CEFAC AUDIOLOGIA OTITE MÉDIA EM CRIANÇAS: Incidência e

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CEFAC
CENTRO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA CLÍNICA
AUDIOLOGIA
OTITE MÉDIA EM CRIANÇAS: Incidência e Conseqüências
SIMONE FERREIRA
Campo Grande
2000
CEFAC
CENTRO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA CLÍNICA
AUDIOLOGIA
OTITE MÉDIA EM CRIANÇAS: Incidência e Conseqüências
Monografia de conclusão de Curso de Especialização em Audiologia, Orientadora: Mirian Goldenberg
SIMONE FERREIRA
Campo Grande
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RESUMO
O objetivo desta pesquisa teórica foi estudar as conseqüências da otite
média em crianças na idade escolar e se o nível sócio-econômico interfere na
incidência desta patologia.
Para tanto, foi pesquisado a anátomo-fisiologia da audição, a etiologia,
incidência, sintomatologia e conseqüências.
Através desta pesquisa foi possível destacar alguns aspectos interessantes,
pois aproximadamente 80% das crianças nas idades pré-escolar e escolar sofrem
uma perda auditiva temporária durante o ano letivo. De acordo com um
levantamento realizado no Centro de Controle e Prevenção de Doenças nos Estados
Unidos, constatou-se que 24,5 milhões de visitas a médicos tiveram como principal
causa a otite média.
As estatísticas comprovam que 76,95% de todas as crianças apresentaram
pelo menos um caso de otite antes dos 6 anos de idade, sendo que 50% tiveram um
caso antes de 1 ano e 75% antes de 2 anos.
Outros fatores apontados pelos autores como de risco para uma criança ser
propensa à otite, são: ser do sexo masculino, pertencer a uma classe de nível sócioeconômico baixo, ter história de otite média recorrente em irmãos, infecção precoce,
não ter recebido aleitamento materno, estar em creche e estar exposto à fumaça.
Este trabalho poderá contribuir para a prevenção e atendimento as crianças
na idade pré-escolar e escolar com otite média, esclarecendo os profissionais de
diversas áreas que atuam com esta clientela. Conscientizando os pais e a sociedade
como um todo, com o intuito de prevenir e amenizar o declínio do desempenho
comunicativo e social destas crianças.
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SUMARY
The objective of this theoretical research was to study the consequences of the otitis
in children in the school age and if the socieconomic level interferes in the
incidence of this pathology.
For so much, it was researched the anatom-phisiology of the audition, the
etiology, symptomatology and consequences.
Through this research, it was possible to detach some interesting aspects,
because approximately 80% of the children in the preschool and scholar ages suffer
a temporary auditory loss during the school yer. In agreement with a gathering
accomplished in the control and Prevention of Diseases Center in the United States,
it was verified that 24,5 million visits to doctors had as main cause the medium otitis.
The statistics show that 76,95% of all the children presented at least one
case of otitis before 6 years. 50% had a case before on year and 75%, before two
years.
Other factors pointed by the authors as of risk are: to be of the masculine sex, to
belong to a class of low socioeconomic level, to have history of medium
otitis in siblings, precocious infection, not to have nursing, to be
in
nurseries and to be exposed to the smoke.
This work can contribute to the prevention and attendance to the children in
the preschool and scholar ages with medium otitis, clarifying professionais from
several areas that act with this clientele. Becoming aware parents and the society as
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a whole, in order to prevent and to soften the decline these children’s talkative and
social acting.
5
Dedico este trabalho a minha filha Laura, por ensinar-me o
quanto é maravilhoso ser mãe.
6
Dedico este trabalho à meus pais por terem me incentivado na
formação profissional e me orientado a sempre buscar
os melhores ensinamentos.
7
Dedico este trabalho aos pacientes que me motivaram a
pesquisar sobre este assunto.
Agradeço aos professores do CEFAC que transmitiram o seu
conhecimento e em especial a professora Mirian
Goldenberg, por ter nos inspirado a arte da pesquisa e
orientado na execução deste trabalho.
8
Agradeço as minhas colegas de curso que com carinho e
amizade
me
incentivaram
neste
estudo,
pois
a
caminhada se faz mais rápida quando a compartilhamos
com alguém.
“Não seja impaciente!
Não tenha pressa em chegar ao fim.
Deixe que o tempo amadureça os frutos,
de modo que possa colhe-los amadurecidos.
Caminhe com segurança e constância, porque
tudo nos chegará na hora exata e mais oportuna
Os frutos amadurecidos à força não são tão
saborosos quanto os que amadurecem naturalmente
Saiba esperar com paciência e não desanime”.
(236p. PASTORINO C. T.)
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 1
2. DISCUSSÃO TEÓRICA ..................................................................................................................3
2.1. Anatomia e Filosofia da Audição....................................................................... 3
2.1.1. Orelha Externa ............................................................................................ 4
2.1.2. Orelha Média............................................................................................... 5
2.1.3. Orelha Interna ............................................................................................. 6
2.2. Classificação das Alterações Auditivas............................................................. 8
2.3. Otite Média........................................................................................................ 9
2.3.1. Definição ..................................................................................................... 9
2.3.2. Etiologia .................................................................................................... 11
2.3.3. Diagnóstico ............................................................................................... 12
10
2.3.4. Sintomatologia .......................................................................................... 13
2.3.5. Tratamento................................................................................................ 14
2.3.6. Classificação ............................................................................................. 15
2.3.6.1. Otite Média Aguda ................................................................................. 15
2.3.6.2. Otite Média Crônica................................................................................ 19
2.3.6.3. Otite Média Crônica Colesteatomatosa.................................................. 21
2.4. Incidência........................................................................................................ 23
2.5. Conseqüências ............................................................................................... 26
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..........................................................................................................30
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................................................32
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1. INTRODUÇÃO
A linguagem é um dos aspectos importantes do desenvolvimento da criança, e sua
aquisição mantêm íntima relação com múltiplos fatores, entre os quais destacam-se o biológico, o
afetivo e o social. Da adequada condições desses fatores e de sua interação será estabelecido este
processo que entende-se como comunicação.
Para aprender a falar, o ser humano precisa ter perfeitos órgãos sensoriais, motores e de
articulação, além de um processo normal de evolução do sistema nervoso. É a partir desses
elementos que ele desenvolve uma linguagem correta, clara e lógica, imprescindível à sua integração
social.
Tendo em vista a importância da linguagem, fica fácil avaliar a problemática vivida por
indivíduos portadores de alguma perda parcial ou total nessa área, produzindo um impacto
devastador na sua vida, tornando-o desajustado ao meio em que vive e provocando reflexos na sua
aprendizagem.
Um dos sentidos que possibilita que isto ocorra adequadamente é a audição e para tanto é
necessário a integridade do sistema auditivo.
A audição é uma sensação fundamental a vida, pois é a base da comunicação humana.
O órgão responsável pela audição é o ouvido, o qual encontra-se localizado na intimidade
do osso temporal e é composto pela orelha externa, orelha média e orelha interna. Dessas partes, a
mais importante é a última, pois sua porção anterior, a cóclea, abriga o órgão de corti, que é uma
estrutura mecano-receptora essencial à audição.
