desafiadora. Investimentos em prevenção e treinamento de equipe cirúrgica são determinantes para reduzir morbimortalidade. PO122 - MASSA ABDOMINAL DE ORIGEM DESCONHECIDA ALLINE OLIVEIRA DA SILVA PORTO1; FÁBIO SANTOS ALVES2; PEDRO HENRIQUE NABUCO FREIRE SIQUEIRA1; JOÃO PEDRO DECLERC FINK SANTOS NEVES1; MARCO ANTONIO DE JESUS NASCIMENTO2; LARISSA BRITO GARCEZ1 1.UNIVERSIDADE TIRADENTES, ARACAJU, SE, BRASIL; 2.UNVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE, ARACAJU, SE, BRASIL. Resumo: Introdução: As neoplasias de localização primária desconhecida consistem um grupo heterogêneo de tumores malignos, cujo sítio primário não pode ser identificado após a utilização de recursos propedêuticos como anamnese, um minucioso exame físico, técnicas de imagem, exames laboratoriais e até após uma laparotomia exploradora. Apresentam uma frequência de 5 a 10%, frequentes no sexo masculino após 55 anos, sendo 10% dos casos abaixo dos 40 anos. Caracterizam-se por terem um fenótipo metastásico, padrão de disseminação atípico e histologia pouco diferenciada. O tipo histológico predominante é o carcinoma e representa a oitava forma mais frequente de malignidade. O diagnóstico é um dos maiores desafios da oncologia e poucos, são encarados com tal pessimismo. Objetivo: Esse estudo objetiva relatar o caso de uma paciente com massa abdominal com origem desconhecida apresentando metástases em todo abdome, operada no Hospital de Urgência de Sergipe. Metodo: MXS, feminino, 36 anos, admitida na área verde trauma, após dar entrada com dor abdominal difusa e distensão abdominal. Durante avaliação pré-operatória, encontrava-se em bom estado geral, consciente, orientada e mantendo queixa. Ao exame apresentava dor em região inferior do abdome à palpação e presença de massa palpável na mesma localidade. Resultados: Foi submetida à laparotomia exploradora com exérese de um tumor volumoso em local de origem previamente determinado e visualizado múltiplas neoplasias de menor proporção por toda a cavidade. Foi encaminhada para enfermaria no dia seguinte e recebeu alta hospitalar no 4DPO, após evolução satisfatória. Após resultado do exame anatomo-patológico foi concluído a presença de Sarcoma de células fusiformes, de grau nuclear intermediário, de partes moles intra-abdominal, com margens cirúrgicas focalmente comprometidas e implantes tumorais secundários em epíplon. Conclusão: Os doentes com metástases de origem desconhecida são um desafio diagnóstico e terapêutico. A esperança reside na melhor compreensão e conhecimento dos fatores envolvidos na carcinogênese, alterações genéticas e biologia tumoral, associados ao desenvolvimento constante de novas técnicas diagnósticas, que permitam um diagnóstico preciso e uma orientação terapêutica dirigida. Os sarcomas de partes moles, são raros, e muitas vezes não são incluídos no diagnóstico diferencial, sendo diagnsoticados tardiamente quando a lesão já atinge dimensões elevadas. Assim, é de suma importância o conhecimento da hisória natural, avaliação dos sintomas. PO123 - TRAUMATISMOS VASCULARES PEDIÁTRICOS CLEINALDO DE ALMEIDA COSTA1; FLÁVIO AUGUSTO OLIVA MELO2; ANTÔNIO OLIVEIRA DE ARAÚJO3; PAULO HENRIQUE KLEIN1 1.ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS, MANAUS, AM, BRASIL; 2.FUNDAÇÃO HOSPITAL ADRIANO JORGE, MANAUS, AM, BRASIL; 3.HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GETÚLIO VARGAS, MANAUS, AM, BRASIL. Resumo: TRAUMATISMOS VASCULARES PEDIÁTRICOS NA CIDADE DE MANAUS. Introdução: O Brasil apresenta a violência como a principal causa de trauma, que ceifa vidas em fase produtiva e gera bilhões de reais em despesas com hospitalização, incapacitação e reabilitação. Na população pediátrica, o trauma responde pela maior causa de mortes. A incidência de trauma vascular em crianças vem aumentando por fatores, como: acidentes na vida diária, violência urbana e o uso de técnicas invasivas vasculares, utilizadas tanto para diagnóstico quanto para tratamento. Objetivos: Avaliar incidência de traumatismos vasculares pediátricos em doentes tratados cirurgicamente no Hospital Pronto Socorro da Criança Zona Leste, na cidade de Manaus, no período de fevereiro de 2001 a fevereiro de 2012; identificar pacientes com indicação cirúrgica e qual tratamento indicado; avaliar as lesões freqüentes no