Diagnóstico por imagem em Oncologia: alta tecnologia, precisão e conforto A inauguração da unidade de PET-CT no Centro Clínico Regina amplia e qualifica os serviços de Medicina Nuclear, possibilitando incrementar a capacidade diagnóstica e o planejamento terapêutico de doenças como o câncer. A nova tecnologia permite sobrepor imagens funcionais do corpo humano (PET) e tomografias computadorizadas (CT) para obtenção de avaliações clínicas ainda mais precisas e melhor atendimento aos pacientes. A Medicina Nuclear Novo Hamburgo, aliada ao Hospital Regina e ao Serviço Diagnóstico por Imagem, inaugura moderna unidade de PET-CT (Siemens – Biograph 16 SLO). A importação dessa tecnologia possibilita a aquisição de imagens híbridas funcionais e estruturais do corpo humano, imprescindíveis para o melhor atendimento de pessoas portadoras de câncer e também de outras patologias neurológicas, cardiovasculares e infecciosas. No Rio Grande do Sul, a plena utilização do PET-CT só foi possível a partir da instalação do cíclotron em Porto Alegre, que permite a produção local da fluordeoxiglicose marcada com flúor18 (18F-FDG) – matéria prima para a realização da Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET). Este boletim inaugural traz informações sobre a utilização atual desse método no Brasil e em outros países, sua utilidade na clínica oncológica, o princípio básico da cinética celular de 18F-FDG e critérios apropriados para uso do PET-CT em diversos tipos de neoplasias, ilustrados por alguns exemplos. Utilização do PET-CT no Brasil e exterior Na atualidade, o PET-CT é uma das modalidades de diagnóstico médico por imagem de maior crescimento mundial. Até 2010, funcionavam aproximadamente 3.000 equipamentos nos Estados Unidos, 145 na Europa (Alemanha, Bélgica e Inglaterra) e 450 na Ásia (Japão, Coréia, China e Taiwan. No Brasil, é crescente o número de equipamentos instalados, com cerca de 75 licenças operacionais concedidas e em funcionamento. Nos Estados Unidos, os gestores de planos de saúde públicos e privados aprovam o reembolso para a utilização do PET-CT oncológico para a maioria das indicações clínicas em Oncologia, entre elas o câncer de pulmão, esôfago, colorretal e outros do trato gastrointestinal, o câncer de mama, neoplasia renal e outras do trato geniturinário, melanoma, tumores de cabeça e pescoço, assim como linfomas. O PET-CT na Oncologia Clínica: salto tecnológico Em Oncologia, o PET-CT permite a avaliação da suspeita de malignidade (como do nódulo pulmonar solitário); a estimativa do grau de malignidade em vários tumores; o estadiamento inicial (tumores de pulmão e linfomas); a avaliação de potencial recidiva (no câncer colorretal ou testicular com elevação de marcadores séricos); o reestadiamento após recidiva; a monitorização do tratamento de diferentes tipos de neoplasias, assim como o fornecimento de dados que indiquem atividade metabólica do tumor/ metástases, auxiliando no correto planejamento da radioterapia. Além dessas indicações, o PET-CT oncológico propicia a distinção em massas residuais entre fibrose, necrose e tumor viável, auxiliando no correto direcionamento de biópsias ou na sua contraindicação. O importante salto tecnológico do PET-CT encontra-se na sobreposição das imagens funcionais do PET com as imagens morfoestruturais da tomografia computadorizada (CT). Isso permite significativo aumento da acurácia diagnóstica quando comparada ao desempenho de cada uma dessas técnicas isoladas. Assim, tem-se