Portanto, o objetivo desta pesquisa é estudar a fisiologia da audição, os problemas
resultantes por otites e sua incidência em criança, afim de poder contribuir com este estudo para a
conscientização e orientação da população para maior controle dos fatores etiológicos aos distúrbios
da audição, pois a integridade deste sistema é importantíssima para o desenvolvimento normal da
fala e da linguagem.
Esta pesquisa teve como principal motivação o desejo de contribuir para a prevenção de
problemas auditivos ocorridos na infância, a fim de que estas crianças tenham uma melhor qualidade
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de vida, pois a integridade do sistema auditivo, constitui um pré-requisito para a aquisição e
desenvolvimento normal da linguagem.
Tendo em vista que os primeiros anos de vida de uma criança são críticos para o
desenvolvimento da fala e da linguagem, a prevenção ou a identificação de qualquer perda auditiva
nesta fase é importante.
De acordo com Santos, citado por Schochat (1996), aproximadamente 80% (oitenta por
cento) das crianças nas idades pré-escolares e escolar sofreram uma perda auditiva temporária
durante o ano escolar. Através de um levantamento realizado no Centro de Controle e Prevenção de
Doenças nos Estados Unidos, constatou-se que 24,5 milhões de visitas à médicos teve como
principal causa a otite média.
Estes dados justificam o interesse das áreas, dentre elas a Fonoaudiologia, em estudar este
assunto. Através da divulgação do conhecimento adquirido teoricamente, será possível colaborar
para uma melhor conscientização dos pais, professores, profissionais afins e a sociedade como um
todo, com o intuito de propiciar uma melhor qualidade de vida destes indivíduos.
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2. DISCUSSÃO TEÓRICA
O desenvolvimento normal da linguagem, possibilita a criança organizar e entender o
mundo que a rodeia, interagir com o meio, adquirir conhecimentos, compreender e transmitir
pensamentos.
Para que esta aprendizagem do processo da comunicação ocorra é necessário que certas
condições básicas estejam íntegras, como os fatores biológicos, afetivos e social.
A criança aprende ao receber informações através de seus sentidos, portanto, a integridade
do sistema auditivo é essencial para aquisição da fala e da linguagem.
2.1. Anatomia e Filosofia da Audição
A audição é uma sensação fundamental a vida, pois é a base da comunicação humana.
Azevedo, citado por Schochat (1996), relata que a integridade anátomo-fisiológica do sistema auditivo
tanto em sua porção periférica como central, constitui um pré-requisito para a aquisição e
desenvolvimento normal de linguagem. Durante o primeiro ano de vida ocorre o processo de
maturação do Sistema Auditivo Central.
Concomitantes com a maturação da função auditiva estão o desenvolvimento da fala e as
habilidades da linguagem (Santos, 1996).
O órgão responsável pela audição é o ouvido, o qual encontra-se localizado na intimidade
do osso temporal e divide-se em orelha externa, orelha média e orelha interna.
Santos e Russo (1991) referem que o ouvido tem como funções principais o equilíbrio e a
audição. Tanto um papel quanto o outro desempenhados por este órgão, são de vital importância
para o homem, pois o primeiro possibilita a sua locomoção e o segundo para que possa desenvolver
sua linguagem e realizar adequadamente o processo da comunicação oral.
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2.1.1. Orelha Externa
A orelha externa, segundo Costa, Cruz e Oliveira (1994), é formada pelo pavilhão e pelo
conduto auditivo externo. O pavilhão é formado por cartilagens cobertas por pele e sua finalidade é
coletar as ondas sonoras e dirigi-las para o meato auditivo externo. As principais funções desse
meato auditivo externo são: proteção e ressonância sonora.
A proteção é exercida pela cera
produzida por glândulas ceruminosas da pele do meato.
Santos e Russo (1991) referem que o conduto auditivo externo tem como função principal
conduzir o som até a membrana timpânica. Serve também para estabelecer comunicação entre o
ouvido médio e o meio externo.
O meato auditivo externo tem 2.5 cm de comprimento e termina na membrana timpânica.
A membrana timpânica encontra-se na porção final do conduto auditivo externo, separandoo do ouvido médio. É uma estrutura delgada, côncava, semitransparente, tem a forma de um cone
cujo ápice está voltado para dentro do ouvido médio. Mede aproximadamente 1,5 cm de diâmetro e
está dividida em duas partes: uma tensa, que ocupa a maior área e é constituída por quatro camadas
de tecido e a parte flácida ou membrana de Scharapnell, que ocupa a porção mais superior da
membrana e é constituída por duas camadas de tecidos. Está firmemente fixada a parede do conduto
auditivo externo por um anel de tecido fibroso denominado anel timpânico.
Segundo Hungria (1988), a membrana do tímpano é comparável à placa rígida de um
microfone que funciona por pressão, pois recebe vibrações acústicas de um só lado, transmitindo-as
à cadeia ossicular. Além de sua função vibratória, a membrana do tímpano desempenha também o
papel de anteparo protetor da janela redonda, de modo que as ondas sonoras atingem a membrana
desta janela com a pressão acústica reduzida ao mínimo e em oposição de fase em relação as ondas
sonoras que chegam à janela oval.
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2.1.2. Orelha Média
Santos e Russo (1991) descrevem que a cavidade timpânica ou orelha média é um espaço
dentro da porção petrosa do osso temporal preenchido por ar, com o formato irregular e medindo, no
seu diâmetro vertical, 15mm, e na horizontal, 6mm, apresenta seis paredes que são praticamente
paralelas entre si, dando a esta cavidade um formato de cubo alongado.
Costa, Cruz e Oliveira (1994) relatam que na orelha há três elementos importantes para a
transmissão sonora: a trompa de Eustáquio, os músculos timpânicos e o sistema timpânico ossicular.
A trompa de Eustáquio, segundo os mesmos autores, é o canal que comunica a nasofaringe
com a orelha média, permitindo a entrada de ar nessa cavidade e igualando as pressões do lado
externo e interno, deixando a membrana timpânica livre para vibrar.
A maioria das infecções da orelha média derivam de infecções nasais que se propagaram
pela trompa de Eustáquio.
Os músculos timpânicos são: o músculo tensor do tímpano e o músculo do estribo. Quando
o ouvido recebe sons de grande intensidade, estes músculos se contraem, aumentando a resistência
a transmissão sonora de sons graves, havendo uma queda de aproximadamente 30 db de
intensidade devido à maior rigidez da cadeia ossicular, protegendo assim o ouvido interno e as
células do órgão de corti contra lesões.
O sistema tímpano-ossicular, de acordo com Costa, Cruz e Oliveira (1991), é formado pela
membrana timpânica, martelo, bigorna e estribo, de tal modo interligados que transmitem as
vibrações da membrana timpânica à janela oval.
Este sistema tímpano-ossicular é um
transformador de energia, cuja finalidade é igualar as impedâncias do ouvido médio e interno para
uma transmissão sonora efetiva, que ocorre através de dois mecanismos: hidráulico e de alavanca.