trauma vascular; estudar a faixa etária, o sexo e a etiologia do trauma; identificar complicações que aumentam a morbimortalidade. Métodos: Projeto aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Fundação Hospital Adriano Jorge. Os prontuários foram analisados retrospectivamente totalizando 71 pacientes tratados cirurgicamente. A amostra foi composta por doentes de zero a 14 anos, vítimas de traumatismos vasculares, atendidos no HPSCZL. Realizou-se uma análise descritiva dos dados epidemiológicos relacionando idade, sexo, local das lesões, etiologia, período de tratamento, tipo de procedimento realizado e complicações. Resultados: Em 71 doentes pediátricos vítimas de traumatismo vascular, houve predominância do sexo masculino (78,87%), na proporção de 15:4. A idade média foi de 7,24 anos com maior incidência em pacientes com idade escolar (57,75%). O mecanismo de trauma predominante foi o ferimento por arma branca 26 (36,62%), seguida de queda de altura 12 (16,9%). A média de internação foi de 10,6 dias, com 16 doentes necessitando de cuidados em unidade de tratamento intensivo com permanência média de 8,81 dias. As principais lesões ocorreram em extremidades, com predomínio do membro superior, com lesões das artérias ulnar em 11 (15,49%) e radial em 10 (14,08%). O procedimento mais usado foi a exploração vascular 35 (32,12%). Em 10 pacientes (14,08%) ocorreram complicações. A mortalidade foi de um doente (1,4%) durante o intraoperatório, com lesão da veia ilíaca comum e veia cava inferior devido à queda de altura. Conclusões: O traumatismo vascular pediátrico é um negligenciado problema de saúde pública. As dimensões dos vasos lesionados tornam a correção cirúrgica mais complexa. Investimentos em prevenção e treinamento de equipe cirúrgica são determinantes para diminuir morbimortalidade. PO124 - INTUSSUSCEPÇÃO ILEO-CECO-CÓLICA PEDRO HENRIQUE NABUCO FREIRE SIQUEIRA1; FÁBIO SANTOS ALVES2; ALLINE OLIVEIRA DA SILVA PORTO1; JOÃO PEDRO DECLERC FINK SANTOS NEVES1; LARISSA BRITO GARCEZ1; MARCO ANTONIO DE JESUS NASCIMENTO2 1.UNIVERSIDADE TIRADENTES, ESTANCIA, SE, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE, ARACAJU, SE, BRASIL. Resumo: Introdução: A intussuscepção consiste na invaginação da porção proximal do intestino sobre a distal e é a principal causa de obstrução do intestino delgado na infância. O pico de maior incidência varia do quinto ao nono mês de vida, no entanto 10%-15% dos casos ocorre após o segundo ano de idade. É considerada uma emergência médica, cuja apresentação pode ser insidiosa e o diagnóstico bastante complexo, já que já que a tríade clássica (dor abdominal, fezes avermelhadas em “geléia e massa abdominal palpável) é observada em menos de 50% dos casos. Todavia a associação de uma acurada avaliação clínica com os exames de imagem fornece subsídios suficientes para um diagnóstico preciso. Objetivo: O objetivo deste estudo é a descrição de um caso grave de intussuscepção em paciente do sexo feminino de dois anos de idade e realizar uma revisão da literatura acerca das recomendações relacionadas ao diagnóstico e ao tratamento da invaginação intestinal. Método: EAMS, dois anos de idade, foi admitida no Hospital de Urgências de Sergipe – HUSE, apresentando-se em regular estado geral, chorosa, febril, com abdome plano e doloroso difusamente à palpação profunda. Associado ao quadro de dor, afirma episódios de vômitos e ausência de dejeções. Foi solicitada radiografia simples de abdome, revelando distensão das alças jejunais e ileais e ultrassonografia de abdome, revelando invaginação do íleo distal em direção à válvula ileocecal. Conclusão: O manejo da intussuscepção pode ser feito de forma clínica ou cirúrgica. Na ausência de sinais de sepse e/ou perfuração intestinal, a tentativa de redução não cirúrgica por meio de enema pneumático ou contrastado está indicada. Frente à falha da redução pelo enema ou a sinais de complicações, a redução cirúrgica está indicada, geralmente realizada por meio da ressecção cirúrgica das alças acometidas. Frente a um quadro de sepse optou-se por conduta cirúrgica, sendo realizada íleo-ceco-colectomia segmentar. Durante o pós-operatório a paciente evoluiu com distúrbio hidroeletrolítico, intensa agitação e deiscência da ferida cirúrgica, seguida de alta hospitalar no décimo oitavo dia. PO125 - MANEQUIM SIMULADOR DE TRAUMA CLEINALDO DE ALMEIDA COSTA1; MARLENE ARAÚJO DE FARIA2; PEDRO HENRIQUE DA SILVA GOMES1; PAULO HENRIQUE KLEIN1 1.ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS, MANAUS, AM, BRASIL; 2.ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS, MANAUS, AM, BRASIL. Resumo: MANEQUIM SIMULADOR DE TRAUMA - EXPERIÊNCIA INICIAL DA ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS, BRASIL. Introdução: O ensino baseado em simulação é uma nova vertente na qualificação de profissionais de Saúde. As técnicas de simulação no aprendizado em Saúde surgiram de atividades não voltadas diretamente à Saúde, como o treinamento militar e simuladores de voo. O uso da simulação no cenário internacional da área da Saúde está produzindo evidências científicas que comprovam sua efetividade no processo ensino e aprendizagem. No Brasil, há um crescente investimento na construção de Centros de Simulação Realística. Os manequins de simulação podem ser classificados em baixa, média e alta fidelidade. Logo, a informática somada à simulação é um recurso em potencial para a aprendizagem de técnicas e procedimentos de risco, como em situações abordadas nos Cursos de Suporte de Vida que incluem cursos como o Suporte Avançado de Vida em Trauma – “Advanced Trauma Life Support” (SAVT – ATLS). Objetivos: Produzir um manequim de alta fidelidade e baixo custo para a simulação de cricotireoidostomia, drenagem de tórax, pericardiocentese e lavado peritoneal diagnóstico. Métodos: A pesquisa foi realizada em parceria entre a equipe de Tecnologia de Informação do Polo de Telemedicina da Amazônia da Escola Superior de Ciências da Saúde da Universidade do Estado do Amazonas e o Laboratório de Mecatrônica da Escola Superior de Tecnologia da Universidade do Estado do Amazonas visando à produção de um manequim de alta fidelidade e baixo custo para a simulação de cricotireoidostomia, drenagem de tórax, pericardiocentese e lavado peritoneal diagnóstico. Resultados: Realizou-se levantamento bibliográfico, avaliação de modelos de manequins simuladores de trauma já existentes no mercado, pesquisa das dimensões anatômicas do manequim e aquisição tanto do software Autodesk® Inventor® Professional 2013, quanto do hardware, ambos para modelagem em 3D e análise por Modelo de Elementos Finitos. Por meio do projeto, foi possível buscar recursos e conhecimento para elaboração do Laboratório de Habilidades da Escola Superior de Ciências da Saúde da Universidade do Estado do Amazonas. O laboratório é o principal campo de simulação para alunos da área da saúde da universidade proporcionando o desenvolvimento de habilidades essenciais para o adequado atendimento aos pacientes dos serviços de saúde do Estado do Amazonas. Conclusões: A simulação é fundamental na qualificação de profissionais de Saúde e está entre as mais eficazes maneiras de melhoria no atendimento ao paciente. No Brasil, a simulação como estratégia de ensino e aprendizagem nos cursos da área da Saúde está em fase inicial. O uso de manequins de simulação no atual cenário econômico, onde há um aumento dos cursos da área de Saúde que geram tanto diminuição da quantidade de ambientes clínicos disponíveis para a prática clínica supervisionada quanto, também, maiores gastos com a aprendizagem, torna-se indispensável para a boa formação profissional. PO126 - SÍNDROME DE CLAUDE BERNARD-HORNER CLEINALDO DE ALMEIDA COSTA1; ALUYLSON ÁVILA DA SILVA2; GABRIELA PIRAICE GOMES1; PAULO HENRIQUE KLEIN1 1.ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS, MANAUS, AM, BRASIL; 2.ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS, MANAUS, AM, BRASIL. Resumo: TRAUMA PENETRANTE POR ARMA DE FOGO EM ZONA 3 DA REGIÃO CERVICAL COM EVOLUÇÃO PARA SÍNDROME DE CLAUDE BERNARD-HORNER: RELATO DE CASO. Introdução: A síndrome de Claude Bernard-Horner (SCBH) é resultante de um bloqueio da inervação simpática do olho e da face em qualquer região do seu trajeto. Apresenta-se clinicamente com ptose palpebral discreta a moderada da pálpebra superior, miose pupilar variável, que depende da localização, grau e cronicidade do déficit e anidrose da hemiface ipsilateral associada a um aumento da temperatura e à hiperemia facial. Objetivos: Avaliar o atendimento inicial, o tratamento empregado e a