Contexto cultural na pós-modernidade na sociedade capitalista e Democracia participativa Objetivos da Escola de Formação Fé, Política e Trabalho – Diocese de Caxias do Sul ● Questionar se a existência de políticas públicas tem promovido um maior protagonismo da sociedade civil e a ampliação da democracia. ● Compreender se as políticas públicas estão criando uma nova dinâmica social rumo a um projeto societário. Estrutura do Sábado 1. Cultura – o que concebemos por...? 1.1 Conhecimento, cultura e globalização. 2. Modernidade e Pós-Modernidade. 3. Identidade e Cultura na Pós-Modernidade 4. Crise Civilizacional e perspectivas. 5. Políticas Públicas e Projeto Societário. CONTEXTO CULTURAL NA PÓSMODERNIDADE NA SOCIEDADE CAPITALISTA QUAIS NOSSAS EXPECTATIVAS EM RELAÇÃO A ESTE TEMA? CONTEXTO CULTURAL DA PÓSMODERNIDADE NA SOCIEDADE CAPITALISTA O QUE CONCEBEMOS POR CULTURA? CULTURA Cultura provém do latim medieval com o significado de cultivo da terra. Sua transformação começa a partir da sabedoria acumulada no trato do ambiente natural e a experiência secular de pastores e agricultores acabaram conferindo ao termo cultura, o sentido de conhecimento intelectual, aplicado à ação transformadora do mundo. Antropologicamente cultura diz respeito ao conjunto de experiências humanas adquiridas pelo contato social e acumuladas pelos povos através do tempo. Então, percebe-se que: CULTURA é um termo com várias acepções, em diferentes níveis de profundidade e diferente especificidade. São práticas e ações sociais que seguem um padrão determinado no espaço/tempo. Se refere a crenças, comportamentos, valores, instituições, regras morais que permeiam e "preenchem" a sociedade. Explica e dá sentido a cosmologia social, é a identidade própria de um grupo humano em um território e num determinado período. Conhecimento e Cultura: Na percepção individual ou coletiva da identidade, a cultura exerce um papel principal para delimitar as diversas personalidades, os padrões de conduta e ainda as características próprias de cada grupo humano. Para Milton Santos, o conhecimento e o saber se renovam do choque de culturas, sendo a produção de novos conhecimentos e técnicas, produto direto da interposição de culturas diferenciadas - com o somatório daquilo que anteriormente existia. Cultura e Globalização Para ele, a globalização que se verificava já em fins do século XX tenderia a uniformizar os grupos culturais, e logicamente uma das conseqüências seria o fim da produção cultural, enquanto gerador de novas técnicas e sua geração original. Isto refletiria, ainda, na perda de identidade, primeiro das coletividades, podendo ir até ao plano individual. Acesso e (re)produção da Cultura: A Cultura deixou de ser direito universal para se tornar privilégio de poucos. O que seria teoricamente ampliado a todos pela massificação cultural, na prática, funciona de uma maneira mais perversa: por separar os bens culturais pelo valor de mercado, uma elite cultural consome o que há de melhor, enquanto o povo recebe algo sem qualidade, massificado, sem identidade. Isto introduz uma divisão social na arte, pobres e ricos em lados opostos; A ilusão de que todos têm acesso à Cultura também é falsa, pois a divulgação cultural pré-seleciona, por horários e por público-alvo, o que cada um pode e deve ouvir, ver e ler. (CHAUÍ, 2007) Cochicho em grupos, identificando expressões culturais deste tempo e a influência do global / local. Modernidade e Pósmodernidade: algumas reflexões iniciais Modernidade e Pósmodernidade: O que estes termos dizem aos presentes? Remetem a...? PÓS-MODERNIDADE – algumas considerações iniciais... ● Para chegarmos ao “pós” necessitamos compreender a “modernidade”. ● O projeto sócio-cultural da modernidade constituiu-se entre o século XVI e finais do Séc. XVIII. Coincide com a emergência do capitalismo enquanto modo de produção dominante. PÓS-MODERNIDADE – algumas considerações iniciais... ● Segundo Boaventura Santos (2000) “não é fácil periodizar o processo histórico deste desenvolvimento pelas realidades distintas entre os países”. Na modernidade as condições NACIONAIS eram determinantes à realidade. ● Apesar disso, são identificadas 3 fases distintas: 1ª. século XIX – capitalismo liberal; 2ª Final do Século XIX – capitalismo