Temas paralelos - Primeiros Socorros: a comunicação pode salvar vidas em perigo ? Título do trabalho: Home Care: o médico em casa Autores: (Coordenação e Orientação): Profa. Ms. Lana Cristina Nascimento Santos1 Pesquisadores/Autores2: - Alessandra Denafrio César de Freita - Melissa de Moraes Domingues - Caroline Jorge Zarvos FACOM / UniFIAM – Faculdade de Comunicação Social do Centro Universitário Alcântara Machado – UniFIAM. Resumo Humanizar o atendimento, valorizando cada vez mais o contato médio-paciente, ajuda e agiliza a recuperação deste paciente. Idealizar um atendimento mais humanizado e gerenciado como alternativa complementar ao sistema de saúde vigente, otimizando custos e recursos, é a principal característica do Home Care, serviço de atendimento médico domiciliar. O trabalho desenvolvido pautou-se no levantamento histórico e principais conceitos do serviço de Home Care, desde a introdução nos Estados Unidos e sua adaptação à realidade brasileira. Palavras-chaves: comunicação, humanização da medicina, home care. 1 Mestre em Comunicação Social, professora da Universidade Metodista de São Paulo e do Centro Universitário UniFIAM/FAAM, cursos de Comunicação Mercadológica / Publicidade e Propaganda. 2 Alunas do 7° semestre do curso de Publicidade e Propaganda da Facom/UniFIAM. 2 O Conceito de Home Care A medicina domiciliar – Home Care - é um termo genérico para um conjunto de procedimentos hospitalares que podem ser feitos na casa do paciente. Aplica-se a todas as etapas do cuidado médico, na prevenção, no diagnóstico e no tratamento de doenças, bem como nos procedimentos de reabilitação. A medicina domiciliar abrange desde procedimentos simples, como o tratamento de feridas em diabetes, terapia intravenosa e fototerapia para recém-nascidos, até outros de maior complexidade, como a internação domiciliar para condições mais graves, nas quais os pacientes não são capazes de se locomover e de fazer sua própria higiene pessoal, podendo necessitar de respiração artificial, terapia nutricional e acompanhamento integral por profissionais treinados. O Surgimento do Home Care O movimento de Home Care surgiu nos Estados Unidos e na Europa, em torno da Segunda Guerra Mundial. Nos Estados Unidos, enfermeiras se reuniam e passavam a atender e cuidar dos pacientes em casa. Na Europa, após vários hospitais terem sido bombardeados, houve a necessidade dos médicos irem até os pacientes. Essa iniciativa foi o primeiro passo no desenvolvimento do serviço de medicina domiciliar. Entretanto, somente na década de 1960 é que este movimento tornou-se mais forte e a idéia da “desospitalização precoce” começou a ser levada em consideração. Neste período, os hospitais estavam freqüentemente lotados resultando na falta de leitos e na formação de filas infinitas. Além disso, a população crescia, o número de doentes e feridos da Guerra do Vietnã aumentavam e o período de vida dos idosos ficava cada vez mais longo, precisando de cuidados médicos e de enfermagem. Novos hospitais precisavam ser construídos para que a situação permanecesse controlada. Contudo, a viabilidade para tais construções não era das melhores, o que ajudou no desenvolvimento do Home Care como uma boa alternativa. A insuficiência na área de saúde deu inicialmente, origem às “Nursing Care”, que existem até hoje e direcionam o tratamento ao idoso crônico terminal. No entanto, a demanda para atender outros tipos de pacientes, com diversas patologias, era grande. Assim, foram aparecendo empresas que se propunham a tratar o paciente em casa. 3 Ao contrário do que a comunidade médica esperava, em vez de queda, houve um aumento na eficiência do campo de saúde com este tipo de tratamento, promovendo uma recuperação precoce do paciente. Outros fatores surpreendentes foram obtidos como uma drástica redução nos custos: 20% a 70% mais barato que o preço cobrado nos hospitais. Começava então a surgir uma solução economicamente viável e criativa para o atendimento de saúde: o Home Care. A princípio, o sucesso não foi tão grande, pois os familiares não podiam arcar com os custos deste serviço, mesmo este sendo mais econômico. Porém, na medida que as seguradoras e os planos de saúde descobriram este nicho de economia, passaram a estudar e remunerar alguns procedimentos de