demonstrado que o PET-CT altera o manejo clínico de pacientes oncológicos em 38% dos casos em média1. Já o impacto do PET na avaliação da resposta ao tratamento leva à alteração do regime quimioterápico em 26% dos casos, ao ajuste de dose ou mudança da duração do tratamento em 17% dos casos e à suspensão do tratamento, passando-se à conduta expectante e suporte em 6% dos casos2. Princípios básicos da Cinética Celular do 18F-FDG A fluordeoxiglicose é um análogo da glicose que permite a caracterização metabólica da biologia tumoral in vivo, auxiliando na determinação de sua agressividade e no manejo terapêutico dos tipos de câncer nos quais o fluxo glicolítico está aumentado. Quimicamente ligada ao radioisótopo emissor de pósitron 18Flúor, possibilita a geração de imagens cintilográficas funcionais que são precisamente sobrepostas às imagens estruturais geradas pela emissão de raios X, através da tomografia computadorizada, caracterizando assim a chamada imagem de coincidência. A molécula do FDG é transportada para o citosol, sendo fosforilada a FDG-6-P através da hexoquinase. A presença de átomo de flúor ao invés de grupo hidroxila na posição do carbono 2 da glicose impede que siga a via glicolítica. Desta forma, em alguns tecidos que Fig. 1 – Diagrama simplificado do metabolismo da glicose e do 18F-FDG (Adaptado da Ref. 5). possuem atividade da glicose-6-fosfatase pode ocorrer retorno do FDG para circulação sistêmica (Figura 1). Na maioria dos te- cidos, a 18F- FDG-6-P é aprisionada no citosol e fornece indicação indireta da taxa de metabolismo da glicose (fluxo glicolítico). Casos Ilustrativos Fig. 2 – Paciente do sexo masculino com 63 anos demonstrou massa tumoral em lobo superior esquerdo à tomografia computadorizada convencional, não sendo possível afastar-se envolvimento da parede torácica. PET-CT obtido para estadiamento não evidenciou invasão da parede torácica, confirmada cirurgicamente, sem envolvimento linfonodal mediastinal ipsi ou contralateral7. A – MIP = “maximal intensity image”; B – imagem transaxial do CT; C – imagem transaxial do PET com correção de atenuação; D – imagens de PET/ CT co-registradas. Fig. 3 – Paciente do sexo masculino com 51 anos em estadiamento préoperatório por carcinoma da cabeça do pâncreas (linha pontilhada demonstra aumento focal da concentração de 18F-FDG) demonstrou achado casual com hiperconcentração focal deste radiotraçador no quadrante inferior direito do abdômen, correspondendo ao cólon ascendente. Colonoscopia revelou pólipo adenomatoso gigante7. MIP = “maximal intensity image”. Fig. 4 – Imagens de corpo inteiro de PET com 18F-FDG em paciente com tumor do estroma gastrointestinal antes e depois de tratamento com mesilato de imatinib (Glivec). Os tumores apresentam significativa utilização de glicose, sendo prontamente identificados através de imagens da distribuição corporal de 18F- FDG. Verifica-se resposta relevante ao tratamento, identificada tão precocemente quanto em imagens obtidas 24 horas após o seu início. As imagens rotuladas de “control” e 5,5 meses após o início do tratamento (a mesma imagem para comparação) demonstram a biodistribuição usual do 18F-FDG com identificação do cérebro, fígado, rins, alças intestinais, ureteres e bexiga8. Referências 1 - Hillner BE, Siegel BA, Shields AF et al. Relationship Between Cancer Type and Impact of PET and PET-CT on Intended Management: Findings of the National Oncology PET Registry. JNM 2008;49:1928-1935. 