1177 AUTOCUIDADO NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA: ANÁLISE DO CONCEITO DE ACORDO COM A METODOLOGIA TRADICIONAL DE WALKER E AVANT SELF CARE IN HEART FAILURE: THE CONCEPT ANALYSIS ACCORDING TO TRADITIONAL METHODOLOGY OF WALKER AND AVANT Fernanda Ávila da Costa Pereira Enfermeira. Mestre em Ciências de Enfermagem pelo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto. Portugal. [email protected] RESUMO O Autocuidado na Insuficiência Cardíaca é um requisito fundamental para o tratamento da doença e a análise deste conceito emerge como um contributo para a abordagem dos clientes com Insuficiência cardíaca na prática clínica e para a construção do conhecimento em enfermagem. Essa pesquisa objetivou analisar o conceito Autocuidado na Insuficiência Cardíaca seguindo as oito etapas propostas pela Metodologia Tradicional de Walker e Avant (2005). A análises dos artigos encontrados nas bases de dados consultadas entre 2007 a 2012 permitiu identificar os atributos, antecedentes, consequentes e referenciais empíricos do conceito. Para ilustrar, apresentamos o caso modelo, caso limítrofe, caso relacionado, caso-contrário, caso inventado e caso ilegítimo. Encontramos também na literatura pesquisada um referencial empírico para o conceito analisado. Os resultados desta análise conceitual permitiu o desenvolvimento de uma definição operacional do conceito Autocuidado na Insuficiência Cardíaca e fornece subsídios para o desenvolvimento de novos estudos envolvendo a temática. PALAVRAS- CHAVE: Autocuidado. Insuficiência Cardíaca. Formação de conceito. Enfermagem. ABSTRACT The Self-Care in Heart Failure is a prerequisite for disease treatment and analysis of this concept emerges as a contribution to approach clients with Heart Failure in clinical practice and the construction of nursing knowledge. This paper analyzes the concept in Heart Failure Self-care following the eight steps proposed by the Traditional Methodology Walker and Avant (2005). The analysis of the articles found in the databases consulted between 2007-2012 allowed Identify the attributes, antecedents, and consequent and empirical referents of the concept. To illustrate, we present the model case, borderline case, related case, contrary case, invented case and illegitimate case. Also found in literature an empirical benchmark for the concept analyzed. The results of this conceptual analysis allowed the development of an operational definition of self-care in Heart Failure and provides subsidies for the development of new studies on the subject. KEY WORDS: Self-care. Heart Failure. Concept formation. Nursing. Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste, V. 7 - N. 1 - Jul./Ago. 2014 1 1178 INTRODUÇÃO A Insuficiência Cardíaca (IC) é uma síndrome clínica crônica, progressiva, resultante da dificuldade do músculo cardíaco bombear sangue suficiente para atender as necessidade metabólicas e tecidulares (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 2012). No cenário mundial, as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte, contabilizando um total de 17,3 milhões de óbitos a cada ano conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS). De acordo com as projeções da OMS nos próximos anos as doenças cardiovasculares continuarão no ranking das mais letais, e em 2030, elas serão responsáveis pela morte de 23,6 milhões de pessoas (OMS, 2013). Para Evangelista e Shinnick (2008), é relevante para a prática de enfermagem que sejam desenvolvidos estudos no âmbito das doenças crônicas, como a IC, pois apesar de todos os avanços da área médica no seu tratamento e diagnóstico, os clientes continuam a ter complicações que poderiam ser evitadas e tratadas, através de mais e melhores competências no domínio do autocuidado. As causas de internações dos clientes com IC geralmente estão associadas a práticas inadequadas de autocuidado que concorrem para não adesão ao tratamento farmacológico e não farmacológico prescrito (BRITZ; DUNN, 2010; JAARSMA et al., 2009); situação esta corroborada pelos frequentes desequilíbrios clínicos desses clientes, favorecendo a progressão da doença (JAARSMA et al., 2009). Diante deste contexto, e da inexistência de estudos que investiguem a análise do conceito “Autocuidado na Insuficiência Cardíaca” evidência-se a necessidade desta investigação. De acordo com a literatura científica, a palavra conceito deriva do latim “conceptus” que significa a representação de um objeto pelo pensamento, por meio