INFLAÇÃO INFLAÇÃO • Definição • Causas • Efeitos • Inflação Brasileira • Inflação no Espírito Santo DEFINIÇÃO - AUMENTO CONTÍNUO E GENERALIZADO DO NÍVEL DE PREÇOS DA ECONOMIA CAUSAS: (1) EXCESSO DE DEMANDA ( = INFLAÇÃO DE DEMANDA) EM RELAÇÃO À OFERTA DE BENS (= PRODUÇÃO DISPONÍVEL DE BENS < QUE A PROCURA POR BENS). (2) AUMENTOS DOS PREÇOS DOS INSUMOS DE PRODUÇÃO (= INFLAÇÃO DE CUSTOS) ENQUANTO A DEMANDA PELOS BENS CONTINUA CONSTANTE. (3) A ECONOMIA BRASILEIRA, NOS ANOS 80 E INÍCIO DOS 90, ENFRENTOU UM CRÔNICO PROCESSO INFLACIONÁRIO. AQUELA INFLAÇÃO FOI DEFINIDA COMO INFLAÇÃO INERCIAL. SUA CAUSA ERA A INDEXAÇÃO DA ECONOMIA. COMO SE PROPAGA A INFLAÇÃO? • DE DEMANDA: – A procura por bens aumenta – p.ex., quando o desemprego cai e há mais pessoas trabalhando portanto, mais pessoas com capacidade de gasto – mas a oferta de bens não acompanha esse aumento. Há um descolamento entre a disponibilidade de bens e a procura por eles fazendo com que os preços SUBAM. COMO SE PROPAGA A INFLAÇÃO? • DE OFERTA: – O preço de um insumo (matéria prima para produção) da cadeia produtiva AUMENTA (p.ex., aumento no preço do barril de petróleo); aumenta o custo de produção; as empresas a reduzem sua produção (para ajustarem-se aos custos maiores); a oferta fica MENOR que a demanda e os preços dos bens sobem. COMO SE PROPAGA A INFLAÇÃO INERCIAL: • A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA PERMITIA QUE SE INCLUÍSSE NOS CONTRATOS DE LONGO PRAZO CLÁUSULAS DE CORREÇÃO MONETÁRIA. Permitia-se então corrigir o valor do contrato pelo índice da inflação do período de seu vigência. • ESTE MECANISMO FOI MUITO ÚTIL PARA PROTEGER OS BRASILEIROS DOS EFEITOS DA INFLAÇÃO PORÉM ELE NÃO EVITAVA QUE OCORRESSEM CHOQUES INFLACIONÁRIOS INCONTROLÁVEIS DA DEMANDA OU DA OFERTA); (MUDANÇAS COMO SE PROPAGA A INFLAÇÃO INERCIAL: • RESULTADO: TODA VEZ QUE ACONTECIA UM FATO QUE AUMENTAVA A DEMANDA OU REDUZIA A OFERTA, O EFEITO INFLACIONÁRIO DESSE CHOQUE ERA TRANSMITIDO PARA TODA A ECONOMIA. • ESSA SITUAÇÃO GEROU O QUE SE CHAMOU ESPIRAL INFLACIONÁRIA = HÁ INFLAÇÃO HOJE PORQUE HOUVE ONTEM; TERÁ INFLAÇÃO AMANHÃ PORQUE HÁ HOJE; • ESTE PROCESSO SOMENTE FOI CONTROLADO (DEFINITIVAMENTE) COM O PLANO REAL EM 1994, O QUAL DEMANDOU UMA AMPLA CONSERTAÇÃO POLÍTICA A SU FAVOR. • O BRASIL FOI EXEMPLO “PARTICULAR” DE INFLAÇÃO NO MUNDO. COMO SE CORRIGE UMA INFLAÇÃO DE DEMANDA? • COM MEDIDAS QUE DESACELEREM (REDUZAM) A DEMANDA AGREGADA DO PAÍS. - POLÍTICA MONETÁRIA (BANCO CENTRAL): - Redução da oferta de moeda = Aumento da taxa de juros: Isso fará com que o “custo” de se gastar dinheiro fique maior, DESESTIMULANDO o consumo. - POLÍTICA FISCAL (MINISTÉRIO DA FAZENDA): - Redução dos Gastos do Governo: Os gastos públicos são um componente muito “forte” na demanda agregada, portanto a redução dos gastos ajuda a reduzir a demanda agregada COMO SE CORRIGE UMA INFLAÇÃO DE DEMANDA? OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: • Quando se propõe o corte nos gastos públicos NÃO se está sugerindo que se corte TRANSFERÊNCIAS (bolsa família, salário desemprego, etc.) ou INVESTIMENTOS. Esses gastos são necessários, oportunos, legítimos e contribuem para o crescimento econômico com equidade. • A sugestão é que o Governo avalie, dentro de sua estrutura de gastos, aqueles que não impliquem perda de bem estar para a sociedade e/ou ameaça ao crescimento econômico. COMO SE CORRIGE UMA INFLAÇÃO DE DEMANDA? SAÍDA ESTRUTURAL • Constituição de uma balanço fiscal de longo prazo, que conceda um caráter contra-cíclico à política fiscal • Política fiscal contra-cíclica, coordenada com a política monetária e a política externa: redução do custo social do controle da inflação. COMO SE CORRIGE UMA INFLAÇÃO DE OFERTA? • Programa de Subsídios (p.ex., política de preços mínimos no setor agrícola) • Ampliação de Programas de Financiamento à produção • Política externa: aumento do grau de abertura da economia ao exterior • Política de defesa da concorrência • Política Monetária que reduza a demanda para “equilibrá-la” à oferta (menor) COMO SE CORRIGE UMA INFLAÇÃO INERCIAL? • DESINDEXANDO A ECONOMIA • Eliminar o mecanismo que propaga os choques inflacionários por toda a economia • Criar um mecanismo para sincronizar (coordenar) todos os reajustes de preços para que toda a economia se “alinhe” numa só unidade de conta – no caso brasileiro, a URV. COMO SE CORRIGIU A INFLAÇÃO INERCIAL: • DESINDEXAÇÃO DE GENERALIZADA DECONTRATOS, COM ÊNFASE NA SEGURANÇA JURÍDICA DAS REPACTUAÇÕES. • TROCA DA REFERÊNCIA MONETÁRIA: A NOVA MOEDA (URV / REAL) FOI CRIADA PARA ASSEGURAR A REFERÊNCIA DE VALOR. • ANCORA MONETÁRIA: COMO O BALANÇO FISCAL NO BRASIL NÃO ESTAVA ESTRUTURALMENTE EQUILIBRADO, FO NECESSÁRIO CRIAR UMA ÂNCORA CAMBIAL. • FSE – FUNDO SOCIAL DE EMERGÊNCIA: CRIADO PARA DESVINCULAR RECEITAS DA UNIÃO A FIM DE MELHORAR O BALANÇO FISCAL. COMO SE CORRIGIU A INFLAÇÃO INERCIAL: • O PLANO REAL FOI BEM SUCEDIDO APÓS VÁRIAS INICIATIVAS ANTERIORES. • A ESTABILIDADE MONETÁRIA CONQUISTADA FOI A MAIOR CONQUISTA DA SOCIEDADE BRASILIERA DESDE A SUA REDEMOCRATIZAÇÃO. • O PLANO REAL E UM CONJUNTO DE REFORMAS ESTRUTURAIS IMPLEMENTADAS AO LONGO DOS ANOS 90 ABRIRAM ESPAÇO PARA AMPLIAÇÃO DO POTENCIAL DE CRESCIMENTO DO BRASIL AO LONGO DA PRIMEIRA DÉCADA DOS ANOS 2000. EFEITOS DA INFLAÇÃO • Corrói poder aquisitivo dos agentes que dependem de rendimentos fixos. – POR QUÊ? O dinheiro que as pessoas possuem não consegue comprar a mesma quantidade de bens que comprava. Isto significa uma QUEDA no poder de compra da população. • Piora a distribuição de renda da economia – POR QUÊ? Os segmentos da economia mais prejudicados com a inflação são os de renda mais baixa. Isto porque, quanto menor a renda, menos mecanismos de defesa contra a inflação essa classe possui. A INFLAÇÃO É UM PERVERSO MECANISMO PARA CONCENTRAR RENDA NAS MÃOS DAS PESSOAS MAIS RICAS. POR QUE