i UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA JOSÉ HAMILTON DOS SANTOS ESTRUTURAÇÃO DA EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA NA PERSPECTIVA DE UMA BOA DINÂMICA DE RESSUSCITAÇÃO FLORIANÓPOLIS (SC) 2014 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA JOSÉ HAMILTON DOS SANTOS ESTRUTURAÇÃO DA EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA NA PERSPECTIVA DE UMA BOA DINÂMICA DE RESSUSCITAÇÃO Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Linhas de Cuidado em Enfermagem – Opção Urgência e Emergência do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista. Profa. Orientadora: Eleine Maestri FLORIANÓPOLIS (SC) 2014 FOLHA DE APROVAÇÃO O trabalho intitulado ESTRUTURAÇÃO DA EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA NA PERSPECTIVA DE UMA BOA DINÂMICA DE RESSUSCITAÇÃO de autoria do aluno José Hamilton dos Santos foi examinado e avaliado pela banca avaliadora, sendo considerado APROVADO no Curso de Especialização em Linhas de Cuidado em Enfermagem – Área Urgência e Emergência. _____________________________________ Profa. Eleine Maestri Orientadora da Monografia _____________________________________ Profa. Dra. Vânia Marli Schubert Backes Coordenadora do Curso _____________________________________ Profa. Dra. Flávia Regina Souza Ramos Coordenadora de Monografia FLORIANÓPOLIS (SC) 2014 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 1 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................................. 3 3 MÉTODO .................................................................................................................................... 5 3.1 LOCAL..................................................................................................................................... 5 3.2 ASPECTOS ÉTICOS ................................................................................................................... 5 4 RESULTADO E ANÁLISE ....................................................................................................... 6 4.1 DIAGNÓSTICO DA REALIDADE ................................................................................................. 6 4.2 PLANO DE AÇÃO ..................................................................................................................... 6 4.3 CRONOGRAMA ...................................................................................................................... 13 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 14 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 15 RESUMO Visto que a parada cardiorrespiratória ocorre de forma súbita, podendo afetar o indivíduo em quaisquer ambientes, o atendimento imediato é geralmente prestado por pessoas leigas, que o fazem determinados por conhecimentos provenientes, muitas vezes, de fontes inadequadas, inseguras e/ou desatualizadas. Assim, este estudo possui como objetivo desenvolver um plano de ação para introduzir no processo de trabalho o dinamismo em equipe que a ressuscitação requer para o sucesso deste procedimento. Trata-se de uma tecnologia de concepção, em que o produto é o próprio projeto e plano de ação a ser desenvolvido. Será desenvolvido no município de Campo do Brito localizado na Região Agreste do município de Itabaiana, Estado de Sergipe, com a equipe de saúde da família n005 recebe o nome de Equipe de Saúde da Família do Garangau. O plano de ação para o desenvolvimento deste estudo será pautado na descrição das funções de cada membro da equipe de trabalho e dos elementos que compõem uma boa dinâmica para que haja uma excelente ressuscitação. É imprescindível incutir nas formas de pensar processo de trabalho dos gestores locais que mesmo se desenvolvendo saúde pública, solicitar a criação de um núcleo de educação, e formar parcerias com os hospitais regionais e a formação de grupos de estudo entre as equipes de saúde da família visando uma melhor compreensão dos problemas de saúde, e formação de protocolos específicos, não só em RCP como nos demais problemas de saúde que possam suscitar acompanhamento contínuo. 