"amputação de membros inferiores".

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Sociedade Universitária Redentor
Faculdade Redentor
Pós-Graduação Lato-Sensu em Urgência e Emergência
AMPUTAÇÃO DE MEMBROS INFERIORES
AMPUTATION OF LOWER LIMB
Maria das Graças Miranda Magalhães
Enfermeira, Faculdade Santa Rita - FaSaR
[email protected]
Gisele Simas dos Santos, MSc
Orientadora
Enfermeira – UFF
Pós Graduada em Terapia Intensiva e Educação – UFJF
Pós-Graduada em Formação Pedagógica em Educação
Profissional na Área de Saúde - ENSP/FIOCRUZ/UFF
Mestre em Ciências da Saúde – UNIPLI
Rodovia BR 356, Nº 25, Cidade Nova, Itaperuna-RJ, 28300-000
Tel: 32 99595254
[email protected]
RESUMO
O estudo refere-se à amputação de membros inferiores. O objetivo geral do estudo
visa analisar os aspectos relacionados à necessidade de amputação dos membros
inferiores. Os objetivos específicos buscam demonstrar as principais causas
responsáveis pela amputação dos membros; conceituar a amputação traumática;
demonstrar as complicações referentes à amputação; refletir sobre a reabilitação
dos pacientes amputados. Este artigo caracteriza-se pela pesquisa bibliográfica,
referente ao tema proposto sobre a amputação dos membros inferiores,
apresentando aspectos qualitativos que embasam a investigação realizada. Em
relação ao procedimento para a coleta dos dados, foram selecionados artigos
científicos, utilizando sites como Scielo; Bireme e BVS onde foram selecionados 20
artigos e utilizados 10 artigos para o desenvolvimento do presente artigo. Os
descritores utilizados para a pesquisa dos artigos selecionados foram: amputação
traumática; amputação de membros inferiores; reabilitação. Observou-se que, a
importância em salientar o processo de amputação dos membros inferiores se faz
necessário para que se compreenda que não se trata de uma mutilação do corpo
humano, mas sim uma medida em busca da recuperação de sua saúde,
promovendo ao paciente por meio da utilização de próteses a sua qualidade de vida
e interação com a sociedade.
Palavras-chaves: Amputação traumática; amputação de membros inferiores;
reabilitação.
2
ABSTRACT
The survey refers - if on the amputation of members inferior. The purpose across the
board of the I study aim at analyze the guises related on the necessity of amputation
from the members inferior. The targets specific they pick demonstrate the chief
causes responsible by amputation from the members; appraise the amputation
traumatic; demonstrate the complications concerning on the amputation; reflect
above the rehabilitation from the patients amputees. Este product she features - if by
research bibliographic, concerning the theme proposed above the amputation from
the members inferior, presenting appearances qualitative what basement the
investigation realized. In relation to the procedure for collection of data, have been
selected wares scientific, by using sites I eat Scielo Bireme & BVS where have been
selected 20 wares & used 10 wares about to the development of the present product.
The descriptors’ used for research of the articles selected have been: amputation
traumatic; amputation of members inferior; rehabilitation. Observer - if what, the
importance am emphasize the suit of amputation from the members inferior if ago
required to that if it comprises that do not treated from a mutilation of the human
body, but yes a measure am she picks from recuperation of she sweats health,
promoting the patient for half a from utilization of protests the she sweats quality of
life & interaction with the society.
key words: Amputation traumatic ; amputation of members inferior ; rehabilitation.
1 INTRODUÇÃO
A amputação de membros inferiores no Brasil configura-se como sendo um
dos processos cirúrgicos que vem sendo destacado nos últimos anos. As diferentes
causas
relacionadas
à
necessidade
de
amputação
permeiam
desde
as
consequências mediante o desenvolvimento de doenças, quanto as amputações
traumáticas, decorrentes de acidentes tanto automobilísticos, quanto de trabalho,
que culminam em uma parcela significativa de indivíduos que necessitam passar
pelo processo de reabilitação em busca de sua qualidade de vida diária após a
amputação de seu membro.