Os efeitos hidráulicos e de alavanca, conjunta e aumentam a pressão sonora de 22 vezes,
equivalente a um aumento de 30 db, permitindo assim, que toda a energia sonora que chega à
membrana timpânica atinja a base do estribo, perilinfa e o órgão de Corti.
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2.1.3. Orelha Interna
A orelha interna, de acordo com Hungria (1988), é o segmento do aparelho auditivo em que
a vibração sonora se transforma em estímulo nervoso específico ao nível do órgão de Corti de onde é
conduzido aos centros corticais da audição, em que se consuma o fenômeno consciente da sensação
sonora. Enquanto o ouvido externo, o ouvido médio e os líquidos labirínticos constituem o aparelho
transmissor das ondas sonoras, o órgão de Corti é o aparelho receptor e analisador do som.
Santos e Russo (1991) relatam que o ouvido interno está contido na porção petrosa do osso
temporal; constitui-se por uma série de canais e passagens dentro do osso que recebeu o nome de
labirinto ósseo. O labirinto ósseo apresenta as seguintes porções: vestíbulo, cóclea e três canais
semicirculares: aqueduto coclear, aqueduto vestibular e meato acústico interno. É preenchido por um
líquido denominado perilinfa, que apresenta maior concentração de sódio.
Dentro do labirinto ósseo encontramos uma série de ductos membranosos onde estão
alojadas as estruturas sensoriais de recepção dos estímulos auditivos e posturais e está também
preenchido por um líquido denominado endolinfa, que apresenta maior concentração de potássio. O
labirinto membranoso é constituído pelas seguintes estruturas: ducto e saco endolinfático, sáculo,
utrículo, ductos semicirculares e ducto coclear.
A cóclea, segundo as mesmas autoras, se constitui de um cone achatado, formado por 2 ou
3 voltas enroladas em torno de um eixo ósseo central denominado modíolo. Dentro do modíolo
encontra-se vasos que irrigam a cóclea, as fibras nervosas do ramo coclear, as fibras nervosas do
nervo vestíbulo-coclear e o gânglio espiral. Esse osso imite projeções ósseas ao seu redor, que
recebe o nome de lâmina espiral óssea.
É dividida pelo labirinto membranoso em três partes ou rampas: timpânica, média ou coclear
e vestibular.
As rampas timpânicas e vestibular são preenchidas por perilinfa e desempenham um papel
importante na transmissão mecânica da energia sonora para as estruturas sensoriais contidas na
rampa média. Estabelecem contato no ápice da cóclea em uma região denominada helicotrema,
permitindo que as ondas produzidas pelo estribo na perilinfa do vestíbulo possam ser transmitidas
para a rampa vestibular e timpânica.
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A rampa vestibular está em contato direto com o vestíbulo, enquanto que a rampa timpânica
está em contato com o ouvido médio através da membrana da janela redonda.
O ducto coclear ou rampa média se encontra em contato direto com a parede óssea da
cóclea, cápsula ótica ou labirinto ósseo, ligando a lâmina espiral óssea ao ligamento espiral. E, dessa
forma delimitando o espaço da rampa timpânica, encontra-se a membrana basilar. Superiormente a
rampa média é delimitada pela membrana de Reissner, que separa o ducto coclear da rampa
vestibular.
Segundo Santos e Russo (1991), é sobre a membrana basilar que se encontra o órgão
sensorial da audição ou órgão de Corti, que é constituído pelas células ciliadas sensoriais (internas e
externa) e por células de sustentação.
Sobre as células ciliadas internas e externas encontra-se uma membrana gelatinosa que
recebe o nome de membrana tectória e tem um papel importante na estimulação dos ciclos destas
células toda vez que a onda sonora atinge o ducto coclear.
Costa, Cruz e Oliveira (1991) acrescentam que as células ciliadas externas constituem o
amplificador coclear, sendo importantes no mecanismo de amplificação do estímulo para determinar o
funcionamento das células ciliadas internas, que seriam as unidades receptoras e codificadoras
cocleares e teriam como papel importante na seletividade frequêncial da cóclea.
Os mesmos autores descrevem o processo de transdução mecano-elétrica do seguinte
modo: o som determinaria a oscilação da membrana basilar alternadamente em direção à rampa
superior e inferior da cóclea, a membrana tectorial vai se colocar com padrão diferente da membrana
basilar, estes descolamentos destas membranas determinarão o aparecimento de forças tangenciais
sobre os ciclos das células ciliadas externas provocando a inclinação deles, pois estão em contato
com a membrana tectorial. Essa inclinação dos cílios determina a abertura dos canais de potássio
com conseqüente entrada de potássio na célula e essa para despolarização determina o
aparecimento de fenômenos elétricos nas células ciliadas.
Em seguida, há liberação dos
neurotransmissores e a formação de uma mensagem sonora codificada em impulsos elétricos, que é
transmitida ao sistema nervoso central pelo nervo acústico.
Costa, Cruz e Oliveira (1991) relatam que as fibras aferentes primárias que vêm do gânglio
espiral do órgão de Corti chegam ao núcleo coclear ventral e dorsal, fazendo sinapse nesses núcleos
do bulbo. Do núcleo coclear ventral, fibras nervosas dirigem-se para o complexo olivar dos dois lados,
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onde outra sinapse ocorre. O complexo olivar de cada lado recebe fibras dos dois ouvidos. Nesse
nível, portanto, já pode ocorrer comparação das características sonoras que chegam aos dois
ouvidos, para detecção da direção do som. Do núcleo coclear dorsal partem fibras que se dirigem
para o lado oposto fazendo sinapse no núcleo do lemnisco lateral.
Deste parte fibras que se
projetam para o colículo inferior, sendo algumas delas cruzadas. Do colículo inferior as fibras passam
ao corpo geniculado medial sem cruzar e daí ao córtex auditivo no lobo temporal.
Na cadeia neoronal das vias auditivas, da cóclea ao colículo inferior, a informação sensorial
sofre um processamento crescente, pela sintonia das unidades nervosas, pela maior complexidade
das respostas e pela maior participação de informações do ouvido contralateral. As vias auditivas
enviam projeções ao sistema reticular ativador e ao cerebelo. (Costa, Cruz e Oliveira, 1991)
2.2. Classificação das Alterações Auditivas
Azevedo, citado por Schochat (1996), refere-se que os distúrbios da audição, podem
interferir na aquisição e desenvolvimento da linguagem alterando o desenvolvimento social, psíquico
e educacional da criança.
Northern e Downs (1989) referem que é urgente atacar os problemas
auditivos das crianças, pois a prevenção da perda auditiva infantil protege o direito
das crianças à sua condição humana essencial, que repousa sobre a função ótima
da linguagem.
As perdas auditivas, de acordo com Santos e Russo (1991), podem ser
divididas em: condutivas, neurosensoriais, mistas, centrais e funcionais.
Segundo as mesmas autoras, são consideradas perdas condutivas aquelas
que resultam de patologia que atingem a orelha externa e ou média, reduzindo,
dessa forma, a quantidade de energia sonora a ser transmitida para o ouvido
interno.
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As perdas neurosensoriais são aquelas que resultam de distúrbios que
comprometem a cóclea ou o nervo coclear (VII par).
As perdas auditivas mistas são aquelas onde aparecem componentes
condutivos e neurosensoriais em um mesmo ouvido.
