DOR ABDOMINAL Aula

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DOR ABDOMINAL
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Anamnese;
Localização;
Tipo;
Duração;
Fatores de alívio e agravamento(alimentos ou posições);
Fatores Agravantes;
Sinais e sintomas associados;
(Por ser dor visceral muitas vezes não tem uma localização precisa; pode
dar dor em cólica em órgão oco; órgãos maciços não doem, mas sim suas
cápsulas ou ductos)
 Exame físico:
- Pesquisa de sinais de peritonite;
- Dor (com ou sem irritação): espontânea, mas exacerbada pela palpação;
- Defesa abdominal: por um reflexo visceromotor os músculos se contraem;
- Distensão abdominal: por inibição motora ocorre distensão das alças
intestinais, podendo chegar ao íleo paralítico.OBS.: Nas peritonites localizadas,
entretanto, pode ocorrer diarréia.
- Sinal de Blumberg: dor a descompressão súbita no ponto de McBurney.
- Sinais gerais: fácies: palidez cutânea, lábios ressecados, olhar ansioso.
- Taquicardia: frequência acima de 140 bpm – pior prognóstico.
- Pressão arterial : tendência a diminuição e convergência (sistólica=diastólica).
- Presença de febre e leucocitose.
- Causas: a dor abdominal pode ter origem em qualquer órgão intra-abdominal,
órgão pélvico ou mesmo torácico.
- A maioria dos problemas nos órgãos abdominais/pélvicos causam uma dor
difusa ou ao redor do centro do abdômen.
- As exceções são os problemas nos rins, na vesícula, nos ovários ou no apêndice
que costumam ser mais localizada.
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Estômago: dor epigástrica (epigastralgia = dispepsia) Dor visceral do
estômago e do bulbo duodenal é percebida na linha mediana, poucos
centímetros abaixo do apêndice xifóide.
(Dispepsia funcional: dor epigástrica sem gastrite nem úlcera. Geralmente
relacionado a transtorno psiquiátrico, como ansiedade.)
- Quando a lesão gástrica se estende a estruturas retroperitoneais é comum
a dor ser percebida na região dorsal do tronco.
- São importantes certas características semiológicas da dor epigástrica
como as variações rítmicas da dor.
- Um número expressivo de pacientes com dor epigástrica bem localizada
apresenta EDA (endoscopia digestiva alta) normal. Nestes casos supõem-se que a
dor resulta de anormalidades funcionais do estômago.
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Intestino Delgado: a dor abdominal é um sintoma comum nas doenças do
intestino delgado.
-
É importante caracterizar bem a dor: Quando a dor é exclusiva do
intestino, sem que haja irritação peritoneal a dor é geralmente imprecisa,
no centro do abdome.
Em processos patológicos no jejuno ou íleo proximal, possivelmente a dor
se localizará pouco...
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Íleo terminal a dor é geralmente percebida no quadrante inferior direito.
A irradiação da dor depende do mecanismo e ....
- Como exemplo: Dor por distensão das paredes do intestino, a irradiação
para o dorso só ocorre quando o estímulo é intenso.
- Porém quando há peritonite restrita, produzindo dor localizada no
quadrante inferior direito, pode haver irradiação para a base da coxa,
independentemente da sua intensidade.
- É importante verificar se houve variação do local da dor na evolução do quadro
clinico.
- Avaliação da intensidade da dor não é fácil. Alguns indicativos objetivos podem
ser úteis.
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Mudança de hábitos: diminuição da capacidade para exercer as atividades
habituais; Necessidade de analgésicos injetáveis; Manifestações
autonômicas: Náuseas, vômitos sudorese, palidez e inquietude.
-
Importante obter dados sobre a qualidade da dor: Dor por distensão ou
contração das paredes musculares: distensão ou torção; Alterações
inflamatórias ou isquêmicas: contração ou peso.
Avaliar mudanças de posições. Dor ou alívio.
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Dor provém de inflamação do peritônio, o paciente parece ficar imóvel e
quieto.
Avaliar influência da alimentação com a dor.
Mecanismo da dor:
a) distensão das paredes do intestino delgado;
b) aumento da tensão muscular na parede no intestino;
c) Alterações inflamatórias;
d) Isquemia intestinal;
e) Alterações inflamatórias do peritônio.
Dor Abdominal – Abdômen Agudo [16/05/12]
Introdução
Termo amplo e compreende a inúmeras situações clínicas.
- Definido como uma dor na região abdominal, não traumática, de aparecimento
súbito e de intensidade variável associada ou não a outros sintomas.( cirúrgica
ou não cirúrgica).
- Com base nessa definição podemos afirmar que a incidência é grande.
- Uma grande série de doenças musculares, gastrointestinais, ginecológicas,
urológicas, vasculares, psicossomáticas, cardíacas, parasitárias, pulmonares e
intoxicações exógenas podem causar dor.
Etiologia
- Anatômica
- Causas abdominais e extra-abdominais
Geralmente é classificado pelo processo desencadeante:
 Inflamatório: apendicite, colecistite aguda, pancreatite...
 Perfurativo: ulcera péptica, câncer gástrico, amebíase, diverticulites, entre
outros.
 Obstrutivo: aderências intestinais, hérnias estrangulada, fecalomas, volvo
(nó na tripa), bolo de áscaris dentre outros.