De acordo com Brito, Iserhagen e Depieri (2005, p. 175) a definição de
amputação é apresentada como sendo “a retirada total ou parcial de um membro
pelo ato cirúrgico, traumatismo ou doenças”.
Dessa forma, propicia-se a compreensão de que, a amputação não deve ser
entendida como sendo uma mutilação do corpo humano, mas a busca da
recuperação da saúde do indivíduo que necessita ter extraído do corpo parte do
tecido que não há mais recuperação, para que se possa restabelecer a sua saúde
de forma a propiciar-lhe melhores condições de vida integrada ao contexto social.
3
Sendo assim, salienta-se que, as causas da amputação apesar de serem
diversas são ocasionadas por fatores que prejudicam a saúde do indivíduo e que
necessita ser restabelecida através de intervenções cirúrgicas que os propiciem
condição de convivência em sociedade.
Dentro desse contexto, surge a seguinte indagação: Quais as principais
causas que levam os indivíduos a amputar parcial ou total os seus membros?
O objetivo geral do estudo é analisar os aspectos relacionados à necessidade
de amputação dos membros inferiores.
Os
objetivos
específicos
buscam
demonstrar
as
principais
causas
responsáveis pela amputação dos membros; conceituar a amputação traumática;
demonstrar as complicações referentes à amputação; refletir sobre a reabilitação
dos pacientes amputados.
Justifica-se a escolha do tema proposto devido ao aumento de cirurgias de
amputação que vem desencadeando a preocupação do Ministério da Saúde, frente
ao avanço de doenças e acidentes, principalmente automotivos no país. Além disso,
configura-se como uma área de ampla atuação para o profissional de enfermagem,
que, inserido na equipe interdisciplinar pode contribuir significativamente para a
reabilitação dos pacientes, através de seus conhecimentos técnico-científicos em
conjunto com os demais profissionais que apresentam objetivos comuns frente à
reabilitação
dos
pacientes,
promovendo-lhes
a
sua
integração
social
e
possibilitando-lhes a realização de suas atividades diárias.
O estudo possui a pretensão de aguçar a reflexão sobre o tema proposto,
propiciando a abertura de novas discussões com o intuito de promover o
desenvolvimento de novos conceitos frente às causas, tratamentos e reabilitação
dos pacientes amputados que se apresentam no setor de urgência e emergência.
2 METODOLOGIA
Este artigo caracteriza-se pela pesquisa bibliográfica, referente ao tema
proposto sobre a amputação dos membros inferiores, apresentando aspectos
qualitativos que embasam a investigação realizada.
A pesquisa qualitativa se apresenta como sendo Investigações de pesquisa
empírica cujo objetivo é a formulação de questões ou de um problema, com
4
tripla finalidade desenvolver hipóteses, aumentar a familiaridade do
pesquisador com um ambiente, fato ou fenômeno, para a realização de uma
pesquisa futura mais precisa ou modificar e clarificar conceitos (LAKATOS e
MARCONI, 2009, p. 188).
O procedimento utilizado para o desenvolvimento do artigo, evidenciando a
coleta de dados, respalda-se na busca por artigos, dissertações, teses que possuem
referência sobre o assunto apresentado, delimitando a pesquisa através da
utilização de referências entre 2000 a 2012, para que se pudessem evidenciar com o
estudo os avanços em torno do tema abordado.
Em relação ao procedimento para a coleta dos dados, foram selecionados
artigos científicos, utilizando sites como Scielo; Bireme e BVS onde foram
selecionados 20 artigos e utilizados 10 artigos para o desenvolvimento do presente
artigo. Os descritores utilizados para a pesquisa dos artigos selecionados foram:
amputação traumática; amputação de membros inferiores; reabilitação.
