MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA Acúmulo de massa seca em cultivares de Brachiaria Brizantha submetida a intensidades de desfolhação JOÃO GUILHERME DE GÓIS FONTES Orientador: Jailson Lara Fagundes Co-orientador: Alfredo Acosta Backes São Cristovão-SE 2012 i MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA JOÃO GUILHERME DE GÓIS FONTES Acúmulo de massa seca de cultivares em Brachiaria Brizantha submetida a intensidades de desfolhação Dissertação apresentada a Universidade Federal de Sergipe como parte integrante do Curso de Mestrado em Zootecnia, para obtenção do título de “Mestre”. Orientador: Jailson Lara Fagundes Co-orientador: Alfredo Acosta Backes São Cristovão-SE 2012 ii FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE Fontes, João Guilherme de Góis Acúmulo de massa seca de cultivares em Brachiaria brizantha submetida a intensidades de desfolhação / João Guilherme de Góis Fontes ; orientador Jailson Lara Fagundes. – São Cristóvão, 2012. vii, 59 f. ; il. F683a Dissertação (Mestrado em Federal de Sergipe, 2012. Zootecnia) – Universidade O 1. Brachiaria brizantha. 2. Plantas forrageiras. 3. Matéria seca. 4. Relação folha/colmo. I. Fagundes, Jailson Lara, orient. II. Título CDU 633.2(213.5) ii JOÃO GUILHERME DE GÓIS FONTES Acúmulo de massa seca de cultivares em Brachiaria Brizantha submetida a intensidades de desfolhação Dissertação apresentada a Universidade Federal de Sergipe como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Zootecnia. APROVADA em 12 de julho de 2012. ___________________________________ Dr. José Henrique Rangel (EMBRAPA) ___________________________________ Prof. Dr. Laerte Marques da Silva (UFS) ___________________________________ Prof. Dr. Jailson Lara Fagundes (Orientador – UFS) São Cristovão-SE 2012 iii SUMÁRIO Página Resumo................................................................................................................................ vi Abstract............................................................................................................................... vii Introdução Geral.................................................................................................................. 01 Revisão de Literatura........................................................................................................... 03 Referências Bibliográficas................................................................................................... 20 Capitulo 1- Acúmulo de massa seca de cultivares em Brachiaria Brizantha submetida a intensidades de desfolhação................................................................................................. 33 Resumo ............................................................................................................................... 34 Abstract ............................................................................................................................... 34 Introdução ........................................................................................................................... 35 Material e Métodos.............................................................................................................. 37 Resultados e Discussão........................................................................................................ 39 Conclusões .......................................................................................................................... 47 Referencias Bibliográficas................................................................................................... 48 Tabelas ................................................................................................................................ 54 Anexo (croqui da área experimental)................................................................................... 59 iv Aos meus queridos pais, William e Maria Odete pelos ensinamentos de dignidade, força, incentivo e amor. Aos meu querido irmão, Mário Walter Pela união, companheirismo e amor. A todos os meus familiares Pela força e incentivo por um futuro melhor. DEDICO Ao meu orientador (amigo) Jailson Pelos puxões de orelha e ensinamentos, querendo sempre minha superação. A todos os meus Amigos e a Renata Por estarem juntos nesta jornada, dando alegria, incentivo e carinho. A todos os professores da UFS Pelos longos seis anos e meio de convivência e aprendizado. OFEREÇO v RESUMO Fontes, João Guilherme de Góis. Acúmulo de massa seca de cultivares em Brachiaria Brizantha submetida a intensidades de desfolhação. Sergipe: UFS, 2012. 59p. (Dissertação Mestrado em Zootecnia) O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes intensidades de desfolhação no acúmulo de matéria seca, composição morfológica e resíduo de forragem em diferentes cultivares de Brachiaria brizantha. Os tratamento consistiram em três cultivares de Brachiaria brizantha (Marandú, Xaraés e MG4) e quatro intensidades de desfolhação (10, 20, 30 e 40 cm) durante o período de agosto de 2010 a julho de 2011 no campus rural da Universidade Federal de Sergipe em uma área já estabelecida, sendo realizada correção de solo de acordo com as exigências culturais. O delineamento experimental foi o de blocos casualizados com quatro repetições em fatorial 3x4. As cultivares apresentaram comportamento significativo sob as diferentes intensidades de desfolhação, acúmulo de massa seca total e de folha, percentagem de material morto e altura do dossel. Quando submetido as diferentes intensidades de desfolhação não foi constatado efeito significativo para o acúmulo de colmo, percentagem de colmo, densidade da forragem e relação Folha:Colmo. As cultivares Marandú e Xaraés apresentaram maior acúmulo de folha, maior altura de dossel e relação Folha:Colmo que o MG4. As intensidades de desfolhação de 30 e 40 cm foram as mais indicadas por apresentarem menor acúmulo e percentagem de colmo e maior relação Folha:Colmo. A participação de material verde na matéria seca e o resíduo de matéria seca é altamente influenciável pela intensidade de desfolha. Palavras chaves: Altura dossel, Forrageira tropical, Matéria seca, Relação folha/colmo vi ABSTRACT Fontes, João Guilherme de Góis. Dry matter accumulation in cultivars Brachiaria Brizantha subjected to intensities of defoliation. Sergipe: UFS, 2012. 59p. (Dissertation - Master in Zootecnia) The aim of this study was to evaluate the effect of different intensities of grazing on dry matter accumulation, morphological composition and the forage in different cultivars of Brachiaria brizantha. The treatment consisted of three cultivars of Brachiaria brizantha (Marandú, Xaraés and MG4) and four defoliation intensities (10, 20, 30 and 40 cm) during the period August 2010 to July 2011 in the rural campus of the Federal University of Sergipe an area already established, soil correction being performed in accordance with the cultural demands. The experimental design was a randomized block design with four replications in a 3x4 factorial. Cultivars showed significant under different intensities of defoliation, total dry matter accumulation and leaf, percentage of dead material and canopy height. When subjected to different intensities of defoliation no significant effect to the buildup of thatch, thatched percentage, the forage density and leaf: stem ratio. Cultivars and Marandú Xaraés showed higher accumulation of leaf largest canopy height and leaf: stem ratio than the MG4. The intensities of defoliation of 30 and 40 cm were the most suitable for presenting smaller accumulation and concentration stem and higher Sheet: Colmo. Participation of green material in dry matter and dry matter residue is highly influenced by the intensity of defoliation. Keywolds: Dry matter, Height canopy, Leaf / stem ratio, Tropical forage vii INTRODUÇÃO As pastagens tropicais representam os recursos alimentares mais econômicos para produção de ruminantes, não havendo qualquer outro tipo de modalidade alimentar, que seja, mais competitiva que a forragem colhida no campo pelo próprio animal. Melhorias na utilização das pastagens pode vir acompanhada pelo aumento da eficiência do sistema produtivo e do aumento da produção animal no país (NUSSIO, 2000). Um fator importante que contribuiu para o aumento das pastagens e com isso a produção animal no Brasil, foi a introdução das pastagens cultivadas de origem africana, principalmente as do gênero Brachiaria, forrageiras com crescimento vigoroso e adaptada a diferentes regiões brasileiras (PORTES et al., 2003). Dentre as espécies de Brachiarias a Brachiaria brizantha vem se destacando nos últimos anos, representando aumento considerável na área plantada (MACEDO, 2005). Vários são os fatores que afetam o desenvolvimento das gramíneas forrageiras e consequentemente irão influenciar a produtividade do sistema. Nesse sentido, informações que possibilitem o manejo de forma criteriosa e racional irão ajudar muito o sistema produtivo. Conhecer o manejo forrageiro é imprescindível ao entendimento das respostas morfogênicas a colheita, para que possa ser elaborado estratégias adequadas para a exploração do potencial forrageiro, sendo o manejo do pastejo a característica de maior impacto e mais significativa na eficiência global da produção animal em pastagens. (DA SILVA & CORSI, 2003; GOMIDE et al., 2009). A produção forrageira conciliada com a perenidade do pasto e a produção animal é altamente dependente de conhecimento do manejo forrageiro, sabendo o equilíbrio especifico de cada espécie forrageira, ressaltando-se que somente após a associação estável entre planta e ambiente na pastagem, a consideração do componente animal como gerador de produção se torna importante (FLORES et al., 2008). 