Home Care. Em pouco tempo surgiram milhares destas empresas nos E.U.A, que prestam algum tipo de atendimento ambulatorial ou internação domiciliar. Dados obtidos na Folha de São Paulo (23/12/1999) demonstram a existência de 20.215 organizações de Home Care nos E.U.A., aproximadamente. O número de pacientes atendidos no ano de 1999 girou em torno de 8 milhões de pessoas /dia. Na Europa, o Home Care também é visto como uma excelente alternativa de tratamento de saúde, embasado nas estatísticas de que com este serviço, houve um aumento relativo na quantidade de leitos hospitalares disponíveis; em torno de 30% a 40%. Em conferências internacionais sobre o panorama mundial de Home Care, especialistas afirmaram que esta é uma modalidade que cresce e torna-se cada dia mais importante, em razão do envelhecimento da população e da necessidade da humanização do atendimento, além da economia de recursos gerada com a eliminação ou a redução do tempo de internação. Home Care - Profissionais de Saúde Assim como na internação hospitalar, no Home Care, uma equipe formada por vários profissionais está envolvida direta e indiretamente no tratamento e no cuidado do paciente. No entanto, na medicina domiciliar, como a família acompanha mais de perto o 4 processo, a presença desses profissionais é mais marcante e consequentemente melhor aproveitada. A equipe multiprofissional é formada por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, nutricionistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais, farmacêuticos, além do pessoal de apoio, como motoristas e técnicos administrativos, entre outros. A função de cada um deles é bem definida. Médicos O médico trata, isto é, estabelece de forma integrada com toda a equipe, a conduta clínica que deverá ser seguida por todos os membros. Enfermeiros O enfermeiro responsabiliza-se por todos os cuidados pertinentes ao tratamento de forma curativa, preventiva e de reabilitação. Nutricionistas O nutricionista se concentra na manutenção do equilíbrio nutricional do paciente, melhorando as suas condições de resposta ao tratamento. Farmacêuticos O farmacêutico trabalha nos “bastidores”. Sua função é o controle de qualidade de todos os medicamentos e soluções usadas no tratamento , incluindo orientações sobre compatibilidade, interações medicamentosas e estabilidades de cada droga envolvida com a terapia em uso. Fisioterapeutas e Fonoaudiólogos O fisioterapeuta, por sua vez, trata da manutenção e reabilitação de toda a parte motora e respiratória. O fonoaudiólogo é importante para a reabilitação oral, que envolve fala e deglutição. Psicólogos e Assistentes Sociais O psicólogo cuida da reabilitação e manutenção psíquica do paciente e de seus familiares. O assistente social encaminha e organiza as questões sociais que dificultam a evolução do tratamento e que possam interferir na resposta clínica do paciente, incluindo o contexto familiar. 5 Todos estes profissionais são especializados no tratamento de pacientes severamente comprometidos e possuem sólida experiência com pacientes clínicos, crônicos e terminais. Essa experiência técnica é fundamental para o bom desempenho do profissional. Entretanto, técnica não é tudo. Tão importante quanto a competência, este profissional deve ter um perfil especial, no qual amadurecimento, segurança e compromisso contam muito e são qualidades essenciais. O profissional deve ser capaz de visualizar o paciente como um todo, envolvendo o contexto familiar, seus valores pessoais,seus sentimentos e suas formas de relações. O paciente em Home Care, bem como sua família, algumas vezes, já percorreu uma trajetória sofrida e mais do que uma técnica absolutamente perfeita, ele precisa ser compreendido e confortado. O profissional, portanto, deve estar apto a enfrentar uma diversidade de sentimentos. Auto controle , auto-estima e equilíbrio são características importantíssimas para o domínio desta atividade. Home Care e a participação da família Para a maioria dos pacientes em Home Care, a participação da família na sua recuperação é uma influência positiva, não só do ponto de vista clínico, mas também do psicológico, uma vez que a tendência é sempre uma colaboração mais eficiente entre profissionais de saúde, família e paciente. Nos casos de internação