de suas características gerais, tornando-se assim, a ação de formular uma ideia por meio de palavras, definição e caracterização (HOLANDA, 2010). Os conceitos são particularmente importantes para a construção do conhecimento, sendo que, a análise de um conceito é um processo rigoroso e intelectual que busca trazer clareza à definição dos conceitos usados na ciência (MCEWEN; WILLS, 2009). A pesquisa e a prática de enfermagem foram construídas usando conceitos de outras disciplinas o que resulta na importância de se realizar um novo exame desses conceitos quanto a relevância e ajuste para o crescimento da enfermagem enquanto ciência (MCEWEN; WILLS, 2009). Ao analisar um conceito, o que se pretende, é estabelecer a relação dele com o desenvolvimento teórico, clareando e examinando a nominação genérica do conceito, de modo a eliminar as múltiplas interpretações ou determinar com exatidão o seu significado único (VIDO; FERNANDES, 2007). As metodologias utilizadas para a análise de conceito em enfermagem sofreram uma atenção considerável no final do século XX e na primeira década do século XXI, principalmente com os estudos efetuados por Chinn e Kramer e por Walker e Avant, na área da análise de conceito (GONÇALVES et al., 2008). Estes últimos resultaram em uma metodologia denominada de tradicional. Após análise na Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste, V. 7 - N. 1 - Jul./Ago. 2014 1179 literatura científica, escolhemos a técnica de análise de conceito segundo a Metodologia Tradicional de Walker e Avant, por ser uma técnica clara, simples e de fácil aplicação. Ao considerar que a análise de um conceito tornam-se relevante para o desenvolvimento da enfermagem enquanto disciplina científica ao possibilitarem um maior entendimento da temática em estudo, esta pesquisa objetivou analisar o conceito “Autocuidado na Insuficiência Cardíaca” nas bases de dados selecionadas entre 2007 a 2012, por meio dos atributos, antecedentes e consequentes do conceito. METODOLOGIA Para análise do conceito “Autocuidado na Insuficiência cardíaca” foi realizada uma pesquisa bibliográfica, tendo como norteadora a Metodologia Tradicional proposta por Walker e Avant (2005). O levantamento bibliográfico foi realizado em livros-texto, dicionários e periódicos nas bases de dados: ACADEMIC SEARCH; COMPLETE; MEDLINE; CINAHL; COCHORANE; PSYCOINFO E SCOPUS, com os descritores autocuidado e insuficiência cardíaca. Os critérios de inclusão dos periódicos foram: recorte temporal de 2007 a 2012; artigos apresentados em texto completo, revistos por peritos e nos idiomas Inglês, Espanhol e Português. Do total foram encontrados 242 artigos alusivos ao tema, contudo foram selecionados apenas 14 artigos que realmente expressavam a temática. A Metodologia Tradicional proposta por Walker e Avant assenta-se em oito etapas sequenciais conforme demonstra o QUADRO 1. Neste estudo, adotou-se a posição defendida pelos autores, ao referirem que a utilização dessas etapas poderá decorrer de uma forma sequencial, mas em determinadas circunstâncias, pode ocorrer em simultâneo, atribuindo um aspecto dinâmico a este processo. QUADRO 1 - Etapas da Metodologia Tradicional de Walker e Avant (2005) Etapas 1) Selecionar o conceito 2) Determinar as metas e os objetivos da análise 3) Identificar a utilização do conceito que se pretende investigar 4) Determinar e definir os atributos 5) Construir o caso modelo 6) Construir os casos limítrofes, relacionados, contrários, inventados e ilegítimos 7) Identificar os antecedentes e consequentes 8) Definir os referenciais empíricos FONTE: WALKER; AVANT, 2005 Ressalta-se que aspectos éticos e legais para a realização deste estudo foram respeitados, sendo os autores dos periódicos citados em todos os momentos em que foram extraido informações dos artigos analisados, conforme a Lei de direitos autorais 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 (BRASIL, 1998). Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste, V. 7 - N. 1 - Jul./Ago. 2014 1180 RESULTADOS E DISCUSSÃO De acordo com a Metodologia Tradicional de Walker e Avant (2005), a primeira etapa da análise de conceitos caracteriza-se pela seleção de um conceito que, geralmente encontra-se pouco explorado podendo, por vezes, estar sendo utilizado incorretamente. A este respeito, a seleção do conceito não é só a primeira etapa do processo da análise, sendo também a mais difícil, devendo ser realizada com cuidado e atenção (SERRALHEIRO, 2005). Ainda para Mcewen e Wills (2009) um conceito pode ser uma ou duas palavras, ou uma frase. A seleção do conceito “Autocuidado na Insuficiência Cardíaca” torna-se relevante ao considerar que este exercício será útil ao proporcionar subsídios para novas investigações neste contexto. Os objetivos da análise podem não só clarificar o significado de um conceito, mas, também permitir o desenvolvimento de uma definição operativa que possa ser articulada e enquadrada numa teoria existente (SERRALHEIRO, 2005). Desta forma, atendendo a segunda etapa para análise de um conceito, segundo a Metodologia Tradicional de Walker e Avant (2005), o objetivo deste estudo, como citado anteriormente, foi analisar o conceito de “Autocuidado na Insuficiência cardíaca”, expresso na literatura científica nas bases de dados ACADEMIC SEARCH; COMPLETE; MEDLINE; CINAHL; COCHORANE; PSYCOINFO E SCOPUS consultadas no período de 2007 a 2012. De acordo com a terceira etapa proposta por Walker e Avant, deve-se recorrer a uma identificação de todos os usos do conceito que se possa descobrir, recorrendo-se a diferentes fontes (SERRALHEIRO, 2005). Nesta etapa os autores sugerem identificar a aplicação do conceito considerando todas as variedades possíveis encontradas. A busca do uso do conceito apenas na literatura médica ou o fato de ignorar outras formas apresentadas do conceito podem causar vieses na compreensão da natureza e limitação na utilidade dos resultados da análise (WALKER; AVANT, 2005). Para identificar os diversos usos do conceito “Autocuidado na Insuficiência Cardíaca” foram utilizados artigos de periódicos, livros texto e dicionários. Os descritores u tilizados estão descritos no QUADRO 2. QUADRO 2 - Descritores utilizados na pesquisa às bases de dados Descritor Descritor Autocuidado Insuficiência Cardíaca Selfcare Heart Failure Self-care Heart Descompensation Cardiac Failure Self care Congestive Heart Failure Self-management Myocardial Failure FONTE: Dados da pesquisa Buscou-se publicações que apresentassem essas palavras-chave no título, resumo ou nas próprias palavras-chave dos artigos disponíveis nas bases de dados apresentadas no QUADRO 3. Critérios de inclusão dos artigos: recorte temporal de 2007 a 2012; artigos apresentados em texto completo, revistos por Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste, V. 7 - N. 1 - Jul./Ago. 2014 1181 peritos e nos idiomas Inglês, Espanhol e Português. Do total foram encontrados 242 artigos alusivos ao tema, contudo foram selecionados apenas 14 artigos. QUADRO 3 - Artigos obtidos nas bases de dados consultadas entre os anos de 2007 a 2012 Base de dados consultadas Artigos ACADEMIC SEARCH Total de artigos encontrados em texto integral: 242 COMPLETE Total de artigos repetidos:84 MEDLINE Total de artigos rejeitados pelo título:72 CINAHL Total de artigos rejeitados pelo resumo:50 COCHORANE Total de artigos rejeitados pela leitura integral:22 PSYCOINFO Total de artigos incluídos na pesquisa:14 SCOPUS FONTE: SCIELODados da pesquisa De acordo com a quarta etapa da análise do conceito segundo Walker e Avant, é necessário determinar a definição dos atributos. Para Gonçalves et al. (2008) os atributos constituem uma definição real oposta à nominal ou à definição encontrada nos dicionários. Os conjuntos dos atributos possibilitam a identificação de situações passíveis do conceito. A identificação do atributo do conceito representa a realização principal da análise conceitual (GONÇALVES et al., 2008). Dos 14 artigos analisados alguns atributos foram mais destacados pelos autores do que outros. As palavras ou termos utilizados com mais frequência pelos autores foram considerados os atributos. Com o intuito de facilitar a compreensão dos atributos, e partilhando do posicionamento de Riegel et al. (2007) ao afirmarem que o autocuidado na IC é caracterizado por estratégias de gestão e manutenção, classificamos os atributos encontrados nestes dois grandes grupos: Atributos de Manutenção e Atributos de Gestão. QUADRO 4 - Atributos de Gestão do conceito Autocuidado na Insuficiência Cardíaca Atributos de Gestão Número de autores Identificação e Reconhecimento dos sinais e Sintomas Tomada de decisão Desenvolvimento de habilidades e ações Procura por assistência de saúde Envolvimento do indivíduo Vigilância da condição de saúde Participação ativa Responsabilidade compartilhada FONTE: Dados da pesquisa 12 8 8 7 5 4 4 3 O primeiro Atributo de Gestão do conceito “Autocuidado na Insuficiência Cardíaca” mais citado é a “Identificação e reconhecimento dos sinais e sintomas”. Este atributo indica que o indivíduo deve ser capaz de perceber alterações sutis no seu estado geral. O autocuidado de gestão na Insuficiência Cardíaca é um processo ativo e deliberado que começa quando o sujeito percebe alguma alteração no seu estado de saúde, avalia a mudança, decide implementar estratégias e avalia o tratamento implementado (BRITZ; DUNN, 2010). Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste, V. 7 - N. 1 - Jul./Ago. 2014 1182 De acordo com Lainscak et al. (2011) o autocuidado de gestão é o desenvolvimento de estratégias pelo indivíduo para a identificação dos sinais e sintomas da descompensação, a interpretação destes sintomas e a busca por assistência de saúde especializada em caso de exacerbação. Posicionamento também corroborado por Jaarsma et al. (2009) ao defenderem que o autocuidado de gestão refere-se a capacidade do cliente de reconhecer rapidamente os sintomas da IC envolver-se em estratégias para melhorar os sintomas e avaliar a eficácia das estratégias implementadas. O segundo atributo é a “Tomada de decisão”. Para Sayers et al. (2008) um componente importante do autocuidado na IC é o processo de tomada de decisão de como administrar os sinais e sintomas da doença, além dos clientes compreenderem quando devem recorrer à assistência de saúde especializada. Para MacInnes (2008), o autocuidado na IC é um processo ativo que envolve comportamentos que ajudam o indivíduo a manter a sua condição de saúde e evitar exacerbações. O que também requer do cliente a tomada de decisão que culmina em ações direcionadas para avaliação dos sinais e sintomas desta patologia. O terceiro atributo manifestado pelos autores é o “Desenvolvimento de habilidades e ações”. Para gerir a sua condição de saúde os clientes precisam desenvolver estratégias e decisões eficazes de comportamento para cuidarem de si próprios (MACINNES, 2008). Também nesta mesma perspectiva Moser et al. (2012) afirmam que o autocuidado é uma decisão naturalista que inclui ações desenvolvidas pelo indivíduo para gestão e manutenção da saúde. O quarto atributo do conceito encontrado foi o de “Procura por assistência de saúde”. Para Britz e Dunn (2010) o autocuidado na IC requer que os clientes procurem por assistência de saúde adequada quando perceberem alguma alteração significativa do seu estado de saúde. O quinto atributo mais destacado do conceito é o “Envolvimento do indivíduo”. O autocuidado pode ser definido como o processo de envolvimento dos indivíduos para assumirem responsabilidades pela gestão de sua saúde (CAMERON et al., 2010). O comportamento de autocuidado na IC reflete as ações de envolvimento dos clientes para manterem-se permanentemente saudáveis (JAARSMA et al., 2009). O sexto atributo mais frequente do conceito é a “Vigilância da condição de saúde”. É fundamental que o cliente tenha um controle da sua condição de saúde para manter a sua estabilidade fisiológica (BARNASON; ZIMMERMAN; YOUNG, 2011). Os clientes que estão envolvidos no seu autocuidado têm um controle da sua condição de saúde demonstrado por um aumento de habilidades de autocuidado (BRITZ; DUNN, 2010). O atributo “Participação ativa” pode ser representado, de acordo com Shuldham et al. (2007) ao considerarem que o autocuidado na IC estende-se para além do cliente simplesmente seguir as instruções fornecidas pelos profissionais de saúde, ele deve ter participação ativa em seu plano de cuidados. Outro atributo ressaltado pela literatura foi “Responsabilidade compartilhada”. Segundo MacInnes (2008) e Smeulders et al. (2009) na IC o autocuidado requer uma responsabilidade compartilhada entre o cliente e o profissional de saúde. Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste, V. 7 - N. 1 - Jul./Ago. 2014 1183 O grupo dos Atributos de Manutenção ressalta as ações que devem ser incorporadas ao cotidiano dos clientes com IC, descritos na literatura pesquisada (QUADRO 5). QUADRO 5 - Atributos de Manutenção do conceito autocuidado na Insuficiência Cardíaca Atributos de Manutenção Número de Autores Gestão terapêutica 11 Prática de exercícios físicos regular 9 Restrição hídrica 7 Controle e monitoramento do peso corporal 7 Restrição de sódio 6 Adesão à dieta 6 FONTE: Dados da pesquisa O autocuidado de manutenção inclui atividades cotidianas desenvolvidas pelo indivíduo, tais como: restrição de sódio, dieta equilibrada, restrição hídrica, verificação do peso corporal diário, adesão ao regime terapêutico