1 Sistemas de manejo baseados em conhecimentos científicos tem caráter primordial na utilização em pastejo de gramíneas tropicais, em virtude do rápido aumento de lignificação dos constituintes da parede celular o que faz com que reduza a digestibilidade, tornando necessário o conhecimento do momento ideal de índice de área foliar e índice de área foliar remanescente, para melhor rendimento produtivo, nutritivo e econômico (SARMENTO, 2003). Mesmo sabendo que os processos, mecanismos e princípios que determinam a produção forrageira sejam idênticos, a planta assumirá valores distintos para cada espécie, onde a plasticidade fenotípica é a responsável pelos processos de amplitude das compensações especificas (HODGSON & DA SILVA, 2002), com isso justifica a necessidade de conhecer mais detalhadamente a planta forrageira e observar as mudanças morfológicas e estruturais do dossel forrageiro ao longo do tempo (DA SILVA & PEDREIRA, 1997; EUCLIDES & EUCLIDES FILHO, 1997). A estrutura do dossel forrageiro que é determinada pela arquitetura e morfologia da planta, pela distribuição espacial das folhas, pelas relações Folha:Colmo e material Vivo:Morto, pela densidade de folhas verdes e pela altura, vêm a interferir diretamente sobre a produção forrageira e, o consumo e desenvolvimento animal. Logo o controle da frequência e intensidade de desfolhação, constitui um mecanismo essencial para maior eficiência na produção e utilização do dossel forrageiro (OLIVEIRA et al., 2007). Este trabalho tem por objetivo avaliar as características produtivas, estruturais e morfogênicas do dossel de Brachiaria brizantha, cv. Xaraés, Marandú e MG4, quando submetido a diferentes intensidades de desfolhação. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A pecuária mundial continua buscando cada vez mais o aumento produtivo e econômico, visando atender a demanda mundial por carne decorrente do crescente aumento da população. Com 2 o Brasil não é diferente, é um dos países de maior potencial de produção pecuária a pasto, determinado principalmente pelas suas condições climáticas e vasta extensão territorial (COSTA et al. 2005), sendo o 2° maior produtor de carne bovina e o maior exportador, ocupando 27% do mercado do comercio mundial (MAPA, 2007). Aproximadamente 88% da carne bovina produzida no país é de origem quase que exclusivamente de rebanhos mantidos em pastagens (COSTA et al., 2009), isto em decorrência dos valores produtivos, onde a alimentação baseada em pastagens é a forma mais competitiva de produção animal, pois a forragem é colhida no campo pelo próprio animal (NUSSIO, 2000). A área de pastagens no Brasil ocupa uma parte extensa do território nacional, apesar disso, a pecuária, de maneira geral, ainda é praticada de forma amadora na maioria dos casos, com resultados de produtividade que comprometem a rentabilidade da atividade de exploração (DE FARIAS et al., 1997; DA SILVA & PEDREIRA, 1997). Vários fatores contribuem para isso, entre eles a baixa fertilidade natural do solo, a reduzida disponibilidade de nutrientes, o déficit pluviométrico, a má distribuição das chuvas durante o ano e o manejo inadequado das pastagens. Uma das principais causas da baixa produtividade da pecuária brasileira é o processo de degradação das pastagens (FREITAS et al., 2005). Atualmente o Brasil possui 100 milhões de hectares com pastagens cultivadas, sendo que 80% apresentam algum grau de degradação e 50% destas estão em estado avançado. Logo, os resultados econômicos obtidos pela maioria dos pecuaristas brasileiros são bastante inferiores aos níveis ideais de produção passíveis de serem obtidos (VITOR et al., 2009). Deve-se levar em consideração também o tamanho quase que continental do país, com diferentes regiões cada uma com suas limitações e peculiaridade. A região nordeste brasileira conta com aproximadamente 1.542.000 km², correspondendo a 13,5% da área total do Brasil, estando, praticamente, inserida no polígono das secas. Nessa região, observa-se, em geral, baixa produtividade nos rebanhos, em função de vários fatores, podendo-se citar o sistema de manejo 3 extensivo e a forte dependência das disponibilidades quantitativas e qualitativas das pastagens nativas como os mais importantes, porém um fator de extrema importância para esta região é o déficit hídrico na maior parte do ano, não gerando o suporte necessário para o bom crescimento forrageiro (CAMURÇA et al., 2002). Fato que reflete na baixa lotação animal por área, no baixo ganho de peso na estação das chuvas e, principalmente, na elevada perda de peso na estação seca, consequentemente, toda a atividade apresenta perdas econômicas bastante consideráveis (BARDUCCI et al., 2009). Sergipe é o menor estado do país, localizado na região Nordeste, ocupa a superfície de 22.005 km2, correspondendo a 0,26% do território nacional. De acordo com o IBGE (2007) o estado possui cerca de 1 milhão de cabeças de bovinos, a produção de ruminantes exerce participação ativa no PIB do estado, não diferente dos outros estados da federação, as pastagens apresentam baixa disponibilidade de forragem, que em muitas vezes associado a falta de conhecimento do manejo apropriado ou a não reposição de nutrientes, conduzem a degradação de forragens. O conhecimento do manejo do pastejo de uma maneira geral é fundamental para o sistema produtivo, sendo uma alternativa de grande impacto na eficiência global da produção animal em pastagens, no entanto para o melhor manejo é necessário o conhecimento da forragem que se está cultivando. Dentre as gramíneas mais cultivadas no país as do gênero Brachiaria apresentam elevada participação, logo o conhecimento sobre essa forrageira é essencial para a máxima eficiência do sistema. (FAGUNDES et al., 2006). As gramíneas do gênero Brachiaria, têm apresentado boa adaptação para estas condições de solo de baixa fertilidade, haja vista sua predominância na maioria das pastagens manejadas inadequadamente e sem uso de fertilização para manutenção de sua produtividade (GAMARODRIGUES, 2002). O grande interesse dos pecuaristas pelas espécies de braquiárias se prende ao fato de estas em sua maioria serem plantas de alta produção de matéria seca, possuírem boa adaptabilidade, 4 facilidade de estabelecimento, persistência e bom valor nutritivo, além de apresentarem poucos problemas de doenças e mostrarem bom crescimento durante a maior parte do ano, inclusive no período seco, proporcionando excelente cobertura vegetal do solo (ASSIS et al., 2003; COSTA et al., 2005; TIMOSSI et al., 2007). Segundo Renvoize et al. (1996), o gênero Brachiaria tem 97 espécies, com limites taxonômicos ainda mal divididos, podendo ser classificadas erroneamente e por taxonomia nova conhecida como Urochloa (LENIS-MANZANO et al., 2010), distribuído por toda a zona tropical do planeta. São encontradas espécies nativas no continente asiático, australiano, americano e africano, sendo que as desse ultimo de maior importância no parâmetro da pecuária tropical. Dentre as gramíneas do gênero Brachiaria a espécie brizantha, vem apresentando elevada produção e aceitação comercial. A espécie Brachiaria brizantha (A.Rich.) stapf. é considerada boa forrageira tropical em razão de suas características agronômicas e de seus índices zootécnicos, ocupa extensas áreas de cultivo no Brasil, ela é originaria do continente africano, embora seja muito difundida por vários países (JAKELAITES et al., 2005). A Brachiaria brizantha vem se destacando como excelente forrageira, apresenta alta resistência a cigarrinha-das-pastagens, alta resposta a aplicação de fertilizantes, bom valor nutritivo e elevada produção de massa seca, porém apresenta baixa adaptação a solos mal drenados, resistência moderada a seca e tolerância a varias características de manejo (VALLE et al., 2000; SILVA et al., 2005; FLORES et al., 2008). Dentre as cultivares de Brachiaria brizantha três vem se destacando pela maior produtividade e interesse comercial, as cultivares Marandú, Xaraés e a MG4. A cultivar Marandú [(Urochloa brizantha cv. Marandú (Syn. Brachiaria brizantha cv. Marandú)] é a mais encontrada no país, tendo sido trazido pela primeira vez da Zimbabwe Grassland Research Station em Marandela, localizada no Zimbábue em 1967, logo após foi cultivada durante vários anos no estado de São Paulo sendo distribuída para várias regiões (RENVOIZE et al., 1996). Esta cultivar possui boa relação folha/haste (SILVA et al., 2005), adapta- 5 se a diferentes solos e diferentes locais, até 3000 metros de altitude, precipitação anual ao redor de 700 mm, tolera 5 meses de seca, se adapta a diversos ambientes, especialmente em sistemas de produção com reduzido uso de insumos, que foi o responsável pela sua expansão e expressividade (ANDRADE, 1994; SOARES FILHO, 1994). Quanto ao potencial produtivo, apresenta elevada produção de matéria verde e responde bem a adubação, com produções de até 36 toneladas de matéria seca por ha/ano (GHISI; PEDREIRA, 1987). Os conhecimentos sobre os aspectos relacionados a ecofisiologia e produção do capim Marandú ainda são relativamente pequenos, mesmo sendo a principal espécie forrageira plantada ultimamente no país (PARIZ et al., 2011). Após o lançamento da cultivar Marandú o Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Corte (EMBRAPA) lançou outro cultivar de Brachiaria brizantha denominado Xaraés. Segundo Valle et al. (2003), o cultivar Xaraés [Urochloa brizantha cv. Xaraés (Syn. Brachiaria brizantha cv. Xaraés)] foi liberado com o objetivo de promover a diversificação de espécies forrageiras nas pastagens do gênero Brachiaria, oferecendo opção alternativa de qualidade à Brachiaria brizantha cv. Marandú, com o objetivo de barrar o monocultivo pecuário predominante no Brasil Central (CARLOTO et al., 2011). O cultivar Xaraés é indicado para solos de média fertilidade, bem drenados e de textura média (VALLE et al., 2003). Essa forrageira