1 1 INTRODUÇÃO Visto que a parada cardiorrespiratória - PCR ocorre de forma súbita, podendo afetar o indivíduo em quaisquer ambientes, o atendimento imediato é geralmente prestado por pessoas leigas, que o fazem determinados por conhecimentos provenientes, muitas vezes, de fontes inadequadas, inseguras e/ou desatualizadas. Sendo assim, os altos índices de morbidade e mortalidade relacionados à PCR estão diretamente ligados à qualidade do atendimento prestado nos primeiros minutos que procedem este tipo de emergência, sendo que o atendimento imediato determina o prognóstico do paciente. O programa de Saúde da Família (PSF) apresenta-se como estratégia de reorganização da Atenção Básica à saúde, que se caracteriza por um modelo centrado na família, demandando das equipes a incorporação de discussões acerca da necessidade de humanizar a assistência médicasanitária em nosso país. Os profissionais das Equipes de Saúde da Família (ESF) atuam na Atenção Básica em todas as fases do ciclo da vida dos indivíduos de sua área de responsabilidade, visando à proteção, promoção e recuperação da saúde. No quesito ressuscitação, percebemos estar diante de um tema complexo, e novo, que exige uma atuação profissional coerente e concernente com a vida, visando um comprometimento equânime e eficaz de toda a equipe de saúde. Considerando a necessidade de instrumentalizar os profissionais médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem que atuam nas Unidades de Saúde da Família (USF) com o Programa de Saúde da Família e garantindo que essa assistência ocorra conforma as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), faz-se necessário a elaboração de um protocolo com o objetivo de nortear as condutas no âmbito no contexto da ressuscitação cardiopulmonar (RCP). Pois, como sabemos, muitas tarefas devem ser realizadas durante a ressuscitação; de modo que um paciente que não foi ressuscitado com sucesso nos primeiros momentos após o colapso, raramente pode ser tratado com sucesso com a chegada de um profissional de saúde com treinamento em suporte avançado de vida. Neste momento entra o trabalho em equipe, uma vez que, divide as tarefas e multiplica as chances de uma ressuscitação bem sucedida. Segundo TIMERMAN (2005, p.375), “existem relatos de recuperação e alta hospitalar de até 40% dos ressuscitados antes do atendimento em hospital se as manobras de socorro básico tiveram início até quatro minutos e a desfibrilação elétrica até oito minutos após a PCR”. A RCP tem por finalidade restabelecer a oxigenação e a perfusão de órgãos vitais, através de manobras simples que objetivam manter a circulação e a respiração artificial, e restaurá-las ao normal o mais rápido possível, minimizando a lesão cerebral. Assim, este estudo possui como objetivo desenvolver um plano de ação para introduzir no processo de trabalho o dinamismo em equipe que a ressuscitação requer para o sucesso deste procedimento. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A Metodologia Problematizadora (MP) coloca a realidade como ingrediente principal do processo educativo. Parte do princípio que a realidade nunca é satisfatória, podendo sempre ser vista como um problema com resolutividade. O aluno é responsável por sua própria aprendizagem, valorizando a transformação do mesmo mais que a transmissão de conhecimentos. O importante é desenvolver a capacidade de observação e de trabalho em grupo. Acredito que a MP é a mais adequada, a fim de estimular o desenvolvimento das habilidades de cada um dos sujeitos envolvidos, visando potencializar as ações para o trabalho em equipe durante a RCP, despertando assim as potencialidades do público alvo para atuarem como multiplicadores de educação em saúde no atendimento imediato. Sabemos que, o resultado deste plano de ação será em longo prazo, e esperamos que com ela ocorra uma diminuição das mortes por PCR e um melhor prognóstico de tais vítimas. O Arco de Charles Maguerez, servirá de guia para a implementação da ação e compõemse dos seguintes elementos: a) Realidade: a partir da observação distinguimos o que é relevante do que é secundário; b) Pontos-chaves: são aqueles pontos que, se modificados, irão transformar a realidade, podendo então resolver o problema; c) Teorização: fundamentação científica dos pontos chaves, buscando o entendimento do assunto/problema. d) Hipóteses de solução: confrontamos a realidade com a teorização, buscando alternativas para a resolução do problema, avaliando a viabilidade destas hipóteses; e) Aplicação à realidade: colocar em prática as hipóteses, adequando-as à realidade. Para que ocorram transformações no indivíduo e na realidade, é preciso que todos os sujeitos participantes estejam envolvidos no processo ensino aprendizagem, desenvolvendo a capacidade de observação para projetar soluções. Assim, indivíduos conscientes, críticos e criativos passam a ter compromisso