capitalismo organizado; 3ª final da década de 60 – capitalismo financeiro. PÓS-MODERNIDADE – algumas considerações iniciais... Este desenvolvimento do capitalismo e sua pujança produziu dois efeitos complementares (Santos, 2000): por um lado esgotou o projeto de modernidade, por outro, continua “alimentando” esse esgotamento e se perpetua nele. Este contexto aponta que a relação entre o moderno e o pós-moderno é CONTRADITÓRIA. Não é de ruptura como querem alguns, nem de relação linear – continuidade, como querem outros. É uma situação de transição em que há momentos de ruptura e momentos de continuidade. Modernidade e Pósmodernidade: algumas reflexões a cerca da cultura e da identidade PÓS-MODERNIDADE – algumas considerações iniciais... Lembrando-nos da máxima de Dostoiévski, "Se Deus não existe, tudo é permitido", e da identificação durkheimiana do comportamento associal com o enfraquecimento do consenso coletivo, chegamos a acreditar que, a menos que uma autoridade imponente e indiscutível – sagrada ou secular, política ou filosófica – esteja acima de todo indivíduo, o futuro nos reservará provavelmente anarquia e carnificina universal. (continua...) PÓS-MODERNIDADE – algumas considerações iniciais... Essa crença sustentou eficazmente a moderna determinação de instaurar uma ordem artificial: um projeto que suspeitava de toda espontaneidade até que se provasse sua inocência; um projeto que colocava de lado tudo o que não estava explicitamente prescrito e identificava a ambivalência com o caos. A pós modernidade traz outra concepção em relação a estas questões! Modernidade e Pós-modernidade: algumas reflexões a cerca da cultura e da identidade ● Alcança-se então uma época de múltiplas identidades, baseadas em valores subjetivos (“autonomia”) e em paradigmas efêmeros: Valores da Modernidade Valores da Pós-modernidade O absoluto O relativo A unidade A diversidade O objetivo O subjetivo O esforço O prazer O passado/futuro (trajetória) O presente A razão O sentimento A ética A estética Modernidade e Pós-modernidade: algumas reflexões a cerca da cultura e da identidade ● Não há uma fronteira estabelecida entre estes dois momentos, movimentos, espaços, “projetos sócioculturais. - Temos pessoas vivendo nos “paradigmas” do que podemos chamar de pós-modernidade, modernidade e pré-modernidade. - E não se trata aqui de fazer julgamentos do que é melhor, ou de mostrar que temos pessoas mais ou menos “desenvolvidas”. Modernidade e Pós-modernidade: algumas reflexões a cerca da cultura e da identidade ● Trata-se sim de constatar esta(s) mudança(s) que interferem em diferentes dimensões e nos colocam diante de uma profunda transformação epocal e, quiçá, num paradigma de crise civilizacional (Boff, Neutzling). ● E é claro que há influência em dimensões centrais da sociedade como cultura, identidade, valores, sentido da existência, dentre outros (Santos, 2001 - Sennett 2006) ● Há uma crise de identidade maior do que houve na modernidade (Le Goff, 1988). Modernidade e Pós-modernidade: algumas reflexões a cerca da cultura e da identidade ● Esta crise de identidade se manifesta na dimensão individual (humanística) e coletiva (identidades nacionais) (Le Goff, 1988). ● A identidade, ou a falta dela, mudam as perspectivas e as relações do homem com uma série de “fundamentos” da sua vida: trabalho, política, nacionalidade, meio ambiente, sentido da vida... ● Há um descentramento do sujeito em si e em relação as dimensões apontadas (Le Goff, 1988). Modernidade e Pós-modernidade: algumas reflexões a cerca da cultura e da identidade ● Na modernidade o homem busca centrar sua identidade em si mesmo, em questões nacionalistas, em trajetórias um pouco mais estáveis, com perspectivas mais estáveis. ● A pós-modernidade traz o descentramento do homem, do sujeito, traz identidades híbridas, locais e globais, efêmeras sobre tudo. É a cultura do efêmero, da destruição criativa, do “tudo que é sólido se desfaz no ar”.... Há aqui uma crise do sujeito. Modernidade e Pós-modernidade: algumas reflexões a cerca da cultura e da identidade ● Portanto, a cultura pós-moderna é a cultura placentária que cultiva o que gosta e o que agrada (no momento), à margem do costume, do oficial ou do socialmente estabelecido. Segundo Lipoveski: “a cultura