é uma planta cespitosa que pode enraizar nos nós basais e apresenta altura média de 1,5 metros, crescimento cespitoso, apresenta folhas mais largas que o cultivar Marandú, com pouca pubescência e de coloração verde escuro, ainda apresenta florescimento tardio e alta produção de sementes, possui média resistência a cigarrinha-daspastagens, rápido crescimento e elevada produção forrageira (VALLE et al., 2003; PEDREIRA et al., 2007). Em ensaios em canteiros, apresentou elevada produção de forragem, chegando a 21 t/ha de matéria seca com 30% desse rendimento no período seco (VALLE et al., 2001). Quando 6 comparada com o cultivar Marandú, o Xaraés é superior com maior produção de forragem e mais rápida rebrota após pastejo (VALLE et al., 2003). Outro cultivar da Brachiaria brizantha introduzida na mesma época do cultivar Xaraés foi o cultivar MG4 [Urochloa brizantha cv. MG4 (Syn. Brachiaria brizantha cv. MG4)]. Esse cultivar é originária da Colômbia, e se refere à Matsuda Genética n°4, que a introduziu no Brasil, em 1995, por intermédio do Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT). A MG4 se adapta a regiões tropicais, desde o nível do mar até 1.800 m de altitude e com precipitação anual superior a 800 mm. Tolera secas prolongadas devido ao seu sistema radicular profundo, tem boa recuperação após a queima e boa capacidade de rebrota. Não tolera solos encharcados e é suscetível a geadas, possui forma de crescimento em touceira, decumbente e crescimento livre pode alcançar até 1,5 metros e é tolerante à cigarrinha das pastagens (SUPRAREAL SEMENTES, 2012; FERREIRA et al., 2010). Existem espécies e/ou cultivares de plantas forrageiras para as mais variadas condições climáticas e de solos, com características fenotípicas próprias ainda pouco conhecidas que irão determinar a sua forma de manejo e condições de adaptação às diferentes espécies animais, permitindo assim o seu uso adequado nos diferentes sistemas (TINOCO et al., 2008). As características de desenvolvimento forrageiro variam em decorrência de alterações nos níveis de luz, temperatura, umidade e disponibilidade de nutrientes, enfatizando, dessa forma, a necessidade de se conhecerem as respostas morfológicas das espécies forrageiras ao ambiente, para o entendimento de adaptações das mesmas às práticas de manejo a serem adotadas visando o maior acúmulo forrageiro (PEDREIRA et al., 2007). A dinâmica de acúmulo de forragem descrita por Hodgson (1990), de maneira geral, apresenta uma fase inicial de crescimento lento, seguida de acúmulo acelerado e, finalmente, uma fase na qual as taxas de acúmulo tendem a zero e o dossel se aproxima da máxima produção líquida, que é mantida a partir de então e pode ser reduzida em casos de intervalos muito longos entre 7 desfolhações sucessivas. Porém, para as gramíneas tropicais e de crescimento ereto, não se pode deixar de fora a característica do crescimento e alongamento do colmo que irá interferir significativamente na estrutura do dossel afetando o acúmulo forrageiro. O acúmulo de matéria seca em plantas forrageiras é resultante de interações complexas de atributos genéticos e de ambiente e seus efeitos nos processos fisiológicos e nas características morfológicas das plantas (PEDREIRA & PEDREIRA, 2007). O reconhecimento e o entendimento da amplitude da flexibilidade das estratégias de manejo somente podem ser alcançadas a partir de estudos baseados no controle de condições/estado do pasto e da dinâmica forrageira. (BIRCHAM & HODGSON, 1983) De maneira geral a resposta das plantas a desfolha é entendido como um mecanismo de reestabelecimento e manutenção dos padrões de crescimento, onde todos os recursos disponíveis devem ser utilizados de forma racional a se garantir a formação de novos tecidos fotossintetizantes visando restaurar o balanço positivo de energia e o crescimento da planta (LEMAIRE & CHAPMAN, 1996). A estrutura do dossel e o acúmulo de forragem são altamente interdependentes, uma vez que a estrutura é o resultado de características de crescimento de plantas individuais e isso afeta a taxa de aquisição dos recursos por essas plantas e do dossel forrageiro como um todo (PARSONS & CHAPMAN, 2000). Portanto o crescimento da planta forrageira em comunidades pode ser considerado como sendo o resultado da aquisição de recursos como Carbono e Nitrogênio, bem como o uso desses para o crescimento e senescência, a quantidade de Carbono fixado pelo dossel forrageiro por unidade de tempo depende diretamente da quantidade de radiação fotossinteticamente absorvidas, sobretudo pelas folhas fontes (verdes) (MOLAN, 2004). Dentre as características estruturais do dossel, a altura é a que apresenta relação mais consistente com as respostas da planta e animais quando comparadas com características como massa da forragem, massa de folhas e índice de área foliar (HODGSON, 1990). Em decorrência da 8 maior relação dessa característica com a produção forrageira pode-se obter dessa forma o momento ideal de colheita (FLORES et al., 2008). A altura vem a influenciar o acúmulo forrageiro e a quantidade de carbono fixado, muito em reflexo da elevação do índice de área foliar, e consequentemente, da interceptação da radiação, que contribui concomitantemente para o aumento de fotoassimilados das folhas fontes, e redução na radiação incidente nas folhas baixeiras, o que impulsiona, respectivamente, a taxa de produção de folhas e de colmo e perdas das folhas baixeiras (ALEXANDRINO et al., 2011). Essa distribuição espacial dos componentes morfológicos do dossel apresentam perfil bastante parecidos entre varias espécies forrageiras. Na parte superior e apresentando a maior densidade volumétrica apresenta-se as folhas, as hastes ocupa posição intermediária e logo abaixo de menor densidade volumétrica, apresentam-se o material morto (HODGSON, 1990; BUENO, 2003). No momento da colheita o animal sempre busca as folhas, que é a parte mais palatável do dossel, essa colheita tem que ser feita em um momento ideal, em que o dossel forrageiro apresente o maior numero de folhas possível e menor volume de colmo e material morto, esse momento pode ser observado pela altura do dossel. Trabalhos de Andrade (2003), Sarmento (2003), Sbrissia et al. (2001), Sbrissia et al. (2003), Fagundes et al. (2001), Carnevalli et al. (2001), revelam que estratégias de manejo baseadas no monitoramento e controle da altura do dossel, permite um balanço aceitável entre os processos de produção da forragem, respondem as variações em propriedades químicas e físicas do solo, definem respostas consistentes a população de plantas a desfolha e são facilmente mensuráveis, permitindo conhecer as variações estruturais do dossel. Em sistemas de pastejo, as plantas forrageiras são sujeita a desfolhas sucessivas as quais apresentam frequência e intensidade dependentes do método de colheita, necessitando produzir 9 tecido fotossintetizante continuamente, visando sua permanência e longevidade dentro da pastagem. (LEMAIRE & CHAPMAN, 1996). Para se definir uma estratégia de colheita é necessário conhecer a base produtiva os recursos físicos e vegetais, além do perfil do sistema de produção, das respostas das plantas a colheita e da contextualização especifica da unidade de produção, para então poder tomar decisões e prosseguir com a cadeia produtiva (DA SILVA & NASCIMENTO Jr., 2006). Rodrigues & Rodrigues (1987), já citavam que a comunidade da planta reagem a desfolhação, e que era necessário conceber uma melhor estratégia que propicia-se a maximização da produtividade da forragem com elevado valor nutritivo, possibilitando o crescimento da forrageira e o bom desenvolvimento animal sem comprometer a perenidade das pastagens. A remoção da parte aérea por meio do corte ou pastejo representa um estresse a planta, cuja magnitude depende da severidade da desfolha (GOMIDE et al., 2002), esta desfolhação pode ser maléfica se muito severa por ocasionar grande mobilização das reservas orgânicas, as quais podem ser exauridas em médio prazo. No entanto, quando bem manejada pode ser benéfica, removendo tecidos maduros, e aumentando a luminosidade na base do dossel (SOUSA et al., 2010). Portanto, das características estruturais do dossel a altura vem a apresentar-se como uma das mais importante relações ao momento de colheita, pois apresenta uma resposta eficiente da produtividade da planta e do animal, e também apresenta uma melhor resposta do manejo da planta forrageira ao longo das variações anuais, determina a habilidade da planta por captação de luz (BLACH & ONG, 2000). Fenômenos importantes no sistema produtivo como taxa de crescimento, qualidade da dieta, taxa de consumo de animais em pastejo, que vem a influenciar a produção primaria (produção da forragem) e secundária (produção animal) do sistema, são explicados pela estrutura do dossel que é definida como sendo o arranjo espacial de partes de planta sobre o solo dentro da sua comunidade, e ou quantidade e organização de materiais de planta sobre o solo (MOLAN, 2004). 