PLANO DE CARREIRA Avança proposta de carreira médica de Estado em âmbito federal (pág. 6) Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul | ano XIlI | nº 94 | Outubro 2015 CLIMA DE INSEGURANÇA Pacientes, médicos e demais trabalhadores convivem com o medo no Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul (PACS) MÉDICO Câmara dos Deputados descarta o termo “bacharel” nos diplomas da Medicina (pág. 7) NOTAS Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, 921 • CEP 90620-001 • Porto Alegre/RS Fone: (51) 3219.7544 • Fax: (51) 3217.1968 [email protected] • www.cremers.org.br COMPOSIÇÃO DA DIRETORIA Presidente: Rogério Wolf de Aguiar Vice-presidente: Fernando Weber Matos 1º Secretário: Ismael Maguilnik 2º Secretário: Isaias Levy Tesoureiro: Cláudio Balduíno Souto Franzen Corregedor: Regis de Freitas Porto Corregedor Adjunto: Joaquim José Xavier Coordenador das Câmaras Técnicas: Jefferson Pedro Piva Coordenador de Patrimônio: Iseu Milman Coordenador da Ouvidoria: Ércio Amaro de Oliveira Filho Coordenador da Comissão de Fiscalização: Antonio Celso Koehler Ayub CONSELHEIROS Antonio Celso Koehler Ayub • Arthur da Motta Lima Netto • Céo Paranhos de Lima • Cláudio Balduíno Souto Franzen • Douglas Pedroso • Ércio Amaro de Oliveira Filho • Euclides Viríssimo Santos Pires • Fernando Weber da Silva Matos • Isaias Levy • Iseu Milman • Ismael Maguilnik • Jefferson Pedro Piva • Joaquim José Xavier • Maria Lúcia da Rocha Oppermann • Mário Antônio Fedrizzi • Mauro Antônio Czepielewski • Newton Monteiro de Barros • Regis de Freitas Porto • Rogério Wolf de Aguiar • Sílvio Pereira Coelho • Tomaz Barbosa Isolan • Airton Stein • Asdrubal Falavigna • Clotilde Druck Garcia • Diego Millan Menegotto • Dirceu Francisco de Araújo Rodrigues • Isabel Helena F. Halmenschlager • Jair Rodrigues Escobar • João Alberto Larangeira • Jorge Luiz Fregapani • Léris Salete Bonfanti Haeffner • Luiz Carlos Bodanese • Luiz Alexandre Alegretti Borges • Ney Arthur Vilamil de Castro Azambuja • Paulo Amaral • Paulo Henrique Poti Homrich • Philadelpho M. Gouveia Filho • Raul Pruinelli • Ricardo Oliva Willhelm • Sandra Helen Chiari Cabral • Tânia Regina da Fontoura Mota CONSELHO EDITORIAL Rogério Wolf de Aguiar • Fernando Weber Matos • Ismael Maguilnik • Isaias Levy • Cláudio Balduíno Souto Franzen A revista Cremers é uma publicação bimestral da Stampa Comunicação Corporativa para o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Av. Getúlio Vargas, 1151 conj. 1211 • Porto Alegre/RS CEP 90150-005 • Fone: (51) 3023-4866 • (51) 8184-8199 www.stampacom.com.br • [email protected] REDAÇÃO W/COMM Comunicação (www.wcomm.jor.br), Viviane Schwäger e Filipe Strazzer Santiago Jornalista Responsável: Ilgo Wink • Mat. 2556 Revisão: Regina Cirne Lima Guedes Fotografias: Márcio Arruda, W/COMM Comunicação, FAMURS, Rodrigo Ziebell SSP RS, Amrigs Banco de imagens: Fotolia DESIGN Direção de arte: Thiago Pinheiro Editoração: Matheus Cougo Tratamento de imagens: Gustavo Kautzmann Designer assistente: Mel Brendler IMPRESSÃO Tiragem: 30.000 exemplares CORRESPONDÊNCIA Envie seus comentários sobre o conteúdo editorial da Revista Cremers, sugestões, críticas ou novas pautas. Se deseja publicar artigos, eventos e notícias de interesse da categoria, também, a Revista do Conselho de Medicina do RS está aberta à participação da classe médica. Contatos com Assessoria de Imprensa: [email protected] 2 | REVISTA CREMERS | 2015 | Ed. 94 A mensagem que atualmente estampa o frontlight do Cremers, localizado na esquina da Avenida Princesa Isabel com a Rua Bernardo Pires, em Porto Alegre, traz a mensagem “Mais não é melhor”. O dizer é claramente alusivo ao Programa Mais Médicos e reforça a posição do Conselho de que quantidade não é sinônimo de qualidade, ou seja, aumentar o número de profissionais não garante melhor atendimento. O Cremers acredita que, a menos que seja oferecida a estrutura necessária para qualificar a saúde pública, o Brasil continuará padecendo da precariedade que há tanto tempo se vê no SUS. A Saúde dos Ventos O médico e escritor Waldomiro Manfroi lançou o livro “A Saúde dos Ventos – A evolução da Ciência Médica e as origens da Faculdade de Medicina e Farmácia de Porto Alegre” durante a 61ª Feira do Livro de Porto Alegre. A obra, a oitava do autor, aborda a evolução da ciência médica e as origens da Faculdade de Medicina e Farmácia de Porto Alegre. EDITORIAL Mais segurança e qualidade na saúde pública Nove em cada dez brasileiros consideram os serviços de saúde oferecidos à população péssimos, ruins ou regulares. Este é um dos dados revelados pela pesquisa Datafolha, encomendada pelo CFM, apontando ainda que a saúde, segundo os entrevistados, deveria ser a prioridade, superando de longe educação e segurança. Realizado em agosto, o levantamento sinaliza claramente que o Programa Mais Médicos nada acrescentou insegurança. Por isso, o Cremers, depois de longa reunião com o Corpo Clínico e de nova vistoria, encaminhou aos órgãos competentes sugestões para melhorar o sistema de segurança interno e externo do PACS. Estaremos atentos, monitorando a situação no PACS para conferir se as providências propostas foram efetuadas. As ações de fiscalização do Cremers se estenderão também aos demais postos de emergência e pronto atendimentos, já para melhorar a avaliação da população. Fica comprovado que “Mais não é melhor”, conforme destacamos no painel colocado junto à sede do Cremers para enfatizar que a nossa luta é principalmente por mais qualidade nos serviços de saúde, não apenas pela quantidade. E essa qualidade é um conceito amplo. Não contempla unicamente o atendimento aos pacientes, desde a primeira consulta com um médico legalmente registrado no Conselhos de Medicina. É muito importante o acesso fácil a um especialista e também agilidade nos processos que levam a exames e cirurgias. É fundamental que também os médicos estejam amparados por esse guardachuva de “mais qualidade na saúde”. E isso pressupõe valorização profissional e condições dignas de trabalho. O que os médicos gostariam de encontrar nos serviços públicos de saúde é um mínimo de estrutura, com instalações adequadas, equipe de enfermagem, equipamentos e materiais suficientes. Acrescente-se a essa lista básica um novo componente: a insegurança para exercer o ofício, consequência do crescimento vertiginoso da violência. Uma violência que não poupa nem locais em que há pessoas enfermas e gente trabalhando - muitas vezes sobrecarregadas e em condições precárias - para salvar vidas, curar e atenuar sofrimento. Os incidentes registrados no Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul (PACS), em Porto Alegre, recentemente, com tiroteio e ônibus incendiado junto à unidade, levaram pânico aos pacientes e aos trabalhadores do local, onde no final do ano passado ocorreu até um assassinato. É impossível trabalhar num ambiente de medo e que a insegurança também os atinge. Nas questões da saúde e do trabalho médico tem sido assim: as entidades médicas sempre vigilantes, trabalhando duro, de forma insistente, mas sem o poder dos gestores públicos para tomar decisões que venham ao encontro dos interesses maiores da sociedade. Por essa razão, protestamos e nos rebelamos diante de ações que afetam a saúde pública, como esse corte de R$ 3,8 bilhões proposto pelo governo federal para o orçamento de 2016. O financiamento, que já é insuficiente, causando fechamento de hospitais e redução de leitos, tornará a situação ainda mais crítica, penalizando a população, em especial a mais carente. O fato é que os Conselhos de Medicina e também as demais entidades médicas estão mobilizados e atentos em defesa da melhor prática médica e da preservação de conquistas históricas, como o diploma com a inscrição “Médico”, não o esdrúxulo e inexplicável termo “bacharel em Medicina”, uma agressão inaceitável aos médicos. Felizmente, isto está sendo varrido pelo Congresso graças à união da categoria médica e também aos estudantes de Medicina. Outra luta que demanda muita mobilização e atuação política é a implantação de uma carreira de Estado para os médicos em âmbito federal. Estamos conseguindo avanços com o apoio de lideranças políticas realmente interessadas em interiorizar e qualificar a assistência no país, para que um dia as pesquisas apresentem um resultado oposto a esse que escancara a insatisfação da população com a saúde pública brasileira. Dr. Rogério Wolf de Aguiar – Presidente do Cremers Ed. 94 | 2015 | REVISTA CREMERS | 3 INSEGURANÇA Violência no PACS Cremers encaminha relatório a órgãos públicos sobre condições de trabalho e de segurança no Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul Depois do tiroteio que resultou em um óbito e a Comissão de Fiscalização esteve no PACS e elabo- sete pessoas feridas em frente ao Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul (PACS), no dia 25 de setembro, o Cremers fez nova vistoria no local com o objetivo de avaliar as condições de trabalho médico e de atendimento à população, com ênfase no aspecto da segurança. O relatório do trabalho, realizado no dia 30 de setembro, foi encaminhado aos órgãos competentes, como Secretaria da Saúde de Porto Alegre, MPE, MPF, Vigilância Sanitária, TCU, TCE, PACS, e também ao Simers e Coren. O presidente do Cremers, Rogério Wolf de Aguiar, comenta que em dezembro do ano passado (dia 4) rou um relatório sobre as irregularidades verificadas: “Encaminhamos o relatório às instituições responsáveis, como fizemos agora em função da violência ocorrida. A Prefeitura Municipal tomou algumas providências em cima do que foi constatado, mas a questão da segurança nos postos de saúde segue muito grave. Cabe ao poder público garantir plena segurança aos pacientes, médicos e demais trabalhadores do PACS”. O coordenador da Comissão de Fiscalização, Antônio Celso Ayub, adianta que o Cremers fará nova vistoria no local para verificar se foram tomadas as providências apontadas no relatório. Confira as principais conclusões do relatório: • Contextualização: Unidade Não Hospitalar de Atendimento às Urgências e Emergências, localizada em zona com grande risco de violência urbana. • No período da fiscalização foi constatado policiamento ostensivo no local e arredores. • No entanto, persistem outras vulnerabilidades de segurança: persistência de entrada única de pacientes ao PACS, sendo utilizada tanto para chegada de pacientes pedestres quanto para chegada das ambulâncias, apesar do estabelecido pelo Anexo I da Portaria MS nº 1020, de 13 de maio de 2009, para UPA. • Comparativamente à visita de fiscalização do Cremers de 04/12/2014, motivada pelo incidente de assassinato de paciente nas dependências do PACS, foi observado, na presente fiscalização, com as devidas ressalvas, melhora das condições de segurança do local, com saneamento de algumas vulnerabilidades estruturais apontadas no relatório de visita da fiscalização anterior. • Na Triagem e Classificação de Risco, que deveria ser executada por três enfermeiros, tem sido executada rotineiramente por apenas dois profissionais diurnos, e um noturno. O número insuficiente de profissionais de enfermagem já havia sido apontado no relatório de visita anterior de fiscalização do Cremers de 04/12/2014, ainda sem evidências de suficiente saneamento, acarretando sobrecarga de trabalho. 