pós-moderna é descentrada e heteróclita, materialista, pornô e discreta, renovadora e retro, consumista e ecologista, sofisticada e espontânea, espetacular e criativa. Ao diversificar as possibilidades de eleger, ao anular os pontos de referência, ao destruir os sentidos únicos e os valores superiores da modernidade, coloca em marcha uma cultura personalizada ou feita sob medida...” Modernidade e Pós-modernidade: algumas reflexões a cerca da cultura e da identidade Portanto, a sócio-cultura pós-moderna tem como marca a contradição: - a autonomia X a dependência; - o vínculo X a superficialidade das ações e seus sentidos; ● a racionalidade X a transcendência Modernidade e Pós-modernidade: algumas reflexões a cerca da cultura e da identidade Portanto, a sócio-cultura pós-moderna tem como marca a contradição: - o material X o imaterial - o passado/futuro X o presente - os projetos coletivos X a personalização dos espaços a crise X a possibilidade... - Filmes indicados: “Clube da Luta” - “O que você faria?” – “Quanto vale ou é por quilo?”. E as identidades neste contexto??? Como o pós-modernismo influencia a construção de identidades e a cultura capitalista? Existe esta cultura? (dinâmica com o grupo) Identidade na Pós-modernidade: algumas considerações Identidade na pós-modernidade: algumas considerações “Identidade é o conjunto, em processo, de traços resultantes da interação entre os sujeitos, diferenciando-se e considerados diferentes uns dos outros ou assemelhando-se e considerados semelhantes uns aos outros, e carregando em si as trajetórias vividas por estes sujeitos, em nível individual e coletivo e na interação entre os dois, os motivos pelos quais eles são movidos (as suas maneiras de agir, a intensidade da adesão e o senso estratégico de que são portadores) em função de seus diferentes projetos, individuais e coletivos.” (Follmann, 2001) E como a pós-modernidade influencia identidade(s)? Comecemos refletindo sobre como “eram” identidade e valores......... Identidade na pós-modernidade: algumas considerações ● A pós-modernidade traz uma não “rigidez” na questão identidade. ● Ela torna-se uma identidade em curso, construída em processos transitórios, fugazes, temporais, de negociação. (Santos, 2001). ● Este fator influencia diretamente questões de quem são os amigos e inimigos, quais sãos as causas sociais, o que é e/ou quem é esquerda e direita, como lidar com o trabalho, no que e porque me engajo, etc. Identidade na pós-modernidade: algumas considerações ● Questiona-se cada vez mais a necessidade e a possibilidade de uma identidade totalizante (de classe, de povo, de esquerda/direita,...) ● Na modernidade, mesmo havendo a tensão da identidade entre o individual e o coletivo, ela está mais vinculada ao coletivo, a alguns vínculos como o étnico, o religioso, o vínculo de classe, etc. (Santos, 2001) ● Nenhum destes vínculos parece dar conta de uma “identidade maior” na pós-modernidade. ● Há um processo de descontextualização da(s) identidade(s). Identidade na pós-modernidade: algumas considerações ● Forma-se um não vínculo, um vazio do sujeito, que leva a necessidade de repensar os vínculos, constantemente: declínio da política de classe e partidária, do estado-nação... ● Para Santos (2001) é uma fase de transição onde a marca da identidade é a contradição e o vazio do sujeito. ● Este sujeito é capaz de ser solidário em uma doação, no trabalho voluntário e, ao mesmo tempo, não se incomodar com a pobreza extrema. É capaz de ter consciência ecológica mas agredir a natureza em nome da sua “qualidade de vida”. ● Esta fluidez, não vinculação..., pode levar ao choque de civilizações. Identidade na pós-modernidade: algumas considerações Choque de civilizações: é uma teoria proposta pelo cientista político Samuel P. Huntington segundo a qual as identidades culturais e religiosas dos povos serão a principal fonte de conflito no mundo pós-Guerra Fria. “Minha hipótese é que a fonte fundamental de conflitos neste mundo novo não será principalmente ideológica ou econômica. As grandes divisões entre a humanidade e a fonte dominante de conflitos será cultural. Os Estadosnações continuarão a ser os atores mais poderosos no cenário mundial, mas os principais conflitos da política global ocorrerão entre