3 DESENVOLVIMENTO
As causas mais comuns de amputação dos membros inferiores e superiores
são apontadas como sendo relacionados a fatores musculares, tumores, traumas
resultantes de acidentes, além de serem provenientes do avanço do Diabetes
Mellitus, apresentando incidência de amputação 15 vezes superior aos demais
fatores que contribuem para a perda dos membros inferiores.
A amputação é o mais antigo de todos os procedimentos cirúrgicos e,
durante muito tempo, representou a única possibilidade cirúrgica para o
homem. O termo designa, em cirurgia, a retirada de um órgão, ou parte
dele, situado numa extremidade, porém, quando usado isoladamente, é
entendido como amputação de membros. Seu conceito atual é de cirurgia
reconstitutiva e não de simples ablação. A cirurgia deve ser vista como mais
uma fase do tratamento, sendo a mutilação apenas do membro e não da
alma dos doentes (CHINI e BOEMER, 2007, p. 160).
Os procedimentos médicos antigos utilizavam do método de amputação como
meio de restabelecer a saúde dos pacientes, eliminando o membro infectado e
propiciando a recuperação da saúde dos indivíduos. Para tanto, faz-se necessário
salientar que, esse método apesar de que, a priori possa parecer uma agressão ao
corpo humano, era e é utilizado como meio de favorecer a sua recuperação, pois se
retira o membro que não há mais nenhuma possibilidade de recuperação.
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No diagnóstico médico, a amputação é considerada como um diagnóstico
secundário, pois a enfermidade ou o trauma é reconhecido como diagnóstico
primário.
Dentro desse contexto, como meio de impossibilitar o avanço das
complicações provenientes do membro afetado, a amputação se apresenta como
sendo o recurso mais eficiente, oportunizando a cura e a melhoria do desempenho
do paciente durante a sua reabilitação.
3.1 Causas das amputações
Verificando a origem do procedimento de amputação, foi percebido que,
segundo Lianza (1995) a mais antiga descrição desse procedimento se refere aos
relatos apresentados por Hipócrates, o qual realiza amputações ao nível das
articulações, utilizando equipamentos rudimentares, como as guilhotinas, como
forma de retirar os tecidos necróticos sem sensibilidade, além da utilização da
cauterização que era realizada com óleo ou ferro quente, com o intuito de combater
o avanço da necrose para outros membros.
As causas das amputações são apresentadas sob o aspecto da necessidade
de promover a restituição da saúde dos pacientes, desencadeando a retirada do
membro comprometido e buscando por meio dos tratamentos adequados a melhoria
de sua saúde, sem que haja a possibilidade da contaminação de outros membros
pelo já infectado.
De acordo com Carvalho (2003) as causas da amputação estão relacionadas
às alterações vasculares, principalmente agravadas pelo diabetes mellitus, além das
doenças vasculares periféricas, traumas e malignidades.
No entanto, é de suma relevância compreender que a perda de um membro
seja ele superior ou inferior pode ser consequência de diferentes causas sejam elas
congênitas ou adquiridas.
A perda adquirida é considerada a mais frequente sendo o traumatismo a
principal causa de amputação dos membros superiores e as doenças
vasculares periféricas é a causa mais frequente de amputação de membro
inferior. Dentre as doenças vasculares, a principal relacionada com as
amputações e a arteriosclerose obliterante periférica, doença que apresenta
fatores de risco irreversíveis, como o envelhecimento e fatores de risco
reversíveis ou passíveis de monitoramento, como a hipertensão arterial
sistêmica, o diabetes mellitus, a dislipidemia, o tabagismo, a obesidade e o
sedentarismo (BRITO, 2003, p. 238).
6
Os indivíduos com estágio avançado de doença encontra na amputação a
possibilidade de reabilitação de sua saúde, pois eliminando o tecido infectado,
possibilita a recuperação mais rápida e eficiente do paciente.
É notório que, os indivíduos que possuem a sua condição de saúde agravada
pelo diabetes, se apresentam mais propensos a serem submetidos à amputação, o
que decorre de uma das consequências graves da doença, e, que tem elevado as
estatísticas de cirurgias de amputações no país.