4 | REVISTA CREMERS | 2015 | Ed. 94 Relatos de médicos confirmam situação crítica Em reunião realizada no Cremers, dia 28 de setembro, o corpo clínico do PACS reforçou o pedido de interdição ética da unidade de saúde, encaminhado pelo Simers, que também participou do encontro, tendo em vista a grave situação de violência na região, confronto de traficantes, incêndio de ônibus e medo de novas ocorrências com risco a trabalhadores e pacientes. Os médicos retomaram o atendimento no PACS, mas com a condição de que seja mantido o reforço da segurança pela Brigada Militar (BM), ordenado pela Justiça Estadual. Por três horas, os médicos relataram à diretoria do Conselho uma série de situações revoltantes de violência envolvendo médicos, enfermeiros e pacientes, deixando evidente que o PACS só pode continuar de portas abertas se houver forte policiamento na área. O presidente do Cremers, Rogério Wolf de Aguiar, diz que a entidade seguirá monitorando o PACS, inclusive com novas vistorias. “É fundamental que sejam feitas melhorias no local, até para evitar medidas extremas, como a interdição ética”, comenta. Reunião na SSP/RS Reunião realizada no Cremers com médicos do PACS • Na Sala de Triagem e Classificação de Risco sugerese, dentre outras providências que possam também ser avaliadas, a modificação da disposição da mesa e cadeira, que em sua disposição atual acarreta difícil fuga da enfermeira em situação de violência iminente por parte de paciente. • Dificuldade de comunicação da equipe de enfermagem da Sala de Triagem e Classificação de Risco com a equipe de vigilância. Sugere-se a instalação de botão de pânico. • Semelhante ao observado na Sala de Triagem e Classificação, os Consultórios de Pediatria e de Clínica Geral Adulta do PACS apresentam disposição do mobiliário de forma que a cadeira do médico fica em lado oposto à porta. O secretário da Seguranca Pública do Estado, Wantuir Jacini, recebeu dia 6 de outubro, representantes das entidades médicas do RS. O diretor de Fiscalização, Antônio Celso Ayub, representou o Cremers na reunião, que contou também com as presenças do presidente do Simers, Paulo de Argolo Mendes e do diretor do sindicato, Germano Bonow. O secretário apresentou as ações para garantir a segurança pública, no que compete ao Estado, aos agentes de saúde que trabalham no PACS e à população. Ed. 94 | 2015 | REVISTA CREMERS | 5 TRABALHO MÉDICO Plano de Carreira conquista adesões no Congresso Cresce o número de deputados federais que se mostram favoráveis à Proposta de Emenda Constitucional 454/2009, que institui a carreira de Estado para o médico no Sistema Único de Saúde (SUS). Em reunião organizada pelo CFM e realizada dia 7 de outubro com entidades médicas e Associação dos Estudantes de Medicina do Brasil, em Brasília, com mais de 30 deputados presentes, que defenderam a proposta, que está pronta para ser incluída na pauta de votação do Plenário da Câmara. De autoria do então deputado e atual senador Ronaldo Caiado (DEM/GO), a PEC estabelece diretrizes Lideranças médicas de todo o país participaram do encontro em Brasília. Na foto, da esquerda para a direita: Napoleão Salles (as. parlamentar do CFM), Rogério Aguiar (pres. do Cremers), Carlos Vital (pres. do CFM), João Gabbardo (secr. da Saúde RS e coordenador do Conasems), e Marlonei Silveira dos Santos (representante da Fenam e diretor da AMB) para a organização de uma carreira única de médicos, mantida pela União, mas com exercício nos serviços públicos federal, estadual e municipal. Na percepção dos deputados, a aprovação da PEC 454/2009 é uma forma eficiente de incentivar a fixação dos médicos em áreas distantes do Brasil, além de estimular a permanência dos profissionais na rede pública. Para os parlamentares, o Estado precisa garantir condições para o desenvolvimento da atividade médica, como salário digno, estabilidade e aposentadoria condizente. Os participantes disseram ainda que a aprovação da PEC trará um importante instrumento de gestão para a saúde. CONSELHOS REGIONAIS Além dos congressistas, participaram do encontro conselheiros do CFM, presidentes dos Conselhos Regionais de Medicina, entre os quais o presidente do Cremers, Rogério Wolf de Aguiar, representantes do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura, do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde, dentre outras entidades. Assim como ocorreu durante a revisão do Decreto do Cadastro Nacional de Especialistas, a aprovação da PEC 454/2009 passará por intensos embates políticos no Congresso Nacional. Vantagens trazidas pela PEC da Carreira de Estado: • Traça diretrizes para a organização da carreira de médico de Estado; • Estabelece que no serviço público federal, estadual e municipal a medicina é privativa dos membros da carreira única de médico de Estado, organizada e mantida pela União; • O ingresso na respectiva carreira seria feito por concurso, com regime de dedicação exclusiva, sem poder exercer outro cargo ou função pública, salvo na área de magistério; 6 | REVISTA CREMERS | 2015 | Ed. 94 • Prevê ascensão funcional do médico de Estado pelos critérios de merecimento e antiguidade; • Exige critérios objetivos de lotação e remoção dos médicos, segundo a necessidade do serviço; • Proíbe o médico de receber honorários, tarifas ou taxas, auxílios ou contribuições de pessoas naturais ou jurídicas, públicas ou privadas; • Prevê uma remuneração que valoriza o tempo de serviço e os níveis de qualificação na área médica. FORMAÇÃO MÉDICA Diploma Médico Avança exigência da expressão "Médico" em diplomas expedidos por faculdades médicas. Projeto de lei nesse sentido foi aprovado na Câmara Federal e agora está no Senado O Plenário da Câmara Reconhecimento - Para dos Deputados aprovou no a deputada, que foi relatora dia 21 de outubro o Projeto da matéria pelas comissões de Lei 8140/14, do deputemáticas, a padronização tado Mandetta (DEM-MS), facilitará o reconhecimento que determina a aplicapor outros países de diploção do termo “Médico” mas expedidos no Brasil, nos diplomas expedidos evitando questionamentos por todas as faculdades formais sobre a equivalência de Medicina do país, proientre os termos bacharel em bindo o uso da expressão Medicina e médico. Estudantes de Medicina mobilizados para “Bacharel em Medicina”. No mesmo sentido, o preservar o termo "Médico" nos diplomas A matéria foi enviada ao autor do projeto explica a Senado. importância de sua aprovação para padronizar a nomenO texto aprovado é o substitutivo da Comissão de clatura. “Essa questão tem trazido indagações das entidaEducação, de autoria da deputada Raquel Muniz (PSCdes de classe e manifestações dos estudantes e levantado MG), que torna a denominação “médico” privativa dos problemas como as dificuldades para eventualmente graduados em cursos superiores de Medicina reconhecirealizar intercâmbio profissional no exterior, onde as dos. Se o projeto virar lei, será proibido o uso da denomientidades internacionais exigem o título de médico dos nação “Bacharel em Medicina”. profissionais”, afirmou. O Congresso Nacional decreta: Art. 1º A Lei nº 12.842, de 10 de julho de 2013, passa a vigorar com as seguintes alterações: “Art. 6º A denominação de ‘Médico’ é privativa dos graduados em cursos superiores de Medicina e deverá constar obrigatoriamente dos diplomas emitidos por instituições de ensino superior autorizadas e reconhecidas na forma do art. 46 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, vedada a denominação ‘Bacharel em Medicina’. (NR) “Parágrafo único. O exercício da profissão de que trata o caput é privativo dos inscritos no Conselho Regional de Medicina com jurisdição na respectiva unidade da Federação.” Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Ed. 94 | 2015 | REVISTA CREMERS | 7 RESOLUÇÃO Mudanças na publicidade médica O Diário Oficial da União publicou no dia 1º de outubro a Resolução CFM nº 2.126/2015, com ajustes nas regras para uso de divulgação de assuntos médicos por meio de entrevistas, anúncios publicitários e redes sociais, entre outros pontos. Temas como a distribuição de selfies (autorretratos), anúncio de técnicas não consideradas válidas cientificamente e a forma adequada de interação dos profissionais em canais de mídias sociais estão abordados na medida, que tem como objetivo principal fixar parâmetros para evitar o apelo ao sensacionalismo ou à autopromoção. Confira alguns pontos da resolução: Proibição aos médicos, inclusive lideranças de entidades da categoria, de participarem de anúncios de empresas comerciais ou de seus produtos, qualquer que seja sua natureza. Antes esta limitação contemplava produtos como medicamentos, equipamentos e serviços de saúde. Com o ajuste, se estende a outros, como gêneros alimentícios e artigos de higiene e limpeza. Com relação ao uso das redes das mídias sociais (sites, blogs e canais no Facebook, Twitter, Instagram, Youtube, Whatsapp e similares), como já havia sido determinado pela Resolução CFM nº 1974/2011, entre outros pontos, continua sendo vedado ao médico anunciar especialidade/ área de atuação não reconhecida ou especialidade/área de atuação para a qual não esteja qualificado e registrado junto aos Conselhos de Medicina. A norma também veda aos profissionais de fazerem propaganda de métodos ou técnicas não reconhecidas como válidos pelo Conselho Federal de Medicina, conforme prevê a Lei nº 12.842/13, em seu artigo 7º, que atribui à autarquia o papel de definir o que é experimental e o que é aceito para a prática médica. É o caso de práticas como a carboxiterapia ou a ozonioterapia, que ainda não possuem reconhecimento científico. O CFM ainda orienta aos CRMs a investigarem suspeitas de burla à orientação contra a autopromoção por meio da colaboração com outras pessoas ou empresas. Deve ser apurada a publicação de imagens do tipo "antes" e "depois" por não médicos, de modo reiterado e/ou sistemático, assim como a oferta de elogios a técnicas e aos resultados de procedimentos feitos por pacientes ou leigos, associando-os à ação de um profissional da Medicina. A Resolução focaliza os autorretratos (selfies) em situações de trabalho e de atendimento. Com a mudança, os médicos estão proibidos de divulgar este tipo de fotografia, bem como imagens e/ou áudios que caracterizem sensacionalismo, autopromoção ou concorrência desleal. O médico também está proibido de divulgar a posse de títulos científicos que não possa comprovar, nem induzir o paciente a acreditar que está habilitado num determinado campo de atendimento ao informar que trata sistemas orgânicos, órgãos ou doenças específicas. Da mesma forma, ele não pode consultar, diagnosticar ou prescrever por qualquer meio de comunicação de massa ou a distância, assim como expor a figura de paciente na divulgação de técnica, método ou resultado de tratamento. 8 | REVISTA CREMERS | 2015 | Ed. 94 ANUIDADE CFM fixa novos valores de anuidades e serviços para 2016 A Resolução 2.125/2015, do Conselho Federal de Medicina (CFM), que fixa os valores das anuidades e taxas de serviços pagos por profissionais e instituições de saúde aos Conselhos Regionais de Medicina entra em vigor a partir de janeiro/2016. O valor da anuidade para pessoa física sofreu um reajuste de 8,76%, passando para R$ 650,00 com vencimento até o dia 31 de março. No entanto, o profissional que pagar a taxa até 29 de janeiro de 2016, terá 5% de desconto, pagando R$ 617,50. Já quem efetuar o pagamento entre 29 de janeiro e 29 de fevereiro de 2016, terá um desconto menor, de 3%, ficando a anuidade no valor de R$ 630,50. A primeira inscrição em qualquer CRM será mediante pagamento da anuidade, obedecendo a proporcionalidade dos meses do ano e com desconto de 50%. Além da anuidade, a cobrança sobre os serviços, como inscrição e expedição de carteira, ou emissão de segundas vias de qualquer documentação, entre outros, para esses profissionais, também teve alteração e passará para R$ 92. Pessoa jurídica: valores condicionados ao capital social Quanto à pessoa jurídica, as taxas cobradas também sofrerão reajuste a partir de janeiro, mas continuarão condicionadas ao capital social das instituições. Os valores de anuidade para as empresas irão variar entre R$ 650 a R$ 5,2 mil. A cobrança por serviços, como renovação do certificado ou emissão de segundas vias, também será reajustada, passando a ser R$ 117, exceto a taxa cobrada para inscrição ou reinscrição, que será de R$ 843. O prazo de pagamento de anuidade de pessoas jurídicas é dia 29 de janeiro de 2016. Além do valor da anuidade, que varia de acordo com o capital social, o boleto de pessoa jurídica vem acrescido da taxa de renovação do certificado de 2016, cujo valor é de R$ 117. Quem efetuar o pagamento da anuidade fora do prazo determinado pela Resolução CFM 2.125/2015 até 31 de março de 2016, para os médicos, e até 29 de janeiro de 2016, para as empresas – terá de arcar com multa de 2% e juros de 1% ao mês. Isenção de pagamentos Está assegurada a isenção da anuidade aos profissionais que completarão 70 anos ou mais de idade em 2016. Os médicos militares, que não exerçam a profissão civilmente, também são isentos, mas, diferentemente dos que têm 70 