BOLETIM NA’AMAT POA 04 de março de 2016 Nº 04 Paula Nadal ([email protected]) As histórias que remetem à criação do Dia Internacional da Mulher alimentam o imaginário de que a data teria surgido a partir de um incêndio em uma fábrica têxtil de Nova York em 1911, quando cerca de 130 operárias morreram carbonizadas. Sem dúvida, o incidente ocorrido em 25 de março daquele ano marcou a trajetória das lutas feministas ao longo do século 20, mas os eventos que levaram à criação da data são bem anteriores a este acontecimento. Desde o final do século 19, organizações femininas oriundas de movimentos operários protestavam em vários países da Europa e nos Estados Unidos. As jornadas de trabalho de aproximadamente 15 horas diárias e os salários medíocres introduzidos pela Revolução Industrial levaram as mulheres a greves para reivindicar melhores condições de trabalho e o fim do trabalho infantil, comum nas fábricas durante o período. O primeiro Dia Nacional da Mulher foi celebrado em maio de 1908 nos Estados Unidos, quando cerca de 1500 mulheres aderiram a uma manifestação em prol da igualdade econômica e política no país. No ano seguinte, o Partido Socialista dos EUA oficializou a data como sendo 28 de fevereiro, com um protesto que reuniu mais de 3 mil pessoas no centro de Nova York e culminou, em novembro de 1909, em uma longa greve têxtil que fechou quase 500 fábricas americanas. Em 1910, durante a II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas na Dinamarca, uma resolução para a criação de uma data anual para a celebração dos direitos da mulher foi aprovada por mais de cem representantes de 17 países. O objetivo era honrar as lutas femininas e, assim, obter suporte para instituir o sufrágio universal em diversas nações. Com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), eclodiram ainda mais protestos em todo o mundo. Mas foi em 8 de março de 1917 (23 de fevereiro no calendário Juliano, adotado pela Rússia até então), quando aproximadamente 90 mil operárias manifestaram-se contra o Czar Nicolau II, as más condições de trabalho, a fome e a participação russa na guerra - em um protesto conhecido como "Pão e Paz" - que a data consagrouse, embora tenha sido oficializada como Dia Internacional da Mulher, apenas em 1921. Somente mais de 20 anos depois, em 1945, a Organização das Nações Unidas (ONU) assinou o primeiro acordo internacional que afirmava princípios de igualdade entre homens e mulheres. Nos anos 1960, o movimento feminista ganhou corpo, em 1975 comemorou-se oficialmente o Ano Internacional da Mulher e em 1977 o "8 de março" foi reconhecido oficialmente pelas Nações Unidas. "O 8 de março deve ser visto como momento de mobilização para a conquista de direitos e para discutir as discriminações e violências morais, físicas e sexuais ainda sofridas pelas mulheres, impedindo que retrocessos ameacem o que já foi alcançado em diversos países", explica a professora Maria Célia Orlato Selem, mestre em Estudos Feministas pela Universidade de Brasília e doutoranda em História Cultural pela Universidade de Campinas (Unicamp). No Brasil, as movimentações em prol dos direitos da mulher surgiram em meio aos grupos anarquistas do início do século 20, que buscavam, assim como nos demais países, melhores condições de trabalho e qualidade de vida. A luta feminina ganhou força com o movimento das sufragistas, nas décadas de 1920 e 30, que conseguiram o direito ao voto em 1932, na Constituição promulgada por Getúlio Vargas. A partir dos anos 1970, emergiram no país organizações que passaram a incluir na pauta das discussões a igualdade entre os gêneros, a sexualidade e a saúde da mulher. Em 1982, o feminismo passou a manter um diálogo importante com o Estado, com a criação do Conselho Estadual da Condição Feminina em São Paulo e, em 1985, com o aparecimento da primeira Delegacia Especializada da Mulher. ___________________________________________________ Em Israel, Na'amat é o exemplo maior da