COMBATER A INFLAÇÃO É DIFÍCIL? • PORQUE A NATUREZA DAS POLÍTICAS ECONÔMICAS UTILIZADAS SÃO RESTRITIVAS • DESACELERAM A ECONOMIA; PROVOCAM QUEDA DO PRODUTO (PIB); AUMENTO DO DESEMPREGO; QUEDA DE BEM-ESTAR. • SÃO POLÍTICAS IMPOPULARES. INSTITUIÇÕES BRASILIERAS NO CONTROLE DA INFLAÇÃO • CMN – CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL • Presidente do Banco Central • Ministro da Fazenda • Ministro do Planejamento Definição das Metas de Inflação • COPOM - COMITÊ DE POLÍTICA MONETÁRIA • (Voto) Presidente do Banco Central, que tem o voto de qualidade; • (Voto) Diretores de Política Monetária, Política Econômica, Estudos Especiais, Assuntos Internacionais, Normas e Organização do Sistema Financeiro, Fiscalização, Liquidações e Desestatização, e Administração. Fixação da Taxa SELIC Inflação acumulada em 12 meses (%) - IPCA 18,0 17,24 16,0 14,0 12,53 12,0 9,30 10,0 7,67 7,60 8,0 6,25 5,69 6,0 5,97 4,46 3,14 4,0 2,0 0,0 dez/00 dez/01 dez/02 dez/03 dez/04 dez/05 dez/06 dez/07 A INFLAÇÃO RECENTE NO BRASIL • É UMA INFLAÇÃO DE DEMANDA: – EFEITO DO CRESCIMENTO ECONÔMICO DOMÉSTICO (aumento da demanda agregada) + – EFEITO DO AUMENTO EXTERNO DO PREÇO DAS COMMODITIES (preço em US$ subiu) • RESULTADO: POSSUI UM COMPONENTE INTERNO (aumento da demanda) E UM COMPONENTE EXTERNO (preço em US$ das commodities). Precisa ser corrigida internamente, para que o componente externo não se propague com muita força na economia e o país possa retornar à sua trajetória de crescimento em menor tempo. Evolução Recente dos Preços - Variação acumulada no período Acumulado em 12 meses Setembro/07 Agosto/08 Outubro/07 – Setembro/08 Em 2007 55,94 -12,55 24,91 24,91 -17,99 23,24 -21,46 13,86 1,09 -5,26 57,22 17,00 21,72 20,56 -16,93 12,80 13,63 16,97 5,97 11,01 6,17 11,90 12,31 14,91 5,68 11,64 6,25 7,89 7,75 9,19 4,64 6,04 4,46 Preços Internacionais Petróleo Bruto Commodities metálicas Commodities - alimentos Reuters- CRB Index Taxa de Câmbio Efetiva Preços Domésticos IGP-DI IGP-M IPA-M IPC-M INCC-M IPCA Fonte: Commodities Research Bureau, IPEADATA, FGV e IBGE Elaboração: IJSN - Coordenação de Estudos Econômicos Metas Inflacionárias e Inflação Observada (IPCA) Inflação observada Metas 14 Limite Inferior 12,53 Limite superior 12 10 9,3 8,94 7,6 7,67 (%) 8 5,97 6 6,25 5,69 4,46 4 3,14 2 2008* 2007 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 0 *últimos 12 meses encerrados em setembro IPCA acumulado no ano (%) 9,3 Alimentação e bebidas 7,2 5,5 Despesas pessoais 4,5 4,8 Saúde e cuidados pessoais 3,6 4,8 Índice geral 3,0 set/08 4,4 Educação set/07 4,1 4,2 Vestuário 1,7 3,7 Habitação 1,2 2,3 Transportes 0,9 1,5 Comunicação 0,6 0,9 Artigos de residência -1,7 -2,0 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 jul/08 8 mai/08 mar/08 Brasil jan/08 nov/07 set/07 jul/07 mai/07 mar/07 jan/07 nov/06 set/06 jul/06 mai/06 mar/06 jan/06 nov/05 set/05 jul/05 mai/05 mar/05 jan/05 nov/04 set/04 10 jul/04 