e realização de exercícios físicos (JAARSMA et al., 2009; LAINSCAK et al., 2011; MOSER et al., 2012; SMEULDERS et al., 2009). Estas recomendações também são evidenciadas por Barber, Currie e Gardiner (2011); Britz e Dunn, (2010); Clark et al. (2009); Cameron et al. (2010) ao referirem que às práticas para o autocuidado na IC incluem a restrição de líquidos e sódio, dieta equilibrada, monitorização diária do peso corporal, atividade física frequente e ingestão diária dos medicamentos prescritos. A quinta etapa da análise do conceito segundo Walker e Avant (2005) implica na construção do caso modelo, o que, de acordo com Serralheiro (2005) é um caso real da vida, é um exemplo da utilização do conceito que contém todos os atributos do conceito. O caso modelo é definido como um exemplo paradigmático do conceito (SERRALHEIRO, 2005). Abaixo é apresentado o caso modelo. Srº José, 75 anos, casado, vive com a esposa em uma pequena cidade do grande Porto. O idoso recebeu o diagnóstico médico de IC há 15 anos quando ainda trabalhava numa pequena indústria de cerâmica perto de onde vivia. Assim que o senhor foi informado que possuía uma patologia progressiva e crônica que iria acompanha-lo por toda a vida, tornou-se participante ativo na sua condição de saúde, assumiu consigo próprio o compromisso de gerir, participar e seguir as recomendações da equipe de saúde no seu tratamento. Todos os meses o Srº José participa das reuniões do grupo de Insuficientes Cardíacos realizados no Centro de Saúde Santa Felicidade. Através das orientações da enfermeira Teresa, responsável pelos encontros, o Srº José aprendeu mais sobre a doença que possui, suas complicações e comportamentos adequados para promover o seu autocuidado. O idoso tem especial atenção quanto a necessidade de tomar todos os dias a mesma hora os seus medicamentos, controla a quantidade de líquidos diários que ingere, adota uma dieta equilibrada e com pouco sal, além pesar-se todos os dias pela manhã. Na última semana, o idoso observou que havia acordado com os “tornozelos inchados” e sentia “falta de ar” aos mínimos esforços. Diante da identificação destes sintomas, o idoso decidiu por permanecer a maior parte do tempo com os Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste, V. 7 - N. 1 - Jul./Ago. 2014 1184 membros inferiores elevados. No dia seguinte, ao perceber que não havia melhora do seu quadro clínico, o idoso foi até o Centro de Saúde e contou a enfermeira Teresa o que havia ocorrido nos últimos dias. Na sexta etapa da análise do conceito deve-se desenvolver os casos limítrofes, relacionados, contrários, inventados e ilegítimos Para Serralheiro (2005) ao examinar os casos que não são exatamente os mesmo do conceito que interessa, mas que são muito semelhantes ou então contrários, ajuda e discernir quais as características são mais adequadas ao conceito que se pretende investigar. A construção destes casos tem como objetivo dar exemplos do que não é o conceito e promover uma melhor compreensão do conceito estudado (SERRALHEIRO, 2005). Desta forma, os casos limítrofes são exemplos que contém alguns atributos do conceito, mas não contém todos (SERRALHEIRO, 2005). Segue abaixo: Dona Maria recebeu o diagnóstico de IC há cinco anos, quando ainda era seguida no Serviço de Cardiologia do Hospital São Paulo para tratar de uma estenose aórtica congênita. Numa das consultas de rotina com a enfermeira Cristina que já acompanha a idosa há alguns anos, Dona Maria contou que continua seguindo as mesmas orientações como habitual, lembrando-se sempre de tomar os seus medicamentos diariamente, e que apesar das dores nos joelhos por causa das artroses, continua a caminhar cerca de uma hora todos os dias. A idosa referiu também que pesa-se todos os dias logo pela manhã e que controla a quantidade de líquidos que bebe ao longo do dia. A enfermeira após terminar a consulta de enfermagem parabenizou a idosa pela sua participação e colaboração no seu tratamento. Já os casos relacionados são conceitos relacionados com o conceito em estudo, mas não contém os atributos. Estes casos contribuem para compreender como o conceito se encaixa nos conceitos que o rodeiam (SERRALHEIRO, 2005). Dona Palmira ficou internada durante dez dias no hospital São Pedro onde recebeu o diagnóstico médico de IC. No dia de sua alta a enfermeira Isabel veio ter com a idosa e forneceu algumas orientações que ela deveria seguir a partir de sua alta para evitar a progressão da doença e episódios de