1 Sociedade Universitária Redentor Faculdade Redentor Pós-Graduação Lato-Sensu em Urgência e Emergência AMPUTAÇÃO DE MEMBROS INFERIORES AMPUTATION OF LOWER LIMB Maria das Graças Miranda Magalhães Enfermeira, Faculdade Santa Rita - FaSaR [email protected] Gisele Simas dos Santos, MSc Orientadora Enfermeira – UFF Pós Graduada em Terapia Intensiva e Educação – UFJF Pós-Graduada em Formação Pedagógica em Educação Profissional na Área de Saúde - ENSP/FIOCRUZ/UFF Mestre em Ciências da Saúde – UNIPLI Rodovia BR 356, Nº 25, Cidade Nova, Itaperuna-RJ, 28300-000 Tel: 32 99595254 [email protected] RESUMO O estudo refere-se à amputação de membros inferiores. O objetivo geral do estudo visa analisar os aspectos relacionados à necessidade de amputação dos membros inferiores. Os objetivos específicos buscam demonstrar as principais causas responsáveis pela amputação dos membros; conceituar a amputação traumática; demonstrar as complicações referentes à amputação; refletir sobre a reabilitação dos pacientes amputados. Este artigo caracteriza-se pela pesquisa bibliográfica, referente ao tema proposto sobre a amputação dos membros inferiores, apresentando aspectos qualitativos que embasam a investigação realizada. Em relação ao procedimento para a coleta dos dados, foram selecionados artigos científicos, utilizando sites como Scielo; Bireme e BVS onde foram selecionados 20 artigos e utilizados 10 artigos para o desenvolvimento do presente artigo. Os descritores utilizados para a pesquisa dos artigos selecionados foram: amputação traumática; amputação de membros inferiores; reabilitação. Observou-se que, a importância em salientar o processo de amputação dos membros inferiores se faz necessário para que se compreenda que não se trata de uma mutilação do corpo humano, mas sim uma medida em busca da recuperação de sua saúde, promovendo ao paciente por meio da utilização de próteses a sua qualidade de vida e interação com a sociedade. Palavras-chaves: Amputação traumática; amputação de membros inferiores; reabilitação. 2 ABSTRACT The survey refers - if on the amputation of members inferior. The purpose across the board of the I study aim at analyze the guises related on the necessity of amputation from the members inferior. The targets specific they pick demonstrate the chief causes responsible by amputation from the members; appraise the amputation traumatic; demonstrate the complications concerning on the amputation; reflect above the rehabilitation from the patients amputees. Este product she features - if by research bibliographic, concerning the theme proposed above the amputation from the members inferior, presenting appearances qualitative what basement the investigation realized. In relation to the procedure for collection of data, have been selected wares scientific, by using sites I eat Scielo Bireme & BVS where have been selected 20 wares & used 10 wares about to the development of the present product. The descriptors’ used for research of the articles selected have been: amputation traumatic; amputation of members inferior; rehabilitation. Observer - if what, the importance am emphasize the suit of amputation from the members inferior if ago required to that if it comprises that do not treated from a mutilation of the human body, but yes a measure am she picks from recuperation of she sweats health, promoting the patient for half a from utilization of protests the she sweats quality of life & interaction with the society. key words: Amputation traumatic ; amputation of members inferior ; rehabilitation. 1 INTRODUÇÃO A amputação de membros inferiores no Brasil configura-se como sendo um dos processos cirúrgicos que vem sendo destacado nos últimos anos. As diferentes causas relacionadas à necessidade de amputação permeiam desde as consequências mediante o desenvolvimento de doenças, quanto as amputações traumáticas, decorrentes de acidentes tanto automobilísticos, quanto de trabalho, que culminam em uma parcela significativa de indivíduos que necessitam passar pelo processo de reabilitação em busca de sua qualidade de vida diária após a amputação de seu membro. De acordo com Brito, Iserhagen e Depieri (2005, p. 175) a definição de amputação é apresentada como sendo “a retirada total ou parcial de um membro pelo ato cirúrgico, traumatismo ou doenças”. Dessa forma, propicia-se a compreensão de que, a amputação não deve ser entendida como sendo uma mutilação do corpo humano, mas a busca da recuperação da saúde do indivíduo que necessita ter extraído do corpo parte do tecido que não há mais recuperação, para que se possa restabelecer a sua saúde de forma a propiciar-lhe melhores condições de vida integrada ao contexto social. 