ANÁLISE DE INVESTIMENTOS Indicadores Financeiros para Análise de Investimentos Introdução Um investimento, para a empresa, é um desembolso feito visando gerar um fluxo de benefícios futuros, usualmente superior a um ano. A lógica é a de que somente se justificam sacrifícios presentes se houver perspectivas de recebimentos de benefícios futuros. As técnicas de análise de investimentos, hoje, estão sendo usadas para avaliação de empresas, de unidades de negócios e para investimentos de porte. Encontra uso também nas operações de curto prazo, como nas decisões rotineiras sobre compras a vista ou compras a prazo. O grande campo de aplicação das técnicas de análise de investimentos, ainda está associado ao Processo de geração de indicadores utilizados na seleção de alternativas de investimentos e, mais recentemente, na avaliação de impacto desses investimentos no EVA (economic Value Added) de unidades de negócios. A decisão de fazer investimento de capital é parte de um processo que envolve a geração e avaliação de diversas alternativas. Depois de relacionadas às alternativas viáveis tecnicamente é que se analisam quais delas são atrativas financeiramente. É nessa última parte que os indicadores gerados auxiliarão o processo decisório. Os principais indicadores de análise de projetos de investimentos são divididos em: a) Indicadores associados à rentabilidade (ganho ou criação de riqueza) do projeto . Valor Presente Líquido (VPL); . Valor Presente Líquido Anualizado (VPLa); .Taxa Interna de retorno (TIR); . O Índice Benefício / Custo (IBC); . O Retorno sobre o Investimento Adicionado (ROIA) b) Indicadores associados ao risco do projeto . A Taxa Interna de retorno (TIR); . O Período de recuperação do Investimento (Pay-back); e . O Ponto de Fisher. 3 Estes indicadores auxiliam na percepção do comportamento esperado entre risco e retorno, ou seja, maiores riscos ensejam um aumento no retorno esperado. O Fluxo Esperado de Benefícios Futuros (CFj) é obtido por meio de estimativas de prováveis valores para prováveis cenários, isto é, deve ser obtido em termos de distribuição de probabilidades. Para efeito de análise, os Projetos de Investimentos são representados por um diagrama (Fluxo de caixa). Fluxo esperado de benefícios 1 2 3 n–1 n Tempo Cfo = Investimento Inicial Investir recursos em um projeto implica transferir capital de alguma fonte de financiamento e imobiliza-lo em alguma atividade por um período de tempo denominado horizonte de planejamento. Ao término desse período, espera-se que o projeto libere recursos equivalentes àquele imobilizado inicialmente e mais aquilo que teria ganhado se o capital tivesse sido orientado para a melhor alternativa de investimento de baixo risco disponível no mercado naquele momento. Rentabilidade do Projeto Como a TIR não será utilizada para aferir rentabilidades, precisamos de outro índice que possa nos dar a exata noção de quanto o projeto rentabilizará o dinheiro investido. Para tanto, voltaremos a usar a riqueza do projeto (VPL) para nos auxiliar. RETORNO ADICIONAL SOBRE O INVESTIMENTO (ROIA) O ROIA é a melhor forma de rentabilidade para um projeto de investimento. Representa, em termos percentuais, a riqueza gerada pelo projeto. Assim, o ROIA é o análogo percentual do conceito do Valor Econômico Agregado (EVA). (SOUZA E CLEMENTE, 2004). 4 O Roia deriva da taxa equivalente ao índice de beneficio/custo (IBC) para cada período do projeto. O IBC é uma medida de quanto se espera ganhar por unidade de capital investido. A hipótese implícita no calculo do IBC é quanto os recursos liberados ao longo da vida útil do projeto sejam reinvestidos à taxa mínima de atratividade. O IBC é a razão entre o fluxo esperado de beneficio de um projeto e o fluxo esperado de investimentos necessários para realiza-lo. Assim, o calculo do IBC é o seguinte:portanto o IBC é de 1,13. O resultado de 1,13 significa que cada unidade monetária investida, tem- se 0,13 de retorno do projeto. Esse índice ajuda na tomada de decisão à medida que orienta o analista em aspectos monetários. Como cada individuo prefere diferentes perspectivas