anos ou mais de idade, é necessário realizar o pedido de isenção no Cremers até 29 de fevereiro de 2016. Quanto às pessoas jurídicas, a isenção cabe as instituições públicas ou casos específicos sob julgamento e aprovação dos Conselhos Regionais. Ed. 94 | 2015 | REVISTA CREMERS | 9 CREMERS CONHECENDO O CREMERS Ouvidoria: a ligação entre o Conselho e a sociedade A Ouvidoria é a porta de entrada para dúvidas, questionamentos e quaisquer observações dos médicos e da população sobre a ética médica e o funcionamento do Conselho. É o órgão do Cremers que ouve os anseios e dificuldades dos médicos sob sua jurisdição, e que também orienta quem a procura de acordo com a legislação que rege a Medicina no Brasil. A Ouvidoria foi criada pela Resolução Cremers 09/2003 a partir da necessidade de um canal rápido de solução de dúvidas e de aproximação com os médicos. É constituída por três conselheiros (sendo um Coordenador) nomeados pela diretoria “ad referendum” do plenário, ficando vinculados diretamente à presidência. Atualmente, os conselheiros Ércio Amaro de Oliveira Filho, Maria Lúcia Oppermann e Céo Paranhos de Lima, assistidos pela secretária Elisabete Boff, atendem as demandas que chegam através de telefonemas, e-mails e consultas presenciais. O objetivo principal da Ouvidoria é viabilizar soluções e respostas mais rápidas para questões atinentes ao exercício ético da Medicina. Qualquer pessoa pode entrar em contato com o setor que, mensalmente, contabiliza cerca de 200 consultas. Frequentemente, a Ouvidoria é procurada não apenas por médicos, mas por pacientes, empresas e pela imprensa. Os ouvidores recebem as questões e as respondem de forma rápida, sempre que possível 10 | REVISTA CREMERS | 2015 | Ed. 94 Dr. Ércio Amaro de Oliveira Filho com Dras. Maria Lúcia Oppermann (E) e Céo Paranhos de Lima e dentro dos meios ao seu alcance. Quando as dúvidas exigem algum aprofundamento além de seu alcance, os ouvidores as encaminham ao setor cabível. Também são responsáveis por comunicar à diretoria as questões recebidas e as soluções propostas. Contato com os ouvidores A Ouvidoria do Cremers pode ser acessada por: Telefone: (51) 3219.7544, Ramal 242 E-mail: [email protected] Sede do Cremers: presencialmente de segunda a sexta-feira, das 9h15 às 18h30 DELEGACIAS Agende-se: 11/12 Cremers inaugura sede administrativa em São Gabriel O vice-presidente do Cremers, Fernando Weber Matos, coordenador geral das Delegacias Seccionais, tem trabalhado fortemente no sentido de oferecer melhores condições de atuação aos delega- ções de atuação aos membros das Delegacias: “Nosso planejamento é no sentido de que todas as unidades tenham sua sede para melhor atender os médicos de cada região”. Matos tem como meta inaugurar novas sedes no próximo ano. “É importante que nossos representantes no Interior tenham um lugar, um ponto de referência”, conclui Matos. dos. Entre suas iniciativas, está o empenho de proporcionar sedes administrativas às unidades, como vai acontecer com a delegacia de São Gabriel, a ser inaugurada em dezembro. Para Matos, a inauguração de mais uma sede no Interior significa a concretização de uma nova etapa dentro do projeto de proporcionar melhores condi- NOTÍCIAS DO INTERIOR Em agosto, foi lançado no portal Cremers um espaço destinado a publicar notícias da área da saúde em todos os municípios. O conteúdo é fornecido pelas próprias delegacias. Confira “Interior em Destaque” em www.cremers.org.br. Dr. Fernando Matos Delegado comemora a conquista Será inaugurada no dia 11 de dezembro, a sede administrativa da Delegacia Seccional de São Gabriel. O presidente do Cremers, Rogério Wolf de Aguiar, irá participar da solenidade de abertura, às 10h30, ao lado de integrantes da diretoria da entidade, médicos e autoridades públicas locais. O Delegado Ricardo Lannes Coirolo se mostra exultante. Ele avalia que a sede é uma “conquista para a classe médica de São Gabriel e região, uma grande vitória”. De acordo com Coirolo, o local será um ponto de encontro dos médicos e também uma referência para a população. Endereço da sede: Rua Barão de São Gabriel, 735, térreo. A diretoria da Delegacia é composta também pelo primeiro secretário Luís Dr. Ricardo Lannes Coirolo Carlos Maciel Nunes e a segunda-secretária, Katia Raposo. Como suplentes estão João Luís Alves Pereira, Newton Valandro e Gerson Oliveira. Hoje, 22 Delegacias Seccionais, de um total de 28 no Estado, contam com sede administrativa, todas bem localizadas e estruturadas. A Delegacia de São Gabriel abrange também Cacequi, Santa Margarida do Sul e Rosário do Sul, com a atuação de mais de 120 médicos. RS: pioneirismo na criação de Delegacias As Delegacias Seccionais foram criadas através da Resolução Cremers 05/1984, em uma atitude pioneira da entidade. A medida causou forte repercussão nacional, vindo mais tarde a ser reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina e adotada em outros Estados da Federação. Ed. 94 | 2015 | REVISTA CREMERS | 11 CÂMARA TÉCNICA Fórum sobre Cuidados Paliativos Temas como ética médica, preparação para a morte, cuidados paliativos não oncológicos, cuidados paliativos x obstinação terapêutica e testamento vital estiveram em destaque no II Fórum sobre Cuidados Paliativos, realizado dia 23 de outubro O encontro, organizado pelo Cremers através de sua Câmara Técnica de Cuidados Paliativos, contou com mais de 140 inscritos (médicos da Capital e do Interior). Na abertura do evento, o presidente das Câmaras Técnicas, Jefferson Piva, discorreu sobre as principais atribuições dos Conselhos de Medicina: cartorial, judicante e normativa. Depois, destacou a evolução dos cuidados paliativos nos últimos 20 anos. “Hoje, o Código de Ética Médica, de 2010, tem cinco artigos sobre autonomia e um artigo específico sobre cuidados paliativos”, frisou Piva. Lembrou, ainda, a Resolução CFM 1805/2006, que diz: “Na fase terminal de enfermidades graves e incuráveis é permitido ao médico limitar ou suspender procedimentos 12 | REVISTA CREMERS | 2015 | Ed. 94 e tratamentos que prolonguem a vida do doente, garantindo-lhe os cuidados necessários para aliviar os sintomas que levam ao sofrimento, na perspectiva de uma assistência integral, respeitada a vontade do paciente ou de seu representante legal”. Em seguida, o coordenador da CT de Cuidados Paliativos, Newton Barros, comentou sobre o crescente interesse dos médicos e da sociedade pelo tema e mostrou-se confiante de que os assuntos abordados no fórum sejam transmitidos aos médicos que não puderam comparecer. “Espero que vocês, aqui presentes, sejam difusores dos conceitos emitidos nesse encontro.” Preparação para a morte A geriatra Ana Cláudia Arantes, do Hospital de Clínicas de São Paulo, participou de duas mesas. Ela palestrou sobre os temas “Preparação para a Morte” e “Cuidados Paliativos não Oncológicos”, com coordenação, respectivamente, do conselheiro do Cremers, Dr. Jair Rodrigues Escobar, e Dra. Berenice Maria Werle, do HMV. Integrante da Casa do Cuidar – você tem medo?”. Contou que cada paciente manifesta preocupações e desejos diferentes com o passar do tempo. Um ano antes de morrer o paciente costuma dizer que “não quer ser um fardo aos familiares”. Um dia antes, a opção mais recorrente é “quero ter a minha família comigo nessa hora”. Outra recomendação importante de Ana Cláudia é no sentido de que o médi- prática e ensino em cuidados paliatico “olhe para o seu paciente, preste vos – , Ana Cláudia relatou suas expeatenção, deixe seu paciente conforriências como médica especializada tável, sem intervenções agressivas”. em cuidados paliativos, enfatizando Finalizou dizendo que o “exercício Dra. Ana Cláudia Arantes a importância da relação médicoda autonomia passa por uma conpaciente, e também da relação com a família do paciente, versa longa, detalhada”, com informações suficientes e frisando a todo instante que não se deve omitir a verdapara embasar a decisão do paciente. de. “Ao ser questionado, o médico deve falar a verdade: Sobre óbitos por câncer no país, a palestrante recor‘Sim, você pode morrer’. Não fuja dessa pergunta. A verreu a um levantamento do Ministério da Saúde de 2011. dade não mata, o que mata é a doença.” “Ocorreram nesse ano 1 milhão e 170 mortes, sendo que A palestrante comentou que uma das perguntas 174 mil foram de câncer, um percentual até pequeno dianmais importantes a ser feita ao paciente é: “Do que te desse quadro”, comentou. Ética médica e o respeito à dignidade humana O II Fórum sobre Cuidados Paliativos foi aberto com uma conferência do Prof. Carlos Gottschal (membro e expresidente da Academia SulRiograndense de Medicina) sobre o tema ‘Origem e Prof. Carlos Gottschal desenvolvimento da Ética Médica’. “Ética é a defesa do homem e da vida”, sentenciou, acrescentando que o “homem tem seu lado solidário, é dele que surgiu a ética”. O palestrante discorreu desde o Código de Hamurabi, uma compilação de 282 leis da antiga Babilônia, composto por volta de 1772 a.C., até os dias atuais, chegando ao Código de Ética Médica. Lembrou que a palavra ética vem do grego Ethos, que significa comportamento, conjunto de valores que orientam o comportamento do homem em relação aos outros homens na sociedade em que vive, buscando o bemestar social. “A ética é universal. Empresário que faz caixa 2 e depois acusa o governo de ladrão e corrupto não está sendo ético”, exemplificou. O Prof. Gottschal abordou também a bioética, que é a ética aplicada à vida e abrange temas que vão desde uma simples relação interpessoal até fatores que interferem na sobrevivência do próprio planeta. “Nem tudo que é tecnicamente possível é eticamente viável.” Concluiu afirmando que “a ética médica traz implícito o respeito à dignidade humana”. Ed. 94 | 2015 | REVISTA CREMERS | 13 CÂMARA TÉCNICA Cuidados paliativos x obstinação terapêutica Na parte da tarde, o fórum abriu com a mesa redonda “Cuidados paliativos x obstinação terapêutica”, coordenada pelo conselheiro Ércio Amaro de Oliveira Filho. A Dra. Lucia Monteiro Santos, coordenadora do Programa de Cuidados Paliativos do Hospital de Clínicas, apresentou os princípios gerais da prática. Ela esclareceu que os cuidados paliativos tratam não só o paciente, mas também a família ou cuidadores. Também explicou que os cuidados paliativos não precisam necessariamente ser adotados na terminalidade, e sim nos casos de doenças ameaçadoras da vida (genéticas, hematológicas etc.). A seguir, Patrícia Lago, também do Hospital de Clínicas, abordou os aspectos pediátricos do tratamento, apontando que há tipos específicos de pacientes que podem receber os cuidados, mas, independentemente disso, são pessoas ainda em desenvolvimento. São casos em que o tratamento pode durar a vida inteira e se faz necessário dar apoio à família e à equipe, que também sofre. A visão da geriatria ficou por conta da Dra. Berenice Werle, do Hospital Moinhos de Vento, que buscou desmistificar a relação entre cuidados paliativos e doença oncológica. Ela afirmou que a manutenção da funcionalidade é um dos aspectos mais importantes do tratamento, lembrando que sempre se deve considerar as perspectivas e circunstâncias dos pacientes ao planejar seus cuidados. O conselheiro Jefferson Piva finalizou a mesa com a visão da medicina intensiva. Segundo ele, é na UTI que muitos pacientes terminais vêm a falecer: é o ambiente em que eles encontram alívio para alguns sintomas, mas, ao mesmo tempo, são tratados por médicos desconhecidos, e por isso a maior dificuldade encontrada pelas equipes é a comunicação e afetuosidade com o paciente e a família. Testamento vital em debate A segunda mesa da tarde debateu o chamado “testamento vital”, ou diretivas antecipadas de vontade do paciente, e contou com a coordenação da médica do Hospital Conceição Martha Zuardi. O presidente Rogério Aguiar repassou a Resolução CFM nº 1995/2012, que dispõe sobre o tema, lembrando que imprensa e sociedade questionaram a possibilidade (completamente refutada) de a Resolução abrir uma brecha para a eutanásia. Aguiar ressaltou que aplicar as diretivas não é simples, pois pode haver discrepâncias familiares ou outros dilemas (morais, religiosos etc.), mas a Resolução ampara o médico. A advogada Lívia Leivas, do Hospital Mãe de Deus, ofereceu