descompensação. Dona Palmira sempre muito atenciosa e preocupada com os seus problemas de saúde foi para casa convicta que seria capaz de seguir as orientações da enfermeira. Os casos contrários dão exemplos do que o conceito não é. Eles ajudam o investigador a ver mais facilmente o que o conceito não é, e a descobrir o que é verdadeiramente o conceito (SERRALHEIRO, 2005). Srº Francisco, 68 anos, é portador de IC há três anos, desde que recebeu o diagnóstico da doença o idoso é convidado a participar das reuniões de grupos de clientes cardiopatas e da Consulta de Enfermagem do Centro de Saúde próximo de sua residência. Entretanto o idoso nunca compareceu a estes encontros alegando não possuir tempo. Na última semana, Srº Francisco foi enviado ao Serviço de Urgência do Hospital Santa Clara com quadro de dispneia, acompanhado por cianose periférica, labial e edema significativos nos membros inferiores. À admissão a filha que foi acompanhar o idoso, disse que o pai frequentemente apresenta Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste, V. 7 - N. 1 - Jul./Ago. 2014 1185 episódios de “falta de ar” e “inchaço nas pernas” mas sempre se recusava à ir procurar por assistência de saúde, pois alega que estes sintomas são “coisa da idade” e que logo passa. Os casos inventados são casos construídos com os atributos do conceito, mas utilizando ideias que não vêm da experiência, são ideias inventadas (SERRALHEIRO, 2005). Srº Alien, um simpático Marciano, com diagnóstico de IC há dois meses e sempre muito preocupado os “males que podem afetar a sua saúde”, após uma busca minuciosa via meios de comunicação interplanetários, veio ao planeta Terra para ser consultado no Hospital do Coração de Santa Rita no norte da Europa, por se tratar de um hospital de referência no diagnostico e tratamento da IC de extraterrestres. Após passar por uma consulta médica, o Srº Alien foi recebido pela enfermeira terráquea Luiza que por receber diariamente muitos clientes vindos de outras galáxias, fala o idioma Macianês fluentemente. A enfermeira explica ao Marciano que ele deve realizar práticas de autocuidado diárias, como: tomar sempre os seus medicamentos prescrito, realizar atividades físicas, pesa-se diariamente e ter atenção especial quanto a sua alimentação restringindo líquidos e sódio, além de ter atenção especial quanto aos sinais de alerta desta patologia. Já em Marte o Srº Alien seguiu todas as recomendações da enfermeira Luiza, até que percebeu que na última semana havia tido um ganho de peso de dois quilos. O Marciano aumentou a dose diária de diurético de um para dois comprimidos conforme orientação médica, entretanto ao perceber que não havia perdido os quilos extras, ligou imediatamente para a Terra e marcou nova consulta no Hospital Santa Rita. Por último, os casos ilegítimos são exemplos do conceito, utilizando termos impróprios ou fora do contexto (SERRALHEIRO, 2005). No modelo que segue abaixo apresentamos um relato que descreve as recomendações para o autocuidado em IC porém fora do seu contexto. Dª Paulina, uma idosa de 88 anos, ao rever o álbum de fotos da família encontrou o seguinte poema que recebeu de sua irmã quando ambas andavam na escola. “Cuide bem do seu coração, identifique os sinais e sintomas de ressentimentos e tristeza, e nunca se esqueça de tomar todos os dias pela manhã uma cápsula de paciência e sabedoria. Pratique exercícios de compaixão e carinho por aqueles que a rodeiam, restrinja momento de raiva e rancor, alimente-se com uma dieta rica em ternura e nunca se esqueça de beber todos os dias em jejum uma taça de humildade e coragem para enfrentar as adversidades do dia-adia. Nunca se esqueça: cuide todos os dias do seu coração e em caso de exacerbação dos sinais de alerta, como tristeza ou solidão, ligue ou procure à companhia de alguém especial.” Na sétima etapa da análise do conceito devemos identificar os antecedentes e consequentes do conceito, através desta etapa pode-se esclarecer o contexto social no qual o conceito é utilizado. Os antecedentes são coisas, inventos, ou incidentes que ocorrem antes da ocorrência do fenômeno. Já os consequentes são coisas, inventos ou incidentes que acontecem como resultado da ocorrência do conceito Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste, V. 7 - N. 1 - Jul./Ago. 2014 1186 (SERRALHEIRO, 2005). No QUADRO 6 estão os antecedentes do conceito “Autocuidado na Insuficiência Cardíaca”. QUADRO 6 - Antecedentes do conceito Autocuidado na Insuficiência Cardíaca