3 Sendo assim, salienta-se que, as causas da amputação apesar de serem diversas são ocasionadas por fatores que prejudicam a saúde do indivíduo e que necessita ser restabelecida através de intervenções cirúrgicas que os propiciem condição de convivência em sociedade. Dentro desse contexto, surge a seguinte indagação: Quais as principais causas que levam os indivíduos a amputar parcial ou total os seus membros? O objetivo geral do estudo é analisar os aspectos relacionados à necessidade de amputação dos membros inferiores. Os objetivos específicos buscam demonstrar as principais causas responsáveis pela amputação dos membros; conceituar a amputação traumática; demonstrar as complicações referentes à amputação; refletir sobre a reabilitação dos pacientes amputados. Justifica-se a escolha do tema proposto devido ao aumento de cirurgias de amputação que vem desencadeando a preocupação do Ministério da Saúde, frente ao avanço de doenças e acidentes, principalmente automotivos no país. Além disso, configura-se como uma área de ampla atuação para o profissional de enfermagem, que, inserido na equipe interdisciplinar pode contribuir significativamente para a reabilitação dos pacientes, através de seus conhecimentos técnico-científicos em conjunto com os demais profissionais que apresentam objetivos comuns frente à reabilitação dos pacientes, promovendo-lhes a sua integração social e possibilitando-lhes a realização de suas atividades diárias. O estudo possui a pretensão de aguçar a reflexão sobre o tema proposto, propiciando a abertura de novas discussões com o intuito de promover o desenvolvimento de novos conceitos frente às causas, tratamentos e reabilitação dos pacientes amputados que se apresentam no setor de urgência e emergência. 2 METODOLOGIA Este artigo caracteriza-se pela pesquisa bibliográfica, referente ao tema proposto sobre a amputação dos membros inferiores, apresentando aspectos qualitativos que embasam a investigação realizada. A pesquisa qualitativa se apresenta como sendo Investigações de pesquisa empírica cujo objetivo é a formulação de questões ou de um problema, com 4 tripla finalidade desenvolver hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador com um ambiente, fato ou fenômeno, para a realização de uma pesquisa futura mais precisa ou modificar e clarificar conceitos (LAKATOS e MARCONI, 2009, p. 188). O procedimento utilizado para o desenvolvimento do artigo, evidenciando a coleta de dados, respalda-se na busca por artigos, dissertações, teses que possuem referência sobre o assunto apresentado, delimitando a pesquisa através da utilização de referências entre 2000 a 2012, para que se pudessem evidenciar com o estudo os avanços em torno do tema abordado. Em relação ao procedimento para a coleta dos dados, foram selecionados artigos científicos, utilizando sites como Scielo; Bireme e BVS onde foram selecionados 20 artigos e utilizados 10 artigos para o desenvolvimento do presente artigo. Os descritores utilizados para a pesquisa dos artigos selecionados foram: amputação traumática; amputação de membros inferiores; reabilitação. 3 DESENVOLVIMENTO As causas mais comuns de amputação dos membros inferiores e superiores são apontadas como sendo relacionados a fatores musculares, tumores, traumas resultantes de acidentes, além de serem provenientes do avanço do Diabetes Mellitus, apresentando incidência de amputação 15 vezes superior aos demais fatores que contribuem para a perda dos membros inferiores. A amputação é o mais antigo de todos os procedimentos cirúrgicos e, durante muito tempo, representou a única possibilidade cirúrgica para o homem. O termo designa, em cirurgia, a retirada de um órgão, ou parte dele, situado numa extremidade, porém, quando usado isoladamente, é entendido como amputação de membros. Seu conceito atual é de cirurgia reconstitutiva e não de simples ablação. A cirurgia deve ser vista como mais uma fase do tratamento, sendo a mutilação apenas do membro e não da alma dos doentes (CHINI e BOEMER, 2007, p. 160). Os procedimentos médicos antigos utilizavam do método de amputação como meio de restabelecer a saúde dos pacientes, eliminando o membro infectado e propiciando a recuperação da saúde dos indivíduos. Para tanto, faz-se necessário salientar que, esse método apesar de que, a priori possa parecer uma agressão ao corpo humano, era e é utilizado como meio de favorecer a sua recuperação, pois se retira o membro que não há mais nenhuma possibilidade de recuperação. 