o ponto de vista jurídico da questão. Ela apontou que a interpretação da Resolução será 14 | REVISTA CREMERS | 2015 | Ed. 94 sempre subordinada à Constituição, que prevê o direito à vida e à dignidade, e à Lei que regulamenta a atividade dos Conselhos. Lívia deu especial destaque à importância de registro das diretivas no prontuário, sendo recomendável também seu registro em cartório. Decisões difíceis O encontro foi encerrado com a mesa “Decisões Difíceis”, conduzida pelo conselheiro Newton Barros. O geriatra Dr. Renato Bandeira de Mello, do Hospital de Clínicas, descreveu o perfil dos pacientes que podem ser desospitalizados. Segundo o médico, os principais desafios para essa medida são as incertezas sobre o prognóstico em curto prazo e a angústia que isso gera no paciente e na família. Ele afirma que a comunicação é a melhor saída para essa situação, tranquilizando os envolvidos e respeitando as preferências do paciente. A comunicação também foi ressaltada pelo médico do Clínicas Dr. Paulo Ricardo Cardoso, que falou sobre a decisão de suspender um tratamento. Segundo ele, ouvir o paciente e valorizar suas opiniões são importantes, assim como obedecer aos preceitos éticos e confiar em seu conhecimento técnico. O evento chegou ao fim com um debate sobre o manejo de pacientes terminais no domicílio, em que a médica Patrícia Lichtenfels apresentou um trabalho feito com cuidadores da Vila Fátima, em Porto Alegre. Ela relatou pontos que refletem a repercussão de cuidar de um paciente terminal em casa, tais como solidão, empatia, angústia existencial e stress – gerado principalmente pelo comportamento dos doentes frente aos cuidados oferecidos. AGENDA 21 A 23 MARÇO 24 A 26 MARÇO 31 DE MARÇO A 02 DE ABRIL 20 A 23 ABRIL Congreso Mundial de Diabetes en el Embarazo IADPSG 2016 » Local: UCA - Universidad Católica Argentina – Buenos Aires/ARG » Informações: www.iadpsg2016.com SNOLA 2016 – Update on Neuro-Oncology » Local: Hotel Windsor Barra - Rio de Janeiro/RJ » Informações: www.snola2016.com IV Congresso Clínica Psiquiátrica » Local: Centro de Convenções Rebouças - São Paulo/SP » Informações: www.clinicapsiquiatrica2016.com.br 12nd World Congress of the International Hepato-Pancreato-Biliary Association » Local: WTC Sheraton - São Paulo/SP » Informações: www.ihpba2016.com Ed. 94 | 2015 | REVISTA CREMERS | 15 CAMPANHA 18 de outubro: Dia do Médico A campanha de Dia do Médico do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul deste ano mostra a influência em terceiros que uma vida salva pode atingir. A consulta, o tratamento e a vida salva pelo médico atingem, além do paciente, sua família, seus amigos, seu trabalho e tudo que o cerca. Mais do que homenagear, os materiais reconhecem a importância do médico para todos os que estão passando por uma dificuldade, tanto como paciente, como para quem está à sua volta. Campanha mostra o médico improvisando para salvar vidas A campanha do CFM para o Dia do Médico mostra que, mesmo sem condições para trabalhar, o médico consegue num ato de heroísmo salvar vidas em situações inacreditáveis. Diante de tantos casos negativos na área da saúde, parte da sociedade acha que 16 | REVISTA CREMERS | 2015 | Ed. 94 o médico é vilão. Com a referida abordagem de comunicação da campanha, essa parte da sociedade vai reconhecer que existem médicos de atitudes com valores inestimáveis. Foram elaboradas peças para melhorar a percepção da imagem do médico, a exemplo do caso do Maranhão, no qual o médico embalou a criança em um saco plástico por falta de incubadora. A ideia não é mostrar o médico como um herói, até porque o médico não quer ser reconhecido como herói, ele quer ser apenas um profissional com boas condições para exercer sua atividade. PARTICIPAÇÃO Semana do Médico Cremers defende a carreira médica de Estado durante evento no dia 14 de outubro na Amrigs O presidente do Cremers, Rogério Wolf de Aguiar, representou o Cremers no painel “Carreira Médica e Sustentabilidade Profissional”, atividade integrante da programação da 28ª Semana do Médico da Amrigs. O debate, Aguiar concluiu que o futuro dos médicos é incerto, dadas as recentes mudanças ideológicas e políticas no Ministério da Saúde, a questão da titulação de médico ou bacharel, entre outros fatos. “O que muda e que contou também com participações de representantes da própria Amrigs e do Simers, abordou a visão das entidades para o futuro dos médicos que hoje estão na faculdade. Aguiar afirmou que o plano de carreira de Estado é a medida mais acertada para distribuir médicos pelo Interior, para os municípios mais afastados. “Há determinados tipos de valor, como saúde, segurança e justiça, que não podem ficar ao sabor do mercado. O Estado tem que garantir a distribuição desses serviços por todo o território nacional”, reforçou. O presidente lembrou ainda que o atual panorama é de luta das entidades médicas, ressaltando a postura do governo federal frente ao programa Mais Médicos e ao registro de especialidades. “Parece que estamos em um país onde a democracia foi jogada abaixo”, disse ao apontar que médicos e entidades médicas só foram ouvidas sobre essas questões depois de muito embate. o que permanece pertencem a um terreno tumultuado. Não sabemos o que vai acontecer, mas as entidades estão em vigília constante”, assegurou. Carreira médica no setor público – O secretário da Saúde João Gabbardo, palestrante no encontro, ressaltou que o estado do Rio Grande do Sul está em constante diálogo com as entidades médicas para elaborar um plano da Carreira Estadual de Médico. Segundo o secretário, essa implementação é um compromisso do governador. O evento contou ainda com a participação de Antonio Weston, diretor da Amrigs e um dos organizadores do ciclo de palestras, do vice-presidente e diretor Científico da entidade, Jair Escobar; do Desembargador Genaro Borges; de Tânia Resener, coordenadora da Residência Médica do Hospital Universitário de Santa Maria; e do diretor do Simers, Germano Bonow. Mobilização nacional pela Carreira de Estado para médicos Mais de 400 médicos, estudantes de Medicina, lideranças nacionais e regionais ocuparam todo o Plenário Ulysses Guimarães, na Câmara dos Deputados, na manhã do dia 21 de outubro, durante sessão solene em homenagem ao Dia do Médico – celebrado em 18 de outubro. Mais de 230 parlamentares também marcaram presença. Além de simbolizar o reconhecimento da sociedade aos médicos, o evento também teve como objetivo sensibilizar o Congresso Nacional para a importância da aprovação da Carreira de Estado para o médico do Sistema Único de Saúde (PEC 454/09). De autoria do então deputado e atual senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), a PEC estabelece diretrizes para a organização de uma carreira única de médicos, mantida pela União, mas com exercício nos serviços públicos federal, estadual e municipal. Ed. 94 | 2015 | REVISTA CREMERS | 17 SAÚDE PÚBLICA Pesquisa nacional confirma avaliação Os serviços de saúde no Brasil são péssimos, Essas avaliações integram a segunda edição de pesqui- ruins ou regulares para 93% dos brasileiros. Entre sa realizada pelo Instituto Datafolha a pedido do Conselho os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), 87% Federal de Medicina (CFM) sobre o atendimento na área da dos entrevistados têm uma avaliação negativa dos saúde. Na comparação com a edição anterior, realizada no serviços oferecidos. Cerca de dois em cada dez ano passado, a pesquisa reforça necessidades de aprimo- brasileiros atribuem nota zero para ambos (saúde ramento na gestão, infraestrutura e financiamento na rede no Brasil e SUS). Em todas as regiões e segmentos pública. A pesquisa teve abrangência nacional, incluindo avaliados, o índice de péssimo/ruim é mais elevado, áreas metropolitanas e cidades do interior de diferentes com destaque entre os moradores do Sudeste e portes, moradores nas cinco regiões do país. Foram ouvidas regiões metropolitanas. 2.069 pessoas entre os dias 10 a 12 de agosto. Área prioritária // A saúde no Brasil é apontada por 43% dos entrevistados como tema que deveria ser tratado como prioridade pelo Governo Federal. Chamou a atenção o fato de que as áreas de educação (27%) e combate à corrupção (10%) tiveram crescimento na escala apontada pelos entrevistados. Contudo, apesar do avanço, a distância entre elas e a saúde permanece significativa. O relatório da pesquisa revela ainda que a importância atribuída à saúde é maior entre as mulheres, os mais velhos e no grupo de pessoas com menor escolaridade. Por outro lado, a educação ganha destaque entre os homens, entre os entrevistados mais jovens e com maior nível educacional. Saúde lidera ranking // Também constam da relação citada pelos entrevistados o combate ao desemprego (7%), segurança (6%), e combate à inflação (3%), assim como moradia, transporte e meio ambiente, todos com menos de 2% na pesquisa. O posicionamento alcançado pela saúde, o mesmo do estudo de 2014, reforça a percepção medidas em outras sondagens, o que demonstra que a saúde permanece como o grande nó da gestão em diferentes governos. Dificuldade de acesso // Essa necessidade Financiamento e infraestrutura // Para o de que a saúde tenha maior destaque no âmbito governamental resulta de uma percepção declarada que aponta para uma grande dificuldade de acesso aos serviços da rede pública. Num primeiro momento, os entrevistados revelaram que o SUS é um sistema constantemente acionado pela população. Um total de 86% deles (diretamente ou por proximidade com alguém da família) declarou ter procurado a rede pública. presidente do CFM, Carlos Vital, essa percepção sobre as finanças do setor está diretamente relacionada à má gestão dos recursos públicos na área. “Levantamentos recentes elaborados pelo CFM têm denunciado a situação do financiamento e da infraestrutura da saúde no país. O último deles revelou que, entre 2003 e agosto deste ano, mais de R$ 171 bilhões do orçamento do Ministério da saúde deixaram de ser efetivamente gastos. A população tem observado que não há um esforço para priorizar a saúde. Sem estes recursos, os brasileiros certamente 18 | REVISTA CREMERS | 2015 | Ed. 94 serão ainda mais prejudicados pela falta de infraestrutura e equipamentos fundamentais para a assistência”. negativa da saúde no Brasil Procedimentos de maior complexidade // Atendimento Consultas, exames e cirurgias // Na sequência, com índices negativos que vão de 60% a 50%, aparecem, em ordem decrescente, consultas com médicos, exames de laboratório, internações hospitalares, consultas com não médicos, procedimentos específicos de média e alta complexidade, distribuição de remédios gratuitos e atendimento domiciliar. O serviço com avaliação menos negativa foi a oferta de cirurgias, com 45% dos entrevistados atribuindolhe conceitos correspondentes a péssimo, ruim e regular. Por outro lado, 55%, consideraram cirurgias boas, ótimas ou excelentes. domiciliar e procedimentos específicos de maior complexidade (diálise, radioterapia, quimioterapia, entre outros) – ambos com 50% – também possuem uma avaliação crítica. Dentre os dez serviços estudados, apenas aqueles que se referiam ao atendimento nos postos de saúde e à distribuição gratuita de remédios pela rede pública tiverem índice de reprovação menor, chegando a 43%. Qualidade dos serviços // A pesquisa também procurou medir a opinião dos brasileiros sobre a satisfação com o atendimento ofertado. Mas os números estão longe de serem bons. Aproximadamente sete em cada dez pessoas que buscaram o SUS disseram estar insatisfeitos e atribuíram à rede pública como um todo conceitos que vão do péssimo a regular. As percepções mais negativas estão relacionadas aos atendimentos de emergências nos prontos-socorros (69%) e nos postos de saúde (65%). Fila para atendimento // Dos entrevistados, 29% declararam estar à espera de atendimento na rede pública. O número é um ponto percentual menor que o de 2014. Deste grupo, 36% aguardavam para fazer consultas, 33% buscavam exames e 28% cirurgias. Neste aspecto o que se destaca é o aumento do volume daqueles que estão na fila por uma resposta do SUS há mais de seis meses. O índice passou de 29%, no ano passado, para 41%, em 2015. Número de médicos // Para a maioria