com a mudança. Ensinar é ter a convicção de que a mudança é possível num processo contínuo de construção. Neste sentindo, o enfermeiro assume a responsabilidade e o compromisso com a prevenção e promoção através da união saúde/educação. Na MP ninguém ensina ninguém, o profissional é o facilitador deste processo onde “Ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou construção” (FREIRE, 2001, p.52.) O processo de comunicação é um valioso instrumento desta pedagogia, quando se entende comunicação como interação social. A comunicação ajuda a perceber e articular problemas e suas respectivas soluções. A MP constitui-se uma verdadeira "metodologia" entendida como um conjunto de métodos, técnicas, procedimentos, ou atividades intencionalmente selecionadas e organizadas para a realização do propósito maior que é preparar o ser humano para tomar consciência de seu mundo e atuar também intencionalmente para transformá-lo, sempre para melhor, para um mundo e uma sociedade que permitam uma vida mais digna para o próprio homem (BERBEL apud GAZZINELLI et al, 2005). 3 MÉTODO Trata-se de uma tecnologia de concepção, em que o produto é o próprio projeto e plano de ação a ser desenvolvido. 3.1 Local O município de Campo do Brito localiza-se na região agreste do município de Itabaiana, estado de Sergipe. Possui seis equipes de saúde da família, estando três localizadas na área urbana, e três delas na zona rural. A equipe de saúde da família n005 recebe o nome de Equipe de Saúde da Família do Garangau, tendo como cadastro no CNES o código 4020707. É formada pelas seguintes categorias, a saber: um médico, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e seis agentes comunitários de saúde. A referida equipe em sua área adstrita atende a cinco povoados, sendo eles: Ceilão, Boa Vista, Garangau, Serra das Minas e Tapera da Serra. 3.2 Aspectos éticos Por não se tratar de pesquisa a proposta não foi submetida ao Comitê de Ética e Pesquisas com Seres Humanos. No entanto, os princípios éticos serão respeitados conforme a Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, que traça as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos. 4 RESULTADO E ANÁLISE 4.1 Diagnóstico da Realidade Ao analisar a dinâmica do processo de trabalho, ficou entendido que havia uma lacuna no processo de trabalho quanto ao que se fazer em situações que representem risco iminente de vida e da sua qualidade, de como agir e interagir de modo a prestar uma boa assistência de saúde pautada em princípios de qualidade. 4.2 Plano de Ação A ressuscitação cardiopulmonar é um evento um evento único e complexo que, como todo evento em saúde, pode ocorrer espontaneamente, demandando dos profissionais de saúde a necessidade de conhecimentos prévios e conceituações em termos de condutas a serem adotadas e seguidas, com o objetivo de minorizar e/ou reduzir os ricos inerentes à vida. Nesse contexto, faz parte de um consenso geral que o tempo sobressai como fator preponderante para o sucesso de uma RCP adequada, o que por sua vez, vai repercutir na qualidade de vida da clientela alvo. Como afirma Gomes et al citado por Teixeira (2011), o percentual de êxito no sucesso das manobras de reanimação cardiorrespiratória está diretamente interligado ao tempo transcorrido entre o pedido de socorro e a desfibrilação (tempo "chamadachoque"). Esse tempo pode variar muito de acordo com o local onde ocorreu o evento PCR de modo que se a ressuscitação ocorrer dentro dos primeiros 4 minutos, as chances de sobrevida da clientela alvo são sempre maiores. Teixeira (2011), define PCR com sendo a cessação súbita da atividade do coração acompanhada do colapso hemodinâmico, consequente na maioria das vezes da taquicardia ventricular sustentada (TVS) ou fibrilação ventricilar (FV). Ressalta ainda que este evento ocorre principalmente em pacientes com cardiopatia estrutural ( a qual pode não ter diagnóstico prévio), particularmente a doença cardíaca. Já Martins et al (2013), divide o atendimento da PCR em duas etapas: avaliação primária e avaliação secundária. Assim, a avaliação primária (basic life suport-BLS) envolve o suporte básico de vida associado às manobras para reconhecimento da PCR e o suporte hemodinâmico e respiratório através da RCP; a avaliação secundária (advanced life suport-ALS) envolve a aplicação de manobras para o suporte avançado de vida, com utilização de dispositivos invasivos de via aérea, estabelecimento de acesso venoso, utilização de drogas, desfibrilações