5 No diagnóstico médico, a amputação é considerada como um diagnóstico secundário, pois a enfermidade ou o trauma é reconhecido como diagnóstico primário. Dentro desse contexto, como meio de impossibilitar o avanço das complicações provenientes do membro afetado, a amputação se apresenta como sendo o recurso mais eficiente, oportunizando a cura e a melhoria do desempenho do paciente durante a sua reabilitação. 3.1 Causas das amputações Verificando a origem do procedimento de amputação, foi percebido que, segundo Lianza (1995) a mais antiga descrição desse procedimento se refere aos relatos apresentados por Hipócrates, o qual realiza amputações ao nível das articulações, utilizando equipamentos rudimentares, como as guilhotinas, como forma de retirar os tecidos necróticos sem sensibilidade, além da utilização da cauterização que era realizada com óleo ou ferro quente, com o intuito de combater o avanço da necrose para outros membros. As causas das amputações são apresentadas sob o aspecto da necessidade de promover a restituição da saúde dos pacientes, desencadeando a retirada do membro comprometido e buscando por meio dos tratamentos adequados a melhoria de sua saúde, sem que haja a possibilidade da contaminação de outros membros pelo já infectado. De acordo com Carvalho (2003) as causas da amputação estão relacionadas às alterações vasculares, principalmente agravadas pelo diabetes mellitus, além das doenças vasculares periféricas, traumas e malignidades. No entanto, é de suma relevância compreender que a perda de um membro seja ele superior ou inferior pode ser consequência de diferentes causas sejam elas congênitas ou adquiridas. A perda adquirida é considerada a mais frequente sendo o traumatismo a principal causa de amputação dos membros superiores e as doenças vasculares periféricas é a causa mais frequente de amputação de membro inferior. Dentre as doenças vasculares, a principal relacionada com as amputações e a arteriosclerose obliterante periférica, doença que apresenta fatores de risco irreversíveis, como o envelhecimento e fatores de risco reversíveis ou passíveis de monitoramento, como a hipertensão arterial sistêmica, o diabetes mellitus, a dislipidemia, o tabagismo, a obesidade e o sedentarismo (BRITO, 2003, p. 238). 6 Os indivíduos com estágio avançado de doença encontra na amputação a possibilidade de reabilitação de sua saúde, pois eliminando o tecido infectado, possibilita a recuperação mais rápida e eficiente do paciente. É notório que, os indivíduos que possuem a sua condição de saúde agravada pelo diabetes, se apresentam mais propensos a serem submetidos à amputação, o que decorre de uma das consequências graves da doença, e, que tem elevado as estatísticas de cirurgias de amputações no país. Segundo Santos e Nascimento (2003, p. 04) “sabe-se que o paciente diabético tem cerca de 15 vezes mais probabilidade de sofrer amputação de membros inferiores do que o não diabético”. No entanto, não somente as doenças são responsáveis pelas ações que culminam na amputação dos membros, outros fatores como os acidentes de trabalho se apresentam como causas que geram amputações. Os acidentes de trabalho e de trânsito podem ser considerados como causas traumáticas, onde os indivíduos quando vitimados e dependendo das condições do acidente são obrigados a amputarem os membros para que se possa restabelecer a sua condição de saúde, os membros mais afetados em relação aos acidentes de trabalho e de trânsito são os dedos, as mãos, os braços, as pernas e os pés. 3.2 Amputação traumática A amputação traumática se estabelece como consequências de acidentes de diferentes tipos, os quais levam os indivíduos a terem perdas parcial ou total de seus membros, ocasionando a intervenção emergencial de profissionais da saúde para buscarem o seu restabelecimento através da retirada do membro afetado. O trauma é a segunda principal causa de amputação nos Estados Unidos. Cerca de 30.000 amputações traumáticas ocorrem no país todos os anos. Quatro em cada cinco amputações traumáticas das vítimas são do sexo masculino e a maioria delas está entre as idades de 15-30 (BRASIL, 2006). As amputações traumáticas são consideradas mais frequentes nos trabalhadores que atuam nas indústrias, em acidentes automobilísticos, no manuseio de equipamentos que oferecem riscos, como o corta-relva, serras, ferramentas elétricas. 