dos usuários dos serviços que deram avaliação negativa ao atendimento pelo SUS (54%), o tempo de espera (36%), o baixo número de médicos (19%) e a falta de estrutura (15%) e de organização (9%) foram os fatores que mais impactaram nesta percepção. Já para os que deram notas positivas ao Sistema Único de Saúde (46%), a pouca demora (19%), a disponibilidade dos médicos (17%), o cuidado dispensado por esses profissionais (15%) e a estrutura existente (11%) ajudaram no processo. Insuficiência de recursos e gestão // Tempo de espera tem pior avaliação // Não por De acordo com a pesquisa, para a maioria da população (77%) o governo tem falhado na gestão dos recursos da saúde pública. Na opinião de 53% dos entrevistados, o SUS não tem recursos suficientes para atender bem a todos, de forma equânime. Por outro lado, é elevada a concordância com a ideia de que os médicos precisam de estrutura para trabalhar (93%) e que merecem ser valorizados (86%). acaso, o tempo de espera para atendimento é o fator que tem pior avaliação no âmbito do SUS. Para 89% dos entrevistados, esta dimensão merece notas que representam os conceitos péssimo, ruim ou regular. Na sequência aparecem os seguintes aspectos: quantidade de médicos (85% de avaliação negativa), qualidade da administração das unidades (83%) e quantidade de leitos de internação ou de UTI (81%). Ed. 94 | 2015 | REVISTA CREMERS | 19 Carreira de Estado é tema da abertura do encontro Realizado em Maceió, de 9 a 11 de setembro, o II Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina de 2015 (II ENCM 2015), começou com um assunto que tem mobilizado os Conselhos de Medicina do país: a carreira de Estado para médicos. O deputado Luciano Ducci (PSB/PR) – médico pediatra e sub-relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 454/2009, que institui a carreira de Estado para o médico no Sistema Único de Saúde (SUS) – afirmou que “há tramitando na Casa várias propostas, mas esta PEC está pronta. Ela cria uma carreira e coloca critérios necessários para que a demanda social seja atendida. É possível conseguir o apoio necessário na Câmara dos Deputados, mas temos que mobilizar as bases”. Pronta para ser incluída na pauta de votação do Plenário da Câmara dos Deputados, a PEC 454, de auto- Conselhos de Medicina debatem os principais temas referentes ao exercício da Medicina ria do então deputado Ronaldo Caiado (DEM/ GO), estabelece diretrizes para a organização da carreira de médico de Estado com a seguinte redação: “no serviço público federal, estadual e municipal a Medicina é privativa dos membros da carreira única de médico de Estado, organizada e mantida pela União”, observados princípios e diretrizes como ingresso na carreira por concurso público de provas e títulos, regime de dedicação exclusiva e critérios para lotação, remoção e ascensão funcional do médico de Estado. Pesquisas clínicas em seres humanos A regulamentação ética de pesquisas clínicas envolvendo seres humanos foi o tema da conferência do médico e professor José Dirceu Grecco – que iniciou com uma ampla contextualização histórica, passando pela normatização internacional, polêmicas quanto à utilização de placebos, resoluções do CFM, normas do Conselho Nacional de Saúde e diretrizes do Projeto de Lei do Senado (PLS) nº 200/2015 – de autoria dos senadores Ana Amélia (PP/RS), Waldemir Moka (PMDB/MS) e Walter Pinheiro (PT/BA). Sérgio Ibiapina, membro da Câmara Técnica de Bioética do CFM, deu continuidade à conferência 20 | REVISTA CREMERS | 2015 | Ed. 94 analisando o PLS 200/2015 e indicando “pontos críticos que geram sobreposição aos nossos preceitos éticos”, como o acesso restritivo à pesquisa. A Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa Interfarma também participou do debate. Diante da ampla discussão com pontos divergentes, o presidente do CFM, Carlos Vital, ressaltou que "há necessidade de celeridade na avaliação dos projetos de pesquisa, mas sem detrimento da proteção aos sujeitos da pesquisa, bem instituída na Resolução CNS nº496/2014”. Conselhos de Medicina manifestam apoio à campanha contra a corrupção No último dia do ENCM, CFM e CRMs decidiram apoiar a coleta de assinaturas para permitir tramitação de projeto de lei de iniciativa popular no Congresso com o objetivo de coibir abusos e irregularidades no uso de verbas públicas. Indignados diante das sucessivas denúncias de corrupção e interessados em contribuir efetivamente DEZ MEDIDAS CONTRA A CORRUPÇÃO Antes da apresentação da moção – denominada Carta de Maceió Contra a Corrupção –, o procurador-chefe da República em Alagoas, Rodrigo Tenório, apresentou as 10 medidas que devem ser adotadas no escopo do projeto: criminalização do enriquecimento ilícito de agentes públicos; aumento das penas e crime hediondo para corrupção de altos valores; prisão preventiva com a erradicação desse problema e de seus efeitos para o país, os mais de 400 mil médicos brasileiros hipotecaram total e irrestrito apoio ao abaixo assinado, organizado pelo Ministério Público, para colocar em tramitação um projeto de lei de iniciativa popular que fortaleça os mecanismos de combate e prevenção aos abusos e irregularidades. A decisão foi tomada na plenária de encerramento do encontro, no dia 11. Por aclamação, representantes do Conselho Federal de Medicina (CFM) e dos 27 Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) aprovaram moção de apoio à campanha “10 Medidas Contra a Corrupção”, que tem como uma de suas metas reunir 1,5 milhão de assinaturas, o que tornará possível o avanço do projeto específico no Congresso Nacional. para garantir a devolução do dinheiro desviado; celeridade nas ações de improbidade administrativa; prevenção à corrupção, transparência e proteção à fonte de informação; responsabilização dos partidos políticos e criminalização da prática do caixa 2; reforma do sistema de prescrição penal; eficiência dos recursos no processo penal; ajustes nas nulidades penais; prisão preventiva para garantir a devolução do dinheiro desviado; e recuperação do lucro derivado do crime. Entre seus pontos específicos de preocupação está o impacto dos desvios nas contas da saúde, área que tem sido historicamente afetada por este tipo de irregularidade. A Controladoria Geral da União (CGU) aponta que, de 2002 a 2012, o órgão realizou 17.727 tomadas de contas especiais (TCEs). Destas, 13.611 (76,7%) foram consideradas irregulares e correspondem a um desvio de R$ 9,171 bilhões dos cofres públicos. Fiscalização ganha objetividade com mudanças em resolução Durante sua participação no II ENCM/2015, o coordenador do Departamento de Fiscalização (Defis) do CFM, Emmanuel Fortes, anunciou a atualização da Resolução CFM nº 2056/2013, que regulamenta a ação dos Defis nos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs). Dentre as novidades da atualização da Resolução estão os roteiros de fiscalização compartimentados por tipos de ambientes. Dentre eles estão ritos específicos para hospital, centro cirúrgico, emergência, banco de leite, serviços de hemoterapia, entre outros. “Se dediquem aos procedimentos explicitados na Resolução CFM nº 2056/2013. A nossa meta é transformar a fiscalização no instrumento de resgate da dignidade do médico”, concluiu Fortes. Um balanço sobre vistorias feitas no país em estabelecimentos de saúde mostrou que, apenas em 2015, as fiscalizações somam 2.299. O estado do Paraná foi o que mais atuou dentro dos parâmetros estabelecidos na Resolução, realizando 462 ações. A partir de 2016, todas as fiscalizações terão que ser feitas através desse sistema. Ed. 94 | 2015 | REVISTA CREMERS | 21 ESPECIALIDADE MÉDICA Medicina de Emergência terá grupo para discutir especialidade Em reunião sediada no Cremers, no dia 21 de outubro, médicos que atuam em emergência decidiram pela criação de um grupo que discutirá a implementação e a maneira que se dará o ensino e a residência médica de Emergência no Brasil. O encontro foi realizado logo após o reconhecimento da Medicina de Emergência como especialidade médica no país. No evento, promovido pela Câmara Técnica (CT) de Emergência do Cremers, discutiuse a importância da formação dos médicos emergencistas, junDrs Luiz A. Alegretti tamente com residências médicas especializadas e em quantidade suficiente para atender a demanda. Luiz Alexandre Alegretti Borges, presidente da CT de Emergência do Cremers, apresentou 20 programas de residência na área que já foram credenciados pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) e pelo Ministério da Educação (MEC). Instituições de seis estados já estão aptas para oferecer essa especialização. Além disso, Jefferson Piva, coordenador das CT do Cremers e membro da CT de Emergência do CFM, e Alegretti enfatizaram a importância do grupo criado na reunião para o estabelecimento da ABRAMEDE (Associação Brasileira de Medicina de Emergência) como a sociedade responsável pela Medicina de Emergência no país. Os médicos disseram que, a partir do estabelecimento da sociedade que cuidará da área, será possível mais desenvolvimento da Medicina de Emergência e a melhor maneira de se atender e cuidar do paciente. Segundo os organizadores, no fim do ano, o CFM editará e Jefferson Piva resolução que instituirá a Medicina de Emergência e, com isso, a AMB (Associação Médica Brasileira) definirá a sociedade responsável, em dezembro. O grupo criado na reunião do Cremers se reunirá semanalmente para continuar o debate sobre o ensino e especialização de Medicina de Emergência. Segundo Piva e Alegretti, com o grupo, o Rio Grande do Sul é pioneiro nas discussões da especialidade no Brasil. Mais Médicos não atinge meta de interiorização Apesar do Mais Médicos, programa criado pelo governo federal com o objetivo anunciado de atender os municípios mais distantes, existem regiões em que há carência absoluta de médicos. É o que denuncia o deputado federal Luiz Cláudio (PR-RO), presidente da Frente Parlamentar de Integração entre Brasil, Bolívia e Peru. Ele demonstra preocupação com relação a vários municípios de Rondônia que fazem fronteira com a Bolívia, como é o caso de Guajará-Mirim, Costa Marques, Pimenteiras e Cabixi, onde faltam médicos para atender a população. Um dos problemas do programa federal é exatamente a questão da distribuição dos profissionais oriundos do exterior, principalmente de 22 | REVISTA CREMERS | 2015 | Ed. 94 Cuba. A imensa maioria dos profissionais contratados ficou lotada em cidades litorâneas ou em centros urbanos de médio e de grande porte, conforme levantamento feito pelo próprio Ministério da Saúde. Luiz Cláudio disse que como presidente dessa Frente Parlamentar está buscando alternativas para que a população não fique desassistida na área de saúde. “O Brasil tem um acordo com o Uruguai, onde todos os municípios de fronteira tenham a possibilidade de serem assistidos por médicos uruguaios”, frisou. Além disso, o parlamentar disse que está trabalhando no sentido de regularizar e regulamentar a profissão dos médicos que se formam na Bolívia para poderem atuar no Brasil de forma legal e segura sem nenhum tipo de discriminação. CORREGEDORIA Em discussão mudanças no Código de Processo Ético-profissional As mudanças a serem feitas no Código de Processo Ético-profissional (CPEP) começaram a ser discutidas no Conselho Federal de Medicina (CFM), durante o II Encontro Nacional dos Corregedores e Assessores Jurídicos dos Conselhos de Medicina de 2015, realizado na sede do CFM no dia 2 de setembro. O evento reuniu corregedores e assessores jurídicos dos Conselhos Regionais de todo o país, além de conselheiros federais, para debater a atualização e revisão do documento que regulamenta as sindicâncias, processos ético-profissionais e ritos dos julgamentos nos Conselhos Federal e Regionais de Medicina. A próxima reunião será no início de dezembro. Régis de Freitas Porto, Corregedor do Cremers, diz que o novo código vai dirimir uma série de dúvidas que hoje acontece, em especial de ordem jurídica. “Estamos avançando rapidamente. Um dos objetivos é adaptar o código que estamos concluindo ao novo Código de Processo Civil”, comenta Porto, que tem Joaquim José Xavier como companheiro na Corregedoria. O evento vem sendo realizado periodicamente nos últimos anos. As