evolução de um paciente vítima de ferimento por arma de fogo em zona 3 da região cervical evoluindo com SCBH. Métodos: Trata-se de um relato de caso, abrangendo paciente vítima de ferimento por arma de fogo em zona 3 da região cervical atendido na emergência do Hospital e Pronto Socorro João Lúcio Pereira Machado (HPSJLPM) no ano de 2013. Resultados: Após atendimento inicial pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), paciente foi admitido no serviço de urgência e emergência do HPSJLPM apresentando ferimento penetrante por arma de fogo em região posterior e mediana do pescoço (zona 3 da região cervical) com projétil palpável em região de côndilo esquerdo. Paciente apresentava-se lúcido e orientado no tempo e espaço, normocorado, eupneico, pressão arterial de 130x85mmg, exame do aparelho cardiovascular e respiratório sem alterações. Solicitou-se avaliação da equipe da neurocirurgia e cirurgia cérvico-facial. À tomografia axial computadorizada, constatou-se presença de rastilho metálico na segunda vértebra cervical (C2). O paciente evoluiu com ptose palpebral discreta da pálpebra superior à direita, miose pouco evidente à direita, anidrose da hemiface à direita, aumento da temperatura fácil e consequente hiperidrose lateral à esquerda sendo diagnosticado com SCBH completa. O paciente foi internado e mantido em observação pela equipe de neurocirurgia e cirurgia cérvico-facial para avaliação do quadro clínico e posterior acompanhamento ambulatorial. Conclusões: A SCBH pode ocorrer por fatores iatrogênicos, traumáticos ou associados a doenças sistêmicas. SCBH como complicação de trauma cérvico-facial é rara. A recuperação total dos pacientes meses após o trauma inicial sugere que a lesão original pode ter sido por compressão localizada da cadeia simpática cervical não resultando em secção. O diagnóstico precoce é fator essencial para recuperação, pois em alguns casos a cirurgia pode limitar as consequências. PO127 - TRAUMATISMO PENETRANTE E LESÃO CARDÍACA CLEINALDO DE ALMEIDA COSTA1; JOSÉ EMERSON DOS SANTOS SOUZA2; ANTÔNIO OLIVEIRA DE ARAÚJO3; GABRIELA PIRAICE GOMES1; HUGO MARLON DE CASTRO NEGREIROS1; PAULO HENRIQUE KLEIN1 1.ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS, MANAUS, AM, BRASIL; 2.ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS, MANAUS, AM, BRASIL; 3.HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GETÚLIO VARGAS, MANAUS, AM, BRASIL. Resumo: TRAUMATISMO TORACOABDOMINAL PENETRANTE COM LESÃO CARDÍACA, EXPLOSÃO ESPLÊNICA, AVULSÃO DE HILO RENAL DIREITO E MÚLTIPLAS LESÕES EM TRATO GASTROINTESTINAL SECUNDÁRIO A MÚLTIPLOS FERIMENTOS POR ARMA DE FOGO: RELATO DE CASO. Introdução: Os ferimentos cardíacos penetrantes já foram considerados letais e intratáveis. Cerca de 22% a 25% das mortes por trauma estão relacionadas às lesões torácicas e 90% das lesões cardiovasculares são, em particular, oriundas de trauma penetrante. As taxas de sobrevivência geral dos ferimentos cardíacos penetrantes variam de pouco menos de 20% a 81%, porém 60% a 80% das vítimas com essas lesões morrem no local do acidente ou a caminho da unidade de emergência. Objetivos: Avaliar o atendimento inicial, o tratamento empregado e a evolução pós-operatória de um paciente vítima de múltiplos ferimentos penetrantes por arma de fogo (oito) em transição toracoabdominal, que apresentou lesão cardíaca, explosão esplênica, avulsão de hilo renal e múltiplas lesões do trato gastrointestinal. Métodos: Trata-se de um relato de caso, abrangendo paciente vítima de múltiplos ferimentos penetrantes por arma de fogo em transição toracoabdominal atendido no setor de urgência e emergência do Hospital e Pronto Socorro João Lúcio Pereira Machado (HPSJLPM) no ano de 2013. Resultados: Paciente foi admitido no serviço de urgência e emergência do HPSJLPM apresentando múltiplos ferimentos penetrantes por arma de fogo em transição toracoabdominal. Iniciou-se o atendimento intra-hospitalar seguindo protocolo preconizado pelo ATLS. Paciente então foi levado imediatamente ao centro cirúrgico. Durante a toracotomia exploradora foi evidenciado grande quantidade de coágulo e sangue e lesão cardíaca grau III pela AAST em ventrículo esquerdo. A correção da lesão cardíaca foi feita por meio de cardiorrafia com fio polipropileno 3-0 e reforçada com sutura