51º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 51º Congresso Brasileiro de Genética • 7 a 10 de setembro de 2005 Hotel Monte Real • Águas de Lindóia • São Paulo • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 85-89109-05-4 [email protected] Palavras-chave: 16p13.3, ameríndios, variabilidade molecular Battilana, J1; Cardoso-Silva, L1; Barrantes, R2; Hutz, MH1; Salzano, FM1; Bonatto, SL3 1 Departamento de Genética, Instituto de Biociências, UFRGS, Porto Alegre, RS; 2Sección de Genética Humana, Instituto Nacional de Investigaciones en Salud (INISA), Universidad de Costa Rica, San José; 3Centro de Biologia Genômica e Molecular, Faculdade de Biociências, PUCRS, Porto Alegre, RS. Variabilidade molecular da região 16p13.3 em ameríndios e seu significado antropológico Um total de 1558 pares de base da região 16p13.3 foram investigados em 98 indivíduos das seguintes localidades: Mongólia (4), Ártico-norte (4), e ameríndios da América Central (12) e América do Sul (78). Os resultados foram comparados com aqueles obtidos em um prévio trabalho da mesma seqüência (Alonso & Armour, PNAS 98:864, 2001) o qual analisou 50 indivíduos (africanos, europeus e asiáticos). Cinqüenta e cinco sítios polimórficos foram classificados em 35 haplótipos. Entre estes sítios, 12 são novos e exclusivos de ameríndios. Uma árvore de haplótipos (median joining network) baseada neles, revelou dois grupos distintos, um mais compacto com haplótipos derivados das cinco categorias etno-geográficas estabelecidas; enquanto o outro, com haplótipos mais divergentes, era composto principalmente por africanos e ameríndios. Quase todos os parâmetro de neutralidade apresentaram valores negativos e significativos. Como já era esperado, os africanos apresentaram os maiores valores de diversidade nucleotídica (0,243%), e os ameríndios apresentaram valores da mesma ordem de magnitude (0,064%) dos europeus (0,050%) e dos asiáticos (0,048%). Para testar se havia sinal de flutuações demográficas no passado nas amostras de todos os indivíduos (amostra mundial), e somente ameríndios, foram realizadas simulações usando-se o algoritmo de Rogers, implementado no programa DFSC 1.0 (www.xmission.com/~wooding/DFSC). Estas simulações também foram realizadas com os dados originais de Alonso & Armour, com todos os indivíduos e somente com Europeus e Asiáticos. As simulações consideraram uma combinação de cenários demográficos para os cinco diferentes conjuntos de dados descritos acima. Os resultados rejeitam os cenários (θ variando de 0,01 – 10, intensidade de decréscimo populacional de uma a vinte vezes, entre 12 e 48 mil anos atrás) de declínio populacional forte para os ameríndios, mas aceitaram cenários de crescimento populacional a partir de 9000 anos atrás. As amostras de todos os indivíduos e de Euro-asiáticos também resultaram em cenários aceitos de crescimento populacional a partir de 12000 e 18000 anos atrás, respectivamente. O crescimento que vemos nos ameríndios parece ser um reflexo parcial daquele observado nos Euro-asiáticos. A hipótese de um “bottleneck” forte na entrada do homem pré-histórico nas Américas não é suportada pela região 16p13.3; pelo contrário, ela indica que a variabilidade genética da população ancestral foi basicamente mantida nos ameríndios. Sendo assim, cenários de “bottlenecks” de intensidade moderada parecem mais compatíveis com os resultados apresentados. Apoio financeiro: PRONEX, CNPq, FAPERGS. 767