Segundo Santos e Nascimento (2003, p. 04) “sabe-se que o paciente
diabético tem cerca de 15 vezes mais probabilidade de sofrer amputação de
membros inferiores do que o não diabético”.
No entanto, não somente as doenças são responsáveis pelas ações que
culminam na amputação dos membros, outros fatores como os acidentes de
trabalho se apresentam como causas que geram amputações.
Os acidentes de trabalho e de trânsito podem ser considerados como causas
traumáticas, onde os indivíduos quando vitimados e dependendo das condições do
acidente são obrigados a amputarem os membros para que se possa restabelecer a
sua condição de saúde, os membros mais afetados em relação aos acidentes de
trabalho e de trânsito são os dedos, as mãos, os braços, as pernas e os pés.
3.2 Amputação traumática
A amputação traumática se estabelece como consequências de acidentes de
diferentes tipos, os quais levam os indivíduos a terem perdas parcial ou total de seus
membros, ocasionando a intervenção emergencial de profissionais da saúde para
buscarem o seu restabelecimento através da retirada do membro afetado.
O trauma é a segunda principal causa de amputação nos Estados Unidos.
Cerca de 30.000 amputações traumáticas ocorrem no país todos os anos. Quatro
em cada cinco amputações traumáticas das vítimas são do sexo masculino e a
maioria delas está entre as idades de 15-30 (BRASIL, 2006).
As
amputações
traumáticas
são
consideradas
mais
frequentes
nos
trabalhadores que atuam nas indústrias, em acidentes automobilísticos, no
manuseio de equipamentos que oferecem riscos, como o corta-relva, serras,
ferramentas elétricas.
7
Mesmo havendo por parte das empresas as normas de segurança aos
trabalhadores, os profissionais que atuam em diferentes setores das organizações,
oferecem ainda resistência em relação a utilização dos equipamentos de proteção
individual – EPI, o que pode acarretar como consequências, acidentes traumáticos
que levam à amputação dos membros atingido, retirando os trabalhadores de seus
postos de trabalho na maioria das vezes permanentemente.
Os fatores que propiciam a amputação são variados, dependem da gravidade
dos acidentes e dos membros afetados, o que requer a compreensão de que, a
perda sanguínea pode ser maciça ou mínima, dependendo da natureza da lesão.
Porém, é necessário salientar que, a decisão de amputação não se trata de
uma ação isolada. Os indivíduos que são encaminhados para o departamento de
urgência e emergência médica são avaliados pelas equipes multidisciplinares com o
objetivo de analisar a probabilidade dos tecidos serem cortados e recolocados com
eficiência, buscando em curto prazo a recuperação do paciente.
Para que ocorra a decisão da amputação, a equipe multiprofissional atribui
valores numéricos a fatores como temperatura corporal, circulação, dormência,
paralisia, tecido de saúde, a idade do paciente e a saúde geral.
Esse procedimento é fundamental para que se possa ter êxito frente o
período pós-amputação, principalmente visando à recuperação e a reabilitação do
paciente, por meio de sua saúde e condições psíquicas em enfrentar com um novo
olhar e novas possibilidades a vida após a extração de um membro.
De acordo com Macedo (2008) é crucial que haja o envolvimento dos
profissionais da saúde na avaliação e percepção da vontade do paciente e de sua
preparação psicológica para conviver com a amputação, principalmente no que se
refere a sua vida, favorecendo para que o mesmo passe a ter uma qualidade de vida
diária próxima a sua anterior, sem se sentir deficiente ou incapaz de realizar suas
atividades.
3.3 Procedimentos em relação à amputação traumática
Os procedimentos relacionados ao tratamento das amputações devem ser
realizados por profissionais da saúde capacitados, desenvolvendo a compreensão
de que, a preparação dos médicos e enfermeiros para o atendimento emergencial é
fundamental para que se evitem consequências mais graves para o paciente.