de fragmentos de pericárdio em pontos em “U”. Simultaneamente, a laparotomia exploradora demonstrou grande quantidade de sangue livre na cavidade abdominal.Iniciou-se a procura por lesão em órgãos intra-abdominais, sendo evidenciadas lesões em fundo gástrico, alças intestinais e explosão do baço. Realizou-se esplenectomia, gastrorrafia de fundo gástrico, jejunorrafias e iliorrafias. Após realizar a manobra de Kocher estendida, foi identificada lesão completa do hilo renal direito. Realizou-se nefrectomia à direita, revisão da hemostasia e síntese da cavidade. O paciente foi encaminhado a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), onde evoluiu com pneumonia hospitalar. Após normalização do quadro, recebeu alta hospitalar no 16º dia de pós-operatório e encaminhamento para acompanhamento ambulatorial. Conclusões: Todo doente com ferimento penetrante de tórax, especialmente precordial ou em transição toracoabdominal, em qualquer condição hemodinâmica, deve ser suspeito de lesão cardíaca. A reanimação, conforme o programa ATLS, a consulta precoce com um cirurgião apto a realizar uma toracotomia e a presença de material cirúrgico, equipe treinada e protocolo para uma toracotomia na sala de emergência são fatores que farão a diferença diante de um doente com ferimento cardíaco. PO128 - EPIDEMIOLOGIA - CENTRO DE TRAUMA - HEAPN PAULO DE OLIVEIRA SILVEIRA; DANIEL SOARES ESTRELA ABRANDES; JESSE ELY BARROS SILVEIRA JUNIOR; JULIANA MYNSSEN DA FONSECA CARDOSO; JOAO GUSTAVO CELANI DUARTE; ÁLIA CHARIF PENCHEAL CENTRO DE TRAUMA - HOSPITAL ESTADUAL ADÃO PEREIRA NUNES, DUQUE DE CAXIAS, RJ, BRASIL. Resumo: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES ATENDIDOS NO CENTRO DE TRAUMA - HOSPITAL ESTADUAL ADÃO PEREIRA NUNES INTRODUÇÃO: Com o objetivo de melhor atender à demanda de emergência da baixada fluminenese, foi inaugurado em Julho de 2014 o Centro de Trauma do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, no Município de Duque de Caxias, no Estado do Rio de Janeiro, Brasil, responsável pelos casos de média e alta complexidade e referência para neurocirurgia e no atendimento de pacientes politraumatizados no Estado do Rio de Janeiro. O Centro de Trauma conta com equipe multidisciplinar, com cirurgiões geral e vascular, neurologista, ortopedista, e anestesista, além de cirurgião pediátrico com formação em trauma, e cirurgião torácico e urologista, mais do que uma estrutura física preparada para atender emergências, essa unidade de atendimento a politraumatizados tem como diferencial a capacitação internacional dos profissionais para padronizar o atendimento, inspirado no modelo utilizado por universidades americanas como o Ryder Trauma Center, da Universidade de Miami, e o Shock Trauma Center Adams Cowley, Centro de Trauma da Universidade de Maryland, em Baltimore, referência ao governo norte-americano em casos de emergência.OBJETIVO: Identificar o perfil epidemiológico dos pacientes atendidos no Centro de Trauma HEAPN e, a partir desses dados, desenvolver práticas para a otimização e máxima eficácia desses atendimentos. MÉTODO :Estudo descritivo do tipo transversal prospectivo, realizado no Hospital Adão Pereira Nunes, no município de Duque de Caxias, Rio de Janeiro, responsável pelos casos de média e alta complexidade no atendimento de pacientes politraumatizados no Estado do Rio de Janeiro, desde a sua inauguração, em Julho de 2014. Serão estudadas as seguintes variáveis: sexo, idade, mecanismo de trauma e destino. Estas serão registradas no livro de ocorrências do Centro de Trauma. Durante a análise das informações coletadas, será utilizado o software Excel (Microsoft®). Os dados serão analisados por meio de estatísticas descritivas com frequência absoluta e relativa. Para descrever os valores da caracterização dos pacientes serão utilizados tabelas e figuras. RESULTADOS: Atraves do levantamento dos dados descritos e coletados , será possível traçar e apresentar as estáticas iniciais e o perfil epidemiológico do segundo centro de trauma do estado do Rio de Janeiro CONCLUSÕES: Mostrar a importância de um centro de trauma no atendimento a população, e o perfil epidemiologico do centro de trauma para base de medidas preventivas e melhorias na qualidade de atendimento ao trauma PO129 - TRAUMATISMO TORÁCICO MARCUS