Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Ceilândia - FCE Cirurgias Pélvicas e Complicações PósRadioterapia Profa. Aline Teixeira Alves Fisioterapia na Atenção de Média Complexidade Intervenção (FAMCI) [email protected] Tratamento Cirúrgico Insuficiência Esfincteriana Intrínseca: ➢ - Slings; - Injeções periuretrais ou transuretrais. ➢ ➢ Hipermobilidade do colo uretral: - Uretrocistopexias por via vaginal: KK (Kelly Kennedy); - Uretropexias por via abdominal: Burch, MMK (Marshall, Marchetti e Krantz). Tratamento Cirúrgico Insuficiência Esfincteriana Intrínseca: ➢ - Slings; - Injeções periuretrais ou transuretrais. ➢ ➢ Hipermobilidade do colo uretral: - Uretrocistopexias por via vaginal: KK (Kelly Kennedy); - Uretropexias por via abdominal: Burch, MMK (Marshall, Marchetti e Krantz). Cirurgia de BURCH - Colposuspensão Cirurgia de Burch A Suspensão de Burch para a Bexiga nada mais é do que suturar a fáscia vaginal no ligamento de Cooper, elevando-a. Como a bexiga repousa sobre a fáscia vaginal, a elevação da fáscia vai automaticamente elevar também a bexiga. - - A incisão pode ser feita por via abdominal, na linha da cesariana, ou então por via vaginal (internamente). É necessária anestesia geral. Seis amarras (três de cada lado da bexiga) são suturadas da fáscia vaginal até o ligamento de Cooper. O procedimento todo leva cerca de 45 a 60 minutos. Cirurgia de Burch - Normalmente se permanece no hospital por 3 a 4 dias. A mulher recebe alta (vai para casa) quando se sente bem, e consegue urinar normalmente, sem qualquer dificuldade. As instruções para o repouso variam de acordo com cada cirurgião, mas de um modo geral é recomendado repouso absoluto (sem esforço físico algum) durante dois dias. Após dois dias podem ser iniciadas atividades leves, sem esforço. Durante seis semanas deve ser evitado carregar peso (sacolas de mercado, crianças, etc) ou praticar esportes. Também não deve haver relação durante as seis primeiras semanas. Complicação • A osteíte púbica, corresponde ao processo inflamatório asséptico, autolimitando, decorrente do ponto cirúrgico no perióstio da pube, mais frequente na cirurgia de MMK. • O sintoma caracterizado é dor púbica, que pode estender para a face medial de ambas as coxas, surgindo entre 1 e 8 semanas de PO. Fisioterapia - Fisioterapia especializada é fundamental no pré e pós operatório. Musculatura treinada e consciente é melhor irrigada (mais sangue circulando), favorecendo a cicatrização e o relaxamento suficientes para que os primeiros dias de pós operatório aconteçam com menos dor e menos dificuldade para urinar ou evacuar. Fisioterapia - Na sequência, o treinamento de contração e relaxamento da MAP vai evitar contrações indesejadas que podem vir a causar algum tipo de desconforto durante o ato sexual. Procedimentos específicos sobre a cicatriz podem evitar também desconfortos sexuais mais tarde. Kelly-Kenedy (Perineoplastia) - A “Plicatura de Kelly-Kennedy” ou perineoplastia consiste na retirada de uma parte da parede vaginal anterior que desceu e o reposicionamento dos órgãos pélvicos que saíram do lugar, "estreitando" a entrada do canal vaginal. Este tipo de cirurgia, mais antigo, é feito na tentativa de deixar a vagina "mais apertada", nos casos mais severos quando a fisioterapia de fortalecimento para a MAP não deu resultado suficiente. Kelly-Kenedy (Perineoplastia) - Como o estreitamento de uma musculatura que ficou fraca não faz com que ela seja fortalecida (ou seja, apesar de mais estreita a entrada, a MAP continua flácida), os resultados costumam durar alguns anos. A fisioterapia especializada antes da cirurgia é fundamental até mesmo para ditar se há ou não necessidade do procedimento, após ela também é importante justamente para diminuir a sensibilidade da cicatriz e readaptar a vagina a nova condição, principalmente para que não haja dor durante o ato sexual. Slings - A técnica do Sling consiste na passagem de uma espécie de fita de polipropileno, semelhante a uma alça