7 Mesmo havendo por parte das empresas as normas de segurança aos trabalhadores, os profissionais que atuam em diferentes setores das organizações, oferecem ainda resistência em relação a utilização dos equipamentos de proteção individual – EPI, o que pode acarretar como consequências, acidentes traumáticos que levam à amputação dos membros atingido, retirando os trabalhadores de seus postos de trabalho na maioria das vezes permanentemente. Os fatores que propiciam a amputação são variados, dependem da gravidade dos acidentes e dos membros afetados, o que requer a compreensão de que, a perda sanguínea pode ser maciça ou mínima, dependendo da natureza da lesão. Porém, é necessário salientar que, a decisão de amputação não se trata de uma ação isolada. Os indivíduos que são encaminhados para o departamento de urgência e emergência médica são avaliados pelas equipes multidisciplinares com o objetivo de analisar a probabilidade dos tecidos serem cortados e recolocados com eficiência, buscando em curto prazo a recuperação do paciente. Para que ocorra a decisão da amputação, a equipe multiprofissional atribui valores numéricos a fatores como temperatura corporal, circulação, dormência, paralisia, tecido de saúde, a idade do paciente e a saúde geral. Esse procedimento é fundamental para que se possa ter êxito frente o período pós-amputação, principalmente visando à recuperação e a reabilitação do paciente, por meio de sua saúde e condições psíquicas em enfrentar com um novo olhar e novas possibilidades a vida após a extração de um membro. De acordo com Macedo (2008) é crucial que haja o envolvimento dos profissionais da saúde na avaliação e percepção da vontade do paciente e de sua preparação psicológica para conviver com a amputação, principalmente no que se refere a sua vida, favorecendo para que o mesmo passe a ter uma qualidade de vida diária próxima a sua anterior, sem se sentir deficiente ou incapaz de realizar suas atividades. 3.3 Procedimentos em relação à amputação traumática Os procedimentos relacionados ao tratamento das amputações devem ser realizados por profissionais da saúde capacitados, desenvolvendo a compreensão de que, a preparação dos médicos e enfermeiros para o atendimento emergencial é fundamental para que se evitem consequências mais graves para o paciente. 8 Segundo Prado (2012, p. 19) “todo tecido muscular morre rapidamente, mas uma parte bem preservada pode ser recolocada com sucesso até 24 horas após a ocorrência da amputação”. Dessa maneira, os tecidos que não foram preservados não irão sobreviver por mais de seis horas. Por isso, Prado (2012, p.20) apresenta algumas medidas que são necessárias em relação à amputação traumática, citando-as como: • Entre em contato com os serviços de emergência mais próxima, descreva claramente o que aconteceu a localidade com referência e siga as instruções dadas. • Certifique-se que a vítima pode respirar; administrar CPR, se necessário. • Controle as hemorragias utilizando pressão direta, mas minimizando ou evitando o contato com sangue e outros fluidos corporais usando luvas. • Os doentes não devem ser transferidos se nas costas, cabeça, perna, pescoço ou braços as lesões forem suspeitas ou se os movimentos provocarem dores. Cabe à vítima serem deitadas na superfície plana, com os pés levantados a12 polegadas acima da superfície de modo sem sofre esforço. • Cubra a vítima com um casaco ou cobertor para evitar choque (PRADO, 2012, p. 20). Através dos procedimentos apresentados, vale ressaltar que outros cuidados necessitam ser realizados como meio de promover os cuidados eficazes durante os procedimentos relacionados à amputação traumática, tais procedimentos podem ser realizados pelos enfermeiros que atuam no setor de urgência e emergência, como a limpeza da ferida com solução estéril, utilizando toalhas limpas e outro material espesso que possa servir como proteção à ferida evitando mais lesões. Além disso, as medidas de cuidado durante a remoção do paciente para os cuidados mais efetivos devem ser realizadas de maneira a propiciar a segurança e a proteção do paciente, propiciando-lhe condições efetivas de recuperação frente ao trauma sofrido. Outro aspecto importante de ser comentado refere-se ao fato de que, a vida do paciente é considerada em primeiro lugar frente à parte que foi amputada, por isso, realizar a remoção do indivíduo acidentado para os hospitais ou centros de emergência é fundamental, mesmo que não tenha sido encontrada a parte amputada. 9 Dessa maneira, percebe-se que, em se tratando da amputação traumática, os procedimentos priorizam a vida dos indivíduos, e, por conseguinte, a busca pelo membro amputado, o que deve ser compreendido de maneira clara e objetiva pelos profissionais da saúde que atuam no setor de urgência e emergência, principalmente devido ao aspecto que, salvar a vida e promover a reabilitação do indivíduo é mais importante do que buscar um membro amputado, pois a vida de um paciente é o objetivo máximo das ações dos profissionais de saúde. 