domiciliar, isto é, quando o paciente tem uma condição mais grave e alto grau de dependência, a colaboração familiar continua sendo importante, no entanto, seus membros devem se preparar para significativas alterações de sua rotina doméstica. Nos casos de doenças crônicas ou incapacitantes, o paciente pode gerar dor e sofrimento em seus familiares. Contudo, isso não se compara à satisfação de ter contato com a família. Algumas concessões de privacidade também são necessárias para permitir a presença da equipe de profissionais de saúde dentro da residência. É preciso que um familiar esteja sempre disponível, evitar ausência prolongada e manter o alerta frente a uma possível piora do estado de saúde do paciente. 6 Além disso, os familiares devem estar conscientes do grau de complexidade da doença e ter noção dos possíveis insucessos do tratamento. Independentemente da evolução do paciente, a família e, sobretudo o cuidador, precisa estar seguro de que está contribuindo da melhor maneira possível e ciente de que medidas “heróicas”, além de desgastá-los emocionalmente, podem não ter resultado prático. O Cuidador A figura do cuidador é fundamental no Home Care, principalmente nos casos de internação domiciliar. Essa pessoa deve ser escolhida pela família e, se possível, deve fazer parte do núcleo familiar. O cuidador se responsabiliza pelos cuidados básicos que não dependam da atuação técnica de um profissional. Suas tarefas principais são a higiene corporal, a mobilização do leito e o auxílio na alimentação, ou seja, todas as ações básicas do ser humano que, no caso, encontra-se impedido de realizá-las. O cuidador é, ainda, peça fundamental com a equipe profissional, pois é ele que acompanha de perto a evolução da condição do paciente. É desejável que o cuidador seja uma pessoa calma e carinhosa, interessada em aprender, que supere alguns tabus corporais e que saiba respeitar as questões íntimas do paciente e da família. É preciso deixar claro, entretanto, que o cuidador não substitui a atuação do profissional de enfermagem. Embora o cuidador assuma uma série de tarefas, suas responsabilidades possuem limites que terminam no momento em que o paciente passa a necessitar de ações que impliquem conhecimento técnico específico. Algumas ações requerem avaliação técnica, sendo necessária formação científica que só o profissional possui. Outras Restrições A casa que vai receber um paciente em Home Care, principalmente em internação domiciliar, deve cumprir alguns requisitos básicos. Em primeiro lugar é preciso que a residência possa oferecer um cômodo exclusivo para o paciente e a equipe, que seja organizado, limpo e que não apresente nenhum tipo de infiltração. 7 É necessária a existência de uma linha telefônica e a estrutura elétrica deverá ser adequada para a instalação dos aparelhos necessários. As portas do quarto e do banheiro deverão ser largas o suficiente para a passagem de cadeira de rodas. É desejável que o banheiro tenha uma “duchinha” para facilitar o banho de aspersão, se necessário. É vedada a presença de animais no quarto do paciente. Por fim, no caso do quarto ser acarpetado, este deverá ser protegido por forração com plásticos especiais, fornecidos pela empresa que presta os serviços de Home Care. Home Care no Brasil Adaptado à realidade brasileira pelo pioneirismo de algumas empresas, o Home Care idealiza um atendimento mais humanizado e gerenciado como alternativa complementar ao sistema de saúde vigente, otimizando custos e recursos. O serviço de atendimento domiciliar atua no Brasil há 10 anos e por isso ainda se encontra no estágio de amadurecimento. Infelizmente, por este mercado ainda estar se concretizando no país, não se tem noção exata sobre o número de empresas atuantes e prestadoras deste serviço. Dados não oficiais de 1998 revelaram existir em torno de 80 empresas de Home Care. Atualmente, este número já é obsoleto. Contudo, é vital esclarecer que nem todas estas empresas promovem a Internação Domiciliar propriamente dita. Algumas empresas são só geriátricas (pessoas idosas) ou pneumopatas (pacientes com problemas de pulmão), outras só atendem pacientes cardíacos, outras só pediatria, ou seja, se dedicam apenas a determinadas especialidades, segmentos da Medicina. O atendimento de saúde