1 Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa Lato Sensu em Fisioterapia em Terapia Intensiva Trabalho de Conclusão de Curso A QUALIDADE DO SONO EM PORTADORES DE DPOC Autor: Juciele Martins de Freitas Orientador (a): Msc Thais Borges de Araújo Brasília - DF 2012 JUCIELE MARTINS DE FREITAS A QUALIDADE DO SONO EM PORTADORES DE DPOC Monografia apresentada ao Programa de PósGraduação Lato Sensu em Fisioterapia da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para a obtenção do certificado de Especialista em Fisioterapia em Terapia Intensiva. Orientadora: MsC. Thaís Borges de Araújo Brasília 2012 RESUMO Referência: MARTINS, Juciele. A QUALIDADE DO SONO EM PORTADORES DE DPOC. 2012. 17 FOLHAS. Trabalho de Pós- graduação em Fisioterapia em Terapia Intensiva. Universidade Católica de Brasília, 2012. Introdução: A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) demonstra uma característica comum, a qual é uma troca gasosa desordenada e distúrbios relacionados ao sono, apresentando uma hipoventilação com alteração durante o sono, tendo com conseqüência a desaturação noturna. Impactando negativamente na qualidade de vida afetando diretamente o sono, desencadeando um sono perturbado, vários períodos de vigília, sonolência diurna, o que leva há um cansaço físico e acaba refletindo no dia a dia. Objetivo: O presente trabalho tem como objetivo, estudar a qualidade do sono em portadores de DPOC. Metodologia: A metodologia se deu através de fontes como: PUBMED e SCIELO, com o uso de descritores a qualidade do sono em portadores de DPOC. os critérios de inclusão foram constituídos através de artigos publicados na integra no período entre 2002 a 2012 no idioma português e inglês. O critério de exclusão foi os artigos encontrados no período inferior a 2002. Resultado: Foram encontrados 35 artigos com as palavras chaves: DPOC, sono, qualidade, sendo selecionados 18 que se adequavam ao estudo. Conclusão: Encontram-se ainda muitos desafios para tratar algumas patologias, quando se diz respeito ao sono. No entanto é preciso ter mais estudos, pois grande parte da população teve ou tem algum distúrbio do sono, sendo mais comum a insônia e problemas respiratórios como apnéia do sono e ronco. Palavras-Chave: DPOC. Sono. Qualidade. ABSTRACT Reference: MARTINS, Juciele. THE QUALITY OF SLEEP IN PATIENTS WITH COPD. 2012. 17 SHEETS Physiotherapy post graduation project in Intensive Therapy. Universidade Católica, Brasília, 2012. Introduction: The Chronic Obstructive Pulmonary Disease (COPC) demonstrates a common characteristic, which is an exchange of air and a sleep related disturbance, having as a consequence the nocturnal desaturation. Negatively impacting the quality of life affecting the sleep, unleashing a distressed sleep, many periods of vigil, daytime drowsiness, which carries out to a physical fatigue and ends up reflecting day by day. Aim: The present project has as its aim, to study the quality of sleep on carriers of COPC. Methodology: The methodology happened through sources such as: PUBMED and SCIELO with the use of descriptors the quality of sleep on carriers of COPC. The inclusion criteria were constituted through published articles in full between the periods of 2002 to 2012 in the Portuguese and English language. The exclusion criteria were the articles found in the inferior period to 2002. Result: Thirtyfive articles with key-words were found: COPC, sleepiness, quality, 18 being selected which were adequate to the study. Conclusion: There are still many challenges to treat pathology, when talking about sleep. However its necessary to do more studies, because a great part of population had or has some kind of sleep distress, being insomnia and respiratory problems the most common such as sleep apnea e snoring. Key words: COPD. Sleep. Quality. SUMÁRIO INTRODUÇÃO --------------------------------------------------------------------------- 5 METODOLOGIA-------------------------------------------------------------------------- 9 RESULTADOS---------------------------------------------------------------------------- 10 DISCUSSÃO------------------------------------------------------------------------------- 11 CONCLUSÃO----------------------------------------------------------------------------- 14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS------------------------------------------------- 15 5 INTRODUÇÃO Segundo Nunes et al., (2008) DPOC é uma doença respiratória