países e grupos de diferentes civilizações. O choque de civilizações dominará a política global. As falhas geológicas entre civilizações serão as frentes de combate do futuro. ” (Huntington). Identidade na pós-modernidade: algumas considerações ● Há então um vazio de sentidos. Nesse aspecto o imaterial, o simbólico, passa a ter independência e grande valorização diante do material. E o capitalismo “cognitivo”, financerizado (talvez) tenha entendido isso muito rápido. ● Então, mesmo num contexto de não hegemonia, de identidades e valores particularizados ou não identidades e valores (totalizantes), de desregulamentação, o capitalismo não perde a sua hegemonia (Santos, 2001). Talvez construa e destrua ela constantemente, de maneira fluída/líquida. A Cultura do Novo Capitalismo: (novos) valores e crise civilizacional na pósmodernidade A Cultura do Novo Capitalismo: (novos) valores e crise civilizacional na pós-modernidade ● Historicamente a sociedade pareceu “presa” as grandes corporações que regulam o mercado ou ao socialismo de Estado (Sennett, 2006). Segundo o autor: ● “O reinado socialista dos planos qüinqüenais e do controle econômico centralizado acabou. E também se foi a corporação capitalista que proporcionava empregos vitalícios, fornecendo os mesmos produtos ano após ano”. ● Então nos vimos livres (na pós-modernidade) para estabelecer novos vínculos, novos valores, novas identidades, novas comunidades...Será? Sim e não! A Cultura do Novo Capitalismo: (novos) valores e crise civilizacional na pós-modernidade ● Como vimos, o contexto pós-moderno trouxe à cultura, à identidade, à vida das pessoas um sentimento e uma realidade fragmentada. ● Então, como valor presente hoje, está a possibilidade de eu me vincular e desvincular as coisas, aos movimentos, as pessoas e aos sentimentos, de forma muito rápida e “mais ou menos autônoma” ● Esta cultura pós-moderna trouxe ainda a visão do presente em detrimento da visão do passado/futuro, o que dificulta qualquer projeto de prazo maior, inclusive a questão da transcendência e da nossa missão na Terra. A Cultura do Novo Capitalismo: (novos) valores e crise civilizacional na pós-modernidade ● Assim abro possibilidades para uma cultura de valores frágeis e efêmeros, onde o papel da mídia, por exemplo, passa a ser muito importante, se não decisivo. ● A cultura do “novo capitalismo”, adaptada a este contexto pós-moderno nos ajuda a entender os (novos) valores desta época em que vivemos, quando mostra: a) Instituições fragmentadas e a fragmentação da vida das pessoas. b) Espaços de trabalho que mais parecem rodoviárias (estações ferroviárias) e não comunidades. A Cultura do Novo Capitalismo: (novos) valores e crise civilizacional na pós-modernidade c) Vida familiar desorientada. d) Crença do sujeito muito mais relacionada a idéia de indivíduo (você pode, você deve – transcendência/vínculo?). e) Seguir em frente como premissa básica. - Mas qual é ou quais são a(s) cultura(s) e os valores capazes de permitir que o ser humano viva (sobreviva) em condições sociais e culturais instáveis e fragmentárias? A Cultura do Novo Capitalismo: (novos) valores e crise civilizacional na pós-modernidade - É uma cultura que baseia seus valores e práticas em três dimensões principais: a) Tempo/Prazo: como manter relações, identidades, cultivar valores, numa realidade onde impera a cultura o valor do “curto prazo”, o efêmero? O indivíduo precisa construir valores e sentidos que o permitam improvisar, a qualquer momento, a narrativa da sua própria vida. É quase que o não valor, o não sentido, do valor efêmero e do não vinculo a mim mesmo e as minhas coisas e trajetórias... A Cultura do Novo Capitalismo: (novos) valores e crise civilizacional na pós-modernidade b) Talento/Utilidade (não utilitarismo): como valorizar e respeitar as diferenças, os diferentes talentos e contribuições em uma cultura onde a vida útil de quase tudo e todos tende a ser cada vez mais curta? Onde a tecnologia e a ciência invalidam e criam/renovam capacitações a todo momento. Até onde esta renovação destrói e cria valores e identidades. O talento é uma questão de cultura...??? Ou seja, temos hoje a cultura baseada em valores de “destruição criativa”. É “normal” destruir produtos, pessoas, valores, capacidades, o