10 A melhor utilização da energia radiante é dependente das características relacionadas a estrutura do dossel, onde as pesquisas modernas procuram assegurar a planta uma boa penetração de luz ao longo do perfil, até as folhas posicionadas mais próximas ao solo otimizando a fotossíntese total, e adequando sua arquitetura para maiores produtividades (HORTON, 2000). No ecossistema pastagem, a arquitetura do dossel ou estrutura do pasto, são componentes que determinam valores físicos, químicos e bióticos, que interferem nos padrões de resposta e processos que ocorrem no interior do dossel (Birch et al. 2003), logo, a estrutura do dossel não é definida exclusivamente pela dinâmica de crescimento e sim pelos processos conflitantes da colheita e do crescimento forrageiro. De uma maneira geral a colheita do pasto modifica a arquitetura da planta, onde há uma tendência a planta escapar ao manejo e manter material fotossintetizante ativo, essa modificação é conhecida como plasticidade fenotípica (SANTOS et al., 2011). Quando as folhas distribuem-se de forma regular, elas são capazes de intercepta mais luz que quando aparecem agrupadas, pois o auto-sombreamento reduz bastante a interceptação luminosa (LATINGA et al., 1999). A radiação luminosa, que adentra no dossel, vai perdendo sua intensidade ao longo do perfil forrageiro, até chegar uma fase em que a fotossíntese é igual a respiração (MOLAN, 2004). Segundo Haynes (1980), a altura do dossel forrageiro é uma característica das mais importantes para determinar a habilidade competitiva das plantas por luz, onde uma diferença mínima na altura do dossel pode influenciar bastante na competição por luminosidade e a qualidade de luz absorvida, pois pode ser o suficiente para uma planta sobrepor-se a outra. As forragens apresentam uma faixa liquida de altura de colheita, para cada cultivar, e características peculiares, onde devemos conhece-la para aplicar o melhor manejo para o animal e também para a planta, para que essa seja capaz de realizar fotossíntese para o seu pleno desenvolvimento (FAGUNDES et al., 2001). 11 Segundo Andrade et al. (2005), entre todas as variáveis relacionadas a crescimento e produção das plantas, área foliar, interceptação de luz, fotossíntese e ambiente luminoso são muito importantes, visto que 90% do peso de matéria seca das plantas são devidos à assimilação fotossintética de carbono. O acúmulo de forragem é resultado do processo fotossintético da planta, no qual o carbono, advindo do dióxido de carbono atmosférico é fixado e convertido em carboidratos (compostos orgânicos) por meio da utilização da energia solar (PARSONS & CHAPMAN, 2000). Black & Ong (2000), em sua revisão cita que a produção de matéria seca depende da radiação fotossinteticamente ativa, e de como ela é interceptada, o material melhor fotossintetizante é o material da copa (folhas) e não os senescentes e lenhosos. A quantidade de radiação interceptada depende do montante do dossel, do seu tamanho e do tempo de exposição a radiação e o curso dentro do dossel. A copa do dossel é um arranjo heterogêneo com folhas distribuídas aleatoriamente e a transmissão de radiação pela copa é limitada. A estrutura da copa está sujeita a diversas mudanças ocorridas no dossel, quando o crescimento não é limitado pela água ou fontes de nutrientes, a quantidade de biomassa produzida por monoculturas é limitada principalmente pela quantidade de radiação captada. Existe uma elevada correlação entre produção de matéria seca, radiação interceptada e o estágio fisiologico da planta (BLACK & ONG, 2000). Os compostos metabólicos decorrentes da fotossíntese das plantas, são responsáveis pela manutenção de seu ciclo, essa fotossíntese é feita através da absorção de luz pelo cloroplasto, principalmente localizado nas folhas, que desencadeia um conjunto de reações físicas e bioquímicas, que garantem o suprimento de energia necessário para a produção e desenvolvimento da planta, logo as folhas são parte essencial do sistema, além de serem a principal fonte de nutrientes para os ruminantes em sistemas de pastejo (RODRIGUES et al., 2008). 12 As folhas são o principal constituinte da área foliar fotossinteticamente ativa e eficiente, porém, são produzidas de acordo com uma programação morfogênica das plantas que sofre influência direta de fatores de meio ambiente, da idade fisiológica, até mesmo da desfolhação o qual irá influenciar diretamente o crescimento da planta forrageira (LEMAIRE & CHAPMAN, 1996). A taxa fotossintética foliar, que varia com a idade das folhas, após a completa expansão das folhas, decresce com a idade da planta, em decorrência do declínio do potencial metabólico e da mudança de posição relativa da folha dentro do dossel (ACOCK et al., 1978; ROUX & MORDELET, 1995). As folhas mais jovens, apresentam taxa fotossintética por unidade de área maior que as mais velhas, e sua posição no dossel apresenta-se também como vantagem normalmente no cume do dossel, pois otimiza a eficiência de utilização de luz, logo necessita-se manter o dossel forrageiro com índice de área foliar alto, eficiente para assegurar a interceptação luminosa, apresentando também área para uma boa colheita animal, e assegurar folhas jovens para que ocorra uma boa interceptação luminosa (MOLAN, 2004). Logo, a lâmina foliar é um importante componente para a produção de massa seca total da planta, destacando que, além de interceptar boa parte da energia luminosa, e representar parte substancial do tecido fotossintético ativo, garantindo a produção de fotoassimilados da planta, ela constitui-se em material de alto valor nutritivo para os ruminantes (ALEXANDRINO et al., 2004). Segundo Pedreira et al. (2007), as plantas do capim Xaraés após a colheita se tornaram mais eretas mostrando a plasticidade do capim Xaraés em alterar sua estrutura, de modo a permitir maior iluminação da área foliar existente e sugerindo uma adaptação dessa planta em resposta ao manejo imposto. Para o bom desenvolvimento de um dossel repleto de folhas, deve existir os perfilhos, e com isso o colmo (haste) para a sustentação das folhas e do dossel, no entanto morfologicamente com o avanço do desenvolvimento da planta forrageira a proporção de folha na planta tende a diminuir 13 gradativamente e a medida que isso acontece, ocorre o alongamento do colmo, se tornando uma característica indesejável para o sistema (RODRIGUES, 2004). Já é bastante conceituado e vários estudos indicam que o melhor momento para a colheita do dossel é com 95% de interceptação de luz (CARNEVALLI et al., 2006; BARBOSA et al., 2007; DA SILVA & NASCIMENTO JR., 2007). Trabalhos demonstram que com 100% de interceptação luminosa vem a apresentar as maiores taxas de acúmulo de matéria seca, o que pode ser explicado pelo aumento nas taxas de acúmulo de colmo, consequência do incremento da competição por luz que normalmente ocorre a partir dos 95% de interceptação luminosa (PEDREIRA et al., 2007). As gramíneas tropicais em particular aquelas de habito de crescimento eretos, apresentam um componente morfológico importante no crescimento que é o rápido alongamento do colmo, que interfere significativamente na estrutura do dossel e no processo de competição por luz, esse maior alongamento ocorre quando o dossel passa dos 95% de interceptação luminosa, interferindo no pastejo animal em decorrência do aumento de colmo (SBRISSIA & DA SILVA, 2001). O acúmulo de colmo no dossel forrageiro é na grande maioria das vezes indesejável, pois representa grande gasto de energia para o crescimento dessa fração que influencia negativamente o valor nutritivo da forragem produzida (DIFANTE et al., 2009). O alongamento de colmo, está relacionado com a competição intra e inter-especifica por luz em uma comunidade de plantas forrageiras, a frequência de desfolhação determina o momento a partir do qual essa competição se torna acirrada, intensificando o processo de alongamento de haste na busca por um melhor posicionamento na parte superior do dossel para a capitação de energia luminosa gerando uma competição por luz (CARNEVALLI, 2003; FAGUNDES et al., 2006). Essas mudanças ocorridas ao longo do dossel são altamente influenciadas pelo manejo forrageiro, onde influencia todo o sistema de produção animal, muito em decorrência da relação folha:colmo. 14 Dentre as principais características estruturais do dossel forrageiro que condicionam o comportamento ingestivo e a produção dos ruminantes em pastejo têm-se a relação folha/colmo correlação com o valor nutritivo da forragem produzida (GONTIJO NETO et al., 2006; CASTAGNARA et al., 2011). Quanto maior a relação folha/colmo, melhor o valor nutritivo da forragem, pois as folhas são a fração da planta forrageira com maior digestibilidade, por serem mais ricas em proteína bruta e com menor teor de fibra influenciando o aumento no consumo animal. De acordo com Sbrissia & Da Silva (2001), a relação folha/colmo apresenta relevância variada de acordo com a espécie forrageira, sendo menor em espécies de colmo tenro e de menor lignificação. Essa variável pode ser associada com o índice de valor nutritivo da forragem, pois, assim como a altura do pasto e disponibilidade de massa seca, facilita a preensão de forragem pelo animal e, dessa forma pode vir a influenciar o seu comportamento durante o pastejo dos ruminantes. Segundo Euclides et al., (2000); Rodrigues et al., (2008) para os cultivares Xaraés e Marandú, o alongamento do colmo incrementa a produção forrageira, porém interfere na estrutura do pasto, comprometendo a eficiência de pastejo em decorrência do decréscimo na relação folha/colmo. Portanto a relação folha:colmo é de grande relevância para definir a qualidade da pastagem, uma vez que os valores nutricionais de uma forragem devem-se, proporcionalmente, mais às folhas que ao colmo, logo deve ser evitado valores de relação abaixo do crítico, segundo Pinto et al. (1994), a relação crítica é abaixo de 1:1, onde quanto maior essa relação melhor. Só é possível obter essa relação e caracterizar a forragem disponível dos animais em pastejo, se for feito o fracionamento da forragem acumulado em extratos e sua separação em componentes como folha, colmo e material morto, que vem a descrever melhor a alteração morfológica e fisiológica decorrente do crescimento e desenvolvimento das plantas forrageiras (SOARES et al., 2009). Outro fator extrínseco à planta que afeta a taxa de senescência foliar é o manejo, onde a altura é altamente influenciável a senescência. Cavalcante (2001), trabalhando com Brachiaria 15 (Urochloa) decumbens em quatro diferentes alturas de resíduo, em quatro períodos de avaliação, observou efeito significativo da