altamente debilitante, com desenvolvimento progressivo da limitação crônica da passagem do fluxo aéreo, no qual o ar consegue passar, mas encontra dificuldade para sair, causado pela destruição do tecido pulmonar e perda da complacência dos alvéolos e bronquíolos, onde acaba colapsando durante a fase expiratória, não é totalmente reversível, tendo como causa a exposição de vários fatores como a inalação de gases tóxicos e partículas nocivas, sendo o tabagismo o principal agressor, associada com uma resposta infamatória dos pulmões. Segundo Doherty et al., (2012) a DPOC é terceira principal causa de morte nos EUA, e estima que seja a terceira principal causa de morte em todo o mundo até 2020. Jardim et al., (2004) a prevalência em relação ao Brasil, adquiridos até o momento, são através de questionários de sinais e sintomas, no qual estima a DPOC em pessoas com mais de 40 anos em 12% da população, o que indica 5.500.000 indivíduos. Considerando os dados do Estudo PLATINO conduzido pela ALAT (Associação Latino Americana de Tórax) em São Paulo a prevalência da DPOC varia de 6 a 15,8% da população com idade igual ou acima de 40 anos, o que indica a 2.800.000 a 6.9000.000 pessoas com DPOC. A morbidade da DPOC em 2003 foi a quinta maior causa de internações no Sistema Publico de Saúde no Brasil, indivíduos maiores de 40 anos, com 196.698 internações. E a mortalidade vem com um aumento no numero de óbitos por DPOC nos 20 últimos anos em ambos os sexos. Para Jezler (2007) as alterações fisiopatológicas de base são, variáveis graus de Bronquite Crônica e Enfisema Pulmonar. De acordo com a progressão da hiperinsuflação dinâmica pulmonar com obstrução do ar determina na principal alteração fisiopatológica da DPOC. E suas principais alterações são: aumento da obstrução do fluxo de ar (tendo com causa a inflamação, aumento da secreção brônquica e brocoespasmo) resultando na redução da retração elástica pulmonar. Todo esse conjunto resulta no prolongamento da constante de tempo expiratória, resultando na elevação da freqüência respiratória em resposta ao aumento da 6 demanda ventilatória, diminuindo o tempo da expiração. A hiperinsuflação dinâmica leva a um aumento da Pressão Expiratória Positiva Final (PEEP) intrínseca (PEEPi), acarretando uma sobrecarga da musculatura inspiratória para deflagração do fluxo de ar na inspiração. A hiperisuflação por sua vez também compromete a estrutura muscular respiratória, diminuído a curva diafragmática. Nos pacientes com doenças mais avançadas, pode constatar redução direta da força muscular por uso crônico de medicamento como os corticosteróides e a desnutrição. Com o agravamento da doença há um déficit na resposta neural (drive) com hipoxia e a hipercapnia e o desajuste da ventilação/perfusão e da hipoventilação alveolar, piorando a acidose respiratória e a hipoxemia arterial. Segundo Vélez (2007), conforme o desenvolvimento da doença os sinais clínicos não basea somente na tosse, como apresenta também manifestações extra pulmonares como a disfunção muscular periférica, resistência ao exercício, significativa desnutrição e exarcebações, e com essa extra condição sistêmica os pacientes experimentam uma redução na qualidade de vida relacionada a saúde. Machado et al., (2010) completa que dentro das manifestações extra pulmonares tem também o diabetes, doenças cardiovasculares e a Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono (SAOS) que tem como característica o bloqueio das vias aéreas superiores por repetidas vezes durante o sono. Amra et al., (2011) define SAOS como uma enfermidade que tem como característica a obstrução das vias aéreas superiores durante o sono, o que resulta na (hipopnéia), ou ausente fluxo de ar (apnéia). De acordo com Toraldo et al., (2011) A DPOC pode originar mudanças subjetivas e objetivas durante o sono. Nos pacientes com bronquite crônica e enfisema pulmonar foi evidenciado como ocorrendo quase sempre, os sintomas da DPOC tais como a tosse, expectoração e chiado estão relacionados fortemente com dificuldade em começar ou permanecer no sono, tendo como conseqüência má qualidade do sono, redução do tempo total do sono. Em indivíduos saudáveis a ventilação minuto na vigília para o Não-Movimento Rápido dos Olhos (NREM), e redução maior durante o sono Rápido Movimento dos olhos (REM). Essa queda na ventilação por minuto é uma conseqüência da redução do volume corrente não sendo totalmente compensada por um