Antecedentes Número de autores Alteração do estilo de vida 11 Conhecimento sobre a Insuficiência Cardíaca 5 Características psicológicas e cognitivas 4 Aceitar a condição de conviver com uma doença crônica Apoio familiar Disciplina Habilidade de gestão e enfrentamento Idade FONTE: Dados da pesquisa 3 3 3 2 2 Um dos antecedentes mais utilizados na literatura pesquisada sobre o conceito “Autocuidado na Insuficiência Cardíaca” é a “Alteração do estilo de vida”. As pessoas com IC sofrem modificações em seu padrão de vida, passando a ter que conviver com algumas limitações físicas e psicológicas associadas à patologia (LAINSCAK et al., 2011). Para Oosterom-Calo et al. (2012). O cliente com IC deve assumir a condição crônica progressiva da doença, a qual requer o desenvolvimento de novos hábitos de saúde. Outro antecedente deste conceito é o “Conhecimento sobre a Insuficiência Cardíaca”. Para Rabelo et al. (2011) o conhecimento do cliente sobre a IC, seu tratamento e os fatores precipitantes de descompensação contribui para uma maior participação na gestão da doença. Outro antecedente destacado é “Características psicológicas e cognitivas”. O conhecimento dos clientes acerca da doença, a cognição para perceber, julgar e tomar decisões sobre as alterações do seu estilo de vida diminuem as crises de descompensação e, por conseguinte, reduzem as readmissões hospitalares (RABELO et al., 2011). “Aceitar a condição de conviver com uma doença crônica” também é um antecedente destacado pela literatura analisada. De acordo com MacInnes (2008) este é o primeiro passo para a adesão do cliente às práticas de autocuidado. Para que ocorra a adesão efetiva às práticas de autocuidado, os clientes precisam aprender a conviver com as consequências físicas e psicossociais associadas à doença promovendo mudanças no seu estilo de vida (LAINSCAK et al., 2011). O “Apoio familiar” também é considerado um antecedente deste conceito. Para Sayers et al. (2008) o apoio familiar está fortemente associados aos níveis de desempenho das práticas de autocuidado. Para os mesmos autores, os clientes que vivem na companhia de alguém muito próximo (cônjuge, filhos, amigos ou parentes próximos) apresentam maior e melhor envolvimento na gestão da sua própria doença. Outro termo mencionado pela literatura foi “Disciplina”. Na IC pode-se dizer que disciplina significa autodomínio que o cliente deve ter sobre sua condição de saúde (JAARSMA et al., 2009). Para evitar episódios de descompensação e Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste, V. 7 - N. 1 - Jul./Ago. 2014 1187 progressão da doença, os clientes devem obedecer as recomendações dos profissionais de saúde (LAINSCAK et al., 2011). “Habilidades de gestão e enfrentamento” também são antecedentes encontrados na análise do conceito. O autocuidado na IC requer que os clientes aprendam a viver com as consequências da doença, isso significa desenvolver estratégias para conviver como impacto físico e emocional da doença, onde o cliente passe a assumir a responsabilidade pela sua condição de saúde (SMEULDERS et al., 2009). Pela análise dos artigos, percebeu-se que a “Idade” também é um antecedente do conceito analisado. Segundo Sayers et al. (2008) e Moser et al. (2012) a IC é uma das principais causas de internamentos de pessoas idosas em todo o mundo representando grande parte das despesas em saúde. O QUADRO 7 apresenta os consequentes do conceito “Autocuidado na Insuficiência Cardíaca” QUADRO 7 - Consequentes do conceito Autocuidado na Insuficiência cardíaca Consequentes Número de autores Redução da utilização dos serviços de saúde e 11 internamentos Estabilidade fisiológica e hemodinâmica 7 Manter-se saudável 7 Bem-estar 6 Qualidade de vida 6 Melhora na capacidade funcional 4 Diminuição da morbidade e mortalidade 3 Retardar a progressão da doença 3 FONTE: Dados da pesquisa Como consequentes da análise deste conceito, os termos “Redução da utilização dos serviços de saúde e internamentos”, “Diminuição da morbimortalidade” e “Retardar a progressão da doença” foram destacados pelos autores pesquisados. A adesão dos clientes ao autocuidado permite retardar a progressão da doença, reduzir a utilização dos serviços de saúde contribuindo para menos internamentos hospitalares e consequentemente menos despesas em saúde (LAINSCAK et al., 2011; SMEULDERS et al., 2009; CLARK et al., 2009). Também na análise dos eventos consequentes do conceito “Autocuidado na Insuficiência Cardíaca”, o termo “Qualidade