 Vascular: isquemia intestinal, trombose mesentérica, torção de pedículo
de cisto de ovário, dentre outros.
 Hemorrágico: gravidez ectópica, ruptura do baço, ruptura de aneurisma
de aorta abdominal, endometriose, dentre outros.
- Diante da diversidade etiológica da dor abdominal e do abdômen agudo, é
fundamental termos uma metodologia investigativa adequada.
- Todo processo semiológico é indispensável nesta avaliação.
Diagnósticos específicos – principais causas:
1- Doença péptica(úlcera péptica e gastrite): a incidência de complicações
das úlceras gastroduodenais apresentou uma significativa redução nos
últimos anos. (por H. Pilory)
- Principais complicações : hemorragias, obstrução e perfuração
gastrointestinal.
- A dor da perfuração de uma ulcera péptica, geralmente é súbita e
referida no andar superior do abdome, rapidamente generalizando-se
para todo o abdome.
- Náuseas e vômitos são frequentes assim como distensão abdominal,
ruídos hidroaéreos reduzidos ou abolidos.
- Podem surgir: hipotensão, taquicardia, sudorese e baixa diurese.
No exame físico, é possível identificar o sinal de Jobert (ar no abdome=
pneumoperitoneo).
2- Colecistite aguda: a dor é tipicamente em cólica no epigástrio e
hipocôndrio direito, associado a náuseas e vômitos e de duração menor
que 6 horas.
- O exame de escolha é o U.S.G. com sensibilidade e especificidade de 95%.
Em casos duvidosos a TC ou a cintilografia podem auxiliar.
- A colecistite aguda alitiásica ocorrem em 5 a 10 % das colecistites
agudas. Acomete, pacientes debilitados e imunodeprimidos, em uso de
nutrição parenteral prolongada, diabéticos, IRC, vasculites e HIV.
3- Colangite: tem como fisiopatologia e obstrução do ducto biliar principal,
seguido de infecção secundária, a qual irá acometer o fígado.
Quadro clínico: dor no hipocôndrio direito, febre, icterícia ( Tríade de
Charcot). Se não tratar, pode evoluir com confusão mental e sepse
(Pentade de Reynalds)
4- Apendicite aguda: é a principal causa de cirurgias abdominais na
urgência.
- Início do quadro com dor periumbilical causado pela obstrução da luz
apendicular e a distensão da sua parede.
- Irradia para fossa ilíaca direita correspondendo a inflamação e infecção
do apêndice.
- Náuseas e vômitos, inapetência e febre baixa.
- Pode evoluir em poucas horas ou até 1 dia.
- Sinal de Blumberg e Sinal de Rovsing.
- Exame físico aliado a história clínica tem acurácia de cerca de 95% no
diagnóstico.
- Apresentação típica ocorre em cerca de 66% do casos.
- Formas atípicas podem ocorrer em variações anatômicas (apêndice
retro-cecais, pélvicos ou retrovesicais) e em pacientes imunossuprimidos,
gestantes e idosos, podem ser desastrosas.
- US sensibilidade de 75-90% com especificidade de 86-100%
- TC sensibilidade90-100% e especificidade de 91-99%
- Nos casos típicos os exames de imagem não acrescentam muito.
- 80% das causas de pancreatite aguda são causas por coledocolitiase e
ingesta alcóolica.
Quadro clínico: dor no andar superior do abdômen (epigástrio e flanco),
que pode irradiar para o dorso. Dor contínua que pode estar associada a
icterícia ou não. Vômitos frequentes e precoces, devido a compressão do
pâncreas sobre o duodeno e estômago.
5- Diverticulite: doença diverticular dos cólons estão presentes em 1/3 da
população acima de 50 anos.
- A diverticulite ocorre por inflamação ou infecção do divertículo.
- A sintomatologia é variável, pois depende da localização, podendo
evoluir para pneumoperitôneo.
- Na avaliação do paciente: a constipação crônica e os antecedentes
familiares e pessoais de doença diverticular devem ser investigados.
6- Obstrucao intestinal: 75% dos casos – aderências entre alças. Demais
são causadas por hérnias, fecalomas, neoplasias, doença de Crohn, volvos
e outros.
Quadro clínico: dor abdominal difusa do tipo cólica, náuseas e vômitos,
parada de eliminação de fezes e distensão abdominal.
- Os vômitos são inicialmente com conteúdo gástrico, seguido de bile
chegando até a característica fecalóide.
- Ao exame físico notamos grande distensão abdominal, timpanismo e dor
difusa.
- Os ruídos hidroaéreos são inicialmente aumentados com timbre
metálico. Podendo estar ausentes em quadro avançado.
7- Doença Isquêmica intestinal: Classificação: isquemia mesentérica
aguda, isquemia mesentérica crônica e colite isquêmica.
Fatores de risco: idade avançada, cardiopatia, doença vascular, Fibrilação
Atrial, doenças valvares, hipercoagulação.
- Isquemia mesentérica aguda – perda súbita do suprimento arterial. O
evento pode ser catastrófico porque vai levar ao infarto e necrose.
- Isquemia mesentérica crônica – arteriosclerose e leva a angina
abdominal.
- A isquemia no cólon é decorrente do hipofluxo em determinadas regiões
do cólon.
Quadro clínico: dor abdominal súbita e intensa periumbilical que evolui
para abdômen agudo franco.
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