Índice Implícito do Comércio Varejista - Brasil e ES Variação mensal em relação ao mesmo mês do ano anterior (%) ES 7,37 6 6,70 4 2 - (2) (4) 20 set/08 25 jun/08 mar/08 dez/07 set/07 jun/07 mar/07 dez/06 set/06 jun/06 mar/06 dez/05 set/05 jun/05 mar/05 dez/04 set/04 jun/04 mar/04 dez/03 set/03 jun/03 mar/03 dez/02 set/02 jun/02 mar/02 dez/01 set/01 12 meses jun/01 mar/01 dez/00 set/00 jun/00 mar/00 dez/99 set/99 jun/99 mar/99 Evolução da Cesta Básica DIEESE - Vitória (ES) Variação (%) em médias móveis 40 35 3 meses 30 24,5 22,1 15 10 5 0 -5 -10 set/08 5 jun/08 mar/08 dez/07 set/07 jun/07 mar/07 dez/06 set/06 jun/06 mar/06 dez/05 set/05 jun/05 mar/05 dez/04 set/04 jun/04 mar/04 ES dez/03 set/03 jun/03 mar/03 dez/02 set/02 jun/02 Brasil mar/02 dez/01 set/01 jun/01 mar/01 dez/00 set/00 jun/00 mar/00 Custo Médio da Construção Civil Variação (%) em relação ao mesmo mês do ano anterior 25 23,31 20 15 13,35 11,59 10 10,95 - 6,00 4º Trim.1997 1º Trim.1998 2º Trim.1998 3º Trim.1998 4º Trim.1998 1º Trim.1999 2º Trim.1999 3º Trim.1999 4º Trim.1999 1º Trim.2000 2º Trim.2000 3º Trim.2000 4º Trim.2000 1º Trim.2001 2º Trim.2001 3º Trim.2001 4º Trim.2001 1º Trim.2002 2º Trim.2002 3º Trim.2002 4º Trim.2002 1º Trim.2003 2º Trim.2003 3º Trim.2003 4º Trim.2003 1º Trim.2004 2º Trim.2004 3º Trim.2004 4º Trim.2004 1º Trim.2005 2º Trim.2005 3º Trim.2005 4º Trim.2005 1º Trim.2006 2º Trim.2006 3º Trim.2006 4º Trim.2006 1º Trim.2007 2º Trim.2007 3º Trim.2007 4º Trim.2007 1º Trim.2008 2º Trim.2008 HIATO DO PRODUTO 7,00 PIB efetivo Hiato do PIB Linear (PIB efetivo) 5,00 4,00 3,00 2,00 1,00 0,00 -1,00 -2,00 -3,00 2º Trim.2008 1º Trim.2008 4º Trim.2007 3º Trim.2007 2º Trim.2007 1º Trim.2007 4º Trim.2006 3º Trim.2006 2º Trim.2006 1º Trim.2006 -6,00 4º Trim.2005 -5,00 3º Trim.2005 2º Trim.2005 1º Trim.2005 4º Trim.2004 3º Trim.2004 2º Trim.2004 1º Trim.2004 4º Trim.2003 3º Trim.2003 2º Trim.2003 1º Trim.2003 4º Trim.2002 3º Trim.2002 2º Trim.2002 1º Trim.2002 4º Trim.2001 3º Trim.2001 2º Trim.2001 1º Trim.2001 4º Trim.2000 3º Trim.2000 HIATO DO PRODUTO E POLÍTICA MONETÁRIA 4,00 3,00 2,00 1,00 0,00 -1,00 -2,00 -3,00 -4,00 Hiato do PIB Variação SELIC -7,00 DESAFIO DA POLÍTICA ECONÔMICA MODERNA TRADE-OFF ENTRE INFLAÇÃO E EMPREGO (CRESCIMENTO) = CURVA DE PHILIPS. ESTABILIZAR PREÇOS E SUSTENTAR UM PADRÃO DE CRESCIMENTO DE LONGO PRAZO CAPAZ DE VIABILIZAR MELHORIA DO BEMESTAR E REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES AO MENOR CUSTO POSSÍVEL. OBRIGADA! CRÉDITOS Paulo Cesar Hartung Gomes Ricardo de Rezende Ferraço José Eduardo Faria de Azevedo Ana Paula Vitali Janes Vescovi José Geraldo Tedesco da Silva Andréa Figueiredo Nascimento Arilda Magna Campagnaro Teixeira Governo do Estado do Espírito Santo Vice-Governador Secretaria de Estado de Economia e Planejamento Instituto Jones dos Santos Neves Diretoria Técnico-Científica Diretoria Administrativa e Financeira Diretoria de Estudos e Pesquisas