interação entre altura do relvado e período, verificando maior taxa de senescência a medida que aumentava a altura. A medida que a planta senesce a concentração dos componentes potencialmente digestíveis, compreendendo os carboidratos solúveis, proteínas, minerais, e outros compostos celulares, tendem a decrescer, ao mesmo tempo aumentam os teores de lignina, celulose e hemicelulose, e outras frações indigestíveis como sílica e cutícula, prejudicando o rendimento animal (FLORES et al., 2008). A combinação de severidade e frequência de desfolha, dentro de um tempo médio de duração de vida da folha, de uma determinada espécie constituinte da pastagem pode promover grandes diferenças na senescência dos tecidos. A senescência pode ser vista com perda da forragem, porém corresponde a uma via eficiente de reciclagem de nutrientes para as plantas em condições limitadas de fatores de crescimento sendo apenas pequena parte perdida para o sistema (DA SILVA et al., 2008). Sabendo que a premissa do sistema de produção animal baseado em pastagens é a remoção e consumo da área foliar da planta forrageira, e que a planta necessita de um percentual de partes fotossinteticamente ativas para o seu desenvolvimento, o ponto ideal entre a colheita e o resíduo atuam como pontos de extrema importância no sistema, deixando o manejador diante de um dilema, entre manter a área foliar até qual ponto, e qual seria o melhor resíduo para assegurar a interceptação eficaz de luz (PEDREIRA et al., 2007). Segundo Pedreira et al. (2007), a altura é um parâmetro eficiente e prático para ser utilizado como indicador do nível de interceptação de luz pelo dossel de capim Xaraés sob pastejo, sendo necessário deixar a altura ideal do resíduo para a rápida recuperação do sistema. Sistemas baseados em dias fixos e predeterminados de descanso restringe as possibilidades de ganho em eficiência 16 global do sistema de pastejo, podendo a colheita não ser feita na hora ideal e deixar um nível necessário para o rebrote forrageiro. Considerando que a premissa básica do pastejo é a remoção de área foliar pelos animais, a habilidade da planta em manter a produção de novas folhas, frente a desfolhações periódicas é essencial para sustentar tanto a produtividade quanto a sobrevivência das plantas pastejadas (SCHNYDER et al., 2000). A capacidade de rebrote das gramíneas forrageiras garantem a sua perenidade e a capacidade de renovação após cortes ou pastejo sucessivos, ou seja, é a sua capacidade de emitir folhas de meristemas remanescentes e/ou perfilhar que lhe permitem a sobrevivência às custas da formação de uma nova área foliar (TINOCO et al., 2008). A recuperação da pastagem depende da capacidade fotossintética após a desfolha e do índice de área foliar residual, em pastos com índice de área foliar alto, as folhas da parte mais baixa do dossel que normalmente permanecem após o pastejo, não apresentam muita capacidade fotossintética, devido a não adaptação, logo a rebrota é lenta até que novas folhas comecem a surgir e aumente o aparato fotossintético (SBRISSIA et al., 2009). Ao longo do período de rebrotação, com o desenvolvimento das plantas e o consequente desenvolvimento do índice de área foliar, aumenta-se a quantidade de luz interceptada, incrementando a capacidade fotossintética do dossel, até que ocorra um auto-sombreamento significativo das folhas (PEDREIRA & PEDEIRA, 2007). O processo de recuperação da planta a desfolha apresenta fases distintas onde uma importante é a adaptação fisiológica da planta ao processo de desfolha, e quando não consegue atingir níveis desejados pode vir a ocorrer uma readaptação relativa das atividades fisiológicas até ações de níveis hormonais, logo após a desfolhação uma série de respostas de natureza fisiológica e morfológica é desencadeada com o objetivo de promover a recuperação da área foliar removida e assegurar o crescimento. Tais adaptações incluem a mobilização de reservas orgânicas acumuladas nas raízes e base dos colmos, fotossíntese compensatória das folhas mais velhas (apesar da menor 17 eficiência fotossintética), realocação de assimilados para as folhas em crescimento, produção de hormônios que promovem e controlam o desenvolvimento do meristema e redução do crescimento das raízes (SCHNYDER et al., 2000). A rebrota da planta forrageira é dependente dos carboidratos de reserva até que a área foliar formada seja suficiente para atender as necessidades do perfilho decorrente da necessidade de respiração, isto é, o perfilho em rebrota passa do estágio de dreno para fonte metabólica (PAGOTTO, 2001; JUSTER et al., 2002). Os carboidratos de reserva, são mais importantes para as gramíneas C3 do que para as C4, logo, são de pouca importância para as forrageiras tropicais, atuando apenas em momentos de desfolhações severas (HUMPHREYS, 1991). Portanto a produção animal baseada no uso de pastagens tropicais é o resultado da interação entre os estágios de crescimento do pasto, de utilização de forragem produzida e a conversão dessa forragem produzida em produto animal, onde, cada estágio possui sua eficiência e quaisquer mudança em um desses níveis, irá influenciar a meta a ser alcançada pelo sistema completo (HODGSON, 1990). Logo, decisões de manejo que favoreçam a eficiência do processo de crescimento, resultam em redução da eficiência de utilização da pastagem, bem como medidas que aumentem a eficiência de conversão de forragem em produto animal, também atuam negativamente sobre a eficiência de utilização do pasto (DA SILVA & SBRISSIA, 2000). Portanto, é necessário conhecer a interface, solo-planta-meio-animal, afim de proporcionar o melhor rendimento por hectare, sabendo que se interferir em qualquer nível da interface irá afetar a eficiência do manejo como um todo (SOUSA et al., 2011). Estudos iniciais com respostas da planta forrageira a diferentes manejo são essenciais, para que só posteriormente adentre os animais ao sistema, após o conhecimento do manejo ideal da gramínea que está produzindo. 18 Como a produtividade das gramíneas forrageiras está diretamente relacionada à sua capacidade de emitir folhas de meristemas remanescentes após a desfolhação, estudos básicos envolvendo morfologia, fisiologia e ecofisiologia das cultivares de Brachiaria Brizantha certamente contribuirão para o estabelecimento de melhor estratégia de manejo, otimizando a produção e utilização dessa forrageira (MARTUSCELLO et al., 2005). 19 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACOCK, B.; CHARLES-EDWARDS, D.A.; FITTER, D.J. HAND, D.W.; LUDWIG , L.J.; WARREN, WILSON, J.; WITHERS, A.C.. The contribution of leaves from different levels within a tomato crop to canopy net photosynthesis: an experimental examination of two canopy models. Journal of Experimental Botany, v.29, p.815-827, 1978. 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Quando submetido as dferentes intensidades de desfolhação não foi constatado efeito significativo para o acúmulo de colmo, percentagem de colmo, densidade da forragem e relação Folha:Colmo. As cultivares Marandú e Xaraés apresentaram maior acúmulo de folha, maior altura de dossel e relação Folha:Colmo que o MG4. A participação de material verde na matéria seca e o resíduo de matéria seca é altamente influenciável pela intensidade de desfolha. Palavras–chave: forrageira tropical, pastagem, produtividade, relação Folha:Colmo. ABSTRACT This experiment was conducted to evaluate the effect of different intensities of grazing on the accumulation of dry matter and morphological composition of Brachiaria brizantha cultivars. The treatment consisted of three cultivars of Brachiaria brizantha (Marandú, Xaraés and MG4) and four levels of defoliation (10, 20, 30 and 40 cm) during the period August 2010 to July 2011. The 34 experimental design was a randomized block with four replications in a factorial 3x4. Cultivars showed significant under different intensities of defoliation, total dry matter accumulation and leaf, percentage of dead material and height of the canopy. When subjected to dferentes intensities of defoliation was not significant effect for the accumulation of thatch, thatched percentage, density of forage and leaf: stem ratio. Cultivars Marandú and Xaraés showed a higher accumulation of leaf, canopy height and greater leaf: stem ratio than the MG4. The participation of green material in the dry matter and dry matter residue is highly influenced by the intensity of defoliation. Keywolds: Leaf: stem ratio, pasture, productivity, tropical foragem. INTRODUÇÃO A produção de ruminantes no Brasil é de grande importância econômica apresentando-se como uma atividade de baixo custo quando a alimentação é baseada no uso de pastagens, entretanto ainda é necessário que ocorra uma melhoria quantitativa e qualitativa nas pastagens para elevar os índices de produtividade animal a pasto (SILVA et al., 2008). A disponibilidade de gramíneas forrageiras com elevado potencial de produção de massa, é um fato que vem contribuindo para o aumento da capacidade de suporte das pastagens. Dentre as gramíneas forrageiras utilizadas na alimentação animal, as cultivares da espécie Brachiaria brizantha têm se destacado por apresentarem elevada produção de massa seca, bom valor nutritivo, boa aceitabilidade, alta capacidade de suporte animal, estando bastante disseminadas no Brasil, sendo recomendadas para diversos sistemas de produção de ruminantes (TEIXEIRA et al., 2003). Existe uma variação grande de cultivares de Brachiaria, onde algumas dessas apresentam diferenças morfológicas e estruturais, mesmo apresentando um bom valor nutritivo e boa relação folha/haste. Segundo Fagundes et al. (2005), isto justifica, ainda mais a necessidade de conhecimentos mais detalhados sobre as plantas forrageiras, considerando-se que mudanças morfológicas e estruturais no pasto ocorrem