meio... A Cultura do Novo Capitalismo: (novos) valores e crise civilizacional na pós-modernidade c) Não vinculação/superficialidade: os valores e bases culturais descritas anteriormente faz com que seja cada vez mais difícil a vinculação, seja ela ao passado, ao meu trabalho, a um projeto político, a uma questão religiosa, ao meio onde vivo... Assim se perde aos poucos o valor do sentido, da significação da relação com as coisas, com as pessoas, com os gestos, com as ações...perde-se o valor reflexivo de tudo isso – “valor da superficialidade e da experimentação” Estabelecemos (em função dos novos valores e da cultura) muito mais transações do que relações. A Cultura do Novo Capitalismo: (novos) valores e crise civilizacional na pós-modernidade - Segundo Sennett (2006) estes valores e cultura levam a “uma individualidade voltada para o curto prazo, preocupada com as habilidades potenciais e disposta a abrir mão das experiências passadas, que só pode ser encontrada em seres humanos nada comuns. A maioria das pessoas não é assim, precisando de uma narrativa contínua em suas vidas, orgulhando-se da sua capacitação em algo específico e valorizando as experiências por que passou. Desse modo, o atual ideal cultural necessário, faz mal a muitos dos que nele vivem”. A Cultura do Novo Capitalismo: (novos) valores e crise civilizacional na pós-modernidade ATIVIDADE EM GRUPOS SOBRE AS DIFERENTES EXPRESSÕES ASSUMIDAS PELA CRISE CIVILIZACIONAL / EPOCAL A Cultura do Novo Capitalismo: (novos) valores e crise civilizacional na pós-modernidade Resumindo e sistematizando, temos uma cultura e valores na pós-modernidade que incentivam/geram: - A efemeridade, fragilidade e superficialidade dos vínculos com tudo e todos. - Transações e não relações. - A fragmentação do político, do econômico, do social e, portanto, a dificuldade dos movimentos coletivos. - Portanto a busca da autonomia (mais completa possível) do sujeito, do indivíduo, pela racionalidade, pela técnica, pelo pós-humano. A Cultura do Novo Capitalismo: (novos) valores e crise civilizacional na pós-modernidade Resumindo e sistematizando, temos uma cultura e valores na pós-modernidade que incentivam/geram: - Uma necessidade pelo valor/sentimento da superpotência; - Um sentimento de independência em relação ao meio, aos outros; - Neste sentido, uma validação de todo e qualquer experiência que eu queira e possa viver. - O prazer, o objetivo no curto prazo, mesmo que em experiências efêmeras e não em projetos futuros. A Cultura do Novo Capitalismo: (novos) valores e crise civilizacional na pós-modernidade Resumindo e sistematizando, temos uma cultura e valores na pós-modernidade que incentivam/geram: - Uma valorização do valor simbólico, do imaterial, mas não no sentido da transcendência. - O paradigma da paixão autoconsumptiva: eu crio meus valores e desejos e os extingo rapidamente também. - Esta paixão autoconsumptiva valida o desperdício, a concentração de recursos, a destruição “criativa”, o medo e o sentimento da inutilidade. A Cultura do Novo Capitalismo: (novos) valores e crise civilizacional na pós-modernidade E neste contexto que somos desafiados a pensar a cidadania, os direitos, o coletivo, a cultura, os valores, a religião, a economia..., num paradigma muito mais de MULTIDÃO do que de povo, de classe, de unidade. Esta cultura do novo capitalismo, os valores apresentados, a multidão, podem nos levar a superação da crise ou seu aprofundamento. O certo é que nos deixaram num paradigma de crise civilizacional. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS HARDT, Michael; NEGRI, Antonio. Multidão: guerra e democracia na era do Império. São Paulo: Record, 2005. LE GOFF, J. Por amor às cidades: conversações com Jean Lebrun. Tradução Reginaldo Carmello Corrêa de Morais. São Paulo: Fundação Editora da UNESP. NEUTZLING, Inácio. Sociedade do Trabalho e Sociedade Sustentável: algumas aproximações. In: OSOWSKI, Cecília; MÉLO, José Luiz Bica. O Ensino Social da Igreja e a globalização. São Leopoldo: Editora Unisinos, 2003. SANTOS, Boaventura de Sousa. Pela mão de Alice: o social e o político na pós-modernidade. 8ed. – São Paulo: Cortez, 2001. SENNETT, Richard. A cultura do novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record, 2006.