GRUPO 6.2 MÓDULO 5 Índice 1. Sociologia Transformações Sociais .............................. 3 1.1. Contextualização da Sociedade Contemporânea .............. 3 1.2. Modernidade e Pós-Modernidade ................................... 4 2 Grupo 6.2 - Módulo 5 1. SOCIOLOGIA TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS 1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO DA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA Para falar destes temas da atualidade, é necessário fazer uma contextualização da chamada sociedade contemporânea. Vivemos numa realidade globalizada, tanto do ponto de vista econômico, quanto político e cultural, o que equivale a dizer que a nossa sociedade se define como uma aldeia global, ou uma cultura planetária. Só é possível viver nessa rede de comunicação mundial e nessa internacionalização da economia e dos mercados graças ao desenvolvimento dos computadores e da tecnologia, que ao longo do século XX espantou o ser humano com todo o seu potencial de construção, mas por outro lado de destruição. Como nos vemos diante de uma cultura que é virtual, de massa, composta de valores e regras que são globais? E essa sensação de que as pessoas e lugares dos cinco continentes são cada vez mais parecidos entre si? Vestem as mesmas roupas, comem o mesmo tipo de fast food, ouvem o mesmo tipo de música, admiram os mesmos astros do cinema e, sobretudo, sonham com as mesmas coisas, têm os mesmos sentimentos controvertidos de liberdade, de falta de referências, de solidão na multidão, de medo de grandes catástrofes naturais e ambientais ou de ataques terroristas em massa e de guerras nucleares. E para pensarmos nestes termos é preciso rever alguns conceitos que pareciam absolutamente intocáveis como: nação, estado-nacional, identidade nacional, cultura. Observemos Lauerhass1: as definições apresentadas pelo teórico Ludwig 3 Cultura: “um grupo social integrado, amparado em padrões de conhecimento, valores ou crenças comuns; em estruturas sociais; relações materiais e modos de comportamento, comunicação e pensamento. Embora se ajustem constantemente a contextos históricos dinâmicos, componentes significativos são transmitidos de geração para geração graças a processos educacionais, instituídos ou não.” 3 Nação: “um povo que compartilha uma identidade cultural comum, geralmente baseada na mesma língua, no território geográfico e em experiência histórica. Se esses laços não existem ou são pouco desenvolvidos, devem ser fortalecidos, revitalizados ou criados como base para a nação. Embora existam até milhares de nações efetivas ou potenciais, apenas uma fração delas se realiza plenamente.” 3 Identidade nacional: “forma coletiva de identidade na qual os indivíduos compartilham uma mesma sensação de pertencer a certa nação ou grupo nacional. Diversos mecanismos, processos e instituições formais e informais atuam para incentivar essa sensação de pertencimento.” Na sociedade contemporânea que é cada vez mais global e planetária, esse tipo de identidade relacionada à sensação de pertencimento a determinados grupos e culturas, sejam elas étnicas, raciais, linguísticas, 1 Lauerhass Jr.; Nava, 2007. 3 Grupo 6.2 - Módulo 5 religiosas ou nacionais, se torna múltilpa e fragmentada, mudando drasticamente nossas identidades pessoais e abalando a ideia que temos de nós próprios como sujeitos integrados. Segundo Stuart Hall2: “(...) esta perda de um ‘sentido de si’ estável é chamada, algumas vezes, de descentramento do sujeito.” Ao se fazer essa discussão, é inevitável a recuperação do conceito de pós-modernidade que tenta definir as características da sociedade e do sujeito atuais. Vale lembrar que não há uma unanimidade quanto à validade completa deste conceito, visto alguns teóricos defenderem que o que vivemos hoje nada mais é do que a mesma modernidade surgida com a Revolução Industrial e o sistema capitalista de produção, baseado na exploração e alienação do indivíduo, estrutura essa dissecada de forma magistral por Marx, porém o conceito de pós-modernidade traz particularidades e características nunca antes abordadas pelas ciências sociais. 1.2. MODERNIDADE E PÓS-MODERNIDADE Para pensar nessas facetas da vida contemporânea, o livro O que é pós-moderno? de Jair Ferreira dos Santos é uma boa referência. O autor faz uma espécie de histórico: “Pós-modernismo é o nome aplicado às mudanças ocorridas nas ciências, nas artes e nas sociedades avançadas desde 1950, quando, por convenção, se encerra o modernismo (1900-1950). Ele nasce com a arquitetura e a computação nos anos 50. Toma corpo com a arte pop nos anos 60. Cresce ao entrar pela filosofia, durante os anos 70, como crítica da cultura ocidental. E amadurece hoje, alastrando-se na moda, no cinema, na música e no cotidiano programado pela tecnociência (ciência + tecnologia invadindo o cotidiano desde os alimentos processados até os microcomputadores), sem que ninguém saiba se é decadência ou renascimento cultural3.” O conceito de pós-modernidade, portanto, surge nas artes ou nos estudos estéticos e passa, num segundo momento, para as ciências, denotando uma era de fim das chamadas vanguardas, movimentos que caracterizaram o modernismo na primeira metade do século XX. Segundo o dicionário Aurélio, a palavra “vanguarda” vem do universo militar e significa: elemento que está na frente, na dianteira, que precede uma força terrestre ou naval para garantir-lhe a segurança, dando no sentido figurado o uso conhecido nas ciências humanas – ideias de vanguarda – ideias que precedem sua época devido a sua audácia. Os movimentos de vanguarda na arte, sempre aparecem como uma negação da tradição passada, como uma proposta inusitada, original. Na cultura brasileira, um dos mais significativos deste tipo de manifestação foi a Semana de Arte Moderna de 1922, realizada no Teatro Municipal de São Paulo, por intelectuais e artistas de vanguarda como Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Mario de Andrade, Oswald de Andrade e Villa Lobos. 2 3 Hall, 2005. Santos, 1991, p. 8. 4 Grupo 6.2 - Módulo 5 A estética4 do modernismo tem relação com todo o contexto social e econômico do período em que foi formulada. Movimento que ocorreu num momento entre guerras, que gerou pessimismo e descrença nas ideias de progresso entre os países europeus envolvidos no conflito, por outro lado possibilitou o impulso de industrialização e urbanização em ex-colônias como o Brasil. Estética é o conjunto de normas e valores segundo os quais, numa dada época, o artista deve criar e o crítico julgar (definição de Jair Ferreira dos Santos, Op. cit. p. 32). 4 5 Grupo 6.2 - Módulo 5