Por perda auditiva central entende-se aquela que atinge a via auditiva
central, ou seja, a porção do nervo coclear e de suas conexões, que se encontram
entre o núcleo coclear e o córtex do lobo temporal. As perdas auditivas funcionais
são aqueles pacientes cujo comportamento auditivo, não corresponde aos limiares
tonais apresentados.
2.3. Otite Média
A otite média, em suas diferentes formas e manifestações, tem sido muito
pesquisadas especialmente quando se refere a populações infantis, consideradas
como de maior risco para esta patologia.
2.3.1. Definição
Santos, citado por Schochat (1996), refere que a otite média é uma da
doenças infecciosas mais comuns nas crianças É definida como uma inflamação da
orelha média que pode ser causada por diversos fatores: infecção (viral ou
bacteriana), disfunções da tuba auditiva, depressão do estado imunológico, alergias,
problemas ambientais e, em alguns casos, problemas sociais.
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A maior incidência de otite média ocorre em crianças pequenas e bebês, isto
pode ser explicado pela imaturidade do sistema imunológico e também pela
imaturidade estrutural e funcional da tuba auditiva.
Para Kirk e Gallagher (1991), a otite média refere-se a infecções que
provocam acúmulo de fluído no ouvido médio. Se a condição for crônica ou não for
tratada, pode causar perdas auditivas de leves a moderadas, pois a condução do
som através do ouvido médio é perturbada.
Segundo Costa, Cruz e Oliveira (1994), a otite média é definida como um
processo inflamatório da fenda auditiva e representa uma das doenças infecciosas
mais prevalentes, constituindo-se em um problema de saúde pública de caráter
mundial.
O impacto sócio e econômico dessa afecção é imenso devido ao processo
inflamatório em si, ao comprometimento do estado geral e à perda funcional auditiva,
reversível ou não, que quase sempre carrega consigo.
Hungria (1998) complementa que as otite médias, são desencadeadas, na
sua quase totalidade, em virtude de infecções das fossa nasais, cavidades sinusiais,
paranasais e rinofaringe, propagadas ao ouvido médio através da tuba auditiva ou
trompa de Eustáquio, e excepcionalmente, podem decorrer de perfurações
traumáticas da membrana do tímpano através do meato acústico externo ou de
infecções hematogênicas.
Katz (1989) refere que a otite média aguda freqüentemente está associada à
infecção respiratória, que ascende pela tuba auditiva. As bactérias que mais
comumente causam otite média aguda são estreptococos, pneumococos ou
heamophilus influenzae.
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Northern e Downs (1989) dividem a otite média em categorias gerais que
são: otite média sem efusão, com efusão e com perfuração da membrana timpânica.
Podem ser classificadas em aguda (o –21 dias), subaguda (de 22 dias à 8 semanas)
e crônica (mais de 8 semanas). Na otite média com efusão ou na otite média com
perfuração, o fluído ou secreção pode ser caracterizado como seroso, purulento ou
mucosos.
2.3.2. Etiologia
Quanto à etiologia, os mesmos autores referem que podem ser isoladas
bactérias na secreção do ouvido médio em até 80% dos casos, sendo que o
streptococus pneumonie é o agente etiológico mais comum em todas as faixas
etárias, 30 à 40% dos casos, haemophilus influenzae é responsável por 20% dos
casos, e outras bactérias são responsáveis por uma parcela menor dos casos de
otite média aguda.
Santos e Russo (1991) referem que a causa básica da otite média aguda é a
quebra deste mecanismo fisiológico, e isto se inicia com a disfunção da tuba
auditiva, causada por fatores diversos como: adenóides hipertrofiados, reações
alérgicas, obstrução nasal, infecções das vias aéreas superiores e outros.
Para Northern e Downs (1989), a disfunção da trompa de Eustáquio tem sido
considerada como fator significativo no desenvolvimento da otite média.
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2.3.3. Diagnóstico
O diagnóstico, segundo as autoras, baseia-se em manifestação clínica,
exames físicos da membrana timpânica,
possivelmente impedânciometria e
audiometria de rotina.
Segundo Duncan, Schmidt e Giugliani (1996), o diagnóstico é feito por meio
da otoscopia. Na otite média aguda, a membrana timpânica encontra-se alterada,
podendo haver hiperemia, opacidade e abaulamento, com diminuição ou ausência
aneumático, é possível verificar a mobilidade do tímpano e sua diminuição indica
presença de líquido no ouvido médio ou pressão anormal do mesmo. O
abaulamento da membrana timpânica é sinal mais indicativo de otite média aguda
supurada.
A otite média aguda, de acordo com os mesmos autores, se não tratada
adequadamente, pode trazer complicações passíveis de seqüelas. Entre as
complicações incluem-se perfuração da membrana timpânica, mastoidite, meningite,
abcessos cerebral, labirintite, colesteatoma, paralisia do nervo facial e tromboflebite
cerebral. Com o uso adequado da terapia antimicrobiana, a maioria das
complicações supurativas é rara. A perda da audição, temporária ou persistente, é
uma das seqüelas mais prevalentes. Existe uma preocupação avante aos atrasos de
linguagem nas crianças que apresentam episódios de otite no período crítico de
aquisição da linguagem.
Costa, Cruz e Oliveira (1994) referem que o diagnóstico da otite média
aguda é especialmente fácil em adultos, em crianças pequenas e recém-nascidas às
vezes fica muito difícil, devido as dificuldades anatômicas e a falta de colaboração
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das crianças. No adulto, a história é sempre clara e específica, variando os sintomas
de acordo com a forma clínica ou estágio da doença.
2.3.4. Sintomatologia
Conforme estudo realizado foi observado que a otalgia, autofonia e
hipoacusia são os sintomas mais comuns que podem aparecer isolados ou em
conjunto, precedidos ou concomitantes com infecções respiratórias da otite média
aguda.
Os sintomas específicos da otite média, segundo Northen e Downs (1989)
são: otalgia, prurido ou dor em pontadas, otorréia, hipoacusia e perturbações do
equilíbrio. E citam como sintomas sistêmicos: febre, sono, agitação, irritabilidade e
algum desconforto.
Na criança, dependendo da idade, as queixas podem não ser tão
específicas, aparecendo em forma de febre, irritabilidade, choro intenso ou
moderando, anorexia, diarréia e vômitos. Em alguns casos, a criança ao mamar
deixa subitamente o seio ou a mamadeira em razão de dor à sucção e à deglutição.
Otorréia pode-se seguir ao quadro acima ou aparecer inesperadamente e significa
quase sempre perfuração timpânica com drenagem de material do ouvido médio.
Hungria (1988) complementa a sintomatologia referindo que o quadro de
otite média aguda pode evoluir e se curar sem que se verifique perfuração da
membrana do tímpano, como também, pode verificar-se evolução no sentido de
perfurar a membrana timpânica, constituindo a otite média aguda simples perfurada,
que a dor é mais intensa, com irradiações para a mastóide e região temporal, com
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freqüência acompanhada de pulsações auriculares sincrônicas com os batimentos
cardíacos, reveladoras de empiema da caixa de tímpano.