elétricas e estabilização do paciente após a reversão da PCR com uso de vasopressores, por exemplo. É do consenso geral que na PCR, há a interrupção da circulação sanguínea que ocorre em consequência da interrupção súbita e inesperada dos batimentos cardíacos ou da presença de batimentos cardíacos ineficazes; de modo que após uma parada cardiorrespiratória o indivíduo perde a consciência de 10 a 15 segundos devido a parada da circulação sanguínea cerebral. Não havendo retorno à circulação espontânea, e o paciente não sendo submetido à ressuscitação cardiopulmonar, a lesão cerebral começa a ocorrer em cerca de 3 minutos e após 10 minutos da ausência de circulação, as chances de ressuscitação são próximas a zero. Ainda no consenso geral, percebe-se que a parada cardiorrespiratória pode ocorrer em 3 ritmos cardíacos diferentes, a saber; -Fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular sem pulso: ritmo de parada cardiorrespiratória mais frequente em PCR fora do hospital, responsável por cerca de 80% dos episódios caracterizados por um ritmo rápido, irregular e ineficaz. -Assistolia: ausência de ritmo cardíaco, nesse ritmo há interrupção da atividade elétrica do músculo cardíaco. -Atividade elétrica sem pulso: nesse ritmo existe a presença de atividade elétrica no músculo cardíaco, porém os batimentos não são eficazes e não há circulação sanguínea Assim, o plano de ação para o desenvolvimento deste estudo será pautado na descrição das funções de cada membro da equipe de trabalho e dos elementos que compõem uma boa dinâmica para que haja uma excelente ressuscitação. A função do líder: é multifacetada: Organiza o grupo Monitoriza o desempenho individual de cada membro da equipe Dá suporte aos membros da equipe Imprime um comportamento excelente de equipe Treina e orienta, facilitando a compreensão Dá enfoque aos cuidados gerais do paciente A função dos demais membros da equipe: é essencial que para o sucesso da tentativa de ressuscitação que os membros da equipe estejam ou sejam: Cientes dos deveres de sua função Preparados para cumprir as responsabilidades de sua função Bem treinados nas habilidades de ressuscitação Conhecedores dos algoritmos Comprometidos com o sucesso Os elementos da dinâmica de uma boa equipe de ressuscitação são: Comunicação em alça fechada: ao se comunicar com os membros da equipe de ressuscitação, o líder deve usar uma comunicação em alça fechada, seguindo os passos abaixo: - O líder dá uma mensagem, ordem ou atribuição a um membro da equipe. - O líder confirma que a mensagem foi ouvida ou compreendida ao receber uma resposta clara e com bom contato visual do membro da equipe. - O líder escuta a confirmação do membro da equipe de que a tarefa foi realizada antes de designar outra tarefa. Mensagens claras: consistem na comunicação falada concisa, com discurso direto claro, em um tom de voz controlado; de modo que todas as mensagens e ordens dadas devem ser ditas de forma calma e correta, sem falar alto ou gritar. A comunicação que não é clara pode levar a atrasos desnecessários no tratamento ou a erros de medicação. Por exemplo, "O paciente já recebeu propofol IV para eu poder aplicar a cardioversão?" "Não, eu achei que você tivesse dito para lhe dar propranolol." Falar alto ou gritar pode prejudicar a boa interação da equipe. Somente uma pessoa deve falar de cada vez. Funções e responsabilidades claras: cada membro da equipe deve conhecer suas funções e responsabilidades. Assim como peças de formatos diferentes compõem um quebra-cabeça, cada função realizada por um membro de uma equipe é única e crítica para o melhor desempenho da equipe. Funções mal definidas prejudicam o desempenho da mesma. Alguns sinais de funções mal definidas são: - Realizar a mesma tarefa mais de uma vez. - Deixar de fazer tarefas essenciais. - Independência de atuação dos membros da equipe. Para evitar a ineficiência, o líder da equipe deve delegar as tarefas com clareza. Os membros da equipe devem comunicar quando e se eles estão prontos para assumir mais algumas responsabilidades. O líder deve encorajar os membros de sua equipe a participarem na liderança e não simplesmente seguirem as orientações cegamente. Assim, observa-se como certo: Líder da equipe: definir com clareza todas as funções dos membros da equipe no cenário clínico. Membros da equipe: buscar e realizar tarefas claramente definidas e adequadas ao seu nível de competência; e, solicitar uma nova tarefa ou função, se sua tarefa for muito difícil de