ao longo do tempo. A utilização de espécies e ou 35 cultivares de Brachiaria em sistemas de produção de ruminantes em pastejo foi proporcionada pelo conjunto de características desejáveis dessas forrageiras, que vem a ocorrer devido a sua adaptação a variadas condições de solo e clima (FAGUNDES et al., 2006). A Brachiaria brizantha Stapf. cv. Marandú apareceu como uma opção para os pecuaristas pelas suas características agronômicas, tem permitido ocupação de extensas áreas no Brasil Central. A Brachiaria brizantha Hochst Stapf cv. MG-4, originária da Colômbia, é tolerante a regiões com baixos índices pluviométricos (>800 mm), devido ao seu sistema radicular profundo e, ainda, solos com menor fertilidade, já a cultivar Xaraés, tem como uma das características mais importante a boa produção de massa seca, resistência às secas, rápida rebrota após o pastejo, e tolera melhor os solos mal drenados (VALLE et al., 2003). Os estudos de pastagem no Brasil, tem caráter regional, ocorrendo práticas de manejo extremamente generalistas, tendo uma grande inconsistência quando na sua colocação em prática, necessitando de melhores conhecimentos dessas gramíneas e as respostas aos diferentes manejos. Casagrande et al. (2010), relataram que a dinâmica dos processos de crescimento e desenvolvimento das plantas e suas mudanças morfofisiologicas são fatores que interferem na produção animal, sobretudo na intensidade de pastejo. A redução do consumo animal e as perdas de alimento em uma pastagem, podem estar diretamente relacionadas ao manejo empregado a ela, mudando características importantes nas fases de crescimento, desenvolvimento e senescência. Logo o regime de desfolhação determina a área foliar remanescente pós-pastejo e a rebrotação é condicionada pela emissão de nova área foliar a partir desta área foliar remanescente. Contudo, a intensidade de desfolhação em sistemas de pastejo e de corte não estão bem definidas para todas as plantas forrageiras. Para tanto realizou-se este trabalho objetivando-se avaliar as características produtivas, estruturais e morfogênicas do dossel de Brachiaria brizantha, cv. Marandú, Xaraés e MG4, em diferentes intensidades de desfolhação. 36 METERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido e agosto de 2010 a julho de 2011, em pastagens de Brachiaria brizantha estabelecidas no ano de 2009, na área do Campus Rural da Universidade Federal de Sergipe, localizado no município de São Cristóvão-SE, com coordenadas geográficas 10º55‟20” de latitude Sul e 37º12‟00” de longitude Oeste, e altitude de 20 metros ao nível do mar. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados num esquema fatorial de 3x4, ou seja três cultivares de Brachiaria brizantha (Urochoa Brizantha) (Marandú, MG4 e Xaraés), e quatro intensidades de desfolhação (10, 20, 30 e 40 cm), com quatro repetições, as alturas foram medidas a partir do solo com régua graduada sendo colhidas quando estas atingiam atingir 60 cm acima dos valores de intensidade pré-estabelecido (10, 20, 30 e 40 cm), ou seja, quando as plantas atingiam as alturas de 70, 80, 90 e 100 cm, sendo realizado 5 cortes durante o período experimental. As unidades experimentais constituíram-se de quarenta e oito parcelas de 4,0 m² (2,0 x 2,0 m), com área útil de coleta de 1,0 m² na parte central da parcela, sendo o restante eliminado como bordadura, (croqui da área experimental em anexo). O experimento foi instalado em solo classificado como argissolo vermelho-amarelo, eutrófico, A moderado, textura arenosa/média e topografia ondulada (EMBRAPA, 1999) e com as seguintes características: pH (CaCl2) = 4,8; MO (g DM-3) = 11,2; P (mg dm-3) = 16,0; K (cmolc dm3 ) = 0,09; Ca (cmolcdm-3) = 0,75; Mg (cmolc dm-3) = 0,33; H+Al (cmolcdm-3) = 2,65; SB (cmolc dm-3) = 1,75 e V(%) = 39,9. Conforme resultados da análise de solo, realizou-se a recomendação de adubação e calagem conforme descrito por Lima & Vilela (2005). A calagem foi realizada de forma a elevar da saturação de bases a 70%, e a adubação de base foi 120 kg/ha de P2O5, na forma de superfosfato triplo, 80 kg/ha K2O aplicado após o corte de uniformização e 100 kg/ha de nitrogênio, na forma de 37 ureia, como adubação de cobertura distribuídos em três aplicações (5 de agosto, 17 de fevereiro e 2 de maio). Inicialmente foi realizado um corte de uniformização em todas as parcelas ao nível do solo e semanalmente foram realizadas medidas da altura do dossel forrageiro para acompanhar o desenvolvimento das plantas. Quando mais de 75 % das parcelas experimentais atingiam a altura de corte pré-definidas foi colhido o material da parcela e após, realizado as avaliações da produção de forragem, composição morfológica do pasto, massa de forragem, altura das plantas, relação folha:colmo e densidade volumétrica de forragem. A avaliação do acúmulo de forragem foi estimado pelo método agronômico das diferenças conforme a equação I (DAVIES et al., 1993). Antes de proceder-se o corte da forragem em uma área de solo de 1 m2, foi realizado a mensuração da altura média do pasto por meio de régua graduada. Equação I AF = MFfinal – MFinicio sendo: AF = Acúmulo de Forragem; MFfinal = Massa de Forragem no dia final da avaliação ou corte; MFinicio = Massa de Forragem no dia do início da avaliação. Após o corte da forragem nas parcelas experimentais, as mesmas foram acondicionadas em sacos de polietileno, pesadas e repicadas duas sub-amostras de forragem. Uma sub-amostra foi levada para secagem em estufa a 65 0C até massa constante, para calculo da massa seca acumulada. A segunda sub-amostra foi utilizada para avaliação da composição morfológica da forragem, na qual o material foi fracionado em folhas (lâminas verdes), colmos (colmos e bainhas foliares) e material morto das cultivares de interesse. Após a separação, todos os componentes foram levados para secagem em estufa a 65 0C até massa constante. Após secagem, essa amostra fracionada foi pesada e, por intermédio das relações entre massa seca e massa verde da sub-amostra, sendo calculado a matéria seca de cada componente da forragem colhida na área de amostragem. 38 A composição morfológica do material avaliado em cada corte, foi obtido por meio da média de cada corte das parcelas (média do primeiro corte + média do segundo corte + média do terceiro corte + média do quarto corte + média do quinto corte), e o acúmulo por meio da soma de todos os cortes. De posse dos dados de massa de forragem verde (colmo + folhas vivas) e da altura do dossel, foi calculada a densidade volumétrica de forragem verde (kg/ha.cm de MS). Foi computado diariamente a média da precipitação pluvial acontecida durante o experimento, o qual está representado por médias mensais na tabela 1 (SEMARH, 2012). Os dados foram submetidos a analise estatística segundo o procedimento PROC GLM do pacote estatístico SAS (SAS Institute, 2002). As variáveis foram submetidas ao teste de Tukey (P<0,05). RESULTADOS E DISCUSSÃO Foi constatado efeito significativo da intensidade de desfolhação (P<0,05) para acúmulo de colmo, porcentagem de colmo, densidade volumétrica de forragem e relação Folha:Colmo os quais podem ser observados na Tabela 2. O acúmulo de forragem total não apresentou diferença significativa (P>0,05) nas diferentes intensidades de desfolhação, resultado bastante similar foi observado por Mari (2003) que trabalhou com intervalos de dias fixos de colheita variando entre 15 e 90 dias, observou amplitude produtiva de 20,2 a 28,2 t ha/ano. Silva et al. (2011) e Molan (2004), trabalhando com o capim Marandú com diferentes alturas de corte, observaram que a medida que se aumentava a altura do corte, consequentemente reduzia o teor de matéria seca. No presente trabalho o crescimento foi independente da intensidade de desfolha, resultado este que corrobora com os obtidos por Humphreys (1966), ao trabalhar com panicum maximum. O esperado seria produções mais elevadas em regimes de desfolha mais leniente, menos frequentes e intensos, no entanto, pode ter ocorrido 39 maior eficiência foliar (folhas desenvolvidas em ambientes com maior disponibilidade de luz) e o corte de uniformização pode ter influenciado as reservas das raízes e o desenvolvimento de perfilho. Verificou-se que à medida que diminuía-se a intensidade desfolhação (30 e 40 cm) ocorreu redução no acúmulo de colmo, este fato pode ser explicado pela localização do colmos na parte inferior do dossel forrageiro, portanto quando se diminui a intensidade de desfolhação esta se removendo uma maior quantidade de folhas e uma menor quantidade de colmo. A percentagem de material morto não apresentou diferença significativa entre as intensidades de desfolha (P>0,05), no entanto apresentou níveis elevados, como constatado por Bricham e Hodgson (1983), que ao descreverem a curva de crescimento da planta forrageira e o fluxo de tecidos, inicialmente há um crescimento de colmo e folha, possivelmente à medida que o dossel atinge a saturação de interceptação luminosa a produção liquida estabiliza, e há uma tendência do crescimento liquido ser reduzido decorrente do aumento da senescência. Ao analisar a porcentagem de colmo no dossel nota-se que os maiores valores percentuais de colmo ocorreram nas maiores intensidades de desfolhação, este resultado é refletido na densidade volumétrica de forragem e na relação Folha:Colmo, ou seja nas maiores alturas ocorreu uma menor densidade volumétrica e uma maior relação Folha:Colmo. Resultados similares são relatados por Marcelino et al. (2006) e Rodrigues (2004), que constataram tanto para o capim Marandú quanto Xaraés, um aumento da massa de colmo em decorrência do aumento da intensidade de desfolhação. A percentagem de colmo teve uma maior contribuição quando se colheu as parcelas na intensidade de 10 e 20 cm, o que pode ser explicado pela posição dos colmos no dossel forrageiro, quando o pasto é colhido a 10 e 20 cm do solo grande quantidade de colmo é removido. Sarmento (2007), trabalhando com diferentes alturas de resíduo, em animais em pastejo, observou dificuldade em deixar o resíduo a 10 cm do solo, em decorrência do elevado percentual de colmo, este sendo rejeitado pelo animal. 