no Brasil é arcaico e funciona precariamente. Isto porque pouco se investe na medicina preventiva. Entretanto, as autoridades e os planos de saúde já estão mais atentos a este fator. Um sinal claro disto é o projeto da prefeitura, “Programa Saúde da Família”, que visa a conscientização, prevenção e o tratamento de doenças e demais patologias junto à população carente. Informações obtidas numa matéria jornalística no Estadão de São Paulo (18/09/2000) mostra que cerca de 5 mil brasileiros estão internados em casa, atendidos por 8 mais ou menos 120 empresas de medicina domiciliar. O setor já movimenta R$ 800 milhões por ano, segundo informações da Associação Brasileira de Empresas de Medicina Domiciliar (ABEMID). Estimativas são que o sistema deve crescer ainda mais nos próximos anos. Cliente Consumidor/Profissional das empresas privadas com serviço de home care O cliente-alvo das empresas de home care são convênios. Para este público, a motivação de compra consta na redução de custos, possibilizada pelo serviço de atendimento domiciliar – home care, como já foi previamente demonstrado através de pesquisas transmitidas no trabalho. Serviços de Home Care no Brasil Home Doctor Atendo Beck Care Campinas Home Care Centre Hospital em Casa Hospitalar Assunção Hospitalar Home Care Ideal Care Ínterim Home Care Brasil Life Care Logos Maxi Care Internações Domiciliares Med-Lar Procare Cuidados Médicos Pronep SOS Vida Staff Builders Supermed ANÁLISE DO MACROAMBIENTE Tendências sócio-culturais e demografia A cultura do sistema de saúde supletivo brasileira sempre foi baseada em ações de caráter curativo, as quais interferem diretamente sobre a doença e ou suas complicações. Este enfoque reativo, associado à cultura de hospitalização,como porta de entrada (“input”) no sistema, acaba por desencadear uma elevação de custos assistenciais, sendo necessários 9 grandes investimentos para restabelecer as condições clínicas dos pacientes, que por sua vez, inviabilizam qualquer tipo de planejamento e alocação de recursos para o segmento da saúde. Segundo dados e projeções do Ministério da Saúde, o Brasil ocupará, em 2025, uma posição de sexto lugar no ranking dos países que possuem uma população acima de sessenta anos de idade. Isso mostra que a população, ao longo dos tempos, vem envelhecendo.Com isso não se pode desvincular o aparecimento concomitante das patologias crônico-degenerativas que irão acometer essa faixa etária, sem dizer no ônus que essas acarretam, ocasionando prejuízos sócio-econômicos e culturais para o país, muitas vezes difíceis de serem medidos, por alguns se tratarem de indicadores intangíveis. Para se ter uma idéia, segundo dados do IBGE, na última década a porcentagem da população acima de 60 anos que era de 6,7% no início da década de 90 passou a ser 7,6% no final de 99, perfazendo um crescimento na faixa de 13,5%. Isso se deve à inúmeros fatores que podemos citar, entre os quais o aumento da expectativa de vida da população, a queda da taxa de fertilidade, o avanço tecnológico da medicina proporcionando tratamentos mais eficazes, a queda no número de mortalidade infantil, o processo de urbanização pelo qual passou o país e a decorrente melhoria das condições de vida da população, entre outras. Associado a isso se vive hoje em um cenário no qual o aumento dos custos vem minando todos os esforços para se estabelecer um padrão de qualidade, na prestação dos serviços, pautados em ações que buscam interligar os recursos tecnológicos à realização de um atendimento médico mais humanizado. A resolução desses problemas, necessariamente, passará pela busca de caminhos alternativos para a área de saúde e pela criação de uma estrutura voltada para o futuro. Na busca desesperada por soluções, voltadas à redução de custos, muitas vezes são tomadas medidas pontuais e não conjunturais, que acabam gerando medidas sem eficiência, o que no balanço final acaba por deteriorar a relação existente entre o triângulo usuárioprestador- tomador de serviço. 