de vida” e “Bem-estar” e “Manter-se saudável” foram evidenciado pela literatura pesquisada. Os clientes que estão envolvidos em seu tratamento têm melhor qualidade de vida e menos complicações associadas à IC demonstrado pela redução significativa na morbi-mortalidade destes clientes (BARBER; CURRIE; GARDINER, 2011; BRITZ; DUNN, 2010; MACINNES, 2008). Para Lainscak et al. (2011) o comportamento adequado de autocuidado reflete as ações que os clientes realizam para manter a saúde e o bem-estar. “Estabilidade fisiológica” e “Melhora da capacidade funcional” também foram consequentes encontrados. A adesão ao autocuidado permite retardar a progressão da doença, evitar episódios de descompensação e melhorar a capacidade funcional Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste, V. 7 - N. 1 - Jul./Ago. 2014 1188 dos clientes com IC (BRITZ; DUNN, 2010; CAMERON et al., 2010; OOSTEROMCALO et al., 2012). Definir os referenciais empíricos é a última etapa da análise do conceito segundo Walker e Avant (2005). Os referenciais empíricos são classes ou categorias atuais do fenômeno que pela sua experiência ou presença demonstram a ocorrência do conceito. Os referenciais empíricos são úteis no desenvolvimento de instrumentos, visto que estão muito relacionados com a base teórica do conceito, desta forma contribuem para a construção da validade do conteúdo do instrumento (SERRALHEIRO, 2005). Portanto os referenciais empíricos são características observáveis que indicam a presença do conceito sendo estas características ilustrações dos atributos (MOTA; CRUZ; PIMENTA, 2005). Neste sentido, encontrou-se na literatura pesquisada um instrumento que avalia os atributos de Gestão e Manutenção do conceito “Autocuidado na Insuficiência Cardíaca”. A European Heart Failure Self-care Behaviour Scale foi desenvolvida po Tiny Jaarsma e colaboradores na Holanda, sendo publicado a última versão da escala em 2009. Trata-se de um questionário autoadministrado composto por 9 itens, onde cada item é pontuado numa escala de Likert de 5 pontos (1-5). Quando maior for a pontuação, indica pior autocuidado (JAARSMA et al., 2009). CONCLUSÃO A enfermagem como profissão ainda carece da construção de um corpo de conhecimentos sólido e apropriado, visando alargar seus conhecimentos por meio de recursos investigativos com o intuito de esclarecer e clarificar fenômenos que lhe dizem respeito. No percurso da análise do conceito “Autocuidado na Insuficiência Cardíaca” à luz dos pressupostos metodológicos de Walker e Avant reconheceu-se a natureza deste conceito. Assim, como resultado da análise efetuada, foi possível elaborar um conceito de “Autocuidado na Insuficiência Cardíaca” passível de ser operacionalizado. O Autocuidado na Insuficiência Cardíaca consiste no envolvimento do individuo tornando-o participante ativo no desenvolvimento de habilidade e ações que culminem na sua tomada de decisão frente à identificação e reconhecimento dos sinais e sintomas de descompensação. Os clientes devem assumir a condição de vigilante da sua condição de saúde e serem capazes de avaliar a eficácia das estratégias implementadas e quando necessário procurar por assistência de saúde qualificada. Algumas práticas diárias como adesão terapêutica, realização de exercícios físicos regulares, restrição hídrica, alimentar e controle do peso corporal devem ser executada por estes clientes. A pesquisa permitiu concluir que fica melhor consolidado o conceito “Autocuidado na Insuficiência Cardíaca”. Espera-se que novos questionamentos sejam suscitados para análise de novos conceitos, contribuindo assim, para a continuidade da construção do conhecimento científico em Enfermagem. REFERÊNCIAS Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste, V. 7 - N. 1 - Jul./Ago. 2014 1189 AMERICAN HEART ASSOCIATION. What is Heart Failure? U S A . Disponível em:<http://www.heart.org/HEARTORG/Conditions/HeartFailure/AboutHeartFailure/Ab out-Heart-Failure_UCM_002044_Article.jsp.> Acesso em: 20 jun.2012. BARNASON, S.; ZIMMERMAN, L.; YOUNG, L. An integrative review of interventions promoting self-care of patients with Heart Failure. Journal of Clinical Nursing, USA, v. 21, n. 3-4, p. 448-475, fev. 2011. BARBER, D.; CURRIE, K.; GARDINER, B. Heart Failure self-care behaviour in the West of Scotland: A descriptive study. British Journal of Cardiac Nursing, UK, v. 6, n.10, p. 489-495, out. 2011. BRASIL. Lei n. 9610 de 19 de fevereiro de 1998. 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