Geotecnologias aplicadas à fragilidade ambiental no entorno da

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Geotecnologias aplicadas à fragilidade ambiental no entorno da
represa do Lobo/SP, com vistas ao (eco)turismo: resultados
preliminares.
Marcos Paulo Almeida Fornazieiro, Andréia Medinilha Pancher, Campus de Rio Claro, Instituto de
Geociências e Ciências Exatas, Geografia, [email protected], bolsa de iniciação
científica (FAPESP).
Palavras-chave: SIG, Fragilidade Ambiental, Turismo
Introdução
A massificação e prática mal planejada do turismo
podem acarretar impactos ambientais negativos e
irreversíveis, sobretudo nos ambientes mais frágeis
ambientalmente. Dessa maneira, é indispensável a
realização de estudos ambientais em áreas naturais
exploradas por atividades de recreação e lazer. O
mapa de fragilidade ambiental pode ser usado como
um instrumento para um planejamento turístico mais
condizente com as fragilidades físicas do ambiente,
adequando a instalação de equipamentos turísticos.
Indiscutivelmente, os Sistemas de Informações
Geográficas constituem-se na ferramenta mais
importante para essa proposta, auxiliando nas
análises integradas e multivariadas, essenciais para
pesquisas dessa natureza. Nesse sentido, o
presente trabalho pretende discutir acerca da
temática acima exposta, adotando como estudo de
caso a Represa do Lobo, localizada entre os
municípios de Itirapina e Brotas, São Paulo
Material e Métodos
Os mapeamentos temáticos de declividade,
pedologia, geologia e uso e cobertura das terras
serão inseridos no ambiente do SIG/ARCGIS para
efetuar o cruzamento destas informações através da
análise multicritério disponível neste SIG. Desse
processo, será gerado um mapa síntese de
Fragilidade Ambiental para a Represa do Lobo com
classes de fragilidade muito baixa, baixa, média, alta
e muito alta.
Para desenvolver o mapa de fragilidade ambiental
proposto por esta pesquisa será adotada a
metodologia de Ross (1994)¹, apresentada no
trabalho “Análise Empírica da Fragilidade dos
Ambientes Naturais e Antropizados”. Desse modo,
primeiramente será gerado um mapa de Fragilidade
Potencial, determinado pelo cruzamento das
informações de solo, geologia e declividade. Em
seguida, será elaborado o mapa de Fragilidade
Emergente, resultado do cruzamento do mapa de
Fragilidade Potencial com os dados de uso da terra
e vegetação
Resultados e Discussão
Nesta etapa da pesquisa estão sendo produzidos os
mapas temáticos de geologia, pedologia, declividade
e uso das terras e cobertura vegetal, os quais serão
XXIV Congresso de Iniciação Científica
integrados através da análise multicritério do
SIG/ARCGIS, resultando no mapa de fragilidade
ambiental para a área de estudo. A partir desse
produto cartográfico, o trabalho visa analisar e gerar
um mapa de adequação ao turismo para o entorno
imediato à represa do Lobo/SP, servindo de subsídio
a um planejamento turístico mais condizente com as
fragilidades físicas daquele ambiente.
O mapa de uso da terra e cobertura vegetal do
reservatório revela a degradação acelerada do
cerrado, vegetação nativa da área, em razão da
expansão do reflorestamento, área construída e
pastagem. Nesse aspecto, Machado (1997)² revela
que
ocorre
um
acelerado
processo
de
assoreamento a montante da represa em
conseqüência do avanço dos pinus e eucalipto.
O uso do reservatório para lazer e recreação se deu
a partir da década de 1970, fato esse que tem
modificado a dinâmica do lago. A ocupação da
Represa do Lobo e seu entorno para fins
recreativos, tais como esportes aquáticos e
residências de campo, somados a uma tendência de
turismo de massa ao longo daquele ambiente já
proporcionam impactos ambientais negativos, que
num espaço curto de tempo podem levar a uma
degradação acentuada da represa e seu
ecossistema, o que põe em risco o próprio
desenvolvimento
sócio-ambiental
da
área
(QUEIROZ, 2000).
Conclusões
A análise da fragilidade ambiental de determinadas
localidades turísticas pode auxiliar no planejamento
físico-territorial mais condizente com as fragilidades
físicas daqueles ambientes, identificando áreas
adequadas e inadequadas à instalação de
equipamentos recreativos e delimitando usos mais
condizentes a cada área.
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³
QUEIROZ, O. T. M. M. Impactos das atividades turísticas em áreas
de reservatório: uma avaliação sócio-ambiental do uso e ocupação na
área da represa do Lobo, município de Itirapina/SP. 2000. Tese
(Doutorado em Ciências da Engenharia Ambiental) – Escola
² MACHADO, L. M. C. P. A Represa do Lobo na percepção do
usuário: contribuição ao zoneamento ambiental da APA de
Corumbataí. Rio Claro: Instituto de Geociências e Ciências Exatas,
1997. 62 p.
¹ ROSS, J. L. S. Análise Empírica da Fragilidade dos Ambientes
Naturais e Antropizados. Revista do Departamento de Geografia,
FFLCH/USP, n. 8, p. 63-74, 1994. de Engenharia de São Carlos,
Universidade de São Paulo, São Carlos, 2000.
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