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Segundo Prado (2012, p. 19) “todo tecido muscular morre rapidamente, mas
uma parte bem preservada pode ser recolocada com sucesso até 24 horas após a
ocorrência da amputação”.
Dessa maneira, os tecidos que não foram preservados não irão sobreviver por
mais de seis horas. Por isso, Prado (2012, p.20) apresenta algumas medidas que
são necessárias em relação à amputação traumática, citando-as como:
• Entre em contato com os serviços de emergência mais próxima, descreva
claramente o que aconteceu a localidade com referência e siga as instruções dadas.
• Certifique-se que a vítima pode respirar; administrar CPR, se necessário.
• Controle as hemorragias utilizando pressão direta, mas minimizando ou evitando
o contato com sangue e outros fluidos corporais usando luvas.
• Os doentes não devem ser transferidos se nas costas, cabeça, perna, pescoço
ou braços as lesões forem suspeitas ou se os movimentos provocarem dores. Cabe
à vítima serem deitadas na superfície plana, com os pés levantados a12 polegadas
acima da superfície de modo sem sofre esforço.
• Cubra a vítima com um casaco ou cobertor para evitar choque (PRADO, 2012, p.
20).
Através dos procedimentos apresentados, vale ressaltar que outros cuidados
necessitam ser realizados como meio de promover os cuidados eficazes durante os
procedimentos relacionados à amputação traumática, tais procedimentos podem ser
realizados pelos enfermeiros que atuam no setor de urgência e emergência, como a
limpeza da ferida com solução estéril, utilizando toalhas limpas e outro material
espesso que possa servir como proteção à ferida evitando mais lesões.
Além disso, as medidas de cuidado durante a remoção do paciente para os
cuidados mais efetivos devem ser realizadas de maneira a propiciar a segurança e a
proteção do paciente, propiciando-lhe condições efetivas de recuperação frente ao
trauma sofrido.
Outro aspecto importante de ser comentado refere-se ao fato de que, a vida
do paciente é considerada em primeiro lugar frente à parte que foi amputada, por
isso, realizar a remoção do indivíduo acidentado para os hospitais ou centros de
emergência é fundamental, mesmo que não tenha sido encontrada a parte
amputada.
9
Dessa maneira, percebe-se que, em se tratando da amputação traumática, os
procedimentos priorizam a vida dos indivíduos, e, por conseguinte, a busca pelo
membro amputado, o que deve ser compreendido de maneira clara e objetiva pelos
profissionais da saúde que atuam no setor de urgência e emergência, principalmente
devido ao aspecto que, salvar a vida e promover a reabilitação do indivíduo é mais
importante do que buscar um membro amputado, pois a vida de um paciente é o
objetivo máximo das ações dos profissionais de saúde.
3.4 Principais complicações nas amputações
Entre as principais causas de complicações no coto deiscência de saturas
edemas, dor fantasma, ulceração do coto, inflamações e infecções, retratação das
cicatrizes, neuromas e espículas ósseas. Esses tipos de problemas costumam afetar
o coto da segunda a terceira semana após o ato cirúrgico.
Os
problemas
decorrentes
de
causas
como
neuromas,
contraturas
musculares e hipotrofias entre outras, acontecem mais tardiamente; muito embora a
dor possa parecer em qualquer época, apresentando, características das mais
diversas (KUNSZ, et al, 2005).
Um fator que se encontra comum entre os pacientes que sofreram amputação
de algum membro, se refere ao fenômeno conhecido como fantásmico, o qual pode
ter como características a dor ou a sua ausência, normal ou deformado, sendo
salientado pela maioria dos pacientes, geralmente após a terceira semana após a
cirurgia.
O fenômeno fantásmico se relaciona as sensações expressas pelos pacientes
em decorrência da amputação, pois mesmo havendo a retirada do membro, o
cérebro ainda emite sensações que causam desconforto na maioria dos pacientes.