para entender uma questão ou problema, essa é mais uma alternativa que se tem para o auxilio da escolha do projeto de investimento. Com o resultado do IBC, o calculo do ROIA pode ser feito pelo uso da formula básica da matemática financeira com a busca da taxa “i”. fCLX 1CHSPV 1,13FV 4N i ( 3,10% ) A leitura que se faz para o ROIA de 3,10% é a de que o projeto será rentabilizado nesse percentual acima da TMA de 18% a.a utilizado para o calculo. Souza e Clemente (2004) argumentam que a rentabilidade do projeto é mais bem representada pelo indicador ROIA (retorno adicional decorrente do investimento realizado) que tem a vantagem de expurgar o efeito cruzado da TMA. De acordo com Pena, Homma e Silva (2010) o ROIA é melhor estimativa da rentabilidade para um projeto de investimento, visto que representa em termos percentuais, a riqueza gerada pelo projeto. Afirma ainda que seu percentual faz um paralelo com a TIR que também é anual, devido uma resposta mais realista em termos de ganhos percentuais relativizados com o investimento inicial do empreendimento. O indicador ROIA é superior a TIRM porquanto expurga o efeito do spread de risco na taxa de desconto e também o custo de oportunidade, já apresentando o retorno liquido que deve ser confrontado com o risco. Também argumentam que, para fluxos de caixa construídos como o valor médio ou mais provável para os 5 custos e receitas, a avaliação do risco seja analisada após a geração dos indicadores de retorno. Os passos da equação do ROIA conforme Pena, Homma e Silva (2010) são apresentados abaixo: S: Montante do investimento; I: Taxa de desconto ou taxa de juros submetidos a rendimentos; N: Prazo de investimento; FV: Fluxos previstos de entradas de caixa na vida do projeto; PV: Fluxos atualizados do projeto; ROIA: Retorno adicional sobre o investimento inicial em substituição ao calculo da taxa. A resolução matemática do ROIA considera primeiramente o calculo do ILL, que passa a ser entendida como FV dos fluxos do projeto, depois desse procedimento a aplicação da expressão matemática é direta. O ROIA enquanto índice de analise de investimento nivela por baixo a taxa de rendimento do projeto, apresentando uma leitura mais condizente com o percentual anual de ganhos em relação ao investimento inicial que representa uma indagação real do investidor, produtor, entre outros. (PENA; HOMMA e SILVA apud NETO, 2010). Exemplos: Uma empresa cuja Taxa de Mínima Atratividade, antes de imposto de renda, éde12%ao ano está analisando a viabilidade financeira de um novo investimento.O Fluxo de Caixa anual do projeto é: $ 30 0 1 $ 50 2 $ 70 3 4 $ 90 5 6 $ 110 $130 7 8 $130 $130 $130 9 $ 380 VPL = -380 + 30 + 50 + 70 + 90 + 110 + 130 + 130 130+ 130 (1,12)¹ (1,12)² (1,12)³ (1,12)4 (1,12)5 (1,12)6 (1,12)7 (1,12)8 (1,12)9 6 VPL = $ 80,14. Pela definição de VPL, significa que o projeto consegue recuperar o investimento inicial ($380), remunera também aquilo que teria sido ganho se o capital para esse investimento ($380) tivesse sido aplicado na TMA (12%a.a.) e ainda sobram, em valores monetários de hoje,$80,14(excesso de caixa). Para o exemplo em análise, o valor do IBC seria igual a: O valor do IBC iguala 1,21 significa que, para cada $1 imobilizado no projeto, espera-se retirar$0,21,após o horizonte de planejamento do projeto. Podese raciocinar que houve uma rentabilidade real esperada de 21,01%em nove anos. -1⇒PV 9⇒N 1, 21089⇒FV i%⇒2,15 • Pela calculadora financeira: O projeto apresenta um ROIA de 2, 15%a.a. além da TMA (12%a.a.). Essa é a melhor estimativa de rentabilidade do projeto de investimento. A decisão agora, se resume em discutir se vale apena investir no projeto (assumir o risco do investimento) para se ter um adicional de ganho da ordem de2,15%ao ano. Trata-se de um projeto com baixa rentabilidade, contudo, a decisão ainda depende do grau de propensão (ou aversão) ao risco do decisor. IBC = 1,21089 0 -1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 ROIA = i% = ? 