Movimento 3D_1

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MOVIMENTO 3D: REFERENCIAL EM TRANSLAÇÃO
INTRODUÇÃO
ESTUDO DE CASO
À medida que o caminhão da figura ao lado se
retira da obra, o trabalhador na plataforma no
topo do braço gira o braço para baixo e em 180°
para a frente do caminhão.
Se a aceleração for elevada, o trabalhador pode
cair da plataforma.
QUESTÃO
Quando o braço está perpendicular à trajetória do caminhão, quais são a
velocidade e a aceleração do trabalhador em relação ao chão?
DADOS
Os dados do caso, relativos ao instante em
que
o
braço
está
perpendicular
à
trajetória do caminhão, são os seguintes:
 O caminhão se move em linha reta à
velocidade constante de 10,7 m/s;
 O braço tem 12,2 m e está 30° acima da
horizontal;
 O braço gira em torno do eixo vertical, para a frente do caminhão, à
2
velocidade angular de 0,2 rad/s, velocidade essa que cresce a 0,8 rad/s ;
 O braço gira em torno do eixo horizontal paralelo à trajetória do caminhão, à
velocidade angular constante de 0,1 rad/s.
ABORDAGEM
 Considerar um sistema de coordenadas (referencial) móvel em translação,
localizado na base do braço, e um sistema de coordenadas fixo no chão;
 Usar as equações de movimento geral em três dimensões para determinar o
movimento da plataforma no topo do braço, em relação ao sistema fixo;
 Considerar apenas o instante em que o braço está perpendicular à trajetória
do caminhão.
TEORIA
Até agora, só foi considerado o movimento plano (bidimensional) de corpos
rígidos. Em várias aplicações, como no dinâmica de um aeroplano, o
movimento em três dimensões precisa ser considerado e analisado.
ROTAÇÕES FINITAS
Embora rotações angulares finitas tenham magnitude e direção, elas não
obedecem às regras de adição vetorial e, portanto, não são podem ser
consideradas vetores. Pode-se constatar, por
exemplo, no deslocamento de um ponto P na
superfície de uma esfera sob giros finitos, que
x  y  y  x
ROTAÇÕES INFINITESIMAIS
Contudo, rotações de pequena magnitude (menores do que 1 ou 2 graus)
obedecem às regras de adição vetorial e, assim, constituem vetores.
Sejam, por exemplo, pequenas rotações de uma esfera em torno de seu ponto
fixo central O. Se a esfera sofre duas pequenas rotações sucessivas, o
deslocamento infinitesimal dr de um ponto P na superfície da esfera é
independente da ordem das rotações, de modo que
dr = dr1 + dr2 = dr2 + dr1
dr = dθ1 x r + dθ2 x r = dθ2 x r + dθ1 x r
dr = ( dθ1 + dθ2 ) x r = ( dθ2 + dθ1 ) x r
Tem-se, assim, que dθ1 + dθ2 = dθ2 + dθ1 .
MOVIMENTO EM TORNO DE UM PONTO FIXO – VELOCIDADE
Para um corpo rígido sujeito a uma rotação angular dθ, a velocidade angular
é definida pela derivada temporal
ω = dθ / dt (1)
A reta que especifica a direção de ω é o eixo instantâneo de rotação.
Para um corpo sujeito a dois componentes de movimento angular, ω1 e ω2, a
velocidade angular resultante é
ω = ω1 + ω2 (2)
Uma vez especificada ω, a velocidade de qualquer
ponto, de posição r, girando em torno de um ponto fixo é
v = ω x r (3)
CONE ESPACIAL E CONE DE CORPO
À medida que a direção de ω varia, seu eixo traça um cone espacial fixo.
Se a variação na direção desse eixo é vista a partir de um referencial inserido
no corpo em rotação, o eixo traça um cone de corpo.
O cone espacial é ilustrado na figura abaixo.
MOVIMENTO EM TORNO DE UM PONTO FIXO – ACELERAÇÃO
A aceleração angular de um corpo rígido que gira em torno de um ponto fixo
é a derivada temporal da velocidade angular, ou seja,
α = dω / dt (4)
Se ω e α são conhecidas, a aceleração de qualquer ponto, de posição r, em
rotação em torno de um ponto fixo, pode ser obtida pela derivação de sua
velocidade com o tempo, de modo que
a = d(v)/dt = d(ω x r)/dt
a=αxr+ωxv
a = α x r + ω x (ω x r ) (5)
DERIVADA DE UM VETOR NUM SISTEMA EM TRANSLAÇÃO E
ROTAÇÃO EM RELAÇÃO A UM SISTEMA FIXO
Se um corpo rígido exibe movimento geral em três dimensões, há que se
conhecer a relação entre a derivada de um vetor em relação a um sistema de
coordenadas (referencial) móvel, estabelecido no corpo rígido, e a sua
derivada em relação a um sistema de coordenadas (referencial) fixo.
Seja, então, o vetor A um vetor arbitrário num referencial móvel xyz, tal que
A = Ax i + Ay j + A z k
Mostra-se que a derivada temporal de A em relação a um referencial fixo
XYZ é
dA  dA 