aumento na taxa respiratória. Com uma resposta ventilatória na hipoxemia e hipercapnia, alterando principalmente durante sono REM. Essa hipoventilação do sono tem sido demonstrada em pacientes com 7 DPOC, sendo durante o sono REM, relacionado com desaturação de oxigênio. A desaturação noturna de oxigênio na DPOC é possível que seja da conseqüência dos efeitos combinados fisiológicos da hipoventilação durante o sono. Contudo, é evidente que em alguns pacientes com níveis de Pressão Parcial de Oxigênio (PaO2) acordado suavemente na faixa hipoxemica podendo também desenvolver desaturação noturna de oxigênio, predispondo a hipertensão pulmonar. Tendo como os possíveis mecanismos responsáveis por esta diminuição incluindo, músculo respiratório hipotônico, deslocamento cefálico do diafragma e redução da complacência pulmonar. Segundo Collop (2009) nos anos 90, mais precisamente em 1950, o sono foi declarado como único estado de repouso. Logo depois, em 1953 foi constado por um eletroencefalografico (EEG) evidenciou que o sono ocorre em etapas, diferenciando tanto entre si, como o sono difere da vigília. Existe a fase de transição classificado como estagio 1 do sono (N1), seguido do estagio 2 (N2), onde ocorre a redução da freqüência das ondas do EEG e um aumento na amplitude. O estágio 3 e 4 (N3) é classificado como o sono profundo, sono de ondas lentas. Esse conjunto das fases do sono são chamadas de não-rápido dos olhos, sendo o sono NREM, o período da fase 1 para a fase 4 é de mais ou menos 1 hora. Logo após cerca de 10 minutos do sono REM, o cérebro cicla normalmente de volta através das fases do sono NREM. Após cada ciclo o período REM progressivamente torna-se mais. Com o avançar da idade, o tempo gasto no sono N3 diminui, mas o tempo gasto no sono REM permanece normal. Cabral e Mueller (2010) Descrevem a fisiologia respiratória durante o sono, quando comparada a vigília. Em pessoas saudáveis a passagem da vigília ao sono está associada ao declínio de 5 a 10% da ventilação minuto, com redução adicional de até 40% durante o sono REM. Existem vários fatores relacionados com o da ventilação durante o sono em indivíduos saudáveis: diminuição da taxa metabólica basal, aumento da resistência da via aérea superior, déficit do estimulo da vigília para respirar e fatores ligados ao sono REM. Redução do estimulo central da musculatura respiratória e hipotonia da musculatura acessória e intersticial da respiração. Essas alterações que ocorrem durante o sono não causam efeitos deletérios em indivíduos saudáveis. Mas ao contrario, em portadores de doenças pulmonares, especificamente em portadores de DPOC, a hipoxemia e hipercapnia tem sido uma das causas. 8 Portanto o portador de DPOC torna-se mais hipoxêmicos durante o sono do que durante a vigília e o exercício. E o mecanismo responsável pela hipoxemia noturna são: hipoventilação, alteração da ventilação/perfusão e SAOS. A qualidade do sono em portadores de DPOC apresenta-se reduzida, com menor eficiência do sono, maior latência para inicio do sono e fragmentação da arquitetura do sono. A hipoventilação é a causa principal de hipoxemia noturna, sendo maior durante a fase do sono REM, onde há acentuada hipotonia da musculatura respiratória, com redução do trabalho da caixa torácica a qual contribui para ventilação. A hiperinsuflação pulmonar na DPOC provoca a retificação da cúpula diafragmática, resultando em uma contração ineficaz, desencadeando uma profunda hipoventilação com hipoxemia. De acordo com Brzecka et al., (2011) Simultaneamente a apnéia obstrutiva do sono (AOS) e doença pulmonar obstrutiva crônica DPOC está sendo conhecida como síndrome de sobreposição. Este termo foi originado por Flenley em 1985 referindo a uma síndrome causada por episódios repetitivos de obstrução das vias aéreas durante o sono, e doenças respiratórias crônicas. E constatou ainda que nos indivíduos com síndrome de sobreposição era mais comum em pacientes com DPOC. Para Ryan et al., (2009) Os pacientes com DPOC apresenta uma característica comum que é uma troca gasosa desordenada e distúrbios relacionados a qualidade do sono. A hipoventilação é uma alteração normal durante o sono em indivíduos com DPOC com efeito desproporcional na hipoxemia, tendo como conseqüência a desaturação noturna significativa, predispondo a hipertensão pulmonar, arritmias cardíacas durante o sono e com as exarcebações podendo levar até a morte noturna. Segundo Nunes et