3.4 Principais complicações nas amputações Entre as principais causas de complicações no coto deiscência de saturas edemas, dor fantasma, ulceração do coto, inflamações e infecções, retratação das cicatrizes, neuromas e espículas ósseas. Esses tipos de problemas costumam afetar o coto da segunda a terceira semana após o ato cirúrgico. Os problemas decorrentes de causas como neuromas, contraturas musculares e hipotrofias entre outras, acontecem mais tardiamente; muito embora a dor possa parecer em qualquer época, apresentando, características das mais diversas (KUNSZ, et al, 2005). Um fator que se encontra comum entre os pacientes que sofreram amputação de algum membro, se refere ao fenômeno conhecido como fantásmico, o qual pode ter como características a dor ou a sua ausência, normal ou deformado, sendo salientado pela maioria dos pacientes, geralmente após a terceira semana após a cirurgia. O fenômeno fantásmico se relaciona as sensações expressas pelos pacientes em decorrência da amputação, pois mesmo havendo a retirada do membro, o cérebro ainda emite sensações que causam desconforto na maioria dos pacientes. Além disso, para alguns pacientes, o membro se apresenta como deformado, contorcido e desproporcional e não deveria apresentar dor, já que, ao ser amputado, o procedimento elimina a ligação dos nervos com o cérebro. A percepção, por parte do paciente, de um membro fantasma doloroso pode manifestar-se em membros fantasma normal ou deformado, essa dor pode ser leve a moderada, tolerável, respondendo de forma satisfatória e terapeuta física ou medicamentosa, sua duração pode ocorrer durante semas ou anos (THOMAZI, 2008, p. 04). 10 De acordo com os autores acima citados, a dor fantasma (percepção de sensações, geralmente dolorosa em partes do membro retirado na cirurgia) sempre grave e intensa, às vezes resiste a diversas formas de tratamento e consegue até impedir o programa de reabilitação. O surgimento pode ser dor precoce ou tardiamente à amputação com duração imprevisível. Essa sensação é apresentada devido ao fato de que, muitos pacientes não se conformam com a perda do membro, além disso, o cérebro continua emitindo impulsos os quais provocam essa sensação, ocasionando dores que em sua maioria se apresentam em grande intensidade. Em relação à dor no coto, configura-se em uma localização específica, ocasionando sensações de desprazer que podem ser leves, moderadas ou intensas, decorrentes de complicações que necessitam ser tratadas para a melhoria da recuperação do paciente, possibilitando-lhe a sua reabilitação e o retorno de suas atividades. 3.5 Reabilitação do paciente A reabilitação do paciente que passou pelo processo de amputação do membro trata-se de um tratamento global, o qual será responsável pelas consequências da cirurgia, o que se faz por meio da integração de diferentes profissionais da saúde que necessitam por meio de técnicas utilizadas favorecer o restabelecimento da saúde do indivíduo. O objetivo da reabilitação se faz claro e objetivo, busca capacitar o paciente ao desenvolvimento de suas potencialidades, contribuindo para a sua independência na realização de atividades da vida diária, para que o mesmo possa continuar realizado suas ações de forma a perceber que, a amputação de um membro não o torna incapaz ou mesmo dependente de outras pessoas para continuarem a viver. A visão contemporânea de reabilitação fundamenta-se em quatro conceitos básicos: a) na intervenção centrada no paciente; b) na ênfase no processo (interação, negociação, comunicação, educação e troca de informações); c) na atuação fundamentada em um modelo que integra aspectos de autocuidado, produtividade, recreação e socialização, resultantes dos componentes físicos, sociocultural, menta/emocional e filosófico/espiritual; e, d) na responsabilização do cliente na resolução de problemas, estabelecimento de planos, incluindo até a orientação do meio social na execução dos cuidados (HAMMELL, 1995 apud FRANCHINI, 2008, p. 18). 11 Para tanto, o desenvolvimento das ações relacionadas à reabilitação dos pacientes que sofreram amputação devem ser realizadas por meio de equipes que podem ser multidisciplinar e interdisciplinar. Em se tratando do modelo de equipe multidisciplinar caracteriza-se pela pluralidade de profissionais, adotando o modelo de comunicação vertical o qual engloba o supervisor geral e seus colaboradores. No processo de reabilitação no qual se utiliza a equipe interdisciplinar, caracteriza-se pela participação efetiva de diferentes profissionais da saúde, como o fisioterapeuta ocupacional, o fonoaudiólogo, o técnico de órteses e próteses, o psicólogo e o enfermeiro. No entanto, Franchini (2008) afirma que, o ideal para o tratamento de reabilitação de pacientes