2 - Hillner BE, Siegel BA, Shields AF et al. The Impact of Positron Emission Tomography (PET) on Expected Management During Cancer Treatment. Cancer 2009;115:410-418. 3 - Buck AK, Herrmann K, Stargardt T, et al. Economic Evaluation of PET and PET-CT in Oncology: Evidence and Methodological Approaches. JNM 2010;51:401-412. 4 - Sapienza MT e Thom AF. PET/CT: Panorama no Mundo. Em: Ramos CD e Soares Junior J. Pet e Pet/CT em Oncologia. São Paulo: Editora Atheneu, 2011, pgs. 451-455. 5 - Ramos CD. Biodistribuição normal de FDG-F18 e Variantes. Em: Ramos CD e Soares Junior J. . Pet e Pet/CT em Oncologia. São Paulo: Editora Atheneu, 2011, pgs. 133-152. 6 - Fletcher JW, Djulbegovic B, Soares HP, et al. Recommendation on the Use of 18F FDG PET in Oncology. JNM 2008;49:480-508. 7 - Schulthess GK. Molecular Anatomic Imaging. PET-CT and SPECT-CT Integrated Modality Imaging. 2007 – Lippincott Williams & Wilkins, Philadelphia. 8 - Van den Abbeele AD and Group ftGCPS. [F-18]-FDG in PET Provides Early Evidence of Biological Response to ST1571 in Patients with Malignant Gastrointestinal Stromal Tumors (GIST). Proc Am Soc Clin Oncol 2001;20:362a. Atendimento a particulares e convênios Principais exames realizados PET-CT - oncológico - encefálico CINTILOGRAFIAS Sistema Cardiovascular - perfusão miocárdica em repouso e sob estresse* - pesquisa de viabilidade miocárdica* - ventriculografia radioisotópica em repouso - avaliação do sistema nervoso autônomo com I-123 MIBG* Sistema Urinário - estudo renal dinâmico basal ou com estímulo (diurético/captopril) - estudo renal estático quantitativo da função cortical Sistema Esquelético - estudo do metabolismo ósseo - processos inflamatórios/infecciosos (citrato de Gálio-67) Sistema Respiratório - pulmonar perfusional e inalatória Sistema Nervoso Central - perfusão cerebral com tomografia por emissão* - avaliação do transporte de dopamina do estriado* - avaliação de morte encefálica* - cisternocintilografia Sistema Endocrinológico - avaliação funcional da tireóide - avaliação funcional das paratireóides - avaliação da presença de tumores neuroendócrinos Sistema Digestivo - avaliação funcional hepatoesplênica - avaliação funcional de vias biliares - “pool” sanguíneo hepático - pesquisa de sangramento digestivo *SPECT: tomografia por emissão de fóton único IPE • Sul-América • Unimed • SAS • Cassi • Petrobras • CABERGS • ECT (Correios) • Saúde Bradesco • OAB • Centro Clínico NH • Liga Feminina de Combate ao Câncer de Estância Velha • IPASEM NH • Doctor Clin • GEAP • Assistebem • Abapec • AMA • Golden Cross • Prontomed • ACI • Assoc. Aposentados de Campo Bom • Multiclínicas • Centro Médico Sapiranga • Gama Saúde • Irmãs ACSC Saúde • Fundação de Saúde Pública de NH (Hospital Municipal) • Oncosinos • Coopersinos • ASSEFAZ • FUSEX. Equipe Técnica Dr. Belmonte J. Marroni CREMERS 9304 Dr. Bernardo L. Spiro CREMERS 5375 Dra. Ilza V. de Moraes CREMERS 5160 Dr. Paulo de A. Carvalho CREMERS 7885 Dr. Paulo R. Masiero CREMERS 26022 Dr. Rodrigo da S. Muller CREMERS 24075 Físico Médico Ilo de S. Baptista ABFM 239/859 Tecnóloga Adriana Finger CRTR 387 Horário de atendimento De segunda à sexta-feira, das 7h30min às 19h. Centro Clínico Regina Av. Dr. Maurício Cardoso, 833 – S 1 Sala 14 – S 2 Sala 7 Novo Hamburgo – RS CEP 93510-250 – Fone: (51) 3581.4013 www.medicinanuclearnh.com.br Boletim Informativo PET-CT Novo Hamburgo: produção Laser Press Comunicação – jornalista responsável Sylvia Bojunga (MTb 5598) – design e editoração Ananias Lemes