  Ω  A (6)
dt  dt  xyz
DERIVADA DE UM VETOR NUM SISTEMA EM TRANSLAÇÃO E
ROTAÇÃO EM RELAÇÃO A UM SISTEMA FIXO (cont.)
Na equação acima, qual seja,
dA  dA 

 ΩA ,
dt  dt  xyz
(dA/dt)xyz é a derivada temporal de A em relação ao referencial móvel xyz e
Ω é a velocidade angular do referencial móvel xyz, considerada a partir do
referencial fixo XYZ.
A derivada (dA/dt)xyz , também denotada por (dA/dt)rel , é dada por
 dA 
 dA 
 dA 
 dA 

i

j








 k
 dt  xyz  dt  x  dt  y  dt  z
MOVIMENTO GERAL
Por vezes, usa-se um sistema de coordenadas em translação xyz, para
descrever o movimento de um corpo rígido, em
relação a um sistema de coordenadas fixo XYZ.
Em geral, o corpo está transladando e girando em
relação a XYZ, com velocidade angular ω e
aceleração angular α. A origem do sistema xyz é
colocada no ponto A, que é, via de regra, um ponto de movimento conhecido.
Vetores de posição rA e rB especificam a localização dos pontos A e B, ambos
fixos no corpo rígido. A posição de B em relação a A é dada por rB/A. Como a
magnitude de rB/A não se altera (corpo rígido), o movimento de B no sistema
xyz é um movimento em torno de um ponto fixo.
MOVIMENTO GERAL (cont.)
Salienta-se que o sistema xyz, cuja origem está A, translada junto com o corpo
rígido, mas não gira ( ou seja, Ω = 0 ).
A velocidade e a aceleração do ponto B em relação ao sistema fixo XYZ são
vB = vA + ω x rB/A
(7)
aB = aA + α x rB/A + ω x (ω x rB/A)
(8)
Acima, vA e aA são, respectivamente, a velocidade e a aceleração do ponto A
em relação ao sistema de coordenadas (referencial) fixo XYZ.
Essas duas equações são as mesmas já usadas para descrever o movimento
plano geral. Contudo, α agora mede tanto a variação de magnitude quanto a
variação de direção de ω.
SOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO
Inicialmente, desenha-se o diagrama cinemático no instante em que o braço
está perpendicular à trajetória do caminhão, como ilustrado abaixo.
Coloca-se a origem (ponto A) do sistema de
coordenadas em translação xyz na base do
braço, com o eixo positivo x paralelo à
trajetória do caminhão. Os eixos XYZ estão
fixos no chão.
Usando a regra da mão direita, pode-se
expressar a velocidade e a aceleração
angulares em torno do eixo vertical z por
2
ωz = - 0,2k rad/s e αz = - 0,8k rad/s .
SOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO (cont.)
Analogamente, a velocidade angular em
torno do eixo horizontal x pode ser expressa
como
ωx = - 0,1i rad/s .
A posição da plataforma onde está o
trabalhador, no topo do braço (ponto B), é
dada, no sistema de coordenadas em
translação, por
rB/A = 12,2cos30°j + 12,2sen30°k m.
SOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO (cont.)
Assim, face à Eq. (7), a velocidade do ponto B é dada por
i
vB = vA + ω x rB/A = 10,7i  0,1
0
j
0
k
0,2
12,2cos30 12,2sen 30
= 12,8i + 0,61j – 1,06k m/s
Já a aceleração do ponto B, face à Eq. (8), é determinada por
aB = aA + α x rB/A + ω x (ω x rB/A)
i
j
k
 0 0
0
0,8
0 12, 2cos30 12, 2sen 30
= 8,57i – 0,53j – 0,06k m/s
2
i
 0,1
2,1
j
k
0
0, 2
0,61 1,06
Fonte:
 eCourses Dynamics – Multimedia Engineering Dynamics, K. Grammoll,
https://ecourses.ou.edu/cgi-bin/ebook.cgi?doc=&topic=dy&chap_sec=09.0,
acessado em 21/11/2016.
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