realizar para seu nível de experiência ou competência. E como errado: Líder: deixar de designar tarefas aos membros da equipe que estão disponíveis; designar tarefas para membros da equipe que não estão seguros de suas responsabilidades; e, distribuir as atribuições de modo desigual (muitas coisas para uns e muito poucas para outros). Membros da equipe: evitar assumir atribuições; e, assumir atribuições além de seu nível de competência ou experiência. Conhecer as próprias limitações: todos os membros da equipe devem conhecer suas próprias limitações e capacidades e o líder da equipe deve estar ciente delas. Isso permite ao líder avaliar os recursos da equipe e solicitar apoio quando houver necessidade de assistência. Os membros da equipe devem prever as situações que venham a precisar de assistência e informar ao líder. Durante a situação de estresse de uma tentativa de ressuscitação, não se deve praticar ou tentar realizar uma nova habilidade. Ao saber que haverá necessidade de ajuda extra, esta deve ser solicitada antecipadamente. Entendendo-se tal atitude, não como um sinal de fraqueza ou incompetência, pois é melhor ter mais ajuda que necessário do que não ter ajuda suficiente, uma vez que tal atitude pode afetar negativamente a evolução do paciente. Assim, pode-se avaliar como certo: Líder e membros da equipe: é preferível solicitar assistência logo de início a esperar até que o paciente piore a um ponto em que a ajuda seja crítica; e, buscar orientação de pessoal com mais experiência quando a condição do paciente piorar, apesar do tratamento primário. E como errado: Líder e membros da equipe: rejeitar ofertas de outras pessoas para realizar para realizar uma tarefa de que se é incapaz de concluir em virtude de outras atividades (muito embora a conclusão da tarefa seja essencial para o tratamento). Membros da equipe: usar ou iniciar um tratamento ou terapia que não se conhece, sem procurar a orientação de pessoas mais experientes; e, assumir muitas atribuições quando há assistência prontamente disponível. Compartilhar conhecimentos: compartilhar informações é um componente crítico para o bom desempenho da equipe. Os líderes das equipes podem ficar presos a uma abordagem diagnóstica ou a um tratmento específico. Três tipos mais comuns de erros de uma abordagem limitada (também chamados erros de fixação) são: - "Está tudo certo" - "Este, e somente este, é o caminho correto" - "Qualquer coisa menos isso" Quando os esforços de ressuscitação não forem eficazes, deve-se voltar para os aspectos básicos e conversar com a equipe. Os membros da equipe devem informar ao líder sobre quaisquer modificações nas condições do paciente para garantir que as decisões sejam tomadas com base em todas as informações disponíveis. Assim tem-se como certo: Líder da equipe: encorajar o desenvolvimento de um ambiente de compartilhamento de informações e pedir sugestões, se não tiver certeza sobre as melhores intervenções; pedir sugestões de ideias para os diagnósticos diferenciais; e, perguntar se alguma coisa passou despercebida (p. ex., o acesso IV devia ter sido estabelecido ou alguns medicamentos deviam ter sido administrados). Membros da equipe: compartilhar informações com outros membros da equipe. E como errado: Líder da equipe: ignorar as sugestões dos outros sobre o tratamento; e, avaliar superficialmente ou deixar de examinar os sinais clínicos relevantes para o tratamento. Membros da equipe: ignorar informações importantes para melhorar sua função. Intervenção construtiva: durante uma tentativa de ressuscitação, a intervenção do líder ou de um membro da equipe pode ser necessária, caso uma ação que esteja prestes a ser realizada seja inadequada para aquele momento. A intervenção construtiva é necessária, mas deve ser feita com diplomacia. Os líderes devem evitar confrontação com os membros da equipe. Ao invés disso, deve fazer uma análise crítica posteriormente, se a crítica construtiva for necessária. Assim tem-se como certo: Líder da equipe: pedir que se inicie uma intervenção diferente, se ela for prioritária. Membros da equipe: sugerir um medicamento ou uma dose alternativa de forma confiante; e, questionar um colega que está prestes a cometer um erro. E com errado: Líder da equipe: deixar de realocar um membro da equipe que esteja tentando atuar além de seu nível de habilidades. Membros da equipe: ignorar um membro da equipe que esteja prestes a administrar um medicamento incorretamente. Reavaliação e resumo: uma função