10 Segundo dados da Abraspe entre 1993 e 1999 a Saúde ficou cerca de 140% mais onerosa, estimando-se que o mercado desperdiça mais de R$ 3,6 bilhões por ano em consultas, exames e internações desnecessárias. Esses fatores refletem, substancialmente, nos gestores do setor supletivo de saúde, que cada vez mais devem buscar medidas alternativas que os auxiliem no gerenciamento. Sabe-se que ações preventivas são menos onerosas, trazendo grandes impactos ao estado de saúde da população. A medicina preventiva sempre foi vista com bons “olhos” pelo setor público e atualmente passou a ser encarada de outra forma pelo setor supletivo, dado às conjunturas pelo qual passa o setor, inclusive com a regulamentação dos planos de saúde pela Lei 9656/98 da Agência Nacional de Saúde (ANS) e pelo reflexo da tendência de redução de custos gerada por sistemas de gerenciamento mais recentes do tipo “managed care”. Neste contexto, o atendimento médico domiciliar, aliado à pratica de uma medicina preventiva, surge como uma alternativa viável e uma ferramenta de gestão para o sistema de saúde supletivo. O gerenciamento de doenças crônicas surge como uma forma de manter doentes de alto risco sob acompanhamento e vigilância constante, prevenindo e tratando precocemente eventuais descompensações das moléstias. Aspectos legais e éticos Regulamento da assistência à saúde em domicílio (home care) 11 A ABEMID - Associação Brasileira das Empresas de Medicina Domiciliar, associação civil sem fins lucrativos, com sede no Rio de Janeiro à Rua 7 de setembro, 88/403 - Centro. CONSIDERANDO a necessidade premente de normatizar à assistência à saúde em Domicílio/Home Care, quer na modalidade de Internação e/ou procedimentos técnicos especializados domiciliares à saúde prestados por seus associados; CONSIDERANDO a necessidade de conceituar a Internação e os Procedimentos Técnicos Especializados Domiciliares; CONSIDERANDO que cabe a ABEMID, enquanto entidade representativa de empresas de medicina domiciliar, contribuir junto aos órgãos normativos para o estabelecimento de parâmetros e padrões mínimos de estrutura, atividades e qualidade dessa modalidade de atenção à saúde: CONSIDERANDO, finalmente o decidido na Sessão Plenária realizada em 5 de Março de 2001 em sua sede no Rio de Janeiro; RESOLVE RECOMENDAR: Art. 1o - Todas as empresas prestadoras de Assistência Médica Domiciliar associadas à ABEMID deverão ser registradas nos Conselhos Regionais de Medicinas de seus estados; § 1o - As empresas devem ter um Diretor Técnico, necessariamente médico, que assumirá, perante o Conselho, a responsabilidade ética de seu funcionamento. § 2o - As empresas devem assumir responsabilidade integral pelo atendimento ao paciente até sua alta, transferência ou óbito. Art. 2o - As empresas que prestam Assistência Médica Domiciliar devem manter equipe de plantão 24 horas por dia. § 1o - Essa equipe deverá contar, no mínimo, com médico e enfermeiro. Art. 3o - Para a realização da Assistência Médica Domiciliar, as equipes multiprofissionais deverão contar, no mínimo, com médico e enfermeiro. § 1o - Para a realização da Internação Domiciliar, a equipe multiprofissional deve contar também com fisioterapeuta, nutricionista e outros profissionais que se fizerem necessários ao atendimento, conforme plano terapêutico inicial. § 2o - As equipes serão sempre coordenadas por um médico. Art. 4o - A Internação Domiciliar somente será realizada, obrigatoriamente, após aprovação do médico assistente. 12 Parágrafo único - Essa aprovação deverá ser registrada em relatório anexado ao prontuário do paciente. Art. 5o - A coordenação da Assistência Médica Domiciliar deverá ser exercida por médico que indicará os profissionais que integrarão a equipe multiprofissional necessária, respeitando as regras de boas práticas, a ética e os critérios de cada conselho profissional. Art. 6o - As normas de funcionamento de cada empresa deverão ser previamente informadas ao paciente ou seu responsável, ao médico assistente e ao contratante. Art. 7o - O médico assistente de paciente que for submeter-se à Internação Domiciliar tem a prerrogativa de decidir se quer continuar esse acompanhamento no domicílio. Parágrafo 1o - Nos casos em que o médico assistente não deseje continuar o acompanhamento em regime domiciliar, a empresa de Assistência Médica Domiciliar deverá providenciar profissional habilitado que o substitua. Parágrafo 2o - Nos casos previstos no parágrafo anterior, o médico assistente deve fornecer ao novo médico que irá prestar a assistência domiciliar todas as