VINICIUS VINICIUS GON?ALVES UESC, SAO CAETANO DO SUL, SP, BRASIL. Resumo: Introdução: O trauma é uma doença que representa a principal causa de óbito na população adulta jovem no mundo atual, e o traumatismo torácico se destaca em virtude de fatores vinculados ao avanço tecnológico e pelo aumento da violência urbana. Objetivos: Caracterizar o perfil epidemiológico e o atendimento inicial dos pacientes vítimas de trauma torácico, atendidos pelo Hospital Geral Luiz Viana Filho da rede pública do município de Ilhéus, Bahia. Métodos: Estudo transversal, descritivo, prospectivo, realizado com 10 pacientes vítimas de trauma. Os critérios de inclusão foram: trauma envolvendo toda a cavidade torácica, em seus dois eixos, penetrante ou fechado. Os dados foram coletados entre os meses de Janeiro e Julho de 2013, no Hospital Geral Luiz Viana Filho, a partir do preenchimento de uma ficha de pesquisa sobre trauma torácico. Realizou-se análise das seguintes variáveis: sexo, idade, tipo de ambulância, tipo de trauma, mecanismo do trauma, topografia da lesão, RTS, AIS, período médio decorrido até o atendimento hospitalar e procedimentos necessários. Resultados: Houve unanimidade para o sexo masculino (100%), com predominância da faixa etária de 20 a 39 anos (70%). A maioria dos atendimentos foi realizada pela Ambulância Básica (70%). O trauma penetrante esteve presente em 70% dos casos, com 30% de traumas torácicos contusos. A localização torácica anterior com 50% e, destes, 60% do lado esquerdo. Os acidentes por arma de fogo e por arma branca representaram 40% cada um, e 20% por acidentes com moto. Com relação ao RTS 57% dos pacientes apresentaram valores maiores que 7, 15% de 5 a 7 e 28% valores menores que 5. Em todos os pacientes acompanhados o AIS foi de um (leve). O tempo transcorrido até o atendimento hospitalar foi menor que 30 minutos em 30% dos pacientes, maior que 30 minutos em 50% deles e o restante (20%) não teve atendimento pré-hospitalar. No que tange aos procedimentos realizados, em 70% dos pacientes realizou-se acesso venoso periférico, 70% fez-se curativo compressivo, 40% sutura, 20% intubação orotraqueal, 20% toracocentese, 10% pericardiocentese e 10% de drenagem torácica. Conclusão: O estudo demonstra a prevalência do sexo masculino e da faixa etária de 20 a 39 anos afirmando os dados encontrados em outros estudos semelhantes. Ele também oferece auxílio para a análise e caracterização do atendimento ao paciente vítima de trauma torácico, contribuindo para o planejamento de intervenções educativas contra a violência e a criminalidade, que atuam diretamente na problemática e magnitude do traumatismo torácico. PO130 - SAÚDE , ECONOMIA E EDUCAÇÃO EM ILHÉUS MARCUS VINICIUS VINICIUS GON?ALVES UESC, SAO CAETANO DO SUL, SP, BRASIL. Resumo: O presente trabalho foi desenvolvido a fim de contribuir na formulação de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento cultural, econômico e para melhoria do setor de saúde na região, bem como para estimular a classe acadêmica e a sociedade a uma reflexão, discussão crítica e minuciosa do assunto. O trabalho teve como objetivo analisar a situação da saúde, economia e educação no município de Ilhéus, Bahia. A metodologia do estudo baseou-se na coleta de dados no IBGE, Ministério da Saúde e SIDE. No que diz respeito à saúde, à morbidade hospitalar, em 2012, observaram-se 601 óbitos. Em 2009, o número de leitos hospitalares correspondeu a 505. Em 2006 foi ranqueada 81 no índice do nível de saúde do estado da Bahia. Sobre a economia do município, as receitas e despesas correntes do município de Ilhéus foram, respectivamente, R$178,6 milhões e R$ 175 milhões. O Produto Interno Bruto (PIB) do município apresentou-se crescente de 1999 a 2010. O setor de serviços girou R$ 1,203.165.348, a industria R$ 681.559.119 e a agropecuária R$ 94.376.566. O pessoal ocupado total foi 34.622, taxa de desemprego de 12,26%, o salário médio mensal igual a 2,9 e 45% da população de Ilhéus ganha menos de meio salário mínimo. Chama atenção que em 14 anos a população diminui mais de 20%. No ranking de qualificação da mão de obra da Bahia ocupa 33 posição. Dentre as espécies de efetivos em Ilhéus, o maior numero para bovinos. No tocante à silvicultura e à extração vegetal em Ilhéus, em 2011, destacou-se a