40 O acúmulo de folha não sofreu influência das diferentes intensidades de desfolha. Uma possível explicação é que durante a fase de crescimento ocorrem mudanças morfológicas no perfil do dossel gerando um maior acúmulo de folha, nas diferentes alturas possa ter saturado a fase de crescimento desde a maior até a menor intensidade de desfolha (10 a 40 cm) e com isso limitado o acúmulo de folha (FAGUNDES et al., 2006). É possível que ocorra maior índice de área foliar à medida que o dossel fica mais alto, aumentando a interceptação luminosa, acarretando acentuada competição por luz e refletindo em maior alongamento de colmo e morte das folhas mais velhas, o que pode causar uma maior rejeição animal. A presença de colmo pode reduzir a eficiência do sistema limitando a capacidade de colheita pelo animal, reduzindo a qualidade do alimento e ocorrendo rejeição deste componente pelo animal (BALSALOBRE et al., 2003; CASAGRANDE et al., 2010). A medida que diminuiu a intensidade de desfolhação ocorreu redução na densidade de forragem, o que pode a vir prejudicar o consumo animal em decorrência da taxa de bocado. Estes resultados corroboram com os encontrados por Molan, (2004), que também observou redução na densidade de forragem à medida que aumentou a altura do dossel. A relação Folha:Colmo sofreu influência da intensidade de corte sendo que nas menores intensidades foram observados os maiores valores da relação Folha:Colmo. Flores et al. (2008), trabalhando com diferentes cultivares de Brachiaria brizantha, observaram resultados de Folha:Colmo inferiores aos encontrados neste trabalho. Segundo Castagnara et al. (2011), a relação Folha:Colmo é de grande importância para a nutrição animal, estando associado a facilidade do animal comer folhas, sendo estas a parte mais nutritiva da planta forrageira. Os valores nas diferentes alturas de colheita, foram superiores ao nível considerado crítico (1:1), relatado por Pinto et al., (1994). Pode se inferir que nas menores intensidades de desfolhação, terá uma forragem com melhor qualidade, haja visto que os maiores valores da relação Folha:Colmo e menores valores da quantidade de colmo, são encontrado nos cortes ou pastejos mais lenientes. 41 Foi constatado efeito das cultivares de Brachiaria (P<0,05) no acúmulo de folha, porcentagem de material morto e colmo, densidade volumétrica de forragem, relação Folha:Colmo e altura do dossel os quais podem ser observados na Tabela 3. O acúmulo de forragem total e de colmo, não apresentaram diferença entre os cultivares, diferente do encontrado por Pedreira, Pedreira e Silva (2007). O acúmulo de massa seca constatado no presente trabalho, apresentaram valores superiores aos relatados por Carard, Neres e Tonello (2008), e Botrel, Mauricio e Daise (1999), com resultados similares aos de Santos et al. (2003), Molan (2004), e Mari (2003). Diferenças produtivas constatadas nos diferentes experimentos podem ocorrer em virtude de vários fatores como: ambientais, nutritivos, físicos, químicos, bióticos e o fator antrópico (BIRCH et al., 2003). Para o acúmulo de folha foi significativa para as cultivares (P>0,05), com os maiores acúmulos nas cv. Marandú e Xaraés. Rodrigues (2004), não observou diferença entre os cultivares Marandú e Xaraés, para a acúmulo de folha e colmo, porém, foi constatado valores muito inferiores ao relatado neste trabalho para acúmulo de folha do Xaraés e Marandú, isso pode ser justificado por que o trabalho de Rodrigues (2004) foi conduzido no período do inverno, época de pouco crescimento forrageiro. Já Lara e Pedreira (2011), trabalhando com diferentes Brachiarias, constataram que o capim Xaraés é mais produtivo que o Marandú, devido a suas características morfogênicas e estruturais. Verificou-se que a percentagem de material morto diferiu entre as cultivares de Brachiaria brizantha, sendo que a cv. MG4 apresentou maior percentagem deste material, seguido pelo Marandú e o Xaraés. Resultados similares foram constatados por Flores et al. (2008), que também observaram maior proporção de material morto do capim Marandú quando comparado com o Xaraés. Segundo Gomide (2002), à medida que novas folhas e perfilhos jovens surgem em uma pastagem, é estabelecida entre eles uma competição crescente por luz, nutrientes, água, entre outros 42 fatores de crescimento. Em decorrência do auto-sombreamento e do alongamento de colmos, intensifica-se o processo de senescência e morte das folhas mais velhas e até mesmo de perfilhos. Muitos trabalhos demonstram que a época ideal de colheita da forragem é quando a planta atinge 95% de interceptação luminosa, apresentando a menor produção de material senescente. Segundo Pedreira, Pedreira e Silva (2007), a Brachiaria brizantha cv. Xaraés atinge 95% de interceptação luminosa quando alcança uma altura média de 29,5 cm. Trindade et al. (2007), trabalhando com o cultivar Marandú, relata que esse cultivar atingiu 95% de interceptação luminosa com altura média ao longo do ano de 24,1 cm, valores esses muito abaixo da menor altura de colheita deste trabalho. Observou-se no presente ensaio, que a cultivar Xaraés apresentou o menor percentagem de colmo quando comparado aos outros dois cultivares, já Euclides et al. (2008), analisando três cultivares de brizantha, observaram que o Xaraés acumulou mais colmo que o Marandú em cortes ao nível do solo. A densidade da forragem foi menor para a cultivar Xaraés em comparação aos demais, os valores foram similares ao reportado na literatura para outra espécie como capim elefante cv. Guaçu (pennisetum purpureum) de 69 kg/ha.cm de MS, e ao capim Tanzânia (panicum maximum) 81 kg/ha.cm de MS (PEDREIRA et al., 2005). A densidade volumétrica da forragem juntamente com a relação Folha:Colmo determina o a taxa de consumo das pastagens tropicais (STOBBS, 1973; HENDRICKSEN e MINSON, 1980). A relação Folha:Colmo apresentou comportamento distinto entre as cultivares, com destaque para cv. Xaraés que apresentou melhor relação, seguido por o Marandú e uma menor relação foi observado para o MG4. Bauer et al. (2011), trabalhando com diferentes cultivares de brachiaria constataram para o capim Marandú e Xaraés uma relação de Folha:Colmo de 1,93 e 2,22 respectivamente, superiores ao encontrado no presente trabalho. Carard, Neres e Tonello (2008), trabalhando com níveis de adubação nitrogenada nos mesmo cultivares de Brachiaria brizantha, 43 quando aplicado 100 kg/ha de nitrogênio, encontrou valor similar na relação Folha:Colmo para os cultivares Marandú, Xaraés e MG4, demonstrando que a aplicação de 100 kg/ha de nitrogênio, não apresenta comportamento diferente aos desse trabalho. Dentre as variáveis analisadas pode-se constatar que a Brachiaria brizantha cv. Xaraés tem um bom acúmulo de forragem, com uma menor porcentagem de material morto e colmo, maior relação Folha:Colmo, com maior altura do dossel. Constatou-se efeito da interação intensidade de desfolhação e cultivares de Brachiaria brizantha na composição morfológica de folha (P<0,05) como pode ser observado na Tabela 4. A interação entre cultivar e intensidade de pastejo para a composição morfológica de folha no dossel forrageiro é ilustrada pela mudança no ranqueamento dos valores da composição das folhas entre os cultivares e as intensidades de pastejo. Ou seja, nas cultivares Marandú e MG4 constatou-se variação na percentagem de folha a medida que modificava-se a intensidade de desfolhação, enquanto que cv. Xaraés não foi constatado efeito da intensidade de desfolhação na porcentagem de folha. Bauer et al. (2011), ao trabalharem com a cv. Xaraés constatou valores similares para as intensidades de desfolhação 10 e 20 cm na composição morfológica de folha, no entanto o mesmo ao trabalhar com o cv. Marandu constatou resultados superiores aos encontrados deste trabalho. Foi encontrado proporção de folha entre 44% (10 e 20 cm) a 60% (40 cm) para o cultivar Marandu, Gerdes et al. (2000), encontraram proporção de 84% de folha para o cultivar Marandú aos 35 dias de rebrotação, Flores et al. (2008), também encontraram valores superiores para as menores intensidades de desfolhação. Segundo Rodrigues (2004), também ao trabalhar com o cv. Marandú recitam maiores valores na composição de folha que os do presente trabalho. Pedreira e Pedreira (2007), ao trabalharem com o cv. Xaraés observaram que a medida que aumentavam a altura do pasto a produção de massa seca aumenta, decorrente do maior acúmulo de colmo, sendo que o acúmulo de matéria seca tendeu a estabilizar com 30 cm de altura. 