Além disso, para alguns pacientes, o membro se apresenta como deformado,
contorcido e desproporcional e não deveria apresentar dor, já que, ao ser amputado,
o procedimento elimina a ligação dos nervos com o cérebro.
A percepção, por parte do paciente, de um membro fantasma doloroso pode
manifestar-se em membros fantasma normal ou deformado, essa dor pode
ser leve a moderada, tolerável, respondendo de forma satisfatória e
terapeuta física ou medicamentosa, sua duração pode ocorrer durante
semas ou anos (THOMAZI, 2008, p. 04).
10
De acordo com os autores acima citados, a dor fantasma (percepção de
sensações, geralmente dolorosa em partes do membro retirado na cirurgia) sempre
grave e intensa, às vezes resiste a diversas formas de tratamento e consegue até
impedir o programa de reabilitação. O surgimento pode ser dor precoce ou
tardiamente à amputação com duração imprevisível.
Essa sensação é apresentada devido ao fato de que, muitos pacientes não se
conformam com a perda do membro, além disso, o cérebro continua emitindo
impulsos os quais provocam essa sensação, ocasionando dores que em sua maioria
se apresentam em grande intensidade.
Em relação à dor no coto, configura-se em uma localização específica,
ocasionando sensações de desprazer que podem ser leves, moderadas ou intensas,
decorrentes de complicações que necessitam ser tratadas para a melhoria da
recuperação do paciente, possibilitando-lhe a sua reabilitação e o retorno de suas
atividades.
3.5 Reabilitação do paciente
A reabilitação do paciente que passou pelo processo de amputação do
membro trata-se de um tratamento global, o qual será responsável pelas
consequências da cirurgia, o que se faz por meio da integração de diferentes
profissionais da saúde que necessitam por meio de técnicas utilizadas favorecer o
restabelecimento da saúde do indivíduo.
O objetivo da reabilitação se faz claro e objetivo, busca capacitar o paciente
ao desenvolvimento de suas potencialidades, contribuindo para a sua independência
na realização de atividades da vida diária, para que o mesmo possa continuar
realizado suas ações de forma a perceber que, a amputação de um membro não o
torna incapaz ou mesmo dependente de outras pessoas para continuarem a viver.
A visão contemporânea de reabilitação fundamenta-se em quatro conceitos
básicos: a) na intervenção centrada no paciente; b) na ênfase no processo
(interação, negociação, comunicação, educação e troca de informações); c)
na atuação fundamentada em um modelo que integra aspectos de
autocuidado, produtividade, recreação e socialização, resultantes dos
componentes físicos, sociocultural, menta/emocional e filosófico/espiritual;
e, d) na responsabilização do cliente na resolução de problemas,
estabelecimento de planos, incluindo até a orientação do meio social na
execução dos cuidados (HAMMELL, 1995 apud FRANCHINI, 2008, p. 18).
11
Para tanto, o desenvolvimento das ações relacionadas à reabilitação dos
pacientes que sofreram amputação devem ser realizadas por meio de equipes que
podem ser multidisciplinar e interdisciplinar. Em se tratando do modelo de equipe
multidisciplinar caracteriza-se pela pluralidade de profissionais, adotando o modelo
de comunicação vertical o qual engloba o supervisor geral e seus colaboradores.
No processo de reabilitação no qual se utiliza a equipe interdisciplinar,
caracteriza-se pela participação efetiva de diferentes profissionais da saúde, como o
fisioterapeuta ocupacional, o fonoaudiólogo, o técnico de órteses e próteses, o
psicólogo e o enfermeiro.
No entanto, Franchini (2008) afirma que, o ideal para o tratamento de
reabilitação de pacientes amputados, configura-se na união das equipes
multidisciplinar e interdisciplinar, objetivando que todas as ações possam ser
desenvolvidas sob o mesmo foco, favorecendo assim, o desenvolvimento de
planejamentos de reabilitação focados nas necessidades apresentadas pelo
paciente, vislumbrando a sua recuperação em todos os seus sentidos.