Finalmente, há indícios cada vez mais seguros de que a otite média
prejudica o desenvolvimento das habilidades cognitivas das crianças, alterando
negativamente seu comportamento.
2.3.5. Tratamento
Quanto ao tratamento da otite média aguda, Hungria (1988) refere que
consiste em aplicações do calor úmido e brando sobre o ouvido e analgésicos, ao
mesmo tempo em que se deve recomendar ao paciente para não assoar o nariz com
força, de modo a evitar agravações da otite e repercussão dolorosa no interior do
ouvido. Em alguns casos também é indicada a paracentese na metade inferior da
membrana timpânica de modo a precipitar a drenagem de exsudatos, retidos sob
pressão no interior da caixa do tímpano. No lactante, faz-se sempre a paracentese
sob controle microscópico, antibióticos, podem se fazer necessário quando há
temperatura elevada, dor intensa e agressão ao estado geral.
Northern e Downs
(1989) presumem cinco procedimentos usados
atualmente na prevenção da otite média: adenoideotomia acompanhada ou não de
amigdalectomia, profilaxia antimicrobiana; uso de timpanostomia com colocação de
tubo, reduziu significativamente o número de casos de otite média purulenta; uso
liberal da miringotomia como tratamento adjunto aos antimicróbicos e a
administração de vacina antipneumocócica polivalente.
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Kirk e Gallagher (1991) referem que não se deve neglicenciar o tratamento
imediato da otite média e a avaliação cuidadosa na fase pré-escolar no caso de
suspeita de perda auditiva.
2.3.6. Classificação
De acordo com o estudo realizado foi possível observar diversas
classificações da otite média.
2.3.6.1. Otite Média Aguda
Segundo Costa, Cruz e Oliveira (1994), o “Committee on Definitionand
Classification of Otitis Média”, procura uniformizar a classificação da otite média
aguda e é ela que será tomada como base: otite média aguda sem efusão e com
efusão.
Na otite média aguda sem efusão ou não supurativa existe um processo
inflamatório da mucosa do ouvido médio, porém, sem formação de nenhuma coleção
líquida na caixa timpânica, seja serosa, mucoide ou purulenta. Pode advir de uma
obstrução tubária com ou sem participação de agente infeccioso viral ou bacteriano.
A sintomatologia pode limitar-se a uma sensação de plenitude auricular ou
otalgia mais ou menos intensa e em geral, é coincidente com infecções respiratórias,
especialmente virais, como a gripe.
A otoscopia mostrará maior ou menor hiperemia da membrana timpânica
com mobilidade normal ou revelando discreta espessamento.
15
Essa forma clínica pode curar espontaneamente ou evoluir para um quadro
de otite média aguda com efusão na forma serosa ou purulenta. Não deve existir um
tratamento padronizado para tal situação.
A otite média aguda com efusão, segundo os mesmos autores, pertence à
patologia desse grupo a presença de coleção líquida na caixa timpânica: serosa,
supurativa ou necrosante.
A otite média aguda serosa caracteriza-se pela presença de fluído na caixa
timpânica com aspecto seroso, transparente e com freqüência citrino. É tipicamente
iniciada por uma obstrução tubaria. A queixa principal é de plenitude auricular,
autofonia e freqüentemente hipoacusia. Esses sintomas costumam melhorar com a
mudança de posição da cabeça do paciente por mobilização do fluído para fora do
miolo da janela redonda, que na postura supina fica ocupada. A otoscopia pode
mostrar aspectos diferentes da membrana timpânica, ou seja, opaca; retraída e com
mobilidade diminuída à otoscopia pneumática.
A impedânciometria mostra uma curva timpanométrica plana com ou sem a
presença de reflexos estapedianos. Em geral curam espontaneamente quando a
infecção respiratória desaparece, ou pode persistir exigindo auxílio terapêutico. O
tratamento desse tipo de condição é controvertido.
Para Santos, citado por Schochat (1996), a presença de otite média
secretora ou serosa pode resultar em audiometrias que variam de 0 à 55 DBNA.
A autora refere que a criança pode ser considerada um ouvinte normal ou
apresentar uma perda leve à moderada e que a perda condutiva, mesmo leve, pode
produzir uma sensação de abafamento do som o que não ocorre na perda auditiva
neurossensorial do mesmo grau. Esta alteração na qualidade da audição da criança
16
faz com que ela, além de sentir dificuldade para ouvir, tenha dificuldade para
perceber a riqueza de detalhes que uma informação pode trazer.
Segundo Sebastian (1986), a otite média secretora ou serosa, é comum
entre os 4 e 10 anos, ainda que exista nas demais idades, porém em menos
proporção. Refere que a audiometria tem muita importância nestes casos. Podem
ser crianças com doenças de ouvido vagas e repetidas, com queda da audição,
podendo encontrar hipoacusia ao redor de 40 à 45 db. Na impendânciometria indica
curva tipo C ou B, quando existe também um problema da tuba auditiva.
A otite média aguda supurativa, segundo Costa, Cruz e Oliveira (1994), se
caracteriza pela presença de pus na caixa timpânica por contaminação bacteriana,
com grandes alterações da mucosa do ouvido médio. Pode instalar-se rapidamente,
em geral, no decorrer de uma infecção respiratória ou ser parte de uma seqüência
das
formas
anteriormente citadas. Na criança pode aparecer de forma
surpreendente pouco sintomática, já no adulto, a dor profunda no ouvido é o
principal sintoma, seguido da sensação de ouvidos tapados, hipoacusia, astemia,
cefaléia e febre. Tonturas com ou sem nistagmos podem ocorrer e servirão de sinal
de alarme para uma labirintite. Nas crianças a febre é em geral alta com choro
intenso, irritabilidade, anorexia, diarréia e vômitos.
A otoscopia mostrará uma membrana timpânica mais
ou menos
hiperemiada, espessurada em sua translucidez, podendo estar abaulada para fora
por pressão intratimpânica. A otoscopia pneumática mostrará uma membrana com
mobilidade prejudicada. As vezes, a infecção pode adquirir características mais
agressivas, invadir e destruir a trabiculação da mastóide, tornando-a uma cavidade
única. O tratamento tem nos antimicrobianos seu aliado mais importante. As otites
17
supurativas adquirem um caráter recidivante muito freqüente, recebendo a
denominação de otites de repetição.
Para Costa, Cruz e Oliveira (1994), a otite média aguda necrotizante é
apenas uma variante da forma anterior, quando se instala em pacientes
imunologicamente debilitados, como é o caso de crianças portadoras de sarampo,
escarlatina, varicela, coqueluche e outras em geral causada pelo Streptococus
pyogenes se caracteriza pela rapidez de instalação, abundante supuração e grande
destruição dos tecidos. Pode acontecer necrose da cadeia ossicular. A otoscopia em
geral já surpreende uma perfuração timpânica grande ou total, as vezes com
exposição do cabo de martelo. O tratamento antibiótico é o mesmo da otite média
aguda supurada havendo no entanto, indicação do uso de gotas auriculares
antibióticas e acompanhamento do paciente com freqüentes aspirações. Trata-se de
uma doença mais freqüente entre as comunidades de condições socio-econômicas
baixas.