de soutien de silicone, por baixo da uretra. Esta alça é fixas no anel pélvico ósseo. - É uma cirurgia mais moderna, cuja recuperação costuma ser melhor que a do procedimento de Burch uma vez que não necessita incisões (cortes) maiores. São necessários dois "furos", realizados com instrumentos bem semelhantes a agulhas de chochê, e uma pequena incisão internamente à vagina. Slings ➢ Vias de acesso: ● Forame obturatório; ● Transabdominal; ● Transvaginal. Transvaginal Transabdominal Transobturatória Sling - Polipropileno Sling – Gordura Autóloga de Boi Prolapso PROLAPSOS OU DISTOPIAS s CISTOCELE Cistocele CISTOURETROCELE Cistouretrocele RETOCELE / ENTEROCELE Retocele / Enterocele RETOCELE Retocele CISTOCELE E PROLAPSO RETAL Histerectomia • Retirada do útero, devido a distopia ou doença uterina. • Vias de retirada: vaginal ou abdominal. • A via vaginal foi inicialmente utilizada só para casos de prolapsos uterinos grau 3, porém, atualmente, é utilizada com sucesso também para os primeiros graus de prolapso de útero com legitimamos ou com adenomiose. Complicações da Radioterapia • Estenose Vaginal; • A incidência de complicações urinárias decorrentes da irradiação pélvica oscila entre 1% e 20%. Mais comuns: cistite actínica, fístula vesicovaginal actínica, fístula urointestinal, hematúria. Cistite Actínica • Os danos vesicais causados pela irradiação p é l v i c a re p re s e n t a m c e rc a d e 5 0 % d a s complicações urológicas desse transtorno. • Reações leves podem ser notadas após 3.000CGy, mais intensas surgem com doses maiores e, com aproximadamente 8000CG, surgem ulcerações na mucosa vesical, e quadros importantes de dor e hematúria. Cistite Actínica • Reações graves: perda de complacência vesical, bexiga contraída e fístulas vesicovaginais, surgindo após 5 anos do tratamento. • A exposição da bexiga à radiação provoca alterações histológicas precoces, com congestão da mucosa e formação de úlceras superficiais, com depósitos de fibrina e leucócitos. Cistite Actínica • Sintomas: polaciúria, urgência miccional, dor supra-púbica e urge-incontinência. Algumas pacientes podem apresentar graus de hematúria. • Estudo Urodinâmico: diminuição da CV, perdas precoces e altas pressões vesicais com menos de 200ml de volume infundido, baixa complacência. • Tratamento conservador: medicamentos e fisioterapia para tratar sintomas irritativos. Estenose Vaginal • A estenose vaginal resulta do acometimento da mucosa vaginal, dos tecidos conectivos e dos pequenos vasos sanguíneos, levando ao desnudamento do epitélio e a uma diminuição do aporte sanguíneo com subsequente hipóxia e desenvolvimento de teleangectasia. Hintz BL, Kagan AR, Chan P. Radiation tolerance of the vaginal mucosa. Int J Radiat Oncol Biol Phys 1980; 6:711-16. Lancaster L. Preventing vaginal stenosis after brachytherapy for gynaecological cancer: an overview of Australian practices. Eur J Oncol Nurs 2004; 8:30-9. Imagem retirada do site derival.com Estenose Vaginal • A atrofia tecidual tardia ao tratamento com radioterapia ginecológica conduz à diminuição da espessura da mucosa vaginal, ausência de lubrificação, formação de aderências e fibroses, resultando na perda da elasticidade vaginal. Essas alterações são intensificadas pela ausência ou diminuição da função ovariana induzida pela radioterapia, que pode provocar uma deficiência estrogênica. Decruze SB, Guthrie D, Magnani R. Prevention of vaginal stenosis in pacients following vaginal brachytherapy. Clin Oncol 1999; 11:46-8. Brand AH, Bull CA, Cakir B. Vaginal stenosis in patients treated with radiotherapy for carcinoma of the cervix. Int J Gynecol Cancer 2006; 16:288–3. ESTENOSE ≠ VAGINISMO http://highered.mcgraw-hill.com/sites/dl/free/0072562463/91056/thumbimages/fig1504_thumb.jpg Figura retirada do site infobrasilia Arquivo pessoal Norton, A (1999): Patient Pictures Gynaecological Oncology, Health Press Ltd, Oxford. Reference: Norton, A (1999): Patient Pictures Gynaecological Oncology, Health Press Ltd, Oxford.