discussões tratam, de forma geral, sobre assuntos pertinentes ao setor judicante dos Conselhos. De acordo com o corregedor CFM, José Fernando Vinagre, o Dr. Régis de Freitas Porto Dr. Joaquim José Xavier objetivo do encontro foi discutir propostas de alteração sugeridas pelos CRMs. “As propostas foram analisadas e, na sua maioria, contempladas. Nossa expectativa é dar maior celeridade aos atos processuais, tornar o código mais didático, possibilitar melhor compreensão das fases processuais e seus termos” - destacou. Durante o fórum, os participantes também partilham as experiências vividas nos diferentes contextos brasileiros e tiraram dúvidas sobre as ações judicantes dos Conselhos. Além do corregedor do CFM e do próprio presidente da autarquia, Carlos Vital, conduziram os trabalhos os chefes do Setor de Processos do CFM, Marzi Sgambato, e do Setor Jurídico do Conselho, Alejandro Bullón. Posse no IPERGS O Instituto de Previdência do Estado tem um novo Diretor de Saúde. Alexandre Escobar assinou o termo de transmissão de cargo em solenidade realizada no dia 22 de outubro, na sede do IPERGS. O dirigente substitui Antônio de Pádua, que ocupou o cargo durante os últimos quatro anos. Escobar reconheceu que a jornada oferece riscos, mas não poderia recusá-la. “Na carreira de um médico servidor público dedicado à gestão, não há convite mais instigante do que este: dirigir o IPE-Saúde”, afirmou. O conselheiro Iseu Milman representou o Cremers na solenidade. Também estiveram presentes representantes do Ministério Público do RS, Conselho Deliberativo do IPERGS, Procuradoria Geral do Estado, CAGE, Sindipe, Fessergs, Simers, Amrigs, Fehosul, Federação das Santas Casas, Sindihospa, Associação dos Hospitais do RS, diretoria e servidores do IPERGS. Ed. 94 | 2015 | REVISTA CREMERS | 23 EVENTO Acidentes e Medicina de Tráfego Dr. Juarez Molinari com os senadores Lasier Martins e Ana Amélia Lemos A Associação Brasileira de Medicina de Tráfego reuniu aproximadamente 1.400 profissionais, entre congressistas e palestrantes, no 11º Congresso Brasileiro sobre Acidentes e Medicina de Tráfego, realizado de 10 a 13 de setembro, em Gramado. Debates e trocas de experiências em prol de um trânsito mais seguro, além de ações de prevenção de acidentes foram temas do evento. Atualizações científicas, contatos com as experiências de convidados, oportunidade para conhecer e debater os mais importantes e recentes trabalhos da especialidade Medicina de Tráfego foram assuntos debatidos. O presidente do Congresso, Juarez Monteiro Molinari, comemora os resultados alcançados no evento. “Os acidentes de trânsito são a segunda maior causa de morte do Brasil e o nosso objetivo foi mudar este cenário, através de programas de educação e conscientização. Focamos na preservação de vidas e vamos mudar esta triste realidade”, comentou Molinari, presidente da Câmara Técnica de Medicina do Tráfego do Cremers. Também integrante da CT do Cremers, o diretor científico do evento, Ricardo Irajá Hegele, comentou sobre a satisfação da Abramet/RS em organizar este que foi o maior entre os onze congressos já realizados. “Contamos nestes três dias em Gramado com profissionais qualificados, órgãos oficiais, autoridades e a mídia do Estado. Debatemos diversos temas, trocamos experiências e concluímos que temos ainda muito trabalho a realizar até conseguirmos reduzir os números da acidentalidade do trânsito brasileiro. Cada vez mais valorização dos profissionais e projetos focados em educação/conscientização e fiscalização/punição são imprescindíveis.” O resultado final do 11º Congresso Brasileiro sobre Acidentes e Medicina de Tráfego é a Carta de Gramado, que será escrita a partir da opinião de todos os participantes e depois encaminhada ao Congresso Nacional. Cremers com participação ativa no evento O Cremers teve significativa participação no congresso, em especial através de suas CTs de Medicina do Tráfego e Medicina do Trabalho. O presidente Rogério Wolf de Aguiar, o coordenador das Câmaras Técnicas, Jeferson Piva, o diretor de Patrimônio da entidade e presidente da CT de Medicina do Trabalho, Iseu Milman, o presidente da CT de Medicina do Tráfego, Juarez Molinari, e demais integrantes das duas CTs contribuíram para o sucesso do evento com participações em painéis e palestras. Entre os destaques da programação estão as seguintes atividades: • Painel “O Papel da Mídia na Redução da Acidentalidade no Trânsito”, com a participação de jornalistas e coordenação do presidente do evento, Juarez Monteiro Molinari; 24 | REVISTA CREMERS | 2015 | Ed. 94 • Mesa redonda “Acidentes nas Estradas: As limitações da atuação do SAMU”; • Painel “Acidentalidade no Trânsito Educação, Formação e Mudança Cultural”; • Painel “Álcool e Acidentes de Trânsito – o Brasil tem solução?”, tendo como moderador o presidente da AMB, Florentino Cardoso, e com a participação de senadores; • Mesa redonda “O papel das entidades médicas na redução da mortalidade por acidentes de trânsito”. • Mesa Redonda “Uso de psicofármacos e a capacidade de direção veicular: limites de segurança”. • Mesa Redonda “Valorização do Trabalho Médico e Psicológico: Aspectos Financeiros e Éticos”. • Mesa Redonda “Uso de psicofármacos e a capacidade de direção veicular: limites de segurança”. ESPECIALIZAÇÃO Especialidades médicas Decreto que cria o Cadastro Nacional de Especialistas contempla reivindicações dos Conselhos de Medicina e demais entidades O Diário Oficial da União publicou no dia 11 de setembro, o Decreto nº 8.516/2015, da Presidência da República, que estabelece os critérios que deverão ser observados pelo governo na montagem do Cadastro Nacional de Especialistas. O documento substitui o Decreto nº 8.497/2015, que suscitou fortes críticas das entidades médicas e de vários parlamentares por abrir brechas para interferência nos processos de formação de médicos especialistas no País. O impacto da mudança aparece logo no artigo 2º do Decreto, em que se informa que, para fins de composição do Cadastro Nacional, serão considerados especialistas apenas os médicos com título concedido pelas sociedades de especialidades, por meio da Associação Médica Brasileira (AMB), ou pelos programas de residência médica credenciados pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM). Confira os principais pontos do Decreto nº 8.516/2015: • O Cadastro Nacional de Especialistas reunirá informações para subsidiar os ministérios da Saúde e da Educação na parametrização de ações de saúde pública e de formação em saúde; constituirá a base de informação pública oficial na qual serão integradas informações referentes à especialidade médica de cada profissional médico constantes nas bases de dados da CNRM, CFM, AMB e sociedades de especialidades; constituirá parâmetros para a CNRM, AMB e sociedades de especialidades definirem a oferta de vagas nos programas de residência e de cursos de especialização; • O título de especialista de que tratam os dispositivos do Decreto 8497/15 será aquele concedido pelas sociedades de especialidades, por meio da AMB, ou pelos programas de residência médica credenciados pela CNRM; • Para assegurar a atualização do Cadastro, a AMB, as sociedades de especialidades e os programas de residência médica credenciados pela CNRM, “únicas entidades que concedem títulos de especialidades médicas no país”, disponibilizarão ao Ministério da Saúde as informações, sempre que concederem certificação de especialidade médica; • A Comissão Mista de Especialidades será composta por dois representantes da CNRM, dois representantes do CFM e dois representantes da AMB; • A Comissão Mista de Especialidades deverá se manifestar quando da definição pela AMB da matriz de competências exigidas para a emissão de títulos de especialistas a serem concedidos por essa associação, ou pelas sociedades de especialidades; • Compete à CNRM definir a matriz de competência para a formação de especialistas na área de residência médica; • Será criada, no Cadastro Nacional de Especialistas, consulta específica de acesso ao cidadão denominada Lista de Especialistas; • O Ministério da Saúde adotará providências para a implementação e a disponibilização, no prazo de 120 dias, contado da data de publicação deste Decreto, do Cadastro Nacional de Especialistas. Ed. 94 | 2015 | REVISTA CREMERS | 25 ORIENTAÇÃO Resolução estabelece novas diretrizes para fertilização assistida As mulheres com mais de 50 anos que queiram engravidar usando as técnicas de reprodução assistida não mais precisarão do aval do sistema conselhal, desde que, junto a seu médico, assumam os riscos de uma gravidez tardia. Esta é uma das novidades da Resolução nº 2.121/15, aprovada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que atualizou normativa anterior, aprovada em 2013. GESTAÇÃO COMPARTILHADA A Resolução clarificou pontos no que diz respeito ao uso da reprodução assistida por casais homoafetivos femininos, permitindo a gestação compartilhada. Ou seja, uma mulher pode transferir o embrião gerado a partir da fertilização de um óvulo de sua parceira. “Alguns casais e médicos tinham dúvidas quanto a esse tipo de procedimento, uma vez que não ficava claro se era doação. Agora, com a nova redação, o CFM afirma claramente esta possibilidade entre mulheres”, comenta o especialista em reprodução assistida e diretor da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), Adelino Amaral. DOAÇÃO DE GAMETAS Outro ponto aperfeiçoado diz respeito à doação de gametas. Pela norma, os homens podem fazer o processo sem restrições, salvo a idade limite, que é de 50 anos. Já para as mulheres, a doação fica limitada àquelas que têm até 35 anos e estão, no período do ato, em fase de tratamento de reprodução assistida. 26 | REVISTA CREMERS | 2015 | Ed. 94 Neste tipo de situação, a paciente doadora pode receber ajuda no custeio do tratamento (ou de parte dele) por outra mulher, que também esteja passando o mesmo processo, mas não tenha óvulos em condições de serem fertilizados. Assim, a paciente receptora ao contribuir com o pagamento de procedimentos e produtos (anestesia, medicamentos etc.) terá direito a uma parte dos óvulos gerados pela doadora. DIAGNÓSTICO GENÉTICO O novo texto também fez algumas alterações no capítulo que trata do diagnóstico genético pré -implantação de embriões. “Graças à evolução da Medicina, pais que têm alguma incompatibilidade genética podem fazer a seleção, tanto para evitar que outro filho nasça com graves problemas de saúde, como para permitir que, graças às célulastronco do cordão umbilical do filho que vai nascer, seja viabilizado o tratamento do irmão doente já nascido”, explica o geneticista Salmo Raskin. Preservado o direito de opção da mulher pela gravidez O coordenador da Comissão de Fiscalização Antônio Celso Ayub, membro das Câmaras Técnicas de Ginecologia e Obstetrícia do CFM e do Cremers, participou de todo o processo que resultou na nova Resolução. Ele comenta a decisão que permite a mulher optar pela gravidez mesmo após os 50 anos: “Limitar o direito da mulher é de certa forma violar a autonomia da paciente. Ela tem liberdade para decidir sobre sua própria vida e seu próprio corpo, a partir de um termo de consentimento”. Além disso, a Resolução também fala das regras da gestação de substituição. “A Resolução libera esse procedimento, a não ser que a pessoa não seja parente da gestante. Neste caso, precisa autorização do Conselho de Medicina para evitar que isso seja uma espécie de comércio”, alerta Ayub. RS tem 17 UPAs fechadas Conforme levantamento da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul, realizado no mês de outubro, existem no Estado 17 Unidades de Pronto Atendimento prontas, mas que não funcionam. O número de unidades fechadas aumentou com relação à pesquisa anterior feita pelo jornal Zero Hora, em maio, que revelou 15 UPAs nessa condição. Na cidade de Santo Ângelo, por exemplo, a Unidade de Pronto Atendimento está pronta para o uso há mais de três anos, com todos os equipamentos colocados, mas ainda não se tem previsão de abertura. Se a UPA estivesse em funcionamento poderia proporcionar a assistência de 300 pessoas por dia, e nesses anos a unidade teria realizado mais de 328 mil atendimentos. Alguns municípios são