Jerger e Jerger (1989) descrevem a padrão audiológico geral da otite média
que caracteristicamente mostram perda auditiva condutiva bilateral. O grau de perda
está tipicamente entre 20 dBNA, podendo ocorrer variações no grau da perda nos
diferentes estágios da doença, sendo que nos estágios iniciais pode ocorrer audição
normal e nos estágios mais avançados da otite média pode ocorrer perda auditiva
maior que 40 dBNA. A curva audiométrica pode variar com o progresso da doença.
Os valores de inteligibilidade de fala geralmente são normais. A impedânciometria
caracteristicamente mostra timpanogramas anormais, medidas de complacência
estática reduzidas e ausência de reflexos, em pacientes com membranas timpânicas
intactas. Nos pacientes com membranas timpânicas perfuradas avaliam a habilidade
18
para sustentar ou retirar pressão negativa ou positiva induzida na cavidade do
ouvido médio, com ou sem deglutição.
2.3.6.2. Otite Média Crônica
A otite média crônica simples, segundo Hungria (1988), e quase sempre secundária a uma
otite média aguda necrosante, que se caracteriza por um grau de moderada intensidade e cessa,
geralmente, pela restauração dos tecidos inflamados a um estado de quase normalidade, mas
deixando como seqüela uma perfuração da parte tensa da membrana timpânica. As lesões a
mucosas, podem ser irreversíveis em determinados pontos e a cura espontânea. Quando se verificar
, faz-se por intermédio de reparação fibrosa cicatricial.
Northern e Downs (1989) referem que a otite média crônica na maioria das
vezes instala-se na infância, entre os 5 e os 10 anos de idade.
A otite média crônica, de acordo com Costa, Cruz e Oliveira (1994, tem sido
definida como um processo inflamatório crônico, localizado na fenda auditiva,
associado ou não a uma perfuração da membrana timpânica e a otorréia crônica.
Ao contrário da otite média aguda, em que o processo inflamatório se desenvolve
subitamente e a resolução é de forma rápida e completa, a otite média crônica
geralmente está associada a quadros inflamatórios mais insidiosos, persistentes e
destrutivos.
Quanto à etiologia, para os mesmos autores, algumas das principais
situações que iniciam a instalação de um processo inflamatório crônico no ouvido
médio são: otite média de repetição, otite média aguda necrotizante, trauma, fatores
socio-econômicos e geográficos. Tais como desnutrição, higiene inadequada, baixa
qualidade de moradia e grande densidade demográfica.
19
Quanto ao diagnóstico, o portador de otite média crônica supurativa
apresentará uma história de pelo menos alguns meses de evolução, referindo uma
otorréia intermitente, inodora, que se acentua quando há penetração de água ou
quando ocorrem resfriados. Raramente haverá dor, a não ser em surtos de
reagudização importantes. Sendo a patologia bilateral, a queixa de hipoacusia
poderá ser referida ou deduzida no caso de criança que apresentem mau
desempenho escolar, assista a televisão com volume alto, etc. Excepcionalmente
haverá relato de tontura e, esporadicamente, em adultos poderá ocorrer zumbido.
A audiometria, segundo os autores supra-citados, revelará uma disacusia
condutiva de grau variável, dependendo do tempo de evolução e da severidade de
cada caso.
O
tratamento
clínico
da
otite
média
crônica
simples
é
usado
antibioticoterapia sistêmica e limpeza local são as medidas mais eficazes no controle
da infecção local.
Costa, Cruz e Oliveira (1994) referem que a otite média crônica, trata-se de
otite crônica de etiologia específica, causada pelo bacilo da tuberculose.
A infecção do ouvido médio parece processar-se através da tuba, mesmo
que a infecção pulmonar ainda esteja inaparente.
O quadro clínico, à semelhança do quadro pulmonar, tem característica
insidiosa e indolor no início. Há edema da mucosa do ouvido médio e a membrana
timpânica pode apresentar perfuração rapidamente, proporcionando a saúde de
material líquido fino, esbranquiçado e inodoro. O quadro segue um curso insidioso e
crônico, que repercute pouco sobre o estado geral e responde mal ao tratamento
clínico dirigido a uma infecção crônica bacteriana.
20
Hungria (1988) refere que pode-se encontrar na O.M.T. surdez do tipo misto,
de transmissão e neurossensorial, esta última traduzindo impregnação tóxica do
órgão de Corti. O tratamento consiste na cura da lesão primária e nos curativos antisépticos
locais,
sendo
que
atualmente
a
estrepotomicina
e
o
ácido
paraminossalicílico vieram melhorar extraordinariamente o prognóstico. Nos casos
em que surgem complicações, paralisia facial e mastoidite, está indicada a cirurgia
para a remoção dos sequestros ósseos.
2.3.6.3. Otite Média Crônica Colesteatomatosa
Katz (1989) refere que a otite média crônica colesteatomatosa, em alguns
casos, estão associados a longos períodos de pressão negativa na orelha média e
infecções recorrentes, podendo encontrar um cisto, chamado colesteatoma.
Costa, Cruz e Oliveira (1994) definem os colesteatomas como estruturas
císticas revestidas por epitélio escamoso estratificado, repousando sobre um
estroma fibroso de espessura variável, o qual pode conter alguns elementos do
forro mucoso original.
Os colesteatomas, segundo Katz (1989), são formados por detritos epitélicus
e seu tamanho aumenta lenta e provocam a erosão do osso com o qual entram em
contato e podem produzir sérias complicações intracranianas, se provocarem a
erosão da dura-mater da fossa, média ou posterior do seio lateral ou invadirem o
canal semicircular lateral. Também pode produzir uma paralisia facial, se o nervo
facial for atingido na orelha média ou mastóide. Geralmente, há história de otorréia
por muitos anos e, em geral, seu odor é fétido. Pode ocorrer tontura ou vertigem
21
verdadeiro, se o canal semicircular lateral for atingido. Freqüentemente, os
colesteatomas destroem as estruturas ossiculares.
Costa, Cruz e Oliveira (1994) referem que os colesteatomas podem ser
classificados, de acordo com sua provável etiologia, em duas categorias: congênitas
e adquiridas. Os colesteatomas congênitos, são encontrados em quatro regiões
dentro do osso temporal: tímpano mastóide, ápice petroso, ângulo ponto-cerebelar e
forame jugular.
Os colesteatomas adquiridos, por sua vez são divididos em dois subgrupos,
dependendo de estarem ou não associados a otites médias prévias: primárias, ou
seja, sem história prévia de otite média, desenvolvem a partir de uma retração da
membrana timpânica. E secundárias, formados a partir da migração do epitélio
procedente do conduto auditivo externo através de uma perfuração marginal da
membrana timpânica.
Segundo os mesmos autores, os colesteatomas normalmente estão
associados a histórias de patologias otológicas de longa duração e com quadros
clínicos insidiosos, cujas achados mais característicos são a otorréia crônica e a
perda auditiva também pode ocorrer sangramento, otalgia, vertigem e cefaléia.