essencial do líder da equipe é monitorizar e reavaliar: - As condições do paciente. - As intervenções realizadas. - Os achados da avaliação. Uma boa prática para o líder da equipe é resumir essas informações em voz alta, como uma atualização periódica para a equipe. Revisar status da tentativa de ressuscitação e informar o que planeja para os próximos passos. Lembrar-se que as condições do paciente podem mudar, mantendo-se aberto para a possibilidade de alterar os planos de tratamento e de precisar reanalisar o diagnóstico diferencial inicial. Deve-se pedir informações e resumos também do profissional que faz os registros. Assim tem-se como certo: Líder da equipe: prestar atenção contínua às decisões sobre os diagnósticos diferenciais; e, revisar ou manter um registro atualizado dos medicamentos e tratamentos administrados e da resposta do paciente. Líder e membros da equipe: prestar muita atenção às alterações significativas nas condições clínicas do paciente e intensificar a monitorização (p. ex., frequência respiratória e pressão arterial), quando a condição do paciente deteriorar. E como errado: Líder da equipe: não mudar a estratégia de tratamento, apesar de novas informações darem suporte a essa mudança; e, não informar à equipe que está chegando sobre as condições do paciente e sobre os planos seguintes de ação. Respeito mútuo: as melhores equipes são compostas são compostas de membros que se respeitam e que trabalham juntos com o coleguismo e apoio mútuo. Para ter uma equipe de ressuscitação com um alto desempenho, todos devem deixar seu ego de lado e respeitar os outros durante a tentativa de ressuscitação, independentemente de qualquer experiência ou treinamento adicional que o líder ou alguns membros da equipe possam ter. Assim tem-se como certo: Líder e membros da equipe: falar em tom de voz controlado e amigável; e, evitar falar alto ou demonstrar agressividade, caso não seja entendido logo de início. Líder da equipe: demonstrar reconhecimento das tarefas que já tenham sido realizadas corretamente, dizendo"Obrigado, bom trabalho" E como errado: Líder e membros da equipe: falar alto ou gritar com os membros da equipe (quando uma pessoa levanta a voz, os outros também o farão); comportar-se agressivamente, confundindo comportamento diretivo com agressão; e, não mostrar interesse pelos outros. 4.3 Cronograma O presente plano de ação será colocado como forma de treinamento entre os meses de junho e julho, e em prática à medida que o evento ressuscitação ocorra de forma efetiva no dia a dia do processo de trabalho da Equipe de Saúde da Família com a comunidade adscrita. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS É imprescindível incutir nas formas de pensar processo de trabalho dos gestores locais que mesmo se desenvolvendo saúde pública, a parada cardiorrespiratória é uma realidade que demanda conhecimento técnico e segurança na realização do procedimento, uma vez que estando-se diante de uma situação de risco iminente de vida, é necessário que os profissionais estejam preparados para ações exitosas, minimizando o mínimo possível os riscos adicionais. Desta forma, é preciso solicitar que os mesmos criem um núcleo de educação permanente visando o desenvolvimento do aperfeiçoamento dos profissionais, não só em RCP e sua dinâmicas, mas também, em todas as deficiências que forem diagnosticadas. Uma das alternativas para a otimização destas ações é formar parcerias com os hospitais regionais para que os profissionais possam acompanhar pacientes em unidades cardíacas, e entenderem as melhores estratégias para atuarem com esse tipo de paciente. Por fim, sugiro a formação de grupos de estudo entre as equipes de saúde da família visando uma melhor compreensão dos problemas de saúde, e formação de protocolos específicos, não só em RCP como nos demais problemas de saúde que possam suscitar acompanhamento contínuo. REFERÊNCIAS FREIRE, Paulo. Ação Cultural para a Liberdade e Outros Escritos. São Paulo: Paz e Terra, 2001. GAZZINELLI, Maria Flávia; GAZZINELLI, Andréa; REIS, Dener Carlos dos; PENNA Cláudia Maria de Mattos. Educação em Saúde: Conhecimentos, Representações Sociais e Experiências da Doença. Rio de janeiro: Cad. Saúde Pública 21(1): 200-206, jan-fev, 2005. MARTINS, Herlon Saraiva et al. Emergências Clínicas: abordagem prática.8. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2013. TEIXEIRA, Júlio César Gasal. Unidade de Emergência: condutas em medicina de urgência. 2. ed. SP: Editora Atheneu, 2011.