obrigados a encontrar maneiras de compensar o fechamento das UPAs e atender a população. Cruz Alta transformou o prédio pronto da unidade em UBS para continuar a assistência à comunidade e economizar o dinheiro que era necessário para manter as condições das instalações sem uso. Se todas as unidades prontas estivessem em funcionamento, atenderiam cerca de 4.150 pessoas por dia, ou aproximadamente 125 mil por mês. As UPAs nessa situação são as de: Alvorada, Cachoeira do Sul, Camaquã, Carazinho, Caxias do Sul, Erechim, Frederico Westphalen, Ijuí, Santa Cruz do Sul, Santo Ângelo, São Borja, São Leopoldo, Sapiranga, Tramandaí, Três Passos, Uruguaiana e Viamão. Ed. 94 | 2015 | REVISTA CREMERS | 27 ORIENTAÇÃO Atuação do médico perito Dr. Isaias Levy, 2º Secretário do Cremers A função de médico perito tem suscitado diferentes questionamentos ao Conselho Regional de Medicina. Recentemente, recebemos uma correspondência com pedido de esclarecimentos e orientações especificamente na área pericial do INSS, mas cujas respostas também remetem à atuação do profissional em outros setores de atividade, como em demandas judiciais. Cremos que o posicionamento do Departamento Jurídico do Cremers, referendado pela Diretoria do Conselho, servirá de orientação aos colegas peritos dirimindo algumas dúvidas que talvez sejam as mais frequentes no dia a dia. As questões levantadas são as seguintes, com as respostas elaboradas no parecer da lavra do advogado Guilherme Brust Brun: 1) Em caso de segurados que demonstrem agressividade e pressionem o médico perito a atender suas solicitações de auxílio-doença, o médico perito deve/pode declarar-se impedido? Não se trata de impedimento, mas de recusa ética. O art. 9º da Resolução CREMERS n. 12/2009 disciplina que: Art. 9º O médico na função de perito não deve aceitar qualquer tipo de constrangimento, coação, pressão, imposição ou restrição que possa influir no desempenho de sua atividade, que deve ser realizada com absoluta isenção, imparcialidade e autonomia, podendo recusarse a prosseguir no exame e fazendo constar no laudo o motivo de sua decisão. 2) Nos casos em que o perito médico foi médico assistente do segurado há alguns anos e em determinada especialidade, sendo que atualmente trata-se com outro especialista, em função de outra doença: o perito médico está impedido de avaliar a incapacidade para o trabalho do referido segurado? Sim, há impedimento ético. O art. 3º da Resolução CREMERS n. 12/2009 dispõe que: Art. 3º É vedado ao médico ser perito em processo judicial ou procedimento administrativo de paciente ou ex-paciente seu. 3) Reportando-se ao parágrafo único do art. 135 do CPC, por similaridade, haveria impedimento ético médico nos casos de perícia em vizinhos, colegas de trabalho e conhecidos? Nestas 28 | REVISTA CREMERS | 2015 | Ed. 94 condições o perito médico pode declarar-se suspeito por motivo íntimo? O art. 2º da Resolução CREMERS n. 12/2009 disciplina: Art. 2º É vedado ao médico, qualquer que seja a especialidade, atuar como perito de servidores da mesma instituição e mesmo local de trabalho, exceto se compuser corpo de peritos exclusivos para esta função ou na função de assistente técnico da entidade. Portanto, em tese o médico não deve atuar como perito de servidores da mesma instituição, exceto se compuser corpo de peritos exclusivo para essa função. Em tese, a perícia de vizinhos e conhecidos pode ser realizada. Entretanto, o médico deve se declarar impedido (ou suspeito) de atuar como perito se houver grau de amizade que prejudique a necessária imparcialidade. Nessas hipóteses, pode alegar justo motivo. O médico deve obedecer ao art. 93 do Código de Ética Médica: É vedado ao médico: “Art. 93. Ser perito ou auditor do próprio paciente, de pessoa de sua família ou de qualquer outra com a qual tenha relações capazes de influir em seu trabalho ou de empresa em que atue ou tenha atuado” Portanto, cabe ao médico avaliar se o grau de amizade pode influenciar em seu trabalho, afastando-se dos deveres de imparcialidade e veracidade. 4) Ainda reportando-se ao parágrafo único, o perito médico pode declarar-se suspeito por motivo íntimo para atender familiares colaterais? Sim, o art. 93 do Código de Ética Médica veda ao médico atuar como perito de pessoa de sua família. CONSELHO FEDERAL Relação entre médicos e operadoras Apesar de estabelecer regras para contratos entre operadoras de planos de saúde e prestadores de serviços, os médicos precisam retomar as discussões sobre a Lei da Contratualização (13.003/14) para garantir que a categoria e demais prestadores tenham uma remuneração digna. Foi nessa perspectiva que o presidente do CFM, Carlos Vital, e o coordenador da Comissão Nacional de Saúde Suplementar (COMSU), Salomão Rodrigues Filho, abriram o I Fórum Nacional sobre Saúde Suplementar, dia 20 de outubro. O evento teve como objetivo debater o futuro dos médicos contratados por operadoras de planos de saúde no Brasil. “Fica claro que o espírito da Lei 13.003/14 é reduzir a diferença existente na correlação de forças do setor. Temos convicção que o equilíbrio e a harmonia entre os três pilares da saúde suplementar – pacientes, prestadores e operadoras – trarão a necessária estabilidade do sistema, melhorando a qualidade dos serviços assistenciais”, ponderou o coordenador da COMSU. Além de prever a fixação de índices de reajuste e a periodicidade de sua aplicação para os honorários médicos, a lei obriga os planos de saúde a substituírem o profissional descredenciado por outro equivalente e determina que o consumidor seja avisado da mudança com 30 dias de antecedência. A abertura do encontro também contou com a presença da senadora Lúcia Vânia (PSB/GO), autora do projeto de lei que deu origem a atual Lei da Contratualização, e do presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), José Carlos Abrahão, entre outras lideranças do setor. Dr. Cláudio Balduíno Souto Franzen (Conselheiro do CFM) Orientação e vacinação contra HPV A Recomendação nº 9/2015, do CFM, diz que é conveniente e oportuno que o médico, durante consulta, ofereça orientação sobre a prevenção e a vacinação contra o HPV para as adolescentes a partir dos 9 anos de idade. O documento destaca: CONSIDERANDO que a infecção pelo HPV é responsável por alto percentual dos casos de câncer de colo do útero, vagina, vulva e ânus; CONSIDERANDO que o desenvolvimento e a utilização de vacina contra o HPV contribuem para a diminuição da incidência desses tumores; CONSIDERANDO que o Ministério da Saúde/SUS disponibiliza, desde março de 2014, a vacina que protege contra os quatro tipos mais recorrentes de HPV; CONSIDERANDO que o oferecimento de informações sobre a prevenção de infecção pelo HPV, durante as consultas médicas, poderá beneficiar um número ainda maior de adolescentes; CONSIDERANDO o decidido em reunião plenária de 18 de junho de 2015, RECOMENDA: Art. 1º Nas consultas médicas em adolescentes a partir de 9 anos, o médico verificará a situação vacinal e orientará as pacientes, seus pais e, quando cabível, seus representantes legais, a respeito da vacinação contra o HPV. Art. 2º O médico destacará que a vacinação é sempre uma necessidade, orientando e esclarecendo a paciente, seu representante e/ou sua família sobre sua importância na prevenção do câncer de colo de útero, vagina, vulva e ânus. Parágrafo único. O médico alertará que a vacina é um direito das adolescentes, como definido pelo Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde e disponibilizado no SUS, e é um dever dos pais ou dos representantes legais viabilizar sua administração. Dr. Antonio Celso Ayub (Conselheiro Suplente do CFM) Ed. 94 | 2015 | REVISTA CREMERS | 29 ARTIGO Pietá! As imagens do corpo do menino sírio Aylan Kurdi, 3 anos de idade, encontrado na praia de Bodrum, Turquia, em 3 de setembro, correram mundo e provocaram grande comoção. O fato ocorreu no contexto da grande massa de refugiados que tenta atravessar o Mediterrâneo, do Oriente Médio e da África para a Europa. A família Kurdi tentava escapar das atrocidades da guerra e da miséria que assolam a região. Procurava alcançar a ilha de Kos, uma das que compõem o arquipélago conhecido como Dodecaneso, no litoral da Grécia. Aqui morte. A imagem transmite piedade, consideração pela dignidade, nem que seja pelos seus restos mortais. Talvez seja possível olhar para esta dupla mensagem, tanto da morte de um inocente, quanto da generosidade de quem o recolheu. É o resumo da luta permanente entre o lado destrutivo, tirânico e cruel ver- o trágico se reveste de simbologia irônica e cruel. Kos é a ilha em que nasceu e trabalhou Hipócrates, em torno de 400 anos antes de Cristo, considerado o pai da medicina natural e que dá o nome para o Juramento que continua a ser recitado até hoje pelos médicos que se formam. É um templo da Ética, portanto. Mas o menino Aylan não alcançou a ilha de Kos, a ilha da Ética. Naufragou no mar de iniquidades que os seres humanos são capazes de perpetrar, ao longo dos séculos. A sensação de derrota é ampla e tende a nos dominar. Mas antes que nossas esperanças numa humanidade mais íntegra e generosa naufraguem junto, total e inexoravelmente, as imagens nos mostram também a atitude do oficial recolhendo Aylan do abandono da sus o lado generoso, com consideração e construtivo que habita os seres humanos. A imagem é uma reprodução contemporânea da Pietá esculpida por Michelângelo em 1499, amparando em seus braços seu filho Jesus morto na cruz. É possível que tenhamos de aceitar que não realizaremos, como humanidade, a utopia da vitória final do Bem sobre o Mal, mas que a Ética é resultado de uma luta permanente e eterna. É um exercício diligente e sem tréguas. Kos, como seu símbolo, continua real, viva, está lá. Nem todos, mas muitos a alcançarão. Em tempo: Pietá para todos nós. 30 | REVISTA CREMERS | 2015 | Ed. 94 Dr. Rogério Wolf de Aguiar CÂMARA TÉCNICA Agende-se: 27/11 Fórum Medicina de Família e Comunidade Evento promovido pelo Cremers vai reunir especialistas e autoridades do RS e de outros Estados O Cremers promove o Fórum Medicina de Família e Comunidade, que será realizado no dia 27 de novembro, às 14h, exclusivamente para médicos. O evento é organizado pela Câmara Técnica de Medicina de Família e Comunidade do Conselho, que tem o conselheiro Airton Stein como coordenador. A coordenação das CTs do Cremers é do conselheiro Jefferson Piva. O presidente do Cremers, Rogério Wolf de Aguiar, abre a programação com a conferência “Desafios e Perspectivas da Formação do Médico no Brasil”, com coordenação do conselheiro Asdrubal Falavigna. Em seguida, haverá mesa redonda com o tema “Consequências do ano obrigatório em Medicina Geral e de Comunidade”, coordenada pelo membro da CT de Medicina de Família e Comunidade, André Silva. Participam: Ismael Maguilnik (primeiro secretário do Cremers), Felipe Proenço (Ministério da Saúde) e Denize Ornelas (Diretora de Exercício Profissional da SBMFC). “Condições mínimas de trabalho para o Médico de Família e Comunidade” será o tema da miniconferência/Acreditação de Serviços de APS, com o secretário de Saúde de Curitiba, Dr. Paulo Poli. Em outra miniconferência, Dr. Fernando Ritter, secretário de Saúde de Porto Alegre, e Dr. Luiz Antônio Benvegnu, presidente da Fundação de Saúde de Santa Rosa, vão abordar formas de contratação e plano de carreira do Médico de Família e Comunidade. Inscrições pelo portal do Cremers: www.cremers.org.br Mais detalhes pelo telefone: 3219.7544, ramal 244 com a secretária Fabiane Beneduzi. Vagas limitadas. Ed. 94 | 2015 | REVISTA CREMERS | 31 ACADEMIA Prevenção e detecção precoce do câncer Dr. Bruce Allan Chabner Com quase 50 anos de pesquisas, o médico e cientista Bruce Allan Chabner relatou que em seus trabalhos atuais há o foco no tratamento específico de tumores, com uma terapia capaz de atingir diretamente a origem do câncer sem atacar as diferentes partes do corpo afetadas. Sobre as principais conquistas no tratamento do câncer, destacou que há muitos medicamentos novos, que “são diferentes dos anteriores por serem desenvolvidos como terapias-alvo. Isso quer dizer que eles são focados diretamente no tumor, naquilo que o torna maligno e faz com que se espalhe e cresça. Essas drogas