amputados, configura-se na união das equipes multidisciplinar e interdisciplinar, objetivando que todas as ações possam ser desenvolvidas sob o mesmo foco, favorecendo assim, o desenvolvimento de planejamentos de reabilitação focados nas necessidades apresentadas pelo paciente, vislumbrando a sua recuperação em todos os seus sentidos. Por isso, a reabilitação necessita ser realizada com o apoio dos profissionais para que o paciente possa formular novos conceitos, relacionados à sua imagem corporal, pois o membro amputado será substituído por próteses que, para muitos pacientes não se apresenta como a solução de suas angústias. Além disso, o fator emocional interfere significativamente no processo de reabilitação e, por isso, motivar o paciente a retornar os seus hábitos adequando-os a sua condição atual é fundamental para que ele perceba que ainda pode realizar a maioria de suas atividades. A reabilitação do paciente amputado deve ser acompanhada de maneira intensa, culminando na utilização das próteses como forma de propiciar-lhes melhor comodidade para a realização de suas atividades. E, para que esse objetivo possa ser alcançado, os profissionais da saúde necessitam trabalhar não apenas com o paciente, mas com a família, a qual é um fator primordial para a melhoria das condições psíquicas e emocionais do paciente, propiciando-lhe o entendimento de que sua participação na vida familiar é a mesma antes da amputação, que sua presença é fundamental para o convívio diário. Para Franchini (2008) a reabilitação deve acontecer de forma simultânea, tanto física, como psicológica, propiciando a integração na sociedade, onde será 12 possível a demonstração de motivação adversa para que o paciente elabore novos projetos de vida e busque o alcance desses objetivos. De acordo com Lianza (2001) se torna fundamental que o paciente desenvolva uma visão global frente aos seus desafios, como comprometimento e dedicação ao tratamento de reabilitação para que se possa desenvolver novas motivações para a sua própria vida. Portanto, em se tratando da reabilitação de pacientes amputados, faz-se necessário salientar que, o sucesso do tratamento só será alcançado se houver o esforço dos profissionais da saúde, da família e do próprio paciente, em busca de objetivos comuns que propiciem a integração do paciente à sociedade por meio de motivações que lhe expresse o sentido de que se pode continuar vivendo mesmo com adaptações em seu corpo. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS A fragilidade do ser humano é testada de varias formas seja psíquica, emocional ou física, com tudo quando se tem ajuda ou o próprio ser humano possui uma estrutura, a sua recuperação é solida sem poder no futuro haver uma recaída. O trauma da amputação tem um âmbito bem maior a qual muitas das vezes ficamos presos apenas no traumatizado, mais se começarmos a pensar em torno ao qual está envolvida toda uma estrutura, entenderemos que temos vários segmentos ou diversas estruturas que serão necessárias para reabilitação do traumatizado podendo destacar sem medo de errar que a estrutura mais importante é a família após os primeiros atendimento e estabilização do amputado. Não adianta ter um ótimo atendimento e a família não estar presente ou próprio paciente se sentir a partir daquele momento um inútil sem valor todo o trabalho começa a perder o sentido. Por isso a estrutura necessária vai além da família, a tecnologia tem uma grande importância que de acordo com cada situação de amputação pode trazer total ou parcial ao paciente executar suas atividades do cotidiano, porem haverá casos que outra especialista na área psíquica será necessária. Cada caso terá sua particularidade, financeira, família, emocional, envolvendo sempre, trazendo para o sistema de saúde uma preocupação a mais relacionada ao atendimento e acompanhamento de sua adaptação, salientando o aspecto de que, 13 por meio da atuação das equipes interdisciplinares propiciarem a sua interação com a sociedade possibilitando a realização de suas atividades diárias. Conclui-se, portanto, que, a importância em salientar o processo de amputação dos membros inferiores se faz necessário para que se compreenda que não se trata de uma mutilação do corpo humano, mas sim uma medida em busca da recuperação de sua saúde, promovendo ao paciente por meio da utilização de próteses a sua qualidade de vida e interação com a sociedade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria da Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Manual de Legislação em Saúde da Pessoa com Deficiência. Brasília: Distrito Federal, 2006. 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