Katz (1989) refere que dependendo da extensão do colesteatoma, de sua
localização e das estruturas comprometidas, a perda auditiva pode variar de leve a
total. As vezes, um dos componentes da cadeia ossicular pode estar destruídos e,
ainda assim, a audição continuar em níveis razoáveis, bons, porque o colesteatoma
forma uma ponte sobre esta interrupção e auxilia a transmissão do som.
Quanto ao tratamento das otites médias crônicas colesteatomatosas é
primariamente cirúrgico. De acordo com os vários autores estudados foi possível
relatar diferentes classificações das otites médias.
22
2.4. Incidência
Conforme revisão bibliográfica, muitos aspectos tem sido apontados em
relação a incidência da otite média, considerando fatores como faixa etária mais
comprometida, sexo mais atingido em relação a época do ano e fatores de risco.
A incidência da otite média, segundo os autores, é mais comum nos
primeiros anos de vida.
Os diferentes estudos nessa área consideram como fatores predisponentes
no desenvolvimento da patologia de ouvido médio, condições tais como moradias
populosas (Anderson e Wednemberg, 1970), antecedentes familiares, estado
nutricional e alterações climáticas. E mostrou ser em função da idade, sexo, raça
(maior em branco que negro, maior em meninos), fatores genéticos e sócioeconômicos.
Assim sendo, pode-se verificar que as condições sócio-econômicas e
culturais cooperam para fazer da populações de baixa renda, uma população alvo
para problemas de saúde em geral e, em particular, para problemas de ouvido
médio.
As estatísticas da incidência de otite média são impressionantes: 76,95% de
todas as crianças apresentaram pelo menos um caso de otite antes dos 6 anos de
idade, 50% das crianças tiveram um caso antes de 1 ano e 75% antes de 02 anos.
Costa, Cruz e Oliveira (1994) referem que apesar de todas as faixas etárias
serem atingidas por essa doença, a população alvo é a infantil, com um pico de
prevalência máxima entre os 06 e os 36 meses coadjuvado por um outro pico de
menor amplitude entre os 04 e os 07 anos. Estima-se que 95% de todas as crianças
23
nos E.U.A. tenham tido uma ou mais infecções do ouvido médio antes de completar
05 anos de idade.
Kirk e Gallagher (1991) referem que a otite média é uma das doenças
infantis mais comum, atacando uma em cada 8 crianças que ocorra seis ou mais
vezes antes dos 6 anos.
De acordo com Santos, citado por Schochat (1996), aproximadamente 80%
das crianças nas idades pré-escolar e escolar sofreram um perda auditiva
temporária durante o ano escolar. Através de um levantamento realizado no Centro
de Controle e Prevenções de Doenças, nos Estados Unidos, constatou-se que 24,5
milhões de visitas a médicos teve como principal causa a otite média.
Segundo a autora, alguns fatores têm sido apontados como de risco para
uma criança ser propensa à otite, como: - sexo masculino, história de otite média
recorrente em irmãos, infecção precoce, não ter recebido aleitamento materno, estar
em creche e exposição à fumaça de cigarro em casa.
A população institucionalizada, como em creches, torna-se um grupo de
características semelhantes, à medida que as crianças permanecem por longo
período de tempo em um mesmo ambiente e sob as mesmas condições ambientais
de alimentação, de higiene e de saúde. Esses fatores são agravantes para
problemas respiratórios e consequentemente problemas auditivos (ventilação
auditiva deficiente, contaminação e manutenção deste quadro por períodos
maiores).
O maior ou menor período de amamentação foi considerado como outro
fator importante na determinação da ocorrência e duração de episódios de otite
média.
24
INGVARSON.et al (1982) referem-se a mais alta taxa de incidência da otite
aguda na faixa etária de 6 a 11 meses, considerando que o risco negligível anterior a
esta faixa pode estar associado ao efeito protetor da imunoglobulina maternal e a
menor exposição a infecções do trato respiratório superior.
Segundo o autor, em estudo prospectivo da otite média em crianças relatam
a influência da variação sazonal na ocorrência da otite média aguda verificando
maior número de casos no período crítico de inverno.
BILES et al (1980) referem-se a maiores proporções de crianças que
experienciaram episódios recorrente de otite média naquelas nascidas no período de
verão e início de outono, sugerindo que, o fato de atingirem a idade de seis meses
no período de médio inverno favoreceu a aquisição de infecções do trato
respiratório, associada a perda de proteção materna de anticorpos e à maior
exposição junto a outras crianças.
Para Duncan, Schmit e Giugliani (1996), entre os fatores que contribuem
para uma maior incidência de otite média aguda em crianças pequenas incluem-se a
anatomia da tuba auditiva (relativamente mais curta e menos angulada no lactente),
menor quantidade e rigidez do apoio cartilaginoso da trompa, tecido linfóide
relativamente hipertrofiado e freqüência aumentada de infecção das vias aéreas
superiores nesta faixa etária. Além disso, a incidência de otite média aguda é maior
em portadores de alergia respiratória, processos gripais de repetição, fissura palatina
(reparada ou não), síndrome de Down, fibrose cística, descinesia mucociliar e
imunodeficiência.
Tem sido evidenciado o papel protetor exercido pelo leite materno contra
episódios de otite média aguda e de otite média recorrente.
25
Para os autores, a otite média aguda está intimamente relacionada com a
disfunção da tuba auditiva. A permeabilidade aumentada a tuba, pode levar a otite
média de refluxo pela passagem de secreções nasofaríngeas não desejáveis para o
ouvido médio. A obstrução da tuba auditiva levam a uma pressão negativa no ouvido
médio fazendo com que a mucosa do ouvido produza uma secreção (otite secretora)
que pode contaminar se entrar em contato com secreções da nasofaringe. O assoar
do nariz, o espirro, o choro e a deglutinação com as narinas obstruídas facilitam a
passagem de secreção da nasofaringe para o ouvido médio.
2.5. Conseqüências
Em relação às complicações e seqüelas das otites médias, Costa, Cruz e
Oliveira (1994) relatam que as complicações podem ser divididas em dois grandes
grupos: complicações intratemporais e extratemporais. As intratemporais incluem
perfurações da membrana timpânica, hipoacusia de condução ou neurossensorial
(ou suas combinações), lesões ossiculares, paralisia facial, mastoidite, labirintite e
petrosite. As extratemporais podem ser divididas em intracranianas (abcesso
estradural, subdural ou cerebral, meningite, tramboflebite do seio lateral, hidrocefalia
otítica) ou estracranianas (abcesso retrocurricular, zigomático e de Bezold).
Santos, citado por Schochat (1996), refere que diversos fatores sofrem a
interferência dos diferentes tipos e seqüelas da otite média: maturação
psicofisiológica,
percepção,
fala
e
linguagem,
educacional e comportamento interpessoal.
26
cognição,
acompanhamento
Sabe-se, também, que distúrbios severos na recepção dos estímulos
auditivos podem interferir de maneira negativa no desenvolvimento normal da
linguagem.
A atenuação do sinal que vai para o cóclea, como ocorre na otite média
serosa, pode provocar um distúrbio na recepção auditiva e isto também pode ser
causa de atraso na aquisição da linguagem. Estas crianças podem apresentar
dificuldades educacionais que podem aparecer na hora em que vão aprender a ler e
a trabalhar com situações eminentemente verbais.