força das mulheres no país.Além de ser o maior movimento feminino, o qual oferece condições para que elas possam trabalhar (creches para os filhos) e condições para sua integração na sociedade (centros comunitários, escolas agrícolas, etc), Na'amat tem, em Tel Aviv, o Centro Glickman para a proteção de mulheres agredidas e um grande departamento jurídico para defender seus ideais, como, por exemplo, a igualdade de direitos entre homens e mulheres. No Brasil, os centros Na'amat espalhados pelo país colaboram com a comunidade judaica, em especial, com atividades culturais e judaicas e com as entidades assistenciais da comunidade ampla. LEMBRETES ACONTECEU NA NA’AMAT POA Vídeo clip de Na´amat Brasil Este vídeo clip da Na´amat Brasil foi produzido em 2015 quando a presidente Céres Maltz Bin convidou o Coral Zemer, da Na’amat Pioneiras - Poa, para participar. Mostrando as principais atividades da Na´amat em Israel, o vídeo clip teve grande repercussão não só no Brasil como em Israel. A letra da música cantada pelo Coral no vídeo clip – escrita pela chaverá Raquel Cardon, do grupo Kineret, é transcrita abaixo, assim como o comentário da Na´amat Internacional postado no Facebook, cumprimentando a ex-presidente Céres e o nosso querido Coral Zemer. O Coral Zemer tem levado o nome da Na´amat Pioneiras - POA por diferentes lugares e engrandecendo ainda mais a nossa Organização. Obrigada a todos os componente do Coral e, em especial, ao nosso Maestro Francis, por nos propiciar momentos tão agradáveis e contribuir para elevar e difundir a imagem da Na´amat. https://youtu.be/w15LzFUZGvc ALELUIA ALELUIA LAOLAM, ALELUIA QUEREMOS CONTAR QUE CUIDAMOS DA CRIANÇA QUANDO A MÃE PRECISA TRABALHAR E DA MÃE EM TUDO QUE ELA PRECISAR ALELUIA IM ASHIR, TEMOS CRECHES EM TODO LUGAR DÃO CARINHO E MUITOS CUIDADOS QUEREMOS CONTINUAR, VENHAM AJUDAR ALELUIA NAAMAT, COMPANHEIRAS COM O MESMO IDEAL PRESERVAR AS TRADIÇÕES E A HERANÇA CULTURAL COM OS OLHOS SEMPRE ERGUIDOS PRA ZION ALELUIA CHAVEROT, VAMOS JUNTAS CUMPRIR A MITZVÁ DE FAZER O BEM PARA O MUNDO E ESTE ENTÃO DIRÁ: ALELUIA 1ª REUNIÃO DO GRUPO MORASHÁ DE 2016 No dia 23 de fevereiro, na casa da presidente do grupo, Silvia Cantergi, o grupo Morashá se reuniu para planejar seu evento deste ano. Deram as boas-vindas à madrinha Rosinha e à nova chaverá Elisabeth Platcheck com um ótimo jantar, elaborado pelo chaver Jaques Cantergi. O grupo deseja um ótimo ano para a Na’amat Porto Alegre e para todas as chaverot. 1ª REUNIÃO DA CENTRAL DE 2016 Depois de intensas atividades no litoral em fevereiro, as reuniões da Central de 2016 começaram nesta terça-feira com chaverot muito animadas e saudosas. Havia muito que conversar, pois a programação para este ano é intensa e já está em andamento. Combinamos ainda mais dois eventos em parcerias para o mês de março: com a Sinagoga União e a Federação Israelita - palestra do diretor do KKL no dia 10; com todas as entidades da comunidade - Festa de Purim no dia 23. Sejam todas bem-vindas e participem cada vez mais das reuniões da Central e dos departamentos. Vamos arregaçar as mangas e trabalhar muito para ver a nossa Na´amat crescer e sentirmos cada vez mais orgulho de sermos e pertencermos à Na´amat. COMEMORAÇÃO DOS 90 ANOS DA CHAVERÁ CEÍRA LAKS A chaverá Ceíra Laks, do grupo Kidmá, completou 90 anos em fins de fevereiro. Após a nossa reunião da Central, Ceíra trouxe uma torta e comemoramos em nossa sala seu aniversário. Todas as chaverot presentes cantaram e desejaram saúde e que Ceíra continue com seu alto astral até os 120 anos. Mazal Tov!! PRÓXIMOS EVENTOS EXECUTIVO NACIONAL Prezadas chaverot, Segue artigo da NBC News e citado no WJC - World Jewish Congress de 02 de março de 2016. Shabat Shalom! JUDEUS CHINESES DE KAIFENG PROCURAM VIDA NOVA EM ISRAEL Sarah Burke e Lawahez Jabari From left: Li Yuan, Yue Ting, Gao Yichen, Li Jing and Li Chengjin in Kaifang, China, before this week's trip to Israel. Tuvia Gering, Shavei Israel’s emissary