7 Pela calculadora financeira: -1 PV 9 N 1,21089 FV i% 2,15 Indicadores de desempenho financeiro do projeto de investimento Indicadores Valor Valor Presente Líquido $ 80,14 Valor Presente Líquido Anualizado $ 15,04 Índice Benefício/Custo 1,21089 Retorno sobre Investimento Adicionado 2,15% 8 Conclusão: 9 Referencia Bibliográfica: http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Finin%C3%A7as/4201.html http://comexitape.files.wordpress.com/2011/08/cap5-indicadores-financeiros-para-analisede-projetos-de-investimentos.pdf http://www.ebah.com.br/content/ABAAAe5W8AC/analise-investimentos-material3(ANÁLISE DE INVESTIMENTO Prof. JUVENAL FILHO-Indicadores Financeiros para Análise de Investimentos) ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA: IMPLANTAÇÃO DE UMA INDÚSTRIA DE CERÂMICA VERMELHA DE PEQUENO PORTE NO ESTADO DO PARÁAMAZÔNIA-BRASIL 4. Análise da Viabilidade Econômica de uma Indústria Cerâmica de pequeno porte no Estado do Pará Este artigo realizou-se a partir da coleta de dados da estrutura produtiva de uma indústria cerâmica de pequeno porte no estado do Pará e efetuou-se avaliação técnica da implantação de uma unidade industrial idêntica a que foi utilizada neste estudo. A infraestrutura desta área industrial é composta por um terreno de aproximadamente 5000 m² com edificações além de possuir uma área de reserva de barro de 19 hectares, sala de máquinas para preparação e extrusão de tijolos com silo de armazenamento de matéria prima (vide anexo), seis salas de queima de fornos paulista com capacidade para 30 milheiros de tijolos, uma estufa de secagem (60m x 7m). Os resultados obtidos abaixo foram realizados considerando a análise dos fluxos de caixa do projeto submetida a uma taxa de 8,25% a.a., de acordo à classificação de faturamento médio anual do Fundo Constitucional do Norte – FNO, segundo o Plano de Investimento do Banco da Amazônia – BASA para 2011. Para esta unidade industrial o empreendimento mostrou-se economicamente viável já que possui VPL superior à zero, dessa forma os ganhos futuros atualizados projetados do recurso inicial investido foram maiores do que zero, demonstrando uma geração de riqueza de R$ 2.979.487,39 no horizonte de 20 anos o qual o projeto foi estimado (figura4). A TIR obteve o valor de 25,10% a.a e garantiu os denominados custos de oportunidade, ou seja, a taxa mínima de atratividade de 8,25% a.a (FNO), proporcionando certa margem de conforto para mudanças financeiras de cenário, os ganhos do projeto ou VPL são descendentes com a elevação da taxa de desconto e tornando-se nulo ao patamar de TIR 25,10% a.a, isto significa que financiamentos que superam este patamar inviabilizam a implantação de uma indústria cerâmica de pequeno porte. Outro aspecto importante é que a estrutura de custo industrial analisada tolera elevadas taxas de desconto, estimulando o investimento ao empreendimento já que a sensibilidade à taxa é favorável ao investidor (figura 4). O Índice de Lucratividade Líquida foi equivalente a 2,447, o que significa que ocorreu um aumento líquido de R$ 1,447 para cada unidade monetária investida, indicando a multiplicação da riqueza e a viabilidade econômica do projeto. O indicador denominado VPLa representou, durante a vigência do projeto, rendimentos líquidos anualizados no valor de R$ 309.1824,85 descontados a taxa vigente de 8,25% a.a. O ROIA (retorno adicional sobre o investimento inicial) foi de 0,62% a.a exibindo viabilidade econômica ao empreendimento, note que este índice é diretamente proporcional ao ILL, o que reflete a 10 taxa anual de valor adicionado. Finalmente, o índice de desempenho denominado Pay-Back foi utilizado, indicando o tempo que o projeto necessita para alcançar o investimento inicial e, por conseguinte, iniciar a geração de riqueza. Esta estrutura industrial tem um processo de amortização de custo que se prolonga por 4 anos e 11 meses. Um Pay-back desta extensão configura-se como significativamente bom, visto segmento industrial em que a empresa se enquadra e o alto valor investido inicialmente, o que facilita a obtenção de novos empréstimos e o acúmulo de riqueza, elevando a competitividade do industrial cerâmico proprietário.( http://www.eumed.net/cursecon/ecolat/br/11/jmspa.html) 11