A fala é composta por uma cadeia de fonemas, que são interdependentes no
contexto, ou seja, o aspecto acústico de um fonema depende do outro que antecede
o que sucede. Para o adulto, que tem sua linguagem adquirida, uma perda auditiva
leve pode dificultar sua vida, mas utiliza-se de pistas que a alta redundância da sinal
de fala lhe dá, para associado as experiências de linguagem anteriores que tem,
suprir sua deficiência e manter seu nível de compreensão da linguagem. Na criança
este conhecimento está em desenvolvimento e a especificidade de cada sinal
acústico se torna essencial.
Segundo a autora supra-acima, as inconsistências na mensagem da fala que
podem ser causadas pela flutuação na recepção do sinal auditivo, podem atrasar a
aquisição das estruturas das unidades perceptuais da fala.
Para Kirk e Gallagher (1991), as características de uma criança com perda
auditiva leve serão, em muitos aspectos, mais semelhantes às de uma criança com
audição normal do que às de uma criança surda, cuja condição causará uma série
de outros problemas sérios, ligados a sua incapacidade de receber ou expressar
mensagens e pensamentos através do som.
27
De acordo com estes autores, o problema fundamental de comunicação das
crianças surdas consiste em duas partes significativas: as limitações de um modo
de
comunicação
com
outras
pessoas
e
as
limitações
progressivas
no
desenvolvimento normal da linguagem. Cada uma dessas limitações afeta
gravemente os processos de desenvolvimento da criança, bem como, as áreas de
realização acadêmica, ajustamento social, pessoal e ocupacional.
Segundo Simonek e Lemes (1989), uma perda leve ou moderada poderá
resultar numa dificuldade para ouvir de forma plena, as mensagens, levando ao
aparecimento de problemas no desenvolvimento e integração das percepções, que
poderão desencadear sérios problemas de aprendizagem.
Lopes Filho (1997) refere que o diagnóstico precoce realizado durante o
primeiro ano de vida possibilita a intervenção, médica e ou fonoaudiológica, ainda no
período crítico de maturação e plasticidade funcional do Sistema Nervoso Central
permitindo um prognóstico mais favorável em relação ao desenvolvimento global da
criança.
As alterações auditivas, segundo o mesmo autor, são decorrentes de
comprometimento do sistema tímpano ossicular, de caráter flutuante, podem
comprometer a habilidade de processamento dos estímulos sonoros cujos
parâmetros acústicos variam em função da diminuição temporária e periódica da
acuidade auditiva.
A percepção auditiva, de acordo com Behlau e Russo, envolve a recepção e
a interpretação dos estímulos sonoros através do sentido da audição. Desta forma, a
percepção auditiva é parte do processamento auditivo que envolve uma análise
complexa do sinal acústico, integrando a informação em modelos auditivos. É um
processo adaptável, modificável e influenciado pela aprendizagem.
28
Santos, citado por Schochat (1996), refere que as crianças com
comprometimento da orelha média devem ser avaliados e tratados pelo
otorrinolaringologista e reavaliados audiologicamente pós-tratamento.
A autora cita a importância de um programa de prevenção, com objetivo de
evitar a ocorrência de alterações auditivas. Este programa deve incluir
conscientização e orientação da população para maior controle dos fatores
etiológicos dos distúrbios da audição e orientação a profissionais da área da saúde e
da educação.
Vieira, Vieira, Ávila e Pereira (1995) acrescentam que a prevenção
fonoaudiológica consiste na eliminação dos fatores que interferem na aquisição e
desenvolvimento dos padrões da fala, linguagem e audição.
É fundamental que os aspectos da fala, da linguagem e da audição sejam
considerados atributos da saúde e que suas manifestações patológicas, que
comprometem a competência e o desempenho comunicativo verbal e não verbal,
gerem sofrimento, insucesso social e limitem a capacidade de criar e transformar o
mundo, comprometendo a qualidade de vida do indivíduo.
29
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa teve como principal motivação, o intuito de colaborar para a
prevenção e conscientização da população em geral, sobre a incidência e as
conseqüências da otite média.
O objetivo foi estudar a otite média e suas conseqüências em crianças na
idade escolar e verificar se o nível sócio-econômico interfere na incidência desta
patologia.
Para tanto, foi pesquisada a fisiologia da audição, etiologia, sintomatologia,
tratamentos, incidências e conseqüências da otite média nas crianças.
Através deste estudo, foi possível destacar alguns aspectos interessantes:
em primeiro lugar, a incidência da otite média de acordo com as estatísticas, 80%
das crianças na idade pré-escolar e escolar sofrem uma perda auditiva temporária
durante o ano letivo, 76,95% de todas as crianças apresentam pelo menos um caso
de otite média antes dos 6 anos, 50% antes de 1 ano e 75% antes de 2 anos de
idade.
Outro aspecto apontado pelos autores estudados seriam os fatores de risco
para uma criança ser propensa à otite média: ser do sexo masculino, pertencer a
uma classe de nível sócio-econômico baixo, ter história de otite média recorrente
entre irmãos, ter tido infecção precoce, não ter recebido o aleitamento materno, estar
em creche e ou em contato com fumaça de cigarro constantemente.
O último aspecto é referente às principais conseqüências da otite média:
problemas de aprendizagem, atraso na aquisição da fala e da linguagem, problemas
emocionais e comportamentais, alteração no desenvolvimento cognitivo e integração
das percepções auditivas e dificuldade de socialização.
30
Portanto,
verificou-se
que
para
uma
criança
ter
um
adequado
desenvolvimento cognitivo e lingüístico é necessário à integridade do sistema
auditivo central e periférico, pois a audição permite ao indivíduo receber, transmitir e
decodificar a mensagem, comunicando e interagindo com o mundo que o cerca.
Sendo que a audição uma vez lesada total ou parcialmente limita esta compreensão,
prejudicando o seu desenvolvimento comunicativo e social.
A otite média, considerada como a doença mais comum na infância, deve
ser encarada como um problema básico de saúde e para tanto se fazem necessário
levantamentos epidemiológicos para adoção de medidas necessárias.
Este trabalho poderá contribuir para a prevenção e atendimento de crianças
em idade pré-escolar e escolar com otite média, esclarecendo profissionais de
diversas áreas, assim como, para a conscientização dos pais e da sociedade como
um todo sobre como prevenir e minimizar as alterações do desenvolvimento
comunicativo, educacional e social destas crianças.
A partir desta pesquisa, pretendo realizar um trabalho de conscientização e
prevenção da otite média em postos de saúde e escolar municipais, estaduais e
particulares do município onde atuo, através de panfletos informativos, palestras
educativas para professores e pais de alunos, reuniões com profissionais de áreas
afins, promover um chá da tarde como a fonoaudióloga para discutir sobre este
assunto e fazer um levantamento através de um questionário sobre a ocorrência de
otite média em crianças atendidas nestes locais, para possíveis encaminhamentos,
orientações e intervenções fonoaudiológica quando houver necessidade.
Acredito que através de um trabalho abrangente e integrado com outros
profissionais é possível reduzir os prejuízos causados pela otite média, uma vez que
esta atinge em sua maioria as crianças.
31
<
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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