to Kaifeng Yué Ting finalmente chegou ao seu lar nesta semana – Israel. Durante muitos anos ela esperou por esse dia, no lugar de onde ela vem não há sinagogas nem rabinos. “Nossos ancestrais foram judeus. . . Eu tinha que vir para cá”,diz Yué, uma professora primária de 25 anos que deseja tornar-se cidadã israelense junto com outras quatro mulheres de sua cidade natal de Kaifeng na província de Hunan. Crescendo na China, Yué Ting sempre soube que é judia, mas ela nunca entendeu bem o que isso significa. “Quando eu era criança meus pais e outras pessoas próximas de mim sempre me chamavam de ‘menina judia’, mas eu não entendia o significado de judia então”. Yué e as outras quatro mulheres que viajam com ela fazem parte do grupo de cerca de mil descendentes que podem ser identificados na comunidade judaica de Kaifeng, capital da dinastia Song. A população judaica de Kaifeng foi estabelecida por mercadores que provavelmente viajavam do Oriente Médio e da Pérsia por volta do século VII e já chegaram a constituir uma comunidade de cinco mil pessoas. Desde que a última sinagoga foi destruída por enchentes dois séculos atrás e sua tradição rabínica se perdeu, pouco resta das raízes judaicas da cidade. “Nós começamos a perder nossa tradição judaica”, diz Yué cuja família mantém a alimentação kasher, mas não sabe orar nem ler em hebraico. Para muitos dos descendentes de judeus de Kaifeng a herança judaica é pouco mais que um folclore familiar. “Quando eu era criança meu pai e meu avô me disseram que nós somos judeus”, declarou Li Yuan,26, que acompanha Yué Ting em sua jornada. Assimilação, casamentos mistos e governo comunista quase conseguiram erradicar os últimos traços de judaísmo em Kaifeng, de acordo com Michael Freund, fundador de Shavei Israel, uma organização que ajuda judeus ‘perdidos’ ou ‘escondidos’ a emigrar para Israel. Desde 2006 Freund ajudou 19 judeus de Kaifeng a viajar para Israel e foi muito importante para a decisão de Yué. “O judaísmo não é uma religião reconhecida na China, para o governo eles são chineses Han, como os outros”, diz Freund. Para Yué, que passou quatro anos estudando em Israel quando era adolescente, voltar permanentemente para Israel, é o caminho que abrirá sua identidade judaica. “Eu sei que sou judia e para me manter judia preciso voltar para Israel que é o nosso lar”. Em 2015 mais de 30 mil pessoas fizeram aliá – a volta de judeus da diáspora para Israel. Esse movimento é encorajado pelo governo de Israel, mas os judeus de Kaifeng enfrentam um desafio extra na procura da cidadania israelense porque não se enquadram nos termos oficiais exigidos pela lei do retorno do país. From left: Li Yuan, Yue Ting, Li Jing, Li Chengjin and Gao Yichen stand in front of the Western Wall in Jerusalem after their arrival in Israel on Monday. Laura Ben-David / Courtesy of Shavei Israel. “Eu preciso estudar mais judaísmo porque quero fazer aliá, não é fácil, mas eu vou me esforçar”, diz Yué que, ao lado de L,i está estudando para melhorar o seu hebraico. Geralmente, as autoridades israelenses exigem que os novos imigrantes provem sua ascendência judaica com pelo menos um avô judeu. Como não podem provar, Yué e suas quatro companheiras de viagem vão passar o próximo ano em Israel estudando para realizar a conversão formal para se tornarem aptas a receber a cidadania israelense. O processo de conversão exige um profundo conhecimento dos princípios e das práticas judaicas e termina com um exame feito diante de três juízes rabínicos e o banho ritual. “É um ato de transformação espiritual. Elas se tornam formalmente judias e ninguém pode contestar esse fato depois de completado o processo”, diz Freund. Ser reconhecida como judia em Israel será a realização de um antigo sonho para Yué: “Eu ficarei longe da minha família e dos meus amigos, mas por outro lado, no meu coração, eu sei que Israel é realmente o meu lar.” Tradução: Adelina Naiditch OUTRAS ENTIDADES SINAGOGA DA UNIÃO ISRAELITA