cultura da piaçava. Sobre a lavoura permanente e temporária em Ilhéus, destacaram-se, em 2011, o cacau e mandioca e abacaxi. No índice do nível da educação estadual ficou ranqueado em 67. A cidade possui uma taxa de 12,3% de analfabetismo e o numero de homicídio cresceu por volta de 150% nos últimos 6 anos. Os dados da educação revelaram que o município possuía, em 2012, 85 escolas de ensino fundamental, 61 de pré-escola e 23 de ensino médio. O IDH em 2010 foi de 0,690 colocando em 13 no estado e 2.181 no pais. O presente estudo permitiu averiguar que houve uma redução na população nos últimos 14 anos; numero insuficiente de leitos em função de Ilhéus acolher pacientes de mais de 40 municípios da região; a economia depende do setor de serviços; quase 50 % da população ganha menos de meio salário mínimo; o numero de homicídios dobrou; constatado uma grande perca de discentes na transição do ensino fundamental para o médio; baixo nível de educação, mão de obra e saúde. PO131 - ABDOME AGUDO POR TUMOR SANGRANTE ALLINE OLIVEIRA DA SILVA PORTO1; FÁBIO SANTOS ALVES2; PEDRO HENRIQUE NABUCO FREIRE SIQUEIRA1; JOÃO PEDRO DECLERC FINK SANTOS NEVES1; MARCO ANTONIO DE JESUS NASCIMENTO2; LARISSA BRITO GARCEZ1 1.UNIVERSIDADE TIRADENTES, ARACAJU, SE, BRASIL; 2.UNVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE, ARACAJU, SE, BRASIL. Resumo: Introdução: O abdome agudo hemorrágico pode ser causado por várias doenças e, por esse motivo, nem sempre os dados clínicos nos permitem definir, com segurança, sua origem. O sangramento abdominal pode ocorrer em qualquer idade, sendo mais comum entre a quinta e sexta décadas e no século masculino. A etiologia difere de acordo com o sexo e idade. Sendo a principal, em idosos, ruptura de tumores, de veias varicosas e de aneurismas de aorta abdominal. A dor abdominal é o sintoma mais comum, associada à irritação peritonial, massa palpável, equimose periumbilical e sinal de culler. Como uma das causas, podemos citar o carcinoma hepatocelular, tumor maligno mais comum e que pode apresentar-se com ruptura, choque hipovolêmico e sangramento intra-abdominal. Método: MJS, 81 anos, admitida na urgência do Hospital de Urgência de Sergipe, procedente do Hospital de São Cristóvão, com o quadro de abdome agudo a esclarecer. Ao exame, encontrava-se acordada, consciente e orientada, com abdome globoso e doloroso à palpação superficial e profunda, massa palpável, além de equimose periumbilical. Resultados: Foi submetida à laparotomia exploratória sendo encontrada grande quantidade de sangue na cavidade abdominal, mais de 2 litros e tumoração em todo fígado, sangrante. Foi realizada lavagem da cavidade, biópsia hepática e colocação de compressas para controle de danos. No dia senguinte à cirurgia, a mesmo evoluiu com piora do quadro clinico, apresentando rebaixamento do nível de consciência, seguida de broncoaspiração, insuficiência respiratória, parada cardiorrespiratória e óbito. Conclusão: O sangramento abdominal espontâneo é catastrófico. Deve ser diagnosticado com extrema rapidez, atraves de uma história clinica, exame físico e complementares adequados, afim de contê-lo, descobrindo a sua causa, evitndo assim, que o paciente evolua com complicações e óbito. PO132 - IMPLEMENTAÇÃO DO CENTRO DE TRAUMA HEAPN PAULO DE OLIVEIRA SILVEIRA; JOAO GUSTAVO CELANI DUARTE; JULIANA MYNSSEN DA FONSECA CARDOSO; JESSE ELY BARROS SILVEIRA JUNIOR; ÁLIA CHARIF PENCHEAL; DANIEL SOARES ESTRELA ABRANDES CENTRO DE TRAUMA HEAPN, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: Com o objetivo de melhor atender à demanda de emergência da baixada fluminenese, foi inaugurado em Julho de 2014 o Centro de Trauma do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, no Município de Duque de Caxias, no Estado do Rio de Janeiro, Brasil, responsável pelos casos de média e alta complexidade e referência para neurocirurgia e no atendimento de pacientes politraumatizados no Estado do Rio de Janeiro. O Centro de Trauma conta com equipe multidisciplinar, com cirurgiões geral e vascular, neurologista, ortopedista, e anestesista, além de cirurgião pediátrico com formação em trauma, e cirurgião torácico e urologista, centro de imagem , sete salas cirúrgicas, equipamentos de telemedicina para troca de informações com demais centros de trauma