Por isso, a reabilitação necessita ser realizada com o apoio dos profissionais
para que o paciente possa formular novos conceitos, relacionados à sua imagem
corporal, pois o membro amputado será substituído por próteses que, para muitos
pacientes não se apresenta como a solução de suas angústias. Além disso, o fator
emocional interfere significativamente no processo de reabilitação e, por isso,
motivar o paciente a retornar os seus hábitos adequando-os a sua condição atual é
fundamental para que ele perceba que ainda pode realizar a maioria de suas
atividades.
A reabilitação do paciente amputado deve ser acompanhada de maneira
intensa, culminando na utilização das próteses como forma de propiciar-lhes melhor
comodidade para a realização de suas atividades.
E, para que esse objetivo possa ser alcançado, os profissionais da saúde
necessitam trabalhar não apenas com o paciente, mas com a família, a qual é um
fator primordial para a melhoria das condições psíquicas e emocionais do paciente,
propiciando-lhe o entendimento de que sua participação na vida familiar é a mesma
antes da amputação, que sua presença é fundamental para o convívio diário.
Para Franchini (2008) a reabilitação deve acontecer de forma simultânea,
tanto física, como psicológica, propiciando a integração na sociedade, onde será
12
possível a demonstração de motivação adversa para que o paciente elabore novos
projetos de vida e busque o alcance desses objetivos.
De acordo com Lianza (2001) se torna fundamental que o paciente
desenvolva uma visão global frente aos seus desafios, como comprometimento e
dedicação ao tratamento de reabilitação para que se possa desenvolver novas
motivações para a sua própria vida.
Portanto, em se tratando da reabilitação de pacientes amputados, faz-se
necessário salientar que, o sucesso do tratamento só será alcançado se houver o
esforço dos profissionais da saúde, da família e do próprio paciente, em busca de
objetivos comuns que propiciem a integração do paciente à sociedade por meio de
motivações que lhe expresse o sentido de que se pode continuar vivendo mesmo
com adaptações em seu corpo.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A fragilidade do ser humano é testada de varias formas seja psíquica,
emocional ou física, com tudo quando se tem ajuda ou o próprio ser humano possui
uma estrutura, a sua recuperação é solida sem poder no futuro haver uma recaída.
O trauma da amputação tem um âmbito bem maior a qual muitas das vezes
ficamos presos apenas no traumatizado, mais se começarmos a pensar em torno ao
qual está envolvida toda uma estrutura, entenderemos que temos vários segmentos
ou diversas estruturas que serão necessárias para reabilitação do traumatizado
podendo destacar sem medo de errar que a estrutura mais importante é a família
após os primeiros atendimento e estabilização do amputado.
Não adianta ter um ótimo atendimento e a família não estar presente ou
próprio paciente se sentir a partir daquele momento um inútil sem valor todo o
trabalho começa a perder o sentido.
Por isso a estrutura necessária vai além da família, a tecnologia tem uma
grande importância que de acordo com cada situação de amputação pode trazer
total ou parcial ao paciente executar suas atividades do cotidiano, porem haverá
casos que outra especialista na área psíquica será necessária.
Cada caso terá sua particularidade, financeira, família, emocional, envolvendo
sempre, trazendo para o sistema de saúde uma preocupação a mais relacionada ao
atendimento e acompanhamento de sua adaptação, salientando o aspecto de que,
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por meio da atuação das equipes interdisciplinares propiciarem a sua interação com
a sociedade possibilitando a realização de suas atividades diárias.
Conclui-se, portanto, que, a importância em salientar o processo de
amputação dos membros inferiores se faz necessário para que se compreenda que
não se trata de uma mutilação do corpo humano, mas sim uma medida em busca da
recuperação de sua saúde, promovendo ao paciente por meio da utilização de
próteses a sua qualidade de vida e interação com a sociedade.
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