44 Pedreira, Pedreira e Silva (2007), relatam que as plantas apresentam plasticidade fenotípica, logo ocorrem modificações no dossel para permitir maior iluminação da área foliar. Possivelmente no presente ensaio esteja ocorrendo plasticidade fenotípica no pasto das cultivares de Brachiaria brizantha quando submetida a diferentes intensidades de desfolhação. Verificou-se interação entre os cultivares de Brachiaria brizantha e intensidade de desfolhação para o acúmulo de massa seca de folha (tabela 5). Esta interação deva-se a diminuição no acúmulo de folha no cultivar MG4, quando diminuiu a intensidade de desfolha. Tal fato pode ser explicado pela hábito de crescimento deste cultivar, pois quando aumenta-se a altura ela apresenta tendência a decumbência e à medida que manejada sob intensidade de cortes mais leniente (40 cm) ocorre uma menor produção de matéria seca na forma de folha. Segundo Rodrigues (2004), a produção de folha para diferentes cultivares de Brachiaria brizantha, apresenta um acúmulo retilíneo até determinado ponto, depois tende a cair esse acúmulo, no presente trabalho pode-se constatar essa tendência antecipada na cv. MG4 em relação a cv. Marandú e Xaraés. Constatou-se efeito positivo para intensidade de desfolhação e as cultivares de Brachiaria brizantha para as variáveis resíduo de massa seca total, material morto, colmo e folha (tabela 6 e 7). Pela arquitetura do dossel forrageiro a medida que ocorre o corte da forragem, é removido do dossel grande parte das folhas deixando como substrato o colmo, material morto e folhas remanescentes, por isso no resíduo há sempre uma tendência de uma grande concentração de material morto e colmo, como observado neste trabalho. Quando se diminui muito o índice de área foliar remanescente, acarreta em uma menor área fotossinteticamente ativa ocorrendo um maior período de tempo para alcançar o ponto ideal de colheita novamente, em decorrência do índice de área foliar remanescente baixo, resultando em perdas produtivas pelo elevado espaço de tempo entre colheitas. Brancio et al. (2003), ao analisarem altura de resíduo pós pastejo, de três cultivares de panicum maximum, observaram que na maior altura de resíduo houve a maior percentagem de 45 colmo, corroborando ao encontrado neste trabalho. Quanto menor a intensidade de desfolhação maior o resíduo de MS total, material morto, colmo e folha. Portanto, o aumento na altura residual influência as características morfológicas da forragem e indica que, em alguns casos, os benefícios proporcionados pela maior produção de massa forrageira podem ser devido ao maior acúmulo de material morto e colmos, resultando em forragem de possível valor nutritivo inferior (BRICHAM e HUDGSON, 1983; MARCELINO et al., 2006). Alguns estudos sugerem que os colmos possam ser barreira para obtenção de pastejos mais profundos, devido à maior força requerida na sua colheita, porém, isto não tem sido confirmado (LACA e UNGAR, 1992). O aumento na concentração de colmo até 40 cm de resíduo, deve ser considerado em virtude da adaptação ou plasticidade fenotípica da planta a colheita, onde a medida que aumentou a altura de colheita do dossel, resultou em uma competição das folhas pelo ápice do dossel em virtude da necessidade fotossintética das folhas, e com isso gerou um alongamento das hastes. À medida que o manejo de corte se eleva melhora a qualidade do material forrageiro devido ao maior percentual de participação de folhas no material forrageiro. De acordo com Marcelino et al. (2006), quanto maior a quantidade de folha melhor será o valor nutritivo da forragem, e mais rápido será o tempo da rebrota. Sarmento (2007), relata em trabalho com intensidade de pastejo, que a altura pós pastejo de 10 cm não foi o mais indicado como resíduo, e ainda encontrou dificuldades em manejar pastagens nessa altura, indicando 20 cm de resíduo como a de melhor rebrote. As cultivares apresentaram comportamentos distintos quando submetidas a diferentes alturas de resíduo (tabela 7). De forma geral a cv. MG4 apresentou os menores valores de massa seca residual total e de folhas. Este comportamento pode ser explicado pelas características estruturais desta cultivar, onde tem folhas menores e colmos mais finos que as outras cultivares. O capim Xaraés apresentou o maior resíduo de massa seca de folha. As folhas são extremamente importantes para o resíduo, onde delas irão ocorrer as taxas fotossintéticas 46 necessárias para a rápida recuperação do dossel forrageiro, as folhas verdes irão realizar fotossíntese através da absorção de luz pelo cloroplasto, utilizando o dióxido de carbono e água, desencadeando um conjunto de reações físicas e químicas, para o formação de compostos orgânicos para a planta, e com isso o seu desenvolvimento (LARCHER, 1995; PARSONS e CHAPMAN, 2000). O colmo e o material morto apresentaram comportamentos similares entre as cultivares. A produção de material senescente está ligada a colheita da forragem acima do nível de área foliar crítico, contudo a senescência não pode ser vista apenas como perda de material, pois ela apresenta uma via eficiente de reciclagem de nutrientes para as plantas, em condições limitadas de fatores de crescimento (DA SILVA; NASCIMENTO JUNIOR; EUCLIDES, 2008). CONCLUSÕES As cultivares Xaraés e Marandú apresentaram maior acúmulo de folha, relação Folha:Colmo, maior produção de material verde no resíduo de massa seca, com menor acúmulo de material morto. As intensidades de desfolhação de 30 e 40 cm são as mais indicadas por apresentarem menor acúmulo e percentagem de colmo e maior relação Folha:Colmo. As cultivares Marandu e Xaraés apresentaram o maior resíduo total de matéria seca, e o maior resíduo de folha. 47 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALSALOBRE, M.A.A.; CORSI, M.; SANTOS, P.M.; VIEIRA, I.; CÁRDENAS, R.R. Composição Química e Fracionamento do Nitrogênio e dos Carboidratos do Capim-Tanzânia Irrigado sob Três Níveis de Resíduo Pós-pastejo. Revista Brasileira de Zootecnia, v.32, n.3, p.519528, 2003. BAUER, M.O.; PACHECO, L.P.A.; CHICHORRO, J.F.; VASCONCELOS, L.V.; PEREIRA, D.F.C. Produção e características estruturais de cinco forrageiras do gênero brachiaria sob intensidades de cortes intermitentes. 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Lavras: Universidade Federal de Lavras, 2003. p.179-225. 53 TABELAS Tabela 1 – Médias mensais da precipitação pluvial total durante o período de agosto de 2010 a julho de 2011. Mês / Ano Precipitação (mm) Agosto / 2010 124,8 Setembro / 2010 101,0 Outubro / 2010 11,5 Novembro / 2010 10,5 Dezembro / 2010 11,3 Janeiro / 2011 146,9 Fevereiro / 2011 106,5 Março / 2011 60,7 Abril / 2011 273 Maio / 2011 256 Junho / 2011 103,6 Julho / 2011 160,9 Total 1366,7 Fonte: SEMARH, 2012. 54 Tabela 2– Acúmulo de matéria seca (kg/ha), composição morfofisiológicas (%), relação folha:colmo, densidade volumétrica de forragem (kg/cm.ha) e altura do dossel forrageiro das cultivares de Brachiaria brizantha submetido a intensidades de desfolhação. Variáveis Intensidade de desfolhação 10 cm 20 cm 30 cm CV (%) 40 cm ----------------------- kg/ha ----------------------Acúmulo de forragem total 28.600 29.001 23.235 22.429 25,9 Acúmulo de Colmo 11.377 A 10.630 AB 7.127 BC 6.904 C 36,2 Acúmulo de Folha 12.877 13.791 11.634 11.633 21,6 -------------------------- % -------------------------Percentagem de Material Morto 15,22 16,53 17,36 15,70 22,3 Percentagem de Colmo 37,85 A 34,53 A 29,72 B 28,78 B 12,6 Percentagem de Folha 53,07 51,06 47,08 44,48 14,8 ----------------------- kg/cm.ha ----------------------Densidade de Forragem 85,08 A 82,17 A 64,50 B 59,25 B 19,4 -------------------------- cm -------------------------Altura do Dossel forrageiro 86,42 88,50 90,25 93,33 12,5 ----------------------------------------------------------Relação Folha:Colmo 1,21 B 1,39 B 1,67 A 1,72 A 16,9 Médias seguidas por pelo menos uma mesma letra são iguais (P>0,05). 55 Tabela 3– Acúmulo de forragem (kg/ha), composição morfofisiológicas (%), relação folha:colmo, densidade volumétrica de forragem (kg/cm.ha) e altura do dossel forrageiro em pastos de diferentes cultivares de Brachiaria brizantha submetido a intensidades de desfolhação. Variáveis Cultivares de B. brizantha Marandú MG4 CV (%) Xaraés ----------------------- kg/ha ----------------------Acúmulo de forragem total 28.067 22.576 26.805 25,9 Acúmulo de Colmo 10.296 8.082 8.650 36,2 Acúmulo de Folha 13.291 A 9.413 B 14.747 A 21,6 -------------------------- % -------------------------Porcentagem Material Morto 16,46 B 20,92 A 11,23 C 22,3 Porcentagem Colmo 33,03 A 36,14 A 28,99 B 12,6 ---------------------- kg/cm.ha ---------------------Densidade de Forragem 80,63 A 76,06 A 61,56 B 19,4 -------------------------- cm -------------------------Altura do Dossel forrageiro 87,81 B 75,88 C 105,19 A 12,5 --------------------------------------------------------Relação Folha:Colmo 1,48 B 1,21 C 1,79 A 16,9 Médias seguidas por pelo menos uma mesma letra são iguais (P>0,05). 56 Tabela 4– Composição morfológica de folha (%) de cultivares de Brachiaria brizantha submetido a intensidades de desfolhação (cm) Intensidade de Marandú MG4 Xaraés 10 44,53 B 36,78 C 59,48 A 20 44,15 B 40,78 B 61,85 A 30 52,93 AB 46,65 A 59,25 A 40 60,53 A 47,53 A 58,48 A desfolhação (cm) Médias seguidas por pelo menos uma mesma letra na coluna são iguais (P>0,05), Coeficiente de Variação 9,4%. Tabela 5 – Acúmulo de matéria seca de folha (kg/ha) de cultivares de Brachiaria brizantha submetido a intensidades de desfolhação. Intensidade de Marandú MG4 Xaraés 10 4.680 A 5.838 AB 2.521 A 20 5.960 A 6.441 A 2.340 A 30 4.758 A 4.353 AB 4.309 A 40 3.520 A 3.442 B 4.462 A desfolhação (cm) Médias seguidas por pelo menos uma mesma letra na coluna são iguais (P>0,05), Coeficiente de Variação 9,4%. 57 Tabela 6– Resíduo de massa seca (kg/ha) de cultivares de Brachiaria brizantha submetido a diferentes intensidades de desfolhação. Altura Resíduo de MS Total Material Morto Colmo Folha 10 2465,7 C 973,5 B 858,8 C 633,8 B 20 4075,8 BC 1623,8 AB 1429,4 BC 1022,8 AB 30 5210,8 AB 2028,8 A 1944,0 AB 1238,4 AB 40 6286,8 A 1992,7 A 2664,7 A 1629,5 A CV (%) 35,9 42,0 48,4 52,1 Médias seguidas por pelo menos uma mesma letra na coluna são iguais (P>0,05). Tabela 7- Resíduo de massa seca (kg/ha) em Brachiaria brizantha cv. Marandú, MG4 e Xaraés submetida a diferentes intensidades de desfolhação. Cultivares Resíduo de MS Braquiaria Total Material Morto Colmo Folha Marandú 5202,4 A 2019,2A 1967,9A 1215,5 AB MG4 3445,6 B 1425,7A 1288,9A 731,4 B Xaraés 4881,3 A 1519,2A 1915,8A 1446,5 A CV (%) 35,9 42,0 48,4 52,1 Médias seguidas por pelo menos uma mesma letra na coluna são iguais (P>0,05). 58 ANEXO 48 47 46 45 44 43 42 41 40 39 38 37 N N 16 36 35 34 33 15 14 13 12 11 1O 9 8 7 32 31 30 29 6 5 4 28 27 26 25 3 2 1 24 23 22 21 20 19 18 17 59