informações concernentes ao quadro clínico, preferencialmente sob forma de laudo circunstanciado, nos termos do artigo 71 do Código de Ética Médica. Art. 8o - A empresa responsável por pacientes internados em domicílio devem dispor de condições mínimas de garantia de boa assistência, caracterizadas por disponibilizar: I - acesso a ambulância para remoção do paciente, equipada para sua condição clínica; II - acesso a recursos diagnósticos, tratamentos e cuidados especiais passíveis de realização domiciliar, quando indicados clinicamente, assim como a materiais e medicamentos necessários ao quadro clínico do paciente; III - serviço de urgência e atendimento 24 horas por dia; IV - manutenção e atualização de prontuário médico referente ao caso; V - estrutura de retaguarda para um seguro apoio logístico nos casos que necessitem de equipamentos, materiais, medicamentos, gases medicinais ou remoções. Art. 9o - Em caso de óbito durante a Internação Domiciliar, será fornecido a competente declaração , segundo as leis e Código de Ética Médica vigentes. Art.10º - A alta da Internação Domiciliar deverá ser acompanhada do competente relatório médico . Art. 11o - A Internação Domiciliar somente poderá ser viabilizada após anuência expressa do paciente ou seu responsável legal, por escrito, sendo anexado ao prontuário. Art. 12o - O Diretor Técnico da instituição prestadora da assistência, deverá tomar medidas referentes à preservação da ética médica, especialmente quanto ao artigo 30o do Código de Ética Médica, que veda a delegação a outros profissionais de atos ou atribuições exclusivas da profissão médica. 13 Art. 13o - Esta Resolução entra em vigor na data de sua aprovação em Plenário pela ABEMID. A Comunicação das empresas de Home Care no Brasil As empresas de Home Care brasileiras, ainda em fase de crescimento e desenvolvimento, se comunicam através dos seguintes conceitos: Liderança mercadológica e melhor qualidade de vida para o paciente e sua família. Normalmente estas empresas fazem uso de venda pessoal, propaganda e relações públicas para transmitir seu conceito ao público. Como meios de comunicação, as ferramentas acima são bastante eficazes. Porém, ainda há falhas de comunicação, pois o conceito nem sempre está de acordo com o públicoalvo das empresas. Ou seja, exixte a necessidade de um maior estudo quanto ao verdadeiro público-alvo dos serviços de Home Cara no Brasil. CONCLUSÃO Através do levantamento histórico, observa-se que ainda existem alguns problemas na estratégia de comunicação das empresas de home care, assim como no próprio mercado de saúde brasileiro. Entretanto, acredita-se que tais dificuldades podem ser contornadas a partir de uma campanha mercadológica mais esclarecedora e completa, afinal, está comprovado que o mercado de medicina domiciliar é bastante grande e promissor. Ainda, o Home Care, traz implícito em seus serviços a humanização da medicina, processo bastante amplo porém que traz certas resistências, já que implica na mudança de comportamento pela comunidade médica. A humanização da medicina trata da aproximação dos profissionais da área dos pacientes, tratando-os de maneira mais completa , considerando sua personalidade, suas emoções e crenças etc. Ou seja, através da humanização a comunidade médica trataria os pacientes como um todo, não apenas a doença do paciente. (* Maria Cezira Fantini Nogueira Martins é psicóloga (USP), doutora em Distúrbios da Comunicação Humana (Unifesp), pesquisadora do Instituto de Saúde (SES-SP), autora do livro “Humanização das relações assistenciais; a formação do profissional de Saúde”- Casa do Psicólogo, 2001. – o texto sobre humanização foi baseado no estudo da seguinte psicóloga) 14 Referências Bibliográficas www.polbr.med.br/arquivo/galli0500.htm www.cremesp.org.br/revistasermedico/sermedico010203_2002/medico_foco.htm www.academos.pro.br/professor/eliassarah/artigos_urgente.htm www.pronep.com.br www.hospitalemcasa.com.br www.interim.com.br www.jt.estadao.com.br/suplementos/domi/2000/07/09domi008.html www.estado.estadao.com.br/editoriais/2000/09/18/ger320.html www.corensp.org.br/revista/anteriores/maio_junho_00/4.htm www.uol.com.br/diariodonordeste/2000/06/02/010054.htm www.nossaregiao.com.br/jornaldaliberdade/siteliberdade/dica_saude/dica_saude.htm