são, portanto, muito específicas, e não causam os mesmos tipos de efeitos colaterais que a quimioterapia, por exemplo — em que o paciente perde os cabelos, sofre danos na medula óssea e no trato gastrointestinal, entre outros”. Os obstáculos são o custo desses tratamentos e o fato de que os tumores se tornam resistentes e começam a crescer de novo na maior parte dos pacientes, 32 | REVISTA CREMERS | 2015 | Ed. 94 observou em entrevista ao jornal Zero Hora. O maior problema na luta contra o câncer, segundo Chabner, é a complexidade dos tumores: “É preciso encontrá-los cedo e tentar curá-los cedo. O segundo problema é usar diferentes medicamentos ao mesmo tempo. No momento, estamos utilizando essas drogas individualmente e precisamos de combinações eficazes para as terapias-alvo, imunoterapias e quimioterapias. Estamos começando a fazer isso, mas ainda temos um longo caminho pela frente. Em terceiro lugar, precisamos compreender melhor a genética. Sabemos o quão complexo é o câncer. A resistência a medicamentos não é simples, precisamos desenvolver testes melhores para determinar essa resistência e descobrir como lidar com isso. E outro problema é que tudo o que fazemos tem de ter um preço acessível. Tudo que diz respeito ao câncer ainda é muito caro”. A prevenção ainda é o melhor caminho. “Em países como o Brasil, o investimento mais importante é na prevenção e na detecção precoce. Não sei se há sentido em tornar disponíveis tantas drogas caras quando não se está trabalhando na prevenção. Isso tem de vir primeiro. Tratar o câncer depois que a doença já se estabeleceu pode causar, inclusive, um período de remissão, e não curar os pacientes. O que temos de fazer é descobrir a doença mais cedo, quando há um número menor de células atacando o organismo. E temos novas tecnologias para fazer isso, para descobrir que tumor o paciente vai desenvolver, e depois acompanhar o tumor de perto e detê-lo. Como em muitas outras doenças, quanto mais cedo descobrirmos o problema, melhor.” Médicos e estudantes de Medicina prestigiaram o evento realizado no Cremers Academia de Medicina do RS comemora 25 anos A Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina comemorou em alto estilo seu 25º aniversário com uma sessão especial realizada dia 26 de setembro no Cremers. Três convidados de honra participaram do evento, prestigiado principalmente por médicos e estudantes de medicina: Dr. Bruce Allan Chabner, Dr. Mark Hlatky e Prof. José Gomes Temporão. O presidente do Cremers, Rogério Wolf de Aguiar, representou a entidade no evento. A primeira palestra abordou “As perspectivas do tratamento do câncer para as próximas décadas”, proferida pelo Prof. Chabner, Chefe do Centro do Câncer do Massachusetts General Hospital, Harvard University, Boston, EUA. O Prof. Chabner é um dos editores do famoso “Goodman & Gilman: As bases farmacológicas da terapêutica” e ex-diretor do National Dr. Mark Hlatky Cancer Institute dos EUA. A segunda palestra foi “O que esperar das próximas décadas na Cardiologia”, proferida pelo Prof. Hlatky, Coordenador de Pesquisa Cardiovascular da Stanford University nos EUA. O Prof. Hlatky possui uma produção científica impressionante em sua especialidade e Prof. José G. Temporão recebeu recentemente o “Life Achievement Award” pela Sociedade Americana de Cardiologia. O encontro foi encerrado com a palestra intitulada “A Saúde no Brasil: desafios das próximas décadas”, proferida pelo Prof. Temporão, ex-Ministro da Saúde, Membro Titular da Academia Nacional de Medicina, Professor da Escola Nacional de Saúde Pública e Pesquisador Sênior da Fundação Oswaldo Cruz no Rio de Janeiro. Medicina do Sono é tema de palestra na Academia A programação científica da Academia Sul-RioGrandense de Medicina, realizada sempre no último sábado de cada mês no Cremers, teve como destaque em sua reunião de outubro, dia 31, o tema “Atualização em Medicina do Sono”. O palestrante foi o pneumologista, pesquisador e professor Denis Martinez. Formado em Medicina pela Ufrgs, Martinez é mestre em Pneumologia e leciona na mesma faculdade desde 1978. Tem ainda PhD em Ciências Médicas pela University of Toronto. Pesquisadorbolsista, dirige o grupo de pesquisa do CNPq Laboratório Interdisciplinar de Pesquisa em Sono. Tem publicações internacionais em periódicos de alto impacto, como New England Journal of Medicine e Journal of Applied Physiology. Em sua palestra, Martinez Dr. Denis Martinez frisou que a Medicina do Sono abrange várias especialidades, em especial a otorrinolaringologia, porque “as pessoas a procuram em função do ronco”. As outras especialidades da área são pneumologia, neurologia, psiquiatria e cardiologia. Ed. 94 | 2015 | REVISTA CREMERS | 33 OBITUÁRIO Cremers presta homenagem Em sessões ordinárias realizadas nos dias 1º de setembro e 13 de outubro, o Corpo de Conselheiros do Cremers prestou homenagem a médicos do Estado falecidos recentemente. Dr. CARLOS ALBERTO CRESPO DE SOUZA - nascido em 08/02/1942, natural de Pelotas, RS. Formado pela Faculdade Católica de Medicina de Porto Alegre, no ano 1968. Falecido em 22/07/2015, aos 73 anos. Dr. JOSE PAULO LAMAS PORTUGAL - nascido em 31/03/1949, natural de São Gabriel, RS. Formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no ano 1974. Falecido em 30/08/2015, aos 66 anos. Dr. CARLOS RODRIGUES PICARELLI - nascido em 12/05/1947, natural de São Jerônimo, RS. Formado pela Universidade de Caxias do Sul, no ano 1974. Falecido em 20/11/2013, aos 66 anos. Dr. LOURENÇO RAMOS - nascido em 08/05/1938, natural de Camaquã, RS. Formado pela Universidade Católica de Pelotas, no ano 1975. Falecido em 13/05/2014, aos 76 anos. Dr. ERICO ALBRECHT - nascido em 13/06/1921, natural de Porto Alegre, RS. Formado pela Faculdade de Medicina de Porto Alegre, no ano 1945. Falecido em 11/11/2013, aos 92 anos. Dr. LUIS ERNANI ROMERO SAAVEDRA - nascido em 07/02/1959, natural de Bagé, RS. Formado pela Universidade Federal de Pelotas, no ano 1984. Falecido em 07/08/2015, aos 56 anos. Dr. FERNANDO GRAEFF DE MATTOS - nascido em 30/10/1960, natural de Carazinho, RS. Formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no ano 1984. Falecido em 15/07/2015, aos 54 anos. Dr. LUIZ CARLOS ROCHA FALCHI - nascido em 17/09/1943, natural de Pelotas, RS. Formado pela Universidade Católica de Pelotas, no ano 1969. Falecido em 13/08/2015, aos 71 anos. Dra. GISELE SKORUPSKI FAGUNDES - nascida em 18/01/1978, natural de Porto Alegre, RS. Formada pela Universidade Luterana do Brasil, no ano 2003. Falecida em 04/09/2015, aos 37 anos. Dr. MAURICIO DE OLIVEIRA PEGAS - nascido em 21/03/1941, natural de Porto Alegre, RS. Formado pela Faculdade de Medicina de Santa Maria, no ano 1966. Falecido em 07/04/2014, aos 73 anos. Dr. HENRIQUE WIEHE - nascido em 01/08/1940, natural de Lajeado, RS. Formado pela Faculdade Católica de Medicina de Porto Alegre, no ano 1967. Falecido em 31/01/2015, aos 74 anos. Dr. RICARDO GIOVANI FOSCARIN DIAS - nascido em 11/12/1964, natural de Passo Fundo, RS. Formado pela Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre, no ano 1996. Falecido em 14/11/2014, aos 49 anos. Dr. JOÃO MANOEL BRITTO - nascido em 30/06/1930, natural de Camaquã, RS. Formado pela Faculdade de Medicina de Porto Alegre, no ano 1954. Falecido em 16/08/2013, aos 83 anos. Dr. TASSO NUNES TREVISAN - nascido em 01/07/1944, natural de Santa Maria, RS. Formado pela Universidade Federal de Santa Maria, no ano 1972. Falecido em 29/07/2015, aos 71 anos. Dr. JORGE SEDLAK - nascido em 23/04/1953, natural de Ajuricaba, RS. Formado pela Universidade Católica de Pelotas, no ano 1980. Falecido em 02/05/2015, aos 62 anos. Dr. JOSE CARLOS FERST - nascido em 13/03/1956, natural de Passo Fundo, RS. Formado pela Universidade de Passo Fundo, no ano 1985. Falecido em 03/08/2015, aos 59 anos. 34 | REVISTA CREMERS | 2015 | Ed. 94 Dr. VINICIUS VEIGA DORNELLES - nascido em 24/01/1981, natural de Porto Alegre, RS. Formado pela Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde, no ano 2008. Falecido em 20/09/2015, aos 34 anos. CONTATO Seções TE LE FO N ES ÚTEI S Central de Atendimento Telefônico Telefone: (51) 3219.7544 Fax: (51) 3217.1968 E-mail: [email protected] Horário de atendimento: das 9h15min às 18h30min De segunda-feira a sexta-feira Sede Porto Alegre Av. Princesa Isabel, 921 – Bairro Santana Ramal Assessoria de Imprensa 155 Câmaras Técnicas 244 Codame (Publicidade médica) 240 Delegacias Seccionais 243 Diretoria 251 Fiscalização 241 Licitações 143 Ouvidoria 242 SAT – Secretaria de Assuntos Técnicos (Sindicâncias e processos) 167 SO – Secretaria Operacional (Documentos e registros) 151 DELEGACIAS DO CREMERS Seccional Delegado Fone Endereço | E-mail Alegrete Dr. Luiz Carlos Diniz Barradas (55) 3422.4179 R. Vasco Alves, 431/402 | CEP 97542-600 | [email protected] Bagé Dr. César Alfeu Iamin de Mello (53) 3242.8060 R. General Neto, 161/204 | CEP 96400-380 | [email protected] Bento Gonçalves Dr. José Vitor Zir (54) 3454.5095 R. José Mário Mônaco, 349/701 | CEP 95700-000 | [email protected] Cachoeira do Sul Dra. Leisa Maria Behr Gaspary (51) 3723.3233 R. Senador Pinheiro Machado, 1020/104 | CEP 96506-610 | [email protected] Camaquã Dr. Tiago Bonilha de Souza (51) 3671.0751 Sem Sede | [email protected] Carazinho Dr. Airton Luis Fiebig (54) 3330.1049 Sem Sede | [email protected] Caxias do Sul Dr. Luciano Bauer Grohs (54) 3221.4072 R. Bento Gonçalves, 1759/702 | CEP 95020-412 | [email protected] Cruz Alta Dr. João Carlos Stona Heberle (55) 3324.2800 R. Venâncio Aires, 614 /46 | CEP 98005-020 | [email protected] Erechim Dr. Paulo Cesar Rodrigues Martins (54) 3321.0568 Av. 15 de Novembro, 78/305 | CEP 99700-308 | [email protected] Ijuí Dra. Marília Raymundo Thomé da Cruz (55) 3332.6130 R. Siqueira Couto, 93/406 | CEP 98700-000 | [email protected] Lajeado Dr. Fernando Jose Sartori Bertoglio (51) 3714.1148 R. Fialho de Vargas, 323/304 | CEP 95900-000 | [email protected] Novo Hamburgo Dr. Luciano Alberto Strelow (51) 3581.1924 R. Joaquim Pedro Soares, 500/56 | CEP 93510-320 | [email protected] Osório Dr. Luis Fernando Ilha de Souza (51) 3601.1277 Av. Jorge Dariva, 1153/45 | CEP 95520-000 | [email protected] Palmeira das Missões Dr. Joaquim Pozzobon Souza (55) 3742.3969 Sem Sede | [email protected] Passo Fundo Dr. Henrique Luiz Oliani (54) 3311.8799 R. Teixeira Soares, 885/505 | CEP 99010-081 | [email protected] Pelotas Dr. Victor Hugo Pereira Coelho (53) 3227.1363 R. Barão de Santa Tecla, 515/602 | CEP 96010-140 | [email protected] Rio Grande Dr. Fábio de Aguiar Lopes (53) 3232.9855 R. Zalony, 160/403 | CEP 96200-070 | [email protected] Santa Cruz do Sul Dr. Gilberto Neumann Cano (51) 3715.9402 R. Fernando Abott, 270/204 | CEP 96810-072 | [email protected] Santa Maria Dr. João Alberto Larangeira (55) 3221.5284 Av. Pres. Vargas, 2135/503 | CEP 97015-513 | [email protected] Santa Rosa Dr. Carlos Alberto Benedetti (55) 3512.8297 R. Fernando Ferrari, 281/803 | CEP 98900-000 | [email protected] Santana do Livramento Dr. Tiago Silveira de Araujo Lopes (55) 3242.2434 Av. Treze de Maio, 410/ 501 | CEP 97573-438 | [email protected] Santo Ângelo Dr. Rafael Rodrigues da Fontoura (55) 3313.4303 R. Três de Outubro, 256/202 | CEP 98801-610 | [email protected] São Borja Dr. Ary Poerscke (55) 3431.5086 R. Riachuelo, 1010/43 | CEP 97670-000 | [email protected] São Gabriel Dr. Ricardo Lannes Coirolo (55) 3232.6555 Sem Sede | [email protected] São Jerônimo Dr. Roberto Schuster (51) 3651.1135 Sem Sede | [email protected] São Leopoldo Dra. Solange Maria Seidl Gomes (51) 3566.2486 R. Primeiro de Março, 113/708 | CEP 93010-210 | [email protected] Três Passos Dr. Lauro Erni Borth (55) 3522.2548 Sem Sede | [email protected] Uruguaiana Dr. Jorge Augusto Hecker Kappel (55) 3412.5325 R. Treze de Maio, 1691/204 | CEP 97501-538 | [email protected] Ed. 94 | 2015 | REVISTA CREMERS | 35 MÊS DE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE O CÂNCER DE PRÓSTATA NOVEMBRO AZUL O câncer de próstata não tem prevenção. No entanto, seu diagnóstico precoce é essencial para o tratamento curativo Estudo aponta que 51% dos homens nunca consultaram um urologista Estima-se de 7a 8 novos casos a cada hora, segundo o Ministério da Saúde Doença mais prevalente aos homens com 69 mil novos casos ao ano