no mundo e mais do que uma estrutura física preparada para atender emergências, essa unidade de atendimento a politraumatizados tem como diferencial a capacitação internacional dos profissionais para padronizar o atendimento, inspirado no modelo utilizado por universidades americanas como o Ryder Trauma Center, da Universidade de Miami, e o Shock Trauma Center Adams Cowley, Centro de Trauma da Universidade de Maryland, em Baltimore, referência ao governo norte-americano em casos de emergência OBJETIVO: Descrever o processo de criação do segundo centro de trauma do Estado do Rio de Janeiro, utilizando protocolos internacionais e parcerias com a Universidade de Miami na implementação. METODO: utilizado como base o manual previamente escrito de implantação do primeiro centro de trauma do Rio no Hospital Estadual Alberto Torres , e a parceria com a Universidade de Miami com o governo do estado do Rio de Janeiro que esteve presente e atuante na formulação de protocolos e fluxos. Conclusão : Mostrar a diferença de qualidade no atendimento ao paciente traumatizado , quando se utiliza protocolos e fluxos pré estabelecidos , assim como todo o processo que foi a criação de um centro de trauma e seu impacto no atendimento a uma população especifica . PO133 - ATUAÇÃO DE SOCORRISTAS NA COPA GUILHERME CÉSAR MONTE GIOVANAZZI; LAURA BRANDÃO BARROS; ARIELA BARROSO COSTA; PAULO CÉZAR COSTA DUARTE; ANDRÉ FELIPE T DE MOURA UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS, MANAUS, AM, BRASIL. Resumo: Introdução: Manaus foi uma das 12 cidades escolhidas para sediar o evento mundial Copa do Mundo, com uma arena construída para comportar cerca de 44 mil pessoas. Para garantir a assistência pré-hospitalar a torcedores e trabalhadores, o projeto ALFA-Manaus, reconhecido pelo trabalho de instrução do tema na cidade, foi convidado para compor o grupo de 200 profissionais para atuar em atividades de primeiros socorros e prevenção de acidentes, quando necessário.Objetivos:A atuação de 54 membros do projeto em pontos estratégicos da Arena teve como objetivo a identificação primária de ocorrências e encaminhamento adequado ao posto médico mais próximo para atendimento especializado. Metodologia:Os membros do projeto ALFA juntamente com a Academia de Bombeiros Civis (ABCAM), o Círculo Nacional de Auxiliares Técnicos (CINAT) da Colômbia e o grupo TOPOS que realiza treinamentos de Busca e Resgate em Estruturas Colapsadas (BREC) compuseram a equipe completa nos quatro dias de jogo do campeonato na cidade. Na semana anterior, a equipe realizou um treinamento interno teórico-prático, em que se discutiram os protocolos recomendados a se seguir e, em seguida, visitou- se o estádio com objetivo de conhecer a infra-estrutura, planejar a divisão dos membros e distribuí-los nas demais seções estabelecidas. Os membros do projeto ALFA se dividiram em cerca de 8 duplas no primeiro nível e 10 duplas no terceiro nível, havendo ainda membros auxiliares com rádios de comunicação, que permitiram notificar ao posto médico mais próximo casos potencialmente graves. Havia 3 duplas concentradas no camarote e na área VIP, já que esses ambientes mostraram-se mais hostis devido a livre ingesta de bebidas alcóolicas, além de 2 duplas no Centro de Convenções do Amazonas (CCA), caso necessitasse de atendimento a distância. Em cada jogo, disponibilizaram-se 7 desfibriladores externos automáticos (DEA), 18 macas rígidas e 10 mochilas personalizadas (Johnson & Johnson®) que foram divididos entre os membros seguindo critérios de prioridade. No que se refere ao atendimento, os membros deveriam encaminhar todos os casos ao posto médico mais próximo (dos quatro disponíveis), sendo a intervenção recomendada nos casos de ferimentos cortantes, cujo tratamento se realizou com o kit disponibilizado das mochilas. Resultados:A maioria dos casos atendidos não foram traumáticos, sendo relacionados à enjoos, cefaleias e mal-estar. Dos casos traumáticos, a maioria foi traumas de baixa energia e automutilação, com encaminhamento e acompanhamento ao posto médico. Conclusão:Em um evento de grande porte como a Copa do Mundo, a presença de membros capacitados do projeto ALFA mostrou-se eficiente, uma vez que a identificação e o encaminhamento adequado de vítimas contribuiu para tratamentos eficazes.