al., (2008) a síndrome da apnéia do sono impacta negativamente na qualidade vida afetando diretamente na qualidade do sono provocando um sono perturbado, demora no inicio do sono, redução total do sono e múltiplos períodos de vigília, resultando em sonolência diurna, má desenvolvimento no trabalho, cansaço físico, afetando expressivamente no estado emocional. Entretanto este trabalho foi criado com o objetivo de estudar por meio de uma revisão bibliográfica, a qualidade do sono em portadores de DPOC. 9 METODOLOGIA Foi realizada uma pesquisa bibliográfica na qual foi construída a partir de referência teórica como artigos. O presente trabalho foi baseado no referencial da pesquisa bibliográfica, que consiste no exame da literatura científica para levantamento e análise do que já se produziu sobre determinado tema. Os critérios de inclusão foram constituídos de artigos publicados na integra no período entre 2002 a 2012 no idioma português e inglês. Os critérios de exclusão foram os artigos encontrados no período inferior a 2002 e estudos de casos in vitro. Primeiramente foi realizada uma revisão bibliográfica das produções científicas em saúde, através de um levantamento na biblioteca eletrônica PUBMED e SCIELO, que abarca uma compilação selecionada de periódicos científicos. Foram pesquisadas referencias pelo critério de afinidade ao tema do trabalho utilizando as palavras-chave: DPOC, COPD, sono, sleep, qualidade, quality. 10 RESULTADOS Foram colecionados 35 artigos e utilizados 18 destes, consultados nas bases de dados, sendo PUBMED e SCIELO que versavam sobre o tema o qual estavam de acordo com os descritores usados na pesquisa. 11 DISCUSSÃO Budhiraja et al., (2012) através de entrevistas constatou uma grande prevalência de transtorno de insônia em portadores de DPOC comparado com o que foi relatado no geral o uso do tabaco. Por sua vez a presença de insônia está associada com o aparecimento de sonolência diurna, precária qualidade de vida, redução da duração do sono. O seu trabalho teve com objetivo estudar a prevalência significativa menor de insônia em pacientes em uso oxigênio, no qual concluiu que o oxigênio pode reduzir a ventilação minuto, minimizar a hipoxemia noturna associados a despertares, redução das pressões arteriais pulmonares, com menor grau de ansiedade e depressão. Ele diz também que ouve conflito na literatura sobre o uso do oxigênio. Seguindo com estudo de Budhiraja, Kapella et al., (2011) em seu estudo com a terapia noturna de oxigênio em um grupo relativamente pequeno, mostrou aumento da sobrevida de pacientes hipoxemicos, os quais receberam mais de 18 horas de suplementação de oxigênio por dia, comparados com aqueles que receberam 12 horas por dia ou aqueles sem tratamento, mostrando que a suplementação de oxigênio noturna pode diminuir a hipertensão pulmonar, melhora da função cognitiva, alta tolerância ao exercício e diminuição na freqüência das exarcebações. Em contrapartida Machado et al., (2010) estudaram os efeitos do tratamento com CPAP, na sobrevida de pacientes com moderada a grave SAOS e DPOC hipoxemia o qual está recebendo a (LTOT). O seu trabalho foi acompanhado em um período de 41 meses, o qual concluiu que o tratamento com CPAP está associado com uma significativa sobrevida. Em seu estudo ele constatou estimativas de sobrevida nos grupos tratados com CPAP e não tratados foram de 71 e 26%, respectivamente, e no Conselho de Pesquisa Medica (MRC) combinado e estudos Trial Terapia Noturna de Oxigênio (NOTT), a expectativa de sobrevida em 5 anos no LTOT tratado e não tratado foi de 62 e 16%, respectivamente. As principais causas 12 de morte em seu estudo foram de insuficiência respiratória e doença cardiovascular, sendo consistente com os relatos em pacientes com DPOC grave e hipoxemia. As vantagens do tratamento com CPAP é na melhoria da mecânica respiratória, redução do trabalho respiratório, diminuindo a hiperinsuflação. Semelhante ao estudo de Machado, Kriger (2005) constatou em seu estudo que a desaturação noturna de oxigênio não tem ligação com o aumento da mortalidade em pacientes com DPOC. Foi levado em consideração problemas cardiovascular, o qual deve se ter mais atenção, sendo que há um aumento dos batimentos ectópicos no sono, apesar de não ter tanta relevância clinica. Seu estudo foi em um subgrupo limitado de pacientes. Concluiu que a desaturação noturna associado ao sono REM, e impacta no ventrículo esquerdo sobre sua fração de ejeção relacionado com o exercício Maximo. A hipoxemia tem pouco impacto nos pacientes com DPOC. Zanchet et al., (2004) mostraram os estágios do sono em pacientes com DPOC e com indivíduos saudáveis. E mostrou que houve um sono fragmentado, com aumento da vigília e despertares no período total do sono, acompanhado de dificuldade de pegar no sono, latências aumentadas durante sono REM, com aumento do estagio 1 do somo NREM e redução do sono delta. Comparando com os estudos de Zanchet, Cabral e Mueller (2010) considera que a hipoventilação é a principal causa de hipoxemia noturna nos portadores de DPOC. Sendo mais marcante durante a fase do sono REM, onde ocorre acentuada hipotonia da musculatura acessória e intercostal da respiração, levando a uma redução do trabalho da caixa torácica para a ventilação. Devido à hiperinsuflação pulmonar na DPOC leva a uma retificação das cúpulas diafragmáticas, com contração diafragmática ineficaz, ocorrendo hipoventilação profunda com hipoxemia. Já NcNicholas et al., (2004) verificou que o bloqueio anticolinérgico por inalação de tiotrópio de forma sustentada melhora a oxigenação durante o sono em pacientes com DPOC, e independe da forma que é tomada que seja pela manhã ou noite. Sua reação foi acompanhada através da espirometria de vigília, mas não houve mudança com a qualidade do sono. Ele diz que melhora na qualidade do sono com o uso do tiotrópio é parecido com um anteriormente relatado com a terapia teofilina, onde houve um aumento significativo na oxigenação, observada no período do sono REM, a qual é mais freqüente durante essa fase do sono. A teofilina oral reduz a retenção de ar nos pulmões, reduz a desaturação durante o sono, 13 melhorando a ventilação-perfusão. Relatam que não encontraram diferença na saturação de oxigênio nos pacientes com uso do tiotrópio quando comparado com o placebo. Em contrapartida Nunes et al., (2008) em conclusão ao seu estudo, afirma a aplicabilidade da administração de 3 mg de melatonina administrado 1 hora antes de dormir pode prolongar o sono, diminuição da hiperinsuflação em pacientes com DPOC moderado a muito grave. Esse é o primeiro estudo da melatonina em pacientes ambulatoriais com DPOC. Semelhante ao estudo de Nunes, Ryan et al., ( 2009) investigou a adição de inalado, o LABA (Salmeterol) melhora a SaO2 no período do sono em portadores com DPOC avançada. Apresentando uma diminuição da hiperinsuflação com melhora do sono. 14 CONCLUSÃO O sono é fundamental para o equilíbrio físico e mental do ser humano, sendo o principal mecanismo homeostático do organismo. Com papel essencial no funcionamento do cérebro. Esse é o período no qual são reparadas condições orgânicas e desenvolvidas outras funções, como a reformulação do aprendizado adquirido durante o dia. Entretanto, uma noite bem dormida de qualidade, com um sono reparador, é de total importância para a saúde e uma melhor qualidade de vida. Ainda encontram-se muitos desafios para tratar algumas patologias menos comuns e propagar alguns tratamentos quando se diz respeito ao sono. É preciso conscientizar a população e a classe médica sobre o que é o sono normal e seus transtornos. Uma grande parte da população tem ou teve algum tipo de transtorno do sono, sendo os mais comuns a insônia e problemas respiratórios ronco e apnéia. Foram encontrados na literatura diferentes resultados sobre o sono nos portadores de DPOC. Alguns autores verificaram um desajuste durante o sono. Como vários períodos de vigília, aumento das latências durante sono REM, outros diz que a desaturação noturna de oxigênio na tem ligação com a mortalidade nos portadores de DPOC. Foi mostrado que o CPAP está relacionado com alta sobrevida nesses pacientes, tendo como vantagens na melhoria da mecânica respiratória, redução do trabalho respiratório, diminuindo a hiperinsuflação. Deduz-se que, para se ter uma qualidade de vida, é preciso ter um sono reparador para um bom funcionamento fisiológico. Os distúrbios do sono podem interferir no social, profissional e familiar, com perda profissional, comprometimento da saúde. 15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS NUNES, D.; MOTA, R., MACHADO, M. et al. Effect of melatonin administration on subjective sleep quality in chronic obstructive pulmonary disease. Braz J Med. Biol. Res. vol.41 no. 10 Ribeirão Preto Oct. 2008 DOHERTY, D.; TASHKIN, D.; KERWIN, E. et al. 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